segunda-feira, 31 de agosto de 2020

DEUS É O NOSSO REFÚGIO E FORTALECE O CANSADO

DEUS É O NOSSO REFÚGIO E FORTALECE O CANSADO

Salmos, 46.1-11

1.  Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem-presente na angústia.

2. Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares.

3. Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. (Selá).

4. Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo.

5. Deus está no meio dela; não será abalada; Deus a ajudará ao romper da manhã.

6. As nações se embraveceram; os reinos se moveram; ele levantou a sua voz e a terra se derreteu.

7. O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Selá).

8. Vinde, contemplai as obras do Senhor; que desolações tem feito na terra!

9. Ele faz cessar as guerras até ao fim da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo.

10. Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre as nações; serei exaltado sobre a terra.

11. O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Selá).


Deus Fortalece ao cansado. Isaías 40.29-31.


Isaías 40:29. (Deus) Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor.


O profeta Isaías dedica um capítulo inteiro do seu livro à descrição do consolo que o Senhor Jeová providencia para o Seu povo. Dentre outras promessas, escreve: “Ele fortalece o cansado e dá grande vigor ao que está sem forças”. (Isaías 40:29).


Muitos dizem que tentar viver como cristão é muito cansativo. Tudo, neste mundo, favorece a injustiça, as tentações, a iniquidade. As armadilhas que nos cercam nos machucam, quando caímos. E há ocasiões quando olhamos para fora, olhamos para dentro e sentimos as forças nos abandonar. Sentimos tristeza. E sentimos cansaço. Vontade, às vezes, de acordar com boas notícias, mas temos que esperar o agir de Deus e no tempo de Deus.


Quando chegamos ao ponto da exaustão, palavras doutrinárias já não nos ajudam muito, somente as misericórdias de Deus para nos acalentar.

Sabemos muito bem o ensino bíblico sobre as provações. Até entendemos que somente o fogo forte purifica o outro, fazendo com que as impurezas se separem dele. O raciocínio lógico, entretanto, não fala a linguagem dos nossos sentimentos. Na realidade, os conselhos e as críticas bem intencionadas chegam a nos irritar. Por isso, quando Isaías fala das restaurações que o Senhor promete aos cansados, ele não se baseia em argumentos, mas em fatos e na certeza de que para Deus não há nada impossível.

Ele simplesmente declara o que Senhor lhe revelou. E vai direto ao assunto: Deus fortalece o cansado. Ou aceitamos isto pela fé, ou nossa vida cristã perde o significado.

Aceitar pela fé é a postura do desesperado, que se agarra à mão estendida do Senhor. Para nós, os cansados, a saída é o salto absurdo da fé. Fé no fortalecimento divino, apesar de tudo e apesar de todos. Fé, quando não vemos mais a luz no fim do túnel. Fé, quando somos tentados a achar que o Senhor se esqueceu de nós. Fé que não para de repetir, teimosamente: Deus fortalece o cansado.


Deus fortalece aos cansados e sobrecarregados. Deus levanta os abatidos. Deus levanta do pó o desvalido e do monturo tira o caído.

Salmo 113.5-9.

5. Quem é como o Senhor, nosso Deus, que habita nas alturas;

6. que se curva para ver o que está nos céus e na terra;

7. que do pó levanta o pequeno e, do monturo, ergue o necessitado,

8. para o fazer assentar com os príncipes, sim, com os príncipes do seu povo;

9. que faz com que a mulher estéril habite em família e seja alegre mãe de filhos? Louvai ao Senhor!


A nossa sobrecarga e a nossa sobrevivência, nos faz totalmente dependentes de Deus. Ele cuida de nós no dia a dia. 

Porque Deus não sobrecarrega o homem mais do que é justo, para o fazer ir a juízo diante dele. Jó 34:23.

Porque, se alguém me contristou, não me contristou a mim senão em parte, para vos não sobrecarregar a vós todos. 2 Coríntios 2:5.

Se algum crente ou alguma crente tem viúvas, socorra-as, e não se sobrecarregue a igreja, para que se possam sustentar as que deveras são viúvas. 1 Timóteo 5:16.

Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os moços certamente cairão; Isaías 40:30.

Ali os maus cessam de perturbar; e ali repousam os cansados. Jó 3:17.

E vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem. 2 Tessalonicenses 3:13.

Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas, e os joelhos desconjuntados, Hebreus 12:12.

Porque satisfiz a alma cansada, e toda a alma entristecida saciei. Jeremias 31:25.

Não deste ao cansado água a beber, e ao faminto retiveste o pão. Jó 22:7.

E o rei e todo o povo que ia com ele chegaram cansados, e refrescaram-se ali. 2 Samuel 16:14.

O preguiçoso esconde a sua mão ao seio; e cansa-se até de torná-la à sua boca. Provérbios 26:15.

Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Isaías 40:29.

E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste. Apocalipse 2:3.

E Jacó cozera um guisado; e veio Esaú do campo, e estava ele cansado; Gênesis 25:29.

Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Mateus 11:28.

E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. Gálatas 6:9.

Os nossos perseguidores estão sobre os nossos pescoços; estamos cansados, e não temos descanso. Lamentações 5:5.

Estou cansado de clamar; a minha garganta se secou; os meus olhos desfalecem esperando o meu Deus. Salmos 69:3.

Tu, ó Deus, mandaste a chuva em abundância, confortaste a tua herança, quando estava cansada. Salmos 68:9.

Como água fresca para a alma cansada, tais são as boas novas vindas da terra distante. Provérbios 25:25.

Ela com mentiras se cansou; e não saiu dela a sua muita escuma; ao fogo irá a sua escuma. Ezequiel 24:12.

Porventura não vem do Senhor dos Exércitos que os povos trabalhem pelo fogo e os homens se cansem em vão? Habacuque 2:13.

Ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; porém não quiseram ouvir. Isaías 28:12.

Contudo tu não me invocaste a mim, ó Jacó, mas te cansaste de mim, ó Israel. Isaías 43:22.

E, como Gideão veio ao Jordão, passou com os trezentos homens que com ele estavam, já cansados, mas ainda perseguindo. Juízes 8:4.

E será que, quando virem Moabe cansado nos altos, então entrará no seu santuário a orar, porém não prevalecerá. Isaías 16:12.

E feriram de cegueira os homens que estavam à porta da casa, desde o menor até ao maior, de maneira que se cansaram para achar a porta. Gênesis 19:11.

E, vendo as multidões, teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor. Mateus 9:36.

Semearam trigo, e segaram espinhos; cansaram-se, mas de nada se aproveitaram; envergonhados sereis das vossas colheitas, e por causa do ardor da ira do Senhor. Jeremias 12:13.

As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer. Isaías 1:14.

Já estou cansado do meu gemido, toda a noite faço nadar a minha cama; molho o meu leito com as minhas lágrimas, Salmos 6:6.

Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão. Isaías 40:31.

E estava ali a fonte de Jacó. Jesus, pois, cansado do caminho, assentou-se assim junto da fonte. Era isto quase à hora sexta. João 4:6.

E zombará cada um do seu próximo, e não falam a verdade; ensinam a sua língua a falar a mentira, andam-se cansando em proceder perversamente. Jeremias 9:5.

E disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso se chamou Edom. Gênesis 25:30.

Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu entendimento. Isaías 40:28.

E perseguiu-os Davi, ele e os quatrocentos homens, pois que duzentos homens ficaram, por não poderem, de cansados que estavam, passar o ribeiro de Besor. 1 Samuel 30:10.

Portanto digo: Desviai de mim a vista, e chorarei amargamente; não vos canseis mais em consolar-me pela destruição da filha do meu povo. Isaías 22:4.

E irei sobre ele, pois está cansado e frouxo de mãos; e o espantarei, e fugirá todo o povo que está com ele; e então ferirei somente o rei. 2 Samuel 17:2.

Na tua comprida viagem te cansaste; porém não disseste: Não há esperança; achaste novo vigor na tua mão; por isso não adoeceste. Isaías 57:10.

Tiveram mais os filisteus uma peleja contra Israel; e desceu Davi, e com ele os seus servos; e tanto pelejaram contra os filisteus, que Davi se cansou. 2 Samuel 21:15.

Disseste: Ai de mim agora, porque me acrescentou o Senhor tristeza sobre minha dor! Estou cansado do meu gemido, e não acho descanso. Jeremias 45:3.

E dirás: Assim será afundada babilônia, e não se levantará, por causa do mal que eu hei de trazer sobre ela; e eles se cansarão. Até aqui são as palavras de Jeremias. Jeremias 51:64.

Tu me deixaste, diz o Senhor, e tornaste-te para trás; por isso estenderei a minha mão contra ti, e te destruirei; já estou cansado de me arrepender. Jeremias 15:6.

Bel está abatido, Nebo se encurvou, os seus ídolos são postos sobre os animais e sobre as feras; as cargas dos vossos fardos são canseiras para as feras já cansadas. Isaías 46:1.

E mel, e manteiga, e ovelhas, e queijos de vacas, e os trouxeram a Davi e ao povo que com ele estava, para comerem, porque disseram: Este povo no deserto está faminto, cansado e sedento. 2 Samuel 17:29.

Como te saiu ao encontro no caminho, e feriu na tua retaguarda todos os fracos que iam atrás de ti, estando tu cansado e afadigado; e não temeu a Deus. Deuteronômio 25:18.

