TEORIAS SOBRE OS FILHOS DE DEUS E AS FILHAS DOS HOMENS
Vamos analisar algumas teorias sobre o que
significa os termos “filhos de Deus” e “filhas dos homens” em Gênesis capítulo
6.
Quem eram os filhos de Deus em Gn 6?
Estas teorias não são a solução e nem a verdade sobre o assunto.
Os filhos de Deus, em Gênesis 6, eram anjos
que se casaram com mulheres?
“… pois na ressurreição nem se casam nem se
dão em casamento; mas serão como os anjos no céu”. (Mt 22.30).
Quem são os filhos de Deus e as filhas dos homens? ‘Filhos de Deus’ seriam,
naturalmente, aqueles em quem se via refletida a santidade de Deus em suas
vidas, ao passo que ‘filhas dos homens’ seriam aquelas consideradas corruptas,
impuras e que vendiam seus corpos para orgias sexuais das mais diversas.
Naquela época havia duas raças (gerações) distintas: os descendentes de Sete
(Gn 5.4), e os descendentes de Caim (Gn 4.17). Com lógica, baseado no que foi
dito pelo Senhor Jesus em Mt 22.30, os filhos de Deus seriam os descendentes de
Sete, e as filhas dos homens, seriam descendentes de Caim, lembrando que Caim e
sua descendência foram amaldiçoados por Deus.
Afinal de contas, o propósito mais amplo da
narrativa é traçar os desenvolvimentos da piedosa linhagem de Sete e dos ímpios
descendentes da humanidade através da linhagem de Caim. Portanto, os filhos de
Deus são homens justos na imitação do caráter do seu Pai Celestial, e as filhas
dos homens são as mulheres ímpias que eles desposaram.
Além do que, nossa interpretação evita
problemas sérios. Pois, se os anjos se casassem com seres humanos, os filhos
deles seriam meio humanos, meio anjos. Mas os anjos não podem ser redimidos. Hb
2.14; 2 Pe. 2.4, Jd 6.
E ainda:
a) nossa interpretação se coaduna com o texto
imediato;
b) evita todo o problema decorrente da
interpretação de que eram anjos;
c) está de acordo com o fato de que os seres
humanos também são mencionados no A.T. como filhos de Deus. (cf. Is 43.6; Dt
14.1);
d) condiz com a interpretação do próprio Senhor
Jesus que entendia que tais seres eram assexuados; ou seja, não poderiam casar e
muito menos procriar.
e) a expressão “tomaram para si mulheres” é
usada no V.T. somente com referência ao casamento legítimo; nunca às relações
sexuais ilícitas.
Existem várias outras teorias relativas à
identidade dos Filhos de Deus contrastando com as "filhas dos homens”
identificadas no livro de Gênesis.
Gênesis 6.1-3.
1. E aconteceu que, como os homens começaram
a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas,
2. viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram
para si mulheres de todas as que escolheram.
3. Então, disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o
homem, porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos.
Quando os homens começaram a aumentar em
número na terra e filhas nasceram para eles, os filhos de Deus viram que as
filhas dos homens eram bonitas, e eles casaram alguns deles com aquelas que
escolheram.
Teorias não são verdades absolutas e nem
meias verdades, são apenas teorias. Quando se fala em teorias na bíblia ainda é
mais sério o assunto, isso porque não são confiáveis a sua origem e muito menos
a sua interpretação.
Então vamos às teorias sobre o assunto em
epígrafe.
1. Uma
teoria é que os filhos de Deus são os descendentes de Sete, a descendência
abençoada de Adão.
As filhas de homens, em seguida, são vistas
como os descendentes de Caim. Esta é a opinião dada por um escritor que
trata do Conflito de Adão e Eva com Satanás desde o Jardim do Édem. Gn.3.15.
2. Uma
segunda teoria é que os filhos de Deus são anjos, que vieram à terra e
tiveram filhos com as filhas dos homens. Esta opinião é corroborada
pela epístola de Judas, segundo os especuladores.
E os anjos que não mantiveram as suas
posições de autoridade mas abandonaram a sua própria casa. Ele tem esses
mantidos no escuro, vinculados com eternas cadeias de julgamento sobre o grande
dia. (Judas 1:6). Este ponto de vista é também baseado no Livro apócrifo
de Enoque.
3. Uma
terceira teoria gira em torno do fato de que " Elohim " literalmente
significa "poder" e é, por vezes, utilizado na Bíblia para se referir
a governantes humanos.
