segunda-feira, 13 de março de 2023

O SALMO DO VIAJANTE E DO PEREGRINO

O SALMO DO VIAJANTE E DO PEREGRINO

 

O Apóstolo Paulo  em 2 Coríntios 11.26 refere-se aos perigos das longas viagens missionárias e pastorais que realizou.

“Muitas vezes, passei por perigos em viagens, perigos em rios, perigos entre assaltantes, perigos entre meus próprios compatriotas, perigos entre os gentios, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos entre falsos irmãos”.

Jesus também enfrentou muitos perigos em suas viagens. As viagens de Jesus.

Jesus certa vez disse que ele foi mandado somente para as ovelhas perdidas do povo de Israel, (Mt 15.24). No entanto, o Evangelho de Marcos registra pelo menos 4 viagens de Jesus ao exterior. Por que o Evangelho de Marcos registra essas viagens de Jesus? Que lugares Jesus visitou? O que ele fez nesses lugares?

O fato de Jesus ter viajado ao estrangeiro tem um significado especial, um exemplo disso está em João capítulo 4, onde registra a conversa de Jesus com uma mulher Samaritana; os Samaritanos não se consideram Judeus e nem podiam se comunicar uns com os outros. Mostra o interesse de Jesus também pelos estrangeiros e não somente pelos judeus. O Evangelho de Marcos foi escrito para as Comunidades não judaicas. Por isso, o Evangelho de Marcos narra essas saídas de Jesus de Israel, deixando claro que Jesus não veio somente para os judeus, mas também para os estrangeiros.

A primeira viagem de Jesus ao exterior.  

A primeira viagem de Jesus para o exterior, ele convida os seus discípulos a entrar no barco e atravessar o lago de Genesaré: Naquele dia, de tardezinha, Jesus disse aos seus discípulos: Vamos para o outro lado do lago (Mc 4.35). A outra margem do lago era terra estrangeira, era um lugar perigoso, cheia de gente considerada perigosa e impura, um lugar que um judeu religioso jamais colocaria os pés. Os discípulos de Jesus sabiam disso, mas não puderam dizer a Jesus que não iam.

A viagem de barco já começou mal. Alguns minutos de navegação e começou uma tormenta terrível, que quase afundou o barco. O pânico se apoderou dos discípulos. Jesus ia com eles, mas estava dormindo no barco. Ao ser acordado pelo desespero e pelos gritos dos discípulos, Jesus se levanta e acalma a tempestade. Desta maneira Jesus lhes mostrou que quando Ele está presente não há nada que temer. Assim que chegaram no outro lado do lago, desembarcaram num lugar chamado Gerasa. No mesmo instante um homem endemoniado veio correndo ao encontro deles. Era um homem violento, que morava num cemitério, ele tinha uma força extraordinária, ele era capaz de arrebentar correntes de ferro. Esse homem veio correndo em direção dos discípulos, e quando chegou perto deles, ele caiu de joelhos diante de Jesus e depois de um breve diálogo, Jesus o curou. Ao ver que estava curado de seu mal, o ex-endemoniado queria ficar com Jesus, mas Jesus lhe ordenou que voltasse para sua casa e contasse aos seus parentes e amigos o que lhe aconteceu. Esse ex-endemoniado tornou-se um pregador de Jesus.

A segunda viagem de Jesus ao exterior.

Na segunda viagem ao exterior, Jesus ordenou novamente aos discípulos que embarcassem no barco e fossem na frente até a cidade de Betsaida, que ficava no outro lado do lago, portanto, em terra estrangeira. Enquanto atravessavam o lago, já no meio da noite o vento foi ficando cada vez mais forte. O barco era jogado de um lado para o outro. Jesus não estava com eles dessa vez. Os discípulos se assustaram tanto que começaram a gritar de desespero. Jesus então se aproxima deles no meio da escuridão, caminhando sobre as águas. Mas isso deixa os discípulos ainda mais apavorados, pois eles achavam que se tratava de um fantasma.

