segunda-feira, 6 de março de 2023

EPÍSTOLA UNIVERSAL DE JUDAS IRMÃO DO SENHOR

EPÍSTOLA UNIVERSAL DE JUDAS IRMÃO DO SENHOR

 

Quem de fato escreveu esta epístola não foi o Judas Iscariotes o traidor, mas Judas o irmão do Senhor. Judas 1. A epístola de Judas é muito pequena e tem somente um capítulo.

Ele escreveu a epístola universal de Judas e declarou ser servo de Jesus e irmão de Tiago, que era irmão do Senhor Jesus.

Judas, chamado de meio irmão de Jesus, mas que na verdade era irmão de Jesus, ambos são filhos de Maria. A diferença é que Jesus nasceu por obra e graça do Espírito Santo de Deus e Judas e os outros filhos do casal são filhos de Maria e José; Judas foi o autor da última carta do Novo Testamento antes do Apocalípse. Em sua epístola ele não se identifica como irmão de Jesus, talvez por medo da perseguição que todos os apóstolos de Jesus sofreram. Ele diz ser “servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago”, (Judas 1), Thiago se identifica como irmão do Senhor.

O próprio Tiago também adotou a mesma postura, (Tiago 1:1), mas depois da ressurreição de Jesus, todos os seus irmãos de ventre materno o reconheceram como Jesus Cristo o Filho de Deus e Único e suficiente Salvador.

Judas não deve ser confundido com os outros personagens neotestamentários citado com esse mesmo nome. Judas era um nome muito comum entre os Judeus daquela época. Isso pode ser notado no próprio grupo dos Doze, em que dois discípulos se chamavam Judas. Havia o Judas Iscariotes, o traidor, (João 6:71), e o Judas chamado Tadeu (João 14:22; Mateus 10:3; Lucas 6:16).

Na verdade, em suas próprias palavras Judas esclarece que não era um dos apóstolos de Jesus. (Judas 17). Os irmãos de Jesus que foram gerados por José e Maria relutaram em reconhecer o ministério terreno de Jesus Cristo, o Filho de Deus.

A história de Judas, irmão de Jesus.

Pouco se sabe sobre a história de Judas, irmão de Jesus. Ele é mencionado nos Evangelhos apenas na relação dos irmãos do Senhor (Mateus 13:55; Marcos 6:3). Judas, e os demais irmãos de Jesus, não creram nele durante o seu ministério terreno (Marcos 3:21; João 7:5). Possivelmente isto mudou após a ressurreição de Jesus. (1 Coríntios 15:5,7).

Ele também é citado indiretamente no livro de Atos dos Apóstolos (Atos 1:4). Naquela ocasião, os irmãos de Jesus já aparecem perseverando em oração junto dos apóstolos, enquanto aguardavam a descida do Espírito Santo. Então isso significa que no dia de Pentecostes Judas já estava presente.

Em 1 Coríntios 9:5, mais uma vez Judas, o meio-irmão de Jesus, é citado indiretamente. Nessa passagem o apóstolo Paulo faz referência ao ministério itinerante dos apóstolos e dos irmãos de Jesus. Em suas viagens missionárias eles costumavam levar suas respectivas esposas.

Em sua obra podemos perceber alguns traços de seu caráter. Certamente a humildade era uma de suas características. Em nenhum momento ele reivindica seu grau de parentesco com o Senhor Jesus. Ele simplesmente se coloca como um servo de Jesus Cristo. Ao fazer isso, obviamente ele também declara implicitamente a divindade de Cristo.

Judas também era uma pessoa diligente. Ele conhecia as Escrituras e tinha um profundo zelo pela verdade do Senhor (Judas 3). Em sua epístola ele trata especialmente da questão da apostasia. Isso é algo curioso, visto que o nome do maior apóstata também era Judas (o Iscariotes). Judas, irmão de Jesus, também foi usado pelo Espírito Santo para registrar algumas informações que até então não tinham sido registradas nas Escrituras. (Judas 9,14,15).

Quem eram os irmãos de Jesus.

Como já foi dito, a Bíblia menciona o nome de quatro irmãos de Jesus. Além de serem citados nos Evangelhos, os irmãos de Jesus também são mencionados no livro de Atos dos Apóstolos. Nessa última passagem eles aparecem perseverando em oração no cenáculo juntamente com os apóstolos, com Maria e os demais seguidores de Cristo que aguardavam a descida do Espírito Santo. (Atos 1:14).

Nada se sabe sobre as irmãs de Jesus, mas presume-se que desde seu ministério terreno elas já eram casadas. As mulheres naquela época se casavam muito cedo. Quanto aos irmãos de Jesus, sobre José e Simão não há qualquer informação relevante. Já sobre Judas e Tiago, muitos os consideram como sendo os autores das epístolas neotestamentárias que trazem seus nomes.

Sem dúvida, dentre os quatro irmãos de Jesus, Tiago é o que aparece com mais destaque. Ele tinha um papel de destaque e exercia liderança na Igreja em Jerusalém, alguns o reconheceram como o primeiro pastor da igreja em Jerusalém, Flávio Josefo trás algumas preliminares sobre este assunto. (Atos 12:17; 15; 21:18,19; Gálatas 2:9,12). O apóstolo Paulo relata que Tiago recebeu a visita do Cristo ressurreto. (1 Coríntios 15:5,7). De acordo com 1 Coríntios 9:5, parece que os irmãos de Jesus eram casados e tinham o costume de levar suas esposas em suas viagens missionárias.

A Bíblia afirma claramente que Jesus teve irmãos e irmãs em diversas passagens do Novo Testamento. Os nomes dos irmãos de Jesus mencionados nos textos bíblicos são: Tiago, José, Judas e Simão. (Marcos 6:3).

Dos Evangelhos até às Epístolas, o Novo Testamento fala da existência dos irmãos de Jesus (Mateus 12:46,47; 13:55,56; Marcos 3:31,32; 6:3; Lucas 8:19,20; João 2:12; 7:3,5,10; Atos 1:14; 1 Coríntios 9:5).

Daí muito se discute se os irmãos de Jesus eram seus meio-irmãos de sangue ou somente irmãos de criação. Neste último caso eles seriam apenas filhos de José, e não de Maria? Outros afirmam que as pessoas mencionadas como sendo irmãos de Jesus eram, na realidade, seus primos ou discípulos. Mas a verdade é que Maria mãe de Jesus se manteve pura até o nascimento de Jesus e depois disso coabitou normalmente com seu esposo José e geraram os filhos e filhas declarados na Bíblia.

Na verdade boa parte da discussão sobre se Jesus teve irmãos de sangue se concentra especialmente na questão da virgindade perpétua de Maria, defendida por tradições cristãs muito antigas, mas ela se manteve virgem em toda a sua pureza até o nascimento de Jesus. Ao contrário do que alguns pensam, esse debate não se resume apenas a católicos e protestantes modernos, mas remonta ao período dos pais da Igreja.

