segunda-feira, 9 de outubro de 2023

A JUSTIÇA DE DEUS EM FAVOR DOS HOMENS DE BEM

A JUSTIÇA DE DEUS SEMPRE ATUA EM FAVOR DOS HOMENS DE BEM.

 

A justiça e o juízo de Deus sempre se manifestam em prol dos homens de bem.

O Salmo 94 trata da justiça de Deus em prol dos homens de Deus e realiza até vinganças por afrontas e maus tratos recebidos dos homens maus.

Usado, até pelos que não conhecem o verdadeiro Deus, para “repreender  toda forma de espíritos maus”, o Salmo 94 tem o poder de afastar as energias negativas que nos cercam, podendo elas serem provenientes de más influências, como pessoas invejosas e alguns desafetos. Ele é por muitas vezes confundido com um pedido de vingança por parte do salmista, devido aos termos utilizados. Entretanto, essa pode ser uma interpretação um tanto equivocada da real proposta do Salmo, já que o desejo de vingança não faz parte da conduta incentivada por Deus; o texto trata na realidade mais de um apelo à justiça em defesa dos homens de bem.

Por consequência dessa linguagem dura, ele é colocado entre os Salmos imprecatórios, os quais destoam um pouco da ética do Novo Testamento. O Salmo prega a aplicação da justiça de forma a punir o mal que se espalha pela terra, favorecendo o bem de modo semelhante ao que se encontra no Salmo de número 10, porém mais exposto.

O principal objetivo da oração não é propriamente a punição, mas que Deus afaste as más influências e que os detentores de espíritos ruins estejam longe de seus seguidores; tais espíritos podem pertencer ou não à outras pessoas. Como possui a função e espantar qualquer tipo de mal, a oração é utilizada também pelos que desejam proteção para as produções agrícolas.

O escritor fala no Salmo 94 sobre o Deus de vinganças.

Por bons motivos, damos destaque à espera, ao amor e à graça de Deus. São temas importantes frisados ​​do começo ao fim das Escrituras, com ênfase máxima na mensagem de Jesus no Novo Testamento, dizendo que: “Deus é amor”. (1 João 4:8); “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito para que todo aquele que nEle crê não pereça mas tenha a vida eterna”, (João 3:16); “Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor”, (João 15:9) etc. A mesma mensagem de amor permeia o Antigo Testamento também: “Mas tu, Senhor, és Deus compassivo e cheio de graça, paciente e grande em misericórdia e em verdade”, (Salmo 86 :15); “O SENHOR é misericordioso e compassivo; longânimo e assaz benigno”. (Salmo 103:8). A vitória sacerdotal do Antigo Testamento enfatizou essa misericórdia: “O SENHOR te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o Seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz”. (Números 6:24-26).

Seria uma incoerência gravíssima ignorar a ênfase bíblica da santidade e da justiça de Deus. Deus, sendo perfeitamente justo, não pode abençoar os fiéis sem fazer uma separação das outras pessoas e trazer consequências sobre os injustiças. É esse fato que serve como base do Salmo 94. O autor anônimo se coloca entre as vítimas da opressão dos malfeitores e pede para Deus trazer a justiça, ou seja, a vingança contra esses perversos. Implícito no amor e na proteção que Deus oferece ao seu povo é a vingança e o castigo que ele traz sobre seus adversários.

Observamos a perspectiva do salmista sobre Deus, os malfeitores e os servos fiéis.

Como o salmista via a Deus no Salmo 94.

Além do nome mais comum para Deus no Antigo Testamento, representado na maioria das Bíblias pela palavra “SENHOR”, ele é descrito como “Deus das vinganças”. (verso 1) e “juiz da terra”. (verso 2). O salmista invoca o nome do Senhor para exercer a devida justiça contra os malfeitores, porque ele libera um vínculo especial entre Deus e seu povo. Ele também se refere ao Senhor como “Deus de Jacó”. (verso 7), uma referência à relação especial entre Deus e os israelitas. O vínculo da comunhão entre Deus e seus servos também se manifesta no uso de pronomes possessivos como: “meu Deus”, (verso 22) e “nosso Deus”, (verso 23).

