segunda-feira, 6 de março de 2023

EPÍSTOLA UNIVERSAL DE JUDAS IRMÃO DO SENHOR

EPÍSTOLA UNIVERSAL DE JUDAS IRMÃO DO SENHOR

 

Quem de fato escreveu esta epístola não foi o Judas Iscariotes o traidor, mas Judas o irmão do Senhor. Judas 1. A epístola de Judas é muito pequena e tem somente um capítulo.

Ele escreveu a epístola universal de Judas e declarou ser servo de Jesus e irmão de Tiago, que era irmão do Senhor Jesus.

Judas, chamado de meio irmão de Jesus, mas que na verdade era irmão de Jesus, ambos são filhos de Maria. A diferença é que Jesus nasceu por obra e graça do Espírito Santo de Deus e Judas e os outros filhos do casal são filhos de Maria e José; Judas foi o autor da última carta do Novo Testamento antes do Apocalípse. Em sua epístola ele não se identifica como irmão de Jesus, talvez por medo da perseguição que todos os apóstolos de Jesus sofreram. Ele diz ser “servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago”, (Judas 1), Thiago se identifica como irmão do Senhor.

O próprio Tiago também adotou a mesma postura, (Tiago 1:1), mas depois da ressurreição de Jesus, todos os seus irmãos de ventre materno o reconheceram como Jesus Cristo o Filho de Deus e Único e suficiente Salvador.

Judas não deve ser confundido com os outros personagens neotestamentários citado com esse mesmo nome. Judas era um nome muito comum entre os Judeus daquela época. Isso pode ser notado no próprio grupo dos Doze, em que dois discípulos se chamavam Judas. Havia o Judas Iscariotes, o traidor, (João 6:71), e o Judas chamado Tadeu (João 14:22; Mateus 10:3; Lucas 6:16).

Na verdade, em suas próprias palavras Judas esclarece que não era um dos apóstolos de Jesus. (Judas 17). Os irmãos de Jesus que foram gerados por José e Maria relutaram em reconhecer o ministério terreno de Jesus Cristo, o Filho de Deus.

A história de Judas, irmão de Jesus.

Pouco se sabe sobre a história de Judas, irmão de Jesus. Ele é mencionado nos Evangelhos apenas na relação dos irmãos do Senhor (Mateus 13:55; Marcos 6:3). Judas, e os demais irmãos de Jesus, não creram nele durante o seu ministério terreno (Marcos 3:21; João 7:5). Possivelmente isto mudou após a ressurreição de Jesus. (1 Coríntios 15:5,7).

Ele também é citado indiretamente no livro de Atos dos Apóstolos (Atos 1:4). Naquela ocasião, os irmãos de Jesus já aparecem perseverando em oração junto dos apóstolos, enquanto aguardavam a descida do Espírito Santo. Então isso significa que no dia de Pentecostes Judas já estava presente.

Em 1 Coríntios 9:5, mais uma vez Judas, o meio-irmão de Jesus, é citado indiretamente. Nessa passagem o apóstolo Paulo faz referência ao ministério itinerante dos apóstolos e dos irmãos de Jesus. Em suas viagens missionárias eles costumavam levar suas respectivas esposas.

Em sua obra podemos perceber alguns traços de seu caráter. Certamente a humildade era uma de suas características. Em nenhum momento ele reivindica seu grau de parentesco com o Senhor Jesus. Ele simplesmente se coloca como um servo de Jesus Cristo. Ao fazer isso, obviamente ele também declara implicitamente a divindade de Cristo.

Judas também era uma pessoa diligente. Ele conhecia as Escrituras e tinha um profundo zelo pela verdade do Senhor (Judas 3). Em sua epístola ele trata especialmente da questão da apostasia. Isso é algo curioso, visto que o nome do maior apóstata também era Judas (o Iscariotes). Judas, irmão de Jesus, também foi usado pelo Espírito Santo para registrar algumas informações que até então não tinham sido registradas nas Escrituras. (Judas 9,14,15).

Quem eram os irmãos de Jesus.

Como já foi dito, a Bíblia menciona o nome de quatro irmãos de Jesus. Além de serem citados nos Evangelhos, os irmãos de Jesus também são mencionados no livro de Atos dos Apóstolos. Nessa última passagem eles aparecem perseverando em oração no cenáculo juntamente com os apóstolos, com Maria e os demais seguidores de Cristo que aguardavam a descida do Espírito Santo. (Atos 1:14).

Nada se sabe sobre as irmãs de Jesus, mas presume-se que desde seu ministério terreno elas já eram casadas. As mulheres naquela época se casavam muito cedo. Quanto aos irmãos de Jesus, sobre José e Simão não há qualquer informação relevante. Já sobre Judas e Tiago, muitos os consideram como sendo os autores das epístolas neotestamentárias que trazem seus nomes.

Sem dúvida, dentre os quatro irmãos de Jesus, Tiago é o que aparece com mais destaque. Ele tinha um papel de destaque e exercia liderança na Igreja em Jerusalém, alguns o reconheceram como o primeiro pastor da igreja em Jerusalém, Flávio Josefo trás algumas preliminares sobre este assunto. (Atos 12:17; 15; 21:18,19; Gálatas 2:9,12). O apóstolo Paulo relata que Tiago recebeu a visita do Cristo ressurreto. (1 Coríntios 15:5,7). De acordo com 1 Coríntios 9:5, parece que os irmãos de Jesus eram casados e tinham o costume de levar suas esposas em suas viagens missionárias.

