segunda-feira, 28 de novembro de 2022

QUANDO EU FOR E VOS PREPARAR LUGAR

QUANDO EU FOR E VOS PREPARAR LUGAR


Jesus disse esta frase aos seus discípulos nos momentos que se aproximavam do seu sofrimento em favor da humanidade antes de ser crucificado. Os discípulos estavam preocupados com as perseguições contra Jesus e contra eles.

João 14.1-2:

“Não se turbe o vosso coração, credes em Deus e credes também em mim, na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, Eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar”.

E após dizer estas palavras, Ele conclui dizendo:

João 14:3-15. 3 E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.

4 Mesmo vós sabeis para onde vou, e conheceis o caminho.

5 Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?

6 Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.

7 Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto.

8 Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta.

9 Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?

10 Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras.

11 Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras.

12 Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.

13 E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.

14 Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.

15 Se me amais, guardai os meus mandamentos.

Jesus disse “na casa de meu Pai há muitas moradas” ao confortar seus discípulos que estavam perturbados com a ideia de sua partida iminente para os céus. Esta frase faz parte do discurso com as últimas instruções de Jesus aos discípulos antes de ser traído e preso.

Este discurso está registrado em João 14:2.

Quando Jesus disse “na casa de meu Pai há muitas moradas”.

Jesus pronunciou a frase “na casa de meu Pai há muitas moradas” na noite em que foi traído. Pouco antes, Ele havia entrado em Jerusalém montado em um jumentinho. Depois Ele recebeu a visita de alguns gregos que queriam vê-lo. João 12.

Combinado a isso, a oposição contra Jesus havia aumentado entre os judeus, especialmente sob a liderança e influência do sumo sacerdote e dos fariseus e escribas. Tudo isso indicava que o momento da morte do Senhor Jesus havia chegado.

É justamente nesse contexto que Jesus reúne seus discípulos no cenáculo a fim de prepará-los para sua partida.

Por que Jesus disse “na casa de meu Pai há muitas moradas”?

Naquela noite no cenáculo, além de celebrar pela última vez a Páscoa e instituir a Ceia, Jesus lavou os pés de seus discípulos como símbolo da purificação espiritual por seu sangue. Ele informou que um deles haveria de traí-lo e revelou que Ele estava de partida para um lugar que seus discípulos não poderiam segui-lo. Além disso, Ele ainda afirmou que Simão Pedro o negaria naquela mesma noite. (João 13).

Até aquele momento os discípulos ainda não tinham entendido o propósito de tudo o que estava acontecendo. Eles nem mesmo tinham percebido que Jesus estava se referindo claramente a sua morte iminente. No entanto, eles estavam transtornados com a revelação de que Jesus iria deixá-los.

Por tudo isso Jesus inicia seu discurso dizendo: “Não se turbe o vosso coração, creiam em Deus; creiam também em mim”. (João 14:1). Logo em seguida, ao explicar por quais razões eles não deveriam estar perturbados, Ele completou: “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu lhes teria dito, pois vou preparar-lhes lugar. E, quando eu for e preparar-lhes lugar, voltarei novamente e os levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também”. (João 14:2,3).

É verdade que existem diferentes interpretações sobre o significado da frase “na casa de meu Pai há muitas moradas”, mas com base no contexto apresentado, vamos considerar a que melhor se harmoniza com o restante do discurso de Jesus.

Aqui então podemos entender o verdadeiro significado deste ensino de Jesus. Embora na casa do Pai existam muitas moradas, moradas estas que estão preparadas desde a fundação do mundo, o homem é quem não está, em si mesmo, preparado para habitar estas moradas.

Em outras palavras, quando Jesus diz “na casa de meu Pai há muitas moradas”, e depois completa dizendo “vou preparar-lhes lugar”, Ele está indicando que sem sua morte, ressurreição, ascensão e envio do Espírito Santo como o outro Consolador que aplica as bênçãos da redenção, jamais haveria lugar para nós na casa do Pai.

Embora na casa do Pai existam muitas moradas, nós nunca teríamos condições de habitar nelas. Na verdade nem mesmo poderíamos chegar até elas, a ressurreição, a ascensão e o envio do Espírito Santo como o outro Auxiliador que aplica as bênçãos da redenção para o ser humano, jamais haveria lugar para nós na casa do Pai, se assim não fora designado pelo Pai. Embora na casa do Pai existam muitas moradas, nós nunca teríamos condições de habitar nelas. Na verdade nem mesmo poderíamos chegar até elas.

Mas felizmente Jesus se encarregou de preparar o lugar para nós. Ele não apenas nos mostra o caminho para a casa do Pai, mas Ele próprio é esse Caminho. (João 14:6).

Além disso, Ele também prometeu retornar e levar seu povo para estar junto de si para sempre, (João 14:3). É por isso que a frase “na casa de meu Pai há muitas moradas” tem um significado tão profundo para todos os que amam verdadeiramente o Senhor Jesus.

 

Jesus se encarregou de ir preparar-nos lugar.

Ele disse: Eu Sou o Caminho. Ao dizer “eu sou o Caminho, a Verdade, e a Vida”, Jesus não apenas indica qual é o caminho para a casa do Pai, mas se revela explicitamente como sendo Ele próprio esse caminho. A expressão “eu sou o caminho” significa que Ele, Jesus Cristo, é o único Mediador entre Deus e o seu povo.

Jesus é tanto o caminho do homem para Deus, como fica claro nesse próprio texto de João 14, como também é o caminho de Deus para o homem. Isso significa que as bênçãos que procedem do Pai alcançam os redimidos por meio do Filho. Mateus 11:27,28.

Ele disse: Eu Sou a Verdade. Jesus não é apenas o Caminho, mas é também a verdade. Ele é a verdade em pessoa, no sentido de que Ele é o único que revela o Pai. Ele é a perfeita revelação da obra redentora de Deus para o homem caído em seus pecados. Mateus 11:27. Jesus é a verdade que liberta, santifica e conduz os santos a casa do Pai. João 8:32; 17:17

Ele disse: Eu Sou a Vida. Ao dizer “eu sou a vida”, Jesus se coloca como sendo a fonte da vida que se opõe à morte. Ele tem a vida em si mesmo. Por isso, somente Ele pode ser o doador da vida para os que são seus. João 3:16; 5:26; 6:33; 10:28; 11:25.

Quando Jesus diz ser a vida, Ele indica que somente nEle o homem, condenado por seus delitos e pecados, poderá encontrar verdadeira vida e salvação em Jesus. Nesse contexto, enquanto a morte significa a separação de Deus, a vida significa comunhão com Ele. Isso significa que somente em Jesus que o homem pode ser reconciliado com Deus e desfrutar da bem-aventurança da vida eterna ao seu lado.

