segunda-feira, 29 de junho de 2020

DEVO TOMAR A SANTA CEIA DO SENHOR OU NÃO

A SANTA CEIA DO SENHOR É UMA ORDENANÇA.

A Santa Ceia do Senhor é uma ordenança do Senhor Jesus e deve ser levado muito a sério pelos ministros e líderes evangélicos bem como dos crentes convertidos e comprometidos com a fidelidade à palavra de Deus e à sua igreja 

Uma análise simplificada sobre a Santa Ceia do Senhor.


A Santa Ceia do Senhor é uma ordenança do próprio Senhor Jesus à sua Igreja. Essa ordenança é observada pela maioria das tradições cristãs. Apesar de ser conhecida de todos os cristãos, muitos não entendem plenamente o seu significado.

Nesta postagem conheceremos os pontos principais acerca da Santa Ceia do Senhor.

Qual a Origem da Santa Ceia do Senhor na Bíblia?

A Bíblia nos mostra claramente a origem da Santa Ceia do Senhor. Os Evangelhos Sinóticos descrevem em detalhes a celebração da primeira Ceia (Mateus 26:26-29; Marcos 14:22-25 e Lucas 22:14-20). Na sequência, o Novo Testamento também mostra a observância da Santa Ceia do Senhor nos primeiros anos da Igreja Cristã (Atos 2:42; 20:7; 1 Coríntios 10:16; 11:23).

A Santa Ceia do Senhor foi instituída na noite em que Jesus Cristo foi traído. Vejamos:

E, respondendo Judas, o que o traía, disse: Porventura sou eu, Rabi? Ele disse: Tu o disseste.

E, quando comiam, Jesus tomou o pão, e abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo.

E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos;
Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, (da nova aliança) que é derramado por muitos, para remissão dos pecados. (Mateus 26:25-28).

Qual o significado da Santa Ceia?

A Santa Ceia é a recordação do sacrifício vicário de Cristo. Ao participarmos da Santa Ceia, lembramo-nos do indescritível amor de Deus por nós, ao entregar seu Filho como sacrifício vivo e perfeito, em nosso lugar. 

Jesus deu sua própria vida em favor de seu povo, para redimi-lo de seus pecados. Mas a Santa Ceia do Senhor é muito mais do que uma simples lembrança. Ela representa a realidade da obra da redenção, e é assim um meio da operosidade da abundante graça de Deus em nossas vidas. 

A Santa Ceia do Senhor também é um momento especial de comunhão da Igreja, onde fica evidente a participação dos crentes como membros do corpo de Cristo, e proporciona a manutenção do crescimento espiritual de cada Cristão. 

Na Santa Ceia do Senhor o redimido se alimenta espiritualmente de Cristo com o pão e o vinho (o suco de uva) representando simbolicamente o corpo e o sangue do Senhor Jesus. 

Mas muitas pessoas interpretam a Santa Ceia do Senhor de forma errada. Elas defendem que a cada realização da Santa Ceia o sacrifício de Jesus é repetido o que não é verdade. 

Esse tipo de entendimento é chamado de transubstanciação pela igreja católica, pois diz que (supostamente) o pão e o vinho se transubstanciam (se transformam) literalmente no corpo e no sangue de Jesus, porém, essa ideia não encontra base bíblica alguma, é apenas um dogma defendido pelo Clero  Romano. 

A interpretação bíblica correta diz que a Santa Ceia é uma recordação do sacrifício redentivo de Jesus na cruz, e não uma repetição dele. A santa Ceia representa simbolicamente o sacrifício vicário de Cristo na cruz do calvário para a comunhão dos santos.

Sobre essa questão, vale a pena ressaltar que não é necessário nenhum novo sacrifício. O sacrifício de Jesus, uma vez realizado, foi suficiente para o perdão dos pecados. 

O sacrifício de Cristo não perde a validade com o tempo e não necessita de repetições ou de complementos como na antiga aliança do Velho Testamento, que precisava do sacrifício constante de animais. 

Os elementos da Santa Ceia do Senhor.

Jesus apresentou os elementos que simbolizariam o seu sacrifício: o pão e o vinho. O pão simboliza seu corpo partido, e o cálice simboliza seu sangue derramado como nova aliança.

Como já foi dito, algumas tradições cristãs interpretam os elementos da Santa Ceia de forma equivocada. A Igreja Reformada não aceita tal interpretação, pois não existe base bíblica para defendê-la, segundo eles. Assim, na celebração da Santa Ceia do Senhor o pão continua sendo pão e o vinho continua sendo vinho, como realmente o são, porém com uma diferença. 

São apresentados ao Senhor pelo ministrante  para representar simbolicamente o pão e o vinho. Então esses elementos representam o corpo e o sangue de Cristo ao receber a oração do ministro oficiante da reunião, culto, para a celebração daquela cerimônia que é um memorial daquilo que realmente aconteceu. Ao comer do pão e tomar do cálice, pela fé o cristão participa da comunhão em Jesus e se alimenta espiritualmente d’Ele.

O que deve ser usado na Santa Ceia, o suco de uva ou o vinho?

Esta é uma discussão que ocorre entre alguns cristãos. Algumas pessoas acreditam que é um erro utilizar suco de uva na Santa Ceia, enquanto outras acreditam ser um erro a utilização do vinho. Tanto no Evangelho de Mateus quanto nos Evangelhos de Marcos e Lucas, Jesus se refere ao cálice discriminando seu conteúdo, mas sem dar maiores detalhes que respondam essa questão. 


Porque vos digo que já não beberei do fruto da vide, até que venha o reino de Deus. (Lucas 22:18).

Note que o texto não específica se era suco de uva ou vinho. Jesus disse apenas que dentro do cálice havia o “fruto da vide”. Logo, é bem difícil determinar se o que foi utilizado por Jesus era o suco fermentado ou não, muito embora o  costume dos Judeus em épocas de festa religiosa era de utilizar o suco fresco in natura. 

Alguns interpretes, considerando os aspectos da cultura da época de Jesus , afirmam que se tratava de vinho fermentado. Outros interpretes acreditam que por se tratar do período da Páscoa, qualquer fermentação era proibida. Assim, defendem que o elemento utilizado foi o suco de uva “in natura” como já afirmei anteriormente. 

A dificuldade aumenta diante do fato de que a palavra grega "oinos", é utilizada para descrever tanto o vinho quanto o suco de uva. Apesar dos esforços de estudiosos de ambos os lados, é impossível concluir com exatidão se o cálice da Santa Ceia era de suco de uva fermentado ou não. O texto de 1 Coríntios 11, parece indicar que a Igreja Primitiva utilizada vinho nas celebrações que ocorriam em conexão com a Santa Ceia do Senhor. Se os Judeus não utilizavam o pão fermentado na Páscoa,  eles também, certamente, não utilizariam o vinho fermentado (cheio de mosto, alcoolizado).

O importante é que o suco de uva, fermentado ou não, não deixa de ser o “fruto da vide”. Com relação ao suco, diferentemente do vinho, ele apenas não passa pelo processo de fermentação. Esse processo com certeza não acrescenta importância alguma na finalidade da Santa Ceia do Senhor. Se fosse esse o caso, a Bíblia teria descrito sua importância. Sendo assim, tanto o suco de uva quanto o vinho podem ser utilizados.

Pão asmo (ou pão sem fermento) ou o pão normal com fermento na Santa Ceia?

A mesma discussão que acontece acerca do cálice também acontece acerca do pão. A diferença é que o texto bíblico diz claramente que o pão utilizado por Jesus era o pão asmo (ou ázimo). Essa certeza se dá pelo fato de que quando Jesus celebrou a primeira Ceia, Ele estava em uma refeição pascal. Portanto, além do pão asmos, do vinho na mesa, também havia o cordeiro e as ervas amargas como de costume desde a primeira Páscoa lá no Egito, quando Deus lhes deu a libertação da escravidão através de Moisés e Arão.

Infelizmente responder as questões acerca do que deve ser utilizado, se pão fermentado ou asmo, se vinho ou suco de uva sem fermentação, gera constantemente um problema maior do que a discussão em si. Conheço igrejas evangélicas e ministérios que utilizam o vinho normal e não o suco de uva.

Essas questões acabam levando ao desentendimento e até mesmo ao preconceito entre os cristãos. Mas os elementos da Santa Ceia foram regionalizados no decorrer dos séculos e há várias maneiras de se realizar essas cerimônias com a igreja. 