A Bíblia afirma claramente que Jesus teve irmãos e irmãs em diversas passagens do Novo Testamento. Os nomes dos irmãos de Jesus mencionados nos textos bíblicos são: Tiago, José, Judas e Simão. (Marcos 6:3).

Dos Evangelhos até às Epístolas, o Novo Testamento fala da existência dos irmãos de Jesus (Mateus 12:46,47; 13:55,56; Marcos 3:31,32; 6:3; Lucas 8:19,20; João 2:12; 7:3,5,10; Atos 1:14; 1 Coríntios 9:5).

Daí muito se discute se os irmãos de Jesus eram seus meio-irmãos de sangue ou somente irmãos de criação. Neste último caso eles seriam apenas filhos de José, e não de Maria? Outros afirmam que as pessoas mencionadas como sendo irmãos de Jesus eram, na realidade, seus primos ou discípulos. Mas a verdade é que Maria mãe de Jesus se manteve pura até o nascimento de Jesus e depois disso coabitou normalmente com seu esposo José e geraram os filhos e filhas declarados na Bíblia.

Na verdade boa parte da discussão sobre se Jesus teve irmãos de sangue se concentra especialmente na questão da virgindade perpétua de Maria, defendida por tradições cristãs muito antigas, mas ela se manteve virgem em toda a sua pureza até o nascimento de Jesus. Ao contrário do que alguns pensam, esse debate não se resume apenas a católicos e protestantes modernos, mas remonta ao período dos pais da Igreja.

A Igreja até tentou pôr fim nesse debate afirmando-o como um dogma em uma série de concílios da igreja católica no primeiro milênio, mas, na verdade, Maria teve um relacionamento normal de casada depois do nascimento de Jesus entre ela e seu esposo José e tiveram seus muitos filhos normalmente.

Os principais assuntos abordados por Judas em sua epístola universal incluem o fortalecimento da razão de batalharmos pela Fé.

A Bíblia ressalta o perigo de pessoas que falam de Deus mas não ensinam a verdade dele. Jesus falou de "falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores" (Mateus 7:15). O apóstolo Paulo disse que, mesmo dentre os presbíteros de Éfeso, se levantariam "homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles". (Atos 20:30). E Judas exorta os discípulos a aguardarem atentos aos homens que não trazem a fé verdadeira.

O incentivo e o apelo à batalha. (1-4). Não é porque Judas seja irmão do próprio Senhor Jesus, (Mateus 13:55), mas se descreve simplesmente como servo, algo que ele tem em comum com todos que são "chamados, amados e guardados em Jesus Cristo". (1-2).

Desejando escrever a salvação comum entre eles, Judas viu a necessidade de encorajá-los a batalharem "diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos". (3).

A "fé" de que Judas fala é a doutrina revelada por Jesus Cristo, seus apóstolos e profetas, (Efésios 3:3-5; Atos 6:7, 8:13; Gálatas 1:23). Esta doutrina já havia sido entregue aos santos "uma vez por todas" durante a vida de Judas, no primeiro século. 

O motivo da exortação a lutar é que algumas pessoas entraram desapercebidas no meio dos irmãos e estavam ensinando como práticas doutrinárias que levariam os discípulos a abusarem da graça do Senhor e negarem a autoridade absoluta dele (4). Quem não luta, preparado pelo conhecimento e pela prática da fé revelada por Cristo, por sua ignorância e sossego cairá em castigo com os homens condenáveis ​​que trazem doutrina falsa.

Judas trata também da condenação dos ímpios. (5-16). Deus nunca aceitou rebeldia contra sua autoridade: não de seu próprio povo escolhido, (5), nem de anjos, (6), nem de outros povos na terra, (7). Judas avisa que aqueles que ensinam e praticam a libertinagem são rebeldes, sem respeito pelo governo de Deus. (8-9). Não compreendendo a graça do Senhor, agem feita animais (10), e seguem os mesmos caminhos de homens como Caim, Balaão e Corá. (11; Gênesis 4; Números 22-24; Números 16-17). Com palavras fortes Judas mostra que a aparência de homens como esses é só enganosa, e que Deus, desde muito, prepara o julgamento contra sua impiedade, sensualidade, arrogância e ganância. (12-16).

A defesa contra os falsos mestres é necessária e urgente. (17-25). A luta para escapar do engano começa com a palavra revelada, que tanto ensina o caminho reto como mostra o caráter dos enganadores. (17-19). É necessário crescer na fé, estudando a palavra e orando ao Senhor com amor e com a forte esperança de alcançar a vida eterna. (20-21). Depois dos cuidados pessoais, é também necessário ajudar outros a superar suas dúvidas e fraquezas. (22-23). A verdadeira garantia da vitória é que Deus tem o poder e a vontade de salvar todos que buscam servi-lo honestamente e que com humildade se submetem à sua soberania eterna. (24-25).

Deus abençoe você e sua família.

 

Pastor Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

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