4. Uma
quarta teoria diz respeito a "filhos de Deus" para os 70 filhos
de El e Atirate na tradição Cananéia do Ugarite,
a partir de cujo casamento com as titânides (as filhas dos homens), as 70
nações da terra nasceram.
Cada cidade ou pessoas tiveram, portanto, a
sua própria divindade, com quem tinha um pacto especial (isto é Baal
Berite = o senhor do pacto). Este casamento da divindade com as
cidades que parece ter paralelos bíblicos também com as histórias da ligação entre Melcarte e Tiro, Javé e Jerusalém;
Chemoche e Moabe, Tanit e Baal com Cartago,
e pode ter sido celebrada anualmente após o ano novo com um “hieros gamos” ou
“Sagrado Casamento”, em que um Qadeshtu (Santíssimo?) assumiu o papel
de consorte do deus deles, representando aquela cidade.
Vimos acima que as teorias são muitas e às
vezes exageradas.
Muito se discute na área teológica sobre quem
eram os filhos de Deus e as filhas dos homens de Gênesis 6. Os estudiosos da
Bíblia realmente não conseguem entrar num acordo sobre este tema.
Existem outras várias opiniões sobre o assunto, porém três interpretações aparecem como principais.
Vejamos quais são essas teorias sobre “os filhos de Deus”.
Primeira: Que os filhos de Deus eram anjos
caídos.
Segunda: Que os filhos de Deus eram
descendentes de Sete que se casaram com descendentes de Caim.
Terceira: Que os filhos de Deus eram homens
poderosos (governantes e nobres).
Abaixo veremos os detalhes de cada uma das
três interpretações disponíveis.
Sobre a afirmação de que os filhos de Deus de Gênesis 6 eram anjos
caídos?
A ideia de que os filhos de Deus de Gênesis 6
eram anjos caídos e que tiveram relações sexuais com mulheres é a interpretação
mais antiga e conhecida sobre o assunto.
A principal defesa para essa interpretação é
o fato de que no Antigo Testamento a expressão “filhos de Deus” pode
se referir a anjos. (Jó 1:6; 2:1; 38:7).
Outro ponto que reforça essa teoria é que
antigos estudiosos hebreus, como Flávio Josefo, também apresentam essa mesma interpretação,
(o que é lamentável ele defender uma teoria que não condiz com a realidade do
contexto bíblico). O livro apócrifo pseudoepígrafo de Enoque igualmente defende
tal interpretação.
No Novo Testamento, os textos mais utilizados
para tentar defender essa opinião estão em 2 Pedro 2:4 e Judas 1:6.
De acordo com esta perspectiva teórica, o
resultado da união entre as mulheres (filhas dos homens) e os seres angelicais
(filhos de Deus) resultou no nascimento de gigantes (no sentido literal). Esses
gigantes teriam sido homens notórios e valentes de guerra da antiguidade.
Outro texto muito utilizado nessa defesa é
Gênesis 19:5. Nele lemos sobre como os homens homossexuais de Sodoma e
Gomorra queriam ter relações com os anjos que vieram destruir a cidade.
Com base nesta interpretação, estudiosos
apresentam o tamanho da desobediência em relação aos mandamentos de Deus.
Eles apontam para a possibilidade de ter
existido uma raça mista, ou seja, que não era cem por cento humana, porém meio
Anjo e meio humana. Isto teria levado ao Dilúvio mundial como forma
de dizimar toda a humanidade, com exceção de Noé e sua família.
Refutação bíblica dessas aberrações teóricas.
Para refutar esta interpretação, o texto mais
utilizado é Mateus 22:30, onde Jesus diz que “os anjos de Deus não se casam e
nem são dados em casamento”.
Essa crítica é rebatida pelos simpatizantes
desta teoria de que os filhos de Deus de Gênesis 6 são anjos caídos, com o
seguinte argumento. Eles dizem que Jesus se referiu aos anjos do céu e não aos
anjos rebeldes. Eles também alegam que o texto diz que os anjos não se casam,
mas não diz nada sobre a impossibilidade de, em forma corpórea de homem, eles
anjos poderem manter relações com mulheres.
Outra critica contra esta interpretação
é a questão de que os textos do Novo Testamento de Pedro e Judas utilizados
como defesa desta teoria, em momento algum tratam de casamentos angelicais.
Além disso, esses textos em nenhum momento se propõem a explicar o evento
antediluviano.
