segunda-feira, 16 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 16

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 16


As sete taças da ira de Deus são derramadas. Apocalipse 16.1-21.

A ordem imperativa de Deus aos sete anjos: “Ide e derramai sobre a terra as sete taças da ira de Deus “.

16.1 A grande voz vinda do templo é como a voz de Deus, já que nenhum outro ser celestial podia entrar no santuário celestial até que se consumassem as sete pragas dos sete anjos (Ap 15.8).

16.2 O efeito da primeira taça sendo derramada é uma terrível chaga sobre todos que têm o sinal da besta (Ap 13.16,17). Os egípcios enfrentaram uma aflição parecida durante a sexta praga do êxodo (Ex 9.9-11). Assim como o grande poder de Deus não podia ser negado pelos egípcios e por seus magos (v. 11), assim os infiéis serão incapazes de negar a justiça soberana de Deus à medida que as taças do juízo divino avançarem rapidamente (v.9,11,21).

16.3 A segunda taça transforma o mar em sangue, assim como a segunda trombeta (Ap 8.8,9). No entanto, apenas um terço do mar foi afetado pela trombeta (v. 8,9). Tal taça traz a morte de toda alma vivente no mar. Esse versículo é parecido com Exodo 7.17-21, no qual o rio Nilo é transformado em sangue; no entanto, o juízo aqui é infinitamente pior devido ao seu alcance global.

16.4 A terceira taça, como a terceira trombeta (Ap 8.10), tem como objetivo os rios e as fontes das águas. Dessa vez, no entanto, o impacto é mundial (compare com versículos 10,11), e as fontes de água se tornam em sangue no lugar de apenas se transformarem em absinto (v.l 1).

16.5 O anjo das águas provavelmente é o mesmo que derramou a terceira taça (v.4), e não outro. Como Deus é justo para sempre, Seu juízo sobre os habitantes da terra (v.10) e sobre suas obras violentas e injustas é perfeitamente justo.

16.6 Deus força os infiéis impenitentes (v.9) que derramaram o sangue do povo de Deus a beber sangue, a fim de vingar a morte dos mártires, como alguns deles pediram em Apocalipse 6.10. Santos são aqueles que estão separados por causa de seu relacionamento com Jesus Cristo. Em Apocalipse, os santos podem ser os cristãos em geral (Ap 5.8), ou aqueles crentes enfrentando perseguição e martírio (Ap 13.7). O termo profetas pode referir-se a todos os porta-vozes de Deus que foram mortos como resultado de perseguição, ou especificamente às duas testemunhas que profetizaram durante três anos e meio (Ap 11.3-13,18).

16.7 Em Apocalipse 6.9,10, os santos martirizados clamam a Deus para que Ele mostre a Sua justiça julgando os maus. Como o Senhor está agindo assim agora, os santos afirmam que o Seu juízo é verdadeiro e justo.

16.8 A quarta taça lembra a quarta trombeta em seu efeito sobre o sol (Ap 8.12). Porém, nessa praga, o calor do sol é intensificado, em vez de ser reduzido.

16.9 Aqueles que seguiram a besta blasfemam o nome de Deus, assim como a própria besta fez (Ap 13.5,6). Eles não podem argumentar contra a existência ou o poder do Altíssimo, mas, mesmo assim, não se arrependem nem dão glória a Deus (Ap 16.11,21). As boas-novas de Cristo ainda estão em vigor até a iminência de Sua volta (Ap 19.11-21), embora Ele seja rejeitado praticamente por todos os infiéis que ainda estão vivos.

16.10,11 A quinta taça se concentra contra o trono da besta, aparentemente em relação ao seu reino e à sua autoridade no mundo (Ap 13.7). A frase o trono de Satanás é usada em Apocalipse 2.13 para aludir à cultura satânica em Pérgamo como resultado do predomínio do culto ao imperador naquele lugar. (Todos os outros usos da palavra trono no Apocalipse referem-se ao trono do Senhor).

