terça-feira, 28 de agosto de 2018

O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE A POLÍTICA E OS POLÍTICOS

O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE A POLÍTICA E OS POLÍTICOS 

A Bíblia diz muitas coisas e muitas instruções sobre a política e sobre os políticos, tanto políticos honestos e bons quanto os desonestos,  corruptos, perversos e maus. 

A Bíblia afirma que “Quando o justo governa, o povo se alegra” (Provérbios 29:2); deveria ser assim, mas a dificuldade hoje é encontrar essa peça rara dentro e fora da igreja e principalmente na política. 

Segundo um ditado popular que diz “que todos são corrompíveis porque cada um tem o seu preço “, as pessoas em todas as áreas da sociedade estão “se deixando corromper" por ofertas “gordas” dos políticos aos grandes líderes religiosos, igrejas,  convenções, dentre outras atividades. 

Muitos cristãos, inconformados com a situação que já se tornou caótica dizem que:

“Quando o justo governa... se corrompe”.

Aliás já estaria corrompido antes mesmo de governar. 

Sei que este é um assunto polêmico, mas gostaria de analisar alguns dos principais argumentos contrários ao envolvimento do cristão na corrupção da política, a luz da Palavra de Deus.

Alguns dizem o seguinte:

“A política é muito suja e o cristão não deve se envolver”.

Outros também dizem o seguinte: “quem está na chuva tem que molhar”, ou seja quem entrar na política tem que se envolver com ele totalmente não se importando com os meios mas com o fim, com o resultado financeiro que vai lhe proporcionar honesta ou desonestamente. 

A Bíblia diz: “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” (Mateus 5:14-16).

Os cristãos são a luz do mundo e o sal da terra, devemos nos envolver sim, aliás, o fato de haver tantos escândalos no meio político é justamente devido à ausência de mais pessoas honestas e íntegras. Se nós aplicássemos os princípios cristãos na política, com certeza ela não teria chegado ao nível em que se encontra hoje.

Para a maioria dos Cristãos “A política é um meio muito corrupto, é impossível não se corromper”. Mas quem é honesto e servo (a) de Deus nunca será um corrupto, continuará sendo servo de Deus dentro e fora da igreja, dentro e fora da política. 

É uma lástima ver líderes evangélicos sem nenhum escrúpulo se achar dono dos votos dos crentes e fechar questão com um candidato que sabidamente pagou propina ao corrompido líder ou Pastor. Mas é a verdade hodierna. São líderes que por dinheiro e bens materiais vendem a sua honra dada por Deus, vendem os votos dos crentes, vendem até a alma para o capeta para ficar rico e abastado aqui na terra; mas um dia eles ouvirão a sentença: “apartai-vos de mim malditos para o fogo eterno,  não vos conheço”.

Então os líderes evangélicos e pastores não podem falar de política e políticos?

Muito pelo contrário. Devem buscar conhecimento profundo nessa questão sem se contaminar. Deve ser um defensor do direito à cidadania plena e transmitir seus ensinamentos para formar verdadeiros cidadãos tementes a Deus que sejam honestos, que defendam a família e vivam uma vida respeitável diante da sociedade. Foi assim no passado e deve continuar assim, vejam a história do profeta Daniel que conviveu no Palácio da Babilônia com cerca de quatro reis diferentes, porém nunca se corrompeu. 

Foi temente a Deus e era respeitadíssimo por todos os grandes e maiores líderes políticos,  religiosos e julgadores “juízes" daquele tempo. Todos consultavam a Daniel sobre as mais difíceis decisões do reino.

Será que o ambiente político da babilônia ou no reino medo-persa, onde Daniel estava, não era corrupto? Com certeza não era muito diferente do que vemos hoje. A ponto dos presidentes e príncipes armarem uma cilada para Daniel fazendo o rei Dario assinar um decreto de que ninguém poderia adorar outro deus a não ser o imperador. (Dn 6: 6-9).

Entretanto, Daniel se manteve íntegro e fiel, por uma simples razão:

“E Daniel propôs no seu coração não se contaminar com a porção das iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia.” (Daniel 1:8). Daniel propôs no seu coração não se contaminar e ponto final. 

