domingo, 31 de março de 2019

ANÁLISE DA CRUCIFICAÇÃO DE JESUS

UMA PEQUENA ANÁLISE DA CRUCIFICAÇÃO DE JESUS 

Para fazermos esta  análise da crucificação de Jesus, vamos tomar como  base a profecia de Isaías 53 versículos 2-12.

2. Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos. 

3. Era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores, experimentado nos trabalhos e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.

4. Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. 

5. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados. 

6. Todos nós andavamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. 

7. Ele foi oprimido, mas não abriu a boca; como um cordeiro, foi levado ao matadouro e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.

8. Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes e pela transgressão do meu povo foi ele atingido. 

9. E puseram a sua sepultura com os ímpios e com o rico, na sua morte; porquanto nunca fez injustiça, nem houve engano na sua boca.

10. Todavia, ao Senhor agradou o moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os dias, e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.

11. O trabalho da sua alma ele verá e ficará satisfeito; com o seu conhecimento, o meu servo, o justo, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si. 

12. Pelo que lhe darei a parte de muitos, e, com os poderosos, repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.

O relatório do que era a crucificação.
  
Um relato do que era a crucificação nos tempos do império de Roma, mostra toda a agonia física e mental que Jesus Cristo passou. O que vemos nos evangelhos e nos filmes é apenas uma simples alusão do que realmente essa tortura era na realidade.

Um olhar mais específico sobre o que foi essa crucificação.

Era uma das mais terríveis formas de punição na Roma antiga, a crucificação combinava vergonha, tortura, agonia e morte. Era a mais humilhante das formas de execução. Despojado de suas vestes, o condenado era açoitado impiedosamente pelos carrascos com um azorrague, espécie de chicote com cerca de oito tiras de couro cujas pontas eram reforçadas com objetos perfuro cortantes, como pregos e pedaços de ossos, para aumentar o sofrimento da vitima.

Muitos não resistiam ao açoitamento e morriam antes da crucificação. Os que sobreviviam ao flagelo eram, muitas vezes, obrigados a carregar a sua cruz pelas ruas da cidade até o local da execução. Seminus, com a pele e a carne dilaceradas pelo castigo, eram expostos ao escárnio popular.

Pessoas cuspiam, atiravam coisas e insultavam os condenados.

O peso da cruz era insuportável para eles que já estavam fragilizados e exaustos pela longa sessão de tortura. Durante o percurso, as quedas eram frequentes e os condenados obrigados a retomar a caminhada com a cruz sobre os ombros. Hoje, acredita-se que os condenados carregavam apenas a viga horizontal da cruz, a outra parte era fincada antes, no local da execução.

Finalmente, os braços do condenado eram atados à trave e seu corpo içado. Normalmente, os punhos eram atados à viga por cordas, mas no caso de Jesus, foram usados cravos de ferro, que perfuravam a carne, destruindo nervos e ossos, multiplicando ainda mais o sofrimento.

Um estudo mais aprimorado da agonia de Jesus.

O cirurgião francês Pierre Barbet, do hospital Saint Joseph, de Paris, descreve a agonia da crucificação no livro “A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo o cirurgião“:

Com a carne e a pele dilaceradas pelas chibatadas com o azorrague, Jesus recebeu na cabeça espécie de coroa ou capacete feita com galhos entrelaçados de uma planta com espinhos, que perfuram seu couro cabeludo, provocando fortes dores e sangramento abundante. Em seguida, foi vestido com uma túnica. O tecido, em contato com as feridas abertas, gruda na carne.

O braço horizontal da cruz é posto sobre seus ombros e ele é exposto à multidão feroz. Já sem forças, Jesus é rebocado com cordas pelos soldados, num percurso de cerca de 600 metros. Seus passos são arrastados, o peso da trave e a fadiga causam várias quedas, ferindo seus joelhos. Os soldados o agridem, o açoitam e o forçam a prosseguir.

Chegando ao Gólgota, os carrascos lhe arrancam violentamente a túnica, a carne grudada no tecido é dilacerada, gerando violentas dores.

Deitado de costas sobre a trave da cruz, Jesus tem os pulsos transpassados por longos cravos que se fixam na madeira e depois são rebatidos. 

Outros especialistas defendem a hipótese de que, além dos cravos, os algozes tenham usado cordas para prender seus braços a cruz. Então foi içado rapidamente para o alto da estaca. O nervo mediano lesionado pelos cravos se estica como uma corda de violino quando o corpo é suspenso.

A cada solavanco, o nervo exposto em contato com o cravo provoca dores atrozes. As pontas dos espinhos rasgam o couro cabeludo e o crânio, cada vez que Jesus mexe a cabeça. Em seguida, seus pés são pregados a uma espécie de apoio fixado na estaca, para prolongar sua agonia.

A posição da cruz provoca o enrijecimento da musculatura dos braços, numa contração progressiva que se espalha pelos músculos do tórax, pescoço e abdômen. O processo, chamado de tetania, vai aos poucos tornando a respiração cada vez mais penosa até provocar a parada respiratória . O ar entra nos pulmões e não sai e, com isso, a vitima não consegue puxar o ar e lentamente vê chegar a morte por asfixia.

Nos momentos finais de sua agonia, Jesus, num esforço sobre humano, se apoiava nos pregos cravados em seus pés e erguia o corpo, aliviando a tração dos braços, para poder respirar e falar. 

Jesus pede ao pai que perdoe seus carrascos, e desabafa:

Eloí,  Eloí, lamá  sabactani ”(Pai, Pai, porque me abandonastes? Ou “ Porque me desamparastes"?

Num último e derradeiro esforço, grita:

“Pai em tuas mãos entrego meu espírito”. “Tudo está consumado”.

E Jesus morre, cumprindo com seu sacrifício da lei ditada por Moisés. O Cordeiro de Deus livra, com seu sangue derramado, os pecadores do mundo inteiro, da condenação da morte, porque diz o apóstolo Paulo “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna por intermédio de Jesus Cristo, nosso Senhor “. Rm.6.23.

Continuando nosso raciocínio vejamos o que tudo isso significa e o porquê desse acontecimento.

O sentido principal da crucificação de Jesus.

O capítulo 15 do Evangelho segundo Marcos nos narra uma triste sequência de dor e sofrimento por que passou Jesus Cristo: julgamento por Pilatos, sua condenação e crucificação, além de seu sepultamento. Desejo refletir sobre a crucificação. É preciso não se perder o foco sobre a verdade da cruz. É preciso que sejam despertadas em nós as emoções dos sofrimentos por que passou Jesus ao ser crucificado:

I – O início do sofrimento.

