A JUSTIÇA DE DEUS SEMPRE ATUA EM FAVOR DOS HOMENS DE BEM.
A justiça e o juízo de Deus sempre se
manifestam em prol dos homens de bem.
O Salmo 94 trata da justiça de Deus em prol
dos homens de Deus e realiza até vinganças por afrontas e maus tratos recebidos
dos homens maus.
Usado, até pelos que não conhecem o verdadeiro Deus, para “repreender toda forma de espíritos maus”, o Salmo 94 tem
o poder de afastar as energias negativas que nos cercam, podendo elas serem
provenientes de más influências, como pessoas invejosas e alguns desafetos. Ele
é por muitas vezes confundido com um pedido de vingança por parte do salmista,
devido aos termos utilizados. Entretanto, essa pode ser uma interpretação um
tanto equivocada da real proposta do Salmo, já que o desejo de vingança não faz
parte da conduta incentivada por Deus; o texto trata na realidade mais de um
apelo à justiça em defesa dos homens de bem.
Por consequência dessa linguagem dura, ele é
colocado entre os Salmos imprecatórios, os quais destoam um pouco da ética do
Novo Testamento. O Salmo prega a aplicação da justiça de forma a punir o mal
que se espalha pela terra, favorecendo o bem de modo semelhante ao que se
encontra no Salmo de número 10, porém mais exposto.
O principal objetivo da oração não é
propriamente a punição, mas que Deus afaste as más influências e que os
detentores de espíritos ruins estejam longe de seus seguidores; tais espíritos
podem pertencer ou não à outras pessoas. Como possui a função e espantar
qualquer tipo de mal, a oração é utilizada também pelos que desejam proteção
para as produções agrícolas.
O escritor fala no Salmo 94 sobre o Deus de
vinganças.
Por bons motivos, damos destaque à espera, ao
amor e à graça de Deus. São temas importantes frisados do começo ao fim das Escrituras, com ênfase máxima na mensagem de Jesus
no Novo Testamento, dizendo que: “Deus é amor”. (1 João
4:8); “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito para que todo aquele que nEle crê não pereça mas tenha a vida eterna”, (João
3:16); “Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu
amor”, (João 15:9) etc. A mesma mensagem de amor permeia o Antigo
Testamento também: “Mas tu, Senhor, és Deus compassivo e cheio de graça,
paciente e grande em misericórdia e em verdade”, (Salmo 86 :15); “O
SENHOR é misericordioso e compassivo; longânimo e assaz benigno”. (Salmo
103:8). A vitória sacerdotal do Antigo Testamento enfatizou essa
misericórdia: “O SENHOR te abençoe e te guarde; o Senhor faça
resplandecer o Seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor
sobre ti levante o rosto e te dê a paz”. (Números 6:24-26).
Seria uma incoerência gravíssima ignorar a
ênfase bíblica da santidade e da justiça de Deus. Deus, sendo
perfeitamente justo, não pode abençoar os fiéis sem fazer uma separação das
outras pessoas e trazer consequências sobre os injustiças. É esse fato que
serve como base do Salmo 94. O autor anônimo se coloca entre as vítimas da
opressão dos malfeitores e pede para Deus trazer a justiça, ou seja, a vingança
contra esses perversos. Implícito no amor e na proteção que Deus oferece
ao seu povo é a vingança e o castigo que ele traz sobre seus adversários.
Observamos a perspectiva do salmista sobre
Deus, os malfeitores e os servos fiéis.
Como o salmista via a Deus no Salmo 94.
Além do nome mais comum para Deus no Antigo
Testamento, representado na maioria das Bíblias pela palavra “SENHOR”, ele
é descrito como “Deus das vinganças”. (verso 1) e “juiz da
terra”. (verso 2). O salmista invoca o nome do Senhor para exercer a
devida justiça contra os malfeitores, porque ele libera um vínculo especial
entre Deus e seu povo. Ele também se refere ao Senhor como “Deus de
Jacó”. (verso 7), uma referência à relação especial entre Deus e os
israelitas. O vínculo da comunhão entre Deus e seus servos também se
manifesta no uso de pronomes possessivos como: “meu Deus”, (verso 22)
e “nosso Deus”, (verso 23).
A perspectiva do autor é de um Deus
ativo. Deus ouve, olha, repreende e castiga (versos 9 a 11) e, ao mesmo
tempo, demonstra sua benignidade (versos 17 a 19). Ele oferece abrigo à
fidelidade e extermina os injustos e infiéis, (versos 22 e 23).