Não me compraste por dinheiro cana aromática, nem com a gordura dos teus sacrifícios me satisfizeste, mas me deste trabalho com os teus pecados, e me cansaste com as tuas iniquidades. Isaías 43:24

E disse o rei a Ziba: Que pretendes com isto? E disse Ziba: Os jumentos são para a casa do rei, para se montarem neles; e o pão e as frutas de verão para comerem os moços; e o vinho para beberem os cansados no deserto. 2 Samuel  16.2.

Jumenta montês, acostumada ao deserto, que, conforme o desejo da sua alma, sorve o vento, quem a deteria no seu cio? Todos os que a buscarem não se cansarão; no mês dela a acharão. Jeremias 2:24.

Sejamos gratos a Deus por tudo o que Ele faz por nós no dia a dia.

Deus abençoe você e sua família.

Pr. Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.



segunda-feira, 24 de agosto de 2020

AS PRIORIDADES DA NOSSA VIDA NO DIA A DIA

AS PRIORIDADES DA NOSSA VIDA NO DIA A DIA 


O que é prioridade?

Uma prioridade é algo que consideramos importante em nossa vida. No início, esta palavra era usada no singular, designando aquilo que tem o primeiro lugar. Há algumas décadas o termo também é usado no plural, para decidir uma lista em ordem decrescente daquilo que é essencial em nosso viver. Isso significa definir qual a importância que cada área tem em relação às outras. 

Que áreas competem por nossa atenção? Espiritualidade, casamento, filhos, familiares, amigos, igreja, trabalho, saúde, descanso, formação educacional, cultura e lazer. Talvez você lembre de outras.


Nem sempre conseguimos manter estas áreas em equilíbrio. Ninguém consegue dividir seu tempo de modo a atender todas estas áreas satisfatoriamente. Ao listarmos nossas prioridades, portanto, definimos a relevância que damos a cada área de nossa vida. Por que precisamos fazer isso? Porque constantemente surgem momentos em que devemos escolher entre pessoas, valores e situações. São essas escolhas que revelam nossas prioridades, ainda que inconscientes; são nossas prioridades que determinam essas escolhas.

Um casamento não se desarranja da noite para o dia. Geralmente isso acontece ao longo de anos, muitas vezes porque o casal não deu a devida atenção às prioridades bíblicas e priorizou outros sonhos vendidos pela sociedade atual. As prioridades erradas consomem o casamento e destroem a família. Por isso, dedique sua atenção ao que a Bíblia ensina.


O que a Bíblia diz sobre prioridades?

Não há um texto bíblico único que faça uma lista das prioridades que Deus projetou para o ser humano. Contudo, podemos deduzir as corretas prioridades a partir de vários textos.

Certamente Deus está em primeiro lugar na lista, pois devemos amá-lo acima de todas as coisas. Êx 20.3. Jesus ensina que “o grande e primeiro mandamento” de acordo com Mt 22.37-38 é: “amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força (ou entendimento)”. Dt 6.5. A própria essência da vida está em nosso relacionamento com o Senhor. Jesus definiu a vida eterna assim: “que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. Jo 17.3. Jesus veio “para que tenham vida e a tenham em abundância”. Jo 10.10 e só ele tem “as palavras da vida eterna”. Jo 6.68.

Obviamente, este compromisso fundamental afeta tudo o mais na vida. Mas é preciso fazer uma ressalva. Jesus exorta a buscarmos o reino de Deus, Mt 6.33. Algumas pessoas se confundem, achando que isso significa atender todos os trabalhos da igreja. Esse não é o ponto aqui; priorizar o reino de Deus implica colocar o Senhor como Rei em nossa vida e aplicar suas regras a todas as esferas da existência. É fazer tudo em todo tempo para glorificar a Deus (1Co 10.31).

As demais prioridades se resumem no segundo grande mandamento: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Mt 22.39. Observe como o mundo bíblico sempre se divide em duas esferas: Deus e o restante. O relacionamento com Deus não é apenas uma categoria “espiritualidade” dentre tantas outras atividades. O Senhor é a base da nossa existência; tudo o mais se encaixa na segunda categoria.

Mas quem é esse próximo? Às vezes o idealizamos identificando-o com os estranhos no caminho, como o bom samaritano de Lc 10.30-37. A verdade é bem mais simples: próximo é aquele que está ao nosso lado, com quem convivemos. 

Quanto mais convívio, mais próximo, por isso deve receber mais amor. Não se trata aqui de paixão ou de emoções, mas de expressão concreta de serviço ao outro, colocando-o acima de nossos interesses, devoção que investe tempo, dinheiro e esforços.

Contudo, desempenhamos muitos papéis na sociedade. Convivemos com muitos próximos: cônjuge, filhos, familiares, amigos, colegas de trabalho, vizinhos, e várias outros que passam por nós a cada dia. Como definir quem tem prioridade? Como escolher a quem dar atenção em nosso escasso tempo?

Quem deve ter prioridade?

Para apresentar a lista de prioridades bíblicas, consideremos que sua situação é a de um adulto, casado, com filhos, familiares e amigos, com emprego e participante da igreja. Certamente serão necessários ajustes para outras situações; todavia, precisamos aprender essas prioridades para as viver e ensinar a outros.

Os primeiros capítulos da Bíblia revelam o propósito divino de nos colocar em relacionamento conjugal. A primeira ordem dada ao ser humano é a da união matrimonial e da geração da família: “Sede fecundos, multiplicai-vos”. Gn 1.28. O Senhor projetou o casal para ser “uma só carne”. Gn 2.24; o que pode ser mais próximo do que isso? Dessa forma, a pessoa mais próxima de nós e que deve ser mais amada é o nosso cônjuge. A partir desse princípio, Paulo ordena aos maridos que amem “sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama”. Ef 5.28-33. Ele confirma a ideia ao declarar com naturalidade que a pessoa casada cuida “de como agradar à esposa” e “ao marido”. 1 Co 7.33-34; cf. v. 3. Esse princípio é tão importante e antigo que o recém-casado não ia à guerra no primeiro ano do matrimônio, pois “promoverá felicidade à mulher que tomou”. Dt 24.5.

Portanto, seu cônjuge é a pessoa mais valiosa para você na terra; somente Deus é mais importante. Deus é a prioridade nº 1; seu cônjuge, a nº 2.


Depois do cônjuge, o relacionamento mais importante é com os filhos e, depois, com a família estendida. Contra o atual “filhocentrismo”, enfatizamos que o relacionamento do casal é sempre mais importante do que a dedicação aos filhos. O matrimônio é uma relação vitalícia e íntima; já os filhos não ficarão em casa para sempre, pois devem amadurecer e desenvolver seus próprios relacionamentos. O melhor presente que os pais podem dar aos filhos é desenvolver um relacionamento conjugal sadio, forte e transbordante de amor. Isso começa na escolha diária de priorizar o cônjuge acima dos filhos. Em resumo, os filhos, até casarem, devem ter prioridade sobre outras áreas da vida, como amigos, trabalho e lazer. Somente Deus e o cônjuge são mais importantes que os filhos.

Do mesmo modo, a Bíblia recomenda a dedicação dos filhos adultos aos pais que não mais sobrevivem independentemente 1Tm 5.4,16. Nossa obrigação não termina na família imediata, cônjuge e filhos solteiros, mas se estende à família ampliada, filhos casados, pais, tios, primos, avós. “Se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente”. 1Tm 5.8. Jesus repreende os fariseus pela desculpa religiosa para não sustentarem seus pais, Mc 7.11-13. Quanto devemos priorizar a família ampliada? Essa é uma questão difícil e deve ser decidida caso a caso.

A família certamente é um projeto de Deus e ela deve ter prioridade. O mundo tenta inverter isso constantemente, afirmando que é mais importante que sejamos bem-sucedidos em nossa carreira profissional e que para ter sucesso tem que abandonar tudo e seguir seus objetivos. 

 Então, qual é o lugar do trabalho em nossa vida? Trabalhar é a segunda ordem de Deus: “enchei a terra e sujeitai-a, dominai…”. Gn 1.28. Não devemos aceitar a condição de sermos escravos do trabalho não importando o tipo dele. Deus colocou o homem sobre a terra como administrador, para desenvolver as potencialidades da criação e levá-la a glorificar o Criador. O trabalho é o exercício, não necessariamente remunerado, da vocação dada por Deus a cada um individualmente; e para o que Deus nos capacitou. Somos livres para escolher em que área trabalharemos, pois toda vocação é digna! Assim, por um lado, todos precisam trabalhar para cumprir sua parte nessa missão. “Se alguém não quer trabalhar, também não coma”, é a recomendação do apóstolo Paulo aos Tessalonicenses 2Ts 3.10. Por outro lado, a sociedade atual coloca demasiada pressão no sucesso profissional, relegando a família e Deus ao escanteio. O trabalho é importante para honrarmos a Deus, mas não pode ter mais prioridade do que o Senhor Deus e ou a família.

E as outras áreas da vida?

Paulo confirma essa ordem de prioridades em Efésios 5.15–6.10. Ao discorrer sobre aproveitarmos melhor o tempo, Paulo segue as prioridades bíblicas:
1ª) Obedecer à vontade do Senhor e encher-se do Espírito. Ef. 5.17-21;
2ª) Desenvolver amor e submissão no relacionamento conjugal. Ef. 5.22-33.
3ª) Desenvolver honra e disciplina nos filhos, sem irritá-los. Ef. 6.1-4;
4ª) Desenvolver obediência e boa vontade no trabalho. Ef. 6.5-9.
5ª) As demais áreas da vida, incluindo a igreja, são resumidas em “Quanto ao mais, irmãos...”. Ef. 6.10.