Jesus começou a carregar a cruz como se exigia dos condenados. Fragilizado, exausto, após as muitas chicotadas, caiu sob o peso do madeiro. Os romanos, então, obrigaram Simão, um judeu de Cirene a carregar-lhe a cruz. E assim Jesus é levado ao Gólgota, colina situada fora da cidade de Jerusalém. Segundo o costume, deram-lhe uma mistura de vinho com mirra, na tentativa de aliviar os sofrimentos, mas Ele não aceitou.

II – Ele foi cravado na cruz e morreu após seis horas de dores e agonia.

Foi na terceira hora judaica (9 horas da manhã) que pregaram Jesus no madeiro.

Os sofrimentos se prolongaram até a nona hora judaica (3 horas da tarde). A crucificação era uma morte lenta e dolorosa, e a vítima podia ficar assim até por 36 horas. Mas Jesus suportou intensamente seis longas e terríveis horas de dor e sofrimento. Suas roupas foram divididas entre os algozes. Sendo o manto feito de uma só peça, lançaram sortes para saber a quem caberia. 

A humilhação sofrida por Ele nas últimas horas com a traição de um discípulo, a farsa do julgamento, a condenação das autoridades religiosas e do procurador romano, os apupos da multidão, a preferência por Barrabás, sendo anistiado, seu desnudamento e a violência das marteladas dos cravos em seus pulsos e pés, o abrupto puxão da cruz sendo enterrada no chão, soma-se o espólio de suas vestes. Mas isso, também, aconteceu em cumprimento à promessa messiânica. (Sl 22.16-18).

Sendo colocado ao lado de dois ladrões e malfeitores fica evidente aos olhos daqueles que ali se encontravam, aos pés da cruz, a sua condição de vergonha e degradação, principalmente por que, por ironia, ainda lhe cravaram na cabeça uma coroa de espinhos, e uma inscrição de que era “o Rei dos Judeus”. 

Ali aos pés da cruz identificamos algumas pessoas com três tipos de atitudes. 

O primeiro grupo de pessoas: cercado de apatia e indiferença. Era formado pelos soldados que estavam em mais uma missão a serviço do império romano; ali eles tiravam sorte para saber quem seria contemplado por aquele lindo manto. Esse grupo tipifica os que vivem como se Cristo nunca tivesse existido.

O segundo grupo de pessoas: movido pela simpatia e solidariedade. Era formado pelas mulheres que acompanhavam Jesus. Este grupo tipifica os que são, verdadeiramente, fiéis seguidores de Cristo, e se posicionam junto a Ele em qualquer situação.

O terceiro grupo de pessoas: impelido por antipatia e oposição. Era formado pelos líderes religiosos e anônimos que se aproximavam de Jesus para zombar e dEle tripudiar. Este grupo tipifica os que fazem oposição sistemática a Deus, Sua Palavra e Seus princípios.

III – A morte de cruz, seu sentido doutrinário e o seu significado.

A morte de Jesus Cristo na Cruz é descrita como:

1) Expiação pelo pecado: a palavra “expiar” no hebraico tem o sentido de “cobrir”. Expiar o pecado é, então, cobri-lo da vista de Deus, de tal forma que não mais lhe provoque a justa ira. Na expiação o pecado é apagado, removido, lançado no fundo do mar, é perdoado. A morte de Cristo é expiatória, pois nos remove os pecados. ( 1 Pe 2.24; 2 Co 5.21).

2) Para nossa propiciação : Propiciar é aplacar a justa ira de Deus mediante a oferta de uma dádiva. Em Sua misericórdia, Deus aceita a dádiva e restaura o pecador. Cristo é descrito como uma propiciação (1 Jo 22; Rm 3.25). O acesso a Deus foi comprado por Cristo, mediante Sua morte de cruz. Em nome dEle, podemos nos aproximar do Pai.

3) Substitutivo: Os sacrifícios no AT visavam substituir o ofertante: representavam o pecador diante do altar, pagavam o que o homem do antigo pacto não podia pagar. Da mesma forma, Cristo ao morrer na cruz, o fez em nosso lugar. Rm 5.6: “Porque Cristo, quando éramos ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios”.

4) Redentvo: Redenção é o livramento de algum mal ou servidão mediante o pagamento de um preço ou resgate. O preço é o sangue de Jesus derramado na cruz do calvário. (Ef 1.7). Redimir significa comprar de volta mediante o pagamento de um preço; soltar da escravidão pagando o devido preço. A obra de Jesus é descrita assim como redenção ou resgate (Mt 20.28; Ap 5.9; Gl 3.13; 1 Pe 1.18,19). Ele pagou o preço por nós,  para nos salvar.

5) Reconciliador: A obra de Cristo é de reconciliação na remoção da inimizade, transpondo uma desavença de tal maneira que se restaure um relacionamento bom e correto da humanidade com Deus. Cristo morreu na cruz para afastar o pecado e desse modo abrir caminho para a verdadeira reconciliação entre o homem e Deus.

Assim, algo extraordinário acontece quando Cristo expira na Cruz.

Por sua morte Ele perdoou e continua perdoando a multidão dos nossos pecados. (morte expiatória).

Sua morte produziu propiciação. Representa a dádiva concedida por Deus.

Sua morte foi vicária. Constitui sacrifício vicário (morte substitutiva), pois Ele morreu em nosso lugar.

Sua morte produziu redenção. (livramento por resgate).

Sua morte gerou reconciliação. (o homem pecador tornara-se inimigo de Deus, mas por Jesus, se reconcilia com Deus).

Sua morte trouxe vida aos que Nele creem.

O apóstolo Paulo escrevendo aos Romanos 8.1-2 nos diz claramente:

“1. Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito.

2. Porque a lei do Espírito de vida, em Jesus Cristo, me livrou da lei do pecado e as morte “.

Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor



sábado, 30 de março de 2019

A CRUCIFICAÇÃO DE JESUS

A CRUCIFICAÇÃO DE JESUS 



Trazemos aqui uma simples análise da crucificação de Jesus. 

Os estudos médicos que procuram explicar a causa da morte de Jesus Cristo tomam como material de referência um corpo de literatura e não um corpo físico. Publicações sobre os aspectos médicos de sua morte existem desde o século I.

Hoje em dia, com apoio dos conhecimentos da fisiopatologia do paciente traumatizado, pode-se chegar a inferir as mudanças fisiológicas padecidas por Jesus Cristo durante sua paixão e morte. Os relatos bíblicos da crucificação descritos através dos evangelhos e a documentação científica a respeito, descrevem que padeceu e sofreu o mais cruel dos castigos. O mais desumano e inclemente dos tratamentos que pode receber um ser humano.

Descobrimentos arqueológicos relacionados com as práticas romanas da crucificação oferecem informação valiosa que dá verdadeira força histórica à figura de Jesus e à sua presença real na história do homem.

