segunda-feira, 30 de outubro de 2023

JESUS CRISTO É O SENHOR

JESUS CRISTO É O SENHOR.

 

A autoridade do nome de Jesus faz toda a diferença em nossas vidas e em nossas decisões.

Quem é Jesus Cristo, o Messias enviado por Deus? Muitas pessoas reconhecem Jesus Cristo como um bom homem, como um grande mestre, ou mesmo como um profeta de Deus. Essas coisas são definitivamente verdadeiras sobre Jesus, mas elas não definem quem Ele realmente é. A Bíblia nos diz que Jesus é Deus em carne, Deus tornou-se um ser humano (João 1:1,14). Deus veio à terra, na pessoa de Jesus, para nos ensinar, curar, corrigir, perdoar e morrer por nós! Jesus Cristo é Deus, o Criador, o Senhor supremo e o Eterno Salvador de todos os que nEle crer. Você já aceitou a Jesus como seu Único e suficiente Salvador? Se já aceitou, meus parabéns; se ainda não O aceitou, faça isso agora. Deus te abençoe pela decisão acertada.

O que é um Salvador e por que nós precisamos de um Salvador? A Bíblia nos diz que todos pecamos, todos cometemos atos maus mesmo até sem planejarmos fazer o mal para alguém ou pecar contra Deus. (Romanos 3:10-18). Como resultado do nosso pecado, nós merecemos a ira e o julgamento de Deus. A única punição justa para pecados cometidos contra um Deus infinito e eterno é uma punição infinita e eterna também, (Romanos 6:23; Apocalipse 20:11-15). É por isso que nós precisamos de um Salvador, Jesus Cristo veio para salvar o que se havia perdido. Ele veio para libertar o homem do pecado original e salva-lo, garantindo a salvação à todos os que nEle crer.

Jesus Cristo veio à terra e morreu em nosso lugar. A morte de Jesus, como Deus em carne, foi um pagamento infinito por nossos pecados, (2 Coríntios 5:21). Jesus morreu para pagar a pena pelos nossos pecados, (Romanos 5:8). Jesus pagou o preço para que nós mesmo não tivéssemos que pagar o preço da nossa salvação. A ressurreição de Jesus dentre os mortos provou que Sua morte foi suficiente para pagar a pena pelos nossos pecados. É por isso que Jesus é o único Salvador e Senhor, (João 14:6; Atos 4:12). Você está confiando em Jesus Cristo como seu Único e suficiente Senhor e Salvador de sua vida?

Jesus Cristo é realmente o seu Salvador ou você acha que tem que procurar em outras pessoas ou outros Deuses para que você seja salvo?

Muitas pessoas vêem o Cristianismo como ir à igreja, realizar rituais religiosos, cultos, oferendas e não cometer certos pecados. Isso não é Cristianismo. O verdadeiro Cristianismo é uma relação pessoal com Jesus Cristo. Aceitar Jesus como seu Salvador pessoal significa colocar a própria fé pessoal e confiança nEle, exclusivamente em Jesus. Ninguém é salvo pela fé dos outros. Ninguém é perdoado por realizar certas obras ou muitas obras. A única forma de ser salvo é pessoalmente aceitar Jesus como seu Salvador e Senhor, confiando na Sua morte como pagamento pelos seus pecados, e na Sua ressurreição como a nossa garantia de vida eterna com Jesus na glória celestial. (João 3:16). Jesus Cristo é pessoalmente o seu Salvador e Senhor de sua vida?

Se você quer aceitar Jesus como seu Salvador e Senhor, diga as seguintes palavras a Deus, e lembre-se que fazer esta oração ou qualquer outra não irá salvar você, mas apenas será uma demonstração de que você está confiando plenamente em Cristo e que você deseja ser salvo aceitando Jesus Cristo como Senhor e Salvador, confessando a Ele todos os seus pecados. Esta oração é simplesmente uma forma de expressar a Deus a sua fé nEle e agradecer por lhe dar a salvação.

"Meu Deus, eu sei que pequei contra Ti e mereço punição. Mas Jesus Cristo tomou sobre Si a punição que eu mereço para que através da fé nEle eu pudesse ser perdoado. Eu recebo Tua oferta de perdão e coloco minha fé em Ti para alcançar a minha Salvação. Eu aceito Jesus Cristo como meu Salvador pessoal e Senhor absoluto de minha vida. Obrigado por Tua graça e perdão maravilhosos  e o dom da vida eterna, muito obrigado Jesus”.

Algumas pessoas vêm Jesus apenas como seu Salvador, o filho de Deus que morreu para lhes salvar. Mas tanto os evangelhos como as cartas dos apóstolos O apresentam primordialmente como Senhor. No Novo Testamento existem mais de 300 referências a Jesus como Senhor e apenas 3 referências a Ele como Salvador. Isso não diminui o fato de Ele ser nosso Salvador, mas mostra que acima de todas as outras coisas, Jesus é o Senhor e é esse o lugar que deve ocupar em nossas vidas.

Em Filipenses 2:6-8 diz: Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus, o qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que devia apegar-se porque de fato Jesus é o Filho de Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu o nome que é sobre todo nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai”.

Antes de nascer nesse mundo, Jesus já existia na forma de Deus. Ele era, é e sempre será Deus. Mas mesmo sendo Deus, Ele não se apegou a esse fato, mas despojou-se, esvaziou-se de sua condição de Deus e veio ao mundo como homem, na condição de homem. O Ser supremo de todo o Universo, o Criador, tomou forma de criatura. Ele humilhou-se e assumiu a forma de servo, sendo obediente até a morte na cruz.

Por causa disso, o Pai o exaltou soberanamente acima de todas as coisas, fazendo-o assentar-se a Sua direita nos céus. E lhe deu um nome que está acima de todo nome, diante do qual todo joelho se dobrará, nos céus, na terra e debaixo da terra. Todos os seres do universo: homens, mulheres, crentes, pecadores, ateus, mortos, anjos e demônios, todos dobrarão seus joelhos ante a menção desse título supremo que o Pai deu ao Filho quando o exaltou. E toda língua confessará: Jesus Cristo é o Senhor.

O apóstolo Paulo afirmou em Romanos 10.9: “Se com a tua boca confessares Jesus como Senhor e, em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo”.

Jesus disse a Simão (Pedro) e a André: “Vinde após mim e eu vos farei pescadores de homens”, (Mt 4:19). Jesus não lhes disse: “Se vocês quiserem vir após mim, levantem a mão?” Não! Jesus não dá detalhes e explicações. Pedro e André estavam diante de uma ordem objetiva. E, o que se faz com uma ordem? Obedece-a ou não. Não há outra alternativa. Pedro poderia reagir dizendo: “Mas, quem é este homem? Quem pensa que é? O que pretende? Eu sou o senhor, o dono da minha própria vida. Até agora, ninguém me deu ordens. Como vem este homem e me ordena que o siga?” Porém, não foi esta a sua atitude. Tudo o que ele compreendeu é que deveria deixar todas as coisas e seguir a Jesus. Quanto ao convite para converter-se em pescador de homens, seguramente não compreendia nada. Seria como dizer: “Vinde, segue-me, vou fazer-te um fabricante de almas. de almas? Que é isso?” É certo que Pedro, como dono e senhor de sua vida, fazia o que bem queria e por isso se dedicava tanto à sua profissão de pescador no mar da Galiléia. A partir daquele momento, contudo, surge alguém que pretende converter-se em Senhor de sua vida. E suas palavras soam com autoridade. Que significaria isto para ele? Pedro era de uma natureza bem forte,  será que ele sujeitaria toda sua vida a Cristo?