Existem casos em que membros de uma determinada igreja ou denominação que celebrava a Santa Ceia utilizando o pão com fermento, foram proibidos de participar da Santa Ceia do Senhor quando visitaram outra igreja que utilizava o pão asmo. O pior é que eles ainda foram praticamente expostos como profanadores da Ceia do Senhor.

Normalmente esse tipo de radicalismo surge de uma interpretação inflexível e equivocada acerca da figura do fermento na Bíblia. É verdade que nas Escrituras, o fermento aparece frequentemente como símbolo do pecado. Porém, esse padrão não pode ser generalizado. Isso significa que há situações em que o fermento possui outro significado a depender do contexto. Um exemplo disto é a Parábola do Fermento.


Certo é que não existe nenhuma especificação bíblica sobre as características dos elementos que devem ser utilizados na celebração da Santa Ceia do Senhor. Também é preciso considerar que a Santa Ceia do Senhor não é a celebração da Páscoa, apesar de tê-la substituído. Se fosse para os elementos da Santa Ceia ser uma repetição dos elementos pascais, então precisaríamos incluir o cordeiro, as ervas amargas e o recital dos salmos pertinentes.

Exageros na espiritualização dos elementos da Santa Ceia do Senhor.

Há casos em que numa determinada igreja até mesmo os padeiros que preparam o pão precisam ser “designados” por Deus. Essas pessoas então eram submetidas a um período de consagração para que pudessem ser dignas de preparar o pão. 

Certamente são estas e outras coisas que acabam sendo muito mais graves do que a discussão sobre o tipo de pão e vinho. 

Nesses casos pode-se ver uma idolatria tão grave quando o erro da doutrina e do costume da igreja católica quanto à consubstanciação e da transubstanciação, desviando o foco do que realmente é sagrado.

Devemos lembrar do que o apóstolo Paulo tratou na igreja de Corinto. Sabemos que ele era um profundo conhecedor das escrituras e das tradições judaicas, como também do propósito do Evangelho de Cristo, para o qual ele foi chamado para ser o apóstolo dos gentios. Em suas recomendações sobre a Santa Ceia do Senhor, o apóstolo não se apegou em discutir se o suco de uva era fermentado, ou o que tipo de pão deveria ser utilizado. Ele se concentrou em repreender os falsos entendimentos sobre o ato tão importante que é a Santa Ceia do Senhor. Tanto é que houve muitos enfrentamentos de palavras entre ele e os Saduseus, os Escribas e os Fariseus. 

Então quando Paulo exortou sobre o fermento presente naquela igreja, não se tratava do fermento do pão ou do suco de uva. 

Ele se referiu ao fermento do pecado que comprometia a pregação do Evangelho ali.

Qual o nome correto: Santa Ceia ou Ceia do Senhor?

Muitas pessoas também discutem sobre a forma correta de se referir a essa ordenança do Senhor Jesus. Geralmente tal discussão está relacionada a seguinte pergunta: É correto usar o termo “Santa Ceia”?

Para responder esta pergunta, precisamos entender que a palavra “santo” traduz os termos hebraicos "kadosh e hasid" e o termo grego "hagios". De forma geral esses termos significam no contexto bíblico “separado” ou “consagrado a Deus”.

O problema é que muita gente relaciona a palavra “santo” com a prática da idolatria. 

Então algumas pessoas dizem que a expressão “Santa Ceia” implica num tipo de idolatria da Ceia do Senhor. Mas é claro que esse tipo de interpretação não faz sentido algum biblicamente.

É verdade que o termo “Santa Ceia” não pode ser encontrado no texto bíblico. Na Bíblia, as expressões utilizadas para se referir à Ceia do Senhor são: “Ceia”, “Ceia do Senhor” ou simplesmente “partir do pão”. 

Porém, conforme podemos notar, o real significado da palavra “santo” em nada contradiz o que é proposto pela Bíblia.

Quem deve servir a Santa Ceia?

Na tradição Reformada, a ministração dos sacramentos (Ceia do Senhor e Batismo) fica a cargo dos ministros devidamente ordenados ao ministério e aptos a exercer tal oficio ou função. 

Mas com relação ao auxílio na distribuição dos elementos da Santa Ceia do Senhor, a Bíblia não fornece nenhuma recomendação específica, podendo ser auxiliares, diáconos, diaconisas ou mesmo membros em plena comunhão com Deus e com a igreja. 

No geral, presbíteros e diáconos se ocupam dessa tarefa de distribuição, auxiliando assim o ministro na administração da Santa Ceia do Senhor. Na falta de presbíteros e diáconos, o ministro poderá solicitar que outros membros da igreja local auxiliem na distribuição dos elementos da Ceia.

Infelizmente por pura ignorância alguns casos lamentáveis acontecem. Já houve ocasiões em que pastores se recusaram a participar da Santa Ceia do Senhor por serem servidos por diáconos. Uma atitude assim é tão infeliz que despreza o significado da comunhão do corpo de Cristo.

Quem pode participar da Santa Ceia? Só quem é batizado?

Sobre esse assunto existem duas escolas de interpretação. A primeira diz que apenas os batizados podem participar da Santa Ceia do Senhor. Já a segunda afirma que qualquer pessoa pode participar.

Quem defende que qualquer pessoa pode participar da Santa Ceia do Senhor, argumenta que na Bíblia não existe a recomendação de que a pessoa precisa ser batizada para se juntar à Ceia. Normalmente os defensores dessa posição afirmam que a participação na Santa Ceia do Senhor pode servir de um ato acolhedor e evangelístico para com as pessoas não batizadas ou incrédulas. 

Dizem também que a participação física na Santa Ceia do Senhor não garante a alimentação espiritual. 

Em outras palavras, uma pessoa não batizada não estaria tomando indignamente a Santa Ceia do Senhor simplesmente porque ela não conhece seu significado.

É verdade que não existe na Bíblia uma frase assim: “Só participará da Ceia do Senhor quem for batizado”. Porém, de forma implícita, a Bíblia não deixa dúvida de que a participação na Santa Ceia do Senhor reserva-se aos Cristãos batizados nas águas e aptos a participar dela, isto é, aqueles que compreendem seu significado e a importância de 1 Coríntios 11.23-30.

O Novo Testamento registra de forma clara uma sequência de acontecimentos relacionados a pregação do Evangelho. Em primeiro lugar, a pessoa precisa crer em Jesus e ser batizada. Consequentemente, ela deve ser instruída nos mandamentos da Palavra de Deus. (Mateus 28:19).

Essa sequência fica bem evidente em Atos 2:38, após o sermão pregado pelo apóstolo Pedro. As pessoas se arrependeram e creram em Jesus, e imediatamente foram batizada. Naquele dia quase três mil pessoas receberam o Evangelho e foram batizados.

Na sequência do mesmo texto, o escritor do livro de Atos informa o que aconteceu com as pessoas que foram convertidas a Cristo. Ele diz que elas “perseveraram na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações”. (Atos 2:42).

Desta maneira, fica muito claro que a Ceia do Senhor é reservada para a comunhão dos que estão em Cristo e formam seu corpo. A Santa Ceia não é apenas um ritual litúrgico, mas um ato de discernimento e de muita importância. Se não houver esse significado, não será a Santa Ceia do Senhor. Sendo assim, só está apto a participar da Ceia aquele que consegue discernir o seu significado. Se não for assim, o propósito da Santa Ceia é desvirtuado.

Com qual frequência a Santa Ceia do Senhor deve ser servida?

A Bíblia não traz uma regulamentação sobre a frequência com que a Santa Ceia do Senhor deve ser ministrada na comunidade cristã local. Cada igreja tem sua própria organização quanto à periodicidade em que a Santa Ceia é servida. Enquanto umas realizam poucas vezes por ano, outras realizam todas as semanas ou todos os meses.

A maioria das igrejas servem a Santa Ceia uma vez por mês. O mais importante de tudo isso é que todos os membros tenham a oportunidade de participar.

Quando não tomar a Santa Ceia do Senhor? O que é participar indignamente?

Essa pergunta é um pouco difícil de responder por que cada um deve examinar a si mesmo. Paulo exorta a igreja de Corinto a não participar da Ceia do Senhor indignamente. Muitas pessoas interpretam este texto como sendo uma exortação a respeito de pecados ocasionais ou contumazes, mas na verdade a exortação de Paulo é não só em relação à esses pecados, mas também à perda do significado da Santa Ceia do Senhor para algumas pessoas.

