segunda-feira, 27 de março de 2023

DEVEMOS ADORAR A CRUZ OU A JESUS

DEVEMOS ADORAR A CRUZ OU A JESUS

 

Devemos adorar a cruz ou a Jesus?

“Em nenhum outro há salvação”. Jesus é o único Salvador, pois “nenhum outro nome foi dado aos homens pelo qual devamos ser salvos”. Essa salvação eterna foi conquistada “não por bens perecíveis, como a prata e o ouro, mas pelo precioso sangue de Cristo, o Cordeiro imolado”. (1Pe 1,18). “Carregou os nossos pecados em Seu corpo sobre o madeiro, para que, mortos aos nossos pecados, vivamos para a justiça. Por fim, por suas feridas fomos curados”. (1 Pe 2,24, Is.53).

Temos que analisar se é pecado ou não adorar a cruz. Por isso é necessário que todo crente permaneça firme na fé adorando somente a Jesus Cristo como Senhor e Salvador de nossas almas como recomenda a palavra de Deus. Devemos entregar nossos pesados fardos de pecados aos pés de Jesus e não da cruz. Quem nos perdoa é Jesus e não a cruz.

Vejamos como foi a morte de Jesus na cruz.

A morte de Jesus na cruz foi cruel e dolorosa. A crucificação era a pior forma de morrer que existia no tempo de Jesus, por ser lenta, dolorosa e humilhante. Mas mesmo sofrendo de forma terrível, Jesus se manteve fiel até ao fim e não pecou.

A morte de Jesus na cruz foi o sacrifício perfeito para nos salvar, quem deveria morrer na cruz éramos nós.

Antes da crucificação, Jesus foi espancado várias vezes e açoitado brutalmente. Uma coroa de espinhos foi enfiada em sua cabeça e ele foi obrigado a carregar sua cruz pela cidade. Jesus já estava muito fraco quando foi crucificado.

Os evangelhos relatam algumas coisas que Jesus disse enquanto morria na cruz:

Jesus pediu a Deus para perdoar as pessoas que o tinham crucificado. Lucas 23:34.

Jesus prometeu a um dos ladrões crucificados que ele iria estar com ele no paraíso  Lucas 23:42-43. Até na cruz pregado, Jesus perdoou um pecador.

Jesus encarregou João (o “discípulo a quem amava”) para tomar conta de Maria, sua mãe.  João 19:26-27.

Logo antes de morrer, Jesus gritou “Meu Deus! Meu Deus! Porque me abandonaste?”, que é o início do Salmo 22. Marcos 15:34

Jesus disse que tinha sede, depois disse “está consumado”. João 19:28-30.

Quando morreu, Jesus deu um brado e disse “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. Lucas 23:46.

Na sua morte, Jesus mostrou seu caráter exemplar. Ele não amaldiçoou as pessoas que o tinham traído e torturado, mas perdoou. Mesmo sofrendo uma agonia terrível na cruz, Jesus não ficou pensando só em si; ele tomou conta de sua mãe e do ladrão ao lado dele. Até quando gritou para Deus, ele estava citando um salmo de esperança. Jesus confiou em Deus até o fim.

De forma geral o significado da cruz fala de morte horrenda, execução desumana e pena de morte sem chances de defesa. Durante todo período em que a cruz foi utilizada como forma de execução, ela sempre foi identificada como um símbolo de condenação pela maior culpa que deveria ser punida com a pena capital. Sob esse aspecto, o significado da cruz também deixa claro a ideia de maldição.

Para os cristãos a figura da cruz também implica nessa mesma idéia, mas seu significado não se resume apenas a uma forma antiga e cruel de execução. A cruz foi o instrumento pela qual o Filho de Deus foi sacrificado para expiar o pecado de seu povo, mas nem por isso deve ser adorada ou venerada.

Na cruz, Jesus Cristo se fez maldito ao tomar sobre si a iniquidade daqueles que mereciam a morte. Ele recebeu o castigo da ira divina e morreu em lugar de pecadores. Por isto para os seguidores de Jesus Cristo o significado da cruz fala principalmente de redenção.

O verdadeiro significado da cruz na Bíblia.

A cruz aparece somente no Novo Testamento. No Antigo Testamento nenhuma referência é feita à cruz e a execução por meio de crucificação. Segundo a Lei de Moisés, a forma de execução para os Judeus no Antigo Testamento era por apedrejamento.

Mas o corpo do condenado era pendurado sobre um madeiro (uma árvore ou estaca) para servir de advertência às pessoas. Esse ato era considerado extremamente vergonhoso e identificado como uma marca de maldição. Por isto é dito que aquele que for pendurado no madeiro é maldito de Deus (Deuteronômio 21:22,23).

O apóstolo Paulo interpretou esse texto de Deuteronômio ao falar sobre como Cristo nos resgatou da maldição da Lei, fazendo-se maldição por nós. (Gálatas 3:13).

Em outras passagens do Novo Testamento a cruz mantém essa concepção do Antigo Testamento de extrema vergonha e humilhação com relação a quem ficasse exposto nela. (Atos 5:30; 10:39; 1 Pedro 2:24. Hebreus 12:2).

No Novo Testamento a cruz também é aplicada em algumas passagens de forma figurada. Assim ela aparece na condição de que todo seguidor genuíno de Cristo deve tomar a sua própria cruz, indicando um estado de completa renuncia diante da causa do reino de Deus. (Mateus 16:24; Marcos 8:34; Lucas 9:23).

Mas sem dúvida o maior significado da cruz no Novo Testamento, é como uma expressão de todo o conceito da obra redentora de Cristo. Dessa forma a cruz aponta para a realidade da expiação substitutiva que o Filho de Deus realizou para redimir o seu povo (1 Coríntios 1:18; Gálatas 6:14; Filipenses 3:18). Foi na cruz que Cristo reconciliou o pecador com Deus. Lá na cruz do calvário, Jesus se fez pecado por nós e pagou a nossa dívida para com Deus.  (Colossenses 1:20).

Consequentemente, a cruz também é utilizada no Novo Testamento como um símbolo da união do redimido com seu Salvador. É dessa forma que Paulo declara já estar crucificado com Cristo, de modo que é o próprio Cristo que vive nele; Paulo mostra também que deixou a velha natureza do pecado aos pés de Jesus. (Gálatas 2:20).

Assim acontece na chamada Quinta-feira santa.

A quinta-feira marca o fim da Quaresma (período de quarenta dias, subsequentes à Quarta-feira de Cinzas, em que os católicos se dedicam à penitência em preparação para a Páscoa). Nesse dia, celebra-se a Missa dos Santos Óleos ou Missa do Crisma, quando o oficiante abençoa os óleos usados nos sacramentos do Batismo, do Crisma e da Unção dos Enfermos. Entre os ofícios do dia, o de maior simbolismo é o lava-pés, em que o sacerdote lava o pé direito de 12 homens, imitando o que Jesus fez a seus discípulos na Última Ceia.

Assim acontece na Sexta-feira da paixão.

Na sexta-feira chamada santa pelos católicos, celebra-se a paixão (o martírio) e a morte de Cristo. O ofício consiste na adoração do Cristo crucificado, ou Adoração da Cruz , precedida por leituras da Bíblia e seguida pela comunhão eucarística.

O feriado da Sexta-feira Santa ou Paixão de Cristo existe em todos os países de tradição católica. Mas ainda que a atenção das pessoas se concentre principalmente nessa data, a sexta-feira da paixão faz parte de um conjunto maior, composto pelos três dias que antecedem o Domingo de Páscoa, e que na liturgia da Igreja Católica Apostólica Romana recebe o nome de Tríduo Pascal.

As celebrações que ocupam esses três dias, quinta-feira, sexta-feira e sábado, unem-se ao domingo e formam um todo, o ponto mais importante da vida religiosa dos católicos, no qual eles revivem, desde a Antiguidade, a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus. Santo Agostinho, que viveu de 354 d.C. a 430 d.C., já se referia aos "três sacratíssimos dias da crucificação, sepultura e ressurreição de Cristo".

O cerimonial da adoração da cruz em que todos os católicos devem beijar a cruz.  A imagem do senhor morto é retirada e todos devem, depois de prestar adoração à cruz, beijar a cruz com toda devoção.

Católicos participam de Celebração da Ação Litúrgica da Paixão e Morte de Jesus.

