COISA ESTRANHA NO CULTO É UMA DERROTA PARA A IGREJA.
A - Muitos cultos hoje são para exaltação do líder e da beleza dos templos e não para adoração plena a Deus, conforme está escrito no salmo 100.
1 Coríntios 14:26-39 nos ensina sobre a necessidade de ordem no culto.
26 Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. 27 E, se alguém falar língua estranha, faça-se isso por dois ou, quando muito, três, e por sua vez, e haja intérprete. 28 Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja e fale consigo mesmo e com Deus. 29 E falem dois ou três profetas, e os outros julguem. 30 Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. 31 Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros, para que todos aprendam e todos sejam consolados. 32 E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas. 33 Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos. 34 As mulheres estejam caladas nas igrejas, porque lhes não é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. 35 E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é indecente que as mulheres falem na igreja. 36 Porventura, saiu dentre vós a palavra de Deus? Ou veio ela somente para vós? 37 Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor. 38 Mas, se alguém ignora isso, que ignore. 39 Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar e não proibais falar línguas.
Há uma busca constante de se respeitar e de ter reverência em tudo o que se relaciona ao que é sagrado, principalmente as ordenanças de Deus sobre o culto e até sobre os objetos consagrados para a adoração a Deus.
Muitos cultos de hoje são perturbados por aqueles que chegam atrasados, por toques de celulares, crianças chorando ou correndo e por aqueles que habitualmente, na hora do sermão, precisam ir ao banheiro. Há também os que se distraem por gracejos de alguma criança ou por algo que é visto através das janelas, aqueles que cochicham e riem dos outros nos cultos. Outros conferem o relógio para saber quanto tempo ainda falta para o culto terminar. E ainda há aqueles que se vestem de forma inadequada para o culto. Estaríamos hoje mais livres em relação ao rigor do passado ou estes seriam sinais de falta de respeito ao que é sagrado? Parece que é mesmo o sinal dos fins dos tempos.
B - Ao adentrarmos no templo para adorarmos a Deus, devemos estar em plena reverência porque vamos prestar culto ao Senhor Jesus.
De forma geral a reverência é o respeito por aquilo que consideramos importante. De forma específica, a reverência designa o respeito às coisas sagradas. Ela demonstra nosso conhecimento e valor sobre as coisas e as ordenanças de Deus, do que Ele fez por nós em Cristo Jesus e também daquilo que compreendemos sobre o culto. Somos seres humanos e passíveis ao erro, mas não podemos concordar com o desrespeito com as coisas de Deus. O culto é o momento especial de adoração a Deus. O templo foi erigido e consagrado para adoração a Deus e púlpito é o local especial do líder, ou do pastor e ou do pregador pregar o evangelho do Senhor Jesus e não para outras atividades como política por exemplo.
C - Não há regras na Bíblia para a reverência no culto. O Novo Testamento se limita a dizer que tudo seja feito com “decência e ordem” (1 Coríntios 14:40). Há, porém, exemplos que inspiram o respeito ao que é sagrado, a começar pelos anjos do Céu que dizem “Santo, Santo, Santo, é o Senhor Todo-Poderoso”, (Isaías 6:3). Na Bíblia, são mencionadas atitudes que demonstram reverência, entre elas: a saudação, o inclinar-se e o ajoelhar-se em sinal de respeito, (Gênesis 18:2; Salmos 95:6; Atos 10:25). Moisés inclinou-se ao chão para adorar o Senhor, (Êxodo 34:8). O apóstolo João viu este gesto até mesmo no Céu, (Apocalipse 7:14). Os magos do Oriente “se ajoelharam diante do menino Jesus e o adoraram”, (Mateus 2:11). O fato de o culto ser um encontro entre o Senhor e a sua Igreja faz com que seja natural que seu ambiente se revista de reverência e respeito. A reverência, porém, não deveria vir por obrigação ou por medo; deveria estar embasada pelo respeito natural e com boa pitada de alegria.
D - Carta aberta endereçada ao pastor da igreja em Pérgamo. A igreja que oferecia fogo estranho no altar, de outras maneiras, mas eram semelhantes em seus propósitos.
A igreja em Pérgamo se encontrava numa situação difícil, deplorável, quase beirando ao fracasso espiritual total, porque a igreja desviou-se do principal propósito de Deus que era e sempre foi o de evangelizar e ganhar almas para o Senhor Jesus. Atualmente existem muitas igrejas e muitos ministérios que estão numa competição para ver quem piora mais a situação espiritual das igrejas, só pensam em se enriquecer financeiramente, enquanto a vida espiritual já foi para a lama do pecado há muito tempo.
Por todos os lados, os vizinhos praticavam idolatria e deram honras aos governantes romanos como se fossem deuses. Os cristãos abandonaram a verdade do Senhor, o único verdadeiro Soberano Deus que merece toda a honra e toda a glória. Mas, tanta influência de falsas doutrinas teve um impacto negativo naquela igreja, poluindo a congregação com doutrinas falsas que incentivavam os irmãos a praticaram idolatrias e imoralidades. Jesus chama a igreja ao arrependimento para evitar o castigo divino, mas continuaram a oferecer fogo estranho no altar.