O mesmo ocorreu no chamado de Mateus? Mateus estava trabalhando e, de repente, alguém surge em sua presença e ordena-lhe: “Segue-me”. Qual deve ter sido sua reação? Provavelmente deveria ter questionado por alguns segundos, no seu íntimo: “O que significa isto? O que pretende este homem? Quem é este homem? Por que segui-lo? Para que?” Mas, a sua reação é surpreendente, ele não dialoga e nem questiona a Jesus; apenas obedece-O. Coloca-se de pé, empurra a mesa, empurra a cadeira e anda na direção de Jesus para segui-Lo.

A conversão significa a rendição total à Sua autoridade, à autoridade plena de Jesus. Jesus jamais rebaixou seu mandamento e Seu senhorio. Sempre exigiu o tudo ou o nada. Não é possível dizer-lhe: “Seguir-te-ei”, sem deixar tudo primeiro. A resposta de Jesus Cristo sempre será: “Se queres seguir-me, eu sou o primeiro, o tudo, não há nada depois de mim”. Jesus chama homens e mulheres que se rendam inteiramente aos seus pés e O obedeçam, obedeçam o Seu chamado. São esses que irão edificar sua igreja. Todos devem entender, desde o princípio, que segui-Lo significa reconhecê-Lo como Senhor e Rei, Salvador e Senhor da sua vida; a autoridade suprema e eternamente inquestionável.

Zaqueu era uma autoridade em Israel. Em Lucas 19:1-10, vemos o caso de Zaqueu. Ele era um homem rico e com autoridade. Era o chefe dos cobradores de impostos. Também era uma pessoa de mal caráter, pois não era honesto nas coletas e defraudava as pessoas na sua contribuição. Quando desejou ver Jesus ele se humilhou, subiu numa árvore e o aguardou passar; imaginemos a situação de  um chefe, ou um gerente de uma empresa subindo numa árvore para ver um pregador que por ali passava. Quando Jesus o avista dá-lhe uma ordem: “Zaqueu, desce depressa”. Ele obedeceu sem questionamentos e recebeu Jesus com alegria. Além disso, deu parte de seus bens aos pobres e restituiu as pessoas as quais ele havia prejudicado.

O evangelho de Marcos narra a história verídica de um  jovem rico que possuía muitos bens.

Em Marcos 10:17-22, encontramos certo jovem que também era rico e possuía muitos bens. Ele se aproximou de Jesus como alguém que já conhecia os mandamentos, já os observa desde pequeno e queria alcançar a vida eterna através de algo que ele mesmo deveria fazer, ele confiava muito em sua capacidade, em sua lisura e em sua honestidade para com Deus e para com os homens. Jesus conhecendo o seu coração, sabendo o que o prendia, disse-lhe: “vai, vende tudo quanto tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; depois vem e segue-me”. Uma ordem simples porém  poderosa. Com ela, Jesus levou-o a fazer as contas: o que vale mais? Seguir a Jesus ou ficar com meus bens? A resposta certa estava na simples obediência. Se obedecesse tomaria o caminho certo. Ele, porém, foi embora triste, pois tinha muitos bens.

Observe também que Jesus não foi atrás dele dizendo: “Espere um pouco. Acho que exagerei. Dê só o dízimo e está tudo bem”. Não era a quantia, era a obediência que era importante, mas isso o jovem não fez.

Qual é o evangelho que esta sendo pregado pela Igreja do Senhor Jesus atualmente?

Que evangelho é este que está sendo pregado? Nos convertemos com esta mensagem ou com outras que apenas massageiam o ego de cada um? Em que, então, consiste a debilidade de nossas pregações? Qual é o porquê da frieza de nossas vidas, do nosso relacionamento com Cristo?

Cremos em muitas doutrinas e pregações a respeito de Jesus Cristo e temos que conferir na Bíblia que é a palavra de Deus, porque muitos não pregam mais a palavra de Deus mas sim um discurso bem elaborado por “enganadores”. Ele, Jesus, foi quem morreu pelos nossos pecados; Ele é o nosso Salvador; Ele ressuscitou dentre os mortos; Jesus, por sua infinita bondade e misericórdia ainda responde às nossas orações; Ele voltará em glória para levar a sua igreja no arrebatamento. Porém muitos de nós ainda não temos rendido totalmente a Ele e não temos confiado totalmente  nossas vidas a Ele; não o temos reconhecido como Senhor com amor absoluto e total a Ele. Jesus é o dono de tudo o que somos e de tudo o que temos. Entregue sua vida totalmente a Jesus, só Jesus é o nosso único e suficiente Salvador de nossas almas.

Assim, nos convertemos a Cristo reconhecendo-O como o nosso “Único e suficiente Salvador e Senhor”.

Na igreja primitiva, contudo, as pessoas não se convertiam a Cristo, não sabiam bem o que isso significava; as multidões o seguiam aceitando-O como Salvador e Senhor, mas eram leigos e andavam com Jesus  reconhecendo-O apenas como o Salvador de suas vidas, não O definiam como Senhor de suas vidas. Em nossas pregações sempre enfatizamos que Jesus Cristo é o Salvador, Salvador, Salvador, e nos esquecemos de enfatizar que Jesus é o Senhor absoluto de nossas vidas. E, será que estamos certos disso? Mas não era assim que os apóstolos anunciavam a Jesus Cristo, como Senhor e Salvador? Os apóstolos sempre enfatizavam que Jesus era o Salvador, aquele que curava e libertava as pessoas de todo o mal; depois descobriram que O Senhorio de Cristo era também evidenciado em suas vidas e anunciavam para os seus ouvintes. Vocês já leram os discursos (pregações) do apóstolo Pedro no início do livro de Atos? Façam isso e vocês vão ficar surpresos com as palavras ungidas que Pedro pregou. No primeiro discurso dele se converteram quase três mil almas e no seu segundo discurso foram quase cinco mil pessoas que aceitaram a Jesus Cristo como seu Único e suficiente Salvador e Senhor de suas vidas.

O apóstolo Paulo também em todas as suas epístolas menciona muitas vezes que Jesus Cristo é Salvador e Senhor. Algumas outras vezes Paulo relaciona o termo Salvador referindo-se a Deus Pai.

Nós apresentamos a Cristo muitas vezes como Salvador e poucas vezes como Senhor. E o resultado é o nosso estado atual da igreja que padece e é carente do Senhorio de Cristo; Jesus deve ser a razão de nossas vidas estarem nos templos para adora-lo. Na época da igreja primitiva a conversão não era uma simples questão de palavras: “Eu aceito a Jesus como meu Salvador”, a pessoa tinha que demonstrar com sua vida que tudo mudou e essa mudança foi para melhor em tudo. A nossa conversão implica necessariamente em  o que significa o Senhorio de Cristo para nossas vidas.

O senhorio de Cristo sobre a vida do neoconverso.

Paulo afirmou em Romanos 10:9: “Se com a tua boca confessares Jesus como Senhor e, em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” Como acontece a salvação? Confessando a Jesus Cristo como Senhor e crendo no coração que Deus o ressuscitou dentre mortos. Jesus está vivo, e vive e reina para sempre e eternamente. O túmulo de Jesus está vazio e com a inscrição e diversos idiomas: “Ele (Jesus) não está aqui, porque Ele ressuscitou”.

A Palavra de Deus nos exorta: “Nem todo o que diz: Senhor, Senhor entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor, porventura não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres, prodígios e maravilhas? Então, lhes direi explicitamente nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade”. (Mateus 7:21-23). E ainda: “E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica (apesar de ouvi-la, de nelas crer, de pregá-la) será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia, e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa; e ela desabou, sendo grande sua ruína”, (Mateus 7:26,27). Edificar sobre a rocha é reconhecer a Cristo como Salvador e Senhor das nossas vidas e viver cada dia evidenciando este reconhecimento, sendo testemunha viva de Jesus.