A Igreja até tentou pôr fim nesse debate afirmando-o como um dogma em uma série de concílios da igreja católica no primeiro milênio, mas, na verdade, Maria teve um relacionamento normal de casada depois do nascimento de Jesus entre ela e seu esposo José e tiveram seus muitos filhos normalmente.

Os principais assuntos abordados por Judas em sua epístola universal incluem o fortalecimento da razão de batalharmos pela Fé.

A Bíblia ressalta o perigo de pessoas que falam de Deus mas não ensinam a verdade dele. Jesus falou de "falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores" (Mateus 7:15). O apóstolo Paulo disse que, mesmo dentre os presbíteros de Éfeso, se levantariam "homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles". (Atos 20:30). E Judas exorta os discípulos a aguardarem atentos aos homens que não trazem a fé verdadeira.

O incentivo e o apelo à batalha. (1-4). Não é porque Judas seja irmão do próprio Senhor Jesus, (Mateus 13:55), mas se descreve simplesmente como servo, algo que ele tem em comum com todos que são "chamados, amados e guardados em Jesus Cristo". (1-2).

Desejando escrever a salvação comum entre eles, Judas viu a necessidade de encorajá-los a batalharem "diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos". (3).

A "fé" de que Judas fala é a doutrina revelada por Jesus Cristo, seus apóstolos e profetas, (Efésios 3:3-5; Atos 6:7, 8:13; Gálatas 1:23). Esta doutrina já havia sido entregue aos santos "uma vez por todas" durante a vida de Judas, no primeiro século. 

O motivo da exortação a lutar é que algumas pessoas entraram desapercebidas no meio dos irmãos e estavam ensinando como práticas doutrinárias que levariam os discípulos a abusarem da graça do Senhor e negarem a autoridade absoluta dele (4). Quem não luta, preparado pelo conhecimento e pela prática da fé revelada por Cristo, por sua ignorância e sossego cairá em castigo com os homens condenáveis ​​que trazem doutrina falsa.

Judas trata também da condenação dos ímpios. (5-16). Deus nunca aceitou rebeldia contra sua autoridade: não de seu próprio povo escolhido, (5), nem de anjos, (6), nem de outros povos na terra, (7). Judas avisa que aqueles que ensinam e praticam a libertinagem são rebeldes, sem respeito pelo governo de Deus. (8-9). Não compreendendo a graça do Senhor, agem feita animais (10), e seguem os mesmos caminhos de homens como Caim, Balaão e Corá. (11; Gênesis 4; Números 22-24; Números 16-17). Com palavras fortes Judas mostra que a aparência de homens como esses é só enganosa, e que Deus, desde muito, prepara o julgamento contra sua impiedade, sensualidade, arrogância e ganância. (12-16).

A defesa contra os falsos mestres é necessária e urgente. (17-25). A luta para escapar do engano começa com a palavra revelada, que tanto ensina o caminho reto como mostra o caráter dos enganadores. (17-19). É necessário crescer na fé, estudando a palavra e orando ao Senhor com amor e com a forte esperança de alcançar a vida eterna. (20-21). Depois dos cuidados pessoais, é também necessário ajudar outros a superar suas dúvidas e fraquezas. (22-23). A verdadeira garantia da vitória é que Deus tem o poder e a vontade de salvar todos que buscam servi-lo honestamente e que com humildade se submetem à sua soberania eterna. (24-25).

Deus abençoe você e sua família.

 

Pastor Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

JUDAS ISCARIOTES O TRAIDOR

JUDAS ISCARIOTES O TRAIDOR

 

Judas Iscariotes, o maior traidor de todos os tempos na face da terra. Traiu a Jesus Cristo o Filho de Deus.

Quem foi Judas Iscariotes?

Judas Iscariotes foi o discípulo que traiu Jesus. Ele foi escolhido para ser um dos 12 apóstolos mas decidiu entregar Jesus nas mãos de quem queria tirar sua vida. A ganância de Judas deu lugar ao diabo e ele ficou conhecido na Bíblia como um traidor.

Durante seu ministério, Jesus escolheu alguns de seus discípulos para serem apóstolos, pessoas que receberiam ensinamento mais pessoal, com o propósito de se tornarem os futuros líderes da Igreja. (Lucas 6:13-16).

Um dos 12 escolhidos foi Judas Iscariotes. Ele ficou encarregado do dinheiro do grupo mas tinha por hábito roubar da bolsa comum.

Judas Iscariotes foi o discípulo que traiu Jesus. Ele pertenceu ao grupo dos doze discípulos que Jesus chamou para acompanhá-lo, e seu nome sempre aparece em último lugar nas listas que trazem os nomes dos apóstolos.

Ele também é frequentemente mencionado na narrativa bíblica dos Evangelhos, às vezes apenas como “Judas”, mas geralmente seu nome é acompanhado com alguma descrição que o distingue dos demais. Por exemplo: ele é chamado de “Judas, que o traiu”, “Judas Iscariotes, filho de Simão”, Judas filho de Simão Iscariotes, ou apenas “o traidor”, (Mateus 26:14,25,47; 27:3; Marcos 14:10,43; Lucas 22:3,47,48; João 6:71; 12:4; 13:2,26-29; 18:2-5).

A história de Judas Iscariotes.

Judas Iscariotes era filho de um homem chamado Simão, (João 6:71; 13:2,26). Seu local de origem passa pela discussão acerca do significado da palavra “Iscariotes”.

Provavelmente essa palavra seja derivada do termo hebraico ‘ish Queriyot, que significa “homem de Quiriote”, visto que em certos manuscritos do Evangelho de João aparecem as palavras apo Karyotou.

Se o significado de Iscariotes for realmente este, o que é muito possível, então encontramos a informação sobre o local de origem de Judas. O Antigo Testamento menciona dois locais com o nome de Quiriote. O primeiro era localizado em Moabe, (Jeremias 48:24,41; Amós 2:2). Já o segundo, Quriote-Hezrom, ficava localizado aproximadamente ao sul de Hebrom. (Josué 15:25).

Há também quem defenda que Iscariotes não seja uma indicação de seu lugar de origem, mas um tipo de designação infame para identificá-lo. Para isso, alguns estudiosos sugerem que essa palavra tenha origem num termo que significa “um assassino”, e, portanto, a interpretam no sentido de “o homem da adaga”.

Contudo, essa última interpretação é bem pouco provável. Normalmente é aceito que a designação “Judas Iscariotes” signifique simplesmente “Judas, o homem de Quiriote”.

Não se sabe muito sobre a vida de Judas Iscariotes.  