O problema de muitos “evangélicos” e seus líderes que se envolvem com a política, não está no grau de corrupção ou degradação em que o ambiente se encontra, mas sim no comprometimento que eles tem com o seu Deus. Se levam a sério este compromisso com Deus, nunca aceitarão ou aceitariam propinas ou “presentes” em troca de apoio aos políticos que são corruptos e insistem em fazer mais e maus  lideres de sua corrupção. 

A reciproca é verdadeira, honestidade e temor a Deus não se vende.

Caso contrário, não poderíamos ter cristãos autênticos como advogados, policiais, empresários, contadores, doutores, etc. Pois em todos os segmentos da sociedade existe o risco de nos corrompermos, depende unicamente da posição que tomamos.

“Um vereador, deputado, prefeito, governador ou até presidente cristão não vai fazer diferença nenhuma se ele for igual a todos os corruptos,  a diferença que ele pode causar na sociedade é o seu comprometimento com a honestidade e com a verdade”.

Será que José não fez diferença no Egito? A Bíblia diz: "Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessão na terra para vos preservar a vida por um grande livramento." (Geneis 45.7).

O que dizer então da história de Israel? Quando o Rei temia ao Senhor todo o povo era abençoado, mas quando ele virava as costas para o Senhor e se corrompia, muitos se desviavam também.

Temos muito exemplos de servos de Deus que ocuparam importantes cargos de autoridade e literalmente mudaram a história sem se corromper.
É claro que para influenciar a nossa geração não é necessário desempenhar um cargo político, o fato é que precisamos de homens de Deus em todos as esferas da sociedade, e a política não deve ser exceção.

“O Senhor Deus é quem remove os reis, os líderes políticos e religiosos e os estabelece; eles só permanecem enquanto for a vontade de Deus”. Se agiram honestamente terão os aplausos do povo e serão honrados por Deus como tal. Se agiram mal terão a cobrança de Deus que pode até tardar mas não vai faltar.  

Quanto a isso eu concordo plenamente, pois a própria Bíblia assim o afirma em Daniel 2:21.

Também temos um outro exemplo bíblico  de uma pessoa usada por Deus nos meios políticos de sua época. Sem dúvida nenhuma foi o Senhor que escolheu José para ser administrador no Egito (Gn 45:7-8).

Outro administrador que devemos lembrar e de Davi que Deus o escolheu para ser rei de Israel (1 Sm 16:12), assim como muitos outros servos ao longo da história.

Usar versículos para dizer que não precisamos fazer nada, pois Deus já decidiu quem vai governar, não faz o menor sentido, temos que exercer nossa cidadania e votar em alguém que sabidamente é honesto e temente a Deus. Deus procura pessoas que estejam dispostas a servi-lo e fazer a sua vontade aonde Ele o desejar. Seja cuidando de ovelhas, ou administrando no reino de Deus; sendo proclamadores das verdades bíblicas  tanto na prisão como no palácio de Faraó como foi José do Egito.

Só há uma coisa que a Bíblia ordena que o cristão deve literalmente fugir: da carne sufocada e da idolatria (1 Co 6:18); quanto ao mais, até mesmo quanto ao Diabo ela diz para resistirmos (Tg 4:7). Não podemos nos acovardar, temos de encarar de frente esta questão, se há muita sujeira no meio político, precisamos limpá-lo, se há trevas, precisamos ser luz. Pois, se nós não o fizermos quem o fará?

Que Deus nos abençoe nesta difícil tarefa de sermos sal e luz.

Vejamos agora que a Bíblia diz sobre Corrupção:

“Dois pesos e duas medidas, ambos são abomináveis ao Senhor”. Provérbios 20.10.

Todo ser humano que se corrompe é corrupto ou corruptor. Quando falamos em corrupção, logos pensamos em política, mas a corrupção vai muito além da vida política, pois antes de ser um político a pessoa é um cidadão comum e como cidadãos muitas vezes somos tentados a nos corromper.

Vamos estudar sobre alguns aspectos da corrupção que as Escrituras nos orientam, a partir de três níveis: a sociedade em geral, o comércio e a política:

1- A Corrupção se alastrou no meio da sociedade:

Miquéias 7.2,3 “Pereceu da terra o homem piedoso, e não há entre os homens um que seja reto. Todos armam ciladas para sangue; cada um caça a seu irmão com uma rede. As suas mãos fazem diligentemente o mal; o príncipe exige condenação, o juiz aceita suborno, e o grande fala da corrupção da sua alma, e assim todos eles são perturbadores”.
Aqui podemos analisar sobre outros subtítulos correlatos,  vejamos então:

a) O suborno: Êxodo 23.8 “Também suborno não aceitarás, pois o suborno cega os que têm vista, e perverte as palavras dos justos”.