1 – A carta ao Anjo da Igreja em Pérgamo diz o seguinte: (Apocalipse 2:12-17).
A igreja em Pérgamo (12): O único livro do Novo Testamento que cita a cidade ou a igreja em Pérgamo é o Apocalipse. Com a ajuda dos romanos, Pérgamo ganhou independência dos selêucidas em 190 a.C., e passou a fazer parte do império romano a partir de 133 a.C. Durante mais de 200 anos, foi a capital da província romana da Ásia. Teve a maior biblioteca fora de Alexandria, Egito. Foi o povo de Pérgamo que começou a usar peles de animais para fazer pergaminho, substituindo o papiro.
Aquele que tem a espada afiada de dois gumes (12): A espada representa autoridade e o poder para julgar e castigar. É Jesus, e não o governo romano, que segura esta espada (1:16).
2 - Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás (13): Os cristãos em Pérgamo eram vizinhos do diabo. Jesus, sempre vigiando para ajudar o seu povo, sabia muito bem da circunstância difícil naquela cidade. Desde 29 a.C., foi o local de um templo dedicado a Roma e Augusto (idolatria oficial do governo romano). Mais tarde, foram erigidos outros templos para a honra dos imperadores Trajano e Severo. Além desses templos para o culto imperial, o povo de Pérgamo adorava outros “deuses”, tais como Zeus, Atena, Dionísio e Asclépio. Encontramos em Pérgamo uma mistura dos poderes do mal, religiões falsas e o poder oficial do governo romano, caracterizando um verdadeiro culto ao satanismo dentro da igreja. Enquanto seus vizinhos sacrificavam aos demônios, (veja 1 Coríntios 10:19-20), os discípulos de Cristo reconheciam o único Deus como Senhor.
3 - E que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas (13): Jesus elogia a perseverança dos cristãos de Pérgamo, que foram fiéis à fé de Jesus, mesmo sob perseguição intensa. A minha fé (a fé de Jesus) é a palavra de Cristo revelada aos homens (veja Judas 3). Antipas é mencionado somente aqui. Evidentemente foi um mártir, provavelmente da própria congregação em Pérgamo. Foi morto entre eles, na cidade onde Satanás habitava. Antipas se mostrou fiel até a morte (veja 2:10). Testemunha vem da palavra grega martus. É a mesma palavra usada para descrever Jesus em 1:5. Com tempo, passou a ser usada para identificar pessoas que morreram por seu testemunho de fé, e assim usamos a palavra mártir.
4 - Tenho, todavia, contra ti algumas coisas (14): Apesar da perseverança dos cristãos em Pérgamo, haviam problemas graves ameaçando o bem-estar da congregação. Eles se mostraram tolerantes em relação a falsas doutrinas, especificamente dois erros citados nesta carta.
5 – O fracasso dos desvios doutrinários.
A doutrina de Balaão (14): A descrição da doutrina de Balaão refere-se à história do Velho Testamento (Números 22-25; 31:16). No final dos 40 anos de peregrinação, os israelitas chegaram perto da terra prometida. Acamparam-se nas campinas de Moabe, e os moabitas e midianitas ficaram amedrontados. Balaque chamou Balaão para amaldiçoar o povo, mas Deus frustrou todas as suas tentativas de falar contra os israelitas. Balaão desistiu de suas maldições, mas procurou outra maneira de vencer o povo de Israel. Deu o conselho de convidá-los a participarem de uma festa idólatra. Nesta festa, muitos israelitas se envolveram na idolatria e na imoralidade, e Deus mandou uma praga que matou 24.000 israelitas.
6 - A doutrina de Balaão foi a doutrina que Balaão ensinava, não apenas a doutrina sobre a pessoa de Balaão.
Semelhantemente, a doutrina de Cristo não é apenas o ensinamento sobre a pessoa de Cristo. A doutrina de Cristo inclui o que Jesus ensinava. Considere a importância deste fato em relação a textos como Tito 2:10; Hebreus 6:1e 2 João 9. Se alguém for além do ensinamento dado por Jesus, não tem Deus.
Na igreja em Pérgamo, algumas pessoas agiam como Balaão. Incentivavam o povo a tolerar outras religiões, até participando da idolatria e da prostituição. A sua doutrina foi basicamente igual às idéias atuais de pluralismo (aceitação de diversas religiões como igualmente boas) e sincretismo (juntando duas ou mais religiões).
7 - A doutrina dos nicolaítas (15): A Bíblia não identifica esta doutrina. Mas, diz que Jesus odiava as obras dos nicolaítas e elogia os efésios por rejeitar esses ensinamentos (2:6). Infelizmente, a igreja em Pérgamo tolerava esses falsos mestres.