O problema de encarar essa exortação de Paulo como sendo especificamente acerca de um pecado ocasional ou não confessado, por exemplo, traz alguns problemas. Quem pensa assim geralmente entender que esse pecado afasta a pessoa apenas da participação da Santa Ceia do Senhor. Mas na verdade, o pecado age de uma forma muita mais perigosa e pode se tornar a causa principal de muitas pessoas não serem salvas. 

Portanto, participar da Ceia do Senhor esquecendo-se do seu real significado, é participar indignamente. Por banalizar o significado do sacrifício e da comunhão com Cristo, tal pessoa acaba participando da Santa Ceia do Senhor para a sua própria condenação.

Disciplinado, afastado ou excluído da membresia da igreja pode participar da Santa Ceia do Senhor?

Apesar do redimido ter nascido de novo em algum dia anteriormente, ele ainda está sujeito à presença do pecado. Isto significa que mesmo não estando mais debaixo do domínio do pecado, ele ainda peca, pois sua velha natureza não foi aniquilada. Mas ao pecar, o verdadeiro cristão confessa a Deus o seu pecado e alcança misericórdia.

Porém, em alguns casos, é necessária uma correção ou disciplina de Deus ou através da igreja. Sim, a administração da disciplina é bíblica (Mateus 18:15-17, 1 Coríntios 5, 1 Timóteo 5:19-21, Hebreus 12). 

Tal correção tem o objetivo principal de recuperar a pessoa, proporcionando um tempo de reflexão. Além disso, ela também serve como exemplo para que outros que tiveram conhecimento do ocorrido, saibam qual é a conduta que Deus espera dos seus filhos. Dessa forma eles são encorajados a não repetirem estes e outros erros. 

Consequentemente, fica claro que o corpo de Cristo não concorda com tal comportamento.

Existem disciplinas em que durante o período a pessoa não participa da Santa Ceia do Senhor. Há outras, porém, que a pessoa continua participando. O importante é não haver abuso em relação a isto. Jamais a pessoa também deve ser exposta ao ridículo, como infelizmente acontece muitas vezes. Nesses casos, ao invés de restaurar a pessoa, esse tipo de atitude acaba piorando seu estado.

Por fim, cabe ao ministro responsável pela igreja local avaliar se a pessoa deve ou não ser afastada da participação da Santa Ceia do Senhor no período de disciplina. Nesse caso, esse ponto deve ser esclarecido à própria pessoa num aconselhamento pastoral particular.

Criança pode participar da Santa Ceia?

Esta pergunta também pode ser respondida com o mesmo texto de 1 Coríntios 11. A pessoa que participa da Santa Ceia do Senhor deve estar apta a realizar um alto exame. Sendo assim, não é possível ou previsível que as crianças tenham esse discernimento e compreendam da forma correta o significado da Santa Ceia do Senhor.

Quanto aos pais, muitos acabam deixando os filhos de fora do momento da Santa Ceia, e isso não é o ideal. 

O correto é que os filhos estejam presentes e sejam ensinados gradativamente, conforme vão amadurecendo e adquirindo entendimento. Os pais devem instruir os filhos sobre o significado da Santa Ceia do Senhor, para que tão logo alcancem uma certa maturidade também participem.

É permitido tomar a Santa Ceia do Senhor em casa?

Em algumas situações geralmente é permitido participar da Santa Ceia do Senhor fora do local de reunião costumeiro da comunidade cristã. Hoje com o advento da Pandemia do Coronavírus, quando grupos de risco estão confinados em casa, muitas igrejas estão fazendo atendimento online, aconselhamento, orações, ministração da Santa Ceia, etc.  Essas situações são as mais variadas. Podem ser citados como exemplo, casos de enfermos ou de idosos que não conseguem ir até o local onde a igreja se reúne normalmente. Então a Santa Ceia do Senhor é servida em suas casas ou hospitais de outras formas das mais variadas. 

Porém, muita gente advoga poder realizar a sua própria Santa Ceia do Senhor em casa sem o conhecimento e sem o consentimento da sua igreja, do seu pastor, do seu ministério o que não é conveniente.  Sem o conhecimento e o consentimento da liderança da igreja não o faça. Deus quer que as pessoas ou famílias que fazem parte dos grupos de risco e são membro de alguma igreja evangélica, sejam assistidos em suas necessidades. 

Na maioria das vezes esse tipo de comportamento é comum à pessoas que não querem mais fazer parte de uma comunidade cristã. Outras dizem administrar uma versão própria da Santa Ceia do Senhor em casa como uma forma de santificação ou um tipo de ato profético.

No entanto, em casos assim não existe base bíblica que defenda tal atitude. A verdadeira essência da Santa Ceia do Senhor é a comunhão do corpo de Cristo. Os redimidos se assentam à mesa do Senhor para juntos se lembrarem da obra redentora de Jesus no Calvário. Participar da Santa Ceia do Senhor com uma intenção individualista é completamente errado. Isto de certa forma faz repetir os erros da igreja de Corinto, e acaba provendo uma participação indigna, onde não há discernimento do significado e propósito da Ceia.

A Santa Ceia e a Páscoa.

Claramente podemos traçar um paralelo entre a Ceia do Senhor e a Páscoa. Porém não devemos cometer o erro de confundir a Santa Ceia com a Páscoa judaica.

O paralelo que podemos estabelecer é principalmente pelo fato de que Cristo é a nossa Páscoa. Ele foi sacrificado por nós como um cordeiro pascal. (1 Corintios 5:7). 

Por isto Ele é o verdadeiro Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Seu corpo partido e seu sangue derramado, proveram a redenção de seu povo.

A Nova Aliança entre Cristo e a Igreja foi evidenciada na Ceia antes da morte de Jesus Cristo. Ali Jesus celebrou a última Páscoa, e estabeleceu a primeira Ceia. Ele também deu as recomendações necessárias para que seu povo observasse essa ordenança até o dia de sua volta.

Enquanto os judeus comemoram a Páscoa esperando um novo livramento como o Êxodo, os cristãos participam da Santa Ceia do Senhor lembrando do seu sacrifício. O Salvador que deu sua vida em resgate de seu povo, em breve voltará e juntos cearemos com Ele.

Deus abençoe você e sua família. 

Pr. Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 


segunda-feira, 22 de junho de 2020

O DEUS DESCONHECIDO DOS ATENIENSES

O DEUS DESCONHECIDO DOS ATENIENSES 


Porque passando...encontrei também um altar no qual está escrito:

AO DEUS DESCONHECIDO (Atos 17.22,23).

O apóstolo Paulo acabara de chegar em Atenas, a capital intelectual do mundo. 

Ao percorrer a cidade, ficou revoltado com a idolatria reinante ali. Atenas tinha mais de trinta mil estátuas dedicadas aos deuses. 

Como esses deuses eram vingativos, na concepção dos atenienses, ergueram, também, um altar ao Deus desconhecido, com medo de que alguma divindade tivesse sido esquecida.

Paulo utiliza essa conexão para anunciar aos atenienses o Deus Verdadeiro que eles não conheciam.

O Deus Verdadeiro é o Deus que enviou seu Unigênito filho que se fez carne, viveu entre nós, morreu por nós e ressuscitou para a nossa justificação e para nos salvar.

O Deus Verdadeiro é o Deus da providência, pois Ele é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais, uma vez que nEle vivemos, nos movemos e existimos.

O Deus Verdadeiro é o Senhor dos céus e da terra.

O Deus Verdadeiro não pode ser representado por um ídolo nem por imagens de escultura.

O Deus Verdadeiro é o Deus que exige arrependimento do pecador para que possa alcançar a salvação gratuitamente.

Ele julgará o mundo com justiça.

Paulo estava em sua segunda viagem missionária. Ele e alguns irmãos haviam deixado Tessalônica, passando por  Beréia e vindo até Atenas, fugindo de uma grande perseguição.

Em Atenas, eles deveriam esperar aqueles que haviam ficado para trás, no caso aqui Silas e Timóteo, seus companheiros de viagem.

“E os que acompanhavam Paulo o levaram até Atenas, e, recebendo ordem para que Silas e Timóteo fossem ter com ele o mais depressa possível, partiram”. Atos 17:15.

Enquanto Paulo esperava a vinda de seus companheiros em Atenas, teve em seu espírito uma grande comoção, por ser a cidade tão entregue a idolatria.