O suborno é uma troca de favores remunerada, quando “o ímpio acerta o suborno em secreto, para perverter as veredas da justiça” (Provérbios 17.23). 
Mas a Palavra de Deus condena o suborno, pois “ai dos que...justificam o ímpio por suborno, e ao justo negam justiça” (Isaías 5.22,23).

b) A propina: Lucas 3.12-13 “Chegaram também uns cobradores de impostos, para serem batizados, e lhe perguntaram: Mestre, que devemos fazer? Respondeu-lhes: Não peçais mais do que o que vos está ordenado”. A propina é um valor à parte recebido pela pessoa, mas que Jesus condenou dizendo que não deveria ser feito.

A corrupção está presente na sociedade, pois muitas pessoas praticam suborno comprando o ‘silêncio’ de outra pessoa, achando que podem pagar para calar a boca de alguém. Outros já vivem da chamada propina, vendendo seus “serviços” e recebendo dinheiro ilícito. Esaú irmão de Jacó vendeu seu direito de primogenitura por um prato de lentilhas. 

Muitos lideres evangélicos de nossos tempos estão mergulhados na sujeira e na lama da corrupção de tal forma que trocam sua honestidade, se é que têm, e seu temor a Deus por quantias avantajadas e polpudas que os políticos corruptos lhes oferecem em troca de votos, apoios e conchavos políticos. 

Vamos lutar contra a corrupção no meio da sociedade mas principalmente no meio evangélico. 

2- A Corrupção ns área comercial:

Miquéias 6.11 “Poderei eu inocentar balanças falsas, com um saco de pesos enganosos?”.

A corrupção está presente no comércio, que visa o lucro a qualquer preço. Alguns tipos de corrupção comercial são:

a)   Preços Injustos: 

Provérbios 11.1 “Balança enganosa é abominação para o Senhor, mas o peso justo é o seu prazer”. A balança enganosa é quando mostra um peso errado para entregar menos produto ao consumidor e com isso, fazer que pague mais por menos. O diabo que é ladrão e rouba, mas “o peso e a balança justos são do Senhor; obra sua são todos os pesos da bolsa” (Provérbios 16.11). 

Quando uma pessoa supervaloriza um produto, está cometendo corrupção.

b) Dois Pesos e Duas Medidas:

Deuteronômio 25.13-16 “Não terás dois pesos na tua bolsa, um grande e um pequeno. Não terás duas medidas em tua casa, uma grande uma pequena. Terás somente pesos exatos e justos, e medidas exatas e justas, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá. Pois o Senhor teu Deus abomina todo aquele que pratica tal injustiça”. Os dois pesos e duas medidas servem para vender sob uma medida menor e comprar exigindo uma quantia maior. Ou seja, quando a pessoa vai comprar algo quer pagar menos do que vale e quando vai vender exige um preço abusivo. Também existem aqueles que cobram de acordo com o freguês, se aparenta ser uma pessoa mais rica, cobram mais.

A corrupção e exploração comercial chega a um ponto que as pessoas desvinculam o dinheiro do pecado, achando que se for pago, logo pode fazer tudo, ou seja se alguém pagar o preço cobrado, não esta infringindo as leis de Deus e dos homens. Mas Deus se entristece e não quer que nos vendamos, pois fomos comprados por Cristo (I Coríntios 6.20).

Alguns exemplos de corrupção no comércio são: não dar nota fiscal, não pagar imposto, não declarar Imposto de Renda, dar ou aceitar troco errado, superfaturar nota de lanche para receber o dinheiro do patrão, bater o ponto para o colega, etc.

Vamos lutar contra a corrupção comercial.

3- A vergonhosa corrupção na política:

A corrupção na política é um mal tão terrível que existe no Brasil e que precisa ser enfrentado de frente por pessoas honestas que ainda lutam pela verdade no Brasil. 