Também vale ressaltar que Gênesis 6 diz
claramente que a atitude partiu dos “filhos de Deus” e não
das “filhas dos homens”. Se essa mistura resultou no Dilúvio, deveria
existir então alguma referência mais explicita no próprio livro de
Gênesis sobre a punição a esses anjos que iniciaram tal perversidade.
Sobre a afirmação de que os filhos de Deus eram os descendentes de
Sete?
Segundo esta interpretação, a descendência
justa de Sete se misturou com a descendência ímpia de Caim. Em outras
palavras, os homens da linhagem de Sete se casaram com as mulheres pagãs da
linhagem de Caim.
Nesta interpretação
os nephilins (gigantes) resultaram dessa mistura religiosa. Esses
homens não eram literalmente gigantes, mas homens ímpios e tiranos que
alcançaram fama na antiguidade.
Um dos argumentos para sustentar esta
interpretação é o contexto dos capítulos anteriores de Gênesis. Em Gênesis 4 é
apresentada a geração perversa de Caim. Já em Gênesis 5 é descrita a descendência
justa de Sete. Como sequencia, o capítulo 6 parece mostrar a mistura
dessas duas linhagens, culminando numa civilização corrompida.
O problema com esta interpretação é que em
nenhum outro lugar no Antigo Testamento os descendentes de Sete são chamados de “filhos
de Deus”. Além do mais, a Bíblia não diz que todos os descendentes de Sete eram
justos. Na verdade ela indica apenas alguns deles que de fato foram,
como Enoque e Noé.
Outro ponto ainda mais discutível é a
exigência de uma quebra de padrão de escrita no próprio capítulo 6. No
versículo 1 a palavra “homens” parece se referir a humanidade de modo geral. Já
no versículo 2, essa mesma palavra teria que se referir à descendência de Caim
especificamente.
Por último, também é difícil de explicar por
que apenas as mulheres descendentes de Caim é que se casaram com os
descendentes de Sete.
Provavelmente homens descendentes de Caim
também se casaram com as mulheres descendentes de Sete.
Uma variação desta interpretação defende que
os filhos de Deus e as filhas dos homens de Gênesis 6 não necessariamente sejam
os descendentes de Sete ou Caim, mas que pessoas piedosas, tementes a Deus, que
uniram-se com pessoas pagãs, pessoas ímpias. Então rapidamente todas essas
pessoas estavam unidas praticando a maldade de uma forma abominável.
Sobre a afirmação de que os filhos de Deus eram homens poderosos?
Esta interpretação defende que a expressão “filhos de Deus” era usada como um título atribuído aos reis, governantes, nobres e homens poderosos da antiguidade no Antigo Oriente Próximo. Esses homens não seguiam os mandamentos de Deus. Ao invés disto, eles praticavam um governo injusto. Eles faziam o que bem entendiam na busca por poder e riquezas.
A união entre esses homens (chamados de filhos
de Deus) e as “filhas dos homens” não seria no sentido de realeza e
plebe, ou num tipo de união mista religiosamente (homens justos e mulheres
pagãs). Essa união seria no sentido de todo tipo de imoralidade que reinava com
todo tipo de libertinagem e orgias sexuais inimagináveis, tais como ... (vou
omitir essas informações porque são extremamente degradantes).
Eles começaram a praticar a poligamia e
promoviam grandes orgias que banalizavam o sentido original e singular da
relação entre um homem e uma mulher inicialmente criado por Deus. Tudo isso
serviu para disseminar uma depravação moral sem precedentes por toda a
humanidade. Nesta interpretação, as “filhas dos homens” não seriam
apenas as descendentes de Caim, mas as mulheres em geral.
De acordo com esta
posição, nephilins está associado ao termo “gibborim” da
raiz “gibbor”. Esse termo significa “homem de força”, “homem de poder” ou
“homem de valor e riqueza”. Isto significa que não se tratavam de gigantes em
estatura, mas homens poderosos que exerciam governo na antiguidade.
Outro argumento utilizado por quem defende
esta posição é o de que a palavra hebraica Elohim não é empregada apenas para
se referir a Deus no Antigo Testamento. Essa mesma palavra também é usada para
se referir a juízes, magistrados ou homens em posição de destaque (Êxodo 21:6;
Salmos 82:1, 82:6).
A crítica em relação a
essa interpretação é que os nobres, reis e algumas autoridades,
às vezes são chamados de “deuses”, e nunca de “filhos de Deus”.
No entanto, crítica é rebatida com base
em alguns antigos targumim aramaicos, que traduzem “filhos de
Deus” como “filhos de nobres”.