A escuridão relatada em Apocalipse 6.12-17 fez com que até mesmo os líderes mundiais temessem a ira do Cordeiro (Ap 6.16). Nesta data mais recente, a besta e seus seguidores ainda blasfemam o Deus do céu e recusam a arrependerem-se das suas obras.

Dores e chagas podem ser, em termos gerais, paralelos ao tormento sofrido pelos afligidos pelos gafanhotos demoníacos durante o juízo da quinta trombeta (Ap 9.5-10). No entanto, é mais provável que as dores se refiram ao abrasamento provocado pelo sol nos versículos 8 e 9, e chagas, aos efeitos da primeira taça (v.2).

16.12-14 A sexta taça inclui o rio Eufrates, da mesma maneira que a sexta trombeta (Ap 9.14). Os dois juízos lidam com forças militares diabolicamente inspiradas. O exército de duzentos milhões (v.16) matará um terço de toda a humanidade (v.l8); o exército nos versículos de 12 a 14 batalhará contra Deus (v.19-21).

16.12 Com a água do rio Eufrates completamente seca, a invasão do oriente seria muito mais fácil. Os reis que vêm do oriente são entendidos como os exércitos partas que ameaçaram a metade do império romano oriental, embora qualquer força poderosa da Ásia combinasse com a redação desse versículo.

16.13,14 Espíritos imundos espalharam palavras de autoridade do dragão (Satanás, Ap 12.9), da besta e do falso profeta — uma trindade diabólica. Haverá grande engano envolvido nos sinais (Ap 13.13,14) que são usados para convencer os reis de todo o mundo a reunirem-se para a batalha contra Deus.

Em Apocalipse 6.15,16, os reis da terra recuam de medo diante do julgamento do Cordeiro. Aqui, os governantes estão dispostos a guerrear contra o Todo-poderoso. A diferença parece ser a confiança deles no poder da besta, já que eles argumentam: Quem poderá batalhar contra ela? (Ap 13.4). A batalha do grande Dia acontece no Armagedom (v.16; 19.17-21).

16.15 Bem-aventurado indica que essa é a terceira das sete bem-aventuranças em Apocalipse (1.3; 14.13; 19.9; 20.6; 22.7,14). Venho como ladrão relembra o aviso de Jesus aos crentes para estarem vigilantes por causa da hora inesperada de Sua volta (Mt 24.43,44). 

16.16 O lugar da batalha falado no versículo 14 é o Armagedom, uma palavra hebraica que significa colina de Megido. Alguns acreditam que não é um local real, mas um símbolo da batalha final entre o bem e o mal. 

16.17 A sétima taça é o clímax de todos os juízos em Apocalipse. Está feito. Esse é o ato final do juízo de Deus antes de Cristo voltar.

16.18 Um grande terremoto, como nunca tinha havido antes, vai muito mais além das grandes destruições sismológicas ao longo da história e dos recentes terremotos em Apocalipse 6.12; 8.5; 11.13,19.

16.19,20 A grande cidade da Babilônia (Ap 11.8) parece ser o epicentro do mais destrutivo terremoto que o mundo verá. O tremor parece ocorrer no mundo inteiro, levando destruição às cidades das nações.

A Babilônia não ficou esquecida diante de Deus. Aqui, Ele age de acordo com a Sua promessa anterior, de que a Babilônia cairia (Ap 14-8) e o cálice da Sua ira seria dispensado (v.10). Babilônia, aqui, pode referir-se à reconstrução da antiga cidade, ou ser um nome simbólico para Roma (Ap 17.9). É possível que seja um modo de referir-se a qualquer sociedade humana cheia de orgulho que tente viver separada do Senhor. As clássicas manifestações de rebelião da Babilônia contra Deus são a Torre de Babel (Gn 11.1-9) e o império babilônico sob o comando de Nabucodonosor (Dn 4.30).