A palavra de Deus diz assim em Deuteronômio 16.19-20 “Não torcerás a justiça, nem farás acepção de pessoas. Não tomarás subornos, pois o suborno cega os olhos dos sábios, e perverte as palavras dos justos. Segue a justiça, e só a justiça, para que vivas e possuas a terra que o Senhor teu Deus te dá”.

Finalmente, a corrupção também chega à política. A palavra política vem do grego polyticos, que significa cidadão da polys, que é a cidade. Então todos nós somos políticos, quando exercemos nossa cidadania.

Duas formas de corrupção na política são:

Leis Injustas:

Salmos 82.2-5a,“Até quando defendereis os injustos, e tomareis partido ao lado dos ímpios? Defendei a causa do fraco e do órfão; protegei os direitos do pobre e do oprimido. Livrai o fraco e o necessitado; tirai-os das mãos dos ímpios. Eles nada sabem, e nada entendem. Andam em trevas”.

Infelizmente, muitas pessoas quando chegam a um cargo ou função pública, acaba se corrompendo e usando os recursos para benefício pessoal e legislando em causa própria.

Políticos  Injustos: 

Isaías 10.1,2“ diz: Ai dos que decretam leis injustas, e dos escrivães que escrevem perversidades, para privar da justiça os pobres, e para arrebatar o direito dos aflitos do meu povo, despojando as viúvas, e roubando os órfãos!”. 

Precisamos saber o que as pessoas fazem quando chegam ao poder e lutar contra a injustiça. “Os teus príncipes são rebeldes, companheiros de ladrões; cada um deles ama o suborno, e corre atrás de presentes. Não fazem justiça ao órfão, e não chega perante eles a causa das viúvas” (Isaías 1.23).

Se um político não defende os direitos do povo, não está cumprindo o seu papel.

Os políticos estão muito envolvidos com corrupção devido ao sistema corrupto que foi instaurado no meio em que atuam. Além disso, as pessoas já veem de uma sociedade corrompida e de um comércio onde a corrupção toma conta para a busca do lucro a qualquer preço.

Alguns exemplos de corrupção na política são: quando o legislador cria uma lei para beneficiar um setor em troca de apoio político, superfaturamento de obras, cobrança de serviços que deveriam ser gratuitos, etc.

Vamos lutar contra a corrupção na política.

Não se deixe corromper.

Em Mateus 6.20 diz: “ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam”.

Deus vê tudo o que é feito em secreto (Provérbios 15.3) e um dia toda corrupção será desmascarada (Marcos 4.22).

 Precisamos mudar os valores mundanos ensinando os princípios do evangelho para criar uma nova mentalidade (Romanos 12.1,2). 

Como cristãos devemos dar exemplo de uma vida diferente e honesta (I Pedro 3.2).

O mundo só pode ser mudado se o ser humano for transformado. Somente o “novo homem” (Efésios 4.24), nascido de novo, restaurado à imagem e semelhança do Criador, pode vencer a corrupção.

A corrupção pode ser vencida com a verdade, mas infelizmente muitos líderes evangélicos estão se corrompendo e aceitando subornos e outras coisas mais para alcançar seus objetivos de honrar mais a “Mamon” do que a Deus. Que Deus tenho misericórdia da igreja e que o Espírito Santo levante mais líderes honestos e conservadores das verdades bíblicas que honrem e adorem a Deus em tudo e tenham temor do Senhor. Mateus 6:33.

Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 




terça-feira, 7 de agosto de 2018

O QUE PENSO E DEFENDO SOBRE O ABORTO

 O QUE PENSO E DEFENDO SOBRE O ABORTO


"O pior crime da história da humanidade depois de matarem Jesus,  o inocente filho de Deus, é matar, é assassinar os que nem nasceram ainda.

É a loucura dos que já nasceram de querer tirar o direito de nascer e de viver dos que ainda não nasceram".

Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.


O que penso e defendo sobre o aborto  

A Preocupação dos Cristãos deve ser constante sobre este assunto. 