“E enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue a idolatria”. Atos 17:16.

Diante disso começou a discutir com os judeus, alguns religiosos, filósofos epicureus e estoicos que achavam um tanto estranho a mensagem e o conduziram a um lugar apropriado chamado Areópago.

“De sorte que disputava na sinagoga com os judeus e religiosos, e todos os dias na praça com os que se apresentavam. E alguns dos filósofos Epicureus e estoicos contendiam com ele; e uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos; porque lhe anunciava a Jesus e a ressureição. E tomando –o levaram ao Areópago, dizendo: Poderemos nós saber que nova doutrina é essa que falas?”. Atos 17: 17- 19.

O nosso estudo tem como base a mensagem de Paulo aos atenienses no Areópago, por isso é importante saber igual Paulo, as regras altamente eficaz para uma excelente interpretação bíblica.

“E estando Paulo no meio do Areópago, disse: Homens atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos, porque passando eu vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: ao deus desconhecido. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo é o que eu vos anuncio”. Atos 17:22-23.

Paulo observou seus altares, notou um altar ao Deus desconhecido, com certeza teve a revelação do Santo Espírito e a partir deste altar apregoou a palavra de Deus. Pregar a Bíblia é um dever de todos, por isso desenvolva um esboço sobre o assunto e peça a unção e a sabedoria do Espírito Santo para pregar o evangelho e ganhar almas para o Senhor Jesus. 

Vamos meditar nesta postagem sobre os predicados desse Deus maravilhoso, mas antes vamos voltar um pouquinho e nos aprofundarmos na história para que possamos compreender o tamanho da obra realizada pelo nosso Senhor Jesus que é Rei dos reis e Senhor dos senhores.

Fatos históricos de Atenas e a história do “Deus desconhecido”.

Conta-se que no ano de 600 a.C. uma praga letal caiu sobre Atenas. Corpos insepultos estavam por todo lado. O povo estava enlutado e atônito. Os sacrifícios expiatórios dedicados a muitos deuses gregos eram inúteis.

Os principais sábios atenienses que buscavam explicações para a realidade do mundo estavam confusos. Apenas diziam que algum deus ficou enfurecido com o crime praticado pelo rei Megacles e decidiu puni-los com a praga.

O rei obtivera a rendição dos seguidores de Cilon.

(Cilón era um ambicioso nobre Ateniense, genro do tirano de Mégara, Teágenes, que veio a ser nomeado arconte e pensou que poderia aplicar o mesmo sistema político em sua cidade Atenas).

Com uma promessa de anistia, depois violou sua própria palavra e os matou.

Esta era então a resposta mais apropriada para justificar a mortandade que acometeu a lendária cidade dos deuses.

Sem mais opção mandaram um navio a Cnossos, na ilha de Creta, para buscar um homem chamado Epimênides. Alguns acreditavam que ele conhecia a divindade ofendida, saberia como apaziguá-la e, portanto, poderia livrar Atenas do caos da morte.

Então comissionaram um grupo para ir à procura do profeta de Creta. O possível salvador não recusou o apelo dos gregos. E logo partiu, quando aquele homem chegou a cidade, admirou-se com o vasto número de deuses.

Alguém lhe disse que em Atenas era mais fácil encontrar um deus do que um homem.

Entre tantos destacavam-se Zeus, Poseidon, Deméter, Héstia, e tantos outros. Tantos deuses e todos totalmente impotentes diante de tamanho problema que devastava a cidade.

Epimênides, após acercar-se dos fatos, no momento e local determinado, exigiu um rebanho de ovelhas saudáveis, um grupo de pedreiros e matérias necessários para edificar um altar. As ovelhas precisavam ficar em jejum para que na manhã do sacrifício estivessem totalmente famintas.

Seu Deus escolheria os animais para o sacrifício. Esse seria o sinal de sua escolha e aprovação: as ovelhas seriam soltas no pasto verdejante e aquelas que, mesmo famintas, se deitassem sobre a grama em vez de comerem-na, teriam a preferência para o holocausto.

Dito e feito. O Deus do referido profeta fez a escolha deixando os expectadores atônitos, perplexos.

Quando os altares foram edificados, um ancião perguntou qual seria o nome da divindade que ficaria neles gravado. Afinal, a população de Atenas ficara famosa por sua diversidade de deuses; era uma colecionadora de deuses.

Mas no passado nomear um deus equivalia de certo modo atrai-lo ou a possui-lo.

Epimênides, profeta monoteísta, explicou que não conhecia o nome do Deus a quem servia, Isto é curioso: o profeta servia apenas um único Deus e sequer sabia o nome dele.

Mas de uma coisa tinha certeza: aquele Deus não é um ser qualquer nem estava representado por qualquer ídolo de Atenas.

E ainda acrescentou que o ser divino que decidiu auxilia-los, mesmo não tendo no momento e naquele lugar um nome pelo qual pudesse ser chamado, entendia a ignorância da população e que, por não o conhecer, seria incapaz de lhe dar um nome condizente.

Decidiram anotar a palavra “agnosto Theo”, a um deus desconhecido, em cada altar. O “Deus desconhecido” que fossem gravadas tais palavras, pois após o holocausto a praga cessou.

Bastaram apenas poucos dias para que ficasse evidente o milagre.

Os doentes sararam, não haviam mais contaminações, e Atenas, como nunca dantes encheu-se de louvor e gratidão ao Deus desconhecido.

Colocaram flores nos altares, declararam sua manifestação de agradecimento, mas o milagre pode empolgar pessoas durante algum tempo, todavia não produz devoção duradoura. 

Bartimeu foi diferente, ele provou do milagre de Jesus e ainda foi salvo.

Atenas se esqueceu da benção do Deus desconhecido, deixou que vândalos irreverentes demolissem os altares usados para o sacrifício. Restou apenas uma estátua esculpida de Epimênides que foi colocada diante de seus vários templos.

O povo ingrato voltou a cultuar seus deuses que, na tragédia, que não fizeram nada para ajuda-los.

A história do Deus desconhecido não desapareceu por completo porque dois anciãos piedosos contrataram pedreiros para restaurar e polir um dos altares que continham a antiga inscrição: “agnosto Theo”.

Na esperança de que um dia o Deus desconhecido se manifestaria novamente, deixaram um registro autêntico do milagre que possivelmente salvou a “religiosa” Atenas do extermínio.

Conhecendo o Deus desconhecido

Podemos fazer em princípio uma observação, que Deus usou de Epimênides (que não era judeu) para fazer a libertação nos enfermos atenienses (que também não eram judeus) provando que os seus dons e a salvação se estende a todo ser humano pela misericórdia de Deus.

Outra prova disso foi o apreço que Deus tinha por Jó, que viveu na terra de Uz que veio a ser território de Edom, localizado ao norte da Arábia, assim sendo Jó era mais árabe do que judeu.

Será como anda a situação dos Cristãos na atualidade? 

Será que todo o crente conhece o proceder, a vontade, e o senso de justiça de Deus ou apenas estão crendo em um Deus desconhecido como foi em Atenas?

Conhecer a Deus está intimamente ligado a guardar os mandamentos. O conhecer a Deus deve vir por meio de revelação pessoal direta de Deus quando um pecador se arrepende e aceita a Jesus como Senhor e Salvador. 

Porém, muitos preferem o caminho largo e a porta larga, mas, não compreendem que isso só leva para a morte eterna.

O Senhor Jesus disse que os poderes do inferno não poderiam prevalecer contra a palavra de Deus, contra a igreja, que é a comunicação entre Ele e cada um de Seus filhos. Aqueles que verdadeiramente desejam conhece-lo, serão abençoados pelo Espírito Santo. Assim estarão mais próximos do Deus vivo e de seu filho Jesus Cristo.

Podemos conhecer Deus o Pai Eterno somente e através de Jesus Cristo, aceitando-o como seu único e suficiente Salvador. 

Jesus disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”. (João 14:6).

Para que possamos conhecê-Lo, devemos receber conhecimento através dos meios estabelecidos pela palavra de Deus e através de Jesus Cristo, que é o Mediador entre Deus e os homens. O Espírito Santo foi enviado para estar com a igreja até que o Senhor Jesus volte para arrebatar a sua noiva, a igreja. 

1 João 2:3-6 Diz que: “E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele. Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou”. (1 João 2:3-6).

Alguns atributos de Deus que fazem a diferença entre Ele e os outros que são apresentados à humanidade como deuses.