Como o salmista via os malfeitores.
Este Salmo hino oferece uma perspectiva
revelada das pessoas que se rebelam contra Deus. Entre as características
dos homens desobedientes estão estas: soberba e vanglória (versos 2 e 3), o
homem que rejeita a orientação do seu Criador demonstra sua arrogância, crueldade
(versos 5 e 6), maltratam e até matam os inocentes; teem uma impunidade
insensata e imprudente, (versos 7 a 11, 20 e 21), acham-se isentos do
julgamento divino, imaginando um Deus surdo, cego e incapaz de
punir. Quando desobedecemos a palavra do Senhor, devemos olhar no espelho
desse Salmo e considerar nossas atitudes rebeldes contra Deus, porque um dia a
cobrança e o acerto de contas com Deus chegará.
Como o salmista via os servos fiéis do seu
tempo.
Sob a ótica da perspectiva humana os fiéis
estavam em uma grande desvantagem.
Foram oprimidos por pessoas que não
respeitavam seus direitos, (versos 5, 6 e 21). Mas o autor sabe que Deus
não abandona as pessoas que procuram servi-lo. Como a herança do Senhor,
(versos 5 e 14), pessoas justas de coração reto, (versos 15 e 21), elas
encontram em Deus a correção, o ensino, o descanso, a justiça, o auxílio, a
benignidade e o abrigo protetor, (versos 12, 13,15,17,18 e 22).
Mesmo nos momentos mais difíceis na história
de Israel, pessoas que confiaram em Deus não perderam sua esperança. A
justiça de Deus pode demorar, mas vem. Os rebeldes serão punidos, e os
justos serão salvos.
O Salmos 94 nos esclarece sobre a quem
pertence a vingança.
1. Ó Senhor Deus, a quem a vingança pertence,
ó Deus, a quem a vingança pertence, mostra-te resplandecente!
2. Exalta-te, tu, que és juiz da terra; dá o
pago aos soberbos.
3. Até quando os ímpios, Senhor, até quando
os ímpios saltarão de prazer?
4. Até quando proferirão e dirão coisas duras
e se gloriarão todos os que praticam a iniquidade?
5. Reduzem a pedaços o teu povo, Senhor, e
afligem a tua herança.
6. Matam a viúva e o estrangeiro e ao órfão
tiram a vida.
7. E dizem: O Senhor não o verá; nem para
isso atentará o Deus de Jacó.
8. Atendei, ó brutais dentre o povo; e vós,
loucos, quando sereis sábios?
9. Aquele que fez o ouvido, não ouvirá? E o
que formou o olho, não verá?
10. Aquele que argui as nações, não
castigará? E o que dá ao homem o conhecimento, não saberá?
11. O Senhor conhece os pensamentos do homem,
que são vaidade.
12. Bem-aventurado é o homem a quem tu
repreendes, ó Senhor, e a quem ensinas a tua lei,
13. para lhe dares descanso dos dias maus,
até que se abra a cova para o ímpio.
14. Pois o Senhor não rejeitará o seu povo,
nem desamparará a sua herança.
15. Mas o juízo voltará a ser justiça, e hão
de segui-lo todos os retos de coração.
16. Quem será por mim contra os malfeitores?
Quem se porá ao meu lado contra os que praticam a iniquidade?
17. Se o Senhor não fora em meu auxílio, já a
minha alma habitaria no lugar do silêncio. 18. Quando eu disse: O meu pé
vacila; a tua benignidade, Senhor, me susteve.
19. Multiplicando-se dentro de mim os meus
cuidados, as tuas consolações reanimaram a minha alma.
20. Podia, acaso, associar-se contigo o trono
de iniquidade, que forja o mal tendo por pretexto uma lei?
21. Acorrem em tropel contra a vida do justo
e condenam o sangue inocente.
22. Mas o Senhor foi o meu alto retiro; e o
meu Deus, a rocha em que me refugiei.
23. E fará recair sobre eles a sua própria
iniquidade; e os destruirá na sua própria malícia; o Senhor, nosso Deus, os
destruirá.
Devemos reverberar o Salmo 94 para que todos
saibam que Deus é amor, mas também é Deus de justiça.
O Salmo 94 é uma oração pela revelação
do justo julgamento de Deus e uma expressão de confiança no triunfo final da
justiça. Ele se divide em duas partes principais.