No entanto, assim que Jesus subiu no barco, o vento se acalmou. O medo fez com que os discípulos perdessem a direção do barco e por isso eles não chegaram aos seu destino. A viagem tinha sido um fracasso. O medo havia paralisado os discípulos, de forma que eles resolveram atracar no primeiro lugar que encontraram. Com essa segunda viagem o Evangelho de Marcos quer mostrar que a evangelização aos pagãos, sem Jesus, isso é sem os métodos de Jesus, sem a visão de mundo de Jesus, sem a sensibilidade de Jesus, ou seja, uma evangelização sem o modelo de Jesus estava condenada ao fracasso.

A terceira viagem de Jesus ao exterior.

E agora vem a terceira viagem de Jesus. Dessa vez, nada de barcos. Jesus e seus discípulos vão por terra mesmo. Depois de caminhar vários km, a sua primeira parada é a cidade de Tiro, que fica a uns 60km de Cafarnaum. Jesus não queria que ninguém soubesse que ele estava aí. Mas, de improviso, uma mulher fenícia que tinha sua filha doente se aproximou suplicando a Jesus que curasse a sua filhinha. Jesus se negou, dizendo que ele foi mandado somente para os judeus, não para os estrangeiros. Mas a mulher insistiu dizendo que o pão de Deus é abundante e certamente dá para alimentar a todas as pessoas inclusive aos estrangeiros. Ao escutar essas palavras, Jesus aceitou curar a menina. E com esse milagre, o Evangelho de Marcos quer mostrar que existe muita fé em Deus também entre os estrangeiros.
Essa história nos revela a atitude da igreja primitiva em relação aos estrangeiros. Jesus e seus discípulos chegaram a Tiro de maneira velada, sem que ninguém soubesse. Isso revela a cautela dos judeus-cristãos em relação aos estrangeiros. A súplica da mulher pela cura de sua filha demonstra a necessidade dos estrangeiros de receber o Evangelho. Jesus inicialmente se nega e expressa seus argumentos para limitar sua ação somente aos judeus.

A mulher, no entanto, convence a Jesus que o Evangelho, o amor de Deus, dá para todos. A cura da menina por Jesus comprova que a mulher estava certa. Com essa história, o Evangelho de Marcos demonstra que a evangelização dos estrangeiros não foi algo planificado pelos discípulos de Jesus, mas as coisas foram acontecendo de forma inesperada e terminaram rompendo barreiras e preconceitos que separavam os judeus dos pagãos.

Depois desse acontecimento em Tiro, Jesus e seus discípulos continuam a viagem e chegam a região das Dez Cidades (Decápolis). Ali algumas pessoas trazem para Jesus um surdo-mudo. Esse homem simbolizava de maneira perfeita a situação em que se encontravam os estrangeiros naquele tempo: pessoas que não podiam escutar a Deus e nem podiam falar com Deus. Jesus tocou nos ouvidos do doente, colocou saliva na sua língua e o curou. Os amigos do surdo-mudo ao ver esse prodígio ficaram admirados e mesmo que Jesus tivesse pedido silêncio sobre esse acontecimento, aqueles amigos do surdo-mudo saíram contando essa boa noticia a todas as pessoas que encontravam. Com essa atitude, Jesus vai abrindo o terreno para a evangelização dos gentios.

Na primeira viagem, um ex-endemoniado de Gerasa contava as pessoas o que Deus havia feito com ele. Agora, além do ex-surdo-mudo, também todos os seus amigos dão testemunho que Jesus abre os ouvidos das pessoas para escutar a Deus e que Jesus dá as palavras certas para poder responder a Deus.
Mas essa viagem ainda não terminou ali. Depois que Jesus curou o surdo-mudo, uma multidão se aproximou dele. No final da tarde a multidão estava faminta. Mas os discípulos somente tinham sete pães. Jesus então mandou que as pessoas se sentassem em grupos, deu graças a Deus e mandou que seus discípulos distribuíssem aqueles sete pães. Naquela tarde umas 4 mil pessoas comeram pão e ainda sobraram sete cestos cheios.
Jesus já havia realizado o milagre da multiplicação dos pães e peixes anteriormente com os judeus. Agora Jesus repete esse milagre em terra estrangeira. Com esse milagre o Evangelho de Marcos fala da Santa Ceia. Não somente os judeus estavam convidados para a Santa Ceia. Também os estrangeiros, as pessoas de fora, estão convidados a participar da comunhão com Jesus.