Outra critica é o fato
de nephilins nessa interpretação não se referir a homens de grande
estatura, já que em Números 13:33 o mesmo termo é utilizado para se referir às
pessoas de grande estatura literalmente.
Existe também uma variação desta
interpretação com relação aos gigantes, onde argumenta-se que o texto bíblico
não diz que os nephilins nasceram da união entre os “filhos de
Deus” e “filhas dos homens”. O escritor de
Gênesis simplesmente informa que naquela época existiam gigantes na terra,
apenas isso.
Gênesis 6 não diz diretamente quem são os filhos de Deus
e nem quem são as filhas dos homens.
De fato o livro de Gênesis não se preocupa em
esclarecer totalmente o assunto e revelar com exatidão quem eram os filhos de
Deus e as filhas dos homens. Na verdade este nem mesmo é o foco principal do
capítulo 6 de Gênesis. A mensagem principal do capítulo trata do estado
deplorável que a humanidade se encontrava. O texto descreve como o homem estava
explorando toda a potencialidade do pecado. A lei moral de Deus estava sendo
completamente transgredida. Tudo isto resultou no juízo divino através do
Dilúvio.
Mas em Gênesis 6 também podemos notar que o
plano de Deus é eterno. Seus propósitos não mudam jamais! Aconteça o que
acontecer, sua promessa sempre será mantida. Isto fica claro quando lemos
Gênesis 6 à luz de seu contexto mais amplo.
Gênesis 3:15 registra pela primeira vez na
Bíblia uma menção ao plano de salvação. Logo após a Queda do Homem, Deus
revelou sua graça ao informar que da semente da mulher Satanás seria esmagado.
Em Gênesis 6 vemos a descendência da mulher totalmente corrompida e deprava.
Aos olhos humanos parecia que a profecia falharia, pois a humanidade deveria
ser destruída. Contudo, ainda havia um justo. Noé achou graça aos olhos de
Deus! Isto não aconteceu com base nos méritos pessoais de Noé, mas pela graça
soberana de Deus. Em Noé Deus estava preservando o seu plano imutável.
Então quem seriam os filhos de Deus e as
filhas dos homens em Gênesis 6?
É bem difícil afirmar qual a linha de
interpretação é mais correta. Na verdade pode-se dizer que é impossível eleger
qualquer uma das interpretações como a posição oficial das Escrituras. Ao longo
do tempo, importantes estudiosos têm se pronunciado de forma diferente sobre
este tema. As opiniões ficam divididas porque existem fraquezas em todas as
interpretações.
Particularmente acredito que a pior de todas
as interpretações (teorias) é aquela que diz que os filhos de Deus e as filhas
dos homens são anjos se relacionando com mulheres (seres humanos). De fato não
há qualquer embasamento bíblico para tal interpretação.
É verdade que Pedro e Judas falam sobre anjos
rebeldes em suas epístolas. Mas em nenhum momento eles afirmam que tal rebeldia
se refira ao relacionamento entre anjos e humanos. Também é verdade que os
anjos, segundo a permissão de Deus, podem assumir forma humana de acordo com o
evento em Sodoma. No entanto, isto nunca como precedente para relações sexuais
entre anjos e mulheres. Também prefiro não acrescentar dupla interpretação às
declarações de Jesus em Mateus 22:30 e Marcos 12:25.
Agora nos restam duas possibilidades. Os
filhos de Deus e as filhas dos homens fazem referência aos descendentes de Sete
e Caim?
Ou será que fazem referência ao
relacionamento entre homens poderosos e mulheres em geral?
O Novo Testamento até identifica os
seguidores de Cristo como sendo “filhos de Deus” (Mateus 5:9; Romanos 8:14;
Gálatas 3:26). Mas isto serviria para estabelecermos que a expressão “filhos de
Deus” em Gênesis 6 também se refere aos representantes do verdadeiro culto ao
Senhor? É difícil saber, pois o Novo Testamento usa essa expressão para indicar
a adoção filial dos escolhidos de Deus em Cristo Jesus (Efésios 1:5); enquanto
que em Gênesis 6 essa mesma expressão deveria misturar o conceito de pessoas
tementes a Deus a uma genealogia específica, a genealogia de Sete.
Talvez a melhor possibilidade seria tentar
combinar as duas interpretações restantes.
