domingo, 22 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 19

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 19


Apocalipse 19 trata principalmente do grande Guerreiro do cavalo branco.

Trata também da queda final da Babilônia e da alegria e triunfo dos salvos nos céus (1-10).

Trata finalmente da vitória de Cristo sobre a besta e sobre o falso profeta  (11-21).

19.1 A grande multidão aqui é a multidão a qual ninguém podia contar, mencionada em Apocalipse 7.9. A referência à salvação (Ap 7.10) e a subsequente referência aos vinte e quatro anciãos e às quatro criaturas (seres) viventes (Ap 19.4; 7.11,13) parecem apoiar esse entendimento. No entanto, alguns estudiosos sustentam que multidão aqui se refere aos anjos. Sustentamos a ideia mais corrente no meio Teológico de que a multidão incontável é do número de Anjos e dos salvos. Aleluia representa a palavra hebraica que significa louve ao Senhor. A palavra hebraica é bem conhecida no Antigo Testamento pelo seu uso frequente nos Salmos (louve ao Senhor, no Salmo 150.1,6). A transliteração grega dessa palavra aparece no Novo Testamento apenas em Apocalipse (Ap 19.1, 3,4,6).

19.2 Deus provou que Sua Palavra é verdadeira e que justos são os Seus juízos (Ap 16.5,6) sobre a Babilônia, a grande prostituta (Ap 17.1,5,6). Todos os cristãos são servos do Senhor (Ap 1.1), mas alguns desses servos morreram como mártires. E todos podem aguardar ansiosamente para servir ao Altíssimo para sempre (Ap 22.3).

19.3 Aleluia. Deus é louvado, porque a evidência do justo juízo sobre a Babilônia permanecerá eternamente.

19.4 Os vinte e quatro anciãos e os quatro animais (ou criaturas ou seres viventes) adoram a Deus fielmente (Ap 4-2-11; 5.8-14; 11.16; 14.3). Os representantes do reino angelical louvam o Senhor pela destruição do sistema que se originou em um anjo caído, Satanás.

19.5 Com tanto louvor e adoração preenchendo a cena, não se poderia esperar mais nenhuma convocação para louvar o Altíssimo e exaltá-lo. Mas, mesmo depois do terceiro aleluia, deu-se ênfase ao fato de que Deus é merecedor de nada menos do que o louvor eterno. Todos os servos do Senhor, de qualquer nível ou posição, tanto pequenos como grandes, são incluídos no convite para louvá-lo, pois o convite vem da sede do governo de Deus.

19.6 A voz de muitas águas aponta, agora, para uma multidão celestial. O Senhor, Deus Todo-poderoso entra em Seu reino após a destruição do pecado e do Anticristo (v.11-21).

Reina está no tempo verbal grego (que expressa uma ação no passado sem especificar se a mesma foi concluída ou está acontecendo) e é geralmente traduzido como reinava. No entanto, aqui, parece mais significar que está começando a reinar. Um governo inteiramente novo e diferente está chegando; não uma democracia, mas uma teocracia, um governo divino pelo qual o Senhor Deus Todo-poderoso reinará em justiça para sempre e eternamente. (Is 11).

19.7 Nesta passagem, o Senhor é glorificado principalmente porque as bodas do Cordeiro finalmente são vindas. Tanto no Antigo Testamento (Os 2.19,20) como no Novo Testamento (Ef 5.23,32), o povo de Deus é visto como a noiva ou esposa do Senhor. A noiva daquela época se aprontava banhando-se, passando óleo e usando perfumes. Seu cabelo seria especialmente penteado, e ela vestiria seu vestido de noiva.

19.8 Linho fino. A noiva Cordeiro usa uma veste de linho fino precioso, que simboliza as boas obras dos cristãos. O linho fino, limpo e branco, não se refere à justiça atribuída a Cristo, mas aos atos de justiça dos santos. A veste significa fidelidade em fazer as boas obras. Essa vestimenta deve ser usada pelo crente e consiste de boas obras realizadas na dependência do Espírito Santo. E um reflexo exterior do caráter e da conduta que são desenvolvidos nesta vida (Mt 22.11,12). A recompensa por tal caráter e conduta santos no tribunal de Cristo consiste nessa veste e em todos os direitos e privilégios que são prometidos ao vencedor. Os crentes não são apenas herdeiros de Deus e por isso terão uma morada no céu como prêmio (Jo 14-1,2; 1 Pe 1.3-5), mas os vencedores (aqueles que resistirem até o final dessa vida) e co-herdeiros com Cristo reinarão com Ele (Rm 8.17). João nos admoesta a permanecermos em Jesus para, quando o encontrarmos, estarmos confiantes, e não envergonhados na Sua vinda (1 Jo 2.28).