Ele era judeu, filho de um homem chamado Simão. Judas é a forma grega do nome hebraico Judá e não se sabe ao certo qual é a origem do nome Iscariotes. É possível que seja uma referência a um lugar chamado Queriote, mas isso nunca foi confirmado.

Judas acompanhou Jesus ao longo de todo o seu ministério, junto com os outros apóstolos. Ele viu os milagres, aprendeu de Jesus e participou da pregação das boas novas. Jesus sabia desde o início que Judas iria traí-lo mas não o excluiu nem deixou de lhe mostrar seu amor. (João 6:70-71).

Depois desse acontecimento, Judas procurou os líderes religiosos judaicos e se ofereceu para lhes entregar Jesus, em troca de 30 moedas de prata, (Lucas 22:3-6). A ocasião perfeita se apresentou durante a festa da Páscoa, na noite da Última Ceia. Jesus iria passar algum tempo a sós em um jardim com os discípulos depois do jantar. Com poucas pessoas por perto, essa era a oportunidade que seus inimigos precisavam para o prender sem muitos discípulos para lutar do seu lado.

Jesus sabia do plano de Judas e avisou que o traidor iria sofrer consequências muito sérias, (Marcos 14:20-21). Depois do jantar, ele deixou Judas sair para fazer o que tinha planeado. A traição de Judas já estava contemplada no plano de Deus para salvar a humanidade.

Judas se reuniu com os inimigos de Jesus, que juntaram um grupo para prender Jesus. Ele lhes mostrou o caminho para o jardim do Getsêmani e combinou dar um beijo em Jesus, para saberem quem iriam prender. Judas se aproximou de Jesus, chamou-O de mestre e lhe deu um beijo, como se fosse seu amigo. (Lucas 22:47-48). Então o grupo avançou e prendeu Jesus. Judas recebeu seu pagamento e Jesus foi crucificado.

Judas Iscariotes era um dos doze apóstolos.

Judas Iscariotes servia como tesoureiro no grupo apostólico, (João 13:29), nem por isso devemos desmerecer os valorosos irmãos e obreiros que tanto ajudam nas igrejas, nesta posição de destaque.  Mas no exercício dessa atividade, Judas é chamado de “ladrão” porque era ladrão mesmo, só faltava ele ser revelado ou desmascarado como vemos no Evangelho de João. O texto bíblico diz que Judas Iscariotes furtava a arrecadação que ficava guardada na bolsa que ele era o responsável por guardar. (João 12:6).

Durante o ato de profunda adoração de Maria de Betânia, a irmã de Lázaro, a qual ungiu o Senhor Jesus quebrando um vaso de alabastro que continha um precioso unguento, Judas fez duras críticas a tal atitude. Inclusive, ele conseguiu influenciar os demais discípulos em sua crítica. (Mateus 26:6-13; Marcos 14:3-9; João 12:1-8).

Apesar de Judas Iscariotes inicialmente argumentar que aquele unguento poderia ser vendido e o valor arrecado ser distribuído aos pobres, na verdade ele não estava preocupado com isto. Na verdade, além de ele não reconhecer a significativa ação daquela mulher que, inclusive, foi elogiada por Jesus, Judas Iscariotes ficou frustrado por não ter conseguido enriquecer seu próprio bolso com a venda do nardo puro que estava ali naquele vaso de alabastro. (João 12:5,6).

Curiosamente os evangelistas posicionaram logo após esse episódio em Betânia, revelando a narrativa sobre quando Judas Iscariotes se dirigiu aos principais sacerdotes para acertar um acordo com relação à traição de Jesus. (Mateus 26:14-16; Lucas 22:3-6; Marcos 14:10).

Judas Iscariotes traiu Jesus.

Mateus, escritor do Primeiro Evangelho, foi quem mais forneceu detalhes acerca do acordo entre Judas Iscariotes e os principais sacerdotes a fim de trair Jesus. (Mateus 26:14-16).

Judas Iscariotes recebeu como pagamento para trair seu Mestre a soma de trinta moedas de prata. É interessante saber que esse valor recebido por Judas com as tinta moedas de prata talvez tenha sido dez vezes menor do que o valor de avaliação que ele próprio fez do unguento que Maria de Betânia utilizou para ungir Jesus.

A narrativa bíblica também nos informa que Judas Iscariotes esperou o momento mais oportuno para poder trair o Senhor Jesus, (Lucas 22:6). Isto acabou acontecendo na noite em que Jesus celebrou a Páscoa com seus discípulos no cenáculo, e instituiu o sacramento da Santa Ceia do Senhor. Aqui nos recordamos das conhecidas palavras do apóstolo Paulo: “Na noite em que foi traído”. (1 Coríntios 11:23).

Judas estava na mesa juntamente com Jesus e os outros discípulos. Depois de Jesus ter dado a ele o bocado molhado, a Bíblia diz que “entrou nele Satanás”, e Jesus lhe disse: “O que fazes, faze-o depressa”. (João 13:27).

Saindo dali, Judas Iscariotes pôs em prática o plano da traição. Já no jardim do Getsêmani, enquanto o Senhor Jesus orava, Judas Iscariotes consumou seu ato beijando Jesus, e assim os soldados o prenderam (Marcos 14:43-46). Profecias do Antigo Testamento apontavam justamente para esse momento. (Salmos 41:9; 55:12-14; Zacarias 11:12).

Como foi a morte de Judas Iscariotes, o traidor de Jesus.

A morte de Judas Iscariotes é registrada apenas em Mateus 27:3-5 e Atos 1:18. Antes de morrer, Judas ainda esboçou um tipo de arrependimento e remorso patético. Ele procurou os principais dos sacerdotes e os anciãos a fim de devolver as trinta moedas de prata.

Judas Iscariotes escutou dos sacerdotes que ele era o responsável pelo que havia feito. Diante disto, ele acabou atirando as moedas no Templo antes de retirar-se para ir se enforcar, (Mateus 27:4,5). Os sacerdotes não colocaram as moedas no cofre das ofertas, visto que eram pelo preço de sangue. Porém, eles acabaram comprando o campo de um oleiro, para servir de sepultura dos estrangeiros. Esse campo foi chamado “Campo de Sangue”, assim como havia sido profetizado pelo profeta Jeremias. Na verdade, indiretamente, foi o próprio Judas quem comprou aquele campo ao devolver as moedas aos sacerdotes e anciãos.

Mateus apenas relata que Judas saiu para se enforcar. Já o evangelista Lucas, no livro de Atos, fornece alguns detalhes sobre esse momento de acordo com a descrição dada pelo apóstolo Pedro. Ele diz que Judas Iscariotes, “precipitando-se, arebentou-se pelo meio, e todas suas entranhas se derramaram”. (Atos 1:18). Matias foi escolhido para ocupar o lugar deixado por Judas Iscariotes.