Assim, é errado priorizar as atividades da igreja em detrimento do trabalho, o exercício da vocação que Deus lhe deu, ou família. A família e o trabalho são as primeiras e principais esferas de nossa adoração e serviço a Deus. De fato, se a pessoa não cuida bem da família, não é qualificada para o trabalho na igreja. 1Tm 3.4-5,12. 

Contudo, dentro desse pacote que inclui os demais relacionamentos do cotidiano, Paulo ordena que priorizemos a família da fé. Ef. 6.10. Em resumo, o reino de Deus deve ser prioridade em nossa vida. Mt 6.33, mas sua principal expressão está em nossa vida individual com Deus, em nosso casamento e vida familiar e no exercício de nossa vocação profissional. Somente depois devemos nos ocupar da expansão do reino por meio das atividades da igreja.

Nesse sentido, entra aqui a prioridade do relacionamento com a sociedade, fora do escopo da família e do trabalho. Precisamos nos relacionar com amigos e pessoas fora da igreja para anunciarmos continuamente o amor de Deus. Afinal, Jesus ordenou: “assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”.Mt 5.16. Além disso, nossa ética e compromisso com a justiça social de Deus não se limita à família da fé: “façamos o bem a todos, mas principalmente os domésticos da fé” Gl 6.10.

Alguns estudiosos cristãos listam por último a realização e o bem-estar pessoal. 

Certamente, o Senhor deseja que alcancemos a verdadeira felicidade, e a obteremos se o obedecermos. Por isso, de fato, essa prioridade permeia todas as demais. Especificamente, a Bíblia nos exorta ao lazer e à alegria com amigos e familiares, como fruto merecido do trabalho. Ec 2.24-25, e à moderação no trabalho e ao desapego às riquezas. O descanso é essencial para o correto viver na presença de Deus, pois ele mesmo determinou que trabalhemos apenas seis dias, dando a entender que temos que ter um dia de descanso, Êx 20.9, para descansarmos no sétimo. A igreja primitiva seguiu o que Jesus ordenou, passando a ter o dia de domingo como dia de adoração a Deus e o dia especial de cultuar ao Senhor. Nesse dia se descansa do trabalho material e se presta culto ao Senhor Jesus.  

Uma vez determinadas as prioridades, é hora de verificarmos se elas estão se concretizando em nossa vida. A maneira mais prática é examinar como investimos nosso tempo e dinheiro. Essas são duas áreas que revelam facilmente quais são as nossas prioridades, especialmente após você eliminar os compromissos fixos, tempo no emprego e contas fixas. Se seguirmos as prioridades bíblicas, nossa vida entrará em harmonia e conseguiremos dizer “não” às atividades extras que surgem para nos desviar do prioritário, mesmo quando parecem obras piedosas, urgentes ou necessárias, que às vezes precisam ser deixadas para outros realizarem. Nosso envolvimento em cada atividade da vida precisa seguir as prioridades do Senhor a quem servimos.

Finalmente, devemos recordar que essa relação de prioridades não visa gerar culpa em você e nem julgamentos sobre os outros; antes, ela indica princípios divinos para que alcancemos a verdadeira felicidade.


Avaliando o padrão de nossas prioridades.

Infelizmente, durante milênios, o homem ou o ser humano tem trocado o relacionamento de intimidade com Deus por pessoas, ídolos e por outras coisas. Essas pessoas não sabem o mal que estão fazendo à si mesmas e não sabem ao certo quais são as suas prioridades. 

Eles têm centrado suas vidas no dinheiro, bens materiais, oportunidades, fama, riquezas, sucesso e tantas outras coisas passageiras.

Em Lucas 12.15, o Senhor Jesus afirmou:

“Prestem atenção, a verdadeira vida de uma pessoa não depende das coisas que ela tem, mesmo que sejam muitas”. Segundo Jesus, a vida não pode ter como prioridade as coisas que se pode possuir.

Salomão, ao chegar ao fim de sua vida e fazer uma análise sobre ela, tendo conseguido tudo o que achava importante, fez a seguinte afirmação em Eclesiastes 2.22,23: “Nós trabalhamos e nos preocupamos a vida toda e o que é que ganhamos com isso? Tudo o que fazemos na vida não nos traz nada, a não ser preocupações e desgostos. Não podemos descansar, nem de noite. É tudo ilusão”, (vaidade).

Sendo assim, é preciso que você analise com cuidado suas prioridades e pergunte a si mesmo: 

Pelo quê e porquê corro tanto? 

Tudo o que faço tem melhorado o meu relacionamento e a minha comunhão com Deus,  com meu cônjuge, filhos, pais, parentes e amigos?

Se eu perdesse tudo o que possuo, como eu reagiria? 

Estou dominando as coisas ou elas estão me dominando? Quais são as prioridades da minha vida?

Se coisas ou alguém estão lhe tirando do relacionamento com Deus, esteja certo de que elas também devem estar lhe afastando das pessoas e já tornaram-se ídolos em sua vida. 

Os ídolos sempre competem com Deus, são pecados e jamais podem lhe trazer felicidade, porque a felicidade segundo Deus está em obedecê-Lo, amá-Lo e em amar e servir às pessoas.

As quatro maiores prioridades de  nossas vidas devem estar nessa ordem de valores. 

A escala de valores de muitos cristãos está desordenada. Alguns estão vivendo de modo desordenado porque não fazem a menor ideia do que as Escrituras ensinam a respeito do assunto; outros porque mesmo tendo os valores e prioridades devidamente ordenados no conceito mental, não conseguem tê-los na prática. Acabam deixando que aquilo que é urgente tome o lugar daquilo que é importante.

A primeira coisa a ser feita ao ordenarmos nossos passos, é conhecer a escala de valores do ponto de vista de Deus, aquilo que a Bíblia ensina. Depois, é lutar por fazê-la funcionar.

Deus em primeiro lugar. Deus é a nossa prioridade singular e em primeiríssimo lugar devemos amar a Deus sobre todas as coisas. Mt.6.33. 

Não há nada, absolutamente nada que possa ocupar o primeiro lugar de nossas vidas, a não ser Deus. O mandamento dado a Moisés foi lembrado e enfatizado pelo próprio Senhor Jesus.

“Aproximou-se dele um dos escribas que os ouvira discutir e, percebendo que lhes havia respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos?

Respondeu Jesus: O primeiro é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças. 

E o segundo é este: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que esses”. Marcos 12.28-31.


Amar ao Senhor de todo o nosso coração, alma, entendimento e forças, é colocá-lo em primeiro lugar nas nossas vidas. Jesus deixou bem claro a qualquer que quisesse segui-lo como discípulo, que deveria reconhecê-Lo em primeiro lugar em suas vidas, na frente das pessoas que normalmente nos são as mais amadas e queridas.

“Se alguém vier a mim, e não aborrecer a pai e mãe, a mulher e filhos, a irmãos e irmãs, e ainda também à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não leva a sua cruz e não me segue, não pode ser meu discípulo. Assim, pois, todo aquele dentre vós que não renuncia a tudo quanto possui, não pode ser meu discípulo”. Lucas 14.26,27 e 33.

O Senhor deve estar na frente dos pais, cônjuges, filhos e qualquer outro familiar. Deve ser o primeiro valor em nossa lista ou escala de prioridades. Deve vir antes de nossa própria vida. Deve vir antes de nossos bens ou quaisquer outras coisas. Quando falamos sobre “Deus vir antes de tudo", não é porque as coisas que nos dispomos a renunciar não tem mais lugar em nossas vidas e sim que elas vêm e devem vir depois de Deus em nossas vidas. 

Por exemplo, se o meu cônjuge, incomodado com minha fé me dá um ultimato e me manda escolher entre ele ou Deus, me disponho a sacrificá-lo e ficar com Deus, pois Deus é o maior valor de minha vida. Mas, se mesmo não sendo cristão, meu cônjuge não se importa que eu busque ao Senhor, então ele, o meu cônjuge  passa a ser meu segundo maior valor e ou prioridade, 1 Co 7.12,13.

O primeiro lugar de nossas vidas, indiscutivelmente é e sempre será  Deus:

“Mas buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Mateus 6.33.

Isto não quer dizer que as outras coisas não cabem em nossas vidas, mas que elas vêm depois de Deus.

A família vem em segundo lugar. 

Muita gente tem errado ao pensar que a igreja ou o ministério vem depois de Deus, é como um caso que ouvimos.

Uma senhora do interior disse que Deus a chamou para uma missão, para fazer a obra de Deus e desapareceu de casa por mais de um mês. 

Quando os irmãos da congregação perceberam o que estava acontecendo, tiveram que cuidar dos filhos desta mulher que não tinham o que comer e nem vestir.

O marido estava furioso porque roupas chegaram a apodrecer no tanque enquanto a família aguardava ansiosa o término da tal “missão”. Uma mulher desta nunca leu a Bíblia ou se leu entendeu errado quanto às suas responsabilidades e suas prioridades diante de Deus, da família e da igreja, bem como faltou a devida orientação pastoral.  

Até no caso de diminuir a intensidade do contato físico para se dedicar à oração, o casal deve estar em acordo. 1 Co 7.5.

Mas aquela mulher não consultou seu marido, ela apenas disse: “Deus me chamou e eu estou indo”. E ainda por cima dizia que o marido era “carnal” a ponto de não discernir a voz de Deus.

Veja o que as Sagradas Escrituras ensinam acerca do lugar da família na nossa escala de valores.