É justa a preocupação dos cristãos diante do malefício do aborto provocado e estes devem agir como agiriam ,em face de outra ameaça de igual monta. Há medidas que os cristãos podem tomar para restringir ou aniquilar essa tendência imoral:
Primeiramente, os cristãos podem orar pela intervenção divina nas atitudes dos homens. Isto poderia eliminar a degradação nacional dos padrões morais e consequentemente das leis que permitem essas iniquidades, tais como aborto provocado por conveniência.
O poder de um avivamento espiritual tem sido histórico no decorrer do tempo para a humanidade.
A França e a Inglaterra foram assoladas por revoluções no século 18. A França teve uma revolução política, que resultou em indescritível sofrimento e muito sangue derramado. 
A Inglaterra teve uma revolução industrial. 
A diferença entre as duas é que a Inglaterra experimentou um avivamento espiritual, que elevou o nível de vida no país, possivelmente afastando uma violenta revolução igual à que a França ex¬perimentou.

Destruir a vida de uma criança não nascida é flagrante desconsideração aos planos de Deus para com esta vida. É pecado, é crime, é assassinato de inocentes nascituros. É privar uma pessoa não nascida do privilégio de chegar a ser uma bênção, um instrumento nas mãos de Deus.

Um avivamento espiritual em nosso país teria uma influência salutar sobre o clima e a decadência moral hodiernos. Não somente a pureza da vida humana seria honrada e poupada, mas os padrões morais em geral seriam estimulados.
Muitos testemunhos de pessoas que seriam abortadas comprovam que elas ou eles nasceram porque houve temor de Deus pela conversão a Deus,  de suas genitoras. Quando acontece um avivamento espiritual as pessoas são tocadas pelo Espírito Santo para não cometerem tais atrocidades.

A Bíblia é enfática sobre o “Não matarás:

“Não matarás” (Ex 20,13). Jesus disse no Sermão da Montanha: “Ouvistes o que foi dito aos antigos: “Não matarás. Aquele que matar terá de responder ao tribunal”. Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encolerizar contra seu irmão terá de responder no tribunal (Mt 5,21-22).
Portanto, o quinto Mandamento não proíbe apenas “não matar”, mas todo ato ou pensamento que possa ferir o outro física ou moralmente. Assim, a calúnia, a difamação, a perseguição, a exploração da pessoa em qualquer forma, a vingança, o ódio, etc., são pecados contra o mandamento.
A Igreja deve ter por obrigação ensinar que toda vida humana, desde o momento da concepção até a morte, é sagrada, porque a pessoa humana foi formada à imagem e à semelhança do Deus vivo e santo. Por isso não se admite o aborto e nem a eutanásia, ambos são assassinato; são graves ofensas a Deus. Deus condena o crime do aborto; os que o praticarem e os que o promoverem.

Êxodo 23:7 “De palavras de falsidade te afastarás e não matarás o inocente e o justo; porque não justificarei o ímpio”.
O direito à vida é um bem pessoal e inalienável; sua preservação e proteção devem ser parte da responsabilidade do homem cristão.

Referências bíblicas sobre o assunto:

Gn 9.5,6: A vida deve ser protegida porque o homem é a imagem de Deus.

Dt 19.4: Pena para o homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

Dt 27.24,25: Pena para o homicídio doloso, quando há intenção de matar.

1Sm 2.6: Somente Deus, o Doador da vida, tem o direito de tirá-la.

Mt 5.21,22: O Senhor Jesus condenou o assassinato e o ódio.

Jo 10.10: O Senhor Jesus veio para que todos tenham vida.

Sobre Êxodo 20:13; Números 35:16-25.

Êxodo 20. 13 - Não matarás.

Números 35

16 - Porém, se a ferir com instrumento de ferro, e morrer, homicida é; certamente o homicida morrerá.

17 - Ou, se a ferir com pedra à mão, de que possa morrer, e ela morrer, homicida é; certamente o homicida morrerá.

18 - Ou, se a ferir com instrumento de madeira que tiver na mão, de que possa morrer, e ela morrer, homicida é; certamente morrerá o homicida.

19 - O vingador do sangue matará o homicida: encontrando-o, matá-lo-á.

20 - Se também a empurrar com ódio, ou com intento lançar contra ele alguma coisa, e morrer;

21 - ou por inimizade a ferir com a sua mão, e morrer, certamente morrerá o feridor; homicida é; o vingador do sangue, encontrando o homicida, o matará.