Portanto, essa terceira viagem de Jesus tem uma importância muito especial para o Evangelho de Marcos. Enquanto os líderes judeus desprezavam e olhavam com desprezo os estrangeiros, Jesus vai ao encontro deles e demonstra que os estrangeiros não merecem somente a saúde (como no caso da filha da mulher fenícia), mas também a Palavra de Deus (como no caso do surdo-mudo) e também a Santa Ceia, como comida da salvação.

A quarta viagem de Jesus ao exterior.

Na quarta viagem, Jesus e seus discípulos viajam outra vez de barco (Mc 8.13ss). Mas agora não tem tormenta, nem ventos contrários. Desta vez o perigo está dentro do barco. Os discípulos estão de cara amarrada. Eles demonstram a Jesus que estão fazendo algo contra a sua vontade. Jesus percebe a situação e diz: Tomem cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes (Mc 8.15). O fermento dos fariseus era a mentalidade fechada, opressiva, apegada a Lei judaica, própria dos grupos conservadores. O fermento de Herodes era a mentalidade autoritária, opressora, dominadora própria dos dirigentes políticos daquela época. Se esses fermentos, se essas mentalidades se infiltram no barco de Jesus (na igreja), então elas podem destruir as bênçãos e os milagres de Deus.

Jesus mais uma vez nos convidando a romper fronteiras e preconceitos. E o que significa isso para a nossa maneira de ser igreja hoje? Será que nossas comunidades continuam sendo essa igreja de Jesus que é acolhedora, que é inclusiva e que vai ao encontro dos excluídos? Pessoalmente, como cada um de nós trata a pessoa que é diferente, que vem de outra cultura? Sabemos ser pessoas acolhedoras ou preferimos julgar e discriminar quem é diferente de nós?

Nos perigos da viagem temos que estar ligados no trono da graça de Deus para sermos protegidos de qualquer mal que queira nos atingir.  

O Salmo 121 é conhecido como o Salmo do viajante ou o Salmo do peregrino. Na informação inicial do Salmo em diversas traduções consta no Salmo 121 que “Deus é o guarda fiel do seu povo”.

Vamos apreciar as preciosidades que encontramos em cada palavra do Salmo 121.

1.   Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro?

2. O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra.

3. Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não tosquenejará.

4. Eis que não tosquenejará nem dormirá o guarda de Israel.

5. O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua direita.

6. O sol não te molestará de dia, nem a lua, de noite.

7. O Senhor te guardará de todo mal; ele guardará a tua alma.

8. O Senhor guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre.

 

1. Primeiro Ponto. O salmista olhando para os céus parecia que estava dizendo: a criação de meu Pai está diante de mim, são fatos demonstrados nos versículos 1 e 2. (Salmo 121:1-2).

A primeira linha do Salmo pode ser traduzida no presente ou no futuro “elevo ou elevarei meus olhos para os montes”, como é o caso em algumas versões. Se Deus criou os céus e a terra, então é um Deus de poder, sabedoria e glória, e não temos coisa alguma a temer.

Satanás e seu exército demoníaco podem estar trabalhando contra os cristãos, mas este mundo ainda pertence ao Senhor Jesus.

Os israelitas apóstatas adoravam outros deuses em santuários chamados de “lugares altos”. Estes lugares eram nos montes e não se importavam com a altura dos montes. É o caso do desafio do profeta Elias e Jezabel esposa do rei Acabe e o próprio rei. Fizeram o desafio de ver qual Deus responderia com fogo. Os profetas de baal clamaram até ao meio-dia mas baal não lhes respondeu, depois o profeta Elias clamou ao Deus vivo, e Deus mandou fogo do céu e consumiu o holocausto. (2 Rs 16:4; Jr 3:23; 13:27; 17:2; Os 4:11-13). O povo olhava para os montes, mas povo fiel a Deus olhava acima dos montes, para o grande Deus que havia criado todas as coisas.