Historicamente este acontecimento se inicia durante a celebração da páscoa judia, no ano 30 de nossa era. A Última Ceia de Jesus (Páscoa) com seus discípulos,  se realizou na quinta-feira 6 de abril (nisan 13). A crucificação foi em 7 de abril (nisan 14). Os anos do nascimento e da morte de Jesus permanecem em controvérsia.

O horto das oliveiras ou getsemani.

Os escritores sagrados descrevem a oração do Getsemani com enérgicas expressões. O que foi vivido por Jesus antes de ser aprisionado é citado como uma mescla inexprimível de tristeza, de espanto, de tédio e de fraqueza. Isto expressa uma pena moral que chegou ao maior grau de sua intensidade.

Foi tal o grau de sofrimento moral, que apresentou como manifestação somática, física, psicomotora e psicológica que lhe fez derramar suor de sangue (hematihidrosis ou hemohidrosis). “Suor de sangue, que lhe cobriu todo o corpo e correu em grosas gotas até a terra”. (Lc 22, 43).

Trata-se de caso incomum na prática médica. Quando se apresenta, está associado a desordens sanguíneas. 

Fisiologicamente é devida à congestão vascular capilar e hemorragias nas glândulas sudoríparas. A pele se torna frágil e tenra.

Depois desta primeira situação ocasionada pela angústia intensa, é submetido a um jejum que duraria toda a noite durante o julgamento e persistiu até sua crucificação.

A flagelação de Jesus.

A flagelação era uma preliminar legal para toda execução Romana. Despiam a parte superior do corpo da vítima, amarravam-na a um pilar pouco elevado, com as costas encurvadas, de modo que ao descarregar os golpes sobre ela nada perdessem de sua força. E golpeavam sem compaixão, sem misericórdia alguma.

O instrumento usual era um açoite curto (flagramou flagellum) com várias cordas ou correias de couro, às quais se atavam pequenas bolas de ferro ou pedacinhos de ossos de ovelhas a vários intervalos.
Quando os soldados açoitavam repetidamente e com todas as suas forças as costas de sua vítima, as bolas de ferro causavam profundas contusões e hematomas. As cordas de couro com os ossos de ovelha rasgavam a pele e o tecido celular subcutâneo.

Ao continuar os açoites, as lacerações cortavam até os músculos, produzindo tiras sangrentas de carne rasgada. Criavam-se as condições para produzir perda importante de líquidos (sangue e plasma).

Deve-se ter em conta que a hematidrosis tinha deixado a pele de Jesus muito sensível.

Depois da flagelação, os soldados estavam acostumados a fazer gozações humilhantes com suas vítimas. Por isso foi colocada sobre a cabeça de Jesus, como emblema irônico de sua realeza, uma coroa de espinhos. Na Palestina abundam os arbustos espinhosos, que puderam servir para este fim; utilizou-se o Zizyphus ou Azufaifo, chamado Spina Christi, de espinhos agudos, longos e curvos.

Além disso, foi colocada uma túnica sobre seus ombros (um velho manto de soldado, que fazia às vezes da púrpura com que se revestiam os reis, "clámide escarlate"), e uma cana, parecida com o junco do Chipre e da Espanha como cetro em sua mão direita.

A crucificação em si.

O suplício da cruz é de origem oriental.

Foi recebido dos persas, assírios e caldeus pelos gregos, egípcios e romanos. Modificou-se em várias formas no transcurso dos tempos.

Em princípio o instrumento de agonia foi um simples poste. Em seguida se fixou na ponta uma forca (furca), na qual se suspendia o réu pelo pescoço. Depois se adicionou um pau transversal (patibulum), tomando um novo aspecto. Segundo a forma em que o pau transversal ficasse suspenso no pau vertical, originaram-se três tipos de cruzes:

A crux decussata. Conhecida como cruz de Santo André, tinha a forma de X.

A crux commissata. Alguns a chamam cruz do Santo Antônio, parecia-se com a letra T.

A crux immisa. É a chamada cruz latina, que todos conhecemos.

Obrigou-se Jesus, como era o costume, a carregar a cruz desde o poste de flagelação até o lugar da crucificação. A cruz pesava mais de 300 libras (136 quilogramas). Somente o patíbulo, que pesava entre 75 e 125 libras, foi colocado sobre sua nuca e se balançava sobre seus dois ombros.

Com esgotamento extremo e debilitado, teve que caminhar um pouco mais de meio quilômetro (entre 600 a 650 metros) para chegar ao lugar do suplício. O nome em aramaico é Golgotha, equivalente em hebraico a gulgolet que significa “lugar da caveira”, já que era uma protuberância rochosa, que teria certa semelhança com um crânio humano. Hoje se chama, pela tradução latina, calvário.

Antes de começar o suplício da crucificação, era costume dar uma bebida narcótica (vinho com mirra e incenso) aos condenados; com o fim de mitigar um pouco suas dores. 

Quando apresentaram essa beberagem a Jesus, não quis bebê-la. O que poderia mitigar uma dor moral e física tão intensa, quando seu corpo, todo policontundido, só esperava enfrentar seu último suplício, sem alívio algum, com pleno domínio de si mesmo?

Com os braços estendidos, mas não tensos, os pulsos eram cravados no patíbulo. Desta forma, os pregos de um centímetro de diâmetro em sua cabeça e de 13 a 18 centímetros de comprimento, eram provavelmente postos entre o rádio e os metacarpianos, ou entre as duas fileiras de ossos carpianos, ou seja, perto ou através do forte flexor retinaculum e dos vários ligamentos intercarpais. Nestes lugares seguravam o corpo.

Colocar os pregos nas mãos fazia com que se rasgassem facilmente posto que não tinham um suporte ósseo importante.

A possibilidade de uma ferida perióssea dolorosa foi grande, bem como a lesão de vasos arteriais tributários da artéria radial ou cubital. O cravo penetrado destruía o nervo sensorial motor, ou comprometia o nervo médio, radial ou o nervo cubital. A afecção de qualquer destes nervos produziu tremendas descargas de dor em ambos os braços. 

O empalamento de vários ligamentos provocou fortes contrações nas mãos.

Os pés eram fixados à frente do estípede (pequena pirâmide truncada) por meio de um prego de ferro, cravado através do primeiro ou do segundo espaço intermetatarsiano. O nervo profundo perônio e ramificações dos nervos médios e laterais da planta dos pés foram feridos.

Foram cravados ambos os pés com um só prego ou se empregou um prego para cada pé? Também esta é uma questão controvertida. Mas é muito mais provável que cada um dos pés do salvador tenha sido fixado à cruz com cravo distinto. Cipriano que, mais de uma vez tinha presenciado crucificações, fala em plural dos pregos que transpassavam os pés. Ambrósio, Agostinho e outros mencionam expressamente os quatro pregos que se empregaram para crucificar Jesus.

