segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

TEORIAS SOBRE OS FILHOS DE DEUS E AS FILHAS DOS HOMENS

TEORIAS SOBRE OS FILHOS DE DEUS E AS FILHAS DOS HOMENS

 

Vamos analisar algumas teorias sobre o que significa os termos “filhos de Deus” e “filhas dos homens” em Gênesis capítulo 6.

 

Quem eram os filhos de Deus em Gn 6?

 

Estas teorias não são a solução e nem a  verdade sobre o assunto.

 

Os filhos de Deus, em Gênesis 6, eram anjos que se casaram com mulheres?

 

“… pois na ressurreição nem se casam nem se dão em casamento; mas serão como os anjos no céu”. (Mt 22.30).



Quem são os filhos de Deus e as filhas dos homens? ‘Filhos de Deus’ seriam, naturalmente, aqueles em quem se via refletida a santidade de Deus em suas vidas, ao passo que ‘filhas dos homens’ seriam aquelas consideradas corruptas, impuras e que vendiam seus corpos para orgias sexuais das mais diversas. Naquela época havia duas raças (gerações) distintas: os descendentes de Sete (Gn 5.4), e os descendentes de Caim (Gn 4.17). Com lógica, baseado no que foi dito pelo Senhor Jesus em Mt 22.30, os filhos de Deus seriam os descendentes de Sete, e as filhas dos homens, seriam descendentes de Caim, lembrando que Caim e sua descendência foram amaldiçoados por Deus.

 

Afinal de contas, o propósito mais amplo da narrativa é traçar os desenvolvimentos da piedosa linhagem de Sete e dos ímpios descendentes da humanidade através da linhagem de Caim. Portanto, os filhos de Deus são homens justos na imitação do caráter do seu Pai Celestial, e as filhas dos homens são as mulheres ímpias que eles desposaram.

Além do que, nossa interpretação evita problemas sérios. Pois, se os anjos se casassem com seres humanos, os filhos deles seriam meio humanos, meio anjos. Mas os anjos não podem ser redimidos. Hb 2.14; 2 Pe. 2.4, Jd 6.

 

E ainda:

a) nossa interpretação se coaduna com o texto imediato;

b) evita todo o problema decorrente da interpretação de que eram anjos;

c) está de acordo com o fato de que os seres humanos também são mencionados no A.T. como filhos de Deus. (cf. Is 43.6; Dt 14.1);

d) condiz com a interpretação do próprio Senhor Jesus que entendia que tais seres eram assexuados; ou seja, não poderiam casar e muito menos procriar.

e) a expressão “tomaram para si mulheres” é usada no V.T. somente com referência ao casamento legítimo; nunca às relações sexuais ilícitas.

 

Existem várias outras teorias relativas à identidade dos Filhos de Deus contrastando com as "filhas dos homens” identificadas no livro de Gênesis.

 

Gênesis 6.1-3.

 

1. E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas,
2. viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram.
3. Então, disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos.

 

Quando os homens começaram a aumentar em número na terra e filhas nasceram para eles, os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram bonitas, e eles casaram alguns deles com aquelas que escolheram.

 

Teorias não são verdades absolutas e nem meias verdades, são apenas teorias. Quando se fala em teorias na bíblia ainda é mais sério o assunto, isso porque não são confiáveis a sua origem e muito menos a sua interpretação.

 

Então vamos às teorias sobre o assunto em epígrafe.

 

1.   Uma teoria é que os filhos de Deus são os descendentes de Sete, a descendência abençoada de Adão.

As filhas de homens, em seguida, são vistas como os descendentes de Caim. Esta é a opinião dada por um escritor que trata do Conflito de Adão e Eva com Satanás desde o Jardim do Édem. Gn.3.15.

 

2.   Uma segunda teoria é que os filhos de Deus são anjos, que vieram à terra e tiveram filhos com as filhas dos homens. Esta opinião é corroborada pela epístola de Judas, segundo os especuladores.

E os anjos que não mantiveram as suas posições de autoridade mas abandonaram a sua própria casa. Ele tem esses mantidos no escuro, vinculados com eternas cadeias de julgamento sobre o grande dia. (Judas 1:6). Este ponto de vista é também baseado no Livro apócrifo de Enoque.

 

3.   Uma terceira teoria gira em torno do fato de que " Elohim " literalmente significa "poder" e é, por vezes, utilizado na Bíblia para se referir a governantes humanos.

 

4.   Uma quarta teoria diz respeito a "filhos de Deus" para os 70 filhos de El e Atirate na tradição Cananéia do Ugarite, a partir de cujo casamento com as titânides (as filhas dos homens), as 70 nações da terra nasceram.

 

Cada cidade ou pessoas tiveram, portanto, a sua própria divindade, com quem tinha um pacto especial (isto é Baal Berite = o senhor do pacto). Este casamento da divindade com as cidades que parece ter paralelos bíblicos também com as histórias da ligação entre Melcarte e Tiro, Javé e Jerusalém; 

Chemoche e Moabe, Tanit e Baal com Cartago, e pode ter sido celebrada anualmente após o ano novo com um “hieros gamos” ou “Sagrado Casamento”, em que um Qadeshtu (Santíssimo?) assumiu o papel de consorte do deus deles, representando aquela cidade.

 

Vimos acima que as teorias são muitas e às vezes exageradas.

Muito se discute na área teológica sobre quem eram os filhos de Deus e as filhas dos homens de Gênesis 6. Os estudiosos da Bíblia realmente não conseguem entrar num acordo sobre este tema.

 

Existem outras várias opiniões sobre o assunto, porém três interpretações aparecem como principais. 


Vejamos quais são essas teorias sobre “os filhos de Deus”.

Primeira: Que os filhos de Deus eram anjos caídos.

 

Segunda: Que os filhos de Deus eram descendentes de Sete que se casaram com descendentes de Caim.