A comunidade católica participa na tarde-noite da Sexta-Feira Santa, da Celebração da Ação Litúrgica da Paixão e Morte de Jesus, onde se faz memória da morte do Senhor, sua entrega total, seu despojamento e seu amor pela humanidade.

A Sexta-Feira Santa, portanto, é o único dia do ano que a Igreja Católica não celebra a Eucaristia. A ação litúrgica do Dia é constituída em três momentos, Liturgia da Palavra, Adoração da Cruz e Rito da Comunhão.

Após essa Solene Ação Litúrgica, os católicos participaram do Beijo da Cruz demostrando a fé e o amor a Cristo. Concluindo o ato, que dura quase duas horas, a comunidade se reúne num local apropriado de cada Catedral onde participam do Sermão das 7 Palavras proferidas por Jesus enquanto estava pregado na cruz, relembradas pelo Bispo ministrante.

Em Seguida é realizada  uma encenação da descida do corpo de Jesus da Cruz com a participação de alguns homens que representam os apóstolos. Após a cerimônia, milhares de fiéis, com velas nas mãos, seguem em procissão pelas ruas da cidade até retornar à sua Igreja Catedral, encerrando assim, mais esse momento forte da Semana Santa.

O cerimonial do Sábado, que por muitos é chamado de: sábado de aleluia, de malhação do Judas.

Finalmente, no Sábado também chamado de Santo, celebra-se, entre o pôr-do-sol do sábado e o amanhecer de domingo, a Vigília Pascal, o ofício mais importante do calendário litúrgico católico, por ser a celebração da ressurreição de Jesus. Em algumas cidades, principalmente do Brasil, logo nas primeiras horas da manhã de domingo acontece a Procissão do Encontro, na qual duas procissões, uma com a imagem de Maria, mãe de Jesus, e outra com a imagem do Cristo ressuscitado, partem de lugares diferentes e se encontram, quase sempre às portas da igreja matriz da comunidade.

Representações da Paixão de Cristo são realizadas anualmente em muitos lugares.

No Brasil, maior país católico do mundo, durante a Sexta-feira Santa ocorrem encenações dos sofrimentos e da crucificação de Cristo em milhares de cidades. Em alguns casos, essas encenações tornaram-se verdadeiras superproduções e recebem turistas de todo o país. É o que acontece em Nova Jerusalém, cidade cenográfica construída nas proximidades do município de Brejo da Madre de Deus, no interior do Estado de Pernambuco, na qual cerca de 500 atores interpretam a Paixão.

Sobre a Exaltação da Santa Cruz o líder maior da igreja católica romana sempre faz a sua homilia.

Papa Francisco: "Neste dia da Exaltação da Santa Cruz, não se glorifica a crueldade da Cruz, mas o Amor que Deus manifestou aos homens ao aceitar de morrer na Cruz".

A história da adoração da cruz pela ótica do Vaticano.

Em 13 de setembro de 335, foram consagradas, em Jerusalém, duas igrejas: a da Ressurreição e a do Martyrium. No dia seguinte, com uma cerimônia solene, houve a ostensão da Cruz, que a Imperatriz Helena havia encontrado, em 14 de setembro de 320.

Em 614, Cosroes II, rei dos Persas, travou uma guerra contra os Romanos e, depois de derrotar Jerusalém, levou consigo, entre os diversos tesouros, também a Cruz de Jesus. Heráclio, imperador romano de Bizâncio, propôs um pacto de paz com Cosroes, que não aceitou. Diante da sua negação, entrou em guerra com ele e venceu, perto de Nínive, e pediu a restituição da Cruz, que a levou de volta a Jerusalém.

Neste dia da Exaltação da Santa Cruz, não se glorifica a crueldade da Cruz, mas o Amor que Deus manifestou aos homens ao aceitar de morrer na Cruz: Mesmo sendo Deus, Cristo humilhou-se, fazendo-se servo. Eis a exaltação da Cruz de Jesus.

Naquela ocasião, Jesus disse a Nicodemos: “Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu: o Filho do Homem. Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também o Filho do Homem será levantado, a fim de que todo o que nele crer tenha a vida eterna”. De fato, Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. (Jo 3,13-17).

“Na origem do ser cristão, escreveu Bento XVI não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento. O Evangelho, que a liturgia nos propõe na festa da Exaltação da Santa Cruz, diz que Deus pretende construir uma relação de amor com cada um de nós; Ele se oferece na pessoa do seu Filho Jesus, pregado na Cruz.

O fato de levantarmos o olhar para Deus, nos propõe uma verdade importante: somos convidados a voltar a nos relacionarmos de novo com Ele. Chega de ficarmos fechados em nós mesmos, alimentando inúteis sentimentos de culpa e esquecendo que “se o nosso coração nos acusa, Deus é maior que o nosso coração". (1 Jo 3,20). Elevemos nosso olhar para as estrelas, Abraão e a promessa de uma grande descendência, colocando todas as nossas preocupações em Deus.

A cruz nos leva a refletir com espanto e gratidão.

O fato de elevar nosso olhar não nos deve causar medo, mas gratidão, porque tal elevação é a medida do amor com a qual Deus ama os seus filhos, no Filho. Com efeito, a misericórdia de Deus como no caso de Nicodemos ilumina as noites da nossa vida e nos permite continuar o nosso caminho.

Nenhuma indiferença diante da cruz.

Não podemos permanecer indiferentes diante da cruz de Jesus: nem com ele e nem contra Ele. Trata-se de uma escolha, que deve ser feita antes de qualquer ação, porque a vida do cristão nada mais é que o testemunho de quanto "Deus nos amou, a ponto de dar seu Filho Jesus”.

Aqui é importante entender que o Novo Testamento não deixa nenhuma recomendação com relação ao uso de símbolos e figuras como objetos de adoração  por parte dos cristãos. Não há um versículo se quer que encoraje o uso da cruz ou qualquer outro símbolo, repito, como objeto de adoração . Portanto, isto significa que se os cristãos primitivos adotaram o uso da cruz como representação de sua Fé, eles o fizeram simplesmente com o objetivo de servir de identificação, muito embora o símbolo de maior uso pelos cristãos convertidos a Jesus Cristo como Senhor e Salvador, era o peixe.

É errado usar a cruz?

Nem exclusivamente como um símbolo que identifica o cristianismo e nem como objeto de adoração, por que não o é. Se alguém deseja fazer o uso da cruz que o faça, cada um de nós temos o livre arbítrio para fazermos aquilo que bem entendemos, por isso cada um que achar que deve usar e que não há um problema no uso da cruz, que o faça. Mas seria a mesma coisa de uma família adorar um objeto de execução de um de seus familiares.

É inegável o fato de que posteriormente foi atribuído um significado à cruz que é estranho às Escrituras e que deve ser rejeitado. Ela passou a ser vista e utilizada como um objeto que supostamente teria poderes místicos, e assim foi adotada como um tipo de relíquia sagrada.

Esse tipo de interpretação errada e supersticiosa sobre o significado da cruz, fica claro no fato de que até supostas lascas da cruz já foram vendidas a fieis. Esse tipo de coisa não apenas é um erro, como também um desvio de seu verdadeiro significado que era de um objeto indesejado de execução sumária até de inocentes, como foi o caso de Jesus.

Por este motivo os reformadores procuraram evitar o uso da cruz. Mas havia entre eles os que não achavam que a cruz como um símbolo de identificação tinha algo de errado. Eles queriam apenas suprimir qualquer tipo de idolatria que pudesse surgir da má interpretação desse símbolo, porém acabaram contribuindo para o fato.

A cruz em si não tem nada de especial ou poderoso. Pessoas eram crucificadas pelos romanos frequentemente. O próprio Senhor Jesus foi crucificado no meio de outras duas pessoas que também morreram numa cruz. Isto significa que o ponto central não é exatamente a cruz, mas quem estava nela. O significado da cruz ainda remete a ideia de maldição e morte, a menos que Cristo seja reconhecido como Aquele que se fez maldito para, através da cruz, prover redenção ao seu povo.

Jesus foi crucificado na cruz do calvário para nos libertar de toda maldição. Jo 3,13-17.

O Filho amado do Deus vivo crucificado na cruz é quem deve ser adorado e não a cruz em que Ele, Jesus,  foi executado. João 3.11-18.

Ainda aa celebração da adoração a “santa cruz” pelos católicos, eles ministram a adoração plena para a cruz. Neste dia até a eucaristia é suspensa e não se serve a hóstia para os fiéis.