Jesus Cristo é Senhor e Reina eternamente.

"Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. Se, com a tua boca, confessares a Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação" (Romanos 10:8-10). Esta é uma passagem bem conhecida que fala sobre salvação. Mas observe a confissão do eunuco etíope, feita antes de seu batismo pela água em Cristo. "Filipe respondeu: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus" (Atos 8:37). Frequentemente comparamos as duas passagens, sugerindo que a confissão do eunuco e a confissão que Paulo está discutindo são a mesma. Mas observe que há uma diferença. O eunuco confessou Jesus como o Cristo e como o Filho de Deus. Paulo discute confessar Jesus como Senhor. Eis aí uma diferença.

Devemos confessar que Jesus Cristo é o Senhor e Salvador de nossas vidas.

Confessar Jesus como o "Cristo" significa que proclamamos que cremos que ele é o ungido de quem os profetas do Velho Testamento tinham profetizado. A palavra "Cristo" é a tradução grega da palavra hebraica "Messias". O eunuco estava dizendo que ele cria que Jesus era o cumprimento da profecia de Isaías. Isto significa que Jesus era aquele apontado por Deus para assumir o ofício real, sacerdotal, do Messias prometido. É necessário crer e querer confessar esta crença. Mas não é a mesma coisa que confessar Jesus como Senhor. Por exemplo, quando Pedro proclamou no Dia de Pentecostes que "... este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo" (Atos 2:36), ele estava dizendo que Deus fez de Jesus duas coisas diferentes: Senhor e Cristo.

A diferença que Jesus faz em nossas vidas.

É perfeitamente possível alguém confessar sua crença em Jesus e que Ele é o Cristo, sem confessar Jesus como Senhor e Salvador de sua alma. As pessoas o fazem a todo tempo, confessar Jesus como Cristo é afirmar que cremos que Ele é quem Ele declarou ser, o Salvador, o Filho de Deus, o Redentor, mas falta declarar publicamente que Jesus é Senhor em tudo nas nossas vidas. Precisamos fazer isto para sermos salvos. Mas confessar Jesus como Senhor envolve não somente a boca, mas é um reconhecimento que Ele é nosso Senhor e Mestre e que desejamos submetermo-nos e obedecermos a Ele, sendo exemplo dos fiéis em tudo, sendo testemunha viva de que O adoramos em espírito e em verdade, sendo testemunha do grande amor de Deus por nós.

Os primeiros discípulos jamais perturbariam as autoridades romanas confessando Jesus como o Cristo. Eles não se preocupariam com isso. Mas confessar Jesus como Senhor e rei era outro assunto. Dizer que a primeira lealdade deles era com o Senhor Jesus como oposto a César fez com que muitos deles fossem postos na prisão e mortos. Quando os judeus incrédulos queriam pôr Roma atrás dos cristãos, eles o acusavam de aceitar Jesus como Senhor e rei (Mateus 22:15-22; Atos 17:6-7).

Confessar Jesus como Senhor.

Então, falando praticamente, o que afinal é envolvido em confessar Jesus como Senhor? Bem, obviamente a primeira coisa envolvida é falar de nossa aceitação de seu senhorio. Ele é o nosso Senhor, Ele é quem é dono e Senhor de nossas vidas. No texto de Romanos diz, "Se, com tua boca confessares Jesus como Senhor...", (10:9). Mas isso não termina aqui. Somente começa aqui. Jesus, de fato, nem mesmo quer que façamos tal confissão se não estivermos querendo agir sobre ela. Ele não quer que o chamemos "Senhor" e "Mestre" se não queremos comprometer-nos a fazer as coisas que ele diz. Ele disse, "Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?". (Lucas 6:46).

Em vez disso, nossos atos precisam condizer com nossas palavras: "E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai" (Colossenses 3:17). Confessar o senhorio de Jesus com nossas bocas enquanto não submetemos nossas vidas a ele é inútil. Se ele é verdadeiramente nosso Senhor, então ele domina tanto nossas palavras como nossos atos.

Os mandamentos do Senhor

Simplesmente não há outra autoridade na igreja além da do Senhor Jesus. Ele disse, "Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra" (Mateus 28:18). As Escrituras afirmam que o Pai "... pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja...". (Efésios 1:22).

Algumas vezes, obedecer ao Senhor pode significar que temos que fazer algo difícil. Podemos ser forçados a correr um risco ao falar, ou enfrentar o pecado, ou renunciar a uma liberdade pessoal por causa de Cristo. Nosso discipulado pode levar-nos a uma confrontação indesejável. Aceitar o "senhorio" de Jesus significa aceitar que estamos caminhando diretamente contra o mundo e seus padrões falsos. Podemos ter que lutar para perdoar quando somos lesados, quando poderíamos preferir desforrar-nos. Pode ser que tenhamos que mudar nosso foco e sermos mais cuidadosos para que nossas ambições mundanas não atropelem a causa do reino em nossas vidas diárias. Aceitar o senhorio de Jesus significa que estamos querendo submeter nossas vontades e necessidades às suas e a colocar seu reino em primeiro lugar.

Aceitar o senhorio de Jesus significa aceitar tudo o que Ele disse. Observe nas Escrituras Sagradas o seguinte como exemplo:

"Desde esse tempo começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia. E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá. Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda! Satanás; Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das cousas de Deus, e sim das dos homens. Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á. Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?" (Mateus 16:21-26).

Jesus fez uma afirmação que Pedro não gostou de ouvir. Pedro disse "Não!" Mas "não" é algo que ninguém diz ao Senhor. Aceitar o senhorio de Jesus envolve dizer "sim" a tudo o que ele diz. Envolve negação de interesses próprios, incluindo algumas vezes entregar a própria vida. Mas também envolve encontrar a vida, isto é, a vida eterna. Há regozijo eterno em aceitar Jesus como Senhor e Cristo.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

 

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

DAVI CONFESSA SEUS PECADOS DIANTE DE DEUS

DAVI CONFESSA SEUS PECADOS DIANTE DE DEUS.

 

Davi confessa seus pecados diante de Deus e diante dos homens.

“...mas o que confessa e deixa, alcançará misericórdia”. Provérbios 28.13b.

O verdadeiro arrependimento vem acompanhado de choro e humilhação espontânea da pessoa diante de Deus. (2 Samuel 12:1-13). Os Salmos 32 e 51 são Salmos de arrependimento e pedido de perdão a Deus feitos por Davi.

Em Mateus 3:5-9, João Batista fala sobre o verdadeiro arrependimento porque via muitas pessoas cujo “arrependimento” estava longe de ser sincero. Atualmente, essa questão também é muito pertinente. É bem verdade que alguns se excedem e estabelecem suas próprias regras e exigências legalistas como único “fruto digno de arrependimento”. Por outro lado, alguns ensinam que o arrependimento é simplesmente uma questão de “concordar ou não com Deus”. Essa definição, no entanto, resulta em uma mera assunção de culpa, de forma a minimizar o peso e o horror do pecado, levando a pessoa a repeti-lo. Além disso, vemos as confissões chorosas de alguns pregadores e de outros líderes proeminentes ditos cristãos e nos perguntamos se eles estão verdadeiramente arrependidos dos graves erros e pecados cometidos. Creio que o sentimento de Davi é genuíno e nos dá um exemplo do verdadeiro arrependimento.

Nosso foco não é tão restrito quanto parece. Gostaria de considerar 2 Samuel 12:13 à luz da vida de Davi após essa confissão, bem como à luz da sua confissão ampliada em dois dos Salmos que tratam especificamente do seu pecado relacionado a Urias e Bate-Seba: Salmos 32 e 51. Prestemos muita atenção, para vermos, então, como é o genuíno arrependimento.