 

Terceira: Que os filhos de Deus eram homens poderosos (governantes e nobres).

 

Abaixo veremos os detalhes de cada uma das três interpretações disponíveis.

 

Sobre a afirmação de que os filhos de Deus de Gênesis 6 eram anjos caídos?

A ideia de que os filhos de Deus de Gênesis 6 eram anjos caídos e que tiveram relações sexuais com mulheres é a interpretação mais antiga e conhecida sobre o assunto.

A principal defesa para essa interpretação é o fato de que no Antigo Testamento a expressão “filhos de Deus” pode se referir a anjos. (Jó 1:6; 2:1; 38:7).

 

Outro ponto que reforça essa teoria é que antigos estudiosos hebreus, como Flávio Josefo, também apresentam essa mesma interpretação, (o que é lamentável ele defender uma teoria que não condiz com a realidade do contexto bíblico). O livro apócrifo pseudoepígrafo de Enoque igualmente defende tal interpretação.

No Novo Testamento, os textos mais utilizados para tentar defender essa opinião estão em 2 Pedro 2:4 e Judas 1:6.

 

De acordo com esta perspectiva teórica, o resultado da união entre as mulheres (filhas dos homens) e os seres angelicais (filhos de Deus) resultou no nascimento de gigantes (no sentido literal). Esses gigantes teriam sido homens notórios e valentes de guerra da antiguidade.

 

Outro texto muito utilizado nessa defesa é Gênesis 19:5. Nele lemos sobre como os homens homossexuais de Sodoma e Gomorra queriam ter relações com os anjos que vieram destruir a cidade.

 

Com base nesta interpretação, estudiosos apresentam o tamanho da desobediência em relação aos mandamentos de Deus.

Eles apontam para a possibilidade de ter existido uma raça mista, ou seja, que não era cem por cento humana, porém meio Anjo e meio humana. Isto teria levado ao Dilúvio mundial como forma de dizimar toda a humanidade, com exceção de Noé e sua família.

 

Refutação bíblica dessas aberrações teóricas.

Para refutar esta interpretação, o texto mais utilizado é Mateus 22:30, onde Jesus diz que “os anjos de Deus não se casam e nem são dados em casamento”.

 

Essa crítica é rebatida pelos simpatizantes desta teoria de que os filhos de Deus de Gênesis 6 são anjos caídos, com o seguinte argumento. Eles dizem que Jesus se referiu aos anjos do céu e não aos anjos rebeldes. Eles também alegam que o texto diz que os anjos não se casam, mas não diz nada sobre a impossibilidade de, em forma corpórea de homem, eles anjos poderem manter relações com mulheres.

Outra critica contra esta interpretação é a questão de que os textos do Novo Testamento de Pedro e Judas utilizados como defesa desta teoria, em momento algum tratam de casamentos angelicais. Além disso, esses textos em nenhum momento se propõem a explicar o evento antediluviano.

Também vale ressaltar que Gênesis 6 diz claramente que a atitude partiu dos “filhos de Deus” e não das “filhas dos homens”. Se essa mistura resultou no Dilúvio, deveria existir então alguma referência mais explicita no próprio livro de Gênesis sobre a punição a esses anjos que iniciaram tal perversidade.

 

Sobre a afirmação de que os filhos de Deus eram os descendentes de Sete?

Segundo esta interpretação, a descendência justa de Sete se misturou com a descendência ímpia de Caim. Em outras palavras, os homens da linhagem de Sete se casaram com as mulheres pagãs da linhagem de Caim.

Nesta interpretação os nephilins (gigantes) resultaram dessa mistura religiosa. Esses homens não eram literalmente gigantes, mas homens ímpios e tiranos que alcançaram fama na antiguidade.

Um dos argumentos para sustentar esta interpretação é o contexto dos capítulos anteriores de Gênesis. Em Gênesis 4 é apresentada a geração perversa de Caim. Já em Gênesis 5 é descrita a descendência justa de Sete. Como sequencia, o capítulo 6 parece mostrar a mistura dessas duas linhagens, culminando numa civilização corrompida.

O problema com esta interpretação é que em nenhum outro lugar no Antigo Testamento os descendentes de Sete são chamados de “filhos de Deus”. Além do mais, a Bíblia não diz que todos os descendentes de Sete eram justos. Na verdade ela indica apenas alguns deles que de fato foram, como Enoque e Noé.

Outro ponto ainda mais discutível é a exigência de uma quebra de padrão de escrita no próprio capítulo 6. No versículo 1 a palavra “homens” parece se referir a humanidade de modo geral. Já no versículo 2, essa mesma palavra teria que se referir à descendência de Caim especificamente.

Por último, também é difícil de explicar por que apenas as mulheres descendentes de Caim é que se casaram com os descendentes de Sete.

Provavelmente homens descendentes de Caim também se casaram com as mulheres descendentes de Sete.

Uma variação desta interpretação defende que os filhos de Deus e as filhas dos homens de Gênesis 6 não necessariamente sejam os descendentes de Sete ou Caim, mas que pessoas piedosas, tementes a Deus, que uniram-se com pessoas pagãs, pessoas ímpias. Então rapidamente todas essas pessoas estavam unidas praticando a maldade de uma forma abominável.

 

Sobre a afirmação de que os filhos de Deus eram homens poderosos?

Esta interpretação defende que a expressão “filhos de Deus” era usada como um título atribuído aos reis, governantes, nobres e homens poderosos da antiguidade no Antigo Oriente Próximo. Esses homens não seguiam os mandamentos de Deus. Ao invés disto, eles praticavam um governo injusto. Eles faziam o que bem entendiam na busca por poder e riquezas.

A união entre esses homens (chamados de filhos de Deus) e as “filhas dos homens” não seria no sentido de realeza e plebe, ou num tipo de união mista religiosamente (homens justos e mulheres pagãs). Essa união seria no sentido de todo tipo de imoralidade que reinava com todo tipo de libertinagem e orgias sexuais inimagináveis, tais como ... (vou omitir essas informações porque são extremamente degradantes).