Deus é imutável: A imutabilidade de divina é atributo exclusivo do Deus verdadeiro; esse atributo nos assegura que não há mudança em Deus, Ele é  imutável. 
(Salmos 102:26,27).

Deus é perfeito: Deus é infinito em perfeição. Só Deus tem a perfeição total em si mesmo. (Mateus 5 :48).

Deus é eterno: Deus não teve começo e não teve e nem terá fim. (Isaías 40:28).

Deus é onipresente: Deus está em todos os lugares ao mesmo tempo e dá toda assistência à sua criação. (Mateus 6 :25,29).

Deus é onipotente: Todo poder pertence s Deus. Deus é todo poderoso. (Gênesis 17:1).

Deus é onisciente: Deus tem todo conhecimento. Todos nós somos descobertos e patentes a seus olhos. (Hebreus 4:13).


Devemos buscar a face do senhor, sempre que podemos em oração, jejum e estudo da Sua palavra para que cada dia possamos conhece-lo e sermos servos instruídos no proceder e no agir de Deus.


Continuando nossa jornada em Atenas com o apóstolo Paulo, ele disse para o povo e seus maiorais:   

Vos Apresento o Deus Desconhecido.


Nas narrativas do apóstolo Paulo encontramos o que é uma das mais lindas histórias desse grande apóstolo dos gentios. 

Não foi a primeira vez que Paulo estava na famosa Acrópole Ateniense, lugar esse, que mais reuniu gênios pensadores por metro quadrado no planeta Terra. foi ali, que os nomes de Sócrates, Platão e Aristóteles, de Péricles e de Demóstenes e tantos outros grandes pensadores surgiram.

Foi ali também, que criou-se a democracia, conceitos de expressões, e acima de tudo a essência da filosofia humana. 

Dessa importante cidade grega chamada Atenas,  havia saído generais, estadistas, historiadores, oradores, poetas e filósofos.

Há de se convir, que não era um lugar muito fácil de se anunciar uma nova religião ou uma nova divindade, já que nessa “Universidade do Mundo”, adorava-se também a muitos deuses, e além disso, disputava-se espaço com muitos outros discursantes, como por exemplo os epicureus e os estoicos, entre tantos outros.

Os estoicos, defendiam que o mal deveria ser vencido pelo controle do próprio corpo, transformado em orgulho, desespero e panteísmo. Os epicureus eram ateus, egoístas, frívolos, e sua crença era baseada no amor e no prazer. 

E essa gente toda, munida de suas teorias e discursos, gostavam muito quando chegavam visitantes novos no areópago, para assim ter novos ouvintes e quem sabe novos adeptos para suas vans filosofias.


Imaginemos a loucura que era toda aquela gente falando, grupos aqui, outros acolá e nesse cenário nosso apóstolo chegando em silêncio, olhando cada pessoa ali presente, os altares arrumados, e uma diversidade de deuses que causavam espanto a quem conhecia a história de um Judeu chamado Jesus que fora morto e ressuscitou três dias depois, dono de toda verdade e autoridade entre os homens.

Foi nesse ambiente que Paulo usando de autoridade espiritual e escolhendo um lugar que lhe dava um boa projeção, começou a anunciar para aqueles homens que ele conhecia uma novidade de vida que poderia mudar o que imaginava-se imutável, erguer o caído, dar esperança as desgraças humanas e vida abundante a toda aquela gente.

Paulo era um Embaixador de Cristo naquele lugar, e com autoridade, mostrou a todos aqueles sábios atenienses que não se tratava de mais um “paroleiro” berrando nas ruas de Atenas, Ele conhecia a necessidade dos corações daqueles homens, e por certo, caminhando pela Acrópole antes de começar a pregar, ele percebeu um detalhe que fez toda a diferença naquele dia:

Um altar com a descrição “Ao deus desconhecido”. Daí surgiu o grande discurso de Paulo: Senhores atenienses, esse Deus que pra vocês é desconhecido, é o Deus que eu vos anuncio.

Vos anuncio o Deus desconhecido? Quem poderia dizer isso ao povo e em especial aos sábios atenienses? E ainda dizia: logo vocês que tanto conhecem, que tanto explicam, que tanto entendem, não sabem quem é este Deus desconhecido? Vocês vivem numa pluralidade de deuses e acabaram desconhecendo o Verdadeiro e Único Deus?  adoraram a tantos pedaços de madeira e gesso, de pedra, de barro  de ouro, de prata e de pedras preciosas e esqueceram-se de render louvores ao Eterno e único Deus? 

Hoje estamos envolvidos a tantos discursos, tantos “paroleiros” nos púlpitos das igrejas evangélicas que causam estranheza. São “grandes" pregadores, são “grandes” cantores, são grandes “igrejas”, são grandes “autoridades” políticas, eclesiásticas, são grandes “doutores na palavra”, que não sobra lugar para o Espírito Santo operar com a simplicidade do Evangelho de Jesus Cristo que é boas novas de alegria para o sedento pecador. Mateus 11.38-30.


Será que realmente você conhece o Deus verdadeiro?  talvez você estranhe minha pergunta, mas insisto:

Qual Deus que você tem pregado e ouvido pregar por esses dias?

Por acaso é aquele que causa reteté como dizem por aí? É aquele que o dono do microfone aponta pra igreja e diz; Hei você ai!! de camisa vermelha, deus manda te dizer que você tem que dar tudo o que você tem para a igreja e depois Deus vai te dar o dobro e etc, e blá... blá... blá... 

 Quando você diz: hoje Deus falou comigo, tenha certeza que Ele quando fala é para te levantar, para te abençoar e não para te explorar. Deus tem prazer em ver em você uma atitude de amor e liberalidade nas dádivas para a obra do Senhor, mas com o coração aberto e sem pressões externas. 

Quem sabe, você está adorando ao deus que estão anunciando e dizem que ele te ama assim como você está e que ele te aceita desse jeitinho, sem precisar mudar teus hábitos que a igreja tanto condena.

Eu tenho pena dessas pessoas que se dizem mal tratadas pelos homens ou pela igreja e continuam como escravos daquela religiosidade. Teem discursos bonitos e até convincentes, porém vivem fora dos planos de Deus. 

“Tentaram mudar o que está intrínseco na natureza do ser humano e até na sexualidade que faz parte do comportamento humano desde quando uma pessoa nasce. É uma questão da criação desde o nascimento quando se percebe que há uma identificação do sexo para que se faça o registro de nascimento da criança que nasceu. Deus não está interessado em fazer mudanças nas áreas que a pessoa já nasceu. Nascemos com a natureza do pecado e precisamos ser libertos e perdoados, essa natureza do pecado, sim, precisa ser tratada para wue venhamos a ser novas criaturas em Cristo Jesus. 

A fase atual que a igreja do Senhor Jesus vive na terra, chama-se época da apostasia. E com esse pecado chamado apostasia, com adoração de tudo o que é material e carnal criou-se muitas facetas no evangelho e até milagres e prodígios do engano.

Existem doutrinas pra todo tipo de gente, se você não gosta da pregação do fulano, você escuta a do ciclano, se você não concorda com a igreja “A”, você frequenta a igreja “B”, e assim por diante.

São muitas diversidades teológicas de doutrinas e conceitos. E isso tudo além de criar confusão, criou-se também muitos deuses.

Existe deus que tem como adepto o gay, mas não serve para o hetero, um deus que serve para o sabatista, mas não serve para o pentecostal, um deus que serve para o reformista, mas não serve para o tradicional, um deus que os famosos seguem, mas o lugar que se frequenta para servi-lo, pobre não vai. Existe a igreja elitizada e a igreja que não presta pra nada porque a pobreza e a miséria imperam naquelas pessoas que normalmente são super necessitadas e segundo os adeptos da teologia da prosperidade, na grande maioria, a pessoa pobre não é abençoada por Deus e sim amaldiçoada.

É deus para todos os tipos de gente e gosto, tal qual a Acrópole Ateniense nos dias de Paulo. São vozes e cores diferentes por toda parte, paroleiros tentam de tudo com todos, afim de reunir o maior volume de seguidores com um único objetivo, o de explora-las.

Não quero que me tenham como um crente ou um pastor rancoroso, que é contra tudo e contra todos, não sou isso. Apenas lembro do que aprendi nas escrituras, Deus escolhe homens que o amam acima de qualquer coisa, e isso é de uma profundeza muito grande,  Amar a Deus é ser o menor entre todos, é abrir mão de vaidades que o poder oferece ao homem, amar a Deus, é estar interessado absolutamente na obra dEle, sem carreira pessoal ou projeções financeiras, construindo fortunas em cima do que é santo, no caso, a Igreja de cristo.