Pior do que a sua trágica e assombrosa morte, é a sentença que lemos sobre o seu fim: “Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar”, (Atos 1:25). Esse “lugar” é claramente indicado nas palavras de Jesus orando ao Pai: “Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles pereceu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura”. (João 17:12).

O caráter de Judas Iscariotes, o traidor sem caráter.

Considerando todas as referências bíblicas em que Judas Iscariotes é mencionado, podemos perceber que ele reunia em si a hipocrisia, o egoísmo, a soberba, a avareza, a inveja e a cobiça. Seu caráter duvidoso pode ser muito bem resumido na designação clara e objetiva dada a ele pelo apóstolo João: “Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava”. (João 12:6).

João o identificou, em poucas palavras, como sendo uma pessoa mentirosa, enganadora, gananciosa e capaz de roubar. Além disso, Judas Iscariotes era uma pessoa dissimulada. Diante do anúncio de Jesus de que havia entre eles um traidor, Judas Iscariotes foi tão frio a ponto de dizer: “Porventura sou eu, Rabi?” (Mateus 26:25).

A história de Judas Iscariotes é um retrato vívido de como o homem, em sua própria natureza, é completamente depravado e perverso, apto a ser instrumento nas mãos do diabo, (João 6:70,71). É impossível separar a pergunta sobre quem foi Judas Iscariotes das conhecidas palavras de Jesus sobre ele: “Mas ai daquele por intermédio de quem o Filho do Homem está sendo traído”. (Mateus 26:24).

Quem substituiu Judas como apóstolo?

Depois da ressurreição e ascensão de Jesus, os apóstolos se reuniram para escolher outra pessoa para tomar o lugar de Judas. Eles decidiram que deveria ser alguém que tinha acompanhado todo o ministério de Jesus e que tinha sido testemunha de sua ressurreição. (Atos 1:21-22).

Usando esses critérios, os apóstolos escolheram duas pessoas: José Barsabás e Matias. Eles oraram e lançaram sortes e Matias foi o escolhido. (Atos 1:23-26).

Mais tarde, Paulo se tornou um apóstolo, pregando o evangelho em muitos lugares e ajudando a estabelecer a doutrina da Igreja, por isso ficou conhecido e chamado de o Apóstolo dos gentios.  

Mas ele não foi um dos 12 originais, que aprenderam diretamente com Jesus. Paulo se tornou o Apóstolo dos gentios por ter tido um encontro e um chamado pessoal do próprio Senhor Jesus no caminho de Damasco quando ia àquela cidade com cartas e autorizações dos maiorais da religião e do governo Romano para prender os apóstolos. Em Atos dos Apóstolos capítulos 9 e 10 encontramos detalhes da conversão do apóstolo Paulo.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

 

 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

O SALMO DO BEM-AVENTURADO

O SALMO DO BEM-AVENTURADO

 

Disse Jesus em Mateus 11.6, “E, bem aventurado aquele que não achar em mim motivo de tropeço”.

 

O Salmo número um nos fala sobre o bem-aventurado.

Salmo 1.

1 Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.

2 Antes, tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.

3 Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer prosperará.

4 Não são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento espalha.

5 Pelo que os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos.

6 Porque o SENHOR conhece o caminho dos justos; mas o caminho dos ímpios perecerá.

As bem-aventuranças explicadas por Jesus e seu significado.

As bem-aventuranças são um conjunto de bênçãos que Jesus declarou para certos tipos de pessoas. Segundo Jesus, Ele mesmo declarou em Mateus capítulo 5 que são bem-aventurados, felizes e abençoados, as seguintes classes de pessoas:

Bem-aventurados os pobres de espírito. Bem-aventurados os que choram.

Bem-aventurados os humildes.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça.

Bem-aventurados os misericordiosos.

Bem-aventurados os puros de coração.

Bem-aventurados os pacificadores.

Bem-aventurados os perseguidos.

Com estas bênçãos, Jesus inverteu muitos valores comuns, dando honra aos pobres, aos que choram, aos humildes e aos perseguidos. As bem-aventuranças mostram as atitudes que agradam a Deus e que trazem bênçãos.

“Bem-aventurado” significa feliz, abençoado. Em Mateus 5, Jesus começou seu famoso Sermão da Montanha abençoando com estas bem-aventuranças.

O que Jesus disse sobre os pobres de espírito?

Jesus disse que os pobres de espírito são abençoados porque o Reino dos Céus lhes pertence (Mateus 5:3). Ser pobre de espírito significa reconhecer suas próprias falhas e sua dependência total de Deus.

Aqueles que se sentem satisfeitos, fortes e acham que podem viver bem sozinhos não procuram a Deus. Apenas quando uma pessoa reconhece sua própria pobreza é que se vira para Jesus, se arrepende e é salvo. Somente quem está em Jesus pode entrar no Reino dos Céus. É por isso que o Reino pertence aos pobres de espírito.

O que Jesus disse sobre os que choram?

As pessoas que choram são bem-aventuradas porque serão consoladas (Mateus 5:4). Jesus é nosso consolador, o único que pode dar conforto verdadeiro.

A tristeza segundo Deus gera arrependimento pelos pecados e mudança de vida. (2 Coríntios 7:9-10). Deus consola esse tipo de tristeza com Seu perdão. Toda tristeza que vem do sofrimento e da injustiça será consolada por Deus quando os salvos chegarem no Céu.

O que Jesus disse sobre os humildes?

A bênção dos humildes é receber a terra por herança (Mateus 5:5). Não ha lugar para arrogância entre os filhos de Deus. Os humildes serão abençoados porque reconhecem que a glória toda pertence a Deus. Deus recompensa os humildes mas humilha os arrogantes (Provérbios 18:12).

O que Jesus disse sobre os que têm fome e sêde de justiça?

Aqueles que têm fome e sede de justiça são felizes porque receberão exatamente o que desejam. Mateus 5:6. Deus vai fazer justiça.

Um dos elementos da armadura de Deus é a couraça da justiça. Quem ama a Deus, ama a justiça e procura fazer o que é certo. O pecado causa injustiça mas, quando Jesus voltar, ele vai restabelecer toda justiça.

O que Jesus disse sobre os misericordiosos?

Quem é misericordioso também receberá misericórdia (Mateus 5:7). Assim como Deus mostra misericórdia e perdoa, seus adoradores devem mostrar misericórdia por outras pessoas.

A misericórdia vem de realmente entender a misericórdia de Deus. Ele ama cada pessoa e oferece perdão, para aliviar o sofrimento, apesar de ninguém merecer. Da mesma forma, quem é salvo por Jesus aprende a ter misericórdia de outras pessoas, por amor.

O que Jesus disse sobre os puros de coração?

Quem é puro de coração receberá a bênção de ver a Deus. Mateus 5:8. Nada de impuro pode entrar na presença de Deus. Jesus veio para purificar o pecador do seu pecado, transformando corações. Apenas quem se deixa ser purificado por Jesus pode ver a Deus.