Meliton de Sardes escreveu: “os padecimentos físicos já tão violentos ao fincar os pregos, em órgãos extremamente sensíveis e delicados, faziam-se ainda mais intensos pelo peso do corpo suspenso pelos pregos, pela forçada imobilidade do paciente, pela intensa febre que sobrevinha, pela ardente sede produzida por esta febre, pelas convulsões e espasmos, e também pelas moscas que o sangue e as chagas atraíam”.

Não faltou quem dissesse que os pés do salvador não foram cravados, mas simplesmente amarrados à cruz com cordas; mas tal hipótese tem em contra, tanto o testemunho unânime da tradição, que vê em Jesus crucificado o cumprimento daquele célebre vaticínio: "transpassaram minhas mãos e meus pés" (Sl 21); como nos próprios evangelhos, pois lemos em Lucas (Lc 24, 39-40) “vejam minhas mãos e meus pés; sou eu mesmo; apalpem e vejam. E, dito isto, mostrou-lhes as mãos e os pés”.

Diz Bosssuet: como descrever os padecimentos morais que nosso Senhor Jesus Cristo suportou durante sua horrorosa agonia, quando uma multidão saciava seus olhos com o espetáculo daquela agonia, acompanhando-o com todo tipo de ultrajes que lhe encheram até o último momento? Além disso, sofria ao ver o olhar abnegado de sua mãe e de seus amigos, a quem suas dores tinham prostrado em profunda tristeza. 

Todo Ele era, digamos assim, um tormento em seus membros, em seu espírito, em seu coração e em sua alma.

De todas as mortes, a da cruz era a mais desumana, suplício infame, que no império romano se reservava aos escravos (servile suppliciun).

Depois das palavras no Getsemaní vêm as pronunciadas no Gólgota, que testemunham esta profundidade, única na história do mundo: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" Suas palavras não são só expressão daquele abandono, são palavras que repetia em oração e que encontramos no salmo 22.

A interpretação fisiopatológica mais provável da morte de Jesus Cristo.

Na morte de Jesus vários fatores puderam contribuir. É importante ter em conta que foi uma pessoa politraumatizada e policontundida desde o momento da flagelação até sua crucificação.

O efeito principal da crucificação, além da tremenda dor, que apresentava em seus braços e pernas, era a marcada interferência com a respiração normal, particularmente na exalação.

O peso do corpo pendurado para baixo e os braços e ombros estendidos, tendiam a fixar os músculos intercostais em um estado de inalação, afetando, por conseguinte, a exalação passiva. 

Desta maneira, a exalação era principalmente diafragmática e a respiração muito leve. Esta forma de respiração não era suficiente e logo produziria retenção de CO2 (hipercapnia).

Para poder respirar e ganhar ar, Jesus tinha que apoiar-se em seus pés, tentar flexionar seus braços e depois deixar-se desabar para que a exalação ocorresse, mas ao deixar-se desabar, produzia-se, igualmente, uma série de dores em todo o seu corpo.

O desenvolvimento de cãibras musculares ou contratura tetânicas devido à fadiga e a hipercapnia afetaram ainda mais a respiração. Uma exalação adequada requeria que se erguesse o corpo, empurrando-o para cima com os pés e flexionando os cotovelos, endireitando os ombros.
Esta manobra colocaria o peso total do corpo nos tarsais e causaria tremenda dor.

Mais ainda, a flexão dos cotovelos causaria rotação nos pulsos em torno dos pregos de ferro e provocaria enorme dor através dos nervos lacerados. O levantar do corpo rasparia dolorosamente as costas contra a trave. Como resultado disso, cada esforço de respiração se tornaria agonizante e fatigante, eventualmente levaria à asfixia e finalmente a seu falecimento.

Era costume dos romanos que os corpos dos crucificados permanecessem longas horas pendentes da cruz; às vezes até que entrassem em putrefação ou as feras e as aves de rapina os devorassem.

Portanto antes que Jesus morresse, os príncipes dos sacerdotes e seus colegas do Sinédrio pediram a Pilatos que, segundo o costume Romano, mandasse dar fim aos justiçados, fazendo com que lhe quebrassem suas pernas a golpes. Esta bárbara operação se chamava em latim crurifragium (Jo 20, 27).

As pernas dos ladrões foram quebradas, mais ao chegar a Jesus e observar que já estava morto, deixaram de golpeá-lo; mas um dos soldados, para maior segurança, quis dar-lhe o que se chamava o "golpe de misericórdia" e transpassou-lhe o peito com uma lança.

Neste sangue e nesta água que saíram do flanco, os médicos concluíram que o pericárdio, (saco membranoso que envolve o coração), deve ter sido alcançado pela lança, ou que se pôde ocasionar perfuração do ventrículo direito ou talvez havia um hemopericárdio pós-traumático, ou representava fluido de pleura e pericárdio, de onde teria procedido a efusão de sangue.

Com esta análise, ainda que seja conjectura, aproximamo-nos mais da causa real de sua morte. Interpretações que se encontram dentro de um rigor científico quanto a sua parte teórica, mas não são demonstráveis com análise nem estudos complementares.

As mudanças sofridas na humanidade de Jesus Cristo foram vistas à luz da medicina, com o fim de encontrar realmente o caráter humano, em um homem que é chamado o filho de Deus, e na verdade o é. Ele voluntariamente aceitou este suplício, convencido do efeito redentor e salvador para os que criam nEle e em seu evangelho.

João 3.16 

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu filho Unigênito para que todo aquele que nEle crêr,  não pereça, mas tenha a vida eterna “.

Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 



sexta-feira, 29 de março de 2019

A MORTE DE JESUS FOI CRUEL E DOLOROSA

A MORTE DE JESUS FOI CRUEL E DOLOROSA 

Como foi a morte de Jesus na cruz?

A morte de Jesus na cruz foi cruel e dolorosa.

A crucificação era a pior forma de morrer ou de matar um condenado,  que existia no tempo de Jesus, por ser lenta, dolorosa e humilhante. Mas mesmo sofrendo de forma terrível, Jesus se manteve fiel até ao fim e não pecou.

A morte de Jesus na cruz.

Antes da crucificação Jesus foi espancado várias vezes e açoitado brutalmente. Uma coroa de espinhos foi enfiada em sua cabeça e ele foi obrigado a carregar sua cruz pela cidade. 

Jesus já estava muito fraco quando foi crucificado.

Os soldados pregaram as mãos (ou possivelmente os pulsos) e os pés de Jesus à cruz, deixando-o pendurado em uma posição muito desconfortável que causa muita dor. Jesus ficou cerca de seis horas na cruz, das nove da manhã até às três da tarde. Várias pessoas ficaram para ver o espetáculo, alguns porque o amavam e queriam estar com ele até o fim, outros para zombar dele.