19.9 A expressão bem-aventurados introduz a quarta das sete bem-aventuranças em Apocalipse (1.3; 14.13; 16.15; 20.6; 22.7,14). A ceia das bodas da época de João começava ao anoitecer do dia do casamento, mas a celebração poderia perdurar por dias. Essa festa aqui é um tempo de alegre banquete para ser aproveitado pela Igreja e, principalmente, pelos vencedores que reinarão com Cristo. A chave para poder participar do banquete das bodas é a fidelidade a Deus.

19.10 Adorar qualquer pessoa ou objeto que não seja Deus é uma forma de idolatria (Êx 20.3-5). O anjo repreende João pelo seu erro (Ap 22.8,9) e lhe diz que o anjo é apenas um conservo dele e de seus irmãos. O testemunho de Jesus aqui se refere ao testemunho sobre Jesus (Ap 1.2,9). A profecia bíblica expressa ou depende da obra de Cristo e de sua proclamação (1 Pe 1.12).

19.11 Esse versículo responde a pergunta feita sobre a besta em Apocalipse 13.4: Quem poderá batalhar contra ela? Cristo tem poder para derrotá-la.

19.12 Olhos como chama de fogo se comparam com a descrição de Cristo glorificado em Apocalipse 1.14. Muitos diademas indicam que Cristo é mais poderoso do que Satanás (Ap 12.3) ou a besta (Ap 13.1). Na sociedade antiga, um nome era mais do que um título; ele revelava o caráter de uma pessoa. Pela expressão ninguém sabia, senão ele mesmo, parece que existem partes do caráter do eterno e ilimitado Deus (1 Tm 6.15,16) que apenas Ele próprio conhece, embora Cristo possa revelar esses assuntos em Sua segunda vinda.

19.13 Uma veste salpicada de sangue pode falar da morte redentora de Cristo na Cruz (Ap 7.9) ou de seu pisar no lagar do vinho do furor e da ira do Deus (Ap 19.15; 14.19,20), ou ambos. A Palavra de Deus não pode ser o nome que ninguém conhece, a não ser Cristo (Ap 19.12), porque aquele nome é revelado em João 1.1,14.

19.14 Os exércitos que há no céu podem ser legiões de anjos (Ap 5.11; Mt 26.53), mas Apocalipse 17.14 fala daqueles que estão com o Senhor na Sua vinda como sendo chamados, eleitos e fiéis, todos termos para cristãos (Rm 1.7; Ef 1.1; 1 Pe 2.9). Os vestidos de linho fino, como aqueles da noiva do Cordeiro em Apocalipse 19.8, sustentam essa interpretação. Cavalos brancos, um símbolo comum de vitória, seriam apropriados para aqueles que já são vitoriosos sobre a besta (Ap 15.2).

19.15 A aguda espada que sai da boca de Cristo é aquela de dois gumes citada em Apocalipse 1.16. Ferir as nações pode ser uma declaração comum de juízo ou uma referência específica aos exércitos da terra sendo mortos com a espada em Apocalipse 19.21.

Cristo regerá (gr. apascentará) com vara de ferro em cumprimento das profecias messiânicas no Salmo 2.8,9 e em Isaías 11.4. Pisar o lagar do vinho do furor e da ira de Deus lembra a ordem dada em Apocalipse 14-18-20: juntar as uvas da terra para o lagar da ira de Deus.

19.16 Rei dos reis significa Aquele que é supremo sobre todos os reis da terra. A frase o Senhor dos senhores e o Rei dos reis é encontrada em Apocalipse 17.14, antecipando a segunda vinda.

19.17,18 As aves são mandadas a se ajuntarem para o banquete nas carcaças dos exércitos derrotados reunidos em oposição a Cristo.

19.19-21 Essa descrição da besta e de seus vastos exércitos já foi vista em Apocalipse 17.14 e é quase igual àqueles reunidos para a batalha, naquele grande Dia do Deus Todo-poderoso (Ap 16.14), no Armagedom (v.16).

A besta (Ap 13.1-10) e o falso profeta (v.l 1-17) serão lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre que é também chamado de a segunda morte, o destino eterno de todos os infiéis (Ap 20.10,14,15).

Aparentemente, eles serão os primeiros a sofrerem o tormento do lago que arde com fogo e enxofre. Os demais aliados serão mortos com a espada que sai da boca do Cristo vitorioso.

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.



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