Quando olhavam para os montes e viam Jerusalém (87:1; 125:1, 2; 133:3), sabiam que Deus habitava ali em seu santuário e dava a seu povo toda a ajuda de que precisavam. Tudo nos céus e na terra dá testemunho do grande Criador, que também é nosso Pai celestial. Então por que temer?

2. Segundo Ponto. Os olhos de Deus o nosso Pai estão sobre mim. (Salmo 121:3-4).

O termo traduzido por “vacilar” significa “escorregar, derrapar, cambalear, ser abalado”. Não devia ser difícil torcer o tornozelo nem mesmo cair e sofrer uma fratura ao caminhar pelos caminhos pedregosos.

O Senhor preocupa-se com nossos pés e nosso caminhar. O verbo “guardar” e o substantivo “guarda”, tem o sentido de proteger e é usado seis vezes neste salmo (vv. 3, 4, 5, 7 (duas vezes) e 8). Aparece pela primeira vez na Bíblia em Gênesis 2:15, onde o Senhor coloca Adão no jardim para “o cultivar e guardar”, ou seja, proteger e tomar conta.

Deus nos guarda mesmo enquanto dormimos, pois ele não dorme (ver 1 Rs 18:41). O Senhor prometeu guardar Jacó, que se tornou o pai das doze tribos de Israel (Gn 28:15; 48:15, 16), e também protege os descendentes de Jacó. (Dt 32:10).

“Os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos ao seu clamor”. (Sl 34:15).

“Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho” (Sl 32:8).

3. Terceiro Ponto. A presença de meu Pai está junto de mim. (Salmo 121:5-6).

Aquele que nos guarda não está apenas assentado em seu trono, nos vendo lá do alto, mas também está junto de nós, para nos proteger e nos livrar de todo o mal. Isso não significa que os cristãos obedientes nunca enfrentam dificuldades e perigos ou que nunca sofrem dores físicas e emocionais. As coisas que Deus permite que aconteçam conosco dentro de sua vontade podem causar dor, mas não nos farão mal.

Davi havia passado por muitas experiências que lhe causaram angústia e até mesmo ameaçaram sua vida, mas o Senhor capacitou-o a transformar essas aparentes tragédias em belíssimos salmos que nos enchem de ânimo nos dias de hoje.

A presença do Senhor a nossa direita nos dá a “sombra” de que precisamos. A sombra nos lembra de segurança e proteção.  (Sl 91:1).

O salmista diz várias coisas ao escrever sobre o Sol e a Lua. Em primeiro lugar, na parte do mundo onde ele vivia, o sol escaldante é ameaçador, mas à noite, a queda brusca de temperatura também é desconfortável e prejudicial à saúde para aqueles que não estão devidamente protegidos.

Dia e noite, nosso Pai está conosco para nos abrigar daquilo que pode nos fazer mal. O povo de Israel seguia um calendário lunar, de modo que o escritor também está se referindo a dias. (Sol) e meses (Lua).

Dia após dia, mês após mês, estação após estação (Gn 1:16-18), ano após ano, nosso Pai está junto de nós em meio aos inúmeros desafios e mudanças da vida.

Quer durante o dia ou à noite, no calor ou no frio, quaisquer que sejam as mudanças, a presença do Pai supre tudo de que precisamos. Não precisamos temer os ataques repentinos em momento algum do dia, pois estamos protegidos “à sombra do Onipotente”. (Salmo 91).

4. Quarto Ponto. O cuidado de meu Pai está ao meu redor. (Salmo 121:7-8).

Não precisamos temer a vida nem a morte; o dia de hoje nem o amanhã; o tempo nem a eternidade, pois estamos sob os cuidados amorosos de nosso Pai.