A perspectiva do autor é de um Deus ativo. Deus ouve, olha, repreende e castiga (versos 9 a 11) e, ao mesmo tempo, demonstra sua benignidade (versos 17 a 19). Ele oferece abrigo à fidelidade e extermina os injustos e infiéis, (versos 22 e 23).

Como o salmista via os malfeitores.

Este Salmo hino oferece uma perspectiva revelada das pessoas que se rebelam contra Deus. Entre as características dos homens desobedientes estão estas: soberba e vanglória (versos 2 e 3), o homem que rejeita a orientação do seu Criador demonstra sua arrogância, crueldade (versos 5 e 6), maltratam e até matam os inocentes; teem uma impunidade insensata e imprudente, (versos 7 a 11, 20 e 21), acham-se isentos do julgamento divino, imaginando um Deus surdo, cego e incapaz de punir. Quando desobedecemos a palavra do Senhor, devemos olhar no espelho desse Salmo e considerar nossas atitudes rebeldes contra Deus, porque um dia a cobrança e o acerto de contas com Deus chegará.

Como o salmista via os servos fiéis do seu tempo.

Sob a ótica da perspectiva humana os fiéis estavam em uma grande desvantagem. 

Foram oprimidos por pessoas que não respeitavam seus direitos, (versos 5, 6 e 21). Mas o autor sabe que Deus não abandona as pessoas que procuram servi-lo. Como a herança do Senhor, (versos 5 e 14), pessoas justas de coração reto, (versos 15 e 21), elas encontram em Deus a correção, o ensino, o descanso, a justiça, o auxílio, a benignidade e o abrigo protetor, (versos 12, 13,15,17,18 e 22).

Mesmo nos momentos mais difíceis na história de Israel, pessoas que confiaram em Deus não perderam sua esperança. A justiça de Deus pode demorar, mas vem. Os rebeldes serão punidos, e os justos serão salvos.

O Salmos 94 nos esclarece sobre a quem pertence a vingança.

1. Ó Senhor Deus, a quem a vingança pertence, ó Deus, a quem a vingança pertence, mostra-te resplandecente!

2. Exalta-te, tu, que és juiz da terra; dá o pago aos soberbos.

3. Até quando os ímpios, Senhor, até quando os ímpios saltarão de prazer?

4. Até quando proferirão e dirão coisas duras e se gloriarão todos os que praticam a iniquidade?

5. Reduzem a pedaços o teu povo, Senhor, e afligem a tua herança.

6. Matam a viúva e o estrangeiro e ao órfão tiram a vida.

7. E dizem: O Senhor não o verá; nem para isso atentará o Deus de Jacó.

8. Atendei, ó brutais dentre o povo; e vós, loucos, quando sereis sábios?

9. Aquele que fez o ouvido, não ouvirá? E o que formou o olho, não verá?

10. Aquele que argui as nações, não castigará? E o que dá ao homem o conhecimento, não saberá?

11. O Senhor conhece os pensamentos do homem, que são vaidade.

12. Bem-aventurado é o homem a quem tu repreendes, ó Senhor, e a quem ensinas a tua lei,

13. para lhe dares descanso dos dias maus, até que se abra a cova para o ímpio.

14. Pois o Senhor não rejeitará o seu povo, nem desamparará a sua herança.

15. Mas o juízo voltará a ser justiça, e hão de segui-lo todos os retos de coração.

16. Quem será por mim contra os malfeitores? Quem se porá ao meu lado contra os que praticam a iniquidade?

17. Se o Senhor não fora em meu auxílio, já a minha alma habitaria no lugar do silêncio. 18. Quando eu disse: O meu pé vacila; a tua benignidade, Senhor, me susteve.

19. Multiplicando-se dentro de mim os meus cuidados, as tuas consolações reanimaram a minha alma.

20. Podia, acaso, associar-se contigo o trono de iniquidade, que forja o mal tendo por pretexto uma lei?

21. Acorrem em tropel contra a vida do justo e condenam o sangue inocente.

22. Mas o Senhor foi o meu alto retiro; e o meu Deus, a rocha em que me refugiei.

23. E fará recair sobre eles a sua própria iniquidade; e os destruirá na sua própria malícia; o Senhor, nosso Deus, os destruirá.

Devemos reverberar o Salmo 94 para que todos saibam que Deus é amor, mas também é Deus de justiça.