Existe a possibilidade de que os “filhos de
Deus” de Gênesis 6 tenham sido homens poderosos que acabaram promovendo um
ambiente de terrível imoralidade por causa do poder e influência que
desfrutavam. Essa depravação teria culminado, inclusive, numa mistura
entre justos e ímpios pagãos que corrompeu a todos. Mas tudo não passa de
uma especulação.
Esclarecendo quem são os filhos de Deus de Gênesis 6 e quem são os gigantes.
Quanto à questão dos gigantes, o texto de
Números 13:33 é bastante curioso nesse sentido. O texto mostra que ser fruto de
um relacionamento entre anjos e mulher não é um pré-requisito para ser
considerado alguém de grande estatura no sentido literal nas referências
bíblicas. Se fosse esse o caso, teríamos que admitir que o mesmo problema de
Gênesis 6 havia se repetido na época registrada no livro de Números.
Além disso, há também o conhecido
personagem de grande estatura chamado Golias. Obviamente o gigante
Golias não era filho de um anjo com uma mulher. Também não é possível
dizer que os gigantes de Números ou mesmo Golias fossem descendentes desses
homens pré-diluvianos.
A Bíblia é clara ao afirmar que apenas Noé e
sua família sobreviveram ao Dilúvio.
Também é importante dizer que mesmo os homens
de grande estatura que a Bíblia se refere, não possuíam um gigantismo
fantasioso. Golias, por exemplo, teria tido uma altura aproximada de 3 metros.
Isto não é nada tão absurdo quanto o imaginário popular fantasia. Inclusive, já
foi documentado a existência de um homem que alcançou cerca de 2,70 metros de
altura em tempos modernos, algo bem próximo a estatura de Golias.
Então os gigantes que aparecem em Gênesis 6 provavelmente eram homens poderosos e de grande fama da antiguidade. Eram valentes que conseguiram tal reputação principalmente por serem impiedosos e maus.
Conclusão
Este capítulo faz um relato das condições que
levaram ao dilúvio. Aqueles dias se assemelham com a época em que nós vivemos
hoje.
O povo de Deus é a força que preserva os valores em uma sociedade. Gn. 6.1-2; Mateus 5:13.
Quando os que professam ser santos começam a
perder e a comprometer seu testemunho, os tempos se tornam desesperadores. Isto
é o que ocorreu antes do dilúvio. Em Gênesis 4, percebemos que os descendentes
de Caim, que embora se excederam em algumas áreas da cultura, desviaram-se mais
e mais de Deus, e daquilo que era correto. Em Gênesis 3:25 a 4:32, nós temos a
lista dos descendentes de Sete. A maioria deles era temente a Deus. Em Gênesis
3:26 pudemos notar que nos dias de Enos eles se separaram para a adoração
pública. Eles foram o sal da terra.
Em Gênesis 6:1-2, temos um triste relato da
decadência espiritual deles. Isto teve início quando eles começaram a se casar
somente com base na atração física. Em todas as épocas, Deus tem pedido ao seu
povo que somente se casem com aqueles que da mesma maneira servem ao Deus
verdadeiro. Isto é para o conforto e crescimento espiritual deles, como também
para benefício de suas crianças. Deuteronômio 7:2-4; Êxodo 34:14-16; 1Coríntios
7:39; 2Coríntios 6:14.
O estado do homem antes do dilúvio, Gn.
6.3-5.
1. Antes do dilúvio o homem resistiu ao
trabalha e ao esforço de Deus em preservar-lhes a vida. Isto envolveu a recusa deles em
ouvir os pregadores da verdade (Enoque, Noé) e a luta de Deus em suas
próprias consciências. Ainda hoje, as restrições ao pecado são gradualmente
eliminadas. Jesus bate na porta do coração, mas como Ele é educado, só entrará
na vida do ser humano se o homem, mulher, abrir a porta pra Jesus entrar e fazer
nele morada.
2. O homem se recusou a tirar proveito da
maravilhosa misericórdia de Deus. Deus deu ao homem um espaço de tempo de 120
anos para se arrepender. Tempo que Noé gastou para construir a Arca, mesmo sob
forte perseguição e críticas de todos os lados.
3. No versículo 4, vemos que os homens brutos
e maus eram os líderes e heróis daquele tempo, assim como em nosso tempo. Os
filhos destes casamentos, ajuntamentos, mistos se tornaram famosos na
sociedade, mas não diante de Deus.