O que Jesus disse sobre os pacificadores?

A felicidade dos pacificadores é serem chamados filhos de Deus (Mateus 5:9). Jesus veio para estabelecer paz entre as pessoas e Deus e para concertar a forma como nos relacionamos com outras pessoas.

Os seguidores de Cristo são chamados para vencerem o mal com o bem, o ódio com amor, a guerra com a paz. Romanos 12:21. Os verdadeiros filhos de Deus amam a paz.

O que Jesus disse sobre os perseguidos?

Quem é perseguido por causa da justiça e do amor a Jesus receberá grande recompensa no Céu. Mateus 5:10-12. O mundo odeia os seguidores de Jesus, porque está debaixo do domínio do diabo. Mas o sofrimento aqui na terra não é nada comparado com a recompensa no Céu que Deus preparou para Seus filhos perseguidos.

Por fim Jesus proclama as suas  bençãos e proclama os ais, que são as consequências daquilo que as pessoas más desejam e praticam contra os que são puros se coração.

Lucas 6 relata outra versão desse discurso de Jesus, também com bênçãos e avisos de advertências. Jesus contrastou os pobres, os que têm fome, os que choram, os perseguidos e os que são abençoados.

Jesus falou sobre os ricos. Lucas 6:24. Jesus falou sobre os que têm fartura e os que riem. Lucas 6:25. Jesus falou sobre os que têm bom nome. Lucas 6:26.

As bem-aventuranças mudam as prioridades da vida. Em vez de se preocuparem com bens materiais e motivações egoístas, os que querem ser realmente abençoados devem se concentrar nas coisas de Deus.

Como devemos entender as bem-aventuranças?

Seria difícil imaginar uma pregação mais revolucionária ou mais importante do que o Sermão do Monte, relatado em Lucas 6 e, na versão mais completa, em Mateus 5, 6 e 7. Jesus já estava pregando o evangelho do reino (Mateus 4:23) quando sentou num monte na Galileia e começou a falar algumas das palavras mais desafiadoras de todos os tempos.

Ele introduz esta mensagem com uma lista de qualidades espirituais conhecidas como as bem-aventuranças (Mateus 5:3-12). Nestes versículos ele diz que os abençoados no reino de Cristo são: os humildes, os pobres de espírito, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os limpos de coração, os pacificadores e os perseguidos.

Vale a pena estudar o significado de cada qualidade para compreender melhor este desafio, mas vou comentar sobre o valor geral destes versículos como um todo.

Algumas sugestões para ajudar você no entendimento das bem-aventuranças:

(1) Não devem ser tratadas separadamente, ou seja, não deve imaginar que teria algum benefício em chorar sem ser misericordioso, ou em ser perseguido se não tiver fome e sede de justiça. Jesus lança um desafio importante: cultivar todas estas qualidades em nossas vidas.

(2) Não são qualidades naturais. Jesus não descreve pessoas que são naturalmente choronas ou mansas. Ele fala das disposições de corações aptos para o reino dele. São características espirituais que exigem autonegação na vida de cada discípulo.

(3) Não devem ser entendidas em termos materiais. O reino de Cristo é espiritual, não uma nação física com fronteiras geográficas. Ele fala de pessoas humildes ou pobres de espírito, uma atitude que não tem nada a ver com sua situação financeira. Ele não fala de pessoas que negociam tratados entre países, mas de pessoas que contribuem à paz entre o pecador e seu Criador. No mesmo sentido, as bênçãos mencionadas nestes versículos devem ser entendidas como descrições da abençoada comunhão com o Senhor, e não como promessas materiais. Não devemos imaginar a ocupação perpétua deste planeta, mas devemos buscar e manter comunhão com seu dono.

Para ter o privilégio de participar do reino de Jesus Cristo, precisamos desenvolver as qualidades descritas nas bem-aventuranças.

Jesus falou sobre o oposto das bem-aventuranças em Mateus 23 e devemos considerar o assunto para termos discernimento sobre quem são os verdadeiros bem-aventurados.

O oposto das bem-aventuranças são os “ais" declarados em Mateus 23.  Neste capítulo Jesus criticou os que têm um coração petrificado e tendente a fazer e praticar o mal, não importando se são religiosos ou não, mas principalmente para os líderes religiosos.

Mateus 23. Algo do conteúdo deste discurso também foi usado pelo Senhor anteriormente em Lucas 11:39, mas agora ele faz a sua acusação no Templo em Jerusalém, na fortaleza dos seus inimigos.

Mt. 23:1-12 Advertência contra os fariseus. Esta porção de instruções foi dirigida diretamente para os discípulos, embora na presença da multidão.

Mt. 23:2 Na cadeira de Moisés se assentam, isto é, eles ocupam a posição de Moisés entre vocês, como expositores da Lei.

Mt. 23:3,4 Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles vos disserem. Até onde o ensinamento deles apresentava o que Moisés ensinou, o povo devia obedecer. Porém, não os imiteis nas suas obras. Suas obras incluíam suas interpretações e perversões forçadas da Lei, que os capacitavam a zombar da importância espiritual dos seus antepassados veterotestamentários.

Suas múltiplas adições à Lei, aqui chamadas de fardos pesados e difíceis de carregar, faziam parte das suas obras. Nem com o dedo querem movê-los. Embora a casuística dos rabinos sem dúvida encontraria meios de escapar ao que era desagradável, esta declaração provavelmente significa que eles nunca moviam um dedo para remover qualquer desses fardos pesados que impunham ao povo para cumpri-los. Movê-los está em paralelo oposto ao que obrigavam o povo fazê-lo. Jesus disse que os Fariseus  atavam fardos pesados ao pescoço do povo.

Mt.23:5 Os Filactérios são pequenos estojos contendo tiras de pergaminho sobre as quais estavam escritas as palavras de Êx. 13:2-10, 11-17; Dt. 6:4-9 e 11:13-22. Os estojos eram amarrados com fitas à testa e no braço esquerdo. A prática surgiu depois do cativeiro de uma interpretação extremamente literal de Êx. 13:16. Os Fariseus usavam-nas por ostentação. Alongam as suas franjas, borlas usadas nos quatro cantos da capa, de acordo com Núm. 15:38 e Dt. 22:12. Jesus usava essas borlas (Mt. 9:20; 14:36), mas os fariseus alargavam-nas por exibição.