Ele disse: Ninguém vem ao Pai senão por mim. Após dizer “eu sou o caminho a verdade e a vida”, Jesus conclui dizendo: “ninguém vem ao Pai senão por mim”. Essa declaração é o resultado natural da frase anterior.

Ela indica o quanto os homens são absolutamente dependentes de Cristo com relação à comunhão com Deus.

Em outras palavras, não existe nenhuma verdade redentora a parte de Cristo. Não há nenhuma esperança de vida eterna longe dEle, e nenhum caminho capaz de levar o homem à casa do Pai. Não há outro Cordeiro de Deus que tira o pecado, não há outro sacrifício que apazígua a santa ira de Deus, e também não há outro nome pelo qual importa que sejamos salvos. Jesus é, absolutamente, o Caminho, e a Verdade, e a Vida, e definitivamente ninguém chegará ao Pai senão através dEle.

Jesus Explicando o significado da frase “Eu sou o caminho, a verdade, e a vida” diz que o caminho leva a Deus; a verdade torna o homem livre; e a vida produz comunhão. Assim, quando Jesus revela a verdade redentora de Deus que liberta os homens da escravidão do pecado e quando concede a vida que produz comunhão com o Pai, então, sendo o caminho, Ele próprio é quem leva os redimidos para junto do Pai. “...E ninguém vem ao Pai a não ser por mim”. Jo.14.6b.

O que é a verdade e pra que serve essa verdade? "A verdade ... Vos Libertará".

Isto pode nos fazer pensar, talvez até um ponto de medo, sobre a responsabilidade dada por Deus de conhecermos a verdade. Para prevenir que sejamos esmagados por esta provocante passagem, não devemos perder esta grande promessa anexada neste trecho. Jesus acrescentou: "A verdade vos libertará". A liberdade é valorizada universalmente.

Inúmeras pessoas têm sacrificado suas vidas esforçando-se para assegurarem sua própria liberdade e ou de outrem também.

Verdadeiramente em todas as nações do mundo, o encarceramento é considerado como uma severa punição para aqueles que violam as leis. Tão valiosa quanto a liberdade pessoal e política, também é aquela que Jesus nos fala em João 8:32 que diz: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Só que esta liberdade é até mais significativa pois nos liberta da escravidão do pecado. Nossos pecados nos levam a consequências de vínculos espirituais mortais; também que leva o inveterado pecador à eterna separação de Deus e à condenação eterna. Jesus se ofereceu para nos libertar das consequências da nossa própria rebelião contra Deus. Isaías 53.

O Apóstolo Paulo nos lembrou deste benefício do evangelho em Romanos 1:16 "... é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego". Deus escolheu o uso de sua palavra, que é a verdadeira mensagem da Bíblia, para salvar-nos de nossos pecados.

Deus, contudo, não nos força a sermos libertos. Muitas pessoas são enganadas por Satanás e seus falsos mestres para que não possam discernir a liberdade do encarceramento. 2 Pedro 2:17-22.

Infelizmente, muitas pessoas rejeitam a liberdade que Deus oferece e permanecem presas em seus próprios pecados. Jesus usou as palavras de um profeta do Velho Testamento, Isaías, para descrever a triste condição daqueles que não aceitam a liberdade divina: "Porque o coração deste povo está  endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos e fecharam os olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados". Mateus 13:15.

Muitas pessoas consideram a verdade incerta, mas Deus claramente revelou a verdade para que nós possamos conhecê-la.

Muitas pessoas acreditam que os sentimentos subjetivos, aqueles que julgamos serem corretos, são os mesmos que os salvarão, mas Deus uniu a salvação com a sua objetiva verdade. Quando nós aprendemos e obedecemos a verdade revelada na palavra de Deus, podemos estar certos da nossa salvação. João nos falou do nosso relacionamento com Deus quando ele disse: "Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardarmos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o conheço e não guardar os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está  a verdade". 1 João 2:3-4.

Deus nos providenciou a confiança e a segurança para estarmos aptos a conhecer a verdade. O mesmo Deus que nos criou e nos deu a habilidade de nos comunicar, tem também a habilidade de transmitir sua vontade para conosco de modo que possamos entendê-la.

Devemos humildemente aceitar a responsabilidade de estudar, entender e obedecer sua revelação.

Num mundo desordenado pela dúvida e pela confusão religiosa, nós podemos achar esperança nas palavras de Jesus: "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Jo. 8.32.

 

Detalhes da nova morada prometida por Jesus.

Apocalípse 21.1-27, 22.1-5. A Cidade Celestial, o Novo Céu e a Nova Terra.  

1.  E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.

2. E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido.

3. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus.

4. E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas.

5. E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve, porque estas palavras são verdadeiras e fiéis.

6. E disse-me mais: Está cumprido; Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida.

7. Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho.

8. Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte.

9. E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro.

10. E levou-me em espírito a um grande e alto monte e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu.

11. E tinha a glória de Deus. A sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente.

12. E tinha um grande e alto muro com doze portas, e, nas portas, doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos de Israel.

13. Da banda do levante, tinha três portas; da banda do norte, três portas; da banda do sul, três portas; da banda do poente, três portas.

14. E o muro da cidade tinha doze fundamentos e, neles, os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.

15. E aquele que falava comigo tinha uma cana de ouro para medir a cidade, e as suas portas, e o seu muro.

16. E a cidade estava situada em quadrado; e o seu comprimento era tanto como a sua largura. E mediu a cidade com a cana até doze mil estádios; e o seu comprimento, largura e altura eram iguais.

17. E mediu o seu muro, de cento e quarenta e quatro côvados, conforme a medida de homem, que é a de um anjo.

18. E a fábrica do seu muro era de jaspe, e a cidade, de ouro puro, semelhante a vidro puro.
19. E os fundamentos do muro da cidade estavam adornados de toda pedra preciosa. O primeiro fundamento era jaspe; o segundo, safira; o terceiro, calcedônia; o quarto, esmeralda;

 20. o quinto, sardônica; o sexto, sárdio; o sétimo, crisólito; o oitavo, berilo; o nono, topázio; o décimo, crisópraso; o undécimo, jacinto; o duodécimo, ametista.

21. E as doze portas eram doze pérolas: cada uma das portas era uma pérola; e a praça da cidade, de ouro puro, como vidro transparente.

22. E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor, Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro.

23. E a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada.

24. E as nações andarão à sua luz, e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra.25. E as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite.

26. E a ela trarão a glória e honra das nações.
27. E não entrará nela coisa alguma que contamine e cometa abominação e mentira, mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.

Apocalípse 22.1-5.  1. E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro.

2. No meio da sua praça e de uma e da outra banda do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a saúde das nações.

3. E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão.

4. E verão o seu rosto, e na sua testa estará o seu nome.

5. E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os alumia, e reinarão para todo o sempre.


Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

 

 

 

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

JÓ E SUA FIDELIDADE DIANTE DE DEUS

JÓ E SUA FIDELIDADE DIANTE DE DEUS

 

O que é fidelidade?

Fidelidade é uma das características de Deus, e significa que Deus não desiste, não vira as costas, não abandona os seus filhos. Deus também espera que os seus filhos expressem fidelidade em relação a Ele. 

Dessa forma, podemos entender que a fidelidade é um dos atributos morais de Deus, de modo que tudo que provém dEle é verdadeiro, é infalivelmente, é confiável, é perfeito. (Hb 10:23).

A fidelidade como uma qualidade de Deus está também ligada a outro de seus atributos: a imutabilidade. Deus é imutável, ou seja, Ele é sempre o mesmo, ontem hoje e eternamente.  (Ml 3:6; Hb 13:8). Conforme Tiago escreveu, em Deus “não pode existir variação, ou sombra de mudança”. (Tg 1:17).

Deus não muda seu ser, seus propósitos eternos são confiáveis. Sua palavra e suas promessas também o são. (Nm 23:19; Sl 102:26,27). No Antigo Testamento, por exemplo, encontramos passagens onde Deus é chamado de “Rocha”, uma expressão metafórica para se referir ao caráter inabalável de Deus, como uma rocha inabalável. (Dt 32:4,15,18).

Como Deus é imutável, sua fidelidade nos encoraja e nos conforta, de modo que sempre podemos confiar que suas promessas nunca falharão, e que sua aliança é inviolável. (Dt 7:9; Ml 3:16; 2Tm 2:13).

 

Jó 1.1 Os acontecimentos dramáticos do livro de Jó lançam as bases para os diálogos da parte principal. (Jó 3.1-42.6). A localização precisa da cidade de Uz é desconhecida, mas pode ter sido próxima a Edom. Dois aspectos do caráter e dos atos de Jó são evidenciados.

Os adjetivos: “sincero, reto, temente a Deus e que se desviava do mal”, têm o sentido de franco, eticamente e moralmente correto para uma pessoa ímpar e evidenciam o caráter ilibado de Jó.

Como Daniel (Dn 6.4), Jó era um homem íntegro e irrepreensível diante de seus críticos humanos. Isso não significa que não era um pecador perante Deus. Mais tarde, Jó reafirma sua integridade. (Jó 31.5,6). Ele era temente a Deus e desviava-se do mal. Isto indica que sua relação correta com Deus motivou-o a afastar-se do mal. Jó foi o exemplo de sabedoria exemplar e que possuía ao mesmo tempo os dons de adquirir riquezas e o dom de prosperidade, sem abrir mãos de sua também exemplar, comunhão com Deus, que era por ele vivida e ensinada aos seus familiares. (Jó 28.28; Pv 1.7; 3.7; 9.10; 14.16).

Jó 1.2,3. Jó possuía uma família ideal, composta de sete filhos e três filhas. Sete era o número bíblico da plenitude, da perfeição. No antigo Oriente Médio, ter muitos filhos era considerado sinal da bênção de Deus. (Salmo 127.3-5).

 

A fidelidade de Jó. Jó 1:20

Jó 1:20 “Então Jó se levantou e rasgou o seu manto, raspou sua cabeça e se lançou em terra e adorou ao único Deus criador dos céus e da terra”.

Nosso objetivo com esta publicação é alcançar as pessoa que estão passando por lutas, dificuldades, problemas insolúveis, enfermidades incuráveis, provações nunca vistas e os que estão desanimados e sem forças para prosseguir diante de Deus na jornada da vida. Lembrando que sem fé é impossível agradar a Deus e incentivando-os a confiar no Senhor.

A palavra de Deus nos traz a afirmativa aqui no primeiro capítulo de Jó que ele possui uma fidelidade invejável ao seu Deus que fez desse servo o exemplo de como nós crentes devemos proceder para com Deus.

Jó era tão fiel a Deus que a Bíblia relata algumas de suas características: era homem reto, íntegro, sincero, temente a Deus e que se desviava do mal, preocupava-se com seus filhos, pois decorridos o turno de dias em que se banqueteavam, ele se levantava de madrugada, buscava a Deus e oferecia jejuns a Deus, segundo o número de todos, porque dizia: “porventura pecaram meus filhos”.

Jó era um servo em quem Deus tinha grande prazer. Atravessou um momento difícil, perdeu bens, riquezas, filhos e até sua carne foi tocada por uma doença incurável, mortífera; sua esposa, aquela que estava ao seu lado, lhe traz uma palavra condenatória e de desânimo: “amaldiçoa esse teu Deus e morre”. Mas ele reteve a sua fidelidade e glorificou ao Deus da sua vida.

Em tudo isso, diz a palavra, Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma. Vejamos que Jó na sua razão poderia até reclamar de Deus e dizer ou argumentar: Senhor, por que está acontecendo tudo isso comigo? Eu sou justo, sincero, reto, temente a Deus, eu me desvio do mal...”.

A palavra nos diz no texto que lemos, que ele não agiu na sua razão, não reclamou, não murmurou, o que seria natural aos olhos humanos, mas ele não estava na posição de homem natural. Era um servo e sabia que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus.

Jó se levantou, ele não se entregou para os seus problemas, mas entregou seus problemas nas mãos de quem tudo pode, Deus. Essa é a posição que Deus espera de nós diante das lutas, sejam elas quais forem.

 

O servo está de pé glorificando a Deus no meio da maior luta que o ser humano poderia passar.

Jó rasgou o seu manto, a sua razão ali não poderia prevalecer; raspou a cabeça, seus pensamentos, argumentos não brotaram. Tinha a mente de Cristo; se esvaziou de si mesmo, se humilhou e adorou ao Senhor.

O Senhor quer nos ver como via Jó. Servos sinceros, retos, tementes a Deus, nos desviando de toda espécie de mal, confiando e sabendo que nossas vidas estão postas e expostas diante de Deus como a luz do dia. O Senhor Tem cuidado de nós  e Jó disse a despeito de toda sua provação: o meu Redentor vive.

Jó não era Rei. Jó não era Pastor. Jó não era Profeta. Jó não era Evangelista. Jó não era Apóstolo. Jó não era Sacerdote. Jó não era Doutor. Jó não tinha nenhum Ministério. Jó era simplesmente Jó, o servo fiel do Deus altíssimo e ainda assim Jó se desviava do mal e confiava plenamente no Senhor. Jó era um homem integro, reto, temente a Deus e se desviava de todo mal. O homem, o ser humano não precisa de nada pra ser fiel a Deus, a pessoa precisa de ter a Deus como tudo em sua vida, em seus atos, em suas decisões e em suas aspirações. Tudo é Deus e Deus é tudo.

Você não precisa ter cargos na Igreja para começar a viver em Santidade e ter um bom Caráter para viver em novidade de vida com Cristo, basta ser um Cristão de verdade.

 

O que é ser Cristão de verdade.

Ser Cristão não é ter cargo e nem posição ministeriais ou profissionais na Igreja. Ser Cristão é buscar estar na presença de Deus, sendo obediente e temente a Ele em tudo.

Jó em toda a sua luta de provações disse: “o meu Redentor vive”.

Jó 1:20 diz: “Então Jó se levantou e rasgou o seu manto, raspou sua cabeça e se lançou em terra e adorou”.

Com este gesto Jó deu o exemplo para alcançar irmãos que estão passando por lutas, provas e estão desanimados, levando-os a confiar no Senhor.

A palavra nos conta aqui neste primeiro capítulo de Jó, da fidelidade desse servo para com seu Deus.

Jó era tão servo de Deus que a palavra relata algumas de suas características citadas logo nos primeiros versículos, ele era homem justo, reto, sincero, temente a Deus e que se desviava do mal.

Ele preocupava-se com seus filhos, pois decorridos o turno de dias em que se banqueteavam, ele se levantava de madrugada, buscava a Deus e oferecia jejuns a Deus, segundo o número de todos, porque dizia: “porventura pecaram meus filhos”.

Jó era um servo em quem Deus tinha grande prazer. Atravessou um momento difícil, perdeu bens, perdeu todas as suas riquezas, perdeu seus filhos e até sua carne foi tocada, dilacerada por uma enfermidade mortal.

Sua esposa, aquela que estava ao seu lado lhe traz uma palavra de desânimo: “amaldiçoa este teu Deus e morre”. Mas ele reteve a sua fidelidade e glorificou ao Deus da sua vida.

Em tudo isso, diz a palavra, Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma. Observemos que Jó na sua razão poderia até reclamar de Deus e dizer ou argumentar alguma coisa e até perguntar a Deus: porquê Senhor, por que está acontecendo tudo isso comigo? Eu sou justo, sincero, reto e temente ao Senhor. Porquê Senhor?

A palavra de Deus nos diz no texto que lemos, que ele não agiu na sua razão, não reclamou, não murmurou, o que seria natural aos olhos humanos, mas ele não estava na posição de homem natural, era totalmente confiante  em Deus, à ponto de suportar qualquer situação desagradável.

Jó era um servo fiel à Deus e sabia que todas as coisas concorrem e contribuem para o bem daqueles que amam a Deus. É por isso que Jó se levantou, a fé é indiscutível, o escritor aos Hebreus escreveu: “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a convicção das coisas que se não vêem.

Essa é a posição que Deus espera de nós diante das lutas, sejam elas quais forem. O servo de Deus, embora de joelhos, jejuando, orando e clamando a Deus, ele está sempre de pé em suas atitudes glorificando ao Senhor Jesus de coração.

Jó rasgou o seu manto, as suas vestes, a sua razão ali não poderia prevalecer; raspou a cabeça, seus pensamentos, argumentos não brotaram. Tinha a mente de Cristo; se esvaziou de si mesmo, se humilhou e adorou ao Senhor.

O Senhor quer nos ver como via Jó. Servos sinceros, retos e tementes a Deus, confiando e sabendo que nossas vidas estão expostas e totalmente abertas diante de Deus. O Senhor Tem cuidado de nós. Disse Jó: “O meu Redentor vive”.

Então o Senhor mudou a situação de Jó. “Mudou o SENHOR a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o SENHOR deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuíra”. Jó 42: 10.  

Deus quer que todas as Suas bênçãos nos alcancem. Mas para que isso aconteça precisamos viver em concordância com a Sua vontade. Isaías 59: 1-2. Um dos atributos de grande importância para alcançarmos o que Ele tem para nós, é a fidelidade.  A coroa da vida só é dada àqueles que não abrem mão da fidelidade em nenhuma hipótese.  Ap. 2: 10.

As Escrituras mostram exemplos de várias pessoas que tinham a promessa nas mãos, mas por não terem agido com fidelidade perderam até o que já possuía Mt. 25: 26 e 29. Claramente é demonstrado que, para quem é fiel e perseverante, o Senhor faz acontecer até o que julgamos impossível. Porém, Ele tira o reinado daqueles que procedem com infidelidade. Portanto, ser fiel à vontade de Deus é uma arma poderosa na batalha pela vida.

O texto é parte do relato bíblico mostrando o que Deus fez na vida de Jó por causa de sua fidelidade. A maioria de nós cristãos já ouviu sobre o que aconteceu com a vida de Jó, e sabe que ele foi um dos maiores exemplos de fidelidade para com Deus em seu tempo.

Por isso, certos de que o caráter de Deus não muda, podemos crer que Ele age conosco dentro dos mesmos princípios, se procedermos com fidelidade naquilo que sabemos ser da vontade do Senhor. Evidentemente não é fácil ser fiel e perseverante aos princípios contidos na Palavra de Deus. Mas é uma questão de coragem, pois quando nos determinamos obedecer ao Senhor, o Espírito Santo muda nosso sentimento e nos capacita a cumprir a Sua vontade.

 

Veja o que Jesus nos ensinou sobre a perseverança e a fidelidade.

“Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”. Mc. 8:34.

Para ser fiel aos princípios estabelecidos no evangelho precisamos fazer isso. Não são raras as vezes em que satanás consegue nos colocar em situação extremamente adversa, levando-nos ao ardente desejo de agir segundo os rudimentos que ele próprio criou nesse mundo. Nessa situação, quando já conhecemos as Escrituras, defrontamos com grande dificuldade em agir de acordo com o que o Senhor mandou, pois o costume mundano tenta tomar nosso coração.

É aí que precisamos negar a nós mesmos, e fazer o que Jesus mandou. Isso quer dizer que para alguém ser fiel a Deus, primeiro tem de ser obediente. Jó observou esse detalhe quando sua mulher lhe deu um péssimo conselho.

“Então, sua mulher lhe disse: Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre. Mas ele lhe respondeu: Falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios. Jó 2:9-10. 

Muitos de nós hoje clamamos a Deus para mudar nossa sorte, mas não tomamos a decisão de abandonar os costumes ensinados pelo mundo e agir segundo  a vontade de Deus. E o pior: ainda queremos questionar porque Deus não nos atende.

Não te esqueças de que a vida aqui é uma batalha contínua. Mas Jesus deixou sua Palavra para que a usemos como nossas armas, 2 Co. 10:4-5-6. Assim, se você almeja vencer como Jó venceu, siga o mesmo caminho de obediência e fidelidade.

A Palavra do Senhor está à nossa disposição para que sejamos obedientes, honestos e fiéis diante de Deus. “A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé, que pregamos”. Rm. 10: 8.

Meditemos numa coisa: “Se Deus é bom, porque coisas ruins acontecem?” pode ter a seguinte resposta: Nunca se sabe por onde essa vida vai nos levar, ou que lutas teremos de enfrentar. Talvez, possamos prosperar como José, ou sermos perseguidos por causa da Justiça. Podemos descansar em paz como Daniel, ou ter nossa cabeça cortada, como a de João Batista. Mas Jesus deu a razão porque andar nos seus caminhos é certeza de sucesso. “No mundo vocês terão aflições, contudo, tenham ânimo. Eu venci o mundo!” (João 16:33). “Seja fiel até diante da morte, e eu lhe darei a coroa da vida”. (Apocalipse 2:10).

Por isso, nunca desista você vai precisar lutar contra a sua natureza, contra os seus conceitos distorcidos e da nossa sociedade também, mas principalmente contra as tentações de Satanás.

Mas não lute sozinho; “submeta-se à vontade soberana de Deus e resista ao diabo; e ele fugirá de vós”. (Tiago 4:7).

Seja fiel em tudo, seja um cristão determinado a ser verdadeiro e honesto em tudo para com Deus, mesmo que esse mundo tente ridicularizar a sua fé. Vai chegar o dia em que Jesus vai nos dizer pessoalmente: “Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que foi preparado para vocês desde a criação do mundo”, (Mateus 25;34). Acredite, no céu, enquanto suas mágoas caem pelo chão, e as dores passam a ser apenas uma lembrança do passado, Jesus vai explicar a você o inexplicável, e dar a recompensa eterna da sua fidelidade.

Letra de um hino sobre Jó que você pode ouvir e cantar. Pesquise sobre este hino nas redes sociais.

Jó. 

Jó, como pode ainda adorar?Se não tem motivos pra cantarAbandona esse Deus e morre
Mas não o adoro pelo que ele fazNem menos por bens materiaisEu o adoro pelo que ele éEu sou dele, tudo é dele
Jó, você não tem motivosPerdeu os seus bens, seus filhos, seus amigosO que você vai fazer?
Eu vou adorarSimplesmente adorarEu vou adorar
Deus me deu, Deus tomouBendito seja o nome do senhorA ele a glória, a ele a honraE o louvor
Jó, como pode ainda adorar?Se não tem motivos para cantarAbandona esse Deus e morre
Mas não o adoro pelo que ele fazNem menos por bens materiaisEu o adoro pelo que ele éEu sou dele, tudo é dele
Jó, você não tem motivosPerdeu os seus bens, seus filhos, seus amigosO que você vai fazer?
Eu vou adorar (eu vou adorar)Simplesmente adorarEu vou adorar
Deus me deu, Deus tomouBendito seja o nome do senhorA ele a glória, a ele a honraE o louvor
A ele a glóriaA ele a glóriaA ele a glóriaA ele a glória
A ele (oh, a ele a glória)A ele (ele merece toda a glória)A ele a glória (pra sempre, amém)Amém, ô-uô-uô
Deus me deu, Deus tomouBendito seja o nome do senhorA ele a glória, a ele a honraE o louvor
Deus me deu, Deus tomouBendito seja o nome do senhorA ele a glória, a ele a honraE o louvor

A ele seja dado o louvorTe damos todo o louvor, senhorAleluia.

Deus abençoe você e sua família.

 Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

A VITÓRIA DE UM VALOROSO GUERREIRO DE DEUS

A VITÓRIA DE UM VALOROSO GUERREIRO DE DEUS.  

 

Vamos ver hoje a linda história de um juiz de Israel chamado Gideão. Quem foi Gideão na Bíblia.

 

Gideão foi um juiz de Israel que liderou a libertação de seu povo da opressão dos midianitas. A história de Gideão é muito lembrada pelo episódio em que ele derrotou um grande exército com apenas 300 homens ao seu lado.

O nome Gideão significa “lenhador”. Ele também é chamado na Bíblia pelo nome de Jerubaal, que significa “deixe Baal lutar contra ele” (Juízes 7; 8; 9). Posteriormente, o nome Jerubaal foi alterado no texto bíblico para “Jerubesete”, já que o nome Baal tornou-se detestável entre os israelitas (2 Samuel 11:21). Jerubesete significa algo como “deixe o vergonhoso lutar contra ele”.

 

Gideão e a sua família.

Gideão era filho de Joás, do clã de Abiezer, e pertencia a tribo de Manassés (Juízes 6:11,15). Gideão viveu em um período que o povo de Israel havia se voltado à idolatria, praticando a adoração ao deus pagão Baal.

Os israelitas não se preocupavam com as coisas do Senhor. Eles acabaram se tornando presas fáceis dos midianitas, um povo beduíno que dominava aquela área central da Palestina (Juízes 6-8). Constantemente os hebreus eram saqueados pelos midianitas, que lhes tomavam o gado e os resultados das colheitas.

Consequentemente os judeus acabaram ficando cada vez mais empobrecidos, e passaram a viver escondidos nas montanhas e em cavernas. Sentindo o peso da opressão, o povo de Israel começou a clamar ao Senhor pedindo sua libertação.

Foi nesse contexto histórico que o Anjo do Senhor apareceu a Gideão enquanto ele estava malhando seu trigo em uma prensa de vinho com a finalidade de se esconder dos midianitas. Acredita-se que Gideão tinha cerca de trinta anos de idade naquela ocasião (Juízes 8:20).

 

Lições da vida de Gideão.

Depois da morte de Josué, o povo de Israel passou por mais de três séculos nos quais "não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto". (Juízes 17:6; 21:25).

Durante esse período, se repetia várias vezes o mesmo ciclo:

1. O povo obedecia a Deus por algum tempo,

2. depois, afastava-se totalmente dEle.

3. Como alerta ao povo rebelde, Deus permitia que um inimigo o oprimisse. 

4.  Até que o povo se arrependesse e pedisse libertação.

5. Deus mandava juízes para livrá-los das mãos dos inimigos.

6. O povo resgatado servia ao Senhor durante o resto daquela geração, assim começando, de novo, o ciclo.

Gideão foi o quinto dos juízes ou libertadores, apresentado em Juízes, capítulos 6, 7 e 8. Da vida dele, podemos aproveitar muitas lições valiosas.

 

Gideão era um homem valente ou homem tímido?

Os midianitas oprimiram os israelitas por sete anos. Eles subiam cada ano e tomavam os produtos alimentícios dos campos e todos os animais dos hebreus. Para sobreviver, os israelitas escondiam alimentos do inimigo. Gideão estava preparando comida para escondê-la quando o Anjo do Senhor apareceu. Imagine este homem, trabalhando com medo do inimigo, quando ele ouviu as palavras do Anjo: "O Senhor é contigo, homem valente". (Juízes 6:12).

Pela resposta de Gideão, parece que ele nem pensou no significado da frase "homem valente". Ele entrou diretamente numa discussão com o anjo sobre a presença de Deus. Ele não entendeu como Deus, estando com o povo, deixaria Israel sofrer. O anjo continuou a conversa, desafiando Gideão a resolver o problema. Já que ele duvidou da presença de Deus, devia ir na sua própria força. (Juízes 6:14). Gideão sentindo-se incapaz disse; Isso não.

Gideão, agora, sentiu tanto aquela palavra que procurou uma saída da missão dada por Deus. Ele explicou que era uma pessoa pequena de uma família insignificante de uma tribo pouco importante. Gideão não veio ao Senhor como homem valente. Deus ia fazer dele um líder corajoso e valente, bastava ele crer totalmente em Deus.

A força verdadeira do servo do Senhor não vem de si mesmo, e sim de Deus. Ninguém é forte o bastante para resolver seus próprios problemas sozinho, especialmente quando falamos sobre nosso problema principal: o pecado. Dependemos de Deus e de sua graça (Efésios 2:8-9). Paulo disse: "tudo posso naquele que me fortalece". (Filipenses 4:13). Os homens valentes, tanto no passado como hoje em dia, são aqueles que confiam plenamente no Senhor Deus.

 

Deus disse para Gideão:  "Eu estou contigo".

Nas conversas com Gideão, Deus afirmou sua presença na vida dele repetidas vezes.

Primeiro, ele afirmou por palavras: "Já que eu estou contigo, ferirás os midianitas como se fossem um só homem". (Juízes 6:16).

Segundo, ele afirmou por sinais. Antes da primeira missão de Gideão, Deus lhe deu um sinal impressionante. O Anjo do Senhor causou impacto ao fazer aparecer o fogo para consumir a oferta de Gideão. Enquanto pessoas faziam ofertas ao Senhor todos os dias, era muito raro o próprio Senhor mandar o fogo para as consumir. Antes de sua segunda missão, Gideão recebeu mais três sinais. Deus deixou o orvalho molhar uma porção de lã sem molhar a terra em volta dela. (Juízes 6:36-38). Na noite seguinte, ele fez ao contrário, deixando a lã seca no meio de terra molhada. (Juízes 6:39-40). Nas vésperas da batalha, Deus permitiu que Gideão ouvisse uma conversa entre dois soldados midianitas, confirmando a sua vitória iminente. (Juízes 7:9-15).

Terceiro, Deus afirmou sua presença através de promessas cumpridas, principalmente no livramento do povo pela mão de Gideão (Juízes 6:16; 7:7,22; 8:10-12).

As demonstrações de Deus foram convincentes para encorajar Gideão a realizar aquilo que Deus lhe ordenou.

A maior bênção imaginável é a presença do Senhor em nossas vidas. Quando Jesus veio ao mundo para habitar ou fazer seu tabernáculo entre os homens, (João 1:14), foi lhe dado o nome Emanuel, "Deus conosco". (Mateus 1:23). No final da sua missão terrestre, ele foi preparar um lugar para nós na presença de Deus. (João 14:1-4). Ele prometeu fazer morada naqueles que o amam, naqueles que o adoram em espírito e em verdade. (João 14:23).

 

A missão de Gideão começou em casa.

Uma vez que Deus chamou a atenção de Gideão, ele lhe deu a sua primeira missão: destruir os ídolos do próprio pai e fazer um altar ao Senhor no mesmo lugar. (Juízes 6:25-26). Gideão levou dez homens consigo e cumpriu o mandamento do Senhor na mesma noite. Os vizinhos ficaram irados, mas o pai de Gideão entendeu o significado de seu ato e o defendeu. Um "deus" que não consegue se defender contra um punhado de homens não merece defesa pelos homens. Parece que Joás, pai de Gideão, foi o segundo convertido nessa história, o primeiro foi o próprio Gideão.

A nossa missão, como a de Gideão, começa em casa. Tanto no Velho como no Novo Testamento, Deus destaca as nossas responsabilidades em relação à própria família. Filhos devem obedecer e honrar aos pais  (Efésios 6:1-3). Maridos e esposas devem amar um ao outro. (Efésios 5:25; 1 Pedro 3:7; Tito 2:4-5). Pais devem instruir os filhos, criando-os na disciplina e admoestação do Senhor. (Deuteronômio 6:6-7; Efésios 6:4). Um dos alvos de cada servo de Deus é de influenciar sua família para servir ao Senhor. (Josué 24:15).

 

Deus dá a vitória para os seus escolhidos. Chegou o dia da grande batalha (Juízes 7). Gideão conduziu seu exército de 32.000 israelitas para o campo de conflito contra 135.000 midianitas.

Quem eram os midianitas. Os midianitas eram um povo descendente de Midiã, um dos filhos de Abraão com Quetura (Gênesis 25:2; 1 Crônicas 1:32). Quetura foi a segunda esposa de Abraão, ele casou-se com ela depois da morte de Sara. Os midianitas são citados na narrativa bíblica muitas vezes em oposição aos filhos de Israel.

Em várias ocasiões os midianitas aparecem em intima associação com outros povos descendentes de Abraão. Por isso em algumas passagens bíblicas os termos “midianitas”, “medanitas” e “ismaelitas” são utilizados como sinônimos (cf. Gênesis 37:28-36; Juízes 8:24).

Muito provavelmente esses três grupos se misturaram por meio do casamento. Isso significa que os descendentes dos filhos de Abraão com suas concubinas, casaram-se entre si.

 

Quem foi Midiã na Bíblia.

Como foi dito, Midiã era um dos descendentes de Abraão, filho do patriarca com Quetura, com a qual tivera seis filhos. Midiã estava entre os filhos das concubinas que foram despedidos por Abraão com presentes, e enviados para o leste a fim de que não causassem problemas em relação à herança de Isaque, que era o herdeiro oficial de Abraão. (Gênesis 25:1-6).

Sua desvantagem militar era de 4 contra 1. Deus não deixou Gideão entrar na batalha com este número de soldados. Em duas etapas, ele diminuiu a força militar de Israel, no comando de Gideão. Primeiro, 22.000 voltaram para casa, e os midianitas ficaram com uma vantagem de 13 soldados contra 1.

Na segunda etapa, Deus mandou embora mais 9.700 israelitas, deixando Gideão com apenas 300 soldados. Para vencer o inimigo, cada soldado israelita teria que vencer 450 soldados do inimigo.