Tanto o pecado e a transgressão a Deus como o arrependimento e a confissão de pecados podem demorar muito tempo ou não mais que uma fração de segundo. Com Saul aconteceu deste modo. Assim que a pressão diminuiu e o perigo pareceu ter passado, ele volta a pecar, se não da mesma forma, mas também de alguma outra forma e, às vezes, até pior. Em 1 Samuel 26:21, ele confessa a Davi ter pecado ao tentar tirar a vida dele, mas se Saul não tivesse sido morto em batalha, temos poucas dúvidas do que ele poderia ter feito a Davi se tivesse oportunidade. Lembre-se de que Davi não “voltou” com Saul, quando este lhe pediu. Davi o conhecia muito bem e não quis voltar com ele. Um dos fatores da insegurança de Saul é que ele se arrependia e depois fazia errado de novo por conveniência. O arrependimento de Saul era passageiro.

Vamos fazer um resumo da sequência dos eventos que resultaram no pseudo-arrependimento de Saul em 1 Samuel:

Saul tenta justificar sua desobediência diante de Deus como se suas ações fossem ditadas pelas circunstâncias, uma espécie de “lei marcial” moral criada por ele mesmo. 1 Samuel 13:11-12;

Saul permanece em silêncio quando fica evidente que Deus não aceitará suas desculpas. 1 Samuel 13:15;

Saul procura redefinir sua desobediência, como se ela fosse justificável. 1 Samuel 15:13;

Saul procura lançar sobre o povo a culpa pelo seu pecado, tentando ainda justificar o “pecado” deles como desejo de prestar culto a Deus. 1 Samuel 15:15;

Saul diz que estava tentando obedecer a Deus, mas foi incapaz de controlar o povo, o qual pecou ao poupar alguns animais, embora ele omita qualquer outra menção à sua responsabilidade de matar o rei Agague. 1 Samuel 15:20-21;

Saul relutantemente admite ter pecado, mas insiste em dividir a culpa com os outros. 1 Samuel 15:24;

Saul tenta rapidamente se “arrepender” e ser perdoado, para poder “prestar culto” a Deus. 1 Samuel 15:25;

Saul busca desesperadamente minimizar as consequências do seu pecado, a fim de que não tenha de sofrer muito por causa dele. 1 Samuel 15:25-31.

A trajetória de desobediência de Saul e a trajetória de obediência Davi diante de Deus.

Antes de nos voltarmos para o arrependimento verdadeiro de Davi, deixe-me fazer uma pausa momentânea para fazer algumas comparações entre Davi e Saul.

De diversas maneiras podemos retratar Saul e até de uma forma bem sombria, mas talvez distorcida. Apesar de todas as suas falhas e pecados, o autor de 1 e 2 Samuel faz um relatório geral bastante decente sobre a sua administração que nos primeiros anos de sua administração, de seu reinado, foi fiel a Deus e conquistou grandes vitórias nas batalhas porque Deus era com ele.

Um texto bíblico de referência do assunto diz: 

“Tendo Saul assumido o reinado de Israel, pelejou contra todos os seus inimigos em redor: contra Moabe, os filhos de Amom e Edom; contra os reis de Zobá e os filisteus; e, para onde quer que se voltava, era vitorioso. Houve-se varonilmente, e feriu os amalequitas, e libertou a Israel das mãos dos que o saqueavam”. (1 Samuel 14:47-48). 

As comparações anteriores entre Saul e Davi, como, por exemplo, a reação de ambos ao que Davi fez ao gigante Golias, matando o maior inimigo de Israel, fizeram Saul parecer com um comportamento muito mau contra Davi e Davi com um comportamento muito bom em relação a Saul. À luz dos pecados de Davi descritos em 2 Samuel 11 e 12, Saul já não parece tão mau assim. Em lugar algum nós o vemos tomando a esposa de outro homem e matando seu marido. Embora ele tenha tentado tirar a vida de Davi, isso foi às claras, não às ocultas como Davi fez com Urias, por intermédio de Joabe. Os pecados de Davi fazem Saul parecer um pouco melhor do que antes. Há, no entanto, uma coisa que distingue radicalmente os dois: Davi realmente se arrependeu de seus pecados e Saul não. Davi era um homem segundo o coração de Deus. Isso não o isentava das falhas humanas, nem o afastava do pecado, mas resultava em arrependimento genuíno diante de Deus. À medida que estudamos esse arrependimento genuíno, tentaremos identificar o que isso significa. 

Deus também não consegue sentir grande prazer nos atos negativos de Davi e mostra para Davi o quanto ele errou e que as consequências do seu pecado viriam lhe causar grandes tristezas e dores. 

O prazer  mas que o prazer é minimizado pelas alegrias de obedecer a Deus e desfrutar da Sua comunhão. A agonia descrita por Davi finalmente o leva a quebrar seu silêncio e confessar seus pecados. Seu arrependimento é o resultado de um processo doloroso, na maior parte ocorrido dentro dele mesmo.

Na maioria das vezes é assim, lembram-se do “arrependimento” dos irmãos de José?

A história foi escrita no livro de Gênesis, a qual foi provocado por ele  quando já era governador do Egito  mas a intervenção de Deus fez com que aqueles acontecimentos descritos em Gênesis 42 a 45, fossem mudados e deram um final de vitórias para José. Seus irmãos haviam claramente pecado gravemente contra ele ao vendê-lo como escravo para o Egito, talvez se sentissem aliviados pensando que, pelo menos, não o tinham matado, como planejaram a princípio. Ao ascender à segunda posição mais alta do Egito, José tinha poder para lidar com os irmãos como quisesse, poderia matá-los sem dó e sem piedade, mas não o fez. Quando eles foram para lá para comprar grãos, ele podia muito bem ter se vingado, mas, em vez disso, preferiu conduzi-los ao arrependimento. Para tanto, ele disfarçou sua identidade, se quisesse acertar as contas, ele lhes teria dito quem era. José orquestrou tudo de forma que os irmãos tivessem de tomar uma decisão quase idêntica àquela tomada anos antes. Ele colocou seus irmãos numa situação em que poderiam entregar Benjamin, abandonando-o como escravo no Egito, ou poderiam ficar juntos e tentar salvá-lo. Judá, que recomendara a venda de José como escravo, agora se oferecia como escravo para que Benjamim pudesse voltar para Jacó, seu pai idoso. Esse é um arrependimento verdadeiro. 

O arrependimento verdadeiro não só lamenta ter feito o que é errado, os irmãos de José lamentaram o mal feito a ele anteriormente Gn.42:21-22, mas não o repete se tiver chance para tal. José deu aos irmãos uma oportunidade e, dessa vez, eles decidiram agir verdadeiramente e corretamente. Um Arrependimento verdadeiro é sempre resultado de um longo e doloroso processo.

O arrependimento de Davi confessando seus pecados a Deus e pedindo perdão. O arrependimento de Davi é expresso por uma confissão completa e pública de culpas diante de Deus e dos homens. A brevidade e a simplicidade da confissão de Davi são impressionantes. As confissões de Saul não eram simples, nem diretas. Hoje, ele teria um advogado e um assessor de imprensa para rascunhar suas palavras. Davi assume totalmente a responsabilidade por seus pecados; Saul procurava jogar a culpa nos outros ou, pelo menos, dividi-la com eles. Davi confessa o pecado como pecado, sem desculpas, sem acusar ninguém. Ele sabe que o pecado é contra Deus.

Davi leva seu pecado muito a sério. Saul sempre procurou minimizar seu pecado, fazendo-o parecer menos mau do que realmente era. Davi faz o oposto. Os Salmos 32 e 51 indicam que ele pensou muito sobre suas ações e, quanto mais pensava, mais abominável o pecado lhe parecia. Uma vez que os salmos foram preservados para o culto e para a posteridade, o pecado e a confissão de Davi se tornaram de conhecimento público. Em última análise, o pecado de Davi é contra Deus, contra Deus somente. Isso não diminui o mal causado a Urias e Bate-Seba. Pecado é quebrar as leis de Deus e, nesse sentido, todo pecado é contra Deus, pois quebra Suas leis. Os crimes são ofensas cometidas contras as pessoas, mas o pecado, nesse sentido específico é apenas contra Deus, naquilo em que quebra Suas leis.

Davi quebrou pelo menos três mandamentos. Ele cobiçou a mulher do próximo, cometeu adultério e cometeu assassinato. (Êxodo 20:13, 14 e 17).

Davi não esperava que suas boas obras cobrissem ou diminuíssem suas culpas e seus pecados diante de Deus. Chegamos agora a um dos maiores erros de todos os tempos: a falsa presunção de que Deus pode ser dobrado, convencido por alguém ou por muitas palavras bonitas de qualquer pessoa, ledo engano. Geralmente se pensa ou, mais precisamente, se presume que os homens só precisam superar a quantidade de seus pecados com boas obras. Se fazem mais coisas “boas” do que “más”, acreditam que, no cômputo geral, são mais bons do que maus e, assim, mais qualificados para serem aceitos e mais perdoados por Deus. Tais pessoas não compreendem que o tipo de justiça requerida por Deus é a da obediência perfeita à Sua Palavra. Uma única falha é suficiente para nos tornar culpados e, por isso, dignos de morte: “Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos”. (Tiago 2:10, Mateus 5:19 e Gálatas 5:3). 

Davi foi um homem segundo o coração de Deus. Ele amava a lei de Deus. A mão do Senhor estava sobre ele em tudo o que fazia. No geral, sua vida foi um exemplo a ser seguido, estabelecendo um padrão pelo qual devemos nos esforçar. Seu pecado em relação a Urias e Bate-Seba foi uma clara exceção, não a regra: “Porquanto Davi fez o que era reto perante o SENHOR e não se desviou de tudo quanto lhe ordenara, em todos os dias da sua vida, senão no caso de Urias, o heteu”. (1 Reis 15:5). 

Se alguma vez houvesse um homem que poderia ter dito que suas boas ações superaram seus pecados, esse homem seria Davi. Mas, em vez disso, nós o encontramos confessando seu pecado, evitando qualquer referência a algo de bom que tenha feito e reconhecendo merecer a ira de Deus.

“Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mau perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar”. Salmo 51:3-4.

Davi não abusa da graça de Deus, esperando ser perdoado e ter a vida poupada. Existem pessoas que planejam e tencionam pecar, crendo que Deus é obrigado a perdoá-las, seja como for, e ainda se utilizam da frase que mais define quem é Deus, dizendo: Deus é amor. Elas pensam que se fizerem algum ritual, recitarem alguma fórmula, serão automaticamente perdoadas e a vida poderá continuar como era. Quem abusa da graça de Deus em perdoar, por um lado confessa seu pecado, enquanto por outro planeja repeti-lo. Davi confessa seu pecado contra Deus e não pede nada. Ele sabe o que merece, e não pede para ser salvo.

Nesse sentido, ele é como o filho pródigo do Novo Testamento que diz: “Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores. E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou. E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se”. Lucas 15:17-24.

Esse filho tinha rejeitado tudo o que seu pai esperava um dia lhe dar como herança e sabia disso. Ele tinha abandonado a família e gasto toda a sua herança. Ele não tinha mais o direito a qualquer reivindicação como filho. No entanto, ele conhecia seu pai e sabia que ser seu escravo era melhor do que ser escravo de um empregador ímpio numa terra distante. Por isso, ele volta para casa, confessa o seu pecado, pede perdão e não espera nada além de se tornar um empregado. A reação do pai é de pura graça, pois dá ao jovem o que ele não merecia. Davi como um filho pródigo, sabe que não merece o perdão de Deus ou Suas bênçãos; por isso, ele nem mesmo pede. Apenas confessa os seus pecados diante de Deus. 

O arrependimento de Davi resulta em uma alegria renovada na presença e no serviço do Senhor e em um compromisso de ensinar aos outros a abandonar o pecado. Sabemos, pelo Salmo 51, que Davi orou para que sua alegria no Senhor fosse restituída, 51:8,12. Temos todas as razões para crer que seu pedido foi atendido. Além disso, ele também queria ensinar aos outros: “Então, ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores se converterão a ti”.Salmo 51:13. 

Davi agora ensinará pecadores como um pecador arrependido. Seu ensino procurará fazer com que eles abandonem seus pecados. Como essa atitude é diferente da atitude dos ímpios, que procuram seduzir os outros a seguir seu exemplo.

O apóstolo Paulo nos traz ensinamento sobre este assunto dizendo: “Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem”. Romanos 1:32. 

Lembremos do apóstolo Pedro, cuja negação foi predita pelo Senhor Jesus se referindo ao comportamento dele que iria nega-lo três vezes antes que o galo cantasse. Mas Jesus lhe deu também palavras de esperança.

“Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos”. Lucas 22:31-32.

Pedro era arrogante, impaciente e impulsivo antes da crucificação e antes de negar o Senhor Jesus. Depois de ter falhado miseravelmente e de ter recebido a graça de Deus, ele foi restaurado. Foi aí que seu ministério realmente começou. De certa forma, Deus usa o nosso pecado para instruir outras pessoas. Talvez seja quando elas observam os resultados dolorosos do nosso pecado, Provérbios 19:25 ou quando veem a restauração e o profundo senso da graça de Deus produzidos na vida do pecador arrependido e restaurado.

O arrependimento de Davi, divinamente operado por Deus, produziu frutos dignos de arrependimento. Deus respondeu ao arrependimento de Davi com graça, e assim Davi reage com graça para com aqueles que lhe fazem mal e se arrependem.

Quando Absalão se rebela contra ele e está prestes a tomar seu reino, Davi foge de Jerusalém junto com seus seguidores. Enquanto ele deixa a cidade, um homem chamado Simei sai para amaldiçoá-lo e atirar-lhe pedras, 2 Samuel 16:5-8. Abisai quer cortar a cabeça de Simei, mas Davi não permite. Quando Davi volta a Jerusalém, uma das pessoas que sai ao seu encontro para saudá-lo é Simei, o qual confessa ter pecado ao amaldiçoá-lo e apedrejá-lo. 2 Samuel 19:16-20.

Abisai novamente quer executar Simei e, desta vez, ele tem um motivo bíblico. Ele chama a atenção para o fato de Simei ter amaldiçoado Davi, rei de Israel. A lei de Moisés proibia que se amaldiçoasse os líderes do povo. Êxodo 22:28. Tecnicamente, ou melhor dizendo, legalmente, Simei deveria ser morto, mas Davi o perdoa e poupa sua vida novamente. Ao fazer isso, Davi o trata da mesma forma graciosa como Deus o tratou. Este incidente nos faz recordar da história contada por nosso Senhor Jesus sobre o servo incompassivo, Mateus 18:23-35, cuja enorme dívida é perdoada pelo rei, mas que se recusa a perdoar uma dividazinha do seu conservo. Quem realmente experimenta a graça de Deus, manifesta essa graça aos outros. A graça recebida por Davi em consequência do seu arrependimento é demonstrada ao “arrependido” Simei.