Mt. 23:6,7 Lugar de honra nos banquetes e nas sinagogas eram objetos da ambição dos Fariseus, além das efusivas saudações nas praças públicas, as quais chamavam a atenção para sua destacada posição declarada de Mestres que era um título equivalente a professor ou doutor, que os judeus aplicavam aos seus instrutores espirituais.
Mt. 23:8-12 As próximas palavras foram dirigidas especificamente aos discípulos. Os seguidores de Cristo não deveriam procurar serem chamados por esses títulos de mestre, pai ou guia, como os Fariseus. Entretanto, esta não é uma proibição absoluta de hierarquia ou uso apropriado de títulos, pois o próprio apóstolo Paulo se intitulou “pai” dos coríntios e chama Timóteo de “filho”. (1 Co. 4:15, 17). Uns dos Fariseus se declaravam como sendo o maior dentre o povo. Mas Jesus os confrontam com a palavra lança em seus rostos que o maior mostra claramente a validade da diferença de postos entre eles e o povo. Mas o que deveria haver entre eles era  um espírito de humildade que deveria governar os crentes, não a ambição egoísta dos Fariseus que usurpavam para si mesmos a autoridade que pertence a Deus.

Mt. 23:13-36 Os sete “ais” contra os fariseus. Aqui a atenção foi desviada dos discípulos para os Fariseus, que faziam parte da multidão.

Mt. 23:13 No primeiro “ai" Jesus os define como hipócritas. É um epíteto destacando o fingimento dos fariseus e seus escribas. Fechais o reino dos céus. Na qualidade de líderes religiosos e reconhecidos intérpretes das Escrituras, deveriam ter sido os primeiros a atender a Jesus, influenciando os outros a segui-los. Quanto aos que estão entrando no tempo presente, indica disposição ou talvez futuridade, que não permitiam por causa de sua falsa liderança. O versículo 14 é uma interpolação de Mc. 12:40 e Lc. 20:47.

Mt. 23:15 No segundo “ai" Jesus define a situação caótica dos líderes da religião daquela época, dizendo: Rodeais o mar e a terra como se estivessem fazendo uma busca zelosa e trazendo prosélito e seguidores de suas alucinações.

Jesus não aplica esta palavra para os gentios tementes a Deus que não eram circuncidados isto é, prosélito do portão ( o portão era uma referência ao local onde se realizavam a circuncisão nas crianças recém nascidas), mas o gentio que fora persuadido a adotar o judaísmo “in totum” incluindo todas as tradições ensinadas por esses Fariseus, eram persuadidos a considerar a versão de Jesus que os chamou de filhos do inferno duas vezes mais do que vós. Os prosélitos feitos por esses fariseus que não eram espirituais e sem dúvida que foram acrescentados a sua seita apenas acrescentariam tradições rabínicas às suas noções pagãs. Os gentios não tinham a obrigação de circuncidar seus filhos recém nascidos.

Mt. 23:16-22 No terceiro “ai” Jesus chama os fariseus de guias cegos e insensatos por terem pervertido a verdade do juramento. Já é bastante mau não se poder confiar na palavra de um homem sem o juramento. Mas os fariseus ensinavam que havia diferença na obrigatoriedade do cumprimento dos diversos votos. Os juramentos que usavam referências gerais ao templo ou ao altar não obrigava a pessoa a cumpri-los, mas se mencionasse mais especificamente o ouro do santuário ou a oferta do altar ficava obrigada a cumpri-los. Jesus mostrou o absurdo de tal raciocínio destacando que o maior (santuário, altar, Deus) inclui o menor (ouro, oferta, céu). À vista de tal perversidade, Cristo ensinou “De maneira nenhuma jureis” (Mt. 5:33-37).

Mt. 23:23,24 No quarto “ai” Jesus descreve o cuidado escrupuloso dos fariseus nas questões menos importantes e a sua negligência nos deveres mais importantes. O dízimo das diversas ervas baseava-se em Lv. 27:30. Hortelã, endro e cominho eram plantas de hortas, usadas para temperar alimentos. Justiça, misericórdia e fé. Essas obrigações éticas e espirituais ( Mq. 6:8) são o mais importante da lei e são portanto de importância primária, embora aquelas (o dízimo) também são próprias do povo de Deus. Através de tal prática os fariseus tinham escrupulosamente coado o mosquito (inseto legitimamente imundo que poderia cair no copo), mas engoliam um camelo (o maior dos animais imundos da Palestina; Lv. 11:4).
Mt. 23:25,26 No quinto “ai” Jesus descreve a deslocada ênfase dos fariseus sobre as coisas externas. Limpais o exterior do copo. A figura aponta para a preocupação dos fariseus com a purificação ritualística (rabínica, não de Moisés) e a negligência com o conteúdo do copo. Mas estes por dentro estão cheios de rapina e intemperança. Os fariseus sustentavam seu modo de vida pressionando os outros. Em obediência ao ritual rabínico não poderiam alterar esta corrupção interior.

Mt. 23:27,28 No sexto “ai” Jesus descreve a influência secreta dos fariseus. Sepulcros caiados. Na primavera, após a estação das chuvas, as sepulturas eram caiadas para que uma pessoa desavisada não se contaminasse cerimonialmente tocando-as por descuido. (Nm.19:16; Ez.39:15). Esse costume há pouco cumprido forneceu uma ilustração oportuna da aparência atraente dos fariseus na corrupção interna. Lucas 11:44 usa sepulturas em uma ilustração um pouco diferente.
Mt. 23:29-31 No sétimo “ai” Jesus descreve os ouvintes do Senhor como participantes da mesma natureza de seus perversos antepassados. Construindo e embelezando sepulturas de profetas assassinados, supunham que estivessem desautorizando esses homicídios. Mas Jesus declarou que seus atos provavam exatamente o oposto. Pois, construindo sepulturas, eles apenas completavam o que seus pais (espirituais, como também raciais) tinham começado. Sua própria conspiração de matar Jesus (21:46; 22:15; Jo. 11:47-53) provou serem filhos dos que mataram os profetas.

Mt. 23:32 Enchei vós, pois, a medida de vossos pais. Compare ordem semelhante a Judas, Jo. 13:27.

Mt. 23:33 Raça de víboras, com acusação de João em 3:7, 34-36.

Mt. 23:34 Eis que eu vos envio profetas. Uma declaração semelhante em Lc. 11:49 atribui esse enviar à “sabedoria de Deus”. Assim Jesus, como a própria personificação da sabedoria de Deus, declara-se Senhor desse título. (1Co.1:24). 

Sobre esses profetas, sábios e escribas, Jesus lhes mostra a verdade e diz ser o verdadeiro profeta diante deles. Os Escribas usaram estes termos que particularmente eram próprios deles para para o seu auditório. Os termos poderiam incluir também as testemunhas da Igreja Primitiva, tais como Pedro, Tiago, Estêvão e Paulo. Essas perseguições que aqui foram preditas fariam transbordar a medida da culpa dos judeus, de modo que a destruição divina viria sobre essa geração da nação. Desde Abel até Zacarias inclui todos os homicídios praticados no Velho Testamento , desde o primeiro livro (Gn. 4:8) até o último do cânon hebraico que é o Pentateuco, (2Cr.24:20-22).