8 - Não devemos tolerar as heresias e as falsas doutrinas.
Deus condena a tolerância de falsas doutrinas. Às vezes, os homens valorizam tanto a unidade entre pessoas (dentro de uma congregação ou até entre congregações diferentes) que desvalorizam a doutrina pura de Jesus. Toleram falsos ensinamentos e até práticas proibidas, como a imoralidade e a idolatria, mas insistem na importância de manter uma “igreja unida”. Se persistir nesse erro, o próprio Jesus trará o castigo. A unidade entre discípulos é importante, mas a pureza da palavra é mais importante do que a paz entre homens (Tiago 3:17). Uma igreja que serve a Jesus necessariamente rejeitará falsos mestres e suas doutrinas erradas.
9 – Apocalípse 2:16 diz: - 16. Portanto, arrepende-te, pois; quando não, em breve virei a ti e contra eles batalharei com a espada da minha boca.
O arrependimento exigido aqui é do pastor e também da igreja em geral, pois toleravam esses falsos mestres. Os professores das doutrinas de Balaão e dos Nicolaítas precisariam se arrepender, também, ou serem rejeitados na igreja. (veja Romanos 16:17-18; Tito 3:10-11).
Uma igreja que tolera falsos professores se torna cúmplice do pecado. Se ela não se arrepender, Jesus usará a espada de dois gumes (2:12; 1:16) para trazer seu castigo sobre ela. Quem tem ouvidos, ouça (17): Como em todas as sete cartas, Jesus chama os ouvintes a darem a atenção devida a sua palavra.
10 - O vencedor tem promessas de vitórias.
Ao vencedor (17): Todas as cartas, também, incluem a promessa sobre a vitória. Aqueles que persistem até o final receberão a recompensa. Nesta carta, a bênção para o vencedor é descrita em duas partes:
Ao vencedor o direito de receber o maná escondido. Aqueles que recusaram qualquer participação na mesa dos demônios seriam sustentados pelo maná de Deus. Jesus é o maná dado pelo Pai (veja João 6:31-65). Ele sustenta os fiéis e lhes dá vida. A mensagem de Jesus continua oculta para os sábios deste mundo (veja 1 Coríntios 2:6-10).
Ao vencedor o direito de receber uma pedrinha branca. Uma pedrinha branca com um novo nome. Um nome novo frequentemente sugeria uma nova direção na vida, especialmente de uma pessoa abençoada por Deus (exemplos: Abrão > Abraão; Sarai > Sara; Jacó > Israel). Em Isaías 62:2-4, Desamparada e Desolada recebem nomes novos: Minha-Delícia e Desposada, mostrando a bênção de estar com Deus. Veja, também, 3:12.
11 - A pedrinha branca pode incluir vários significados, conforme os costumes da época. Pedras brancas foram usadas para indicar a inocência de pessoas acusadas de crimes; Jesus inocenta os seus seguidores fiéis. Pedras brancas foram dadas a escravos libertados para mostrar sua cidadania; os fiéis não são mais escravos do pecado, pois se tornaram cidadãos da pátria celestial (Filipenses 3:20). Foram usadas pelos romanos como um tipo de ingresso para alguns eventos; Jesus permite os fiéis entrarem na presença dele para o seu banquete (veja 19:6-9). Também foram dadas aos vencedores de corridas e aos vitoriosos em batalhas. Os fiéis são vencedores e portanto receberão este prêmio, (2 Timóteo 4:7-8).
12 - Devemos imitar a perseverança dos discípulos e dos verdadeiros Cristãos em Pérgamo, mantendo firme a nossa fé, mesmo se encararmos ameaças e perseguições.
Ao mesmo tempo, não devemos negligenciar outras responsabilidades diante de Deus. Servimos um Deus santo, puro e verdadeiro e devemos manter e defender a doutrina pura que ele revelou. Qualquer doutrina que incentiva a idolatria ou a imoralidade vem do diabo.
13 – Outrossim esta carta para a Igreja de Pérgamo, registrada em Apocalipse 2:12-17, é uma das mais reveladoras e desafiadoras das sete cartas às igrejas da Ásia, porque mostra as entranhas daquilo que era certo e daquilo que era errado na igreja. Demonstra também tudo aquilo que se passa na igreja moderna de hoje em dia, apenas sendo atualizada suas prerrogativas e funções da nossa época. Com uma mensagem endereçada diretamente ao “anjo da igreja” ou o pastor, vinda do próprio Senhor Jesus Cristo. Na qual Jesus se apresenta como “aquele que tem a espada afiada de dois gumes”, simbolizando Sua autoridade para julgar. Sob o qual podemos observar que não era apenas um recado do apóstolo João, mas sim uma comunicação direta do Senhor Jesus, revelando Sua disposição para trazer julgamento e correção àquela igreja. Jesus destaca tanto a fidelidade quanto os pecados presentes naquela igreja. Vamos ver o contexto histórico e espiritual dessa igreja desafiada por influências pagãs e políticas como nos dias de hoje, bem como aprender as mais importantes lições para nos mantermos fiéis ao Senhor Jesus. “E ao anjo da igreja que está em Pérgamo escreve: Isto diz aquele que tem a espada aguda de dois fios (ou dois gumes ou dois lados). Conheço as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita. Mas algumas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para que comessem dos sacrifícios da idolatria, e se prostituíssem. Assim tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu odeio. Arrepende-te, pois, quando não em breve virei a ti, e contra eles batalharei com a espada da minha boca. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe”. (Apocalipse 2:12-17).