O Salmo 94 é uma oração pela revelação do justo julgamento de Deus e uma expressão de confiança no triunfo final da justiça. Ele se divide em duas partes principais.

1. O salmista apela a Deus para se manifestar como justo juiz da terra. (Salmo 94:1-2). Por quanto tempo Ele tolerará a arrogância dos tiranos que oprimem Seu povo e desdenhosamente declaram que Ele, o Deus vivo, é ignorante ou indiferente ao sofrimento dos que O servem. (Salmo 94:3-7)?

Dirigindo-se a alguns de seus próprios conterrâneos que estão inclinados a duvidar do governo moral de Deus no mundo, o salmista os repreende por sua tolice e argumenta que Deus deve necessariamente ver e ouvir e, no devido tempo, punir, (Salmo 94:8-11).

2.   A segunda parte do Salmo é ocupada com pensamentos de consolação para os tempos de angústia. Feliz o homem que é ensinado por Deus a perseverar com paciência até que o certo mais uma vez triunfe (Salmo 94:12-15). O Salmo 40 nos diz: “Esperei com paciência no Senhor, e Ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor”.

A quem Israel pode olhar senão a Deus, cujo amor foi provado no passado, (Salmo 94:16-19)?

Ele não pode ser o aliado da injustiça, mas defenderá Seu povo e exterminará seus inimigos. (Salmo 94:20-23).

Quem foram os opressores de quem o salmista se queixa? Pelo contraste no Salmo 94:5,8,10,12 parece que eles eram estrangeiros, que abertamente desprezavam o Deus de Israel como indiferente aos sofrimentos de Seu povo (Salmo 94:7). É verdade que muito da linguagem do Salmo assemelha-se a expressões  usadas em outros lugares para descrever a opressão dos pobres israelitas por seus poderosos compatriotas. Mas é a comunidade como tal (Salmo 94:5) e não uma parte dela, que é oprimida, e um salmista que toma emprestado tão livremente as palavras de seus predecessores poderia também e facilmente usar a linguagem deles, embora as circunstâncias fossem um pouco diferentes. Por mais que este salmista seja dependente em quase todas as linhas da literatura anterior, seu argumento com os que duvidam do governo moral de Deus é estimulado com uma força e originalidade própria, e sua clara afirmação da educação divina das nações é quase sem paralelo no Antigo Testamento.

Há pouco ou nada para fixar a data do Salmo. Alguns pontos de estilo e linguagem parecem conectá-lo com os dois Salmos anteriores. A figura de ‘anadiplose’ ou repetição retórica é comum a todos os três (Salmo 92:9; Salmo 93:13; Salmo 94:1,3,23); a mesma linguagem é aplicada aos que duvidam da Providência de Deus, (Salmo 92:6; Salmo 94:8); os mesmos termos são usados ​​para designar os opressores de Israel, (Salmo 92:7,11; Salmo 94:16);

O Salmo 94:11 pode ser um contraste com o Salmo 92:5. Possivelmente pode pertencer aos anos finais do Exílio e referir-se ao tratamento severo que os israelitas tiveram que sofrer na Babilônia. Nesse caso, o clamor por vingança é um eco da linguagem de Isaías 40.66 e Jeremias 50.51. Mas pode pertencer a algum tempo posterior no período pós-exílio, quando a comunidade em luta era oprimida por governadores estrangeiros.

Na Septuaginta, o Salmo traz o título Um Salmo de Davi, para o quarto dia da semana, e de acordo com a tradição talmúdica, era o Salmo especial para aquele dia nos serviços do Segundo Templo. Sugere-se que a posição aqui, onde certamente intervém estranhamente entre dois salmos jubilosos, surgiu “de uma tentativa (não levada muito longe) de promover a conveniência litúrgica”, embora deva obviamente ser “posterior ao Salmo 93, do qual difere tanto em tom e importância”. O estilo, entretanto, parece apontar para uma conexão mais próxima desses Salmos do que apenas para o uso litúrgico.

Visão geral do livro dos Salmos

O livro dos Salmos foi projetado para ser o livro de orações do povo de Deus enquanto esperavam o Messias e seu reino vindouro.  

Desvendando a realidade do Salmo 94. O que acontece, aconteceu ou acontecerá com o injusto diante dos homens e diante de Deus.

O Salmo 94 não deixa de conter, sob certo aspecto, lições importantes. O texto não nos informa nem sobre a identidade do escritor, nem sobre o contexto histórico em que foi composto. Contudo, ele guarda semelhanças profundas com o Salmo 10, outro salmo anônimo, em que os ímpios fazem o mal abertamente, ignorando o pleno conhecimento de Deus da situação e sua inevitável ação de julgar. Do modo como aqui é exposto, a dupla realidade do ímpio é posta sob aspectos diferentes. Por um lado, ele é descrito em sua ação diante dos outros homens, sobre os quais ele se eleva e age como se ninguém pudesse detê-lo ou julgá-lo. Porém, por outro lado ele é pintado, diante do juiz eterno e Deus soberano, como alguém desfavorecido e fraco, incapaz de evitar sua punição final. Quem escreve o salmo é um homem sofrendo na mão de ímpios, motivo pelo qual o salmo é uma oração por libertação e por punição dos maus. Assim, quatro verdades sobre os ímpios são retratadas no texto.

A primeira verdade é que diante dos homens, os ímpios se vangloriam da maldade, (vv.1-4). O pecado dos ímpios transparece desde o clamor inicial do salmista, (v.1): “Ó Senhor, Deus das vinganças. Manifesta-te, Deus das vinganças”.

Fica claro que essa maldade estava apontada na direção do próprio salmista. Ao se referir a Deus como “Deus das vinganças”, é mais ou menos como chamá-lo de “Deus da justiça”, ou seja, alguém que pune o mal e retribui a perversidade com juízo. (v.2): “Levanta-te, ó juiz da Terra. Traga a merecida punição aos soberbos”.

O que, a princípio, parece um sentimento vingativo e rancoroso do salmista, se explica na descrição da maldade dos ímpios. Em lugar de agirem perversamente de modo oculto e dissimulado, esses homens faziam o mal abertamente. A sua maldade não era motivo de vergonha para eles, mas de engrandecimento, (v.3):  “Até quando os ímpios, ó Senhor? Até quando os ímpios exultarão”?

E ao agirem com violência, eles se vangloriavam do seu mal, demonstrando um sentimento de aprovação total do seu sistema corrompido de vida e completo desprezo pelos outros homens. (v.4): “Eles vomitam palavras arrogantes. Vangloriam-se todos aqueles que praticam a iniquidade”.

A segunda verdade é que diante dos homens os ímpios têm certeza da impunidade, (vv.5-11). O salmista especifica, agora com ênfase, que tipo de maldades praticam os maus até mesmo contra as pessoas mais indefesas (vv.5,6): “Eles oprimem o teu povo, ó Senhor, e afligem a tua herança. Matam a viúva e o estrangeiro e assassinam os órfãos”.

Apesar de, com isso, se tornarem merecedores do juízo de Deus, eles parecem não achar que Deus se manifeste nesse sentido. Talvez nem acreditassem na existência de Deus, pois, em lugar de terem temor, zombavam da ideia da punição divina (v.7): “Mas eles dizem: O Senhor não vê nada disso e o Deus de Jacó não toma conhecimento”.

Essa é a mesma irreverência tola exposta em outro salmo: “Alardeiam de boca; em seus lábios há espadas. Pois dizem eles: Quem há que nos escute”? (Sl 59.7). Desse modo, eles demonstram ter plena certeza da impunidade dos seus atos. É claro que a base dessa falsa esperança não encontram nada de realidade, fazendo com que sejam considerados plenamente tolos aqueles que acham que ficarão impunes. Por isso, o salmista faz questão de afirmar que Deus, como criador poderoso, ouve todas as coisas (v.9), que ele conhece sim e se importa com o que é feito, punindo a maldade, (v.10) e que é tão onisciente que conhece até mesmo os pensamentos e os propósitos mais íntimos do homem, (v.11).

A terceira verdade é que diante de Deus os ímpios são frágeis e desamparados, (vv.12-19). Se os injustos se exaltam diante dos homens, diante de Deus a realidade é outra. Não importa o que eles pensam a respeito de si, mas, sim, o que Deus pensa a respeito deles. Por isso, o salmista muda a figura lembrando muito o Salmo 1 mostrando que o homem que aprende a Palavra de Deus é corrigido a fim de se tornar cada vez mais obediente e santo; tornando-se naquele que realmente é feliz, (v.12): “Feliz é o homem a quem tu advertes, ó Senhor, e ensinas a tua lei.

Tal felicidade transparece na forma de consolo nos tempos de dificuldade, (v.13) e de segurança na manutenção da união com Deus, (v.14). Esse tratamento benéfico não é concedido aos ímpios. Enquanto os servos de Deus são amparados, instruídos e corrigidos, os maus aguardam o dia de serem abatidos de modo a se parecerem com cadáveres que são enterrados, (v.13): “Até que seja aberta uma cova para o ímpio”.

Desse modo, há uma antítese entre o tratamento divino aos seus servos e aos injustos. Se os servos de Deus têm a quem recorrer quando são perseguidos (v.16), têm proteção nos momentos mais perigosos e desanimadores (v.17) e têm em Deus um sustentador (v.18) e um consolador (v.19), os ímpios não têm nada disso, ficando à mercê do desamparo, fracos diante da ira do Senhor Deus dos exércitos.

A quarta e última verdade é que diante de Deus os ímpios serão condenados no futuro, (vv.20-23). Se os ímpios são agora desamparados por Deus, é também certo que eles perceberão que suas ilusões de poder e de impunidade não passam de falsidades que não os protegerão de perecer no dia do juízo. Isso é verdade porque há um abismo entre o Deus Santo e o homem perdido, pelo que o salmista propõe uma pergunta retórica cuja resposta é um sonoro “não” (v.20): “Acaso, se associa contigo o que se assenta no trono da injustiça, aquele que forja a maldade em nome da lei”?

Fazer o mal por meio de decretos oficiais é uma atividade típica de líderes corruptos, de modo que o salmista dá a entender que está sendo perseguido por pessoas de cargos públicos em Israel, talvez príncipes, juízes e, possivelmente até o rei, motivo talvez, de o salmista ter associado seus perseguidores à figura de um trono, o “trono da injustiça”. Esses homens, em lugar de proteger os inocentes, os acusavam e condenavam (v.21). Entretanto, mesmo diante de um quadro tão perturbador, o escritor tem confiança em Deus como justo juíz, libertador e protetor diante do perigo promovido pelos maus, (v.22). A consequência desses fatos é que Deus protegeria seus servos e não seria indiferente à perversidade dos injustos, trazendo sobre eles, no momento certo, a devida e merecida condenação (v.23): “Mas ele os punirá por sua perversidade”, literalmente: “mas fará voltar sobre eles a sua perversidade”, apontando para a paga do mal, a vingança requerida no início do salmo. A ideia se completa com dizeres que apontam para uma destruição completa: “E ele os destruirá por sua maldade. O Senhor, nosso Deus, os destruirá”.

Que lições atuais este salmo contém para aplicarmos no nosso dia a dia.

Por um lado, há o ensino de que, ainda que o mundo hoje ignore os avisos de Deus, haverá punição para o pecador impenitente. Todos comparecerão diante dEle e terão seus pecados avaliados e condenados caso não tenham aceitado a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador. Mesmo aquelas pessoas que imaginam que, ao ignorarem a existência e santidade de Deus como criancinhas que querem se esconder pondo as mãos sobre o rosto, a verdade é que Deus vê a todos e, também, aos seus pecados. Ele não ignorará nada que foi feito. Por outro lado, há um encorajamento sem tamanho para aqueles que já se tornaram, pela fé em Cristo, alvos da graça redentora do Senhor Jesus. Mesmo que sejam injustiçados agora, verão a justiça de Deus agir no futuro. Mesmo que sejam perseguidos, terão paz. Ainda que mintam sobre eles, o Deus da verdade os vindicará. Mesmo que sofram no presente, conhecerão o pleno alívio na vida futura. Apesar das tristezas que os cercam, são felizes por serem instruídos por Deus e o serão ainda mais, vivendo na presença do Senhor Jesus Cristo o Filho do Deus vivo. E ainda, diante dos homens maus que promovem a injustiça, podem prosseguir esperando o sustento divino no presente até chegar o dia em que todos verão que o menor no reino dos céus é maior e mais feliz que os cabeças do mundo terreno.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

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