O fracasso desses fariseus de aprenderem as lições da história e de se arrependerem de sua perversidade, também característica de seus pais, significava que aos olhos de Deus eles tinham parte na culpa.

Perseguições ulteriores tornariam isso indiscutivelmente claro. Zacarias, filho de Baraquias. Em 2Cr. 24:20 ele é chamado “filho do sacerdote Joiada”, talvez segundo um ilustre avô que morrera, há pouco, com a idade de cento e trinta anos. (2Cr. 24:15). Mateus deveria ter documentos que davam o nome do seu pai.

Mt. 23:37-39 Na lamentação do Mestre sobre Jerusalém, Jesus já expressou sentimentos semelhantes anteriormente. (Lc. 13:34, 35; 19:41-44).

Mt. 23:37 Que matas os profetas. Este elo com o versículo 34 fornece fácil transição para a pública lamentação de Cristo sobre a cidade rebelde. Quantas vezes quis eu. Um testemunho involuntário da autenticidade do Evangelho de João, o único que registra as numerosas visitas de Jesus a Jerusalém.

Mt. 23:38 Eis que a vossa casa ficará deserta. 1Reis 9:7; Jr. 22:5;12:7. Casa tem sido diversamente interpretada como nação cidade e o Templo. Visto que Jesus proferiu essas palavras ao deixar o Templo pela Última vez (24:1), a interpretação do Templo é muito atraente. Um templo abandonado pelo Messias transforma-se em vossa casa, não de Deus.

Mt. 23:39 Não me vereis mais. O ministério terreno do Senhor Jesus terminara. Após a Ressurreição, Jesus apareceu apenas a testemunhas escolhidas. (Atos 10:41). Até que venhais a dizer. Na segunda vinda de Cristo os judeus reconhecerão, como nação, o seu Messias rejeitado, e lhe darão boas vindas. (Rm. 11; Zc. 12:10).

Aplicações principais que aprendemos com o Salmo 1.

O Salmo 1 nos ensina que o justo é bem-aventurado. Essa bem-aventurança, porém, não é fruto de sua própria capacidade ou habilidade, mas da sua fidelidade às coisas de Deus. Salmo 84.

Esta bem-aventurança é decorrente de seu relacionamento com Deus. Ele é dirigido pela Palavra da Verdade. Jesus mesmo disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. João 14.6.

O Salmo 1 nos ensina que a condição do ímpio é ilusória e que do ponto de vista do mundo, os ímpios até parecem ricos e fortes, mas do ponto de vista de Deus, são desprezíveis, frágeis e destinados ao julgamento e à perdição se não se converterem a Jesus. Salmo 91.7-8.

O Salmo 1 nos ensina que o justo sempre esteve, está e estará amparado por Deus em toda e qualquer situação. Salmo 46.

Ainda que tenhamos que enfrentar muitas dificuldades e aflições, o curso de nossa vida não foge do controle das mãos de Deus; o Senhor conhece intimamente o caminho de cada um de nós e não permite que terminemos em ruína como acontece no caminho do perverso. Salmo 124.

Tito 2:13-15 - 13 aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, 

14 o qual se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniquidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras.

15 Fala disto, e exorta, e repreende com toda a autoridade. Ninguém te despreze.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

BENDIZEI AO SENHOR, VÓS TODOS SERVOS DO SENHOR

BENDIZEI AO SENHOR, VÓS TODOS SERVOS DO SENHOR.

 

“Bendizei ao Senhor, vós todos servos do Senhor...”. Salmo 134.

Há muitos homens com dons e características incríveis já vistas neste mundo, grandes pintores, grandes cantores, fizeram história no nosso mundo, grandes estudiosos e músicos demonstram sua maestria ao desenvolverem suas habilidades que nos impressionam, porém, nunca houve e nunca haverá alguém superior ao Senhor.

“Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios”. (Salmos 103:1,2).

O Salmo 103  louva alguém de muitas qualidades e feitos impressionantes, porém não é uma pessoa qualquer, é o Senhor dos exércitos,  é o Senhor dos senhores.

Você já parou para meditar nestas palavras? O salmista Davi, quando escreveu essas palavras com certeza, estava muito inspirado, pois elas são muito bonitas e trazem um ensinamento muito grande para nós.

Bendizer significa dizer bem, dar glória, declarar como bendito, no versículo 1, o salmista diz para sua alma bendizer ao Senhor, é uma conversa com ele mesmo, para que sua alma, bendizesse ao Senhor e tudo que nEle há.

Este versículo nos ensina que devemos bendizer a Deus com a boca sem que as palavras fluam da alma, isso seria hipocrisia.

Jesus disse: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”. (Mateus 15:8).

Para não correr este risco, nós precisamos lembrar a nossa alma e tudo que há em nós bendizer ao Senhor e fazer com que não nos esqueçamos diariamente de tudo que Ele tem feito por nós.

Muitas vezes enchemos nossos corações de fatos ruins, problemas, circunstâncias que nos fazem esquecer da bendita graça e amor do Senhor. Porém, precisamos nos lembrar diariamente que o que o Senhor faz para nós é maior do que nossas dificuldades ou circunstâncias, é maior do que aquele problema que você está passando que parece não ter solução, é maior do que tudo.

Feridas, amargura de alma, conflitos diversos, situações insolúveis, doenças incuráveis tomam novos rumos quando permitimos o renovo do Senhor em nossas vidas. Mesmo sofrendo, passamos a viver levemente, com o coração alegre, com gratidão, bendizendo ao Senhor por todas as Suas maravilhosas obras em nossas vidas e em todos os lugares do Seu domínio no universo. Por isso bendiga ao Senhor a minha alma para todo sempre. (Salmos 103.22).

De acordo com Tiago, devemos nos alegrar com as provações da nossa fé, pois, depois de aprovados, isto é, depois de passarmos nos testes de Deus, iremos nos fortalecer com a “perseverança”, se lutarmos para vencer pela fé. E a perseverança, ao ter a sua obra terminada, nos deixará regozijando diante da perfeição e da integridade de Deus para conosco, mesmo não sendo merecedores. A nossa santificação será aperfeiçoada e o Espírito Santo não nos deixará em nada deficientes na nossa vida espiritual. (Tg 1.2-4).

Entretanto, se formos contar os problemas que nos afligem, poderemos somar até algumas dezenas deles. Mas, se formos enumerar as bênçãos que temos, elas são incontáveis. Experimente contar todas as bênçãos que você tem recebido de Deus.

Para poder bendizer ao Senhor, temos que reconhecer o que Ele faz e tem feito por nós, por isso é de grande importância relembrar o  que ele fez por você.

Portanto busque apreciar suas bênçãos e enumerá-las com gratidão.

Ore agradecendo pelas respostas de suas orações ao Senhor e descanse nele quanto às provações do presente e quanto ao futuro. (Rm 8.28, 1Co 10.13).

Contemple a grandeza do Senhor, lembre de seus benefícios, para que seu interior seja completamente agradecido e bendiga ao Senhor.

Portanto em tudo continuarei bem-dizendo ao Senhor.

Letra de um corinho do Salmo 134. Vejam nas redes sociais muitos louvores com este Salmo.

Bendizei ao Senhor vós todos servos do Senhor, que assistis na Casa do Senhor nas horas da noite.

Erguei as mães para o santuário e bendizei ao Senhor.

De Sião te abençoe o Senhor,  criador dos céus e da terra.

Salmo 134.

1 Bendizei ao Senhor, vós todos servos do Senhor, que assistis na casa do Senhor, nas horas da noite,

2. Levantai as mãos no santuário e bendizei ao Senhor.

3. O Senhor, que fez o céu e a terra, te abençoe desde Sião!

Voltando ao principal assunto do tema vemos que a palavra dominante do Salmo 103 é “Bendize, ó minha alma ao Senhor”.

"Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios." Salmo 103.1-2.

Louvor e ações de graças operam milagres, justamente quando interiormente você se sente derrotado e como que encerrado numa prisão, quando tudo parece trancado e acorrentado e sem solução; quando a Bíblia não mais fala ao seu coração e você mal consegue pronunciar o nome de Jesus, então Deus entra com providências. É bom lembrar que Deus age no tempo dEle e não no nosso. Paulo e Silas louvaram a Deus quando estavam na prisão com as costas ensanguentadas, e ao orarem e cantarem louvores a Deus naquela situação, Deus lhes abriu as portas da prisão e arrebentou todos os grilhões.

Comece você também a agradecer e a louvar, não importa o tipo de "prisão" em que você se encontre. Pois enquanto cantamos e louvamos ao Senhor, Ele abre as portas das nossas circunstâncias e dificuldades. Ele não resolve seu problema, mas liberta você do problema. E se a resposta à sua oração demorar muito, é justamente por isso que  você deve louvá-Lo. Quando passamos por provações, as ações de graças fortalecem a nossa fé. O louvor dos nossos lábios mostra que de fato há fé em nosso coração. Quando você reconhece isso, por meio do louvor e ações de graças ao Senhor, você é introduzido no mistério de ser contínua e constantemente abastecido com poder de Deus e adquire forças para continuar em sua trajetória de vida vitoriosa para honra e glória do Senhor Jesus.

Aprenda a bendizer ao Senhor.

Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga o seu Santo Nome. Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não Te esqueças de nenhum de seus benefícios.

Salmo 103.1,2

O salmista Davi, ao olhar para si mesmo percebeu o agir de Deus em sua vida, por isso despertou a sua alma para agradecer a Deus, para bendizer ao Senhor por todos os benefícios que tem recebido das suas mãos. Davi chama a sua própria alma para bendizer ao Senhor. Davi nos ensina que devemos bendizer ao Senhor com todas as nossas forças, com toda nossa energia, com todo louvor e com toda adoração.

O louvor não deve ser somente da boca para fora, mas feito com toda a força “tudo o que há em mim”. Davi não queria esquecer de nenhuma das bênçãos de Deus, Davi diz assim: O Senhor é quem perdoa todas as nossas iniquidades, quem sara todas as enfermidades, quem redime a minha vida da perdição, que mostra graça e misericórdia e abençoa o homem na sua velhice.

Ele dá ênfase nas bênçãos espirituais recebidas do Senhor. Por isso não devemos nos esquecer de nenhum de seus benefícios, devemos ser gratos a Deus cotidianamente.

Gratidão é agradecer a Deus por tudo e reconhecer que o que temos e somos, provém de Deus. Sem Deus nada somos. 

Por isso devemos agradecer a Deus, render louvores eternos ao nosso Deus, pelo seu grande amor e compaixão. Porque se não seremos consumidos pela multidão dos nossos pecados.

Pois sem Ele nada podemos fazer.

Ele é a nossa força, proteção e refúgio, auxílio nos momentos de aflições, o nosso socorro em quem depositamos nossa confiança e esperança. Pois sabemos que a justiça e o juízo são a base do trono de Deus, e tudo isso está evidente por meio de suas obras maravilhosas e suas grandes vitórias. O simples fato de estarmos vivos já é um milagre de Deus, para nós.

Pois Deus é o Deus do impossível. Ele opera sempre na hora certa, pois o seu relógio nunca se atrasa, não adianta e nem para. Ele age no momento certo e oportuno. E “a misericórdia do Senhor é de eternidade a eternidade sobre os que o temem”. Isto quer dizer que sua bênção é eterna, não tem fim, mas somente para aqueles que O temem independente de raça, credo e nacionalidade. Ele é o mesmo Deus sobre todos e Seu amor se estende sobre todas as gerações. Nosso dever é crer, pois o agir é de Deus.

Quando não recebemos o que pedimos, o que fazemos? Agradecemos ou murmuramos como filhos rebeldes e ingratos? Tudo tem seu tempo determinado. E há tempo para todo o propósito Deus. Se não recebemos a benção ou porque ainda não é o tempo de Deus para nós ou porque o que pedimos não está de acordo com o propósito de Deus para nós. E tudo o que Deus fez, faz ou fará durará eternamente, por isso tem que ser no tempo dEle. Mas independente disso, temos que ser agradecidos sempre. O agir é de Deus. Nós temos que esperar pacientemente e confiar que Deus ao seu tempo satisfará os desejos do nosso coração.

Seja na adversidade, na bonança, no bem, no mal, no sucesso, no fracasso, devemos ter um coração agradecido. Você pode dizer: como vou agradecer se estou passando por grandes tribulações, grandes tentações e grandes dificuldades?

O Salmo 99.1 diz que: “O Senhor reina”. Na qualidade de Rei e Soberano, toda a autoridade pertence a Ele. E seja qual for a situação, “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”, ou seja, “todas as coisas”, sejam boas ou não, de acordo com o desígnio divino do nosso Deus Rei e Soberano, irá “cooperar juntamente” para nosso bem-estar espiritual, emocional e financeiro. A nossa fé tem que ultrapassar a nossa razão, para confiarmos nessa declaração de Rm 8.28 e acreditar que tudo irá cooperar para o nosso bem.

Um coração agradecido a Deus tem menos tendência de desviar-se e o crente feliz e grato a Cristo não se rebela contra Deus quando não alcança a bênção no tempo esperado ou desejado.

Outro motivo, o principal deles, para sermos gratos a Deus é a nossa salvação, pois alcançamos do Senhor um favor imerecido. É exatamente isto que Deus fez por nós. Estávamos em débito com Deus, mas mesmo assim Ele nos ajudou para nos proporcionar a salvação gratuitamente.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.