O arrependimento de Davi produziu frutos duradouros: ele abandona o pecado e não volta a repeti-lo. Há pessoas, como Faraó e Saul, que parecem se arrepender, mas cujo arrependimento é muito breve. Saul, com certeza, não demorou muito para retomar seus esforços para matar Davi; e Faraó, para resistir novamente à partida do povo de Israel. Isso aconteceu porque o arrependimento deles não foi verdadeiro. Na verdade, seu arrependimento foi só um caminho mais curto, um jeito de acabar com a dor do momento. Há uma grande diferença entre o falso e o verdadeiro arrependimento.

Davi se manifesta com um “arrependimento maduro”. Ele vê seu pecado como realmente é e seu pesar é genuíno. Por isso, ele não o comete de novo.

O perdão é  concedido a Davi. 2 Samuel 12:13b. “Disse o profeta Natã a Davi: Também o SENHOR te perdoou o teu pecado; não morrerás.”  

Davi recebe aquilo que não ousou pedir. Que onda de alívio deve ter tomado conta dele ao ouvir as palavras de Deus através do profeta Natã: “Também o SENHOR te perdoou o teu pecado; não morrerás.” Quando reagiu à história contada por Natã sobre o roubo e a morte da cordeirinha, Davi condenou a si mesmo: “Então, o furor de Davi se acendeu sobremaneira contra aquele homem, e disse a Natã: Tão certo como vive o SENHOR, o homem que fez isso deve ser morto”. 2 Samuel 12:5.

Legalmente, é claro, a lei de Moisés requeria do culpado na história de Natã apenas uma restituição quádrupla, (Êxodo 22:1). Davi, porém, deveria ser morto, tanto pelo adultério quanto pela morte de Urias. 

Sob a lei de Moisés, Davi não tinha qualquer esperança. Ele era um homem condenado. Um homem morto. Como, então, é possível Natã lhe dizer que ele “não morrerá”? Repare que a promessa de que Davi não morrerá vem após a afirmação: “Também o SENHOR te perdoou o teu pecado.” A “salvação” de Davi da condenação divina, assim como a nossa, não vem pela guarda da lei, mas pela graça. E a razão para seu pecado ser perdoado é porque o Senhor o retirou, o perdoou completamente.

Esse “retirar” do pecado não é algum truque de mágica, onde Deus simplesmente pega o pecado e o faz desaparecer. O pecado foi “retirado” conforme a declaração do profeta. Creio que a declaração de Natã só pode ter sido feita com base na obra segura de Jesus Cristo na cruz do Calvário, realizada séculos mais tarde. Com base na obra de Cristo é que mais tarde Davi foi perdoado, até então os pecados eram cobertos. Seus pecados foram suportados por nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, assim, a justiça de Deus foi satisfeita, foi completada.

A expressão “foi retirado”, no verso 13, pode ser literalmente interpretada como “fez morrer o seu pecado”. Esse é um verbo comum e, muitas vezes, é usado no sentido de passar por ou passar sobre, como na época em que os israelitas atravessaram o Mar Vermelho. Aqui, no texto original, o termo está no modo causativo, de forma que pode ser traduzido como “fez passar sobre ou fez morrer”. Tanto a nova versão King James quanto sua versão original traduzem o termo como “eliminado”. Creio que a palavra hebraica encontrada em nosso texto é utilizada em sentido aproximado em mais dois outros textos da Bíblia. Em todas as versões em português o texto é traduzido como “o Senhor perdoou o teu pecado”.

“Então, se irou muito Abner por causa das palavras de Isbosete e disse: Sou eu cabeça de cão para Judá? Ainda hoje faço beneficência à casa de Saul, teu pai, a seus irmãos e a seus amigos e te não entreguei nas mãos de Davi? Contudo, me queres, hoje, culpar por causa desta mulher. Assim faça Deus segundo lhe parecer a Abner, se, como jurou o SENHOR a Davi, não fizer eu, transferindo o reino da casa de Saul e estabelecendo o trono de Davi sobre Israel e sobre Judá, desde Dã até Berseba”. 2 Samuel 3:8-10. 

“Tirou o rei o seu anel, que tinha tomado a Hamã, e o deu a Mordecai. E Ester pôs a Mordecai por superintendente da casa de Hamã”. Ester 8:2. 

Nos dois casos acima, o mesmo termo hebraico encontrado em nosso texto é usado para descrever a “transferência” de alguma coisa de uma pessoa para outra.

O reino de Israel foi transferido de Saul para Davi, 2 Samuel 3:8-10.

O anel do rei, dando a um subordinado autoridade para agir em seu nome, foi tomado de Hamã e dado a Mordecai. O anel foi transferido de uma pessoa para outra. O pecado de Davi foi perdoado e ele recebeu a garantia de que não morreria porque Deus havia transferido os seus pecados. Essa transferência ocorreu séculos depois, quando o “filho” de Davi, o Senhor Jesus Cristo, morreu na cruz do Calvário. Os pecados de Davi foram perdoados por nosso Senhor, e Ele pagou a pena pelo que Davi tinha feito, assim como foram perdoados e apagados todos os pecados de todos os que aceitaram Jesus Cristo como Senhor e Salvador de suas vidas. Davi não iria morrer por causa do seu pecado porque Jesus Cristo estava destinado a morrer, pagando a pena pelos pecados dele e de todos os que creram e que viveram antes do nascimento de Jesus.

“Então, se irou muito Abner por causa das palavras de Isbosete e disse: Sou eu cabeça de cão para Judá? Ainda hoje faço beneficência à casa de Saul, teu pai, a seus irmãos e a seus amigos e te não entreguei nas mãos de Davi? Contudo, me queres, hoje, culpar por causa desta mulher. Assim faça Deus segundo lhe parecer a Abner, se, como jurou o SENHOR a Davi, não fizer eu, transferindo o reino da casa de Saul e estabelecendo o trono de Davi sobre Israel e sobre Judá, desde Dã até Berseba”. 2 Samuel 3:8-10.

“Tirou o rei o seu anel, que tinha tomado a Hamã, e o deu a Mordecai. E Ester pôs a Mordecai por superintendente da casa de Hamã”. Ester 8:2.

Vários princípios e áreas de aplicação de nossas vidas sobre os valores do arrependimento.

O arrependimento é uma obra realizada por Deus que emprega o Seu Espírito Santo, a Sua Palavra e o Seu povo, na medida em que são utilizados em resposta ao pecado. Não temos o poder de mudar os corações, só Deus tem. Nesse sentido, arrependimento é uma obra de Deus. No entanto, Deus prefere utilizar certos meios para alcançar Seus objetivos, e assim é com o arrependimento.

Deus usa gente do Seu povo, como fez com Natã, para confrontar as pessoas com seus pecados. Ele usa a Sua Palavra e o Seu Espírito  Santo para convencer os pecadores de seus pecados. Hoje, da mesma forma que no passado, é mais fácil falar com os outros sobre o pecado de alguém do que falar com a própria pessoa. A Bíblia nos dá instruções muito claras quanto a nossa obrigação para com um irmão ou irmã que parece ter caído em pecado. Mateus 7:1-5;18:15-20, 1Coríntios 5:1-13, Gálatas 6:1-5; 1 Tessalonicenses 5:14; 2 Tessalonicenses 3:14-15; 2 Timóteo 2:23-26; Tito 3:9-11 e Tiago 5:19-20. Ninguém realmente quer ser um “Natã” para um “Davi”, mas este é o meio normal que Deus designou para lidar com o pecado, ou para encorajar o pecador a se arrepender. O ponto alto da amizade de Natã com Davi é quando ele lhe mostra o seu pecado, preparando o terreno para o seu arrependimento.

Jesus Cristo morreu por nós para remissão dos nossos pecados. Ele disse: E recebereis o dom do Espírito Santo que há de vir sobre voz”. Atos 2:38. 

“E, ouvindo eles estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para vida”. Atos 11:18.

“E, quando se encontraram com ele, disse-lhes: Vós bem sabeis como foi que me conduzi entre vós em todo o tempo, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia, servindo ao Senhor com toda a humildade, lágrimas e provações que, pelas ciladas dos judeus, me sobrevieram, jamais deixando de vos anunciar coisa alguma proveitosa e de vo-la ensinar publicamente e também de casa em casa, testificando tanto a judeus como a gregos o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo. Atos 20:18-21.

Evidentemente abraçando inteiramente um modo novo de encarar a vida, desta vez com os olhos de Deus, por meio das Sagradas Escrituras. O pecado se torna repulsivo, de forma que decidimos não repeti-lo. O resultado é um senso renovado da presença de Deus, uma nova alegria na nossa salvação e um desejo de dissuadir outras pessoas de pecar.

Em minha opinião, uma das características do genuíno avivamento é o arrependimento verdadeiro. Relacionamentos que pareciam irreversivelmente quebrados de repente são reconciliados. Casamentos mortos e moribundos são revitalizados. O amor perdido é novamente encontrado. O cativeiro que leva a um comportamento compulsivo e a um ciclo interminável de pecado é quebrado. É triste ver que, nesta época de tanta terapia, usemos termos psicológicos para descrever problemas espirituais para os quais a Bíblia tem uma definição e uma prescrição. Chegamos a aceitar a crença de que muitos problemas espirituais não podem ser revertidos ou radicalmente solucionados, mas que são necessários anos de terapia e mudança gradual, se houver. Esta não é a maneira como a Bíblia descreve a nossa reação ao pecado por meio do arrependimento. Arrependimento verdadeiro pode trazer, e realmente traz, mudanças radicais. Antes de tudo, precisamos nos voltar para a Palavra de Deus, precisamos chamar o pecado por seu nome bíblico e precisamos exortar as pessoas a reagir de forma bíblica: com arrependimento e fé.

Quando ocorre um verdadeiro arrependimento, creio que ele é óbvio. Nosso texto não apenas descreve o verdadeiro arrependimento em relação ao nosso pecado, ele o descreve de forma a sermos capazes de reconhecê-lo nos outros. E, quando há arrependimento, temos a obrigação de perdoar e receber esse indivíduo de volta à comunhão. Muitas igrejas não exercem a disciplina e não chamam seus membros ao arrependimento. Mas aquelas que o fazem, também precisam estar prontas e dispostas a reconhecer o verdadeiro arrependimento, e a receber o pecador arrependido de volta à comunhão.

Não quero ser como um dos amigos de Jó, exortando ao arrependimento quando isso não é necessário. Nem toda provação ou tribulação é decorrente de pecado. Há ocasiões, porém, em que as nossas provações são graciosamente dadas por Deus para chamar a nossa atenção para o pecado e para nos exortar ao arrependimento. Nessas ocasiões, que sejamos rápidos para assumir a responsabilidade pelo nosso pecado, para confessá-lo e abandoná-lo. Vamos procurar ver novamente as coisas de forma clara e, uma vez mais, desfrutar das bênçãos da salvação e da comunhão com Deus.

Como Deus tratou com Davi diante dos seus terríveis pecados?

Davi pecou terrivelmente diante de Deus, muito embora Deus o tenha chamado de um homem segundo o coração de Deus. Nem por isso Deus deixou de castigá-lo e nem deixou de ouvir suas súplicas e orações de arrependimento.

Em 2 Samuel diz que o Senhor incitou Davi a fazer um censo do povo. Lembrando que isso era pecado diante de Deus.

2 Sm.24:1 diz “E a ira do SENHOR se tornou a acender contra Israel; e incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, numera a Israel e a Judá”.

Em 1 Crônicas diz que foi Satanás quem incitou Davi a isso.

1 Cr.21:1 “Então Satanás se levantou contra Israel, e incitou Davi a numerar a Israel”.

Aqui nesta publicação vamos tratar com mais profundidade do segundo pecado mais grave de Davi diante de Deus.

Há outras questões na Bíblia que parecem contradição, como a da causa da morte de Judas, que em uma passagem diz que ele se enforcou e em outra que caiu de uma certa altura e morreu. Na verdade as duas coisas aconteceram: ele se enforcou e caiu, como aconteceu depois da invasão de um país com um dos ministros daquela nação invadida, ele morreu enforcado e decapitado, porque era muito gordo e pesado, e a corda da forca, ao esticar, acabou arrancando sua cabeça com o impacto.

Tente imaginar que o mesmo que o que foi dito de Davi sobre o censo do povo e as consequências que isso trouxe fosse dito de Jó. Suponha que existisse uma passagem dizendo que o Senhor lançou sobre Jó todo aquele sofrimento e em outra que foi Satanás quem fez isso.

Porém, como temos o texto de Jó bem detalhado, aprendemos dele o "modus operandi" de Deus para com Jó. Fica claro que foi ideia de Satanás causar todo aquele mal, mas que ele não podia agir sem a permissão de Deus. Então precisou passar no céu e só saiu de lá com essa permissão porque Deus tinha algo a ensinar a Jó. No frigir dos ovos, Deus sempre cumpre os seus propósitos, ainda que tenham sido desencadeados pelo diabo, que nem se dá conta de que ele não passa de um peão no tabuleiro de Deus.

Portanto, na passagem do censo de Davi deve ter acontecido o mesmo, já que temos em Jó uma "jurisprudência" do modo de Deus administrar as coisas. Satanás maquina a coisa toda, Deus permite porque quer transformar aquilo em um instrumento de disciplina para o seu povo, e o diabo coloca seu plano em  ação.

De tudo isso podemos aprender que o diabo não tem poder para tocar no crente, a menos que tenha a permissão explícita de Deus para isso. Mas essa permissão Deus só dará se entender que aquilo é uma forma de nos disciplinar ou ensinar algo, fazendo com que o mal se transforme em bem para nós e em mais uma derrota para o diabo.

Afinal, com a traição e condenação de Jesus à cruz não parecia que o diabo estava levando vantagem? No entanto todas as suas maquinações para instigar Judas e os outros visando aquele desfecho só serviram para que Cristo consumasse a obra que viria a derrotar o diabo.

1 Jo.5:18, Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca.

Gn.50:20, Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida.

Davi e o seu pecado ao recensear o povo de Israel e de Judá.

Por que Deus foi tão severo com o povo de Israel quando foi Davi que pecou ao numerá-lo?

Davi, como bom pastor, é uma figura de Cristo no Velho Testamento. Quando ainda muito jovem ele cuidava do rebanho de ovelhas do seu pai, e aprendera a cultivar as virtudes necessárias para ser um bom pastor. Nisso Deus o preparou para mais tarde ser o rei de Israel, e pastorear aquele Seu rebanho. Foi também o aprendizado pelo qual passaram Moisés e o profeta Amós.

Depois de ser ungido e aclamado rei, Davi expulsou os inimigos que oprimiam o povo, ganhou para eles uma capital, Jerusalém, onde consolidou o culto a Deus no tabernáculo, levou para lá a arca do concerto com grande júbilo e instituiu ordem nas fileiras de sacerdotes e levitas, corais e acompanhamento instrumental. Dotando ele próprio de grande talento poético e musical, ele compôs grande parte dos salmos, literalmente o arranhar dos instrumentos de cordas, inclusive o célebre Salmo 23 que trata do Senhor como Bom Pastor.

A sua fidelidade ao SENHOR, o Deus de Israel, e ao cumprimento das Suas leis e preceitos foi exemplar, ao ponto de ser o alto padrão mediante o qual foram medidos todos os seus descendentes no trono de Judá. Embora fosse um homem segundo o coração de Deus, ele tropeçou algumas vezes, e dois dos seus pecados, revelados na Bíblia, se salientam pelas consequências funestas que lhe trouxeram.