22 - Porém, se a empurrar de improviso, sem inimizade, ou contra ela lançar algum instrumento sem desígnio;

23 - ou sobre ela fizer cair alguma pedra sem o ver, de que possa morrer, e ela morrer, e ele não era seu inimigo nem procurava o seu mal,

24 - então, a congregação julgará entre o feridor e o vingador do sangue, segundo estas leis.

25 - E a congregação livrará o homicida da mão do vingador do sangue, e a congregação o fará voltar à cidade do seu refúgio onde se tinha acolhido; e ali ficará até à morte do sumo sacerdote, a quem ungiram com o santo óleo.
O mandamento sobre “não matar" é abrangente é caracteriza o verdadeiro   propósito de Deus pela proteção da vida. Sua vontade é que os seres humanos façam o mesmo. O tema é abrangente e complexo, razão pela qual deve ser estudado com diligência. A lei diz “não matarás”. Isso não contraria a guerra, a pena capital e o próprio pensamento cristão?

I. A abrangência do mandamento 

Este é o primeiro mandamento que consiste em uma proibição absoluta, sem concessão, expressa de maneira simples com duas palavras: “Não matarás” (Êx 20.13; Dt 5.17). A legislação mosaica dispõe sobre o tema ao longo do Pentateuco, cuja abrangência fala contra a violência, o assassinato premeditado e o não premeditado. Temas como guerra, pena capital, suicídio, aborto e eutanásia são pertinentes ao sexto mandamento.
A objetividade do mandamento reflete o ensino geral do Antigo Testamento sobre o respeito à santidade da vida. O Senhor Jesus incluiu aqui o ensino sobre o amor à vida e ao proximo (Mt 5.21,22). 
No novo concerto Ele inclui “pensamentos e palavras, ira e insultos”. O Novo Testamento considera homicida quem aborrece a seu irmão (1Jo 3.15). O objetivo deste mandamento é religioso e social, com o propósito de proteger a vida e trazer a paz entre os seres humanos (Mt 5.44; Rm 12.18).
“Não matarás” já era um mandamento antigo, mas agora é introduzido de uma forma nova. O respeito à vida era conhecido na Antiguidade pelos mesopotâmios, egípcios e gregos, entre outros. O Código de Hamurabi (1750 a.C.), rei da Babilônia, é um exemplo clássico, contudo não se revestia de autoridade divina. Essa é a primeira distinção entre os códigos antigos e a revelação do Sinai. A outra é que Deus pôs sua lei no coração e na consciência dos demais povos (Rm 1.19; 2.14,15).

II. A vida é muito importante e temos que preservá-la.

A vida é um dom de Deus e ninguém tem o direito de tirá-la (Gn 9.6). Somente Deus, que criou o homem à sua imagem, tem o direito de pôr fim à vida do ser humano (Gn 1.26,27; Dt 32.39). 
Três grandes personagens da Bíblia pediram a morte e não foram atendidas: Moisés, Elias e Jonas (Nm 11.15; 1Rs 19.4; Jn 4.3). Tudo isso nos mostra que a vida pertence a Deus, e não a nós mesmos. Deus sabe a hora em que a vida humana deve cessar, Ele é o soberano de toda a existência.
A proibição do mandamento é não assassinar, não matar. O verbo hebraico ratsach, “matar, assassinar, destruir”, aparece 47 vezes no Antigo Testamento, em sua maior parte nos textos legais. A primeira ocorrência é nos Dez Mandamentos (Êx 20.13). A tradução mais precisa das palavras lo e tirtsach seria: “não assassinarás”, ou “não cometerás assassinato”, pois “não matarás” é uma expressão genérica. O dispositivo mosaico proíbe o homicídio premeditado, o assassinato violento de um inimigo pessoal (Êx 21.12; Lv 24.17). O termo refere-se também a homicídio culposo, aquele em que não há intenção de matar (Dt 4.42; Js 20.3).
Não são raros os termos correspondentes que nos trazem a aplicação etimológica  do verbo ratsach nas línguas cognatas; no norte da Arábia foi encontrado o verbo radaha, “quebrar em pedaços, estilhaçar”. O termo ratsach não é usado na guerra nem na administração da justiça e não aparece no contexto judicial e militar. Parece haver uma única ocorrência em que ele é aplicado à pena de morte (Nm 35.30), mas estudos mostram que originalmente a ideia do verbo era de vingança de sangue contra os que tais crimes praticam, como por exemplo o do aborto.

Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor