EPÍSTOLA UNIVERSAL DE JUDAS IRMÃO DO SENHOR
Quem de fato escreveu esta epístola não foi o
Judas Iscariotes o traidor, mas Judas o irmão do Senhor. Judas 1. A epístola de
Judas é muito pequena e tem somente um capítulo.
Ele escreveu a epístola universal de Judas e
declarou ser servo de Jesus e irmão de Tiago, que era irmão do Senhor Jesus.
Judas, chamado de meio irmão de Jesus, mas
que na verdade era irmão de Jesus, ambos são filhos de Maria. A diferença é que
Jesus nasceu por obra e graça do Espírito Santo de Deus e Judas e os outros
filhos do casal são filhos de Maria e José; Judas foi o autor da última carta
do Novo Testamento antes do Apocalípse. Em sua epístola ele não se identifica
como irmão de Jesus, talvez por medo da perseguição que todos os apóstolos de
Jesus sofreram. Ele diz ser “servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago”, (Judas
1), Thiago se identifica como irmão do Senhor.
O próprio Tiago também adotou a mesma postura,
(Tiago 1:1), mas depois da ressurreição de Jesus, todos os seus irmãos de
ventre materno o reconheceram como Jesus Cristo o Filho de Deus e Único e
suficiente Salvador.
Judas não deve ser confundido com os outros
personagens neotestamentários citado com esse mesmo nome. Judas era um nome muito
comum entre os Judeus daquela época. Isso pode ser notado no próprio grupo dos
Doze, em que dois discípulos se chamavam Judas. Havia o Judas Iscariotes,
o traidor, (João 6:71), e o Judas chamado Tadeu (João 14:22; Mateus
10:3; Lucas 6:16).
Na verdade, em suas próprias palavras Judas
esclarece que não era um dos apóstolos de Jesus. (Judas 17). Os irmãos de Jesus
que foram gerados por José e Maria relutaram em reconhecer o ministério terreno
de Jesus Cristo, o Filho de Deus.
A história de Judas, irmão de Jesus.
Pouco se sabe sobre a história de Judas,
irmão de Jesus. Ele é mencionado nos Evangelhos apenas na relação dos irmãos do
Senhor (Mateus 13:55; Marcos 6:3). Judas, e os demais irmãos de Jesus, não
creram nele durante o seu ministério terreno (Marcos 3:21; João 7:5).
Possivelmente isto mudou após a ressurreição de Jesus. (1 Coríntios 15:5,7).
Ele também é citado indiretamente no livro de
Atos dos Apóstolos (Atos 1:4). Naquela ocasião, os irmãos de Jesus já aparecem
perseverando em oração junto dos apóstolos, enquanto aguardavam a descida
do Espírito Santo. Então isso significa que no dia de Pentecostes Judas
já estava presente.
Em 1 Coríntios 9:5, mais uma vez Judas, o
meio-irmão de Jesus, é citado indiretamente. Nessa passagem o apóstolo Paulo
faz referência ao ministério itinerante dos apóstolos e dos irmãos de Jesus. Em
suas viagens missionárias eles costumavam levar suas respectivas esposas.
Em sua obra podemos perceber alguns traços de
seu caráter. Certamente a humildade era uma de suas características. Em nenhum
momento ele reivindica seu grau de parentesco com o Senhor Jesus. Ele
simplesmente se coloca como um servo de Jesus Cristo. Ao fazer isso, obviamente
ele também declara implicitamente a divindade de Cristo.
Judas também era uma pessoa diligente. Ele
conhecia as Escrituras e tinha um profundo zelo pela verdade do Senhor (Judas
3). Em sua epístola ele trata especialmente da questão da apostasia. Isso é
algo curioso, visto que o nome do maior apóstata também era Judas (o
Iscariotes). Judas, irmão de Jesus, também foi usado pelo Espírito Santo para
registrar algumas informações que até então não tinham sido registradas nas
Escrituras. (Judas 9,14,15).
Quem eram os irmãos de Jesus.
Como já foi dito, a Bíblia menciona o nome de
quatro irmãos de Jesus. Além de serem citados nos Evangelhos, os irmãos de
Jesus também são mencionados no livro de Atos dos Apóstolos. Nessa última
passagem eles aparecem perseverando em oração no cenáculo juntamente
com os apóstolos, com Maria e os demais seguidores de Cristo que aguardavam a
descida do Espírito Santo. (Atos 1:14).
Nada se sabe sobre as irmãs de Jesus, mas
presume-se que desde seu ministério terreno elas já eram casadas. As mulheres
naquela época se casavam muito cedo. Quanto aos irmãos de Jesus, sobre
José e Simão não há qualquer informação relevante. Já sobre Judas e Tiago,
muitos os consideram como sendo os autores das epístolas neotestamentárias que
trazem seus nomes.
Sem dúvida, dentre os quatro irmãos de Jesus,
Tiago é o que aparece com mais destaque. Ele tinha um papel de destaque e
exercia liderança na Igreja em Jerusalém, alguns o reconheceram como o primeiro
pastor da igreja em Jerusalém, Flávio Josefo trás algumas preliminares sobre
este assunto. (Atos 12:17; 15; 21:18,19; Gálatas 2:9,12). O apóstolo Paulo
relata que Tiago recebeu a visita do Cristo ressurreto. (1 Coríntios 15:5,7).