A expressão “todo mal” refere-se a qualquer coisa que poderia nos prejudicar, nos fazer mal, porém, em Sua infinita graça, Deus
transforma em bem as coisas que consideramos más.

José teve de suportar a maledicência e o ódio de seus irmãos, treze anos de separação do pai, acusações falsas da esposa de seu patrão Potifar, no Egito e vários anos na prisão, tudo por causa dos pecados de seus irmãos. Mas, no final, José pôde dizer: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem”. (Gn 50:20).

A mesma coisa que Paulo diz em Romanos 8:28. A oração “guardará a tua saída e a tua entrada desde agora e para sempre” refere-se às atividades diárias da vida. (Dt 28:6; 1 Sm 29:6; 2 Sm 3:25). Sem dúvida, o Pai se preocupa com nossas tarefas, com nossa agenda e, até mesmo, com aqueles “detalhes menos importantes” aos quais, muitas vezes, não damos o devido valor.

Os judeus ortodoxos obedecem a Deuteronômio 6:9 e 11:20 literalmente e prendem pequenas caixas de metal contendo partes das Escrituras do lado direito dos batentes das portas de suas casas. Cada vez que entram e saem, tocam a caixa num sinal de reverência. Essas caixinhas são chamadas de  “mezuzas”, o termo para “batente”.

Como é bom saber que, ao entrar e sair de casa, ao ir de uma cidade ou de um país para outro, o Pai está conosco e cuida de todas as nossas necessidades.

O Senhor guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre”. Salmo 121:8.

5. Quinto Ponto. E por fim, Deus cuida de cada transição em sua vida, em nossas vidas. Este é um dos versículos que os judeus devotos recitam quando saem ou entram em suas casas.

Geralmente são as transições da vida que nos atrapalham, não é? Uma vez que estamos seguros em nossas rotinas, as coisas geralmente correm bem, mas são os tempos intermediários, o deslocamento, a mudança, a mudança de emprego, a mudança de saúde, a mudança de relacionamentos é nos tempos intermediários que geralmente mais lutamos.

Este é outro exemplo da língua hebraica usando um par de opostos para expressar a totalidade: suas idas e vindas e tudo mais. Portanto, não são apenas as transições na vida, Deus cuida de todos os intermediários também. Seja em casa, na escola, no trabalho ou fora, faça o que fizer, onde quer que vá, você está seguro porque Deus está com você.

E então temos a maravilhosa promessa no final do versículo 8: “O Senhor protegerá a sua saída e a sua chegada, desde agora e para sempre”.

Deus está cuidando de você agora e continuará cuidando de você para sempre. Ambas as promessas são encorajadoras. Se você tivesse que escolher uma ou outra situação, qual você escolheria? O Agora? Ou o para sempre? É uma escolha difícil. Mas louvado seja Deus, você não tem que escolher. Ambas são verdadeiras para o crente em Cristo que confia e anda olhando firme para o Autor da nossa fé.

Jesus disse em Mateus 28:20: “E certamente estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos”.

Deus, O Criador é o nosso ajudante, nosso protetor diuturnamente. O Deus de Israel é nosso protetor. O salmista diz: o SENHOR te guardará de todo mal. E assim somos abençoados pelo Deus Criador do céu e da terra e também pelo Deus protetor de Israel. Adore a Deus como seu Senhor e Salvador pessoal e que Ele o projeta de todo mal.

Estamos em uma jornada para Deus, e o Salmo 121 é uma música maravilhosa para a jornada. O Criador do céu e da terra cuida de cada aspecto de sua vida. Ele te protege de todo mal. Não há acidentes para aqueles que pertencem a Deus.

E isso significa que você não precisa se preocupar ou ter medo de nada. Nada pode acontecer com você sem o conhecimento de Deus. Nada pode prejudicá-lo sob seus cuidados protetores. Mesmo as piores coisas que acontecem com você, seja doença, perda ou mesmo morte, todas essas coisas acontecem sob o cuidado providencial de Deus. Deus é por você, não contra você. Ele está comprometido com o seu bem, e você pode confiar nele em todas as coisas.