Para confirmar se Jesus estava morto, um soltado espetou uma lança no seu lado e saiu sangue e água. 

Depois, o corpo de Jesus foi retirado da cruz e sepultado no túmulo de José de Arimatéia. O túmulo foi selado com um selo oficial e um destacamento de soldados ficou de guarda.

As últimas palavras de Jesus.

Os evangelhos relatam algumas coisas que Jesus disse enquanto morria na cruz:

Jesus pediu a Deus para perdoar as pessoas que o tinham crucificado. Lucas 23:34.

Jesus prometeu a um dos ladrões crucificados (Dimas) que ele iria estar com ele no paraíso. Lucas 23:42-43.

Jesus encarregou João (o “discípulo a quem amava”) de tomar conta de Maria, sua mãe. João 19:26-27.

Logo antes de morrer, Jesus gritou “Meu Deus! Meu Deus! Porque me abandonaste?”, ou (“porque me desamparastes”) que é o início do Salmo 22. Marcos 15:34.

Jesus disse que tinha sede, depois disse “está consumado”. João 19:28-30.

Quando morreu, Jesus deu um brado e disse “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. Lucas 23:46.

Na sua morte, Jesus mostrou seu caráter exemplar. Ele não amaldiçoou as pessoas que o tinham traído e torturado, mas perdoou. Mesmo sofrendo uma agonia terrível na cruz, Jesus não ficou pensando só em si; ele tomou conta de sua mãe e do ladrão ao lado dele. Até quando gritou para Deus, ele estava citando um salmo de esperança. Jesus confiou em Deus até o fim. A sua agonia, o seu sofrimento, foi o que nos garantiu a vitória para sermos salvos. 

Glórias a Deus por isso. Pelas suas pisaduras fomos sarados. 

Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor 


segunda-feira, 25 de março de 2019

NÃO TENHA MEDO. DEUS CONTROLA TUDO

NÃO TENHA MEDO. DEUS CONTROLA TUDO 

“Não tenham medo. Permanecei firmes e vereis a libertação do Senhor que Ele hoje vos fará". Êxodo 14:13.

Disse Deus a Moisés: “diga aos filhos de Israel que marchem”. Êxodo 14:15.

Este versículo contém a ordem de Deus para nós como crentes, para aqueles momentos em que somos confrontados com circunstâncias e dificuldades extraordinárias. 

O que devemos fazer quando não  podemos recuar ou ir para a frente e o caminho está bloqueado para a direita e para a esquerda?

A palavra de Deus diz: “Não tenha medo. Fique firme! Então a melhor coisa que podemos fazer neste momento é escutar apenas o Espírito Santo, porque outros, virão com suas sugestões e maus conselhos, mas o Senhor diz: “Fiquem tranquilos e saibam que eu sou Deus”. Salmos 46:10.

“Não tenha medo” é uma das grandes mensagens recorrentes por toda a Escritura e Isaías 26:3,4 o descreve perfeitamente, porque é que não devemos ter medo: 

3. Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti.
4. Confiai no Senhor perpetuamente; porque o Senhor Deus é uma rocha eterna.


O inimigo no entanto, vem e sussurra: “Desista”. 

Mas mesmo no pior dos tempos, Deus quer que sejamos alegres e corajosos, regozijando em Seu amor e fidelidade.

O medo vai nos tentar para agir como o mundo, e vai tentar nos convencer de que é muito difícil para continuar a viver a vida de um cristão. 

Num momento de fraqueza poderíamos pensar que ser cristão é muito difícil,  mas não importa o quanto Satanás nos possa pressionar para seguir o seu curso, não podemos, pois, como crentes, somos filhos de Deus e Jesus pagou com sua vida pela nossa salvação.

A impaciência, a ansiedade vão chegar, o choro vai regar sua face com lágrimas, mas há uma palavra de consolo que o Espírito Santo libera em nós no mais profundo de nossas almas que diz: “Levante-se e faça alguma coisa"!

Mas a coisa que devemos fazer durante este tempo é ter os olhos fixos no Senhor, porque Ele não somente fará alguma coisa, Ele fará tudo. 

Como Moisés disse ao seu povo, “vocês verão a libertação que o Senhor vos fará hoje”.

Deus nos tem exatamente onde Ele quer que nós estejamos. Os filhos de Israel estavam na perfeita vontade de Deus e todavia a sua fé estava sendo testada. 

Nós podemos estar na situação em que estamos, as vezes cercados por inúmeras situações desagradáveis e o inimigo está chegando por trás, o mar vermelho à nossa frente como uma barreira intransponível.

O inimigo está zombando e nos dizendo quanta tolice é confiar em Deus, e diz para a gente que não vale ter fé. 

No entanto, Deus tinha um propósito em trazer os filhos de Israel ao Mar Vermelho e Ele tem um propósito para o Mar Vermelho que poderíamos estar enfrentando em nossas vidas. 

Quando enfrentamos dificuldades na vida, Deus quer realizar duas coisas:

1. Ele quer dar a conhecer a Sua glória para os outros.

2. Ele quer nos ensinar a confiar nEle completamente.

Êxodo 14:4 afirma: “Mas Eu vou ganhar a glória para mim mesmo através do Faraó e todo o seu exército, e  os egípcios saberão que Eu sou o Senhor”.

Temos que confiar nas promessas de Deus. 

Ele disse: “Não tenhais medo. Permanecei firmes e vereis a libertação que o Senhor vai trazer-lhe hoje. Os egípcios que você vê hoje você nunca verá novamente. O Senhor vai lutar por você, e você só precisa ficar quieto”. 

Deus lhes prometeu que Ele iria cuidar deles, os Egípcios, e que Ele ia lutar sua batalha para eles. 

A única coisa que eles tinham que fazer era se manter firmes, o que simplesmente significa que tinham que focar-se em Deus e em Suas promessas pela fé.  o mesmo vale para nós hoje em dia.

Deus tem um plano para cada um de nós, que pode ser algo diferente do que poderíamos imaginar, mas Ele tem um plano. Ele vai nos levar para o outro lado do nosso Mar Vermelho. 

Ele não nos deixará, não estamos sozinhos. Nós não temos que lutar esta batalha, precisamos apenas ficar quietos, firmemente enraizados na nossa fé e saber que Deus “é capaz de fazer infinitamente muito mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, segundo o poder que está operando dentro de nós”. Efésios 3:20.

No entanto o inimigo não vai desistir facilmente. O sentimento de orgulho  virá a nós dizendo: “Se alguém está bloqueando o teu caminho, cuide do assunto você mesmo”. Tem momentos nas nossas vidas que dá vontade de sair correndo e resolvendo tudo ao nosso modo. 