“Mas, se alguém não cuida dos seus, e especialmente dos da sua família, tem negado a fé, e é pior que um incrédulo”. 1 Timóteo 5.8.

Não há dúvida que a família é nossa segunda prioridade depois de Deus. Se alguém negligenciar sua família por causa da igreja, do ministério, ou de qualquer outra coisa, por mais “espiritual” que pareça, está contra a Palavra de Deus. Paulo disse que tal pessoa está negando a fé e é pior do que um incrédulo. Agora veja, Paulo estava falando com os crentes que iam à igreja mas estavam negligenciando o que deveriam fazer em favor de suas famílias e do lar.

Logo, concluímos que a família vem antes da igreja na nossa escala de valores. Há um outro texto que mostra claramente a família como uma prioridade antes da igreja e do ministério. É o conselho pastoral que Paulo queria estender a todos os ministros debaixo da supervisão de Timóteo.

É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com todo o respeito, pois, se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de Deus? 1 Timóteo 3.2,4 e 5.

Observemos que o homem de Deus deve ser exemplar quanto à sua família. Fiel à sua esposa, e governando bem sua casa e seus filhos, caso contrário não poderá cuidar da igreja e do seu ministério.

A Palavra de Deus não deixa a menor sombra de dúvida quanto ao lugar que nossa família deve ter na nossa escala de valores. Mas muitos cristãos tem negligenciado a sua família. Muitos pais que não dão tempo e atenção aos seus filhos se queixam de vê-los desviados, mas não se apercebem que estão andando em desordem.

Há esposas perdendo seus maridos e vice-versa, porque não os colocaram no lugar certo na escala de valores. É hora de ordenarmos nossos passos e darmos a atenção, honra e dedicação devida à família.


O trabalho vem em terceiro lugar. 

É impressionante a facilidade com que nos levamos aos extremos. De um lado, temos na igreja, pessoas que são viciadas em trabalho e cujas vidas não estão em ordem, pois desrespeitaram a escala bíblica de prioridades e valores, pondo o trabalho em primeiro lugar. De outro, temos aqueles que relegaram ao trabalho o último lugar na sua escala de valores, ou que nem mesmo colocam o trabalho em suas prioridades.

Quando a Bíblia fala daquele que não cuida da sua família sendo pior do que o descrente, 1 Tm.5.8, está falando, no contexto, sobre sustento material, sobre provisão das necessidades físicas. Um cristão que não leva a sério o trabalho, à ponto de deixar sua família passar necessidade, está violando dois valores importantíssimos que vem logo depois de Deus.

O trabalho é uma ordem bíblica. É o meio do homem sustentar sua casa e viver dignamente. Além disto, por meio do seu ganho ele também poderá servir ao reino de Deus e ao necessitado com suas dádivas, dízimos e ofertas para a obra de Deus. 

“Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado”. Efésios 4.28.

A Palavra de Deus também diz que aquele que não trabalha está andando desordenadamente, fora do plano de Deus.

“Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: Se alguém não quer trabalhar, também não coma. Pois, de fato, estamos informados de que entre vós há pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes se intrometem na vida alheia. A elas, porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando tranquilamente, comam o seu próprio pão”. 2 Tessalonicenses 3.10-12.

O mandamento de Deus é claro: quem não trabalha, não deve ser sustentado pelos outros, a menos que seja doente e portador de necessidades especiais. Cada homem ou mulher tem a obrigação e responsabilidade de se envolver com o trabalho; isto não apenas o proverá quanto às suas necessidades, mas ocupará corretamente o seu tempo, livrando-o de outros problemas que possam surgir para atrapalhar sua comunhão com Deus. Há um ditado popular que diz: “Mente vazia é oficina do diabo".

Paulo se orgulhava de nunca ter sido um peso para ninguém, e de suas próprias mãos, seu trabalho material,  terem lhe provido o sustento. At 20.34. 

Mesmo quando Deus chama alguém para o ministério de tempo integral, o que também é trabalho, deve-se ter a sensibilidade de reconhecer que em determinados momentos, devido à falta de recursos, nada há de errado em se trabalhar secularmente até que a condição de sustento mude; foi isto que aconteceu com Paulo em Corinto. At 18.1-5.

Na vida dos que se dedicam de tempo integral, o ministério se enquadra na prioridade “trabalho”. Jesus ao enviar seus discípulos para pregar e ministrar ao povo, aplicou a eles o termo “trabalhadores” e mencionou seu direito de salário, que é a recompensa legítima do trabalhador. Mt 10.7-10.

Alguns estudantes crentes não sabem onde devem colocar seus estudos nestas escalas. 

Considerando que o estudo é um meio de profissionalização e preparo para melhores trabalhos, deve ser colocado no mesmo lugar que o trabalho.

Algumas famílias conseguem manter seus filhos somente estudando sem que trabalhem, mas a maioria não. 

Portanto devemos aconselhar e encorajar nossos jovens que enfrentem a correria de exercer as duas atividades, pois independentemente da necessidade financeira o trabalho engrandece e amadurece a pessoa.


A igreja vem em quarto lugar. 

Para muitos parece falta de espiritualidade deixar a igreja depois da família e do trabalho, mas esta é a forma correta de encarar nossas prioridades. Mas note que estamos falando de valores e sua ordem, e não sobre a escolha de quais destes fatores terão lugar ou não em nossas vidas. Todos eles devem ter lugar em nossas vidas.

O fato da família vir antes que a igreja, não me dá o direito de não ir à igreja. Isto significa apenas que eu não devo negligenciar minha casa por causa da igreja, mas não me dá o direito de abandonar a igreja, pois lá é o lugar de mostrar publicamente nossa fé em Deus e dando o devido lugar de nossas vidas ao Criador. 

Muitas pessoas não vão aos cultos porque teem que passear com a família e escolhem justamente só os horários dos trabalhos, cultos e reuniões da igreja para fazer isso; é muito errado proceder dessa maneira. Se você quiser fazer um passeio ou lazer ou praticar outras atividades físicas e sociais, faça, mas sem o prejuízo das suas atividades e seus compromissos normais com a igreja.


Devemos passear com nossos familiares, mas isto deve ser programado a fim de não coincidir com outros valores essenciais em nossas vidas, como o horário do culto na igreja. Não podemos deixar de nos envolver com a igreja.

“Não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia”. Hebreus 10.25.

É necessário que o crente em Jesus seja fiel em frequentar sua igreja. Não apenas porque ali ele é edificado e fortalecido, mas principalmente porque esta é a forma de andarmos debaixo de cobertura espiritual.

Precisamos uns dos outros; precisamos do relacionamento com os irmãos. A Bíblia diz que o que vive isolado insurge-se contra a verdadeira sabedoria. Pv.18.1.

Embora vindo depois da família e do trabalho, a igreja é um valor precioso que deve vir antes de qualquer outra coisa ligada à vida social.

Quanto à igreja nós devemos lembrar que somos servos do Senhor Jesus para serví-lo em espírito e em verdade e não como escravos da religiosidade numa denominação, seja ela qual for. A denominação religiosa nunca deve criar escravos da religiosidade, mas servos dedicados ao Senhor Jesus Cristo nosso Eterno Salvador. 


Se dermos o valor devido a cada uma destas atividades, mantendo-as em ordem na escala de valores e respeitando o que a Bíblia nos ensina sobre nossas prioridades, então em nosso dia-a-dia deixaremos de ter muitos dos problemas que já tem nos incomodado tanto.

Deus abençoe você e sua família. 

Pr. Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.







segunda-feira, 17 de agosto de 2020

A FORTE MENSAGEM DE DEUS PARA MOISÉS

A FORTE MENSAGEM DE DEUS PARA MOISÉS 


A passagem pelo Mar Vermelho foi um dos mais importantes passos na história de Israel. Para nós isto é significativo devido às lições espirituais que podem ser tiradas ao meditarmos neste evento.

Podemos primeiramente considerar que este aparente incidente é frequentemente mencionado nas Escrituras como um testemunho do poder de Deus e da incapacidade do homem de enfrentá-lo. (Isaías 51:15, Salmo 136:13-15, 106:7-8).

O relato Bíblico deve ser um grande apoio para a nossa fé quando provas e inimigos nos cercam e ficamos sem saída como o povo Hebreus diante daquela situação. 

Paulo também usa o relato de Êxodo 14 para exortar o povo de Deus a fidelidade. Ele aponta para a passagem do Mar Vermelho como uma figura do batismo, (1 Coríntios 10:1-2) que publicamente declara a autoridade de Moisés sobre a nação. A aplicação que Paulo faz é muito simples. Muitos daqueles que foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar, morreram no deserto da falta de fé e por incredulidade causando até rebelião no meio das tribos de Israel. Isto deveria servir de aviso para aqueles que professam Cristo quando batizados para provar assim a autenticidade de suas conversões através da perseverança na fé. Devemos ser perseverantes na fé não importando as circunstâncias que nos cercam. (1 Coríntios 10:1-12).


A primeira prova na saída do Egito foi como uma prova de fé para os Hebreus.Ex.14.1-2.

A direção dada pelo Senhor colocou Israel em um aparente impasse. No fim da linha eles ficaram cercados pelos três lados, ou seja, pelas montanhas, pelo deserto e pelo mar. Certamente que a carne nunca teria escolhido aquele caminho. Aqueles que seguem a Cristo acabam se achando na mesma situação em muitas ocasiões. (2 Coríntios 4:8).