1. O salmista apela a Deus para se manifestar
como justo juiz da terra. (Salmo 94:1-2). Por quanto tempo Ele tolerará a arrogância
dos tiranos que oprimem Seu povo e desdenhosamente declaram que Ele, o Deus
vivo, é ignorante ou indiferente ao sofrimento dos que O servem. (Salmo
94:3-7)?
Dirigindo-se a alguns de seus próprios
conterrâneos que estão inclinados a duvidar do governo moral de Deus no mundo, o
salmista os repreende por sua tolice e argumenta que Deus deve necessariamente
ver e ouvir e, no devido tempo, punir, (Salmo 94:8-11).
2. A
segunda parte do Salmo é ocupada com pensamentos de consolação para os tempos
de angústia. Feliz o homem que é ensinado por Deus a perseverar com paciência
até que o certo mais uma vez triunfe (Salmo 94:12-15). O Salmo 40 nos diz:
“Esperei com paciência no Senhor, e Ele se inclinou para mim e ouviu o meu
clamor”.
A quem Israel pode olhar senão a Deus, cujo
amor foi provado no passado, (Salmo 94:16-19)?
Ele não pode ser o aliado da injustiça, mas
defenderá Seu povo e exterminará seus inimigos. (Salmo 94:20-23).
Quem foram os opressores de quem o salmista
se queixa? Pelo contraste no Salmo 94:5,8,10,12 parece que eles eram
estrangeiros, que abertamente desprezavam o Deus de Israel como indiferente aos
sofrimentos de Seu povo (Salmo 94:7). É verdade que muito da linguagem do Salmo
assemelha-se a expressões usadas em
outros lugares para descrever a opressão dos pobres israelitas por seus
poderosos compatriotas. Mas é a comunidade como tal (Salmo 94:5) e não uma
parte dela, que é oprimida, e um salmista que toma emprestado tão livremente as
palavras de seus predecessores poderia também e facilmente usar a linguagem
deles, embora as circunstâncias fossem um pouco diferentes. Por mais que este
salmista seja dependente em quase todas as linhas da literatura anterior, seu
argumento com os que duvidam do governo moral de Deus é estimulado com uma
força e originalidade própria, e sua clara afirmação da educação divina das
nações é quase sem paralelo no Antigo Testamento.
Há pouco ou nada para fixar a data do Salmo.
Alguns pontos de estilo e linguagem parecem conectá-lo com os dois Salmos
anteriores. A figura de ‘anadiplose’ ou repetição retórica é comum a todos os
três (Salmo 92:9; Salmo 93:13; Salmo 94:1,3,23); a mesma linguagem é
aplicada aos que duvidam da Providência de Deus, (Salmo 92:6; Salmo 94:8);
os mesmos termos são usados para designar os opressores de Israel, (Salmo
92:7,11; Salmo 94:16);
O Salmo 94:11 pode ser um contraste
com o Salmo 92:5. Possivelmente pode pertencer aos anos finais do Exílio e
referir-se ao tratamento severo que os israelitas tiveram que sofrer na
Babilônia. Nesse caso, o clamor por vingança é um eco da linguagem de Isaías 40.66
e Jeremias 50.51. Mas pode pertencer a algum tempo posterior no período pós-exílio,
quando a comunidade em luta era oprimida por governadores estrangeiros.
Na Septuaginta, o Salmo traz o título Um
Salmo de Davi, para o quarto dia da semana, e de acordo com a tradição
talmúdica, era o Salmo especial para aquele dia nos serviços do Segundo Templo.
Sugere-se que a posição aqui, onde certamente intervém estranhamente entre dois
salmos jubilosos, surgiu “de uma tentativa (não levada muito longe) de promover
a conveniência litúrgica”, embora deva obviamente ser “posterior ao Salmo 93,
do qual difere tanto em tom e importância”. O estilo, entretanto, parece
apontar para uma conexão mais próxima desses Salmos do que apenas para o uso
litúrgico.
Visão geral do livro dos Salmos
O livro dos Salmos foi projetado
para ser o livro de orações do povo de Deus enquanto esperavam o Messias e seu
reino vindouro.
Desvendando a realidade do Salmo 94. O que
acontece, aconteceu ou acontecerá com o injusto diante dos homens e diante de
Deus.