No entanto, a verdadeira fé nunca dá ouvidos para a arrogância, para a impaciência, para o medo ou para o desespero, mas somente ouve Deus dizendo: “Permaneça firme”, e, em seguida diz: usufrua da fé que permanece imóvel como uma rocha dentro de você. 

Devemos manter a postura de quem está firme, prontos para a ação, esperando novas ordens de Deus, aguardando pacientemente a voz do Mestre. 

Não vai demorar muito até que Deus dirá para nós, tão claramente como Ele disse a Moisés: 
“diga aos filhos de Israel que marchem”. Êxodo 14:15.

Em tempos de incerteza, espere; se você tiver qualquer dúvida, espere; nunca force uma ação. Se você sentir qualquer restrição em seu espírito, não vá contra ele, aguarde até que o caminho esteja claro, até que o Espírito Santo ordene sua saída do lugar, de onde você está . “Se você virar à direita ou à esquerda, teus ouvidos ouvirão uma voz atrás de você, dizendo:” Este é o caminho, andai por ele”. Isaías 30:21.

“Que o Deus da esperança vos encha de toda alegria e paz na vossa fé, para que abundeis na esperança pelo poder do Espírito Santo..”. Romanos 15:13.

Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 



segunda-feira, 18 de março de 2019

ALGUMAS VERDADES SOBRE O PERDÃO

ALGUMAS VERDADES SOBRE O PERDÃO 


Algumas verdades sobre o perdão ensinadas pelo próprio Senhor Jesus. 

Jesus proferiu a sentença à todos os que o crucificavam da seguinte maneira: 

"Pai, perdoa--lhes porque não sabem o que fazem".

Texto: Mateus 6:14-15.

Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós;

Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.

Porque perdoar?

O perdão é um princípio bíblico fundamental para a vida cristã; uma das coisas que mantém muitos em cativeiro hoje é a falta de perdão.  

A maioria está muito bem com o princípio do perdão, mas nunca realmente executam o seu pleno significado em sua vida.

A falta de perdão na vida de uma pessoa é uma escravidão destrutiva que causa contenda, divisão, depressão, opressão, doença, divorcio e até mesmo condenação.

Definição de Perdão: 

Conceder indulto gratuito ou remissão de qualquer ofensa ou dívida; desistir de toda reivindicação.

A palavra grega traduzida como “perdoar” significa literalmente cancelar ou remir.

Significa a liberação ou cancelamento de uma obrigação.

O perdão é uma ordem não uma sugestão. Mateus 6:14-15.

Isto é uma ordenança de fato para os apóstolos que Jesus lhes passou  depois que o Senhor os ensino a orar.

Este é um princípio espiritual.

Deus não quer falar conosco até que reconciliemos nossas diferenças com o outro. (Mateus 5:24).

Prov. 19:11 diz “O entendimento do homem retém a sua ira; e sua glória é passar sobre a transgressão”.

Prov. 24:29 diz “Não digas: Como ele me fez a mim, assim lhe farei a ele; pagarei a cada um segundo a sua obra”.

Colossenses 3:12-13 diz “Revesti-vos pois, como eleitos de Deus, santos, e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade, suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro: assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também”.

Não há limite para o perdão. Mateus 18:21-22.

Jesus não disse para perdoar 490 vezes e parar, é ilimitado.

Quantas vezes você quer ser perdoado?

1 Coríntios 13:5 – O amor não guarda rancor.

1 Pedro 4:8 – O amor cobre uma multidão de pecados.

Devemos aprender a perdoar como Deus perdoa.
Nossa natureza da carne é má e perversa; a natureza da carne quer vingança, quer cobrança.

Quer que cobremos dos que nos ofenderam, como “olho por olho e dente por dente". A natureza da carne quer que não perdoemos a quem nos maltrato.

Mas Jesus morreu por nós sendo nós os piores pecadores da face da terra.

Salmo 103:12 “Quanto o oriente está longe do ocidente, tanto tem ele afastado de nós as nossas transgressões”.

A falta de perdão nos mantém em cativeiro. 

Vejamos a referência bíblica  de Mateus 18:23-35.

Impede o perdão do Pai.

Fomos perdoados de uma dívida que nunca poderíamos pagar, qualquer dívida para nós é minúscula em comparação ao que recebemos.

Ele foi entregue aos torturadores.

A falta de perdão abre a porta para doenças físicas e mentais e fortalezas demoníacas.

Pode limitar ou até mesmo bloquear as bênçãos em nossa vida.

Podemos bloquear nosso próprio perdão. Mateus 6:14-15.

Se não perdoamos, não podemos ser perdoados.

Provérbios 28:13 diz que “Aquele que encobre as suas transgressões jamais prosperará, mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia”.

A falta de perdão é um pecado que bloqueia a prosperidade.

Nos deixa amargos e os nossos corações endurecidos.

Hebreus 12:15 “Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando vos perturbe, e por ela muitos se contaminem”.

O perdão é um ato volitivo ou ato de vontade própria.  

Não é um sentimento, mas uma decisão pessoal sem interferência de terceiros. 

Significa que temos que tomar uma decisão por vontade própria.

É um ato contínuo (passado, presente e futuro). Pedoar é um ato que vai mexer com toda a história de sua vida. 

É do espírito e não da carne, não da alma. Só o Espírito Santo pode te capacitar para perdoar. Busque ter intimidade com o Espírito Santo. 

Você deve ser capaz de ver o seu agressor como um espírito vivo, não um inimigo, não como um desafio no caminho da vida, não como um obstáculo no seu caminho para o paraíso.
As nossas vitórias serão contempladas por aqueles que desejaram nossas derrotas. 

A conciliação é sempre a resposta, porém se a outra parte não desejar e não houver condições momentâneas de perdão, perdoe assim mesmo para não interromper suas bênçãos. 

Não podemos permitir quaisquer áreas de falta de perdão em nossa vida.

Devemos manter nossa consciência limpa e manter-nos em comunhão com os demais.

Não insistir na falta ou na omissão de perdão.

Ordena a sua alma para estar sujeita ao seu espírito de perdão, aos sentimentos de amor perdoador do seu coração. 

Romanos 12:14-18 nos dá várias instruções sobre como seremos abençoados por perdoarmos a quem nos ofende.

14 Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis.

15 Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram;

16 Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos;

17 A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens.

18 Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.

Reflexão:

“Sempre perdoe seus inimigos; nada aborrecerá mais a quem te ofendeu do que saber que você  os perdoou ao invés de odiá-los”.

Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 


segunda-feira, 11 de março de 2019

QUEM MANDOU MATAR JESUS

QUEM ?

FOI UM SOBERBO E ASTUTO RELIGIOSO QUE CONDENOU JESUS À MORTE.

A astúcia dos falsos religiosos e políticos da época para condenar Jesus à morte de cruz, o que fizeram o mais rapidamente possível, passando por cima de todas as leis judaicas daquela época. 