14 - Pérgamo era uma proeminente cidade da Ásia Menor, tem um nome que significa “casado” ou “casamento”. Este nome reflete a ideia de união ou compromisso, o que é particularmente relevante no contexto da Igreja de Pérgamo.
Em um sentido espiritual, a cidade é vista como uma metáfora para a Igreja como a “noiva de Cristo”. Chamada a manter-se fiel e pura em seu relacionamento com Deus. A história e a condição da cidade também destacam a tensão entre a fidelidade a Deus e a pressão para se conformar com as práticas pagãs e políticas do mundo ao redor. Portanto, o nome Pérgamo, além de descrever uma localidade histórica, simboliza um chamado à pureza e ao compromisso espiritual.
15 - Pérgamo, hoje é a atual cidade chamada Bergama, localizada na atual Turquia, era uma cidade proeminente na Antiguidade. Construída sob uma montanha muito alta e íngreme, Pérgamo tinha no topo uma torre erguida pelos senhores da Ásia Menor, que ainda permanece. A igreja representada por Pérgamo tinha sua sede principal em Roma, onde Satanás habitava, Apocalípse 2.13, (e habita conforme Apocalípse capítulo 19). Esse local também significa exaltado. No período helenístico, Pérgamo se destacou como um dos principais centros culturais e intelectuais. Governada pela dinastia Atálida, a cidade floresceu economicamente e culturalmente. Além disso, Pérgamo abrigava uma das bibliotecas mais importantes do mundo antigo, rivalizando com a famosa Biblioteca de Alexandria. Este fato atraiu muitos estudiosos e filósofos para a cidade. Pérgamo também era famosa por seu grande altar de Zeus, considerado uma das maravilhas do mundo antigo. Durante a era romana, Pérgamo continuou a prosperar. Tornou-se a capital da província romana da Ásia. A cidade se tornou um importante centro administrativo e religioso. O culto ao imperador era uma prática comum, consolidando ainda mais a importância de Pérgamo no Império Romano.
16 - A Igreja de Pérgamo estava situada na cidade de Pérgamo, conhecida como a “maior cidade da Ásia Menor”. Pérgamo se destacava por abrigar o primeiro templo dedicado a César e por defender com fervor o culto imperial. Este zelo pelo culto ao imperador pode estar refletido na expressão “trono de Satanás” mencionada em Apocalipse 2:13. A cidade também tinha um templo dedicado a Esculápio, o deus da cura. O templo exibia duas serpentes enroladas em uma vara, que hoje é amplamente reconhecida como um símbolo médico. Aqui Satanás é também descrito como uma serpente, (2 Coríntios 11:3; Apocalipse 12:9; 20:2), o que reforça a ideia de uma oposição espiritual muito forte naquela cidade. Apesar das severas perseguições enfrentadas pelos cristãos conservadores de Pérgamo, a igreja recebeu aprovação de Cristo por sua fidelidade. Assim como os cristãos de Esmirna, os de Pérgamo sofreram por sua fé, com um dos membros da igreja sendo martirizado. Mesmo diante de intensa pressão, a igreja se manteve firme, recusando-se a adorar César e a colocar incenso no altar, desafiando o culto imperial.
17 - Cristo se apresenta na carta à Igreja de Pérgamo como “aquele que tem a espada afiada de dois gumes”, (Apocalipse 2:12). Essa imagem da espada não só animou a congregação, mas também contrastou com o poder romano, representado pela espada do procônsul. A espada de Cristo é superior à autoridade de Roma e serve como um lembrete do poder divino sobre as forças terrenas. No entanto, a igreja não era irrepreensível. Apesar da resistência ao culto imperial, os cristãos de Pérgamo estavam enfrentando problemas internos. Um grupo de infiltrados, conhecidos como os “nicolaítas“, promovia doutrinas e práticas detestáveis por Deus. Esses infiéis se associavam à “doutrina de Balaão”, (Apocalipse 2:14), fazendo com que a igreja se desviasse da verdade. A história de Balaão, um profeta que usou seu dom para enganar os israelitas em troca de dinheiro, é uma lição relevante. Balaão, apesar de não conseguir amaldiçoar Israel, levou os israelitas a se envolverem com práticas pagãs. Isso resultou em grande pecado e punição, (Números 25:1-9). Da mesma forma, alguns na Igreja de Pérgamo estavam cedendo às práticas da idolatria dos romanos, comprometendo sua pureza espiritual. Jesus Cristo admoestou a Igreja de Pérgamo a se arrepender ou enfrentar a espada da Palavra de Deus, (Hebreus 4:12). A falta de arrependimento resultaria em julgamento presente, não na volta de Cristo, mas em um castigo imediato por desobediência. O apelo final de Cristo na carta é para que aqueles que O ouçam e se arrependam e vençam as tentações do mundo. Deus havia alimentado os israelitas com maná no deserto, e esse maná, guardado na arca da aliança, (Êxodo 16:32-36; Hebreus 9:4), simboliza o alimento espiritual que os cristãos devem buscar. Eles devem se alimentar do pão da vida encontrado em Jesus Cristo, (Mateus 4:4; João 6:32-35), e da água da vida, João 4:13-14), em vez de se envolver em práticas idólatras.