Relembrando que o seu primeiro pecado grave diante de Deus, registrado em 2 Samuel 11, nos escandaliza por causa da imoralidade de Davi e nos espanta pela solução encontrada por ele na morte de Urias, um dos seus mais brilhantes soldados e amigo pessoal. Aos olhos de Deus, porém, a gravidade maior foi a injustiça praticada por Davi. Essa injustiça foi ilustrada pela parábola do profeta Natã, 2 Samuel 12:1-4. Davi se enfureceu com o rico da parábola, dizendo que era digno de morte por ter matado a única cordeira de estimação do pobre, notem o objeto da parábola, uma ovelha, o que mais tocaria o coração de um pastor se não uma ovelha em apuros? Quando Natã mostrou que Davi havia feito o mesmo que o rico, ao matar Urias e tomar para si a sua mulher, ele percebeu a maldade do que havia feito, confessou o seu pecado e o Senhor o perdoou.

Mas as consequências vieram mais tarde com o escândalo promovido pelo seu filho Absalão, e a morte da criança que teve com a mulher de Urias. É um dos exemplos onde vemos que, embora Deus perdoe o pecador arrependido, os efeitos e as consequências do pecado ainda poderão surgir no decorrer do tempo, no tempo de Deus.

O seu segundo pecado tão grave quanto o primeiro está descrito em 2 Samuel 24 e em 1 Crônicas 21, foi muito mais sério e devastador em suas consequências, e é evidenciado ainda mais por ser também mencionado no livro das Crônicas.

Para respondermos à presente pergunta, devemos nos referir a esses dois capítulos. Nos primeiros versículos, encontramos o que parece ser uma discrepância: “A ira do SENHOR se tornou a acender contra Israel, e ele incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, numera a Israel e a Judá”, 2 Samuel 24:1. Se Davi estava obedecendo a uma ordem do SENHOR, como poderia estar pecando?

No entanto, lemos em 1 Crônicas 21.1: “Então, Satanás se levantou contra Israel e incitou Davi a numerar a Israel”.

Combinando os dois, descobrimos que “A ira do SENHOR se tornou a acender contra Israel, “e com a Sua permissão” Satanás se levantou contra Israel e incitou Davi a numerar a Israel”, que também incluía Judá naquele tempo. Compreendemos assim que a ira do SENHOR se tornou a acender contra Israel. Não nos é dito o motivo, nem quando, mas é certo que o povo de Israel como um todo estava seriamente em falta e precisava de um corretivo.

Para punir Israel, o SENHOR usou Satanás para tentar o seu rei. Satanás não podia tocar em Israel sem ter a permissão de Deus, mas teve a perspicácia de ver que através do seu rei Davi ele poderia subverter o povo. Então Satanás instigou Davi, não sabemos como, para numerar o povo.

Davi foi tentado e Satanás deve ter observado que, naquela altura dos acontecimentos, Davi aparentemente tinha dois pontos fracos, autossatisfação e falta de confiança em Deus. Houve grande sutileza na tentação, pois o ato de numerar o povo não era pecaminoso, desde que fosse de acordo com a vontade de Deus.

Tudo indica que o recenseamento foi motivado pelo desejo de Davi em conhecer o efetivo do seu exército, para aquilatar o seu poder de combate, esquecendo-se que as vitórias foram obtidas unicamente mediante a graça e o poder de Deus.

“Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas. Mas o que se gloriar glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR”. Jeremias 9:23-24. O SENHOR não Se agradou quando Davi mandou contar o povo, porque Davi não estava se gloriando no SENHOR, mas em sua força. O que o motivou foi então o pecado de descrença. Davi estava confiando em números ao invés de confiar em Deus. O SENHOR havia dado instruções a Moisés sobre o recenseamento do povo e quando fosse feito, cada um dos recenseados tinha que pagar o resgate de meio ciclo como oferta ao SENHOR, para que não houvesse praga entre o povo, Êxodo 30:11-15. Não vemos menção disto aqui e é possível que tenha sido esquecido.

Tantas vezes Davi havia consultado o SENHOR sobre importantes medidas que deveria tomar e o SENHOR lhe dera a resposta. Desta vez ele não consultou o SENHOR, mesmo quando Joabe procurou demovê-lo, percebendo o motivo pecaminoso de Davi.

Não tendo conseguido dissuadir Davi, Joabe levou avante o recenseamento, mas não o fez por completo porque “a palavra do rei foi abominável a Joabe”, ele só contou os homens hábeis para a guerra e omitiu os das tribos de Levi e Benjamim.

Deus mostrou Seu desagrado ferindo a Israel. Davi então percebeu o alcance do seu pecado, e pediu que Deus tirasse a iniquidade dele, pois procedera loucamente. Mas já era tarde demais. Entre os três castigos que o SENHOR lhe propôs, Davi optou por cair ele próprio “nas mãos do SENHOR, pois são grandes as Suas misericórdias”. Porém o SENHOR mandou uma peste a Israel, mas a deteve em Jerusalém, onde Davi ofereceu um holocausto e ofertas pacíficas a mandado do SENHOR.

Concluindo, vemos que tudo surgiu porque Deus se desagradou com o povo, e o povo foi castigado quando as causas foram descobertas, que eram a sua autossatisfação e a sua falta de confiança para com Deus, demonstradas naquele ato rebelde de Davi em querer saber o tamanho de seu contingente de soldados preparados para a guerra. Davi, embora não tivesse sofrido fisicamente, ficou angustiado por causa do sofrimento do povo, por um pecado que ele atribuiu a si próprio: “Não sou eu o que disse que se contasse o povo? E eu mesmo sou o que pequei e fiz muito mal; mas estas ovelhas o que fizeram? Ah! SENHOR, meu Deus, seja a tua mão contra mim e contra a casa de meu pai e não para castigo de teu povo”. Era o bom pastor agoniado sentindo-se responsável pelo sofrimento das suas ovelhas.

Nunca confiemos em estatísticas para verificarmos a “nossa” vitória espiritual, os “nossos” recursos materiais e espirituais, o número das “nossas” igrejas, para então nos regozijarmos em “nossos” esforços. Isto depõe contra nossa dependência no Senhor da seara e nos faz confiar em nossas próprias forças. “Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela”, Salmo 127:1. Como é perigoso fazer do ministério um ídolo, e tornar a obra nossa mais importante do que o Senhor da seara.

Quantas vezes deixamos de agradecer a Deus nas reuniões administrativas, ministeriais e espirituais de nossas igrejas locais, regionais ou mundiais,  deixando de mencionar as bênçãos espirituais recebidas de Deus para nos envolver inteiramente em contar os fundos disponíveis, que geralmente estão deficitários, campanhas materiais, arrecadação de novos fundos, novos dizimistas, o fraco número de batismos durante o período e quantos membros a mais que deveriam ter adquiridos.

Muitos só reclamam dos algarismos, outros dizem que acharam que foi uma grande vitória espiritual “de nossa parte”, enquanto que, ao invés disso, outros se gabam de ter contribuído para constituir na pior coisa possível de acontecer com uma organização religiosa evangélica que é deixar de ser uma igreja espiritual para simplesmente se tornar num clube social.

Davi sabia que estaria bem nas mãos de Deus. Confiemos também nEle quando passarmos por provações. “O Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho”. Hebreus 12:6.

Mas também o Senhor é misericordioso, “Ele abençoa o nosso pão e a nossa água todos os dias e tira do meio de nós todas as enfermidades”. Êxodo 23.25.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.