Tudo foi liderado por um religioso soberbo, líder do Sinédrio, com muita influência no meio dos grupos religiosos e no meio político também; um homem insensato, insensível e tomado por momentos de insanidade, beirando à loucura, possuído por satanás e vivendo nas trevas; assim era o jeito religioso de Caifás dominar a religião judaica, auxiliado por ninguém menos do que Anás, seu sogro, que também era conivente com tudo que via. 

Quem lutou mais para condenar Jesus, e quem mais perseguiu a Jesus para crucificá-lo foi Caifás. Caifás era o principal sumo sacerdote e presidente do Sinédrio, o tribunal religioso que poderia condenar ou absolver Jesus. 

Ele era astuto, corrupto inveterado, mentiroso, dominador, autoritário, ditador, inescrupuloso, fazia suas próprias leis, era envolvido com prostitutas e prostituições, fazia qualquer negócio por dinheiro em nome da religião,  maldoso, manipulador e sagaz. 

Essas são algumas das “qualidades” que poderiam ser aplicadas a  Caifás, o sumo sacerdote que presidiu dois dos principais julgamentos de Jesus, os quais foram por ele mesmo convocados.
  
Ainda que não fosse pelos relatos bíblicos, só o fato dos romanos o deixarem permanecer no cargo por tanto tempo (18 anos) já mostra que ele era um manipulador astucioso.

Ele fez tudo o que poderia ser feito para condenar Jesus à morte de cruz que era a mais terrível das condenações, mesmo sem Jesus merecer e mesmo sem Jesus ter cometido quaisquer ofensas às leis judaicas. 

Nas Escrituras vemos a habilidade de Caifás  para se manter no poder político/religioso e chefe, presidente, do Sinédrio, o tribunal religioso que poderia ser convocado por ele para condenar Jesus. 

Após a ressurreição de Lázaro, ele tramou friamente a morte de Jesus.

Ele tentou tranquilizar a consciência de qualquer membro do Sinédrio que talvez não tivesse coragem de acusar a Jesus. Ele fez isso atribuindo motivos elevados a este ato perverso dando a sugestão ao Sinédrio:

"Convém que morra um só homem pelo povo e que não venha a perecer toda a nação". (João 11:50).

Quando ele, com a ajuda de Judas que era um apóstolo traidor e tesoureiro de Jesus, conseguiu prender o Salvador, o propósito de cada passo seu foi para ver Jesus morto o mais rapidamente possível, sem nenhuma consideração para com a justiça ou a lei das quais ele era o representante maior. 

Depois de Jesus se apresentar diante de Anás, sogro de Caifás e considerado por alguns judeus o verdadeiro sumo sacerdote, Caifás e o Sinédrio expuseram Jesus a dois julgamentos falsos.

No julgamento, Caifás cinicamente presidiu uma demonstração pública de perjúrios. 

Quando Jesus permaneceu calado sem se rebaixar ao nível de seus acusadores, Caifás impacientemente demandou uma resposta direta à pergunta de ser Ele ou não o Filho de Deus. 

Ouvindo uma resposta afirmativa, de modo hipócrita rasgou suas vestes, fingindo estar chocado, e declarou:

"Blasfemou! Que necessidade mais temos de testemunhas? Eis que ouvistes agora a blasfêmia!" (Mateus 26:65). Ele então assistiu, sem interferir, a uma multidão profana que cuspia em Jesus e o ridicularizava.

O ódio de Caifás pelo caminho de Deus não terminou com a morte de Jesus. 

Ele continuou ativo, perseguindo a Pedro e a João (Atos 4:6) e provavelmente era o sumo sacerdote mencionado em Atos 5:17-21, 27; 7:1 e em 9:1, o qual perseguia os cristãos com todo o vigor.

Para Caifás, a vida nada mais era que lucrar e preservar o seu bocado de poder insignificante. Mesmo com toda a sua manobra e trama, ele era uma personalidade absolutamente insignificante na História, a não ser por tratar infamemente Jesus e os cristãos. 

Sua obsessão por conservar-se no poder o tornava frio, indiferente e incapaz de ver que o Filho de Deus estava ali no seu meio.

A Atitude de Jesus para com Caifás.

Jesus demonstrou que ele e Caifás eram de dois reinos completamente diferentes e que seria impossível tratar alguma coisa com Caifás em seu próprio domínio mundano e político. Pelo contrário das acusações de Caifás,  Jesus não tentou organizar um protesto, incentivar um boicote ou usar algum tipo de poder político religioso para criar problemas para Caifás. A missão de Jesus era convencer quem tivesse o coração aberto para ouvir suas palavras de vida e amor e não exercer pressão política nos que tivessem o coração empedernido. 

Assim, quando Jesus teve de tratar com Caifás, vemos apenas um silêncio cheio de dignidade em face da injustiça indizível e, por fim, uma resposta simples Ele proferiu: "Tu o disseste", à pergunta direta quanto a ser ou não o Filho de Deus. Qualquer outra abordagem de um homem mundano, superficial e de mente fechada teria sido inútil e degradante.

A influência dominadora de líderes religiosos de Nossos Dias.

Nos dias hodiernos, os seguidores de Cristo têm, às vezes, de lidar com pessoas que acham que o objetivo de vida deles deve ser o conseguir e preservar a influência dominadora sobre algum "reino religioso", que pode ser tão pequeno quanto uma congregação ou tão grande quanto uma nação inteira.

Os Caifases na política e na religião se multiplicaram no mundo moderno. 

O mundo cada vez mais se acha sob o controle e domínio de políticos e religiosos ou vice-versa que, à semelhança de Caifás, têm poucos princípios e são de caráter duvidoso, cujo único objetivo é usurpar e conservar a qualquer custo o poder que conquistaram. Para alguns, o meio de conservar o poder político religioso é defender (ou, pelo menos, não combater práticas ímpias que são valorizadas por pessoas mundanas e inseridas na liturgia devocional dos seus fiéis. 

Introduzindo essas coisas nas igrejas e nas religiões mais conservadoras, com a garantia de que isso não é contaminação da fé das pessoas, oficializando a prática de pecados como se pecados não fossem mais e incentivando o povo a contribuir financeiramente com aquela obra, que garantem que é de Deus,  fazem apelos financeiros em demasia, sem sentido, mas convencedores  por causa da necessidade do povo em ser abençoado financeiramente, que é o seu principal objetivo a ser alcançado. 

Como o cristão deve reagir diante desses políticos e religiosos sem princípios éticos e morais? 

Muitos põem a sua confiança em boicotes, abaixo-assinados e chantagem político/religiosas. 

Para os inveterados incentivadores do erro, essas táticas nem sempre são erradas; será que são realmente as táticas de Jesus, que Jesus usou ou usaria para pregar o evangelho e para a conversão dos pecadores? 