Na provação somos abençoados se perseverarmos na fé em Deus. Ex. 14.3-4.

Nós devemos aprender que Deus não está interessado em nosso conforto, mas em Sua glória e em nosso bem espiritual. O Senhor estava criando ali uma oportunidade para demonstrar Seu poder, destruir os inimigos de Israel e fortalecer a fé do Seu povo para a longa caminhada pelo deserto. Que nós também possamos olhar para as provações como uma oportunidade divina de sermos abençoados. (2 Coríntios 4:7-11, 17).

Esta situação levou Faraó a pensar que seria uma boa oportunidade para capturar Israel. A direção tomada por eles provavelmente o levou a pensar que eles não estavam retornando. Talvez a aparente tolice da direção tomada por Israel, fez com que ele pensasse que Deus os havia abandonado. Enquanto ele se recordava do tesouro perdido e da perda do trabalho escravo, e enfurecido, o seu coração se endureceu. Deus preparou a armadilha e Faraó engoliu a isca.

Quão cedo o rei se esqueceu do poder e do julgamento de Deus. Que tolice perseguir o povo de Deus quando o Egito já se encontrava em ruínas. Que isto possa permanecer como um aviso á todos que por teimosia espiritual tentam a Deus para endurecê-los em seus próprios pecados, como uma forma de julgamento. Aqueles cujas vidas não dão testemunho da glória e da graça de Deus, se tornarão em ruínas e serão destruídos pelo poder da mão de Deus e de Sua espantosa ira e poder. (Romanos 9:17-23).


Quando aparentemente somos alcançados e atingidos pelos inimigos. Versículos 5-9

O povo de Israel, de quase dois milhões de pessoas, pareciam meras ovelhas sem rumo e sem pastor diante do treinado e equipado exército Egípcio. Considerando-se que haviam seiscentos carros escolhidos, o número de carros comuns deveria ser imenso. O povo de Deus parecia estar em muita dificuldade. Na verdade eles estavam sob a vontade de Deus e em Suas mãos. Nenhum lugar poderia ser mais seguro naquele instante e naquela situação se não fosse a poderosa mão de Deus com Moisés e com aquele povo todo assustado e quase sem direção. 

A falta de fé é a causa maior de muitas derrotas. Israel foi incentivada por Moisés e Arão a ter fé diante do mar vermelho. Versículos 10-12.


O aparecimento repentino do exército do Faraó, levou Israel a perder totalmente a coragem. Deveríamos ficar surpresos por ver Faraó esquecer-se tão rapidamente do poder de Deus, quando vemos Israel tão cedo vacilar em sua fé? A verdadeira fé considera Deus e não as circunstancias (Romanos 4:19-20).


O resultado da fé é a vitória onde não tem saída. Versículos 13-14.


Este não foi um dos momentos mais heróicos de Moisés? Não há nenhuma evidência de que sua fé tenha vacilado. As três ordens de comando dadas a Israel, contém a ordem que a fé segue:

“Não Temais” ! O Senhor Jesus utilizou estas palavras com muita frequência (Lucas 12:32). Deus nos remiu para depois nos deixar perecer? A “fé” e o “temor das circunstâncias” não podem coexistir.

“Estai Quietos” ! No caso de Israel isso literalmente deveria ser obedecido. Eles não deveriam fugir e nem lutar. Mesmo quando somos chamados a agir, deve haver uma calma interior vinda da confiança e do descanso nas promessas de Deus.

“Vede o Livramento do Senhor”. Enquanto os versículos 13b e 14 são promessas, esta declaração deve ser vista como um comando. A verdadeira fé não se importa com o que Faraó iria ou pretendia fazer, mas com o que Deus estava prestes a fazer. 

Deus deu a ordem para o povo marchar em direção a um lugar desconhecido, o fundo do mar vermelho, quando Ele, Deus, abriu as águas para o povo passar rumo à vitória. Versículos 15-18.


Enquanto Moisés estava externamente confiante, por dentro ele clamava á Deus. Quando a ordem vem, Deus diz á Moisés que pare de orar e obedeça. Nós não precisamos orar a respeito da obediência quando a vontade de Deus já é conhecida.

O cuidado de Deus no deserto para com o povo de Israel. A bênção da proteção constante para o povo que marchava rumo ao mar vermelho e ao deserto por ordem de Deus foi evidenciada pela coluna de nuvem enviada para os proteger dos inimigos Egípcios que se aproximavam.  Versículos 19-20.


A coluna de nuvem moveu-se para trás do campo de Israel para protegê-los. A luz foi providenciada para Israel enquanto os Egípcios tropeçavam nas trevas. Deus sempre Se coloca entre Seu povo e o perigo.


Para abençoar o povo de Israel Deus abriu o mar vermelho. Deus realiza o impossível para quem tem fé e Lhe obedece. Versículos 21-22.



O que parecia ser uma rua sem saída se tornou a estrada principal para a fé (Hebreus 11:29). Muitos têm tropeçado sobre a grandeza deste milagre. Todos que tentaram encontrar uma explicação natural, falharam. Os filhos de Deus só podem dizer: “Há alguma coisa difícil para o Senhor?”


A derrota dos inimigos de Deus e do seu povo ficou bem evidente. A tolice do Faraó do Egito em tentar lutar contra Deus, lhe causou só prejuízos e derrotas. Versículos 23-25.


Sob trevas, o exército dos Egípcios dificilmente sabia onde eles estavam. Assim que clareou, eles puderam perceber o perigo em que se encontravam. Os carros que eles tanto confiavam não puderam ajudar (Salmo 20:7). A memória do julgamento anterior de Deus deve ter vindo á memória. Eles foram assolados pelo terror. Este terror irá um dia assolar os corações de todos aqueles que lutam contra Deus (Apocalipse 6:15-17).


Não existe nenhuma possibilidade de alguém lutar contra Deus e o Seu povo e ter resultados positivos em seus intentos. O famoso, grande e bem equipado exército do Faraó que perseguia o povo Hebreus para destruí-los, foi derrotado de maneira humilhante no fundo do mar vermelho. Versículos 26-30.



Assim podemos ver todos os remidos salvos e todos os mundanos Egípcios perdidos. O maior de todos os exércitos da terra pereceu rapidamente sem que Israel movesse um dedo.


Os próprios Hebreus incrédulos que criticaram Moisés e Arão, viram inimigos morrerem todos afogados nas profundezas do mar. Queriam ver Moisés derrotado, mas viram a grande vitória que Deus lhes deu pela palavra de Moisés. Eles, os críticos Hebreus, queriam ver para crer o milagre acontecer, enquanto deveriam crer para ver o milagre ser realizado. Versículo 31.


Aqueles que pensavam que iriam morrer, viram seus inimigos mortos na praia. Isto confirmou a liderança de Moisés (I Coríntios 10:1-2) e provocou temor nos futuros inimigos de Israel (Josué 2:10-11).

Israel se alegrou nesta grande obra de Deus. Como é triste ver que o povo tinha que primeiro ver para depois exaltar ao Senhor. Este tipo de fé falha quando surgem novos problemas. Neste caso a confiança deles durou três dias (Êxodo 15:22-24). Que possamos considerar sempre as palavras de Cristo ditas ao duvidoso Tomé (João 20:29).


Diante do mar vermelho Deus diz: “Moisés, diga ao povo que marchem...”.

Diga ao povo que marchem... foi uma palavra dita por Deus a Moises defronte do seu maior desafio naquele caminho na chegada ao mar vermelho. Os Hebreus tinham saído do Egito por ordem de Deus e agora estavam enfrentando um de seus principais desafios que só poderiam ser superados pela fé.

Ao observar o texto bíblico de Êxodo Capítulo 14, dos versículos 14 em diante, vemos o Senhor Deus agindo de uma forma muito peculiar dEle mesmo.


Ele repreende ao povo por sua inobservância do Deus grande que estava ao lado deles. O problema que os Hebreus estavam enfrentando era tão grande que eles ficaram como que paralisados e sem ação. 

Deus então entra com um tratamento psicológico para o povo e diz para Moisés: "Diga ao povo que marchem". Quando as coisas estão sem saída para nós, devemos observar o que Deus vai falar e quando Ele der a ordem, então devemos marchar. 


Essa era uma mensagem de encorajamento, Deus entra na história dos hebreus mais uma vez para resolver os problemas imediatos, mas precisava do povo marchar, não ficar parados ou até paralisados diante daquele tão grande desafio. 


Bom, e agora, em nossos dias o que fazer diante de tão grandes desafios diários que temos de enfrentar?

Uns com problemas de baixa estima, outros com problemas de depressão, outros com problemas de enfermidades e de doenças raras, outros com problemas financeiros, outros com problemas sentimentais, matrimoniais, etc e etc; são tantos os problemas que enfrentamos diariamente que as vezes dá vontade de parar, jogar tudo para os ares e deixar acontecer aquilo que não gostaríamos que acontecesse. 



Mas, graças a Deus que nos guia e conhece nosso interior e sabe até onde cada um pode aguentar e através do Espírito Santo o Senhor Jesus entra com providências imediatas para realizar uma cura interior no mais profundo do nosso coração e da nossa alma, onde nenhum remédio pode penetrar e onde nenhum  remédio químico ou fitoterápico pode reagir. 


Deus nos encoraja todo dia, toda hora e nos incentiva a marchar mais um pouco, a marchar mais um dia, mais um mês, mais um ano, e assim nossa trajetória nessa vida que parecia que não tinha sentido, Deus dá sentido em nossa vida e nos encoraja a marchar todo dia rumo a vitória em nome do Senhor Jesus Cristo nosso eterno Salvador.