16.21 Saraiva caindo do céu, com cada pedra pesando cerca de 35kg (um talento), seria extraordinariamente destrutivo. Ainda assim, os infiéis blasfemaram de Deus, em vez de arrependerem-se (Ap 16.9,11). A essa altura, aparentemente, o coração deles está tão endurecido, que eles não responderão de forma adequada ao Senhor, independente de Sua demonstração de poder e juízo.

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.



sábado, 14 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 15

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 15




O capítulo 15 apresenta o cenário para o derramar das pragas contidas nas sete taças.

É uma preparação para o derramamento das sete taças.
Os sete Anjos já estão com as taças das últimas pragas. (1-8).

Ele consiste de três visões:

1) os anjos que esperam; 
2) os santos vitoriosos; 
3) os anjos emergentes.

O proximo capítulo, o 16, apresenta uma descrição de cada uma das sete pragas.

Os anjos que esperam (15.1).

Esse versículo realmente forma um cabeçalho para o conteúdo dos capítulos 15-16, mas nossa ênfase aqui é o capítulo 15.

João viu outro grande e admirável sinal no céu: sete anjos que tinham as sete últimas pragas, porque nelas é consumada a ira de Deus. Há um caráter final acerca disso. A linguagem mostra que essas pragas chegarão ao seu clímax.
Consumada, literalmente significa que elas foram “completas” ou “terminadas”. 
Ira é thymos, significa “raiva ardente”. 
O pecado, que afligiu a humanidade por tanto tempo, precisa ser erradicado.

Os santos vitoriosos (15.2-4).

João viu um como mar de vidro misturado com fogo (2). Provavelmente, esse é o mesmo mar de vidro relatado em 4.6. Lá ele é descrito como “semelhante ao cristal” em sua transparência. Aqui ele tinha uma incandescência rosada, como se estivesse misturado com fogo. Alguém sugere que “A incandescência ver¬melha do mar representava o fogo pelo qual os mártires passaram, e mais claramente, a ira prestes a cair sobre o mundo, que os havia condenado”.

Sobre esse mar vítreo, como se fosse um chão sólido, estavam parados os que saíram vitoriosos da besta, literalmente, “os que vinham vitoriosos da besta selvagem”. Um famoso Teólogo comenta: “Os conquistadores chegaram como vitoriosos 'saindo da' batalha com a besta selvagem, com sua imagem, e o número do seu nome”.' Esse número, é claro, é 666 (13.18). Esses vitoriosos têm as harpas de Deus; isto é, harpas que Deus tinha dado a eles, ou que pertenciam ao serviço de Deus. As harpas já foram mencionadas em 5.9 e 14.2.

Esses harpistas cantam e tocam. Eles cantam o cântico de Moisés, servo de Deus (3). O contexto mostra que a referência não é ao cântico final de Moisés em Deuteronômio 32. Em vez disso, trata-se do hino de louvor cantado no mar Vermelho quando Deus libertou os israelitas dos egípcios perseguidores (Êx 15). Esse hino também era um cântico de livramento da besta ameaçadora.

Mas eles também cantaram o cântico do Cordeiro. Eles são vitoriosos com Cristo sobre todo o poder do inimigo. Para as pessoas da época de João, isso significava o impe¬rador perseguidor. Para os cristãos de várias épocas, têm ocorrido muitas aplicações. No fim dos tempos, será a vitória sobre o Anticristo.

O hino de adoração encontrado no restante do versículo 3 e no versículo 4 é composto quase que inteiramente de palavras e frases do Antigo Testamento (Sl 86.8-10; 111.2; 139.14; Am 4.13). Deus é louvado pelas suas obras maravilhosas. A frase Rei dos san¬tos não recebe muito apoio dos melhores manuscritos. A escolha fica entre “Rei das na¬ções” ou “Rei dos reis” ou “Senhor dos Senhores”. O contexto pode favorecer levemente a frase “Rei das nações”, que é o que a besta afirmava ser para confundir os ainda Cristãos  mas principalmente o povo Judeu. No fim, todas as nações virão e se prostrarão diante de ti, o verdadeiro justo juiz. (4). Por que juízos ou ( dihaiomata) atos justos  são manifes¬tos (“se tornaram manifestos”, NVI).

Os anjos emergentes (15.5-8). 

João escreve: E, depois disto (gr., dessas coisas), olhei (“vi”, mesmo verbo que no v. 1), e eis que o templo (santuário) do tabernáculo do testemunho se abriu no céu (5). Aqui o autor de Apocalipse prefere a referência ao Tabernáculo, chamado de “tenda do Testemunho” (Nm 9.15) em vez de referir-se ao Templo posterior. O autor da epístola aos Hebreus faz a mesma coisa. Isso provavelmen¬te ocorre porque seu plano foi dado por revelação divina.

Os sete anjos que tinham as sete pragas saíram do templo. Eles estavam vestidos de linho puro e resplandecente, com cintos de ouro, como os sacerdotes no Templo. Um dos quatro animais (“criaturas viventes”; (Ap 4.6) deu aos sete anjos sete salvas de ouro, cheias da ira de Deus (7). 

A palavra grega para salvas, “phiale”, é encontrada somente em Apocalipse (Ap 5.8; 15.7; 16.1-17; 17.1; 21.9). Ela significa “uma taça rasa, usada para derramar libações, etc”. Outros significados atuais de salva podem induzir ao erro. Diversas traduções trazem “sete taças de ouro”.

Esse Deus, cuja ira será derramada sobre os rebeldes, é o que vive e Reina para todo o sempre. O autor de Hebreus adverte que “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31). Nesse momento o templo encheu-se com a fumaça da glória de Deus e do seu poder (8). Observemos que: “Fumaça é um símbolo da Presença Divina no AT quando a majestade impressionante de Deus se manifestava”. Ninguém podia en¬trar no santuário até que se consumassem (ou se “completassem”) as sete pragas (cf. Êx 40.35; 1 Rs 8.10).

Com intuito de melhores esclarecimentos sobre Apocalipse Capítulo 15 é importante estas considerações abaixo. Vejam os blocos de versículos para maior compreensão.

15.1-4 Outro sinal misterioso, grande e espantoso acontece. 

Em meio a passagens assustadoras, a “Canção de Moisés” ou o “ Cântico de Moisés” de Êxodo 15.1-21 nos fala das grandes e maravilhosas obras de Deus e de que, finalmente, todas as nações anunciarão sua glória e o adorarão. Se a sua confiança está depositada no amor de Deus manifestado de forma especial através de Jesus, você não precisa ter medo do que lê aqui: lembre-se de quantas vezes nos evangelhos aparece a mensagem “não tenham medo” e da qualidade da paz que Cristo nos oferece, que não é “como o mundo a dá” Jo 14.27 e que, de tão profunda e maravilhosa, “ninguém consegue entender” (Fp 4.7).

15.5-8 se abriu no céu o templo. 

Um momento de aquietação perante a presença divina, o Deus cheio de graça que se manifesta com poder. O Apocalipse nos aponta os juízos do Senhor: Deus reina soberano e tem cuidado de todos nós, e agora vai levar a maldade humana até sua consequência final, um dos quatro seres vivos. Indica que o juízo será executado a partir da própria natureza (Ap. 4.6-8); isso provavelmente quer dizer que as catástrofes serão percebidas como algo "natural", como consequência de nosso modo de lidar com a natureza.

As sete taças de ouro cheias da ira de Deus. Aqui se prepara o cenário do último juízo, em que toda maldade será finalmente cobrada e castigada, especialmente contra as instituições que perseguiram o seu povo. 

Portanto as sete últimas pragas, as sete taças da ira de Deus, não são despejadas sobre os cristãos, mas sobre todos os que não aceitaram a oferta de salvação pelo sacrifício de Jesus e nem lutaram pir sua salvação nos tempos da grande tribulação.  Estas profecias nos levam a uma reflexão sobre acontecimentos atuais que são um prenúncios do que está por vir. Compete a nós estarmos atentos e vigilantes como as virgens prudentes de Mateus 25, porque à meia-noite (o dia e a hora do arrebatamento) noivo vai passar. 

Todos os que tiverem azeite (o Espirito Santo) suficiente (vida espiritual em comunhão com Deus), serão arrebatados e irão morar na glória eterna com o Senhor Jesus, (que na parábola das dez virgens representa o noivo).


Trazemos abaixo uma retrospectiva mais abrangente do capítulo 15 de Apocalipse. 


15.1 Outro sinal é um retrospecto de Apocalipse 12.1,3, onde o simbolismo da mulher e do dragão também apareceu no céu. Esse sinal é grande e admirável, aparentemente porque lida com as sete últimas pragas enviadas pelo Senhor. As pragas, as taças da ira de Deus (Ap 16.1), são muito mais fortes e mais difundidas do que os juízos das trombetas em Apocalipse 8.2-11.19. A ira de Deus é consumada com as sete últimas pragas (Ap 15.1-19.5), que são imediatamente seguidas pela segunda vinda de Jesus e pelas bodas do Cordeiro (Ap 19.6-21).


15.2 Um mar de vidro é mencionado em Apocalipse 4.6 como um lugar de adoração diante do trono de Deus. Aqui, ele é visto misturado com fogo, o que geralmente é um sinal do juízo divino. O fogo mostra que a ira do Senhor, agindo em juízo, alcançou o seu auge. O mar de vidro também tipifica a vitória do Senhor para todos os Seus vencedores. Os que saíram vitoriosos sobre a besta são mártires fiéis a cristo que não amaram a sua vida até à morte (Ap 12.11).


15.3,4 O cântico de Moisés é uma referência a Êxodo 15.1-18, quando Israel celebrou a sua libertação da escravidão do Egito, principalmente do exército de faraó (Ex 14). Esse louvor, lembrando a grande redenção do Antigo Testamento, era entoado pelos judeus em suas reuniões do Sábado, assim como pelos primeiros cristãos na Páscoa.


O cântico do Cordeiro compara a obra consumada e redentora de Jesus Cristo com a libertação de Deus no êxodo. Talvez os que venceram no versículo 2 estejam seguros no outro lado, e os intensificados juízos dos capítulos anteriores sejam comparáveis à destruição culminante do exército de faraó quando o mar Vermelho se fechou sobre ele. Considerando as grandes obras e o caráter de Deus, cada pessoa deveria temer o Senhor e glorificar o Seu nome confiando em Jesus Cristo.

A expressão todas as nações é a mesma encontrada em Mateus 28.19 e Lucas 24-47, expressando a extensão da Grande Comissão, a ordem de Jesus para proclamar as boas-novas a todos os povos. Adorar significa prostrar-se, trazendo à memória a descrição de Paulo da época em que todo joelho se dobrará diante de Jesus Cristo, o Senhor (Fp 2.10,11).


15.5 O templo do tabernáculo associa a poderosa imagem do templo celestial em Apocalipse 11.19 com os fortes paralelos no capítulo 15 para o período do êxodo, quando a presença majestosa de Deus era claramente vista no tabernáculo. O tabernáculo do testemunho chama a atenção para a Lei ou para as tábuas do testemunho dadas a Moisés (Ex 31.18; 32.15).No novo céu e na nova terra, o tabernáculo de Deus estará com os crentes porque Ele habitará eternamente com eles (Ap 21.3).


15.6 Sete anjos se apresentam para administrar as sete pragas, as quais são as últimas pragas (v.1) que Deus enviará antes de Cristo voltar. Vestidos de linho puro e resplandecente e cingidos com cintos de ouro. Como as suas vestimentas significam pureza e justiça, os anjos são representantes da justiça perfeita.


15.7 As salvas (ou taças) de ouro cheias de ira lembram aquelas que, em Apocalipse 5.8, carregam incenso, representando as orações dos santos.