O Salmo 94 não deixa de conter, sob
certo aspecto, lições importantes. O texto não nos informa nem sobre a
identidade do escritor, nem sobre o contexto histórico em que foi composto.
Contudo, ele guarda semelhanças profundas com o Salmo 10, outro salmo
anônimo, em que os ímpios fazem o mal abertamente, ignorando o pleno
conhecimento de Deus da situação e sua inevitável ação de julgar. Do modo como
aqui é exposto, a dupla realidade do ímpio é posta sob aspectos diferentes. Por
um lado, ele é descrito em sua ação diante dos outros homens, sobre os quais ele
se eleva e age como se ninguém pudesse detê-lo ou julgá-lo. Porém, por outro
lado ele é pintado, diante do juiz eterno e Deus soberano, como alguém
desfavorecido e fraco, incapaz de evitar sua punição final. Quem escreve o
salmo é um homem sofrendo na mão de ímpios, motivo pelo qual o salmo é uma
oração por libertação e por punição dos maus. Assim, quatro
verdades sobre os ímpios são retratadas no texto.
A primeira verdade é que diante dos
homens, os ímpios se vangloriam da maldade, (vv.1-4). O pecado dos
ímpios transparece desde o clamor inicial do salmista, (v.1): “Ó Senhor, Deus
das vinganças. Manifesta-te, Deus das vinganças”.
Fica claro que essa maldade estava apontada
na direção do próprio salmista. Ao se referir a Deus como “Deus das vinganças”,
é mais ou menos como chamá-lo de “Deus da justiça”, ou seja, alguém que pune o
mal e retribui a perversidade com juízo. (v.2): “Levanta-te, ó juiz da Terra.
Traga a merecida punição aos soberbos”.
O que, a princípio, parece um sentimento
vingativo e rancoroso do salmista, se explica na descrição da maldade dos
ímpios. Em lugar de agirem perversamente de modo oculto e dissimulado, esses
homens faziam o mal abertamente. A sua maldade não era motivo de vergonha para
eles, mas de engrandecimento, (v.3): “Até quando os ímpios, ó Senhor? Até quando os
ímpios exultarão”?
E ao agirem com violência, eles se
vangloriavam do seu mal, demonstrando um sentimento de aprovação total do seu
sistema corrompido de vida e completo desprezo pelos outros homens. (v.4):
“Eles vomitam palavras arrogantes. Vangloriam-se todos aqueles que praticam a iniquidade”.
A segunda verdade é que diante dos
homens os ímpios têm certeza da impunidade, (vv.5-11). O salmista
especifica, agora com ênfase, que tipo de maldades praticam os maus até mesmo
contra as pessoas mais indefesas (vv.5,6): “Eles oprimem o teu povo, ó Senhor,
e afligem a tua herança. Matam a viúva e o estrangeiro e assassinam os órfãos”.
Apesar de, com isso, se tornarem merecedores
do juízo de Deus, eles parecem não achar que Deus se manifeste nesse sentido.
Talvez nem acreditassem na existência de Deus, pois, em lugar de terem temor,
zombavam da ideia da punição divina (v.7): “Mas eles dizem: O Senhor não vê
nada disso e o Deus de Jacó não toma conhecimento”.
Essa é a mesma irreverência tola exposta em
outro salmo: “Alardeiam de boca; em seus lábios há espadas. Pois
dizem eles: Quem há que nos escute”? (Sl 59.7). Desse modo, eles
demonstram ter plena certeza da impunidade dos seus atos. É claro que a base
dessa falsa esperança não encontram nada de realidade, fazendo com que sejam
considerados plenamente tolos aqueles que acham que ficarão impunes. Por isso,
o salmista faz questão de afirmar que Deus, como criador poderoso, ouve todas
as coisas (v.9), que ele conhece sim e se importa com o que é feito, punindo a
maldade, (v.10) e que é tão onisciente que conhece até mesmo os pensamentos e
os propósitos mais íntimos do homem, (v.11).
A terceira verdade é que diante de Deus
os ímpios são frágeis e desamparados, (vv.12-19). Se os injustos se
exaltam diante dos homens, diante de Deus a realidade é outra. Não importa o
que eles pensam a respeito de si, mas, sim, o que Deus pensa a respeito deles.
Por isso, o salmista muda a figura lembrando muito o Salmo 1 mostrando que
o homem que aprende a Palavra de Deus é corrigido a fim de se tornar cada
vez mais obediente e santo; tornando-se naquele que realmente é feliz, (v.12):
“Feliz é o homem a quem tu advertes, ó Senhor, e ensinas a tua lei.