Israel marchou no deserto por quarenta anos até ver a terra prometida e adentrar por ela para tomar posse. Então se você já andou até aqui e já, pela fé, caminhou dez, vinte, trinta cincoenta, setenta, noventa ou mais anos e ainda não alcançou o que Deus lhe prometeu, pode ter certeza que Deus irá cumprir aquilo que prometeu. Você lembra da história de Abraão e Sara não tinham filhos porque Sara era estéril e não podia gerar filhos? Pois é Sara ficou grávida e gerou seu filho Isaque aos noventa anos quando Abraão já tinha cem anos. Genesis  Capítulo 21, compensa ler esta história. 


Deus abençoe você e sua família. 


Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor


segunda-feira, 10 de agosto de 2020

PASTORES QUE APASCENTAM A SI MESMOS

PASTORES QUE APASCENTAM A SI MESMOS

Esta postagem está baseada no capítulo 34 do livro do profeta Ezequiel. 

Curiosidades Bíblicas sobre Ezequiel. 

Ezequiel significa o profeta do cativeiro. Profetizou em Babilônia todos os 22 anos de seu ministério. Como Jeremias, era também sacerdote. Ao contrário dos profetas anteriores ao exílio, que foram primeiramente enviados a Judá, ou às dez tribos, Ezequiel foi enviado aos filhos de Israel, a toda a casa de Jacó. Seu livro profético é complementado por muitas visões. 

Seu conteúdo é dividido por capítulos da seguinte forma.

a) a chamada do profeta. (1 - 3);

 b) a sorte de Jerusalém e da nação. (4 - 24);

c) profecias contra as nações. (25 - 32);

d) a restauração de Israel. (38 - 48).

“Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o Senhor  Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas?” Ezequiel 34:2.

Enquanto pensamos sobre o significado desta repreensão do Senhor através do profeta Ezequiel, sobre apascentar a si (a nós) mesmo, nos vem à  nossa mente as escolhas e decisões que tomamos e ou que teremos que tomar em nossas vidas cujos motivos eram e ou são o apascentar as ovelhas do Senhor Jesus.

Quantas decisões e escolhas que fazemos afetam diretamente a vida dos discípulos e ovelhas do Senhor Jesus que foram confiados a nós? 

E quantas destas decisões e escolhas foram realmente presididas pelo Espírito Santo? 

Quantas destas decisões e escolhas foram apascentando a nós mesmos enquanto éramos guiados por uma alma cheia de autopiedade?

Quantas vezes tomamos o caminhos visando atenuar o nosso próprio sofrimento? 

Quantas vezes ministramos a nós mesmos sem ouvir a voz do nosso Pastor Jesus? 

Já imaginou se Jesus tivesse ouvido Pedro?

“E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá”. Mt 16:22.

Compaixão de si mesmo ou das ovelhas que se perdem quando perdemos o contato com o caminho da cruz?

Certo pastor estava pronto para fugir de um sofrimento e perseguição na igreja que ele pastoreava e Deus usou a esposa dele para lhe ensinar o que significa: “terminou o meu tempo aqui nesta congregação”. 

Aquela decisão estava inclusive debaixo da cobertura e do conhecimento dos meus pastores, dizia ele, que aplaudiriam o acontecimento pela vacância da vaga do pastor, mas com certeza era Deus provando mais uma vez o meu coração, reconheceu ele. “Era uma mudança buscando o meu alívio, mas que iria ferir as ovelhas do Senhor confiadas ao meu pastoreio”, reconheceu ele. 

Não era tempo de tomar aquela decisão. Eu precisava “tomar uma atitude”, mas estava tão cego que não entendia que melhor do que ser um homem de atitude era ter a “alegria do Pai celestial” em minha vida e fazer a coisa certa sob a orientação de Deus. 

A terceirização no ministério pastoral é uma prática muito corriqueira no mundo moderno. 

Aqueles que possuem certo conhecimento sabem que, salvo no caso de trabalho temporário, a terceirização das atividades de uma empresa só é possível quando se tratar de uma atividade-meio, e não de uma atividade-fim. Talvez isso fique mais claro se usarmos um exemplo prático. 

O funcionamento de uma escola, além de exigir serviços relacionados ao ensino (atividade-fim) também exige outros serviços que não estão relacionados diretamente com a finalidade da escola (manutenção, limpeza, segurança etc..). 

Neste caso, uma escola pode contar com o serviço terceirizado de limpeza, por exemplo, mas não pode terceirizar sua atividade de ensino, ou seja, sua atividade-fim.

Essa menção à terceirização pode nos ajudar a introduzir um ensino essencial à igreja. Se uma empresa, que tem interesses puramente terrenos, precisa ter bem clara qual é a sua atividade-fim, quanto mais a igreja, e em especial seus pastores, devem ter absoluta clareza de suas finalidades, posto que o trabalho destes têm valor eterno.

 Os apóstolos, enquanto pastores da comunidade cristã em Jerusalém, em certo momento tiveram que reafirmar em suas mentes e corações qual era a sua atividade-fim. 

Esse momento está registrado em Atos 6. Ali, com a multiplicação dos discípulos, algumas viúvas necessitadas estavam sendo prejudicadas no serviço diário. Quando o problema chegou até os apóstolos, eles reconheceram a importância do socorro às viúvas e que isso é indispensável à igreja. A igreja deve ter esta atividade como prioridade. Atender os órfãos e viúvas, que são carentes e que são domésticos da fé devem ser atendidas constantemente e assistidas enquanto durar o tempo necessário para sua recomposição diante da sociedade. 

Contudo, essa não era atividade-fim do ministério pastoral. Por isso , designaram outros homens para cuidarem desse serviço, que são os diáconos, a fim de se dedicarem a sua atividade-fim: a orações e o serviço da Palavra.
Muitas vezes, os pastores mergulham em uma série de atividades que os afastam daquilo que é essencial no ministério pastoral. Infelizmente, é comum que a oração seja uma atividade entregue ao grupo ou ministério de intercessão, enquanto os pastores se ocupam com a organização de eventos ou como administradores.
Precisamos compreender que as ovelhas precisam de pastores que orem por elas, que intercedam perante o Senhor, que invistam tempo e consagrem seus corações nessa batalha, tal como Epafras fazia pelos colossenses:
“Saúda-vos Epafras, que é dos vossos, servo de Cristo, combatendo sempre por vós em orações, para que vos conserveis firmes, perfeitos e consumados em toda a vontade de Deus”. (Cl. 4:12). 

Precisamos de pastores que tenham o coração como o de Paulo.

“Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações: Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação”. (Ef. 1:16-17).

“Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós, fazendo sempre com alegria oração por vós em todas as minhas súplicas”. (Fp. 1:3-4).

“Graças dou ao meu Deus, lembrando-me sempre de ti nas minhas orações”. (Fm 1:4).

Os pastores podem confiar a outros muitas de suas atividades, porém, qualquer “terceirização” da oração ou do serviço da Palavra é um afastamento da essência do ministério pastoral, um desvio que causará grave dano à igreja.

Que o Senhor conduza seus pastores a perseverarem no serviço a que foram chamados.

“Atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para que o cumpras”. (Cl. 4:17).

Todas as decisões pastorais sempre influenciam as ovelhas e o ministério sob sua responsabilidade. 

Quando sabemos que as nossas decisões afetam a vida dos discípulos e por amor a Cristo e as ovelhas, além de sofrer, suportamos todo sofrimento justo ou injusto, é nesta hora que aparece a essência do verdadeiro pastor: “aquele que dá a vida pelas ovelhas”.

Nós precisamos escolher que tipo de pastor seremos: Os que apascentam as ovelhas do Senhor ou os que apascentam a si mesmos. 

O rebanho do Senhor não precisa dos “pastores de si mesmos”.

Vejamos o que diz o profeta Ezequiel quanto aos maus pastores nos dias atuais. 

Ezequiel 34.1-31

1.   E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:

2. Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize aos pastores: Assim diz o Senhor Jeová: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas?

3. Comeis a gordura, e vos vestis da lã, e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. 

4. A fraca não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.

5. Assim, se espalharam, por não haver pastor, e ficaram para pasto de todas as feras do campo, porquanto se espalharam.

6. As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem as procure, nem quem as busque.

7. Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: 

8. Vivo eu, diz o Senhor Jeová, visto que as minhas ovelhas foram entregues à rapina e vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuram as minhas ovelhas, pois se apascentam a si mesmos e não apascentam as minhas ovelhas, 

9. portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor:

10. Assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu estou contra os pastores e demandarei as minhas ovelhas da sua mão; e eles deixarão de apascentar as ovelhas e não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e lhes não servirão mais de pasto.

11. Porque assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu, eu mesmo, procurarei as minhas ovelhas e as buscarei. 
12. Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas; e as farei voltar de todos os lugares por onde andam espalhadas no dia de nuvens e de escuridão.

13. E as tirarei dos povos, e as farei vir dos diversos países, e as trarei à sua terra, e as apascentarei nos montes de Israel, junto às correntes e em todas as habitações da terra. 

14. Em bons pastos as apascentarei, e nos altos montes de Israel será a sua malhada; ali, se deitarão numa boa malhada e pastarão em pastos gordos nos montes de Israel. 

15. Eu apascentarei as minhas ovelhas, e eu as farei repousar, diz o Senhor Jeová. 

16. A perdida buscarei, e a desgarrada tornarei a trazer, e a quebrada ligarei, e a enferma fortalecerei; mas a gorda e a forte destruirei; apascentá-las-ei com juízo.