Busque em seu íntimo um contato com esse Deus verdadeiro. Não se conforme com os padrões da moda, não diga sim para as novidades do modernismo teológico gospel. Deus nunca disse que esse evangelho iria perder a consistência e que precisaríamos inventar formas com o passar do tempo para ajudá-lo. Deus não precisa da ajuda de ninguém. 

O Deus verdadeiro que Paulo anunciou aos atenienses não sentiu medo de pseudoconcorrência divina, Ele é Deus e ponto final  Ele quer se mostrar a você como um Deus Santo, puro, verdadeiro e exige que você faça o mesmo, não tente mudar o imutável, ele quer mudança de Espirito, Alma e Corpo. Ele quer te libertar da escravidão do pecado. Diga não a essa vertente diabólica que quer mudar a imagem e a palavra desse Deus santo, que foi revelado a nós desde os tempos antigos.

Ou nos entregamos à verdade do Deus verdadeiro, ou aceitamos as mazelas de deuses anões que são anunciados por paroleiros e enganadores. Salmos 115.


Deus abençoe você e sua família. 

Pr. Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 



segunda-feira, 15 de junho de 2020

PODEMOS ADORAR A CRUZ OU NÃO

PODEMOS ADORAR A CRUZ OU NÃO?

É PECADO ADORAR A CRUZ OU NÃO?


1 Coríntios, 10.14. 
14. Portanto, meus amados, fugi da idolatria. 


João 4.23
Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. 

É de praxe e um costume dos evangélicos Cristãos conservadores não usarem nenhum dos símbolos ou ídolos da igreja católica. Adorar, venerar ou carregar literalmente a cruz é pecado de idolatria. 

Mas os evangélicos "liberais e ultramodernos" com suas teologias avançadas acham que devem adotar estas práticas para tentar ganhar almas para Cristo; concordam com a cruz dentro de seus templos, carregam a cruz no pescoço numa corrente de ouro, fazem festas juninas ao melhor estilo dos católicos,  transformam seus templos em danceterias pintadas de preto por dentro com canhões de luzes de todas as cores e adoram seus lideres "espirituais" como se fossem deuses na terra, vão a boates, cinemas, em carnavais são os primeiros a chegar, seus púlpitos são mais para apresentar shows para enaltecer cantores e pregadores que lhes acariciam o ego da carnalidade, permissividade e da vasão à imoralidade. Para qual céu eles pretendem ir? O Reino de Deus é santo e exige dos verdadeiros Cristãos, santidade ao Senhor e respeito à tudo o que a Bíblia considera como tal. Nós fomos comprados com o sangue de Cristo, esse foi o nosso preço e precisamos declarar para o mundo inteiro o verdadeiro evangelho que liberta, porque para a liberdade foi que Cristo nos libertou e não para a libertinagem. Jo.3.16. Jo.8 32. 


Os seguidores de Jesus usavam a cruz?

O que a Bíblia diz. 

Nenhuma parte da Bíblia fala que os primeiros cristãos usavam a cruz para adorar a Deus ou que ela era um símbolo do cristianismo. Na verdade, eram os romanos que usavam o desenho da cruz para representar os deuses deles. Uns 300 anos depois da morte de Jesus, o imperador romano Constantino começou a usar a cruz como símbolo de seus exércitos. Pouco depois, a cruz passou a representar também a religião “cristã”.

Já que a cruz era usada para adorar deuses falsos, será que os seguidores de Jesus usariam o mesmo símbolo para adorar o Deus verdadeiro? É claro que não! Deus não aprovava usar nenhum tipo de símbolo para adorar a Ele. Os Cristãos do início da era Cristã sabiam disso. Sabiam também que tinham que ‘fugir da idolatria’. Deuteronômio 4:15-19;1 Coríntios 10.14.

A Bíblia diz que “Deus é Espírito”. Isso significa que nós não podemos vê-lo. Por isso, os primeiros cristãos não usavam coisas visíveis e símbolos para se aproximar de Deus. Eles adoravam a Deus “como Espírito”, ou seja, eles deixavam que o Espírito Santo de Deus os orientasse. Eles também adoravam como a verdade absoluta, obedecendo criteriosamente a vontade de Deus registrada da Bíblia. João 4:24.

Diz um ditado popular que o diabo corre da cruz e muitos acham que mostrando a cruz para o diabo ele vai correr pra bem longe.  

Mas Satanás não tem medo de cruz nenhuma e nem de qualquer objeto feito pelas mãos dos homens, ele só é expulso no nome de Jesus e não pelo sacerdote ou qualquer religioso que se utiliza desse expediente achando que tem poder para expulsá-lo. 

Vemos constantemente pessoas religiosas querendo exorcizar e expulsar os demônios apontando a cruz na direção de outras possuídas por legiões de demônios. 

Muitos religiosos tentam expulsar os demônios com a cruz apontando-a na direção das pessoas endemoniadas para tal fim. Porém um simples objeto de madeira não vai causar nenhum efeito e as pessoas continuam da mesma maneira ou piores ainda.

Os servos de Deus que são verdadeiros, exemplos de fé e de perseverança, expulsam os demônios em nome de Jesus. Não tem nenhum segredo, é no nome de Jesus Cristo que são expulsos os espíritos malignos. Não tem mágica nenhuma, não tem nada a ver com a cruz e nem com outros objetos feitos pelos homens, mas, repito, os demônios só são expulsos única e exclusivamente em nome de Jesus.  

Cito aqui uma publicação interessante do catolicismo romano  chamado de O Mistério da Cruz confirmando que a cruz é um objeto de adoração e que a Sexta-feira Santa é o dia do silêncio e da adoração da cruz, segundo os dogmas e tradições da igreja católica.   

Esta  matéria foi publicada na sexta-feira dia 10 de Abril de 2020 às 10h e 16m, num órgão (jornal) de grande circulação entre os católicos, demonstrando que a Cruz deve ser adorada e que a sexta-feira (chamada santa) é o dia oficial dos católicos adorarem a cruz.

Leiam toda esta postagem para compreender que a cruz não deve ser carregada como objeto de adoração, nem colocada no pescoço como os crucifixos por exemplo, nem estar nos púlpitos das igrejas evangélicas, nem nos templos evangélicos, nem nas publicações evangélicas e nem em sombra alguma de qualquer publicação evangélica, pelo simples fato dela representar, como de fato era e  é até hoje, o instrumento da maior vergonha e crueldade para com quem era condenado a morrer pregado nela, como fizeram com o Senhor Jesus. 

Também deve-se considerar que há uma determinação católica de adoração à cruz e o dia determinado para que essa adoração seja feita é a chamada sexta-feira santa ou sexta-feira da paixão.  

Portanto trago um alerta para os evangélicos com relação à idolatria da cruz. Quem tem a cruz nos seus púlpitos, nos seus templos, nos seus materiais religiosos e concordam que seus fiéis usem roupas ou objetos de uso pessoal bem como objetos e materiais religiosos que fazem menção à cruz, está concordando e fazendo uso deste tipo de idolatria. 

Lembre-se que toda idolatria é abominável e é pecado contra Deus.  

(Esta matéria abaixo é de publicação católica para incentivar os seus fiéis a adorar a cruz).

Sexta-feira Santa é o dia no qual se medita com a Via-Sacra a Paixão de Cristo e se repercorre com Jesus o caminho da dor que leva à sua morte.

Depois disso Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que se cumprisse a Escritura, disse: “Tenho sede”. Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram num ramo de hissopo uma esponja embebida de vinagre e a levaram à sua boca. Ele tomou o vinagre e disse: “Está consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito”. (Jo 18, 28-30).

Hoje as igrejas estão silenciosas. Na liturgia não há canto, não há música e não se celebra a Eucaristia, porque todo espaço é dedicado à Paixão e à morte de Jesus. Ajoelhamo-nos, para simbolizar a humilhação do homem terreno e a coparticipação ao sofrimento do Senhor. Porém, não é um dia de luto, mas um dia de contemplação do amor de Deus que chega para sacrificar o próprio Filho, verdadeiro Cordeiro pascal, para a salvação da humanidade.