Somos viajantes, peregrinos e forasteiros aqui na terra. O Salmo 119.19 diz: “19. Sou peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos”.

Diz-se que peregrino é a pessoa que anda ou viaja por terras estrangeiras; por terras distantes, longínquas, com um destino, embora muitas vezes, sem saber aonde ir e como chegar lá, assim aconteceu com Abraão e outros patriarcas. Eles andaram por caminhos desconhecidos como forasteiros porém não andaram por caminhos errantes, se erravam no seu caminhar, procuravam a direção diante de Deus,  mas com a garantia de Deus de que tudo daria certo porque Deus é quem os dirigia.

O peregrino anda nesta terra, mas que ao mesmo tempo, tem consciência do seu destino e do seu verdadeiro lugar.

Como cristãos devemos viver nesta terra como se dela não fossemos, entendo que somos peregrinos e forasteiros numa terra estranha. Como disse Jesus:

“Não os peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Eles não são do mundo, como também não sou”. (Jo 17:15-16).

Isso não quer dizer que vamos viver uma vida descompromissada com relação a família, trabalho e atividades sociais, mas que nessa “jornada” o nosso alvo é Deus, ou seja a vida eterna em nome de Jesus. (Jo 3:16).
A palavra de Deus afirma que não somos desse mundo, como Cristo também não era. Esse significado se refere ao fato de nossa identidade e moradia estão vinculadas a Deus. A verdadeira morada do crente é “viver como Cristo” nesta terra e assim esperar com amor, fé e esperança para definitivamente morar “com Cristo nos céus”. O plano de Deus é o alvo do crente. O crente tem que ter a certeza  de que Cristo vive nele e que o Espírito Santo fez morada em sua vida. (Cl 1:27).

Jesus mesmo disse: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.
Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.

E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. Mesmo vós sabeis para onde vou, e conheceis o caminho.

Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?
Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”. (Jo 14:1-6).

Então vivemos nesta terra de passagem sabendo que existe uma vida eterna com Cristo, ou seja, com Deus, que nos espera após nossa jornada aqui na terra. Paulo escrevendo aos Coríntios diz que: “Se esperamos em Cristo, só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. (1 Cor 15:19).

Muitos cristãos tem construído sua vida com Deus somente pelas bençãos recebidas, mas esquecem que existe uma pátria celestial que nos espera. (Ap 21:1-3).

O peregrino, o viajante e o forasteiro que não tiver um norte na vida, uma bússola que o guie ao “verdadeiro caminho”, se verá perdido em sua caminhada,  nosso guia é o Espírito Santo de Deus. A bússola e o mapa do Cristão, do viajante é a Bíblia que é a Palavra de Deus. Ela é a lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho. (Sl 119:105).
Somente através de Sua palavra é que podemos prosseguir para o alvo, para aquilo pelo qual fomos chamados por Deus. (Fp 3:14).

Temos que estar olhando firme para o autor e consumador da nossa fé. Fazendo assim o Senhor Jesus nos guiará na nossa entrada e na nossa saída em qualquer lugar ou em qualquer situação, pois nosso alvo é alcançar a bênção maior da nossa vida que é a nossa salvação.

Portanto vamos confiar em Deus em todas as situações e vamos buscar o bem em todos os detalhes da nossa vida. Deus é quem está no controle de nossas vidas. Ele está nos guiando até chegarmos à estatura de varão perfeito. O Salmista disse: “Elevo meus olhos para os montes de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra”. (Salmo 121:1-2). Ele perguntou e ele mesmo deu a resposta. Ele disse: “de onde me virá o socorro?”, e ele respondeu para si mesmo: “O meu socorro (ou a minha direção no caminho), vem do Senhor, criador dos céus e da terra”.

Encerrando esta postagem quero desejar para vocês as bênçãos de Deus do final do Salmo 121 dizendo: “o Senhor é quem te guarda, guardará de todo mal, tua entrada e saída desde agora e até o final”.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pastor Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

 

 

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