17. E, quanto a vós, ó ovelhas minhas, assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu julgarei entre gado pequeno e gado pequeno, entre carneiros e bodes.

18. Acaso não vos basta pastar o bom pasto, senão que pisais o resto de vossos pastos a vossos pés? E beber as profundas águas, senão que enlameais o resto com os vossos pés? 

19. E, quanto às minhas ovelhas, elas pastam o que foi pisado com os vossos pés e bebem o que tem sido turvado com os vossos pés.

20. Por isso, o Senhor Jeová assim lhes diz: Eis que eu, eu mesmo, julgarei entre o gado gordo e o gado magro. 

21. Visto como, com o lado e com o ombro, dais empurrões e, com as vossas pontas, escorneais todas as fracas, até que as espalhais para fora,

22. eu livrarei as minhas ovelhas, para que não sirvam mais de rapina, e julgarei entre gado miúdo e gado miúdo.
23. E levantarei sobre elas um só pastor, e ele as apascentará; o meu servo Davi é que as há de apascentar; ele lhes servirá de pastor. 

24. E eu, o Senhor, lhes serei por Deus, e o meu servo Davi será príncipe no meio delas; eu, o Senhor, o disse.
25. E farei com elas um concerto de paz e acabarei com a besta ruim da terra; e habitarão no deserto seguramente e dormirão nos bosques. 
26. E a elas e aos lugares ao redor do meu outeiro, eu porei por bênção; e farei descer a chuva a seu tempo; chuvas de bênção serão. 
27. E as árvores do campo darão o seu fruto, e a terra dará a sua novidade, e estarão seguras na sua terra; e saberão que eu sou o Senhor, quando eu quebrar as varas do seu jugo e as livrar da mão dos que se serviam delas.
28. E não servirão mais de rapina aos gentios, e a besta-fera da terra nunca mais as comerá; e habitarão seguramente, e ninguém haverá que as espante.
29. E lhes levantarei uma plantação de renome, e nunca mais serão consumidas pela fome na terra, nem mais levarão sobre si opróbrio dos gentios. 
30. Saberão, porém, que eu, o Senhor, seu Deus, estou com elas e que elas são o meu povo, a casa de Israel, diz o Senhor Jeová.
31. Vós, pois, ó ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto; homens sois, mas eu sou o vosso Deus, diz o Senhor Jeová.

A explicação lógica deste capítulo em relação ao mundo religioso moderno.  

Ezequiel 34.1-31. Neste trecho, Deus aponta os fracassos dos líderes de Israel (v. 1-6) e então prediz: (1) seu fim (v. 7-10); (2) o estilo divino de cuidar do rebanho (v. 11-16), marcado por condenação (v. 17-19) e salvação (v. 20-24); e (3) uma aliança de paz e prosperidade (v. 25-31).

34.1-6. Pastores de Israel é uma metáfora para os líderes políticos de Israel, mas também pode incluir líderes espirituais (até mesmo os reis deveriam dar exemplo espiritual). Os pastores foram acusados de esquecer as principais características de um líder temente a Deus: altruísmo e comprometimento com a obra do Senhor (Is 52.13—53.12; Mt 23.11; Mc 10.45; Lc 22.24-30; At 20.17-38; Rm 12.1-5; Fp 2.1-11; 1 Tm 3.1-7; 1 Pe 2.18-25;5.1-4).

Os resultados de uma liderança egoísta em Israel são vistos nos versículos 5 e 6: assim, se espalharam as ovelhas por não haver pastor. Isso significa que os líderes que buscarem apenas ser servidos é o mesmo que o povo não ter liderança; portanto, os israelitas eram como ovelhas sem pastor. (Mt 9.36). As pessoas caminhavam sem direção, se espalharam, e tornavam-se alvos fáceis, ficaram para pasto de todas as feras. O termo “espalhadas” é uma alusão às deportações e à dispersão dos israelitas entre as nações. 

34.7-10. Não apascentam as minhas ovelhas. Os crimes dos líderes de Israel são mencionados antes que seu castigo seja declarado. 

34.11-16. Compare a persistência do Senhor em pastorear e guiar Seu povo com a infidelidade dos líderes de Israel demonstrada no versículo 6 (v. 25-31; Jr 23.1-6; Jo 10.1-30). Veja também o Salmo 23, onde há descrição semelhante sobre o cuidado de Deus, nesse caso, com indivíduos. O dia de nuvens e de escuridão é o dia em que Jerusalém sucumbiu (Ez 30.1-5; S f 1.15). Também pode ser uma menção à libertação futura, quando Deus irá buscar suas ovelhas (Ez 36.16-36). Israel, embora sendo culpado e mal direcionado, afinal seria resgatado pelo Bom Pastor e restabelecido na Terra Prometida (capítulos 33—39).

34.17-22. Os carneiros e bodes eram os líderes de Israel que haviam fracassado em guiar o povo corretamente. Tiraram proveito de sua posição de autoridade, prejudicando o povo. 

34.23,24. A mudança do pronome da primeira pessoa do singular para o da terceira indica que Deus continuaria operando como Pastor-mor, mas por intermédio de um governante futuro que Ele escolheria da linhagem de Davi. Este seria o Messias, o Filho unigênito de Deus e Seu servo. 

34.25-31. Os exilados são estimulados pela promessa de um concerto de paz (Ez 37.26-28;38.11-13;39.25-29;Is54.10), caracterizados pelas seguintes promessas:

1.     proteção contra nações estrangeiras, a besta ruim da terra; 

2. chuvas de bênção, simbolizando produtividade e prosperidade; e 

3. a certeza de que o Senhor é o Deus de Israel e deseja ter comunhão com Seu povo e um relacionamento duradouro baseado numa nova aliança (Jr 31.31-34; Hb 8.6).

Assim aconteceu no passado no tempo do profeta Ezequiel, mas esta mensagem profética está viva e ativa até hoje como um alerta para os líderes religiosos modernos.

“Fomos libertos da escravidão da religião e da religiosidade; somos uma igreja, um povo, que honra e enaltece o nome bendito de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Amém.”. By. Waldirpsouza.

Quem são os desigrejados dos púlpitos das igrejas neste tempo da modernidade e do modernismo teológico que modifica todo o conteúdo bíblico fazendo uma verdadeira inversão de valores?

Estes são os maus pastores, obreiros e líderes que somente pensam em surrupiar as ovelhas com toda sorte de “obras e milagres do engano e da mentira” que são características do Anticristo.

Os novos desigrejados são os que estão nos púlpitos das igrejas se passando por santos milagreiros, mas que de santidade não teem nada. 

São os pastores e líderes evangélicos que apascentam à si mesmo e não se importam em doutrinar e ensinar a palavra de Deus para os membros de suas igrejas.  

Os pastores e líderes desigrejados e o pecado da omissão quanto às suas vidas e de suas igrejas.

2 tessalonicenses 2:3,4.

3- Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição,

4- o qual se opõe e se levanta contra a tudo o que se chama a Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de DEUS, querendo parecer (ser igual a) Deus.

O que é  o pecado da omissão.

Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado. (Tiago: 4. 17).

Este versículo nos confronta e desconstrói  uma crença de que somente quando cometemos algum erro é que estamos em pecado, já que ele nos diz, de uma forma muito clara, que o fato de deixar de fazer o que é correto também é pecado. 

O medo do fracasso faz com que as pessoas se escondam. A teologia da confissão positiva muito incentivada e pregada hoje em dia faz com que as pessoas sintam-se fracassados quando algo não dá certo. Este é um dos motivos de tanto desânimo das pessoas com relação à sua comunhão com Deus. Acham que não foram atendidos por Deus porque Deus não quer lhes abençoar. Ledo engano, veja Eclesiastes 9.2.

Isto nos leva a uma reflexão a respeito daquilo que fazemos e ou deixamos de fazer, pois a partir do instante que chegamos a essa conclusão, muitas das coisas que não estamos fazendo e a respeito das quais achávamos estar tomando a atitude correta, está nos levando  a ser tão pecadores quanto as pessoas que cometem seu erros.

Não retarde as suas decisões quando Deus lhe mostra o que fazer.

É evidente que estamos falando de omissão, que nada mais é do que nos silenciar diante de determinadas coisas, ficarmos mudos diante de fatos onde deveríamos nos posicionar, deixar de lado aquilo que não poderia ser deixado.

O interessante é que quando nos omitimos em uma determinada situação e deixamos de lado alguma coisa que deveria ser denunciada, não parece tão grave quanto ao fato de praticarmos algum ato que esteja em desacordo com os padrões da palavra de Deus. O que precisamos entender, e ficar bem claro, é que os dois estão errados e carregam o mesmo peso diante de Deus, o fato de ficarmos em nosso canto, não querendo nos envolver, fingindo de morto é uma falta tão grave quanto cometer um erro, por isso é chamado de pecado de comissão e o outro de pecado de omissão.

O apóstolo Paulo diz “Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus”.

Sendo assim, se podemos fazer o bem e não fazemos estamos sendo tão pecadores quantos aqueles que fazem o mal. O problema maior é que jamais conseguiremos esconder isso de Deus, ou seja, Ele sabe muito bem tudo aquilo que podemos e não podemos fazer, já que é Ele que nos capacita e nos dá todas as condições de continuarmos em nossos propósitos, sejam bons ou maus.