A adoração da Cruz

A Cruz está presente na vida de todos os cristãos desde a purificação do pecado no Batismo, absolvição do Sacramento da Reconciliação, até o último momento da vida terrena com a Unção dos enfermos. 

Na Sexta-feira Santa (diz o texto do jornal católico mencionado acima) somos convidados a adorar a Cruz para o dom da salvação que conseguimos através da sua vinda.

Depois da ascese quaresmal o cristão está preparado para não fugir do sofrimento. Nesta ano durante a liturgia os fiéis não tocarão a Cruz, não a beijarão, não estarão presentes nas igrejas por causa da pandemia do coronavírus, mas como pediu Francisco vamos abrir o coração na oração: “Não se esqueçam: Crucifixo e Evangelho. A liturgia doméstica será essa”. “Nos fará bem olhar o crucifixo em silêncio e ver quem é o nosso Senhor: é Aquele que não aponta o dedo contra ninguém, mas abre os braços para todos”, disse na catequese de quarta-feira (Santa).

No caminho da dor com Jesus

Teremos também hoje no Vaticano a encenação da Via-Sacra, de modo diferente, sem os fiéis, neste ano na Praça São Pedro ao invés do Coliseu. Francisco guiará a Via-Sacra do adro da Basílica vaticana, seguindo as meditações feitas pelos detentos da prisão de Pádua. Cada igreja no mundo irá fazer à sua maneira.

A Via-Sacra é uma prática extra litúrgica que muitas vezes é celebrada exatamente na Sexta-feira Santa para evocar e repercorrer juntos o caminho de Jesus para o Gólgota, o lugar da crucificação e portanto meditar sobre a Paixão.

A Paixão de Cristo foi introduzida na Europa pelo dominicano beato Álvaro De Zamora da Córdoba em 1402 e mais tarde pelos Frades Menores e compreende 14 momentos ou “estações” nas quais nos detemos para refletir e rezar. São uma sequências de crescentes imagens dramáticas que culminam com a morte de Cristo, em cada uma delas Jesus é atacado pelo mal, para evidenciar, por contraste, a vitória d’Ele sobre a morte e sobre o pecado que será celebrada daqui a dois dias com o Domingo da Páscoa da Ressurreição.)

Refutação bíblica. 

A verdade bíblica é que devemos adorar somente a Deus. 


1 Coríntios 10:14 “Portanto, meus amados, fugi da idolatria” (1Co 10.14).

Deus deu mandamentos que proíbem a idolatria, a adoração de ídolos, imagem de deuses pagãos e ou de qualquer objeto ou imagens de culto idólatra. 

Estamos refutando biblicamente a adoção e adoração da cruz pelos evangélicos, dentro ou fora das igrejas, como já e costumes de muitos Cristãos e líderes evangélicos que permitem isso. A adoção e adoração da cruz como objeto de culto é pecado. A cruz, repito, foi o instrumento da maior maldição e sofrimento imposto ao Senhor Jesus e portanto deve ser banida de dentro das igrejas e da vida das pessoas. Quem merece, única e exclusivamente, ser adorado é o Senhor Jesus que morreu pregado na cruz do calvário para nos salvar. 

Lv. 19.4 diz que: Deus proíbe a fabricação de ídolos e deuses de fundição.

Dt. 4.12 diz que: A adoração a Deus deve ser sem imagens e sem figuras.

Mt. 4.10 diz que: Somente Deus deve ser adorado e a Ele devemos servir.

Jo. 4.24 diz que: Deus é Espírito e deve ser adorado em espírito e em verdade.

At. 17.24,25 diz que: Deus não habita em templo feito por mãos humanas.

1Jo. 5.21 diz que: O combate à idolatria é mantido pelo apóstolo João.

Êxodo. 20:4-6 diz que: Não farás para ti imagens de esculturas. 

Deuteronômio. 4:15-19 diz que: Não vos corrompais e não façais alguma imagem de esculturas. 


Êxodo 20.4-6.

4 - Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.

5 - Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque Eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem

6 - e faço misericórdia em milhares aos que me amam e guardam os meus mandamentos.

Deuteronômio 4.15-19.

15 - Guardai, pois, com diligência a vossa alma, pois semelhança nenhuma vistes no dia em que o Senhor vosso Deus, em Horebe, falou convosco, do meio do fogo;
16 - para que não vos corrompais e vos façais alguma escultura, semelhança de imagem, figura de macho ou de fêmea;

17 - figura de algum animal que haja na terra, figura de alguma ave alígera que voa pelos céus;

18 - figura de algum animal que anda de rastos sobre a terra, figura de algum peixe que esteja nas águas debaixo da terra;

19 - e não levantes os teus olhos aos céus e vejas o sol, e a lua, e as estrelas, todo o exército dos céus, e sejas impelido a que te inclines perante eles, e sirvas àqueles que o SENHOR, teu Deus, repartiu a todos os povos debaixo de todos os céus.

O primeiro dos dez mandamentos nos diz que devemos adorar somente a Deus.

O primeiro mandamento estabelece a adoração somente a Deus e a mais ninguém. 

A ordem do primeiro mandamento é para adorar a Deus sobre todas as coisas, diretamente, sem mediação de qualquer objeto. A idolatria é o primeiro dos três pecados capitais na tradição judaica, “a idolatria, a impureza e o derramamento de sangue”. Os cristãos devem se abster da contaminação dos ídolos. (At 15.20).

I. A proibição da idolatria. 

Ídolo e imagem. O termo hebraico empregado aqui para “imagem de escultura” (Êx 20.4; Dt 5.8) é péssel, usado no Antigo Testamento para designar os deuses (Is 42.17), como Aserá, a divindade dos cananeus (2Rs 21.7). Esses ídolos eram esculpidos em pedra, madeira ou metal (Lv 26.1; Is 45.20; Na 1.14). A Septuaginta traduz péssel pela palavra grega eidolon, “ídolo”, a mesma usada no Novo Testamento (1Co 10.14; 1Jo 5.21). O ídolo é um objeto de culto visto pelos idólatras que são seus seguidores como tendo poderes sobrenaturais e a sua imagem é a representação do ídolo reconhecida por seus adoradores. 

Idolatria. O termo “idolatria” vem de eidolon, “ídolo”, e latreia, “serviço sagrado, culto, adoração”. Idolatria é a forma pagã de adoração a ídolos, de adorar e servir a outros deuses ou a qualquer coisa que não seja o Deus verdadeiro. É prática incompatível com a fé judaico-cristã, pois nega o senhorio e a soberania de Deus. Moisés e os profetas viam na idolatria a destruição de toda a base religiosa e ética dos israelitas, além de negar a revelação de Deus à eles.  (Dt 4.23-25).

Semelhança ou figura. A frase “Nem semelhança alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra” (Êx 20.4b; Dt 5.8b), à luz de Deuteronômio 4.12,15, proíbe-se adorar o próprio Deus verdadeiro por intermédio de qualquer objeto. A palavra hebraica para “semelhança” é temunah, “aparência, representação, manifestação, figura”. Sua ideia básica é de aparência externa, ou seja, uma imagem vista numa visão. (Nm 12.8; Dt 4.12,16-18; Jó 4.16; Sl 17.15). 

Essa proibição inclui a representação de coisas materiais como homens e mulheres, pássaros, animais terrestres, peixes e corpos celestes. (Dt 4.16-19).

II. Deus faz ameaças e promessas.

O Deus zeloso. O adjetivo hebraico qanna, “zeloso”, aparece apenas cinco vezes no Antigo Testamento (Êx 20.5; 34.14; Dt 4.24; 5.9; 6.15) e está associado ao nome divino el, “Deus”. O zelo de Jeová consiste no fato de ser Ele o único para Israel, e este não deveria partilhar o amor e a adoração com nenhuma divindade das nações. Esse direito de exclusividade era algo inusitado na época e único na história das religiões, pois os cultos pagãos antigos eram tolerantes em relação a outros deuses.

As ameaças. A expressão “terceira e quarta geração” (Êx 20.5; Dt 5.9) indica qualquer número ou plenitude e não se refere necessariamente à numeração matemática, pois se trata de máxima comum na literatura semítica. (Am. 1.3,6,11,13; 2.1,4,6; Pv 30.15,18,21,29). O objetivo aqui é contrastar o castigo para “terceira e quarta geração” com o propósito de Deus de abençoar a milhares de gerações.