15.8 A fumaça que encheu o templo tinha origem no poder e na glória de Deus e proibia o acesso ao Santo dos Santos. A fumaça significava a determinação de Deus para trazer juízo como uma expressão de Seu caráter e Sua autoridade. O juízo agora é irreversível, sem lugar para intercessão. (Lm 3.44).

Deus abençoe você e sua família



Pr. Waldir Pedro de Souza 

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 


quinta-feira, 12 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 14

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 14


Este capítulo 14 do Apocalipse trata de episódios que são passados em número de sete. Entre esses fatos episódicos destacamos:

O Cordeiro e os seus remidos no Monte Sião.  (1-5).

Tres Anjos proclamam os juízos de Deus. (6-13).

A ceifa e a vindima. (14-20).

14.1 O monte Sião é um sinônimo para a Jerusalém, colocando em evidência o local onde o templo foi construído. Existe alguma dificuldade em decidir se é uma referência ao monte Sião terrestre ou ao celestial (Hb 12.22). Os cento e quarenta e quatro mil trazem na fronte escritos o nome de Deus, no lugar do nome da besta (Ap 13.17). Em Apocalipse 7.2-4, a proteção para esse grupo é citada como um selo na fronte deles. O objetivo é que seja um contraste à marca da besta (Ap 13.16,17), ou pode ser um sinal visível apenas no céu, ou na nova terra e no novo céu (Ap3.12; 22.4).

14.2,3 O cântico novo provavelmente é aquele cantado diante do trono de Deus, em Apocalipse 5.9,10. Como essa canção é sobre a redenção e a vitória em Cristo, parece que apenas os que já estão no céu e aqueles comprados da terra, como os cento e quarenta e quatro mil, têm permissão para aprendê-lo.

14.4 Virgens simbolizam a pureza espiritual (2 Co 11.2). Os crentes redimidos não se comprometerão com o mal; eles rejeitarão a falsa doutrina e se recusarão a adorar a besta. No Novo Testamento, as primícias são a primeira parte de uma safra, indicando uma colheita muito maior a ser feita posteriormente (1 Co 16.15). De vez em quando, o termo enfatiza apenas a natureza santificada de um sacrifício (Tg 1.18). Certamente, o comprometimento dos 144 mil com Deus enfatiza que eles são santos, separados para o Senhor. No entanto, a oferta contínua do evangelho (Ap 14.15) também indica que muitos outros crerão em Jesus Cristo (v.12,13).

14.5 Os 144 mil não eram livres de pecado em sua vida terrena (Rm 3.23), mas não se achava engano neles pois eram irrepreensíveis em relação ao seu testemunho de Cristo. Em especial, não tinham participação na falsidade, porque rejeitaram a mentira do anticristo (2 Ts 2). Eles eram irrepreensíveis e sem engano porque recusaram a marca da besta.

14.6,7 O anjo que prega o evangelho a toda nação, e tribo, e língua, e povo ajuda a cumprir a promessa divina de que o evangelho será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes (Mt 24.14) antes da volta de Cristo. No Apocalipse, a palavra evangelho, que literalmente significa boas-novas, é usada apenas aqui. Mesmo nesse estágio do juízo de Deus, Ele continuava a oferecer vida eterna ao mundo (Jo 3.16). A mensagem do evangelho, a essa altura, pede aos infiéis que temam a Deus e deem glória a Ele, para escaparem da hora do seu juízo. Anteriormente, algumas pessoas tinham respondido dessa maneira depois do milagre da ressurreição das duas testemunhas (Jo 11.11-13). A atividade desse anjo pode estar acontecendo nos “bastidores”, estimulando uma proclamação mundial do evangelho por aqueles que declararão a verdade até mesmo à custa de sua própria vida.14.8 — Um segundo anjo proclama parte das más notícias do juízo àqueles entre todas as nações (Mt 28.19) que não receberão as boas novas do evangelho (v.6). A Babilónia é mencionada pela primeira vez em Apocalipse e passa a ser o foco do juízo divino na parte seguinte (Ap 16-18). A Babilónia é a grande cidade; anteriormente, esse termo foi usado para descrever a cidade onde nosso Senhor foi crucificado (Ap 11.8).

14.9-11 Um terceiro anjo anuncia com uma grande voz o trágico destino eterno de quem rejeita a oferta do evangelho (v. 6,7) e adora a besta (Ap 13). Em Romanos, Paulo fala sobre a ira de Deus descendo dos céus (Rm 1.18) contra os infiéis, conforme o Altíssimo permite que eles recebam as justas consequências de seu comportamento pecaminoso. Em Apocalipse 6.17, o grande Dia da sua ira foi anunciado (Ap 11.18). Agora, será experimentado em toda a sua extensão por aqueles que seguiram a besta. Na recente fúria de Deus, os infiéis que adoram a besta serão atormentados para todo o sempre, sem repouso de dia e de noite.

14.12 A paciência dos santos repercute em Apocalipse 13.10, assim como o lugar de João como companheiro de seus leitores na paciência de Jesus Cristo (Ap 1.9). Aqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus, mesmo em tempos de muita dificuldade (Ap 13), receberão uma bênção divina especial (v.13).

14.13 A expressão bem-aventurados sinaliza a segunda das sete bem-aventuranças em Apocalipse (Ap 1.3; 16.15; 19.9; 20.6; 22.7,14). Seis das sete bem-aventuranças estão agrupadas na última terça parte do livro de Apocalipse, talvez como promessa para encorajar respostas cristãs exemplares em tempos de circunstâncias de extrema dificuldade no fim dos tempos. Desde agora pode significar a partir do ponto da tribulação ao qual João está referindo-se, ou desde a época em que João estava escrevendo aos seus leitores originais. Descanso espiritual está disponível a qualquer um que se achega a Jesus Cristo pela fé (Mt 11.28). O Senhor falou aos mártires debaixo do quinto selo que repousassem ainda um pouco de tempo (Ap 6.11), até que o plano de Deus estivesse terminado. Aqui também é dito aos crentes que morreram que descansem dos seus trabalhos, sabendo que suas boas obras serão lembradas e recompensadas (1 Tm 5.25).

14.14,15 A referência ao Filho do Homem com uma coroa de ouro na Sua cabeça indica que a figura é Jesus Cristo (Ap 1.13; Dn 7). Algumas pessoas, no entanto, hesitam em fazer essa identificação, principalmente porque outro anjo dá a ordem para a primeira figura ceifar, o que parece impróprio se o semelhante ao Filho do Homem é Cristo.
Ainda assim, não existe nenhuma impropriedade em ter um representante de Deus Pai transmitir em confiança juízo para o Filho do Homem (Jo 5.22). O Filho julgará a humanidade como aquele que compartilha a natureza humana. Uma foice aguda de pedra ou ferro era a ferramenta básica para a antiga ceifa de grãos. Como as 144 mil testemunhas foram recebidas por Deus como as primícias (v.4) de Sua colheita, o restante da colheita da terra, com certeza, já está maduro tanto para a salvação (Mt 13.37-43) como para o juízo.

14.16 O poder do Filho do Homem, Jesus Cristo, é demonstrado nisso: ao meter a Sua foice uma só vez, a colheita da terra é ceifada. Isso retrata os acontecimentos dos capítulos 16-19 como partes de uma rápida sucessão de juízos. Desse modo, esse juízo é experimentado pelos habitantes do mundo inteiro.

14.17,18 Outro anjo é designado para a colheita dos cachos da vinha que também estão maduros, significando serem merecedores de juízo. O outro anjo, citado como tendo poder sobre o fogo, pode ser o anjo no altar em Apocalipse 8.3-5. Talvez o fogo queime o joio ou a palha separada na colheita (Mt 13.38-43).

14.19,20 Um lagar era uma tina na qual os trabalhadores pisavam as uvas com os pés descalços, fazendo com que o suco escoasse para um barril. Esse sinal da ira e juízo de Deus (Is 63.3), comum no Antigo Testamento, aparentemente explica também como o vinho da ira de Deus (v.10) é produzido. A imagem do lagar é simbólica para uma quantidade inacreditável de sangue derramado. Essa descrição de um rio de sangue indica uma carnificina sem paralelo.

Mil e seiscentos estádios são, aproximadamente, 32km, Esse grande derramamento de sangue provavelmente é o resultado da vitória de Cristo sobre os exércitos humanos reunidos (Ap 19.17-19), já que Ele retorna antes da ceia do grande Deus (v.17), que alguns associam à batalha do Armagedom (Ap 16.16).

Rememorando e simplificando os principais temas das verdades Apocalípticas deste capitulo 14.

14.1-5 Vi o Cordeiro em pé no monte Sião. 

O momento de encontro com o ser de Deus revela a reverência diante da magnitude do Senhor. Ele é santo e puro, e na sua presença também estaremos totalmente purificados. Uma vez que estas passagens estão repletas de simbologia, ou seja, de figuras que apontam para uma realidade mais profunda, precisamos tomar cuidado para não fazer delas uma leitura legalista que nos levaria para conclusões discordantes dos ensinos de Jesus e de todo o restante do Novo Testamento. Assim, ao descrever aqueles que foram "comprados por Deus", o texto descreve uma forma de santidade que, se fosse entendida de forma literal, não simbólica, destoaria do que Cristo afirma, ou seja, que seus seguidores se caracterizariam sobretudo pelo amor a Deus, entre si, e aos demais. Lembremos que a santidade do cristão é resultado de uma ação do Espírito Santo em sua vida e se expressa primeiramente de uma forma positiva, por sua boa atuação no mundo, e só secundariamente se manifesta de forma negativa, por aquilo que ele não faz.

14.3 Os cento e quarenta e quatro mil. 

Este número, em vez de ser um grupo especial, representa provavelmente a totalidade do povo de Deus (12x12x1000), salvo e santificado pelo Cordeiro. Veja o quadro "Os números no Apocalipse" (Ap 4).

14.4-5 nem cometeram nenhuma falta. 

Enquanto na terra a verdadeira Igreja é perseguida e as testemunhas de Cristo são mortas, Deus revela que estão absolutamente todos no céu com Jesus, e todos são completamente puros, santificados e perfeitos, não haviam tido relações com mulheres. Refere-se provavelmente ao contraste com os cultos idólatras que incluíam a prostituição (2.14), mas aqui representa especialmente a purificação plena que os crentes terão no céu (tanto homens quanto mulheres), onde não há mais casamento humano, mas sim a união com o próprio Jesus Cristo, as "bodas do Cordeiro" (Ap 19.7; Ef 5.31-32).

14.6-20 chegou a hora de Deus julgar a humanidade. 

Novamente os cristãos são encorajados a aguentar o sofrimento com paciência e serem fiéis, o que consiste em obedecer aos mandamentos de Deus e ser fiéis a Jesus (v. 12), numa espécie de demonstração de harmonia entre Antigo e Novo Testamentos.

É apresentada bem resumidamente a proclamação do evangelho, que leva ao juízo, ao fim da civilização sem Deus ("Babilônia") e ao castigo eterno de todo o sistema maligno com seus monstros (cap. 13) e adoradores, retirando toda a vida do mal. Apesar de tanta destruição, a Bíblia garante que todo sofrimento terá um fim na vinda do Senhor (cap. 19) ou antecipadamente, com nossa morte (v. 13). Se muitas vezes parece que Deus não se importa com nosso sofrimento, os anjos que trazem as taças com as pragas (caps. 15-16) mostram que ele vingará toda vida ceifada por amor a Ele.

14.14-20 uma nuvem branca. Referência à profecia de Dn 7.13, que descreve a volta de Jesus à terra para executar o juízo final. Em outras passagens da Bíblia é referido o arrebatamento, o encontro dos cristãos com Jesus nos ares. (1 Ts 4.16-17). Mt 24 2 Ts 2).

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.