Eles começaram a praticar a poligamia e promoviam grandes orgias que banalizavam o sentido original e singular da relação entre um homem e uma mulher inicialmente criado por Deus. Tudo isso serviu para disseminar uma depravação moral sem precedentes por toda a humanidade. Nesta interpretação, as “filhas dos homens” não seriam apenas as descendentes de Caim, mas as mulheres em geral.

De acordo com esta posição, nephilins está associado ao termo “gibborim” da raiz “gibbor”. Esse termo significa “homem de força”, “homem de poder” ou “homem de valor e riqueza”. Isto significa que não se tratavam de gigantes em estatura, mas homens poderosos que exerciam governo na antiguidade.

Outro argumento utilizado por quem defende esta posição é o de que a palavra hebraica Elohim não é empregada apenas para se referir a Deus no Antigo Testamento. Essa mesma palavra também é usada para se referir a juízes, magistrados ou homens em posição de destaque (Êxodo 21:6; Salmos 82:1, 82:6).

 

A crítica em relação a essa interpretação é que os nobres, reis e algumas autoridades, às vezes são chamados de “deuses”, e nunca de “filhos de Deus”. 

No entanto, crítica é rebatida com base em alguns antigos targumim aramaicos, que traduzem “filhos de Deus” como “filhos de nobres”.

Outra critica é o fato de nephilins nessa interpretação não se referir a homens de grande estatura, já que em Números 13:33 o mesmo termo é utilizado para se referir às pessoas de grande estatura literalmente.

Existe também uma variação desta interpretação com relação aos gigantes, onde argumenta-se que o texto bíblico não diz que os nephilins nasceram da união entre os “filhos de Deus” e “filhas dos homens”. O escritor de Gênesis simplesmente informa que naquela época existiam gigantes na terra, apenas isso.

 

Gênesis 6 não diz diretamente quem são os filhos de Deus e nem quem são as filhas dos homens.

De fato o livro de Gênesis não se preocupa em esclarecer totalmente o assunto e revelar com exatidão quem eram os filhos de Deus e as filhas dos homens. Na verdade este nem mesmo é o foco principal do capítulo 6 de Gênesis. A mensagem principal do capítulo trata do estado deplorável que a humanidade se encontrava. O texto descreve como o homem estava explorando toda a potencialidade do pecado. A lei moral de Deus estava sendo completamente transgredida. Tudo isto resultou no juízo divino através do Dilúvio.

 

Mas em Gênesis 6 também podemos notar que o plano de Deus é eterno. Seus propósitos não mudam jamais! Aconteça o que acontecer, sua promessa sempre será mantida. Isto fica claro quando lemos Gênesis 6 à luz de seu contexto mais amplo.

 

Gênesis 3:15 registra pela primeira vez na Bíblia uma menção ao plano de salvação. Logo após a Queda do Homem, Deus revelou sua graça ao informar que da semente da mulher Satanás seria esmagado. Em Gênesis 6 vemos a descendência da mulher totalmente corrompida e deprava. Aos olhos humanos parecia que a profecia falharia, pois a humanidade deveria ser destruída. Contudo, ainda havia um justo. Noé achou graça aos olhos de Deus! Isto não aconteceu com base nos méritos pessoais de Noé, mas pela graça soberana de Deus. Em Noé Deus estava preservando o seu plano imutável.

 

Então quem seriam os filhos de Deus e as filhas dos homens em Gênesis 6?

É bem difícil afirmar qual a linha de interpretação é mais correta. Na verdade pode-se dizer que é impossível eleger qualquer uma das interpretações como a posição oficial das Escrituras. Ao longo do tempo, importantes estudiosos têm se pronunciado de forma diferente sobre este tema. As opiniões ficam divididas porque existem fraquezas em todas as interpretações.

 

Particularmente acredito que a pior de todas as interpretações (teorias) é aquela que diz que os filhos de Deus e as filhas dos homens são anjos se relacionando com mulheres (seres humanos). De fato não há qualquer embasamento bíblico para tal interpretação.

 

É verdade que Pedro e Judas falam sobre anjos rebeldes em suas epístolas. Mas em nenhum momento eles afirmam que tal rebeldia se refira ao relacionamento entre anjos e humanos. Também é verdade que os anjos, segundo a permissão de Deus, podem assumir forma humana de acordo com o evento em Sodoma. No entanto, isto nunca como precedente para relações sexuais entre anjos e mulheres. Também prefiro não acrescentar dupla interpretação às declarações de Jesus em Mateus 22:30 e Marcos 12:25.

Agora nos restam duas possibilidades. Os filhos de Deus e as filhas dos homens fazem referência aos descendentes de Sete e Caim?

Ou será que fazem referência ao relacionamento entre homens poderosos e mulheres em geral?

O Novo Testamento até identifica os seguidores de Cristo como sendo “filhos de Deus” (Mateus 5:9; Romanos 8:14; Gálatas 3:26). Mas isto serviria para estabelecermos que a expressão “filhos de Deus” em Gênesis 6 também se refere aos representantes do verdadeiro culto ao Senhor? É difícil saber, pois o Novo Testamento usa essa expressão para indicar a adoção filial dos escolhidos de Deus em Cristo Jesus (Efésios 1:5); enquanto que em Gênesis 6 essa mesma expressão deveria misturar o conceito de pessoas tementes a Deus a uma genealogia específica, a genealogia de Sete.

 

Talvez a melhor possibilidade seria tentar combinar as duas interpretações restantes.

Existe a possibilidade de que os “filhos de Deus” de Gênesis 6 tenham sido homens poderosos que acabaram promovendo um ambiente de terrível imoralidade por causa do poder e influência que desfrutavam. Essa depravação teria culminado, inclusive, numa mistura entre justos e ímpios pagãos que corrompeu a todos. Mas tudo não passa de uma especulação.