18 - A igreja de Pérgamo enfrentava sérios problemas de falhas pecaminosas e imorais. Primeiramente, muitos seguiam a doutrina de Balaão, permitindo a prática de comer alimentos sacrificados a ídolos e considerando a fornicação como algo não pecaminoso, ou seja não consideravam a traição como pecado de adultério. Essa adoração impura levava a práticas mundanas como se fossem normais, semelhantes ao que Balaão fez com os israelitas. Observemos que a imundície carnal refletia diretamente na vida espiritual porque a carne e o espírito frequentemente andam juntas. As doutrinas corruptas e uma adoração corrupta frequentemente resultam em comportamentos corruptos, impuros e imorais. Além disso, é lícito associar o nome dos líderes de qualquer heresia aos seus seguidores. Essa é a maneira mais direta de identificar a quem nos referimos e a quem servimos. Manter comunhão com pessoas de princípios e práticas corruptas desagrada a Deus. Isso atrai culpa e mancha a vida espiritual de toda a comunidade, tornando todos participantes dos pecados uns dos outros. Embora a igreja, como instituição, não possa punir com penalidades corporais aqueles que praticam heresias ou imoralidades, ela tem o poder de excluí-los da comunhão. Se não o fizer, como o Apóstolo Paulo recomendou em 1 Timóteo 5:20, Cristo Jesus que é o cabeça e legislador da igreja, ficará descontente com ela e o fará.
19 - Os elogios à igreja de Pérgamo quase não aparecem devido seu profundo envolvimento com as doutrinas e heresias presentes. Jesus elogia os fiéis da igreja de Pérgamo por sua firmeza, muitos que eram conservadores da doutrina, eram tão fiéis que se possível fora dariam até o seu sangue para não negar a Cristo. Ele diz: “Tu reténs o meu nome e não negaste a minha fé”. Estas duas expressões são semelhantes em sentido. No entanto, a primeira pode significar o efeito e a última, a causa. Ou seja não nega a fé mas deixa as coisas acontecerem sem se importar se é certo ou errado. Primeiramente, “Tu reténs o meu nome.” A igreja de Pérgamo não se envergonhava da sua relação de comunhão com Deus. Para ela, era uma honra carregar o nome de Jesus, o nome de Cristão, assim como uma esposa honra o nome do marido. A igreja considerava isso um privilégio e uma distinção. Assim também acontece hoje, o Vaticano faz tudo em nome de Cristo, mas aceita qualquer outro tipo de adoração para todos “os santos". Além disso diz: “Tu não negaste a minha fé”. A graça da fé os tornou fiéis. Eles, os que eram perseverantes, não negaram as grandes doutrinas do evangelho nem se afastaram da fé cristã. Esse compromisso os manteve fiéis como Cristãos e como adoradores dos “santos” católicos e adoradores da tradição da igreja católica. A fé influencia a nossa fidelidade. Homens que não negam a fé em Jesus podem se gabar de sua sinceridade e fidelidade a Deus e à sua consciência. No entanto, raramente aqueles que abandonam a verdadeira fé mantêm sua fidelidade. Geralmente, quando naufragam na fé, também naufragam em uma boa consciência, ou seja, naufragam desviam da fé, conscientemente O Senhor Jesus engrandeceu a fidelidade dos verdadeiros e fiéis cristãos da igreja de Pérgamo, considerando as circunstâncias dos tempos e o lugar onde viviam. Eles permaneceram firmes mesmo nos dias em que Antipas, o primeiro pastor daquela igreja, tornou-se o primeiro cristão daquela igreja a ser martirizado na Ásia. O qual foi lentamente assado num caldeirão de bronze, no reinado de Domiciano. Ele foi um discípulo fiel de Cristo que sofreu o martírio e selou sua fé e fidelidade com seu sangue, no lugar onde Satanás habitava. Mesmo cientes do martírio de Antipas, o grupo dos crentes fiéis de Pérgamo mantiveram sua firmeza e não se deixaram desencorajar. Sendo considerada como uma honra adicional à eles.