4. O versículo 5 revela que a mente dos
homens se tornou um esgoto do pecado. Só precisamos ligar os meios de
comunicação para termos exemplos modernos disto. Linguagem baixa e impureza
sexual são o tema constante. Ninguém pode sair em público sem que ouça e ou
veja conversas profanas e sujas, bem assim como atos abomináveis nas ruas,
praças, calçadas e avenidas, nas cidades ou na zona rural, portanto em qualquer
lugar.
Os dias de Noé foram de uma abominação terrível contra Deus assim como é hoje. Lucas 17:26.
Nosso Senhor Jesus Cristo apontou que as
características da vida antes do dilúvio reapareceriam antes da Sua segunda
vinda. Tendo em vista as condições atuais, como isto nos instiga a olharmos
para a vinda de Cristo que está tão próxima.
Notemos as características mencionadas daquele tempo com relação ao nosso tempo atualmente.
1. Uma forte preocupação com o prazer físico.
É o chamado vale tudo em nome da felicidade. Lucas 17:27.
2. Explosão do conhecimento. Há uma busca
constante de se modernizar e se reciclar em nome de uma sociedade sofisticada e
com conhecimento de assuntos gerais em favor do isolamento da religião e de
tudo a ela relacionada. Gênesis 4:22.
3. Atitudes materialistas, absolutistas,
agnóstica e socialista. Lucas 17:28.
4. Rejeição à Palavra de Deus em nome de um
relacionamento maior com o que é comum. (Comunismo). 1 Pedro 3:19.
5. Aumento controlado da população, mesmo que
tenham que apoiar o aborto. Gênesis 6:1 e 11.
6. Aumento exagerado da propagação e
valorização da violência através dos esquecidos da sociedade. Gênesis 6:11-13.
7. Atividades sexuais ilícitas sem
precedentes. Gênesis 4:19.
8. Disseminação desenfreada da blasfêmia
contra Deus e contra tudo o que é sagrado. Judas 15.
Deus se arrependeu de haver criado o homem (ser humano). Gn. 6.6-7.
O versículo 6 nos diz que Deus se arrependeu
ou mudou sua vontade a respeito da criação do homem. É claro que isto é
linguagem de retórica. Deus está falando como se Ele fosse homem. Estritamente
falando, Deus nunca muda Sua vontade, pois Seus planos são eternos e imutáveis.
1 Samuel 15:29; Romanos 11:29.
Esta forma de linguagem é usada para nos
ajudar a entender a mudança que ocorreu no homem desde a criação, bem como a
ira de Deus sobre a sua criação que deixou de adora-lo e passou a adotar o
pecado como regra de vida. Mesmo Deus tendo criado o homem, Ele deve julgá-lo
pelos seus pecados.
Mesmo vendo que o homem lhe deixou por completo, Deus lhe proporcionou uma saída, através de Noé, para continuidade da raça humana. Gn.6-8.
Aqui temos o primeiro ato de Deus para
demonstrar a sua infinita misericórdia na Bíblia em favor da humanidade. Ela
ocorre durante a época da maior depravação do homem. A graça de Deus pode
parecer muito restrita aqui, mas vamos lembrar que através deste único homem, a
raça humana foi preservada.
Muitos, quando lêem o versículo 8, vêem
somente a justiça de Deus em não destruir um homem justo juntamente com o
ímpio. Entretanto, isto está longe do significado da graça. Na verdade, Noé era
um homem justo, vers. 6, mas lembre-se de que foi a graça de Deus que o fez
assim. 1 Coríntios 15:10.
A nova família que povoou a terra. Gn. 6.9-10 nos fala da família de Noé.
Estas Escrituras nos dão mais informações a
respeito de Noé. Ela nos fala de sua vida justa e de seu caminhar com Deus. O
versículo 10 menciona seus três filhos. Através deles a terra foi repovoada.
A determinação de Deus para Noé. Gn. 6.12-13.
Quando o pecado se espalha velozmente, o
julgamento está próximo. Deus criou o homem santo e o colocou no jardim do Édem
para viver eternamente em santidade e em plena comunhão com Deus. Através do
pecado o mundo tornou-se uma “selva de pedras, cheia de maldade e violência”. O
julgamento acompanha o pecado mesmo que alguém queira se esconder detrás de uma
aparente santidade.
Em Apocalipse 21.6-8 temos as seguintes
advertências:
6. E disse-me mais: Está cumprido; Eu sou o
Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe
darei da fonte da água da vida.
7. Quem vencer herdará todas as coisas, e eu
serei seu Deus, e ele será meu filho.
8. Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos,
e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e
aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com
fogo e enxofre, o que é a segunda morte.
Deus abençoe você e sua família.
Pr. Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.
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