 

Esclarecendo quem são os filhos de Deus de Gênesis 6 e quem são os gigantes.

Quanto à questão dos gigantes, o texto de Números 13:33 é bastante curioso nesse sentido. O texto mostra que ser fruto de um relacionamento entre anjos e mulher não é um pré-requisito para ser considerado alguém de grande estatura no sentido literal nas referências bíblicas. Se fosse esse o caso, teríamos que admitir que o mesmo problema de Gênesis 6 havia se repetido na época registrada no livro de Números.

Além disso, há também o conhecido personagem de grande estatura chamado Golias. Obviamente o gigante Golias não era filho de um anjo com uma mulher. Também não é possível dizer que os gigantes de Números ou mesmo Golias fossem descendentes desses homens pré-diluvianos.

 

A Bíblia é clara ao afirmar que apenas Noé e sua família sobreviveram ao Dilúvio.

Também é importante dizer que mesmo os homens de grande estatura que a Bíblia se refere, não possuíam um gigantismo fantasioso. Golias, por exemplo, teria tido uma altura aproximada de 3 metros. Isto não é nada tão absurdo quanto o imaginário popular fantasia. Inclusive, já foi documentado a existência de um homem que alcançou cerca de 2,70 metros de altura em tempos modernos, algo bem próximo a estatura de Golias.

Então os gigantes que aparecem em Gênesis 6 provavelmente eram homens poderosos e de grande fama da antiguidade. Eram valentes que conseguiram tal reputação principalmente por serem impiedosos e maus.


Conclusão

Este capítulo faz um relato das condições que levaram ao dilúvio. Aqueles dias se assemelham com a época em que nós vivemos hoje.

 

O povo de Deus é a força que preserva os valores em uma sociedade. Gn. 6.1-2; Mateus 5:13.

Quando os que professam ser santos começam a perder e a comprometer seu testemunho, os tempos se tornam desesperadores. Isto é o que ocorreu antes do dilúvio. Em Gênesis 4, percebemos que os descendentes de Caim, que embora se excederam em algumas áreas da cultura, desviaram-se mais e mais de Deus, e daquilo que era correto. Em Gênesis 3:25 a 4:32, nós temos a lista dos descendentes de Sete. A maioria deles era temente a Deus. Em Gênesis 3:26 pudemos notar que nos dias de Enos eles se separaram para a adoração pública. Eles foram o sal da terra.

Em Gênesis 6:1-2, temos um triste relato da decadência espiritual deles. Isto teve início quando eles começaram a se casar somente com base na atração física. Em todas as épocas, Deus tem pedido ao seu povo que somente se casem com aqueles que da mesma maneira servem ao Deus verdadeiro. Isto é para o conforto e crescimento espiritual deles, como também para benefício de suas crianças. Deuteronômio 7:2-4; Êxodo 34:14-16; 1Coríntios 7:39; 2Coríntios 6:14.

 

 

O estado do homem antes do dilúvio, Gn. 6.3-5.

 

1. Antes do dilúvio o homem resistiu ao trabalha e ao esforço de Deus em preservar-lhes a vida. Isto envolveu a recusa deles em ouvir os pregadores da verdade (Enoque, Noé) e a luta de Deus em suas próprias consciências. Ainda hoje, as restrições ao pecado são gradualmente eliminadas. Jesus bate na porta do coração, mas como Ele é educado, só entrará na vida do ser humano se o homem, mulher, abrir a porta pra Jesus entrar e fazer nele morada.

2. O homem se recusou a tirar proveito da maravilhosa misericórdia de Deus. Deus deu ao homem um espaço de tempo de 120 anos para se arrepender. Tempo que Noé gastou para construir a Arca, mesmo sob forte perseguição e críticas de todos os lados.

3. No versículo 4, vemos que os homens brutos e maus eram os líderes e heróis daquele tempo, assim como em nosso tempo. Os filhos destes casamentos, ajuntamentos, mistos se tornaram famosos na sociedade, mas não diante de Deus.

4. O versículo 5 revela que a mente dos homens se tornou um esgoto do pecado. Só precisamos ligar os meios de comunicação para termos exemplos modernos disto. Linguagem baixa e impureza sexual são o tema constante. Ninguém pode sair em público sem que ouça e ou veja conversas profanas e sujas, bem assim como atos abomináveis nas ruas, praças, calçadas e avenidas, nas cidades ou na zona rural, portanto em qualquer lugar.


Os dias de Noé foram de uma abominação terrível contra Deus assim como é hoje. Lucas 17:26.

Nosso Senhor Jesus Cristo apontou que as características da vida antes do dilúvio reapareceriam antes da Sua segunda vinda. Tendo em vista as condições atuais, como isto nos instiga a olharmos para a vinda de Cristo que está tão próxima.

 

Notemos as características mencionadas daquele tempo com relação ao nosso tempo atualmente.

1. Uma forte preocupação com o prazer físico. É o chamado vale tudo em nome da felicidade. Lucas 17:27.

2. Explosão do conhecimento. Há uma busca constante de se modernizar e se reciclar em nome de uma sociedade sofisticada e com conhecimento de assuntos gerais em favor do isolamento da religião e de tudo a ela relacionada. Gênesis 4:22.

3. Atitudes materialistas, absolutistas, agnóstica e socialista.  Lucas 17:28.

4. Rejeição à Palavra de Deus em nome de um relacionamento maior com o que é comum. (Comunismo). 1 Pedro 3:19.

5. Aumento controlado da população, mesmo que tenham que apoiar o aborto. Gênesis 6:1 e 11.

6. Aumento exagerado da propagação e valorização da violência através dos esquecidos da sociedade.   Gênesis 6:11-13.

7. Atividades sexuais ilícitas sem precedentes. Gênesis 4:19.

8. Disseminação desenfreada da blasfêmia contra Deus e contra tudo o que é sagrado. Judas 15.

 

Deus se arrependeu de haver criado o homem (ser humano). Gn. 6.6-7.

O versículo 6 nos diz que Deus se arrependeu ou mudou sua vontade a respeito da criação do homem. É claro que isto é linguagem de retórica. Deus está falando como se Ele fosse homem. Estritamente falando, Deus nunca muda Sua vontade, pois Seus planos são eternos e imutáveis. 1 Samuel 15:29; Romanos 11:29.

Esta forma de linguagem é usada para nos ajudar a entender a mudança que ocorreu no homem desde a criação, bem como a ira de Deus sobre a sua criação que deixou de adora-lo e passou a adotar o pecado como regra de vida. Mesmo Deus tendo criado o homem, Ele deve julgá-lo pelos seus pecados.

 

Mesmo vendo que o homem lhe deixou por completo, Deus lhe proporcionou uma saída, através de Noé, para continuidade da raça humana. Gn.6-8.

Aqui temos o primeiro ato de Deus para demonstrar a sua infinita misericórdia na Bíblia em favor da humanidade. Ela ocorre durante a época da maior depravação do homem. A graça de Deus pode parecer muito restrita aqui, mas vamos lembrar que através deste único homem, a raça humana foi preservada.

Muitos, quando lêem o versículo 8, vêem somente a justiça de Deus em não destruir um homem justo juntamente com o ímpio. Entretanto, isto está longe do significado da graça. Na verdade, Noé era um homem justo, vers. 6, mas lembre-se de que foi a graça de Deus que o fez assim. 1 Coríntios 15:10.

 

A nova família que povoou a terra. Gn. 6.9-10 nos fala da família de Noé.

Estas Escrituras nos dão mais informações a respeito de Noé. Ela nos fala de sua vida justa e de seu caminhar com Deus. O versículo 10 menciona seus três filhos. Através deles a terra foi repovoada.


A determinação de Deus para Noé. Gn. 6.12-13.

Quando o pecado se espalha velozmente, o julgamento está próximo. Deus criou o homem santo e o colocou no jardim do Édem para viver eternamente em santidade e em plena comunhão com Deus. Através do pecado o mundo tornou-se uma “selva de pedras, cheia de maldade e violência”. O julgamento acompanha o pecado mesmo que alguém queira se esconder detrás de uma aparente santidade.

 

Em Apocalipse 21.6-8 temos as seguintes advertências:

6. E disse-me mais: Está cumprido; Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida.

7. Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho.

8. Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte.

 

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

OS FILHOS DE DEUS E AS FILHAS DOS HOMENS

OS FILHOS DE DEUS E AS FILHAS DOS HOMENS

 

A interpretação errada de Gênesis capítulo 6 causa muitas heresias e informações duvidosas para o público em geral e em especial aos estudantes de Teologia.

 

Algumas religiões e suas heresias teem uma interpretação totalmente errada deste texto bíblico.

Vamos aplicar aqui uma máxima da Teologia Sistemática que é: “Um texto sem o contexto vira um pretexto”.

Muitas pessoas pegam um único versículo isolado para criar uma situação daquilo que defende como ato de fé, mas será que está certo quando é confrontado com o contexto daquele texto bíblico?

 

Então temos que nos aprofundar sistematicamente na Bíblia que é  a nossa fonte principal de informação, verificar todo o contexto teológico, verificar até informações históricas de fontes seculares confiáveis sobre o assunto que pesquisamos e tirar nossas conclusões, não deixando margem para se criar um pretexto (heresias, por exemplo).

 

Diz a tradição judaica secular que Adão e Eva tiveram 33 filhos e 23 filhas sendo Abel o primeiro filho do casal, Caim o segundo e Sete o terceiro.

Daí em diante não se tem menção do nome de mais nenhum deles, nem dos demais filhos e nem das filhas e isso era o costume da época. Também daí em diante os filhos de Sete aumentaram grandissimamente e é claro que a descendência de Caim que estava em outro lugar incerto e não sabido, fizeram que a população da terra aumentasse significativamente, principalmente porque todos os descendentes de Adão e Eva viveram acima ou próximos de 750anos cada um.  

 

Os filhos de Deus e as filhas dos homens segundo o que “teólogos” do pensamento errado afirmam em suas heresias, insistem em querer inculcar na mente do povo que os anjos desceram até a terra, se transformaram em seres humanos, coabitaram-se com essas filhas dos homens e tiveram filhos e filhas com elas, o que é humanamente impossível, anjos são seres espirituais e não de carne e de ossos como os seres humanos. Vamos discorrer sobre isso nesta postagem.


Quero lembrar aqui que neste tempo do início  das coisas e das gerações, ainda não existiam leis sobre qualquer assunto ou sobre as atitudes e decisões das pessoas. Só foram elaboradas leis sobre qualquer assunto e sobre qualquer comportamento na época de Moisés e Arão. Através dos livros de Levíticos, Números e Deuteronômio, Deus deu para Moisés e ao povo Hebreus todas as leis para que o povo tivesse respeito e direcionamento de uns para com os outros, mas principalmente para com as coisas de Deus. 

 

E, aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos. Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama. Gn 6.1-4.

 

Segundo a interpretação deste texto pelos hereges, dizem que a frase “filhos de Deus” está se referindo aos anjos, que assumiram corpos físicos e vieram à terra para ter relações sexuais com belas mulheres, união da qual teriam nascido gigantes iníquos.

 

Resposta apologética confiável.  

 

Ainda que tal interpretação seja defendida frequentemente por “movimentos religiosos hereges” com características duvidosas e sem a devida credibilidade,   acreditamos e defendemos que os “filhos de Deus” sejam os descendentes piedosos de Sete e seus familiares de Gênesis 5. Temos pelo menos duas razões: 1. Caim e sua descendência foram amaldiçoados por Deus. 2. Sete e sua descendência foram abençoados por Deus assim como o seria a descendência de Abel.

 

Apresentamos, para isso, os seguintes argumentos:

Em primeiro lugar ao analisarmos o texto de Mateus 22.29,30, que diz: “Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus. Porque na ressurreição nem se casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu”, entendemos que as paixões e os apetites sexuais são especificamente manifestações do corpo físico dos seres humanos normais como Deus os fez, assim como Adão e Eva providos de sexo para a procriação e não como dos anjos celestiais que foram criados como seres espirituais assexuados e sem esses desejos sexuais dos seres humanos.

 

Em segundo lugar, não foi da união entre os “filhos de Deus” e as “filhas dos homens” que nasceram os gigantes. Pelo contrário, eles já existiam antes desse acontecimento.

Vejamos Gênesis 6.4: “Havia, naqueles dias, gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os varões de fama”. (6.4). Observe que o versículo começa dizendo que “... havia, naqueles dias, gigantes na terra ...”. Então deduzimos que quando os filhos de Deus (os abençoados por Deus, que eram da descendência de Sete), entraram às filhas dos homens, (que eram filhas e da descendência de Caim, podendo ser também filhas geradas por Adão e Eva porque eles tiveram muitas filhas), e delas geraram filhos (e filhas). As mulheres não eram contadas nas gerações de suas famílias desde Adão e Eva.

 

Em terceiro lugar, caso esses “filhos de Deus” fossem anjos caídos, seriam demônios e não mais “filhos de Deus”; Seriam tratados como “criaturas” de Deus e não “filhos”. Logo, também não poderiam ser considerados como tais porque foram lançados no abismo.

 

Em quarto lugar, os descendentes de Sete “invocavam o nome do Senhor”, tal como o próprio Sete (4.26). Ou seja, possuíam comunhão com Deus. Andavam com Deus, como Enoque. (5.22-24). “Acharam graça diante do Senhor”, como Noé (5.29; 6.8). E obtiveram “testemunho de que agradaram a Deus e se tornaram herdeiros da justiça que é segundo a fé”. (Hb 11.5,7).

 

Em quinto lugar, era costume dos povos antigos desprezar as mulheres que não geravam filhos homens e dificilmente elas eram contadas para qualquer outra informação. É o caso de Ana, mãe do profeta Samuel, que era desprezada por Elcana, seu esposo e até pelo sacerdote do templo, o sacerdote Eli. 1 Samuel 1.

 

Quem são os gigantes de Gênesis 6:4? Seriam eles os “filhos de Deus?”

 

De maneira nenhuma eles poderiam serem chamados de filhos de Deus como se fossem anjos transformados em seres humanos e também não era uma Teofania.

 

Naqueles dias os seres humanos, homens, eram de grande estatura. Por regra geral, os antediluvianos estavam dotados de grande vigor físico e mental e os homens desenvolviam atividades no campo que lhes proporcionava ter um porte físico bem maior do que o das mulheres.

 

“Ora, naquele tempo havia gigantes na terra e também depois, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos, estes foram valentes, varões de renome, na antiguidade”. (Gênesis 6:4). Alguns comentaristas ensinam que os “gigantes” de Gênesis 6:4 são o resultado da união de mulheres com anjos, o que não é verdade. Baseiam-se no verso 2, onde existe a expressão “filhos de Deus”, que eles atribuem referir-se aos anjos e também citam o verso 1 do capitulo dois de Jó para tentar provar seu ensino. Não podemos esquecer da proporcionalidade do tamanho dos homens e do tamanho das mulheres que deveriam ser compatíveis para geração de seus filhos, muito embora os homens tinham um porte físico, na maioria das vezes, maior do que o das mulheres, como são até nos dias de hoje. Senão as mulheres e seus filhos de tamanho exagerado não suportariam e morreriam ambos no dia do nascimento desses filhos.  

 

Vejamos o que a Bíblia diz sobre isto.

Gigantes (do hebraico nefilim). Estes gigantes não foram o produto de uniões matrimoniais mistas de anjos decaídos com as mulheres, como é sugerido por alguns. A versão LXX (Septuaginta) traduz “nefilim” por “gigantes”, palavra cuja grafia é exatamente igual em Português.

 

Em Números 13:33, os Israelitas informaram que se sentiam como meros gafanhotos em comparação com os “nefilim” que a Versão Bíblica Revista e Atualizada (RA) traduz por “gigantes”. Há razões para crer que esta palavra hebraica pode provir da raiz “nafal”, e que os “nefilim” (gigantes) eram “violentos” e terríveis contra seus inimigos devido ao seu porte físico.

 

Naqueles dias os seres humanos eram de grande estatura. Por regra geral, os antediluvianos estavam dotados de grande vigor físico e mental. Esses indivíduos, renomados por sua sabedoria e habilidade, persistentemente consagravam suas faculdades intelectuais e físicas para complacência de seu próprio orgulho e prazeres e na opressão de seus próximos.

 

Sobre os filhos de Deus deduzimos que esta frase tem sido interpretada de diversas maneiras às vezes até forçando a barra para alcançar um objetivo de suas conjecturas.

Alguns antigos comentaristas judeus, os primeiros pais da Igreja e muitos expositores modernos têm pensado que estes “filhos” foram anjos, e os compararam com os “filhos de Deus” de Jó 1:6; 2:1; 38:7. Deve-se repelir este ponto de vista, porque o castigo que de pronto sobreviria se deve aos pecados de seres humanos (ver verso 3) e não de anjos. Ademais, os anjos não se casam e nem se dão em casamento. (Mateus 22:30).

Os “filhos de Deus” não foram outros senão os descendentes de Sete, e as “filhas dos homens” as descendentes de Caim, (Cainitas ímpios) e também as próprias irmãs de Caim e de Sete que eram muitas. Posteriormente Deus falou de Israel como sendo seu “primogênito” (Êxodo 4:22), e Moisés disse aos Israelitas: “Filhos sois do Senhor, vosso Deus”. (Deuteronômio 14:1).

Pela graça divina a adoção no reino de Deus não se restringe à uma etnia, povo ou nação, mas está amplamente disponível para todas as pessoas, aos que creem em Jesus, a partir de uma entrega total da vida e reconhecimento da soberania divina. (João 1:12).

Em Cristo somos dignos de sermos chamados “filhos e filhas de Deus”. Portanto, tal ensinamento (anjos unindo-se com mulheres) é espúrio e condenável na Bíblia e toda essa falsa doutrina que não está em conformidade com a palavra de Deus é igualmente falsa e não merece crédito.

O termo “Filhos de Deus” na Bíblia refere-se aos anjos e também aos homens; vai depender do contexto do verso. No caso de Gênesis 6:4, refere-se aos descendentes de Sete, um homem justo e já no livro de Jó, refere-se aos anjos mesmo. Deus não deu aos anjos a capacidade de reprodução, portanto, em hipótese alguma poderiam ser eles os “filhos de Deus” que possuíram as “filhas dos homens”.

 

Quem foi Sete? Conheça a Biografia de Sete na Bíblia.

 

Sete foi filho de Adão e Eva e pai de Enos (Gênesis 4:25,26; 5:3-8; 1 Crônicas 1:1). A Bíblia diz que após o assassinato de Abel por Caim, Adão e Eva tiveram outro filho e o chamaram de Sete. Mas da mesma forma como ocorre com os outros filhos de Adão, a Bíblia não traz muitas informações sobre quem foi Sete.

 

O que significa o nome Sete?

Qualquer nome dos primórdios da humanidade é de difícil compreensão em relação ao seu significado original. Porém, o nome Sete, escrito no hebraico, shet, significa “designado”. Esse significado faz referência ao que Eva diz quando deu à luz.

 

Gênesis 4.25

 

25. E tornou Adão a conhecer a sua mulher; e ela teve um filho e chamou o seu nome Sete; porque, disse ela, Deus me deu outra semente em lugar de Abel; porquanto Caim o matou.

 

Em outras palavras, Adão e Eva enxergaram em Sete o desígnio de Deus. Seria através de sua descendência que a promessa de redenção feita em Gênesis 3:15 seria cumprida. No Novo Testamento encontramos a confirmação deste fato. O capítulo 3 do Evangelho de Lucas afirma claramente que foi da descendência de Sete que Jesus Cristo veio ao mundo.

A Bíblia registra o nascimento de Sete após a morte de Abel. No entanto, não é possível dizer que Sete foi o terceiro filho de Adão especificamente. É mais provável que tenha sido o terceiro filho homem, pois a possibilidade é muito grande de que Adão e Eva tiveram filhas, muitas filhas, entre os nascimentos de Abel e Sete.

O escritor e historiador Flávio Josefo afirma que antes de Sete, Adão e Eva tiveram cinco filhos, dois homens e três mulheres. Os nomes dos dois filhos homens nós sabemos: Caim e Abel. Já os nomes das filhas a Bíblia não menciona. Esse fato responde definitivamente qualquer dúvida sobre quem foi a esposa de Caim.

A Bíblia diz que Adão teve muitos filhos, porém suas histórias não foram contadas. Na verdade é nítido que os escritores bíblicos priorizaram no registro das genealogias dos personagens bíblicos apenas os nomes que tiveram alguma importância para a história que estava sendo registrada. A Bíblia também informa que Sete viveu por 912 anos (Gênesis 5:8).

 

Existiu outro Sete na Bíblia?

Na Bíblia encontramos uma citação do nome “Sete” (que certamente era outra pessoa e não o filho de Adão e Eva), em uma profecia de Balaão (Números 24:17). O significado de “Sete” nesse texto é traduzido como “confusão”, portanto, totalmente diferente do Sete filho de Adão e Eva. Alguns estudiosos acreditam que esse nome se refira a um homem misterioso que foi antepassado de um povo que era inimigo de Israel.

Outros estudiosos acreditam que apenas foi um termo aplicado aos moabitas que eram promotores de guerras e tumultos. Por último, há também aqueles que acreditam que tal nome se refira a uma antiga tribo nômade conhecida como Sutu. O que podemos afirmar com certeza é que essa referência do livro de Números em nada tem haver com o Sete filho de Adão e Eva.

 

Outras fontes secundárias e seculares que nos mostram que a quantidade de pessoas, homens e mulheres, já naquela época era enorme, aos milhares, portanto derrubando a tese de que os anjos vieram à terra e se casaram com as mulheres para procriar uma raça diferente das outras porque não haviam homem o suficiente para isso.

 

 Informações mais precisas de quem foi Sete, segundo a tradição judaica.

 

Sete é, segundo a Bíblia, o terceiro filho de Adão e Eva e irmão de Caim e Abel, sendo o único, entre os demais filhos, a ser citado pelo nome. Pela tradição, Adão teve 33 filhos e 23 filhas. De acordo com Gênesis 4:25, Sete nasceu após a morte de Abel e Eva acreditava que ele fora designado por Deus para estabelecer uma nova descendência, em substituição a Abel, morto por Caim.

 

Depois da morte de Abel, Sete é indicado como justo pela teologia judaico-cristã, em contraponto com Caim. Num livro apócrifo, Sete é chamado de ancestral de todas as gerações dos justos. De acordo com o Livro dos Jubileus, também apócrifo, Sete casou-se com sua irmã mais jovem Azura e teve vários filhos, entre os quais Enos e a filha Hôh. No islão, Sete é considerado um dos profetas islâmicos.

Embora em Gênesis não seja mencionada quem teria sido a esposa de Sete e nem de Caim, é confirmado que o patriarca teve como filho Enos, aos 105 anos, e morreu aos 912 anos, gerando filhos e filhas. Pelos cálculos a respeito da vida dos patriarcas, significa que Sete teria alcançado o arrebatamento de Enoque.

Segundo Gênesis 4:26, com o nascimento de Enos, os homens passaram a invocar a Deus, o que teria sido o nascimento da religião e indica que Sete poderia ter sido um dos primeiros sacerdotes da humanidade.

Um movimento dos hereges diz que Sete foi ordenado com a idade de 69 anos por Adão, e três anos antes de sua morte, Adão teria abençoado Sete e sua descendência até o fim dos dias. É importante esclarecer que Sete é também o nome de um personagem em outro livro apócrifo e portanto temos que confiar cem por cento naquilo que nos informam as Escrituras Sagradas, o resto são apenas ilações e conjecturas.

 

A Bíblia é a inerrante e infalível palavra de Deus.

A Bíblia é a revelação da verdade à humanidade. Ela mostra a realidade do pecado, o plano de Deus para salvar o homem e a sua plena vontade para a nossa vida. A Bíblia não pretende de forma alguma provar a existência de Deus porque Ele é o grande “Eu sou". Em Salmos 97.6 lemos assim: “Os céus anunciam a sua justiça, e todos os povos vêem a sua glória”. (Salmos 97.6).

Crer é o meio que Deus estabeleceu para sermos salvos. Jesus se expressou assim: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”. (Marcos 16.15,16).

 

Podemos confiar na Bíblia como fonte de informações sobre o assunto referenciado e tantos outros que são conhecidos como dificuldade bíblica?    


Quem é o autor da Bíblia?

 

Deus é o autor da Bíblia; sobre Ele está escrito: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos justos são; Deus é a verdade, e não há nele injustiça; justo e reto é”. (Deuteronômio 32.4).

 

Partindo desta fiel declaração, podemos afirmar que:

 

A Bíblia é a verdade e Deus revela toda a verdade desde Gênesis até o Apocalipse.

 

Já que Deus é a verdade, não há erros nem contradições em sua Palavra, a Bíblia se interpreta por si mesma. Ela é, portanto, digna de toda aceitação e confiança.

 

Assim está escrito sobre a Bíblia:


“A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples”. (Salmos 19.7)

“O temor do Senhor é limpo, e permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros e justos juntamente”. (Salmos 19.9)

“O caminho de Deus é perfeito; a palavra do Senhor é provada; é um escudo para todos os que nele confiam”. (Salmos 18.30)

 

A Bíblia é inspirada por Deus.

 

Os escritores da Bíblia embora em culturas e idiomas diferentes; lugares e épocas também diferentes, todos escreveram sem nenhuma contradição. Deus supervisionou os escritores da Bíblia de modo que eles escreveram o que Ele tinha em mente. A bíblia declara:

“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”. (2 Pedro 1.21).

“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra”. (2 Timóteo 3.16).

 

O tema central da Bíblia é Cristo.

 

Ao longo da Bíblia Deus revela seu plano para salvar a humanidade. Um resumo básico da Bíblia seria: A criação do mundo, a corrupção do mundo e a redenção do mundo. Cristo como Salvador da humanidade ocupa o centro das Escrituras. Ele disse:

“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam”. (João 5.39).

“Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras”. (Lucas 24.26,27).

 

O apóstolo Paulo também escreveu sobre  o tema central da Bíblia, Cristo:

“O qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de Deus nosso Pai”.(Gálatas 1.4).

“Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras”. (Coríntios 15.3).

 

A Bíblia revela o que é certo e o que é errado.

 

No Antigo Testamento os sacerdotes tinham a responsabilidade de ensinar a verdade ao povo de Israel. Em Ezequiel 44.23 lemos assim: “E a meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano, e o farão discernir entre o impuro e o puro”. Então a Bíblia fala sobre o caminho da vida e os caminhos da morte, o estilo de vida do homem justo e o estilo de vida mundano, daquele que serve a Deus e daquele que não o serve. Um verdadeiro filho de Deus leva em conta os princípios da Palavra de Deus em sua vida.

 

Vejamos o que nos diz os textos abaixo sobre a segurança que temos em confiar na palavra de Deus. 

“Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo”. (1 Pe 1.14-16).

“Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra”.  (Salmo 119.9).

“Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti”. (Salmo 119.11)

 

Devemos ler a Bíblia porque ela é a Palavra viva de Deus.

Deus usa a Sua Palavra para falar conosco quando a lemos com reverência e humildade.

“Quando caminhares, te guiará; quando te deitares, te guardará; quando acordares, falará contigo”. (Provérbios 6.22).

“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”. (Hebreus 4.12).

 

Ela é o alimento para nossa alma.

“E Jesus lhe respondeu, dizendo: Está escrito que nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra de Deus”. (Lucas 4.4).

“O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida”. (João 6.63).

“Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Jesus Cristo, criado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido”. (1 Timóteo 4. 6).

 

Ela nos proporciona conforto e paz.

“Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança. Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus.” (Romanos 15.4,5)

“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16).

“Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e ilumina os olhos”. (Salmos 19.8).

 

Ela dirige nossos passos.

“Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho”. (Sl 119.105).

“Porque o mandamento é lâmpada, e a lei é luz; e as repreensões da correção são o caminho da vida”. (Provérbios 6.23).

“Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus”. (Mateus 22.29).

 

Ela é a nossa arma de ataque e de defesa contra Satanás.

“Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus”. (Efésios 6.17).

“Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele”. (Provérbios 30.5).

 

Ela é quem proporciona nosso crescimento na graça e no conhecimento de Cristo.

“Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém”. (2 Pedro 3.18).

“Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo. Se é que já provastes que o Senhor é bom”. (1 Pedro 2. 2,3).

 

Ela é quem nos capacita a falar e crer na verdade.

“Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém”. (1 Pedro 4.11).

“Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós”. (1 Pedro 3.15).

 

Creia na verdade. Jesus disse “Eu sou o Caminho, a Verdade e a vida...”. Jo.14.6.

“E conhecereis a verdade e verdade vos libertará”. Jo.8.32.

 

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.