20 - Na carta à igreja de Pérgamo, Jesus promete dar aos vencedores uma “pedrinha branca”. Mas o que significa essa pedrinha branca? Entre os latinos, a expressão “adicionar uma pedra branca” é usada para conceder aprovação. Isso pode ser aplicado aqui, sugerindo que Cristo aprovava os fiéis servos da igreja de Pérgamo. Apesar das provas que enfrentavam e das perseguições que suportavam em Seu nome, Cristo os aprova e encoraja a serem perseverantes. Ele os defenderá diante do Pai, dos anjos e dos homens no último dia. Na Grécia antiga, “pedras brancas” eram usadas para marcar dias de sorte e boas notícias. Assim, Cristo pode estar prometendo aos vencedores da igreja de Pérgamo dias felizes após os tempos de escuridão e perseguição. Além disso, pedras brancas eram dadas aos vencedores dos Jogos Olímpicos, com seus nomes e prêmios inscritos nelas. Isso pode simbolizar a coroa da vida e a glória que Cristo oferece aos vencedores. A coroa da vida é uma recompensa eterna prometida por Deus aos fiéis que perseveram na fé. É um símbolo bíblico que aparece em Tiago 1:12 e Apocalipse 2:10. Os romanos usavam pedras brancas para absolver os acusados e pedras pretas para condenação. O poeta Ovídio menciona isso em seus escritos. Nesse contexto, a pedra branca pode simbolizar a absolvição dos membros fiéis da igreja de Pérgamo. Apesar das acusações de heresias e cismas, Jesus Cristo os justificaria porque muitos permaneceram fiéis como o trigo no meio do joio. Outra alusão à pedra branca pode vir da prática judaica. Os sacerdotes e levitas eram examinados antes de servir no templo ou no sinédrio. Se estavam em conformidade com os padrões, recebiam uma “pedra do santuário”. No contexto cristão, a pedra branca pode representar a aprovação de Cristo e a justificação daquelas pessoas da igreja que permaneceu fiel à palavra de Deus e que é carregada em Seu coração. Além disso, a pedra branca tem um novo nome escrito, conhecido apenas pelo receptor. Esse novo nome pode se referir a “um novo nome depois de arrebatados”, porque o Senhor Jesus é a nossa justiça, o nome de Cristo e de Sua igreja nos serão dados. Pode também denotar um novo nome dado a um filho de Deus, simbolizando a bênção da adoção. Esse nome é renovado e manifesto, melhor do que qualquer título terreno, Apocalípse 3.17. A pedra branca pode simbolizar a justificação e a adoção, que são inseparáveis e concedem direito à herança celestial. Estas bênçãos, como o maná escondido, são dádivas da graça e não resultado das obras humanas. Elas são dadas por Deus e através d’Ele. Em Roma, foram encontradas pedras brancas com nomes e inscrições, o que pode ilustrar esta passagem. Assim, a pedra branca dada à igreja de Pérgamo é um símbolo profundo de aprovação, justificação e a bênção da adoção, mesmo a igreja não sendo merecedora destes favores de Deus.
21 – Encontramos na Bíblia uma referência ao “maná escondido”. Deus alimentou os israelitas com maná durante a jornada pelo deserto. Um pote desse maná foi colocado dentro da arca da aliança, (Êxodo 16:32-36; Hebreus 9:4). Este maná simbolizava o alimento santo e a provisão divina que nos são dados no deserto desta vida. Também demonstra que os servos fiéis mesmo passando lutas e dificuldades, não passarão fome. Assim aconteceu com o profeta Elias. Os corvos traziam pão e carne ao profeta Elias pela manhã e à tarde. Elias também bebia água do riacho. Esta passagem bíblica está em 1 Reis 17. O que aconteceu com o profeta Elias? Elias foi alimentado por corvos até que o Senhor lhe indicasse que podia voltar. Elias foi ordenado pelo Senhor a morar perto do riacho de Querite. Ele bebia água do riacho e os corvos vinham lhe trazer comida. Deus também enviou um anjo ao profeta com pão e água. Ainda em 1 Reis 17 vemos a história da viúva de Sarepta que foi abençoada também pelo profeta Elias no tempo da fome. Enquanto a Igreja de Pérgamo enfrentava a tentação de consumir “coisas sacrificadas aos ídolos” (Apocalipse 2:14), os cristãos eram chamados a buscar o verdadeiro alimento de Deus. Esse alimento é o pão da vida, que se encontra em Jesus Cristo e é revelado através da Palavra de Deus, (Mateus 4:4; João 6:32-35).
A arca da aliança, que continha o maná, era símbolo do trono de Deus, da presença de Deus, (2 Samuel 6:2; Salmo 80:1; Isaías 37:16). Ela contrastava fortemente com o “trono de Satanás”, que dominava sobre Pérgamo, (Apocalipse 2:13). Este contraste destaca a necessidade de se afastar das práticas pagãs e se alimentar da verdadeira palavra de Deus que é o sustento espiritual para os fiéis.
22 - O pastor da Igreja de Pérgamo mencionado no Apocalipse é identificado como Antipas. Acredita-se que ele tenha sido o líder da igreja na época em que a carta de Cristo foi escrita a Pérgamo, (Apocalipse 2:13). Antipas é descrito como um mártir fiel que sofreu muitas perseguições por causa de sua fé em Cristo e foi morto brutalmente por não negar a sua fé em Jesus. Além de Antipas, alguns estudiosos sugerem que Caio pode ter sido o primeiro bispo romano da igreja de Pérgamo, conforme relatos apócrifos das Constituições Apostólicas da religião oficial. No segundo século, outros mártires notáveis associados a Pérgamo incluíam Carpo, Pabulo e uma mulher chamada Agathonice, todos conhecidos por sua coragem e devoção cristã. Também é mencionado Átalo, um mártir nativo da região. Ao longo dos séculos, a Igreja de Pérgamo teve vários líderes e bispos. No quinto século, um bispo de Pérgamo participou do Concílio de Éfeso. No sexto século, houve outro bispo presente no quinto sínodo de Constantinopla, e no sétimo século, Teodoro, o bispo da igreja, participou do sexto sínodo em Constantinopla. No oitavo século, Pastilas foi bispo de Pérgamo, e Basílio, outro bispo, esteve presente no sínodo de Nicéia. As transformações foram muitas de século em século, mas trono de Satanás continuou sua trajetória de destruição do cristianismo.
23 - A Igreja de Pérgamo mencionada no livro do Apocalipse não existe mais como uma igreja organizada na forma que conhecemos hoje. Pérgamo foi uma cidade antiga na Ásia Menor, localizada na atual Turquia. Ela era um importante centro cultural e religioso durante o período do domínio romano. Hoje, o local onde estava Pérgamo é conhecido como Bergama. Ali Existem ruínas arqueológicas da antiga cidade, incluindo o altar de Zeus e a biblioteca de Pérgamo, que são atrações turísticas e locais de interesse histórico.
24 - A Igreja de Pérgamo, conforme descrita em Apocalipse 2:12-17, nos oferece várias lições, as quais são valiosas para a fé cristã. Aqui estão algumas das principais lições que podemos aprender com aquela igreja. 1. A Importância de permanecer fiel em meio à perseguição. A Igreja de Pérgamo estava localizada em uma cidade onde o culto ao imperador e práticas idólatras eram comuns. Apesar das pressões e perseguições, a igreja conseguiu manter sua fé. Nos deixando um valioso ensinamento sobre a importância de permanecer firme em nossa fé, mesmo quando enfrentamos adversidades e tentações. 2. O Perigo da falta de compromisso espiritual da igreja era bem visível. A igreja de Pérgamo foi criticada por permitir a presença de falsos ensinamentos e práticas imorais entre seus membros. Isso mostra o risco de comprometimento da verdade e da santidade da fé. É crucial que os cristãos estejam atentos e evitem comprometer suas crenças e valores em troca de aceitação de suborno ou do conforto financeiro e patrimonial que a riqueza terrena traz. 3. Havia uma necessidade de discernimento e de correção para arrependimento e confissão de pecados no meio dos crentes. Mesmo assim Jesus elogiou a igreja por seu esforço em manter a fé, mas também a advertiu sobre os erros e práticas a serem corrigidos. A lição que aprendemos com a igreja de Pérgamo é que, mesmo em uma comunidade de fé, há necessidade de discernimento para identificar e corrigir erros e práticas que não estão alinhadas com os ensinamentos de Jesus. 4. Há grande esperança e promessa de recompensas espirituais aos fiéis da terra. Jesus prometeu aos que vencerem “uma pedra branca” com um nome novo escrito nela. Simbolizando a aprovação de Cristo, a justificação e as recompensas espirituais. Para aqueles que permanecem fiéis e vencem as provações, Jesus promete bênçãos e uma nova identidade em Seu reino.
25 – Mesmo assim a igreja continuou e continua a oferecer fogo estranho no altar. Em Levíticos 10:1-20 vemos o que aconteceu quando dois filhos de Arão foram oferecer fogo estranho no altar, ou seja foram oferecer aquilo que eles não eram autorizados a oferecer ao Senhor no altar.Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre este, incenso, e trouxeram fogo estranho perante a face do SENHOR, o que lhes não ordenara. Então, saiu fogo de diante do SENHOR e os consumiu; e morreram perante o SENHOR. Fogo estranho é a expressão bíblica utilizada para indicar o tipo de fogo ( o tipo de adoração) trazido por dois sacerdotes e que foi rejeitado pelo Senhor (Levítico 10:1-3). A Bíblia diz que Nadabe e Abiú trouxeram fogo estranho diante de Deus e acabaram sendo consumidos.