As promessas. Salta à vista de qualquer leitor a diferença entre castigo e misericórdia. A ira divina vai até a quarta geração, no entanto, a misericórdia de Deus chega a mil gerações sobre os que guardam os mandamentos divinos. (Êx 20.6; Dt 5.10). Muito cedo na história, o nosso Deus revela que seu amor ultrapassa infinitamente o juízo.

III. Quanto ao culto verdadeiro à Deus.


Adoração. O segundo mandamento proíbe fazer imagem de escultura e também de se prostrar diante dela para adorá-la: “não te encurvarás a elas, nem as servirás” (Êx 20.5; Dt 5.9). Adoração é serviço sagrado, culto ou reverência a Deus por suas obras. É somente a Deus que se deve adorar (Mt 4.10; Ap 19.10; 22.8,9).

Deus é espírito. O Catecismo Maior de Westminster (1648) declara que “Deus é Espírito, em si e por si infinito em seu ser” (Jo 4.24; Êx 3.14; Jó 11.7-9). O espírito é substância imaterial e invisível, diferentemente da matéria. É também indestrutível, pois o “espírito não tem carne nem ossos” (Lc 24.39). Além de a Bíblia afirmar que Deus é espírito, declara também de maneira direta que Ele é invisível (Cl 1.15; 1Tm 1.17). Assim, a espiritualidade que tem Deus como alvo é incompatível com as imagens dos ídolos.

Deus é imanente e transcendente. A imanência é a forma de relacionamento de Deus com o mundo criado e principalmente com os seres humanos e sua história. O Salmo 139 é um exemplo clássico. A transcendência significa que Deus é um ser que não pertence à criação, não faz parte dela, transcende a toda matéria e a tudo o que foi criado (Jo 17.5,24; Cl 1.17; 1Tm 6.16). O exclusivismo da sua adoração é natural porque Deus é incomparável; ninguém há como Ele no universo. (Rm 11.33-36).

IV. As imagens e o catolicismo romano.

O que dizem os teólogos católicos romanos sobre este assunto? 

A edição brasileira do Catecismo da Igreja Católica, publicado em 1993, no período do pontificado do papa João Paulo II, afirma que o culto de imagens não contradiz o mandamento que proíbe os ídolos. Os teólogos católicos romanos ensinam que a confecção da arca da aliança com os querubins e a serpente de metal no deserto (Êx 25.10-22; 1Rs 6.23-28; 7.23-26; Nm 21.8) permitem o culto às imagens.

Uma interpretação forçada. O argumento da igreja católica é falacioso porque os antigos hebreus não cultuavam os querubins nem a arca, menos ainda a serpente de metal. O povo não dirigia orações a esses objetos. A arca e os querubins do propiciatório sequer eram vistos pelo povo, pois ficavam no lugar santíssimo (Êx 26.33; Lv 16.2; Hb 9.3-5). 

Quando o povo começou a cultuar a serpente que foi construída no deserto, o rei Ezequias mandou destruí-la. (2Rs 18.4). As peças religiosas a que os teólogos católicos romanos se referem serviam como figuras da redenção em Cristo. (Hb 9.5-9; Jo 3.14,15).

Quanto ao uso de figuras como símbolo de adoração. A adoração ao Deus verdadeiro por meio de figura, símbolo ou imagem é idolatria. Isso os israelitas fizeram no deserto (Êx 32.4-6). Mica e Jeroboão I, filho de Nebate, procederam da mesma maneira (Jz 17.2-5; 18.31; 1Rs 12.28-33). Os ídolos que a Bíblia condena não se restringem a animais, corpos celestes ou forças da natureza, pois inclui também figuras humanas (Sl 115.4-8).

Mariolatria. É o culto de Maria, mãe de Jesus. 

Seus adeptos dirigem oração a ela, prostram-se diante de sua imagem e acreditam que sua escultura é milagrosa. Isso é idolatria! Os devotos, propagandeados pela mídia, atribuem a Maria uma posição que a Bíblia não lhe confere. Nós reconhecemos o papel honroso da mãe de nosso Senhor Jesus Cristo, mas ela mesma jamais aceitaria ser cultuada (Lc 1.46,47; 11.27, 28; 1Tm 2.5).

Portanto devemos ter discernimento para distinguir ídolos de objetos meramente decorativos. Tudo aquilo que a pessoa ama mais do que a Deus torna-se idolatria; tudo aquilo que é adorado, venerado dentro ou fora da igreja, que é o caso da adoração da cruz, é pecado. (Ef 5.5; Cl 3.5). A Bíblia não proíbe as artes, nem a escultura em si mesma e nem a pintura. Deus mesmo inspirou artistas entre os israelitas no deserto (Êx 35.30-35). O rei Salomão mandou esculpir querubins na parede e touros e leões para decorar o templo (1Rs 6.29; 7.29) e o palácio real (1Rs 10.19,20), mas nunca com objetivo de que tais objetos fossem adorados.

A idolatria é um grande perigo. Ela nos leva a adorar outras coisas que não são Deus. Apenas Deus merece nossa adoração. Nada é mais importante que amar a Deus sobre todas as coisas.
Idolatria não é apenas adorar outros deuses ou imagens sem vida. Idolatria é colocar qualquer coisa acima de Deus em nossa vida. Podemos idolatrar uma pessoa, um emprego, um partido político, dinheiro... Para evitarmos a idolatria, devemos sempre pôr Deus em primeiro lugar, em tudo que fazemos.

Salmo 115.1-8,17

1.          Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua benignidade e da tua verdade. 

2. Por que dirão as nações: Onde está o seu Deus? 

3. Mas o nosso Deus está nos céus e faz tudo o que lhe apraz.

4. Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens.

5. Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não veem;

6. têm ouvidos, mas não ouvem; nariz têm, mas não cheiram. 

7. Têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta. 

8. Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e todos os que neles confiam.

17. Os mortos não louvam ao Senhor, nem os que descem ao silêncio. 


Conclusão 

Eu não tenho nenhuma cruz na parede de minha casa ou pendurada em alguma corrente, pois a cruz, em si mesma (os pedaços de madeira) foi o instrumento de suplício de meu Salvador. Eu não iria querer pendurar um laço de corda na parede de meu quarto se alguém que eu amo tivesse morrido enforcado nele. Portanto a cruz, como objeto de madeira, foi o instrumento de suplício onde Jesus morreu pregado nele.


Porém, as Escrituras, conforme as passagens acima, mostram que a palavra "cruz" significa a obra de Cristo em sua totalidade; 

Seu sacrifício levando nossos pecados.

Então, quando ouvimos que devemos nos lembrar da cruz, não quer isto dizer que devemos nos lembrar do instrumento de madeira, mas do sacrifício vicário do Senhor Jesus que foi pregado naquela cruz para salvar humanidade da condenação eterna. 

Da mesma maneira, na cruz Ele foi rejeitado pelos homens e pelo próprio Deus. (Salmo 22). Portanto, podemos pensar na cruz não no instrumento de madeira, mas como uma posição de rejeição pelo fato da condenação cruel que ela causava, principalmente no fato de ter sido pregado nela um inocente. Dizer que devemos levar a cruz de Cristo significa dizer que devemos tomar o lugar de rejeição e afronta que Ele ocupou aqui neste mundo.


A "cruz de Cristo", no sentido de sacrifício de Cristo é o único meio de salvação para o homem pecador. Porém a cruz, o instrumento de madeira, nada pode fazer pelo pecador, por ser apenas um instrumento de suplício e maldição, assim como é uma forca, uma guilhotina ou uma cadeira elétrica. Ao ser levado ao madeiro, Cristo foi feito maldito; ali ele foi considerado pelos homens como um horrível criminoso que merece a morte por seus crimes. Quando lemos a notícia de alguém que foi, por exemplo, executado numa cadeira elétrica nos países onde há pena de morte, a notícia sempre vem acompanhada dos horríveis crimes que tal pessoa cometeu. Assim, um viajante que passasse por Jerusalém naquele dia e visse Cristo na cruz logo o consideraria como algum criminoso de alta periculosidade e amaldiçoado pelo mal que teria feito aos outros. 


Porém, o pior ainda estava por vir, quando Cristo foi considerado maldito não apenas por homens, mas pelo próprio Deus. Na cruz Cristo foi feito pecado por nós (2 Co 5.21), portanto, tornou Se em algo com que o próprio Deus não podia ter comunhão. Ele foi feito culpado para que pudéssemos ter nossa dívida paga e sermos salvos por Ele.

Deus abençoe você e sua família. 

Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.