Isso colocado nós devemos ter em mente que se podemos fazer o bem, façamos, se precisamos nos aproximar de alguém de quem estamos longe, aproximemos, se precisamos perdoar a alguém, perdoemos, isto é, não podemos ficar ignorando aquilo que precisamos fazer e cometendo o pecado da omissão.

Vejamos como derrubar os argumentos dos desigrejados. 

Como derrubar os argumentos dos “mal informados” desigrejados.

É de apertar o coração ver os tais desigrejados bradarem com todo orgulho a sua errada opção de “desigrejar-se”, que é igual a desviar-se dos caminhos do Senhor Jesus,  sob o argumento de que as igrejas atuais perverteram o cristianismo verdadeiro, ou de que são covis de salteadores.

Ainda é pior a situação quando os próprios líderes, pastores e obreiros das igrejas não dão mais a devida honra ao Senhor de tudo e de todos, querem a honra para sí mesmos.
É comum vermos líderes e pregadores cheios de graça, porém ‘vazios da graça de Deus’. 
Cheios de sabedoria humana, porém ministram um evangelho que não tem nada a ver com a graça de Deus.
É comum depararmo-nos com crentes que estão escandalizados com seus líderes que mais parecem comerciantes da fé, mercadores de milagres, vendilhões e corruptos que fazem da igreja um curral fechado e negociam votos ou apoios dos crentes de suas igrejas e convenções por quantias altíssimas e outras benesses, com políticos e politiqueiros que até se fingem de crentes para enganar milhares e milhões de crentes com a conivência de seus líderes.

É comum vermos pessoas que preferem não ir às suas igrejas porque lá não se prega mais a palavra de Deus, mas fala-se mais em dinheiro, política e políticos  do que em Cristo Jesus e a Salvação providenciada por Ele.
O que realmente está acontecendo com o chamado “meio evangélico"? O evangelho de Mateus  capítulo 23 nos dá uma visão empla sobre este assunto. 

Estamos vendo tantas pessoas que estão com seus pensamentos contaminados pelo pecado de tal forma que já nem acham que os pecados bem declarados na Bíblia como pecado, sejam pecado mesmo; a estas situações chamam de ‘deslises’ apenas, para não ferir vida íntima de determinados crentes que são sabidamente e conhecidamente contumazes na prática do adultério, da sodomia, da prostituição, entre outras práticas pecaminosas.
Líderes que continuam no altar de Deus em suas igrejas, porém não vivem o que deveriam viver para estarem naquele altar. 
Líderes que estão dentro da igreja, dentro dos templos, ministram a palavra de Deus em seus púlpitos, porém são pérfidos, são perniciosos, usam a retórica mais polida possível, porém seus atos lhes fazem “desigrejados dentro da igreja”. Não vivem o que pregam. Estão lá mas não vivem o que pregam. Estão lá para única e exclusivamente enganar as pessoas, os fiéis e os neófitos na fé. Estão lá, fingem ser santos, fingem ser espirituais, fingem fazer milagres, mas o interesse deles é somente financeiro; ao sair das reuniões vão para os clubes, barzinhos da vida e inferninhos de prostituição gastar o que surrupiaram dos incaltos e humildes que frequentam suas igrejas e suas reuniões.

Líderes “desigrejados”: 

São uma nova categoria de líderes religiosos que usam seus esquemas de maldades para enganar os pobres necessitados e arrancam tudo do pouco que essas pessoas conseguem ganhar. E pior ainda: Arrancam de seus corações a esperança de dias melhores com promessas de que vão ficar ricos se seguirem seus “conselhos” que geralmente são convidativos mas depois as pessoas quando percebem que foram enganados (as) saem da igreja e não querem voltar mais para a comunhão, colocando, infelizmente, a culpa em Deus.
Ainda existem líderes que zelam pela verdade do evangelho e vivem essa verdade. 
São conservadores dos princípios bíblicos e vivem uma vida cheia da graça e do poder do Espírito Santo de Deus.
Tenho, porém, uma boa notícia (ou má, se você for um “desigrejado" convicto), para os desiludidos de estarem na comunhão da igreja. 

Existem muitas boas e excelentes igrejas por aí  em todos os lugares.  

Existem muitos bons e excelentes Pastores na obra de Deus.
Existem muitos e bons líderes que realmente se interessam em fazer o bem para as pessoas; não fique como macaco pulando de galho em galho; permaneça firme com o Senhor Jesus que é o nosso eterno Salvador.

Só saia de verdade de uma igreja se você perceber que os líderes daquela igreja saíram dos planos de Deus e que o “ter” passou valer mais  do que o ‘ser”. Ou seja os bens e posses das pessoas passaram ter mais valor para a igreja e seus líderes do que a alma das pessoas.

Jesus nunca se interessou por paredes, tijolos, construções, carros, veículos, posses financeiras, etc, mas o que Ele se interessou e se interessa mais é a salvação dos perdidos pecadores. Mateus 6:33 diz: Mas buscais em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça e as demais coisas vos serão acrescentadas”.

E se você não está conseguindo se enquadrar em nenhuma delas, o problema, meu caro, é você.
Sugiro que analise as seguintes alternativas:
1) Você está com o coração tão endurecido, que se tornou incapaz de conviver em comunhão com os irmãos.
2) Você se acomodou na desculpa de que todas as igrejas são ruins, são todas do mesmo jeito, e você abstem-se de congregar e se responsabilizar na obra.
Ou você diz: esta é a minha igreja preferida.
3) E neste caso você pode não ter a maturidade suficiente para distinguir entre uma igreja boa e uma ruim, e, por isso, sai berrando por aí que nenhuma presta.
4) Você é uma pessoa que não se converteu e só sabe colocar defeitos nas igrejas, nos líderes espirituais e na obra de Deus.
5) Você não apercebeu-se que em qualquer sociedade ou locais onde se possam reunir pessoas para quaisquer fins, existem pessoas boas e pessoas más. É o caso também de, no meio dos chamados desigrejados, a maioria deles serem pessoas boas e estarem apenas indo na má conversa ou má fé de pessoas que até as consideram como amigos ou amigas ou estão sendo mal informados por líderes contrários ao que você deseja ter como seus pastores e amigos.
6) Observo os argumentos aleatórios expressos pelos desigrejados e percebo a natureza birrenta de suas alegações. Quando apelam a generalizações vazias, do tipo “as igrejas de hoje em dia não são como era a igreja primitiva”, é fácil perceber a premeditação tática do discurso.
O discurso tático, neste caso, é a repetição exaustiva de um conceito que, pretende-se tão óbvio, a ponto de não haver necessidade de ser melhor explicado.
O desigrejado então se torna um expert em comunicações, postando e repostando casos de heresias, modismos, unções estranhas e extorsões (que inequivocamente existem aos montes), como justificativa de sua fúria anti-igreja.
Ao fazer isso os desigrejados estão se rebaixando ao nível imoral dos que se perdem e dos que se corrompem moralmente.
Passa a viver na defensiva. O tempo todo tentando provar aos outros (e a si mesmo) que estes “alguns” representam todos.
Não estamos todos comprando vassouras ungidas ou recebendo a unção do cuspe, meu amigo desigrejado. Não estamos todos dando “trízimos” ou pagando mensalidades de carnês da benção.
Ainda há na face da terra um povo que conserva os bons usos e costumes com uma igreja que também conserva a sã doutrina. 
A verdadeira Palavra de Deus está sendo pregada em muitos lugares. 
Alguém perguntaria: em igrejas perfeitas? Claro que Não. Nenhum de nós é perfeito. Você também não é. Logo, quando nos unimos, somamos nossas imperfeições. A igreja primitiva também não era perfeita. Tinha seus tropeços e necessidades de aprimoramento. (Atos 6.1-3).
O que distingue uma Igreja verdadeira da que prega um falso evangelho não é a impossibilidade de ter problemas ou cometer equívocos eventuais, mas sim o cerne do cristianismo que vive, exige e apregoa o verdadeiro evangelho que liberta em nome de Jesus. 
Você está cansado de heresias e enganos e se considera um desigrejado. Ótimo. Eu também estou muito preocupado. Por isso estou atuando em minha igreja local, para que, mesmo com todos os nossos defeitos, blindemos a igreja de falsos profetas e de teologias da heresia. 
Se você não luta pela Igreja você não a ama.
Volto às alternativas listadas acima.
 Será que o problema está em todas as igrejas e cristãos praticantes do mundo, ou em você?

Será que você atingiu um status de santidade que o posiciona acima de todos os outros servos do Senhor?
Será que você é maduro o bastante para discernir entre a igreja mentirosa e a verdadeira?
Existem áreas da nossa vida em que só podemos exercer o cristianismo fora da Igreja. São nossa vida matrimonial, profissional, a cidadania, os lazeres e etc. 

Em tudo isso, porém, devemos louvar a Deus com nossas atitudes porque é fora da Igreja que as pessoas vão nos conhecer melhor quanto ao nosso testemunho. Não dá para substituir. Tem que dar bom testemunho dentro e fora da igreja.
Mas o oposto é verdadeiro. Há áreas da vida cristã que só podem ser exercidas dentro da Igreja.

Cuidado para, ao desigrejar-se, não acabar descristianizando-se sem perceber e perder a salvação.
Um alerta importante de Deus para os (maus) pastores vem do profeta Jeremias no velho testamento capítulos 23 a 25 e no novo testamento  tem o alerta também no capítulo 19 do evangelho de João. Não custa nada dar uma olhada nestes capítulos.
Deus abençoe você e a sua família.

Pr. Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.