Deus, na sua perfeita sabedoria, tinha um propósito bem definido nesta redução das forças militares de Israel. Ele mandou seu exército à batalha com uma desvantagem tão grande que ninguém poderia dizer: "A minha própria mão me livrou". (Juízes 7:2). Usando uma estratégia que não fez nenhum sentido, em termos militares, a pequena infantaria de guerra dos israelitas venceu o poderoso exército dos midianitas.

 

Gideão e 300 israelitas derrotam 135 mil medianitas.

Após o duplo milagre do velo de lã, Gedeão reuniu 32 mil homens para lutar contra os medianitas. Levou-os até o alto de um monte de onde se podia contemplar o enorme acampamento dos medianitas, cujo número era 135 mil soldados.

 

Deus não quer soldados medrosos e tímidos. E o Senhor disse a Gedeão: "Tens contigo gente demais. Midiã não será entregue nas suas mãos, para que Israel não se glorie contra Mim, dizendo: Por minhas forças me libertei. Fala ao povo: Aquele que é medroso e tímido, volte para trás". Voltaram 22 mil homens, e só ficaram 10 mil.

 

Entre os 10 mil corajosos, Deus escolheu somente 300.

Deus falou a Gedeão: "Ainda é muita gente. Leva-os às águas, e lá os provarei". Tendo os combatentes descido às águas, o Senhor disse a Gedeão: "Porás a um lado os que lamberem a água com a língua, como os cães costumam lamber; e os que beberem de joelhos, coloca-os noutra parte". Ora, o número dos que tomaram a água na concavidade da mão e a levaram à boca foi de apenas 300.

E o Senhor disse a Gedeão: "Com esses 300, entregarei nas tuas mãos os medianitas".

Ouvindo a narração de um sonho, Gedeão adquire maior segurança para lutar por ordem de Deus.

A espada de Gedeão entra em ação pela ordem de Deus.

Naquela mesma noite, o Senhor disse-lhe: "Desce ao acampamento dos inimigos, porque Eu os entregarei às tuas mãos, e terás maior segurança para atacá-los".

Desceu, pois, ele com um criado, à parte do acampamento onde estavam os sentinelas do exército inimigo.

Os medianitas estavam deitados no vale, como um bando de gafanhotos. E Gideão ouviu um deles contar a outro um sonho que tivera: "Parecia-me ver como que um pão que rolava da montanha e caía sobre o acampamento dos medianitas; e, tendo chocado com uma tenda, lançou-a por terra".

Outro, a quem ele falava, respondeu: "Isto não é outra coisa senão a espada de Gideão; porque o Senhor lhe entregou nas mãos os medianitas, e todo seu acampamento".

 

A vitória:120 mil medianitas são mortos pela espada do Senhor.

Gideão, tendo ouvido a narração deste sonho e sua interpretação, adorou a Deus e voltou para junto de seus soldados, e disse-lhes: "Levantai-vos, porque o Senhor nos entregou os medianitas".

Dividiu os 300 homens em três batalhões, e pôs nas mãos de cada guerreiro uma trombeta e uma ânfora dentro da qual havia uma tocha acesa. E disse-lhes: "Quando eu soar a trombeta, tocai também as vossas ao redor do acampamento dos medianitas, e gritai todos à uma: A espada do Senhor e de Gideão".

Gideão", como os 300 homens, chegou ao acampamento por volta de meia-noite, e todos começaram a tocar as trombetas e quebrar as ânforas. E gritaram juntos: "A espada do Senhor e de Gedeão", conservando-se cada um no seu posto ao redor do acampamento inimigo.

 

Com isto, os medianitas entraram em desordem, dando grandes gritos e urros, e se degolavam uns aos outros. Morreram 120 mil medianitas, e 15 mil deles conseguiram fugir. Jz. 7, 1-22.

O que importa não é o número, mas a ajuda de Deus.

Devemos notar que o Senhor ordenou a Gideão ficar apenas com 300 soldados para lutar contra os midianitas. Humanamente falando, era insuficiente para triunfar; mas Deus quis nos ensinar que, sem Ele, os meios mais eficazes são impotentes, e com Ele os recursos mais insignificantes produzem excelentes resultados. Devemos estar profundamente convencidos disso, para nossos empreendimentos na ordem da natureza e da graça.

 

Até hoje, muitas pessoas não aprenderam esta lição. Confiam em números, achando que grandes multidões são evidência da aprovação de Deus. Dependem de estratégias e táticas humanas e carnais para alcançar alvos de crescimento de igrejas. E, no fim, se gabam em seus relatórios, destacando os grandes feitos de homens.

Muitos missionários e outros líderes religiosos, como os midianitas, confiam nos grandes números e nas táticas humanas como igrejas promovendo atividades não espirituais para aumentar sua frequência, ensinando mensagens diluídas que parecem mais relevantes aos seus ouvintes carnais do que a mensagem do sacrifício vicário de Jesus na cruz do calvário para nos salvar, destacando edifícios impressionantes para atrair pessoas que não aceitariam a chamada simples de um Salvador humilde.

 

Mas, os verdadeiros servos do Deus vivo não desviarão para tais caminhos errados. 

"Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR”. (Jeremias 17:5). 

"Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo". (Gálatas 6:14). 

"Se Deus é por nós, quem será contra nós". (Romanos 8:31).

 

A rejeição daqueles que ficaram em cima do muro. Gideão e seus homens cansados perseguiram os midianitas. (leia Juízes 8:1-21). Quando os soldados israelitas passaram nas cidades de Sucote e Penuel, eles pediram pão. Os homens dessas cidades não mostraram coragem para tomar uma atitude durante a batalha. Com medo de ofender os reis dos midianitas, eles recusaram ficar em pé com os homens de Deus. Só depois da batalha, quando baixar a poeira, apoiariam os servos do Senhor.

A decisão desses homens mostrou uma preocupação política ao invés de convicção espiritual. Pensaram mais na influência de homens importantes do que na palavra do Senhor. Gideão não aceitou tal postura. Ele voltou às mesmas cidades e castigou os covardes que recusaram apoiar os servos do Senhor na hora da batalha.

Gerações antes, Josué chamou o povo para tomar uma decisão para Deus e contra os falsos deuses. (Josué 24:14-16). Séculos depois, Elias desafiou o povo indeciso com estas palavras: "Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém, o povo nada lhe respondeu". (1 Reis 18:21).

Hoje, muitas pessoas religiosas que alegam ser discípulos de Cristo demonstram a mesma covardia. Definem suas posições doutrinárias e práticas pelo vento de opiniões. Entendem mais de redes sociais do que de fé, mais de tradição do que de verdade bíblica e mais de modismos religiosos do que de convicções apologéticas de defesa da fé.

O apóstolo Paulo mostrou que o cristão deve sempre definir a sua posição pela palavra de Deus, e não pela opinião da maioria: "Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo". (Gálatas 1:10).

 

Ninguém é perfeito, bons homens e bons cidadãos também tropeçam.