26 - Os intérpretes da Bíblia se dividem quanto a melhor interpretação da expressão “fogo estranho”. De fato o texto bíblico não revela explicitamente seu significado. Aqui vale ressaltar que as duas pessoas envolvidas naquele episódio, Nadabe e Abiú, tinham sido instruídas por Deus acerca de como proceder na ministração dos cerimoniais que faziam parte do culto no Tabernáculo. Porém estavam fazendo errado (tentaram fazer ao seu modo) e receberam o castigo de Deus. Em Levíticos 10 fala sobre como os dois sacerdotes se colocaram diante de Deus para lhe oferecer incenso. Porém, Deus não se agradou do que aqueles homens fizeram, e identificou aquilo como “fogo estranho”, algo que o Senhor não lhes tinha ordenado. Eles não tinham a autoridade dada por Deus para aquela ministração, queriam fazer melhor do que Arão. A expressão “fogo estranho” pode também se referir ao modo ilícito que os dois sacerdotes apresentaram o incenso a Deus. Talvez eles não tivessem observado a ordenança divina que regulamentava aquele procedimento. Deus havia prescrito o tipo de incenso correto que deveria ser oferecido, e proibido qualquer tipo de “incenso estranho”. Deus também havia indicado como o incenso deveria ser acendido e queimado, (Êxodo 30:37). O incenso deveria ser queimado continuamente, de manhã e de tarde. As brasas para acender o incenso deveriam vir do próprio altar (Levítico 16:12,13). E o que está vindo do altar das igrejas de hoje, será que está agradando a Deus? Deus não tolerou o pecado de Nadabe e Abiú. O texto bíblico diz que “saiu fogo de diante do Senhor e os consumiu; e morreram ( queimados) perante o Senhor”, (Levítico 10:2). Isso está de acordo com o padrão de santidade e justiça de Deus.
27 - Frequentemente o Antigo Testamento exorta que ninguém pode se aproximar de Deus inadequadamente, (Êxodo 19:12,21), é também motivo de alerta para a igreja atual em como fazer o melhor de si para cultuar a Deus. Aqueles dois sacerdotes brincaram com a santidade de Deus e trouxeram diante dele fogo estranho. Por isso Deus falou através de Moisés: “Mostrarei a minha santidade naqueles que se cheguem a mim e serei glorificado diante de todo o povo”, (Levíticos 10:3). Aqui há uma verdade que muita gente tenta ignorar. Deus é glorificado tanto na execução de sua graça quanto de sua justiça. Ele é glorificado através da adoração sincera e genuína de seu povo, mas também é glorificado ao derramar de sua justiça sobre aqueles que entram em sua presença trazendo “fogo estranho”. O final de todas as coisas é a glória de Deus. O caso dos filhos de Arão serve como um exemplo que jamais deve ser esquecido. É ainda mais impressionante quando comparamos os capítulos 9 e 10 de Levíticos. Levítico 9 registra como o fogo da parte do Senhor consumiu o sacrifício inaugural, e o pecado do povo foi expiado. No capítulo seguinte, o décimo, esse mesmo fogo divino consumiu aqueles homens que ousaram aproximar de Deus de uma forma inadequada. Esse mesmo princípio acerca da santidade de Deus permanece imutável no Novo Testamento (Atos 5:1-10; 1 Coríntios 11:29,30). O escritor de Hebreus faz uma citação do livro de Deuteronômio ao escrever: “Porque o nosso Deus é fogo consumidor”, (Hebreus 12:29). Ninguém pode se aproximar de Deus por suas próprias obras ou méritos.
28 - A única forma de alguém se aproximar de Deus de modo aceitável é através dos méritos do sacrifício vicário de Jesus; qualquer outra coisa será fogo estranho diante do Senhor. A ganância e a vontade de crescer e se enriquecer aqui na terra diante dos homens e da sociedade, tem causado muitos problemas para as igrejas e isto não agrada a Deus. Procuremos o maná escondido que vem de Deus para nos sustentar sempre e eternamente.
O maná é um símbolo de sustento e provisão de Deus. É possível que João escrevendo a revelação do Apocalípse tenha sido levado a lembrar do maná, por ter citado Balaão, já que naquele tempo Israel tinha sido alimentado com maná, milagrosamente. Jesus prometeu um maná diferente daquele, ele mencionou o “maná escondido”, citado em Êxodo 16.33.
“Então Moisés disse a Arão: Ponha numa vasilha a medida de um jarro de maná, e coloque-a diante do Senhor, para que seja conservado para as futuras gerações”.
Vale lembrar também que Jesus fez menção sobre um alimento desconhecido:
“Enquanto isso, os discípulos insistiam com ele: Mestre, come alguma coisa. Mas Ele lhes disse: Tenho algo para comer que vocês não conhecem”. (João 4.31,32). Jesus lhes falava de um alimento espiritual que seus discípulos não conheciam. Esse alimento foi prometido, biblicamente, aos vencedores.
Deus abençoe você e sua família.
Pr. Waldir Pedro de Souza.
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.