Tal felicidade transparece na forma de
consolo nos tempos de dificuldade, (v.13) e de segurança na manutenção da união
com Deus, (v.14). Esse tratamento benéfico não é concedido aos ímpios. Enquanto
os servos de Deus são amparados, instruídos e corrigidos, os maus aguardam o
dia de serem abatidos de modo a se parecerem com cadáveres que são enterrados,
(v.13): “Até que seja aberta uma cova para o ímpio”.
Desse modo, há uma antítese entre o
tratamento divino aos seus servos e aos injustos. Se os servos de Deus têm a
quem recorrer quando são perseguidos (v.16), têm proteção nos momentos mais
perigosos e desanimadores (v.17) e têm em Deus um sustentador (v.18) e um
consolador (v.19), os ímpios não têm nada disso, ficando à mercê do desamparo,
fracos diante da ira do Senhor Deus dos exércitos.
A quarta e última verdade é que diante
de Deus os ímpios serão condenados no futuro, (vv.20-23). Se os ímpios são
agora desamparados por Deus, é também certo que eles perceberão que suas
ilusões de poder e de impunidade não passam de falsidades que não os protegerão
de perecer no dia do juízo. Isso é verdade porque há um abismo entre o Deus Santo
e o homem perdido, pelo que o salmista propõe uma pergunta retórica cuja
resposta é um sonoro “não” (v.20): “Acaso, se associa contigo o que se assenta
no trono da injustiça, aquele que forja a maldade em nome da lei”?
Fazer o mal por meio de decretos oficiais é
uma atividade típica de líderes corruptos, de modo que o salmista dá a entender
que está sendo perseguido por pessoas de cargos públicos em Israel, talvez
príncipes, juízes e, possivelmente até o rei, motivo talvez, de o salmista ter
associado seus perseguidores à figura de um trono, o “trono da injustiça”. Esses
homens, em lugar de proteger os inocentes, os acusavam e condenavam (v.21). Entretanto,
mesmo diante de um quadro tão perturbador, o escritor tem confiança em Deus
como justo juíz, libertador e protetor diante do perigo promovido pelos maus,
(v.22). A consequência desses fatos é que Deus protegeria seus servos e não
seria indiferente à perversidade dos injustos, trazendo sobre eles, no momento
certo, a devida e merecida condenação (v.23): “Mas ele os punirá por sua
perversidade”, literalmente: “mas fará voltar sobre eles a sua perversidade”,
apontando para a paga do mal, a vingança requerida no início do salmo. A ideia
se completa com dizeres que apontam para uma destruição completa: “E ele os
destruirá por sua maldade. O Senhor, nosso Deus, os destruirá”.
Que lições atuais este salmo contém para aplicarmos
no nosso dia a dia.
Por um lado, há o ensino de que, ainda que o
mundo hoje ignore os avisos de Deus, haverá punição para o pecador impenitente.
Todos comparecerão diante dEle e terão seus pecados avaliados e condenados caso
não tenham aceitado a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador. Mesmo aquelas
pessoas que imaginam que, ao ignorarem a existência e santidade de Deus como
criancinhas que querem se esconder pondo as mãos sobre o rosto, a verdade é que
Deus vê a todos e, também, aos seus pecados. Ele não ignorará nada que foi
feito. Por outro lado, há um encorajamento sem tamanho para aqueles que já se
tornaram, pela fé em Cristo, alvos da graça redentora do Senhor Jesus. Mesmo
que sejam injustiçados agora, verão a justiça de Deus agir no futuro. Mesmo que
sejam perseguidos, terão paz. Ainda que mintam sobre eles, o Deus da verdade os
vindicará. Mesmo que sofram no presente, conhecerão o pleno alívio na vida
futura. Apesar das tristezas que os cercam, são felizes por serem instruídos
por Deus e o serão ainda mais, vivendo na presença do Senhor Jesus Cristo o
Filho do Deus vivo. E ainda, diante dos homens maus que promovem a injustiça,
podem prosseguir esperando o sustento divino no presente até chegar o dia em
que todos verão que o menor no reino dos céus é maior e mais feliz que os
cabeças do mundo terreno.
Deus abençoe você e sua família.
Pr. Waldir Pedro de Souza.
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.
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