Apesar de sua ilustre carreira militar, Gideão não era perfeito. O povo lhe agradeceu com um presente: argolas de ouro do despojo da batalha. Gideão usou o ouro para fazer uma estola sacerdotal que ele colocou na cidade dele. Não sabemos a intenção dele, mas os resultados são evidentes, foram negativos, incentivando o povo para a idolatria. O povo usou aquela estola como um tipo de ídolo, e logo iniciou o próximo ciclo de apostasia. Leia o relato em Juízes 8:22-35.

Devemos aprender que os nossos erros induzem as pessoas ao nosso redor a cometer esses mesmos erros. Às vezes, bons homens nos ajudam a sair da confusão religiosa, como Gideão ajudou os israelitas a saírem da idolatria. Esses homens podem nos ajudar em muitos sentidos, mostrando como respeitar a palavra de Deus em tudo que fazemos. Mas, eles ainda são homens.

Da mesma forma que Gideão deu o primeiro passo de volta à idolatria, bons homens hoje podem tropeçar e conduzir outros, de volta, à confusão religiosa, à adoração das coisas criadas do que o Criador de todas as coisas.

É uma ironia triste que, ao longo da História, muitos movimentos religiosos que começaram com tentativas de sair dos sistemas errados de denominações humanas, resultaram na criação de novas denominações com suas próprias tradições e falhas humanas. O fato de alguém ter nos ajudado no passado não garante que sempre nos conduzirá no caminho de Deus. Paulo mostrou que bons exemplos ajudam somente quando seguem a Cristo que é o autor e consumador da nossa fé. (1 Coríntios 11:1), e disse: "Julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma (ou aparência) de mal". (1 Tessalonicenses 5:21-22).

 

A grandeza do exemplo e do legado de Gideão.

Gideão será lembrado eternamente como exemplo de fé. (veja Hebreus 11:32). A grandeza desse homem não se encontra na sua força física, nem na sua inteligência, nem na sua autoconfiança. A Bíblia não comenta sobre sua aparência física nem sobre seu jeito de falar, de andar ou de proceder.

Gideão se destacou na História, não por ser um grande homem, mas por ter um grande Deus. Deus é capaz de transformar os fracos, os tímidos e os abatidos para dar grandes vitórias ao seu povo. Como Gideão disse: "O Senhor vos dominará". (Juízes 8:23).

 

Quando 300 homens escolhidos por Deus valem mais que 135.000 soldados bem treinados e preparados pelos homens.

Qual a chance de 300 homens vencerem um exército de 135.000 soldados bem preparados para a guerra? Teoricamente nenhuma. Mas, por mais incrível que possa parecer, essa batalha aconteceu e é considerada como uma das mais impressionantes vitórias já relatadas. Deus escolheu Gideão para estar à frente dessa batalha.

O que muitos se perguntam é: Como eles conseguiram esse feito?

Essa avassaladora vitória é confirmada por historiadores e relatada na Bíblia em Juízes 7:1-8. Um belo exemplo de quando o menos é mais. É incrível como alguns conseguem tirar leite de pedra, enquanto outros com tudo na mão, não chegam a lugar algum.

Essa história nos mostra que é melhor termos ao nosso lado 300 guerreiros escolhidos por Deus do que 135 mil soldados sem compromisso, são apenas profissionais do ofício, ou que se vendiam por dinheiro.

A Bíblia relata que Gideão saiu em busca de guerreiros para lutar contra os 135 mil e voltou frustrado com seu pequeno exército de 32 mil soldados. Com esse inferior contingente, diz a Bíblia, Gideão procurou o conselho de Deus. Ele foi orientado a reunir os seus homens para perguntar quem estava com medo e dispensasse todos que respondessem afirmativamente. Do ponto de vista de quem ainda não entendeu o conceito quando menos é mais, foi uma catástrofe, pois foram dispensados 22 mil homens.

É lógico que o medo existia, mas enquanto uns temiam morrer no campo de batalha outros preferem enterrar a sua existência nos esconderijos da sua vida.

Gideão, agora com 10 mil homens, procurou novamente os conselhos de Deus. Foi quando mais uma vez a lógica do quando o menos é mais foi testada. A intenção agora era saber quem estava de fato focado 100% na batalha e consciente que não poderiam baixar a guarda em hipótese alguma.

Gideão então levou os seus homens para alguns exercícios de batalha e na volta passou por um riacho para que eles pudessem beber água. Todos que colocaram as suas armas de lado e relaxadamente saciaram a sua sede, foram dispensados. Os 300 que sobraram foram aqueles que beberam sem baixar a guarda e se mantiveram alertas a qualquer imprevisto.

Muitas vezes somos levados acreditar que muitos recursos, fazer várias coisas ao mesmo tempo e ter várias pessoas para ajudar é um bom caminho para o sucesso, mas pouco vale ter tudo na mão sem saber de fato com qual medo lutamos.

Uns dos maiores medos da sociedade moderna é o receio de estar perdendo algo e com isso, tentar ser tudo para todos e fazer várias coisas ao mesmo tempo, essa era a lição que Deus estava dando para Gideão ao diminuir seu exército para apenas 300 homens.

Gideão e seus 300 homens não poderiam ter medo. A questão não é não ter medo, mas ter medo do que realmente importa. Com a visão clara das prioridades podemos entender melhor quando menos é mais. Com isso conseguimos manter o foco e a atenção no que realmente vale a pena, não baixando a guarda no campo de batalha. E por último e não menos importante, nos mantermos próximo das nossas armas, ou seja, nossos talentos, habilidades e competências que devem estar sempre ao nosso alcance e sendo afiadas.

Com a visão clara de quando menos é mais acabamos, vendo oportunidades onde a grande maioria não enxerga, além de atrairmos pessoas que realmente podemos contar nas horas difíceis. Tudo começa pela visão do que temos e não do que falta para a batalha. Estudos apontam que aqueles que carecem de inteligência colaborativa tem mais dificuldade em entender esses conceitos.

Basta olharmos para a história e ao nosso redor que vemos que os vitoriosos, não se encontram nas maiorias, mas em grupos restritos que não fogem da batalha. E você, ao lado de quem tem escolhido lutar ? Quem são os seus parceiros e aliados ? É você que os escolhe ou eles quem tem te escolhido ?

Quando qualquer coisa vale, fica mais fácil perdermos a batalha. Exemplos não faltam na Bíblia. Saul não deu crédito ao que o profeta Samuel lhe mandou fazer em nome do Senhor, porém seu sucessor Davi deu crédito em tudo o que o Senhor Deus mandou que ele fizesse e ele foi vitorioso em tudo, nunca perdeu uma guerra contra os inimigos do povo de Deus. O primeiro livro do profeta Samuel relata esta história.

 

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.