De acordo com 1 Coríntios 9:5, parece que os irmãos de Jesus eram casados e
tinham o costume de levar suas esposas em suas viagens missionárias.
A Bíblia afirma claramente que Jesus teve
irmãos e irmãs em diversas passagens do Novo Testamento. Os nomes dos irmãos de
Jesus mencionados nos textos bíblicos são: Tiago, José, Judas e Simão.
(Marcos 6:3).
Dos Evangelhos até às Epístolas, o Novo
Testamento fala da existência dos irmãos de Jesus (Mateus 12:46,47; 13:55,56;
Marcos 3:31,32; 6:3; Lucas 8:19,20; João 2:12; 7:3,5,10; Atos 1:14; 1 Coríntios
9:5).
Daí muito se discute se os irmãos de Jesus
eram seus meio-irmãos de sangue ou somente irmãos de criação. Neste último caso
eles seriam apenas filhos de José, e não de Maria? Outros afirmam que as
pessoas mencionadas como sendo irmãos de Jesus eram, na realidade, seus primos
ou discípulos. Mas a verdade é que Maria mãe de Jesus se manteve pura até o
nascimento de Jesus e depois disso coabitou normalmente com seu esposo José e
geraram os filhos e filhas declarados na Bíblia.
Na verdade boa parte da discussão sobre se
Jesus teve irmãos de sangue se concentra especialmente na questão da virgindade
perpétua de Maria, defendida por tradições cristãs muito antigas, mas ela se
manteve virgem em toda a sua pureza até o nascimento de Jesus. Ao contrário do
que alguns pensam, esse debate não se resume apenas a católicos e protestantes
modernos, mas remonta ao período dos pais da Igreja.
A Igreja até tentou pôr fim nesse debate afirmando-o
como um dogma em uma série de concílios da igreja católica no primeiro milênio,
mas, na verdade, Maria teve um relacionamento normal de casada depois do nascimento
de Jesus entre ela e seu esposo José e tiveram seus muitos filhos normalmente.
Os principais assuntos abordados por Judas em
sua epístola universal incluem o fortalecimento da razão de batalharmos pela Fé.
A Bíblia ressalta o perigo de pessoas que
falam de Deus mas não ensinam a verdade dele. Jesus falou de "falsos
profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são
lobos roubadores" (Mateus 7:15). O apóstolo Paulo disse que,
mesmo dentre os presbíteros de Éfeso, se levantariam "homens falando
coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles". (Atos
20:30). E Judas exorta os discípulos a aguardarem atentos aos homens que
não trazem a fé verdadeira.
O incentivo e o apelo à batalha. (1-4). Não
é porque Judas seja irmão do próprio Senhor Jesus, (Mateus 13:55), mas se
descreve simplesmente como servo, algo que ele tem em comum com todos que
são "chamados, amados e guardados em Jesus Cristo". (1-2).
Desejando escrever a salvação comum entre
eles, Judas viu a necessidade de encorajá-los a batalharem "diligentemente
pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos". (3).
A "fé" de que Judas fala é a
doutrina revelada por Jesus Cristo, seus apóstolos e profetas, (Efésios 3:3-5;
Atos 6:7, 8:13; Gálatas 1:23). Esta doutrina já havia sido entregue aos
santos "uma vez por todas" durante a vida de Judas, no primeiro
século.
O motivo da exortação a lutar é que algumas
pessoas entraram desapercebidas no meio dos irmãos e estavam ensinando como
práticas doutrinárias que levariam os discípulos a abusarem da graça do Senhor
e negarem a autoridade absoluta dele (4). Quem não luta, preparado pelo
conhecimento e pela prática da fé revelada por Cristo, por sua ignorância e
sossego cairá em castigo com os homens condenáveis que trazem doutrina falsa.
Judas trata também da condenação dos ímpios.
(5-16). Deus nunca aceitou rebeldia contra sua autoridade: não de seu
próprio povo escolhido, (5), nem de anjos, (6), nem de outros povos na terra,
(7). Judas avisa que aqueles que ensinam e praticam a libertinagem são
rebeldes, sem respeito pelo governo de Deus. (8-9). Não compreendendo a graça
do Senhor, agem feita animais (10), e seguem os mesmos caminhos de homens como
Caim, Balaão e Corá. (11; Gênesis 4; Números 22-24; Números 16-17). Com palavras
fortes Judas mostra que a aparência de homens como esses é só enganosa, e que
Deus, desde muito, prepara o julgamento contra sua impiedade, sensualidade,
arrogância e ganância. (12-16).
A defesa contra os falsos mestres é necessária
e urgente. (17-25). A luta para escapar do engano começa com a palavra
revelada, que tanto ensina o caminho reto como mostra o caráter dos enganadores.
(17-19). É necessário crescer na fé, estudando a palavra e orando ao
Senhor com amor e com a forte esperança de alcançar a vida eterna.
(20-21). Depois dos cuidados pessoais, é também necessário ajudar outros a
superar suas dúvidas e fraquezas. (22-23). A verdadeira garantia da vitória
é que Deus tem o poder e a vontade de salvar todos que buscam servi-lo
honestamente e que com humildade se submetem à sua soberania eterna. (24-25).
Deus abençoe você e sua família.
Pastor Waldir Pedro de Souza.
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.
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