Os bispos dizem: No dia de hoje, temos a graça e a alegria de celebrar a Exaltação da Santa Cruz! É uma bênção e uma graça a exaltarmos!

 Mas, na verdade a cruz era a coisa mais humilhante que podia existir para um ser humano na face da Terra. Era símbolo de maldição, da maior humilhação que uma pessoa poderia sofrer. Nela, estavam os maiores pecadores e criminosos, que recebiam como pena de morte a crucificação.

 O Livro do Deuteronômio diz: “Maldito seja aquele que for pregado no madeiro”. Jesus, Nosso Senhor e Salvador, morreu na cruz. Ele é o inocente que morre pelos pecadores, o justo que morre pelos injustos, o bendito que morre para tirar toda a maldição da Terra.

Ainda continua os exaltadores da cruz: Bendito seja o Santo Lenho da Cruz, que recebeu o corpo de Nosso Senhor Jesus! Bendito seja o Sangue de Jesus, derramado na cruz para a nossa salvação! Bendita seja a Santa Cruz, digna de receber o corpo de Nosso Senhor e Salvador!

Fazemos festa, porque aquilo que parecia derrota ou o fim de Jesus foi, na verdade, a Sua grande vitória. Ele foi obediente até a morte, e morte de cruz. Ainda repito aquilo que disse São Paulo: “Pregamos Cristo crucificado. Para alguns é escândalo, para outros é loucura; mas, para nós, Cristo crucificado é o poder de Deus”. (1Coríntios 1,23-24). Temos de amar a Cruz, amar o Cristo pregado nela! É no Cristo crucificado que somos resgatados, salvos e libertos de toda a maldição, impureza e ação diabólica que ronda este mundo em que vivemos.

E, continua o sermão pelo ministrante da missa em adoração à cruz: Se existe um lugar onde o demônio foi vencido, foi na cruz de Cristo. A cruz que carregamos no peito, que temos no nosso carro, em nossas igrejas, que está no cemitério, é o símbolo da nossa fé. A cruz que não pode faltar em nossas casas! Porém, não é cruz de decoração, de ornamentação, porque ela é feita para isso. A cruz é símbolo, no sentido mais sagrado da palavra, é um sacramental que representa, justamente, o poder sagrado do Cristo que nos liberta do poder da morte, do pecado e de toda a escravidão. A cruz é símbolo dos libertos, dos salvos e redimidos.

 Quando passarmos por momentos difíceis, por grandes tribulações e tentações, quando a angústia falar muito alto em nossa alma, quando não soubermos que caminho tomar, quando acharmos que o nosso sofrimento é insuportável, quando acharmos que não temos mais o caminho a seguir, olhemos para o Cristo crucificado e não tiremos o olhar d’Ele. Jesus nos ensina a sermos humildes, a humilharmos, muitas vezes, a nossa carne, o nosso orgulho e a nossa soberba.

O Cristo crucificado nos coloca no lugar que devemos estar, na mais perfeita humildade.  Ele nos eleva para o lugar mais alto que podemos ir: o Céu e à glória celestial das moradas eternas.

Quanto a nós que conhecemos a verdade, adoremos e glorifiquemos o Cristo pregado na cruz, e não a cruz em que Jesus foi executado nela.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 20 de março de 2023

JESUS SOFREU A PIOR REJEIÇÃO

JESUS SOFREU A PIOR REJEIÇÃO


Jesus foi rejeitado pelos homens, mas foi exaltado por Deus, o Pai.

 

Jesus foi rejeitado pelo seu próprio povo.

A rejeição de Jesus pelos líderes religiosos de sua época, conduziu muitas das “ovelhas” de Israel a também rejeitarem o Senhor. Da mesma maneira que observamos hoje, muitas pessoas naquela época tinham receio de contrariar os seus líderes religiosos. (João 9:22; 19:38).

Os judeus tiveram muitas vantagens em poder conhecer de perto a Jesus o Filho do Deus vivo, recebendo mais informações sobre seus planos e vivendo numa posição privilegiada entre as nações. Mas Jesus viu a rejeição provinda do seu próprio povo e disse: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!” (Mateus 23:37). Anos depois, Paulo também lamentou o fato dos judeus terem rejeitado o Senhor Jesus. (Romanos 9:1-6; 10:3).

Porém Jesus foi exaltado por Deus, o Pai celestial.

Independente da rejeição por parte dos homens, Jesus foi exaltado pelo Seu próprio Pai. O salmista havia predito isso: “A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos”. (Salmo 118:22-23). Os povos, os reis e os príncipes poderiam rejeitar o Filho, mas Deus o constituiu Rei sobre todas as nações. (Salmo 2:1-12). Ele foi rejeitado pelos homens, mas foi aprovado por Deus. (Atos 2:22-24; 4:12; 1 Pedro 2:7-8).

Não era tão diferente no primeiro século, quando as filosofias e suposta fama do conhecimento dos homens ocultaram a palavra de Deus. (1 Coríntios 1:18-25). Mas hoje, como naquela época, esta pedra rejeitada é o único Caminho para a salvação. (1 Pedro 2:4-7). O apóstolo Paulo chegou a defender no Areópago sua posição de Cristão diante dos gregos, os mais brilhantes e ilustres filósofos daquela época; ele viu tantos Deuses criados pelos homens e entre eles um altar ao Deus desconhecido e disse que conhecia esse Deus desconhecido deles e rejeitado por eles.

“E estando Paulo no meio do Areópago, disse: Homens atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos; porque passando eu vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: ao deus desconhecido. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo é o que eu vos anuncio”. Atos 17:22-23.

Principais sintomas do complexo de rejeição que uma pessoa sente.

Pessimismo constante é um dos principais sintomas do complexo de rejeição. A pessoa vê sempre as coisas pela lado negativo. Demonstra sempre o sinal de que algo não vai bem com a sua saúde mental. Sente a influência negativa das tarefas não realizadas. Sente a necessidade constante de agradar ao próximo e nunca agradar a si mesmo. Vive sempre e frequentemente no isolamento social. Tem um forte complexo de inferioridade e de timidez, acha que ninguém gosta de sua pessoa e de sua presença. Não pratica o dever de gostar de si mesmo. Não tem amor próprio. Por fim tem o sentimento da rejeição em qualquer lugar e por todos à sua volta. Não tem e nem busca alterar seu comportamento negativo e nem a sua perspectiva de vida. Daí surgem as doenças físicas e mentais, de um simples e aparente congestionamento nasal, uma dor de cabeça, uma dor no peito  no coração, até uma falta de segurança para se tratar, não aceita remédios, não aceita ir ao médico, tem medo de tudo, não conseguem dormir e logo partem para alucinações indesejadas de uma insegurança de si mesmo. Pior ainda não confia em ninguém.

Já imaginaram se Jesus, o mais rejeitado das nações, fosse atentar para tudo quanto é de tipo de rejeição a que foi submetido?

A pessoa rejeitada às vezes busca socorro tarde demais. Jesus é o socorro antecipado desde que seja buscado em tempo hábil. Em tempo hábil também se deve procurar um médico de confiança da família.   

Geralmente os indivíduos com doenças psicossomáticas e ou psicológicas são levadas, mesmo sem seu consentimento, frequentemente em consultas médicas ou prontos-socorros, sem contudo, obter confirmação das causas de seus problemas.

Chegou-se ao cúmulo do absurdo de um médico psiquiatra conhecido nosso dizer e confirmar que uma paciente sua era acometida por “esquizofrenia atípica”, ou seja não tinha nem como confirmar o tipo de doença mental de sua paciente.

Devido a essas características típicas e atípicas, geralmente os médicos têm muita dificuldade em diagnosticar a causa dessas desordens mentais e emocionais. Por isso, na maioria dos casos, a orientação é buscar apoio profissional por meio de terapias para reabilitação mental a fim de evitar a evolução para quadros mais graves ou gravíssimos como por exemplo a loucura. A rejeição causa traumas muito profundos nas pessoas.

Qual a origem das doenças psicossomáticas?

Tais doenças psicossomáticas estão interligadas e relacionadas ao controle das emoções, sentimentos e ao modo de pensar de cada pessoa individualmente.

As emoções incontroladas e os muitos pensamentos negativos que levam as pessoas a acharem que estão abaixo do fundo do poço, desencadeiam diversos desequilíbrios e transtornos de origens  mentais que frequentemente e consequentemente sobrecarregam as funções orgânicas, atrapalhando o perfeito funcionamento do corpo.

Transtornos mentais. Principais fatos.

Existem diversos transtornos mentais, com apresentações de diferentes sintomas. Eles geralmente são caracterizados por uma combinação de pensamentos, percepções, emoções e comportamento anormais, que também podem afetar as relações com outras pessoas.

Entre os transtornos mentais mais frequentes estão a depressão, o transtorno afetivo bipolar, a esquizofrenia e outras psicoses, demência, deficiência intelectual e transtornos de desenvolvimento, incluindo o autismo.

Existem estratégias eficazes para a prevenção de transtornos mentais como por exemplo a depressão. Há tratamentos eficazes para os transtornos mentais e maneiras de aliviar o sofrimento causado por eles. Quanto mais cedo é descoberto, mais fácil e menos doloroso será o tratamento.

O acesso aos cuidados de saúde e aos serviços sociais capazes de proporcionar tratamento e apoio social é fundamental.

A carga dos transtornos mentais continua crescendo, com impactos significativos sobre a saúde das pessoas nestes tempos modernos e de muita agitação; as principais consequências sociais, de direitos humanos e econômicas em todos os países do mundo levam as pessoas a ficarem temerosas quanto ao futuro.

A síndrome do pânico, a depressão e os transtornos mentais diversos, são doenças modernos que até bem pouco tempo eram desconhecidas.

Quem está em risco de desenvolver transtornos mentais?

Os determinantes da saúde mental e transtornos mentais incluem não apenas atributos individuais, como a capacidade de administrar os pensamentos, as emoções, os comportamentos e as interações com os outros, mas também os fatores sociais, culturais, econômicos, políticos e ambientais, como as políticas nacionais, a proteção social, padrões de vida, as condições de trabalho e o apoio comunitário.

Como lidar com a rejeição? 

Todos sofremos alguma espécie de rejeição em algum momento da vida. Não é possível evitar esse sentimento, porém, é possível aprender a lidar melhor com ele. 

Ser rejeitado costuma abalar diretamente a autoestima. A negativa faz com que a segurança em suas qualidades seja enfraquecida. Por isso, é muito importante estar disposto a lidar com essa questão. 

O primeiro passo é não levar a rejeição para o lado pessoal. Lembre-se de que ela não diz nada sobre ninguém. A rejeição faz parte da vida e não é um ataque pessoal isolado. 

Além disso, quando somos rejeitados começamos a nos culpar automaticamente, supondo que deve haver algo de muito errado conosco e criticando o comportamento que levou a nossa rejeição. 

É um grande erro focar nas próprias falhas e defeitos. Devemos aprender com os erros e defeitos dos outros e não com os nossos erros e defeitos. Aprender com nossos erros e defeitos machuca muito a gente, então vamos aprender como nos tratar sem nos machucar nem por fora e nem por dentro. De modo que você pode acabar se isolando. Pode chegar a acreditar que é a pior pessoa do mundo e que mereceu a rejeição, sem que você seja o que está pensando.

Por isso, é importante uma reflexão sobre o assunto. Você poderia ter feito algo para evitar? Ou poderia ter apresentado melhores comportamentos? Ou você está consciente de que não é culpado por isso e que não poderia ter feito nada para evitar?

Embora não possamos apagar o sofrimento vivido no passado, sempre podemos avaliar as situações e buscar aprender algo com elas.

O exemplo de Jesus. Jesus Cristo é o nosso maior exemplo de vencedor da rejeição.   

Jesus disse em Mateus 11.6: “Bem aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço. (ou rejeição, ou escândalo.)”.

Jesus sofreu a pior rejeição, porém nunca rejeitou ninguém. Ele foi rejeitado pelo seu povo. Um dia o aclamaram dizendo: bendito o que vem em nome do Senhor,  mas no outro gritavam, crucifica-o, crucifica-o.

A rejeição é uma das feridas emocionais mais comuns. A sensação de ser rejeitado assemelha-se a ser jogado na lata do lixo da vida, é algo que machuca e deixa marcas que perseguem o indivíduo ao longo dos anos, condenando-o a um estado permanente de medo, tristeza e isolamento. (Gn 3.9-10). O sentimento de rejeição pode ter origens em diversas outras situações: convivência familiar, escola, amizades, trabalho, relação amorosa. Basicamente, a rejeição nasce em situações de decepção, especialmente com pessoas valiosas para nós, nas quais nos sentimos desvalorizados, injustiçados, como se não se importassem com nossos sentimentos nem reconhecessem nossos esforços.

Como é a rejeição na história de vida das pessoas. Muitas pessoas sofrem com sentimentos de rejeição originados durante a infância, por situações como, por exemplo, o favoritismo, real ou imaginário, de um dos pais ou dos dois, por um filho, em detrimento de outro(s) (Gn 25.28). Se exacerbado, esses sentimentos podem causar insegurança e carência afetiva e ainda podem ser reforçados ao longo do desenvolvimento do sujeito. (Gn 37.3).

Assim, os sentimentos de rejeição acompanham a pessoa em seus relacionamentos interpessoais, ela sente dificuldade em sentir-se amada, aceita e valorizada. Cada pessoa reage de forma distinta e peculiar aos elementos que constituíram sua história. (Jz 11.1-6).

A pessoa que se sente rejeitada, por exemplo, pode canalizar o sentimento em duas direções distintas: uma interna e outra externa. O sentimento de rejeição tende a aflorar em momentos em que nos sentimos confrontados com alguma situação que nos faça sentir preteridos ou menosprezados em relação a algo ou a alguma pessoa. Esse sentimento tem afligido muitos cristãos. Alguns se têm esquecido de que são filhos de Deus e que nada os poderá afastar do grande amor que o Senhor expressou por eles. (Rm 8. 39).

Esses irmãos tentam, de todas as maneiras, serem notados, e buscam o reconhecimento, muitas vezes, com atitudes que prejudicam a outros; e visam à glória humana, esquecendo-se de que quem nos glorifica e exalta é o Senhor.

O sentimento de rejeição pode ser perigoso. Em alguns casos, o sentimento de rejeição pode se tornar uma arma perigosa, visto que o indivíduo, por se achar rejeitado, pode entrar em disputa contra aquele que ele pensa que o rejeitou. (Lc 15.28). No entanto, nem sempre a disputa é maldosa: ao se colocar em disputa com alguém; o indivíduo pode não estar querendo, conscientemente prejudicar alguma pessoa, mas sim apresentando um sintoma de sentimento de rejeição, tentando ser notado a qualquer preço. (Lc 15.29). Assim, o sujeito acaba por ferir sentimentos de algumas outras pessoas que estão à sua volta e que são prejudicadas por seus atos. (Lc 15.31).

Deus nunca se esquece de ninguém. Através do profeta Isaias o Senhor nos dá a certeza de que nunca se esquecerá do seu povo. O profeta usa a figura da mãe para exemplificar a profundidade do amor de Deus em relação ao seu povo. (Is 49.15). Jamais seremos esquecidos ou desamparados. Assim, não há razão para nos sentirmos rejeitados. O caminho para a cura está em crermos que Deus se importa conosco, apesar das nossas imperfeições, Ele nos ama profundamente. Antes de sermos concebidos no ventre materno, fomos gerados no coração de Deus.

Como combater o sentimento de rejeição. 

A rejeição é um dos males emocionais mais comuns em nossa sociedade. Vivemos num mundo agitado, desumano, materialista e consumista, que trata os indivíduos como se fossem mercadorias. Ainda que todos rejeitem uma pessoa, ou não percebam seu valor, Deus valoriza o homem criado à sua imagem e semelhança e não desiste, pois acredita em seu potencial e tem projetos maravilhosos para sua vida. Lembre-se sempre disso, para Deus você tem um valor. Quando a pessoa se afasta, isola-se, poderá ocorrer uma evolução para um quadro de depressão, que poderá levá-lo(a) a uma prostração total em relação à vida. O sentimento de rejeição no crente deve ser combatido com oração e comunhão com Deus e a igreja. (SI 133), além de buscar uma orientação psicológica. É importante ressaltar que Jesus sabe o que é ser rejeitado por todos os homens (Is 53.3) e até mesmo sabe o que é sentir-se abandonado por seu Pai. (Mt 27.46).

O profeta Isaías nos fala de um ser humano que foi rejeitado de todas as nações. Isaías 53. Este rejeitado das nações era o Filho de Deus.

A rejeição causa uma ferida profunda nas emoções de qualquer ser humano e é capaz de destruir sonhos, projetos e a vida de uma pessoa. Somente em Jesus Cristo as rejeições podem ser tratadas e curadas. Ele foi o homem mais rejeitado do mundo. Ele sabia o que era padecer dores. Foi por minha vida e por você que Ele sofreu rejeição dos que Ele mais amou. Seus coirmãos, os Judeus, o rejeitaram e o crucificaram.  Ele é  o médico dos médicos e sabe como curar todas as feridas. Ele foi ferido porém não levou em conta as ofensas que sofreu. Ele é capaz de curar toda lesão do corpo, da alma e do espírito.

A rejeição está ligada à falta de amor, falta de aceitação e falta de compreensão. A palavra central para curar a rejeição é o amor, porque o amor gera a aceitação, e a aceitação trás compreensão e esta  desperta o bem estar da alma. 1Corintios 13.

 Isaías 53:2-12 nos fala sobre o mais ferido e o mais rejeitado entre os homens, que sofreu e padeceu todo tipo de escárnio para nos salvar 

53:2 Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos.

53:3 Era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores, experimentado nos trabalhos e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.

53:4 Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.

53:5 Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados.

53:6 Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.

53:7 Ele foi oprimido, mas não abriu a boca; como um cordeiro, foi levado ao matadouro e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.

53:8 Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes e pela transgressão do meu povo foi ele atingido.

53:9 E puseram a sua sepultura com os ímpios e com o rico, na sua morte; porquanto nunca fez injustiça, nem houve engano na sua boca.

53:10 Todavia, ao SENHOR agradou o moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os dias, e o bom prazer do SENHOR prosperará na sua mão.

53:11 O trabalho da sua alma ele verá e ficará satisfeito; com o seu conhecimento, o meu servo, o justo, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si.

53:12 Pelo que lhe darei a parte de muitos, e, com os poderosos, repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.

A previsão do profeta Isaías sobre Jesus sobre o rejeitado das nações, foi de que Jesus fosse rejeitado pelos líderes religiosos e os compatriotas de sua época, inclusive de seus familiares, e foi isso mesmo que aconteceu.

A vinda de Jesus Cristo ao mundo não foi nada menos do que isso, Ele era o Deus vivo vivendo como homem no meio dos seres humanos aqui na terra.

A presença do Deus de amor no meio dos homens sem amor, sem dúvida, seria o suficiente para levar todos à conversão se os homens tivessem pelo menos um pouco de amor. Mas isso não aconteceu, Ele foi rejeitado, o mais rejeitado entre todos os seres humanos na face da terra, o mais rejeitado de todas as nações.

Como poderia algum mero homem resistir à presença do seu Criador aqui na terra?

O apóstolo João afirma que Jesus “Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam”. João 1:11.

Jesus foi rejeitado pelos homens que ele mesmo criou. Jesus foi rejeitado pelos líderes religiosos que procederam como se fossem os donos da verdade e da religião.

Imaginamos que os líderes religiosos seriam as pessoas mais próximas de Deus, o que na verdade deveriam ser. Realmente deveriam ser, mas não eram.

Muitas pessoas em posições de liderança religiosa frequentemente alimentam estas ideias de uma posição especial e acham que estão mais perto de Deus do que os outros.

Jesus descreveu tais pessoas como as que “praticam” todas as suas obras com o fim de serem vistos pelos homens e se vestem de maneiras especiais, “amam o primeiro lugar” em atividades sociais e reuniões religiosas.

Por fim gostam de serem chamados por títulos de destaque. Mateus 23:5-7.

Hoje, apesar das advertências de Jesus, muitos homens defendem seus títulos de reverendo, pastor, padre, apóstolos e afirmam ter um lugar especial que mereça um respeito maior. É comum ouvir líderes religiosos abusarem da palavra "ungido" como defesa para esconder suas falhas, rejeitando qualquer questionamento ou crítica com afirmações de uma posição isenta de avaliação: “Não toque no ungido de Deus”. Mas, assim como os fariseus e escribas criticados por Jesus no evangelho de Mateus capítulo 23, os religiosos que, hoje, roubam e abusam das ovelhas são os reais culpados. São eles que estão “tocando nos ungidos de Deus”, pois a palavra de Deus mostra que todos os cristãos verdadeiramente convertidos que adoram a Deus em espírito e em verdade,  não somente os pastores, são seus ungidos. 1 João 2:20.

Mesmo quando Jesus andava aqui na Terra, sua presença mostrou como estes líderes estavam vazios e longe de Deus. A podridão dos religiosos hipócritas ficou evidente e a glória de Deus nem passou perto deles

Quanto àqueles que realmente estão cheios da glória de Deus, o próprio Senhor Jesus os galardoará na glória celestial.

Jesus ensinou seus servos a se comportarem de uma maneira totalmente diferente, não agindo para serem vistos por homens, seja nos seus atos de caridade ou nas suas orações e deprecações. Mateus 6:1-8.

Quando o Senhor Jesus observou o comportamento dos líderes dos judeus, Ele criticou a sua religião por contrariar a vontade do Pai: “Por que transgredis vós também o mandamento de Deus, por causa da vossa tradição? E, assim, invalidastes a palavra de Deus, por causa da vossa tradição. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens”. Mateus 15:3-9.

Com certeza muitos destes líderes se sentiram ofendidos quando Jesus falou que seriam rejeitados por Deus. Os discípulos perceberam que os fariseus se escandalizaram, mas Jesus não amenizou a sua mensagem. Ele continuou: “Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada. Deixai-os; são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco”. Mateus 15:12-14.

Na sua censura mais forte, Jesus chamou estes líderes de hipócritas e avisou ao povo do perigo de os seguir. Mateus 23:8-12.

Se Jesus, mesmo sendo rejeitado pelos homens, tivesse agido como um político esperto, falando palavras suaves e agradáveis para ganhar o apoio dos homens influentes, se tivesse oferecido para eles posições de influência no seu reino ou se tivesse procurado fazer acordos entre as religiões para evitar ofensas, certamente a reação dos líderes teria sido bem mais favorável. Se Ele tivesse participado do “clube dos pastores” e respeitado todos como colegas, estes não teriam motivo para se voltar contra Jesus. Mas quando Ele falou a verdade sem acepção de pessoas, trouxe sobre si a ira dos religiosos mais influentes.

Jesus foi rejeitado pelo povo escolhido.

A rejeição pelos líderes religiosos da época de Jesus conduziu muitas das “ovelhas” de Israel a também rejeitarem o Senhor. Da mesma maneira observamos hoje que muitas pessoas procedem como os daquela época que tinham receio de contrariar os líderes. João 9:22; 19:38.

Os judeus tiveram muitas vantagens em poder conhecer de perto o Deus vivo na pessoa de Jesus, recebendo mais informações sobre seus planos e vivendo numa posição privilegiada entre as nações. Mas Jesus viu a rejeição provinda do próprio povo: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes”. Mateus 23:37.

Alguns anos depois Paulo também lamentou o fato dos judeus terem rejeitado Jesus. Romanos 9:1-6; 10:3.

Jesus foi rejeitado pelas multidões.

Em várias situações Jesus foi rejeitado pelas multidões que ouviram suas pregações e presenciaram suas grandes obras e milagres.  

Quando demonstrou Seu poder sobre os servos do próprio diabo, os Gerasenos ou Gadarenos não queriam que Jesus ficasse na sua terra. Marcos 5:16-17. Quando Jesus não correspondeu às expectativas materialistas da multidão, pregando sobre temas celestiais para pessoas carnais, o povo o abandonou. João 6:66. E quando chegou o momento de decisão sobre o Filho de Deus que andou no seu meio, no meio deles, a multidão chegou a gritar e insistir na morte de Jesus. Lucas 23:18-23.

Mas, enfim Jesus foi exaltado por Deus.

Independente da rejeição por parte dos homens, Jesus foi exaltado pelo seu próprio Pai. O salmista havia predito isso: “A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos”. Salmo 118:22-23. Os povos, os reis e os príncipes poderiam rejeitar o Filho, mas Deus o constituiu Rei. Salmo 2:1-12. Ele foi rejeitado pelos homens, mas aprovado por Deus. Atos 2:22-24; 4:12; 1 Pedro 2:7-8.

As palavras  dos que condenaram Jesus à morte, e morte de cruz, foram as seguintes:    E Nós? O Que Faremos com Jesus?

Pressionaram a Pilatos para que Jesus fosse condenado a ser crucificado. Lucas 23.20,21.

20. Falou, pois, outra vez Pilatos, querendo soltar a Jesus.

21. Mas eles clamavam em contrário, dizendo: Crucifica-o! Crucifica-o!

É comum, e talvez até normal, para os homens se iludir e acreditar que são superiores aos outros que fizeram o mal no passado. Os próprios hipócritas condenados por Jesus pensavam assim: “Se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos sido seus cúmplices no sangue dos profetas”, mas Jesus disse: “Assim, contra vós mesmos testificais que sois filhos dos que mataram os profetas”. Mateus 23:30-31.

Devemos fazer uma avaliação pessoal honesta e profunda. O que faremos ou faríamos com Jesus Cristo? Rejeitamos ou aceitamos? A melhor coisa que alguém pode fazer na vida é aceitar Jesus como Único e suficiente Salvador de suas vidas.

A moda do ceticismo, agnosticismo, ateísmo, humanismo, materialismo, satanismo, e outros “ismos” da nossa época busca algo mais sofisticado do que a simples fé de uma religião moderna ou antiga.

Não era tão diferente no primeiro século, quando as filosofias e suposto conhecimento dos homens ocultaram a palavra de  Deus. 1Coríntios 1:18-25.

Mas hoje, como naquela época, esta pedra rejeitada da esquina é o único Caminho para a Salvação. 1 Pedro 2:4-7. Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida. João 14.6

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

segunda-feira, 13 de março de 2023

O SALMO DO VIAJANTE E DO PEREGRINO

O SALMO DO VIAJANTE E DO PEREGRINO

 

O Apóstolo Paulo  em 2 Coríntios 11.26 refere-se aos perigos das longas viagens missionárias e pastorais que realizou.

“Muitas vezes, passei por perigos em viagens, perigos em rios, perigos entre assaltantes, perigos entre meus próprios compatriotas, perigos entre os gentios, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos entre falsos irmãos”.

Jesus também enfrentou muitos perigos em suas viagens. As viagens de Jesus.

Jesus certa vez disse que ele foi mandado somente para as ovelhas perdidas do povo de Israel, (Mt 15.24). No entanto, o Evangelho de Marcos registra pelo menos 4 viagens de Jesus ao exterior. Por que o Evangelho de Marcos registra essas viagens de Jesus? Que lugares Jesus visitou? O que ele fez nesses lugares?

O fato de Jesus ter viajado ao estrangeiro tem um significado especial, um exemplo disso está em João capítulo 4, onde registra a conversa de Jesus com uma mulher Samaritana; os Samaritanos não se consideram Judeus e nem podiam se comunicar uns com os outros. Mostra o interesse de Jesus também pelos estrangeiros e não somente pelos judeus. O Evangelho de Marcos foi escrito para as Comunidades não judaicas. Por isso, o Evangelho de Marcos narra essas saídas de Jesus de Israel, deixando claro que Jesus não veio somente para os judeus, mas também para os estrangeiros.

A primeira viagem de Jesus ao exterior.  

A primeira viagem de Jesus para o exterior, ele convida os seus discípulos a entrar no barco e atravessar o lago de Genesaré: Naquele dia, de tardezinha, Jesus disse aos seus discípulos: Vamos para o outro lado do lago (Mc 4.35). A outra margem do lago era terra estrangeira, era um lugar perigoso, cheia de gente considerada perigosa e impura, um lugar que um judeu religioso jamais colocaria os pés. Os discípulos de Jesus sabiam disso, mas não puderam dizer a Jesus que não iam.

A viagem de barco já começou mal. Alguns minutos de navegação e começou uma tormenta terrível, que quase afundou o barco. O pânico se apoderou dos discípulos. Jesus ia com eles, mas estava dormindo no barco. Ao ser acordado pelo desespero e pelos gritos dos discípulos, Jesus se levanta e acalma a tempestade. Desta maneira Jesus lhes mostrou que quando Ele está presente não há nada que temer. Assim que chegaram no outro lado do lago, desembarcaram num lugar chamado Gerasa. No mesmo instante um homem endemoniado veio correndo ao encontro deles. Era um homem violento, que morava num cemitério, ele tinha uma força extraordinária, ele era capaz de arrebentar correntes de ferro. Esse homem veio correndo em direção dos discípulos, e quando chegou perto deles, ele caiu de joelhos diante de Jesus e depois de um breve diálogo, Jesus o curou. Ao ver que estava curado de seu mal, o ex-endemoniado queria ficar com Jesus, mas Jesus lhe ordenou que voltasse para sua casa e contasse aos seus parentes e amigos o que lhe aconteceu. Esse ex-endemoniado tornou-se um pregador de Jesus.

A segunda viagem de Jesus ao exterior.

Na segunda viagem ao exterior, Jesus ordenou novamente aos discípulos que embarcassem no barco e fossem na frente até a cidade de Betsaida, que ficava no outro lado do lago, portanto, em terra estrangeira. Enquanto atravessavam o lago, já no meio da noite o vento foi ficando cada vez mais forte. O barco era jogado de um lado para o outro. Jesus não estava com eles dessa vez. Os discípulos se assustaram tanto que começaram a gritar de desespero. Jesus então se aproxima deles no meio da escuridão, caminhando sobre as águas. Mas isso deixa os discípulos ainda mais apavorados, pois eles achavam que se tratava de um fantasma.

No entanto, assim que Jesus subiu no barco, o vento se acalmou. O medo fez com que os discípulos perdessem a direção do barco e por isso eles não chegaram aos seu destino. A viagem tinha sido um fracasso. O medo havia paralisado os discípulos, de forma que eles resolveram atracar no primeiro lugar que encontraram. Com essa segunda viagem o Evangelho de Marcos quer mostrar que a evangelização aos pagãos, sem Jesus, isso é sem os métodos de Jesus, sem a visão de mundo de Jesus, sem a sensibilidade de Jesus, ou seja, uma evangelização sem o modelo de Jesus estava condenada ao fracasso.

A terceira viagem de Jesus ao exterior.

E agora vem a terceira viagem de Jesus. Dessa vez, nada de barcos. Jesus e seus discípulos vão por terra mesmo. Depois de caminhar vários km, a sua primeira parada é a cidade de Tiro, que fica a uns 60km de Cafarnaum. Jesus não queria que ninguém soubesse que ele estava aí. Mas, de improviso, uma mulher fenícia que tinha sua filha doente se aproximou suplicando a Jesus que curasse a sua filhinha. Jesus se negou, dizendo que ele foi mandado somente para os judeus, não para os estrangeiros. Mas a mulher insistiu dizendo que o pão de Deus é abundante e certamente dá para alimentar a todas as pessoas inclusive aos estrangeiros. Ao escutar essas palavras, Jesus aceitou curar a menina. E com esse milagre, o Evangelho de Marcos quer mostrar que existe muita fé em Deus também entre os estrangeiros.
Essa história nos revela a atitude da igreja primitiva em relação aos estrangeiros. Jesus e seus discípulos chegaram a Tiro de maneira velada, sem que ninguém soubesse. Isso revela a cautela dos judeus-cristãos em relação aos estrangeiros. A súplica da mulher pela cura de sua filha demonstra a necessidade dos estrangeiros de receber o Evangelho. Jesus inicialmente se nega e expressa seus argumentos para limitar sua ação somente aos judeus.

A mulher, no entanto, convence a Jesus que o Evangelho, o amor de Deus, dá para todos. A cura da menina por Jesus comprova que a mulher estava certa. Com essa história, o Evangelho de Marcos demonstra que a evangelização dos estrangeiros não foi algo planificado pelos discípulos de Jesus, mas as coisas foram acontecendo de forma inesperada e terminaram rompendo barreiras e preconceitos que separavam os judeus dos pagãos.

Depois desse acontecimento em Tiro, Jesus e seus discípulos continuam a viagem e chegam a região das Dez Cidades (Decápolis). Ali algumas pessoas trazem para Jesus um surdo-mudo. Esse homem simbolizava de maneira perfeita a situação em que se encontravam os estrangeiros naquele tempo: pessoas que não podiam escutar a Deus e nem podiam falar com Deus. Jesus tocou nos ouvidos do doente, colocou saliva na sua língua e o curou. Os amigos do surdo-mudo ao ver esse prodígio ficaram admirados e mesmo que Jesus tivesse pedido silêncio sobre esse acontecimento, aqueles amigos do surdo-mudo saíram contando essa boa noticia a todas as pessoas que encontravam. Com essa atitude, Jesus vai abrindo o terreno para a evangelização dos gentios.

Na primeira viagem, um ex-endemoniado de Gerasa contava as pessoas o que Deus havia feito com ele. Agora, além do ex-surdo-mudo, também todos os seus amigos dão testemunho que Jesus abre os ouvidos das pessoas para escutar a Deus e que Jesus dá as palavras certas para poder responder a Deus.
Mas essa viagem ainda não terminou ali. Depois que Jesus curou o surdo-mudo, uma multidão se aproximou dele. No final da tarde a multidão estava faminta. Mas os discípulos somente tinham sete pães. Jesus então mandou que as pessoas se sentassem em grupos, deu graças a Deus e mandou que seus discípulos distribuíssem aqueles sete pães. Naquela tarde umas 4 mil pessoas comeram pão e ainda sobraram sete cestos cheios.
Jesus já havia realizado o milagre da multiplicação dos pães e peixes anteriormente com os judeus. Agora Jesus repete esse milagre em terra estrangeira. Com esse milagre o Evangelho de Marcos fala da Santa Ceia. Não somente os judeus estavam convidados para a Santa Ceia. Também os estrangeiros, as pessoas de fora, estão convidados a participar da comunhão com Jesus.

Portanto, essa terceira viagem de Jesus tem uma importância muito especial para o Evangelho de Marcos. Enquanto os líderes judeus desprezavam e olhavam com desprezo os estrangeiros, Jesus vai ao encontro deles e demonstra que os estrangeiros não merecem somente a saúde (como no caso da filha da mulher fenícia), mas também a Palavra de Deus (como no caso do surdo-mudo) e também a Santa Ceia, como comida da salvação.

A quarta viagem de Jesus ao exterior.

Na quarta viagem, Jesus e seus discípulos viajam outra vez de barco (Mc 8.13ss). Mas agora não tem tormenta, nem ventos contrários. Desta vez o perigo está dentro do barco. Os discípulos estão de cara amarrada. Eles demonstram a Jesus que estão fazendo algo contra a sua vontade. Jesus percebe a situação e diz: Tomem cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes (Mc 8.15). O fermento dos fariseus era a mentalidade fechada, opressiva, apegada a Lei judaica, própria dos grupos conservadores. O fermento de Herodes era a mentalidade autoritária, opressora, dominadora própria dos dirigentes políticos daquela época. Se esses fermentos, se essas mentalidades se infiltram no barco de Jesus (na igreja), então elas podem destruir as bênçãos e os milagres de Deus.

Jesus mais uma vez nos convidando a romper fronteiras e preconceitos. E o que significa isso para a nossa maneira de ser igreja hoje? Será que nossas comunidades continuam sendo essa igreja de Jesus que é acolhedora, que é inclusiva e que vai ao encontro dos excluídos? Pessoalmente, como cada um de nós trata a pessoa que é diferente, que vem de outra cultura? Sabemos ser pessoas acolhedoras ou preferimos julgar e discriminar quem é diferente de nós?

Nos perigos da viagem temos que estar ligados no trono da graça de Deus para sermos protegidos de qualquer mal que queira nos atingir.  

O Salmo 121 é conhecido como o Salmo do viajante ou o Salmo do peregrino. Na informação inicial do Salmo em diversas traduções consta no Salmo 121 que “Deus é o guarda fiel do seu povo”.

Vamos apreciar as preciosidades que encontramos em cada palavra do Salmo 121.

1.   Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro?

2. O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra.

3. Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não tosquenejará.

4. Eis que não tosquenejará nem dormirá o guarda de Israel.

5. O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua direita.

6. O sol não te molestará de dia, nem a lua, de noite.

7. O Senhor te guardará de todo mal; ele guardará a tua alma.

8. O Senhor guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre.

 

1. Primeiro Ponto. O salmista olhando para os céus parecia que estava dizendo: a criação de meu Pai está diante de mim, são fatos demonstrados nos versículos 1 e 2. (Salmo 121:1-2).

A primeira linha do Salmo pode ser traduzida no presente ou no futuro “elevo ou elevarei meus olhos para os montes”, como é o caso em algumas versões. Se Deus criou os céus e a terra, então é um Deus de poder, sabedoria e glória, e não temos coisa alguma a temer.

Satanás e seu exército demoníaco podem estar trabalhando contra os cristãos, mas este mundo ainda pertence ao Senhor Jesus.

Os israelitas apóstatas adoravam outros deuses em santuários chamados de “lugares altos”. Estes lugares eram nos montes e não se importavam com a altura dos montes. É o caso do desafio do profeta Elias e Jezabel esposa do rei Acabe e o próprio rei. Fizeram o desafio de ver qual Deus responderia com fogo. Os profetas de baal clamaram até ao meio-dia mas baal não lhes respondeu, depois o profeta Elias clamou ao Deus vivo, e Deus mandou fogo do céu e consumiu o holocausto. (2 Rs 16:4; Jr 3:23; 13:27; 17:2; Os 4:11-13). O povo olhava para os montes, mas povo fiel a Deus olhava acima dos montes, para o grande Deus que havia criado todas as coisas.

Quando olhavam para os montes e viam Jerusalém (87:1; 125:1, 2; 133:3), sabiam que Deus habitava ali em seu santuário e dava a seu povo toda a ajuda de que precisavam. Tudo nos céus e na terra dá testemunho do grande Criador, que também é nosso Pai celestial. Então por que temer?

2. Segundo Ponto. Os olhos de Deus o nosso Pai estão sobre mim. (Salmo 121:3-4).

O termo traduzido por “vacilar” significa “escorregar, derrapar, cambalear, ser abalado”. Não devia ser difícil torcer o tornozelo nem mesmo cair e sofrer uma fratura ao caminhar pelos caminhos pedregosos.

O Senhor preocupa-se com nossos pés e nosso caminhar. O verbo “guardar” e o substantivo “guarda”, tem o sentido de proteger e é usado seis vezes neste salmo (vv. 3, 4, 5, 7 (duas vezes) e 8). Aparece pela primeira vez na Bíblia em Gênesis 2:15, onde o Senhor coloca Adão no jardim para “o cultivar e guardar”, ou seja, proteger e tomar conta.

Deus nos guarda mesmo enquanto dormimos, pois ele não dorme (ver 1 Rs 18:41). O Senhor prometeu guardar Jacó, que se tornou o pai das doze tribos de Israel (Gn 28:15; 48:15, 16), e também protege os descendentes de Jacó. (Dt 32:10).

“Os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos ao seu clamor”. (Sl 34:15).

“Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho” (Sl 32:8).

3. Terceiro Ponto. A presença de meu Pai está junto de mim. (Salmo 121:5-6).

Aquele que nos guarda não está apenas assentado em seu trono, nos vendo lá do alto, mas também está junto de nós, para nos proteger e nos livrar de todo o mal. Isso não significa que os cristãos obedientes nunca enfrentam dificuldades e perigos ou que nunca sofrem dores físicas e emocionais. As coisas que Deus permite que aconteçam conosco dentro de sua vontade podem causar dor, mas não nos farão mal.

Davi havia passado por muitas experiências que lhe causaram angústia e até mesmo ameaçaram sua vida, mas o Senhor capacitou-o a transformar essas aparentes tragédias em belíssimos salmos que nos enchem de ânimo nos dias de hoje.

A presença do Senhor a nossa direita nos dá a “sombra” de que precisamos. A sombra nos lembra de segurança e proteção.  (Sl 91:1).

O salmista diz várias coisas ao escrever sobre o Sol e a Lua. Em primeiro lugar, na parte do mundo onde ele vivia, o sol escaldante é ameaçador, mas à noite, a queda brusca de temperatura também é desconfortável e prejudicial à saúde para aqueles que não estão devidamente protegidos.

Dia e noite, nosso Pai está conosco para nos abrigar daquilo que pode nos fazer mal. O povo de Israel seguia um calendário lunar, de modo que o escritor também está se referindo a dias. (Sol) e meses (Lua).

Dia após dia, mês após mês, estação após estação (Gn 1:16-18), ano após ano, nosso Pai está junto de nós em meio aos inúmeros desafios e mudanças da vida.