Claro que não.

Lembremos que a missão de Jesus Cristo é transformar o coração dos que se abrem para a verdade do Evangelho que transforma o mais vil pecador; não devemos forçar os duros corações a fazer o que não querem. Não devemos nós, como cristãos, seguir o exemplo de Cristo quanto a isso?

Ele nunca forçou ninguém a segui -lo. 

Os Caifases nas igrejas existem e sempre existiram. Infelizmente, o impulso do espírito de Caifás para ampliar e manter os "campos de influência" não é desconhecido entre o povo de Deus. 

Às vezes parece que alguns irmãos,  políticos e ou religiosos descartam todo senso de "jogo limpo", de dignidade e de amor, na tentativa de ganhar batalhas fazem qualquer negócio em nome de Deus para adquirir influência. Alguns, como Caifás, tentam atribuir motivos nobres a suas manobras astuciosas.

De que modo devemos lidar com esses Caifases modernos? 

Podemos ser tentados a nos rebaixar ao nível deles e "jogar com o mesmo trunfo" ou "mostrar a eles o que eles merecem". No entanto, quando está claro que alguns ficaram completamente insensíveis aos conceitos de justiça e de retidão que Deus exige dos líderes religiosos no trato da obra de Deus aqui na terra, a melhor forma de lidar com eles muitas vezes será da mesma forma que o Senhor Jesus lidou com Caifás,  com silêncio porém mantendo a dignidade e a verdade. 

Eles pertencem a outro mundo, um mundo em que a grandeza é determinada não pela humildade e por servir, como Jesus ensinou, mas pela aquisição de um tipo quase político de influenciar as outras pessoas. Revidar indignadamente contra seus abusos pode ser tanto degradante, como inútil.

Que Deus nos ajude a imitar o seu Filho no trato com esses Caifases que infelizmente sempre estarão presentes ao longo da nossa viagem em direção ao céu.

Quantos julgamentos Jesus teve que enfrentar antes da Sua crucificação?

Houve um julgamento dividido em seis partes.

Houve três estágios ou três julgamentos em um tribunal religioso e três estágios ou julgamentos perante um tribunal político romano.

Jesus foi julgado uma vez diante de Anás, o mais antigo sumo sacerdote; depois foi julgado duas vezes por Caifás, o atual sumo sacerdote daquela época que era genro de Anás; o sinédrio que era dominado por Caifás foi o tribunal religioso dos Judeus para o “julgamento” de Jesus segundo as leis Judaicas. Nestes julgamentos "eclesiásticos", Ele, Jesus,  foi acusado de blasfêmia por ter alegado ser o Filho de Deus, o Messias.

Os julgamentos diante das autoridades judaicas, ou seja, os julgamentos religiosos, mostraram em que grau os líderes judeus o odiavam porque descuidadamente desconsideraram muitas de suas próprias leis. 

De acordo com a própria lei judaica, houve várias ilegalidades envolvidas nestes julgamentos: destacamos aqui pelo menos 7 (sete).

(1) Nenhum julgamento, segundo as leis judaicas, era para ser realizado durante o tempo de festa, e Jesus foi julgado durante a Páscoa.

(2) Cada membro do tribunal era para votar individualmente para condenar ou absolver, mas Jesus foi condenado por aclamação por solicitação e influência de Caifás. 

(3) Se a pena de morte fosse dada, era necessário que pelo menos uma noite se passasse antes da sentença ser executada, porém, apenas algumas horas se passaram antes de Jesus ser crucificado. A pressa de Caifás em crucificar Jesus demonstra o quanto ele odiava o filho de Deus. 

(4) Os judeus não tinham autoridade para executar ninguém, mas mesmo assim projetaram a execução de Jesus.

(5) Nenhum julgamento era para ser realizado à noite, mas este julgamento foi realizado antes do amanhecer. 

(6) O acusado era para receber conselho ou representação, mas Jesus não teve nada, foi condenado sumariamente. 

(7) Não deviam ter feito perguntas auto incriminatórias a Jesus, mas Ele foi perguntado se era o Cristo, o que respondeu: “tu o disseste”.

Após Jesus ser condenado pelos Judeus, segundo as leis judaicas e num tribunal religioso dominado por Caifás, inimigo público número um de Jesus, O entregaram para ser julgado perante as autoridades romanas.

Levaram Jesus à presença de Pilatos (João 18:23) depois de Jesus ser espancado por ordem de Caifás. 

As acusações apresentadas contra Ele eram muito diferentes das acusações dos julgamentos religiosos lá no Sinédrio.

Ele foi acusado de incitar as pessoas à revolta, proibindo o povo a pagar os seus impostos, e afirmando ser rei. Pilatos não encontrou nenhuma razão para matar Jesus, por isso o enviou a Herodes (Lucas 23:7).

Herodes permitiu a ridicularização de Jesus, mas, querendo evitar a responsabilidade política, enviou-O de volta a Pilatos. (Lucas 23:11-12). 

Este foi o último julgamento, enquanto Pilatos tentava apaziguar a animosidade dos judeus ao ter Jesus já sido flagelado, espancado. O flagelo romano é uma terrível surra, possivelmente de 39 chicotadas, chibatadas com instrumento perfuro cortante. Em um esforço final para liberar Jesus, Pilatos ofereceu que o prisioneiro Barrabás fosse crucificado e Jesus liberado, mas sem sucesso. 

As multidões incitadas por Caifás o sumo sacerdote, pediram que Barrabás fosse solto e Jesus fosse crucificado. 

Pilatos atendeu ao seu pedido e entregou Jesus à vontade do povo. (Lucas 23:25). 

Os julgamentos de Jesus representaram o escárnio supremo da justiça.

Jesus, o homem mais inocente na história do mundo e da humanidade, foi considerado culpado de crimes que não cometeu e condenado à morte por crucificação  morrendo pregado na dura cruz do calvário, sem nenhum delito, sem  nenhum crime, mas por amor, para nos salvar, como disse o profeta Isaías em seu livro. 

Isaías 53

1. Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor?

2. Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos. 

3. Era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores, experimentado nos trabalhos e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.

4. Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.

5. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados.

6. Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. 

7. Ele foi oprimido, mas não abriu a boca; como um cordeiro, foi levado ao matadouro e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.

8. Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes e pela transgressão do meu povo foi ele atingido.

9. E puseram a sua sepultura com os ímpios e com o rico, na sua morte; porquanto nunca fez injustiça, nem houve engano na sua boca.

10. Todavia, ao Senhor agradou o moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os dias, e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.

11. O trabalho da sua alma ele verá e ficará satisfeito; com o seu conhecimento, o meu servo, o justo, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si.

12. Pelo que lhe darei a parte de muitos, e, com os poderosos, repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.



Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.