Quer durante o dia ou à noite, no calor ou no frio, quaisquer que sejam as mudanças, a presença do Pai supre tudo de que precisamos. Não precisamos temer os ataques repentinos em momento algum do dia, pois estamos protegidos “à sombra do Onipotente”. (Salmo 91).

4. Quarto Ponto. O cuidado de meu Pai está ao meu redor. (Salmo 121:7-8).

Não precisamos temer a vida nem a morte; o dia de hoje nem o amanhã; o tempo nem a eternidade, pois estamos sob os cuidados amorosos de nosso Pai.

A expressão “todo mal” refere-se a qualquer coisa que poderia nos prejudicar, nos fazer mal, porém, em Sua infinita graça, Deus
transforma em bem as coisas que consideramos más.

José teve de suportar a maledicência e o ódio de seus irmãos, treze anos de separação do pai, acusações falsas da esposa de seu patrão Potifar, no Egito e vários anos na prisão, tudo por causa dos pecados de seus irmãos. Mas, no final, José pôde dizer: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem”. (Gn 50:20).

A mesma coisa que Paulo diz em Romanos 8:28. A oração “guardará a tua saída e a tua entrada desde agora e para sempre” refere-se às atividades diárias da vida. (Dt 28:6; 1 Sm 29:6; 2 Sm 3:25). Sem dúvida, o Pai se preocupa com nossas tarefas, com nossa agenda e, até mesmo, com aqueles “detalhes menos importantes” aos quais, muitas vezes, não damos o devido valor.

Os judeus ortodoxos obedecem a Deuteronômio 6:9 e 11:20 literalmente e prendem pequenas caixas de metal contendo partes das Escrituras do lado direito dos batentes das portas de suas casas. Cada vez que entram e saem, tocam a caixa num sinal de reverência. Essas caixinhas são chamadas de  “mezuzas”, o termo para “batente”.

Como é bom saber que, ao entrar e sair de casa, ao ir de uma cidade ou de um país para outro, o Pai está conosco e cuida de todas as nossas necessidades.

O Senhor guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre”. Salmo 121:8.

5. Quinto Ponto. E por fim, Deus cuida de cada transição em sua vida, em nossas vidas. Este é um dos versículos que os judeus devotos recitam quando saem ou entram em suas casas.

Geralmente são as transições da vida que nos atrapalham, não é? Uma vez que estamos seguros em nossas rotinas, as coisas geralmente correm bem, mas são os tempos intermediários, o deslocamento, a mudança, a mudança de emprego, a mudança de saúde, a mudança de relacionamentos é nos tempos intermediários que geralmente mais lutamos.

Este é outro exemplo da língua hebraica usando um par de opostos para expressar a totalidade: suas idas e vindas e tudo mais. Portanto, não são apenas as transições na vida, Deus cuida de todos os intermediários também. Seja em casa, na escola, no trabalho ou fora, faça o que fizer, onde quer que vá, você está seguro porque Deus está com você.

E então temos a maravilhosa promessa no final do versículo 8: “O Senhor protegerá a sua saída e a sua chegada, desde agora e para sempre”.

Deus está cuidando de você agora e continuará cuidando de você para sempre. Ambas as promessas são encorajadoras. Se você tivesse que escolher uma ou outra situação, qual você escolheria? O Agora? Ou o para sempre? É uma escolha difícil. Mas louvado seja Deus, você não tem que escolher. Ambas são verdadeiras para o crente em Cristo que confia e anda olhando firme para o Autor da nossa fé.

Jesus disse em Mateus 28:20: “E certamente estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos”.

Deus, O Criador é o nosso ajudante, nosso protetor diuturnamente. O Deus de Israel é nosso protetor. O salmista diz: o SENHOR te guardará de todo mal. E assim somos abençoados pelo Deus Criador do céu e da terra e também pelo Deus protetor de Israel. Adore a Deus como seu Senhor e Salvador pessoal e que Ele o projeta de todo mal.

Estamos em uma jornada para Deus, e o Salmo 121 é uma música maravilhosa para a jornada. O Criador do céu e da terra cuida de cada aspecto de sua vida. Ele te protege de todo mal. Não há acidentes para aqueles que pertencem a Deus.

E isso significa que você não precisa se preocupar ou ter medo de nada. Nada pode acontecer com você sem o conhecimento de Deus. Nada pode prejudicá-lo sob seus cuidados protetores. Mesmo as piores coisas que acontecem com você, seja doença, perda ou mesmo morte, todas essas coisas acontecem sob o cuidado providencial de Deus. Deus é por você, não contra você. Ele está comprometido com o seu bem, e você pode confiar nele em todas as coisas.

Somos viajantes, peregrinos e forasteiros aqui na terra. O Salmo 119.19 diz: “19. Sou peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos”.

Diz-se que peregrino é a pessoa que anda ou viaja por terras estrangeiras; por terras distantes, longínquas, com um destino, embora muitas vezes, sem saber aonde ir e como chegar lá, assim aconteceu com Abraão e outros patriarcas. Eles andaram por caminhos desconhecidos como forasteiros porém não andaram por caminhos errantes, se erravam no seu caminhar, procuravam a direção diante de Deus,  mas com a garantia de Deus de que tudo daria certo porque Deus é quem os dirigia.

O peregrino anda nesta terra, mas que ao mesmo tempo, tem consciência do seu destino e do seu verdadeiro lugar.

Como cristãos devemos viver nesta terra como se dela não fossemos, entendo que somos peregrinos e forasteiros numa terra estranha. Como disse Jesus:

“Não os peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Eles não são do mundo, como também não sou”. (Jo 17:15-16).

Isso não quer dizer que vamos viver uma vida descompromissada com relação a família, trabalho e atividades sociais, mas que nessa “jornada” o nosso alvo é Deus, ou seja a vida eterna em nome de Jesus. (Jo 3:16).
A palavra de Deus afirma que não somos desse mundo, como Cristo também não era. Esse significado se refere ao fato de nossa identidade e moradia estão vinculadas a Deus. A verdadeira morada do crente é “viver como Cristo” nesta terra e assim esperar com amor, fé e esperança para definitivamente morar “com Cristo nos céus”. O plano de Deus é o alvo do crente. O crente tem que ter a certeza  de que Cristo vive nele e que o Espírito Santo fez morada em sua vida. (Cl 1:27).

Jesus mesmo disse: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.
Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.

E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. Mesmo vós sabeis para onde vou, e conheceis o caminho.

Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?
Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”. (Jo 14:1-6).

Então vivemos nesta terra de passagem sabendo que existe uma vida eterna com Cristo, ou seja, com Deus, que nos espera após nossa jornada aqui na terra. Paulo escrevendo aos Coríntios diz que: “Se esperamos em Cristo, só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. (1 Cor 15:19).

Muitos cristãos tem construído sua vida com Deus somente pelas bençãos recebidas, mas esquecem que existe uma pátria celestial que nos espera. (Ap 21:1-3).

O peregrino, o viajante e o forasteiro que não tiver um norte na vida, uma bússola que o guie ao “verdadeiro caminho”, se verá perdido em sua caminhada,  nosso guia é o Espírito Santo de Deus. A bússola e o mapa do Cristão, do viajante é a Bíblia que é a Palavra de Deus. Ela é a lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho. (Sl 119:105).
Somente através de Sua palavra é que podemos prosseguir para o alvo, para aquilo pelo qual fomos chamados por Deus. (Fp 3:14).

Temos que estar olhando firme para o autor e consumador da nossa fé. Fazendo assim o Senhor Jesus nos guiará na nossa entrada e na nossa saída em qualquer lugar ou em qualquer situação, pois nosso alvo é alcançar a bênção maior da nossa vida que é a nossa salvação.

Portanto vamos confiar em Deus em todas as situações e vamos buscar o bem em todos os detalhes da nossa vida. Deus é quem está no controle de nossas vidas. Ele está nos guiando até chegarmos à estatura de varão perfeito. O Salmista disse: “Elevo meus olhos para os montes de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra”. (Salmo 121:1-2). Ele perguntou e ele mesmo deu a resposta. Ele disse: “de onde me virá o socorro?”, e ele respondeu para si mesmo: “O meu socorro (ou a minha direção no caminho), vem do Senhor, criador dos céus e da terra”.

Encerrando esta postagem quero desejar para vocês as bênçãos de Deus do final do Salmo 121 dizendo: “o Senhor é quem te guarda, guardará de todo mal, tua entrada e saída desde agora e até o final”.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pastor Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.