segunda-feira, 6 de maio de 2024

AS DIFERENÇAS ENTRE JUDAS ISCARIOTES E MATIAS

AS DIFERENÇAS ENTRE JUDAS ISCARIOTES E MATIAS

 

As histórias antagônicas de Judas Iscariotes e Matias.

Judas Iscariotes teve toda a oportunidade da vida para ser verdadeiramente um apóstolo de Jesus, mas preferiu ser o traidor, aquele que o vendeu por 30 moedas de prata; ele teve toda honra de seus colegas apóstolos como também de Jesus, mas preferiu, por ganância, ser o traidor de Jesus.

Matias que não era conhecido, porém era um servo de Deus e temente ao Senhor, foi escolhido por Pedro e os outros apóstolos para ser considerado o décimo segundo apóstolo em lugar de Judas Iscariotes.

Todos os Evangelhos colocam Judas Iscariotes no fim da lista dos discípulos de Jesus. Sem dúvida alguma isso reflete a má fama de Judas como traidor de Jesus.

A Palavra aramaica Iscariotes literalmente significa "homem de Queriote". Queriote ou Quiriote era uma cidade próxima a Hebrom, (Js 15.25). O apóstolo João diz-nos que Judas era filho de Simão. (Jo 6.71).

Várias pessoas são citadas na Bíblia com o nome Simão. Vamos identificar cada um para sabermos quem era o Simão pai de Judas Iscariotes.

Simão era um nome comum nos tempos do Novo Testamento. Por esse motivo muitos homens na Bíblia são chamados de Simão. É amplamente aceito que esse nome é uma variante de Simeão, um nome que aparece no Antigo Testamento e que transmite um significado relacionado a “ouvir” no hebraico.

Quem são os homens chamados de Simão na Bíblia?

Pelo menos nove personagens bíblicos são mencionados no Novo Testamento pelo nome de Simão. A seguir, vamos conhecer uma breve apresentação de cada um deles:

1. Simão, chamado Pedro: o apóstolo Pedro certamente é o personagem bíblico mais conhecido com esse nome. Comparado aos outros Simão, é dele que se têm mais informações na Bíblia. Seu nome era Simão, e Jesus o chamou de Pedro (Mateus 16:18; Marcos 3:16). Seu pai se chamava Jonas e seu irmão, André, que também era um dos doze apóstolos de Jesus. (Mateus 16:17; João 21:15).

2. Simão Zelote: esse era outro apóstolo do Senhor Jesus. Ele também aparece sendo chamado de “o nacionalista” ou “o cananeu” (Mateus 10:4; Marcos 3:18). Todas essas designações se referem ao fato de que ele pertencia ao grupo separatista chamado Zelotes.

3. Simão, pai de Judas Iscariotes: o texto bíblico nos informa que o pai de Judas Iscariotes, o discípulo que traiu o Senhor Jesus, também tinha esse nome. (João 6:71; 13:2,26).

4. Simão, irmão de Jesus: um homem chamado Simão também é citado ao lado de Tiago, Judas e José, como sendo um dos irmãos do Senhor Jesus, (Mateus 13:55; Marcos 6:3). A Bíblia diz que Jesus teve irmãos. Os irmãos de Jesus são mencionados em vários versículos da Bíblia. Mateus 12:46, Lucas 8:19 e Marcos 3:31 dizem que a mãe de Jesus e seus irmãos vieram vê-lO. A Bíblia nos diz que Jesus tinha quatro irmãos: Tiago, José, Simão e Judas, (Mateus 13:55). A Bíblia também nos diz que Jesus tinha irmãs, mas não sabemos seus nomes ou a quantidade, (Mateus 13:56). Em João 7:1-10 seus irmãos vão para um festival, mas Jesus não vai com eles. Atos 1:14 descreve seus irmãos e mãe orando com os discípulos. Depois, Gálatas 1:19 menciona que Tiago era irmão de Jesus. E o próprio Tiago confirma em sua carta Tiago 1.1 “Tiago irmão do Senhor”. A conclusão mais natural dessas passagens é interpretar que Jesus tinha irmãos e irmãs sanguíneos.

5. Simão, o fariseu: o Evangelho de Lucas registra o episódio em que Jesus foi convidado por um fariseu chamado Simão para comer em sua casa. Naquela ocasião uma mulher pecadora levou um vaso de alabastro com unguento e ungiu o Senhor Jesus. O fariseu ficou incomodado com a atitude de Jesus com relação àquela mulher pecadora. Por isso ele foi repreendido pelo Senhor.

6. Simão, o leproso: na casa desse homem foi oferecido um jantar a Jesus, e Maria, irmã de Lázaro, também ungiu o Senhor. Provavelmente esse Simão havia sido curado por Jesus. (Marcos 14:3-9; João 12:1-8).

7. Simão Cireneu: um homem que ficou conhecido por ter sido convocado a carregar a cruz de Jesus em um determinado momento. Ele provavelmente foi o pai de duas pessoas conhecidas dos crentes de Roma. (Marcos 15:21; cf. Romanos 16:13).

8. Simão, o mago: esse homem era um mágico na cidade de Samaria quando o evangelista Filipe pregou o Evangelho ali, (Atos 8:9,13). Quando os apóstolos Pedro e João chegaram naquela cidade, ele tentou comprar o poder do Espírito Santo, e por isso foi repreendido duramente por Pedro (Atos 8:18-23). Escritos do período dos pais da Igreja relatam que Simão se tornou um gnóstico, e, inclusive, tentou se identificar como sendo o próprio Deus.

9. Simão de Jope: um homem em cuja casa o apóstolo Pedro estava hospedado quando foi convocado a ir ter com o centurião Cornélio de Cesaréia para lhe falar acerca das boas-novas da salvação em Cristo. (Atos 9:43; 10:6,17,32).

Se Judas Iscariotes era, de fato, natural da Judéia dentre os discípulos, ele era o único procedente da Judéia. Todos os outros eram procedentes da Galiléia. Os habitantes da Judéia desprezavam o povo da Galiléia como rudes colonizadores de fronteira. Essa atitude pode ter alienado Judas Iscariotes dos demais discípulos. Judas Iscariotes, portanto, era o único discípulo de Jesus que não era da Galiléia. Sua procedência era da Judéia.

Os Evangelhos não nos dizem exatamente quando Jesus chamou Judas pra juntar-se ao grupo de seus seguidores. Talvez tenha sido nos primeiros dias, quando Jesus chamou tantos outros, (Mt 4.18-22). Judas funcionava como tesoureiro dos discípulos, e pelo menos em uma ocasião ele manifestou com uma atitude sovina para com o trabalho. Foi quando uma mulher por nome Maria derramou unguento precioso sobre os pés de Jesus. Judas reclamou: "Por que não se vendeu este perfume por trezentos denários, e não se deu aos pobres?" (Jo 12.5). No versículo seguinte João comenta que Judas disse isto "não porque tivesse cuidado dos pobres; mas porque era ladrão”.

Enquanto os discípulos participavam de sua última refeição com Jesus, o Senhor revelou saber que estava prestes a ser traído e indicou Judas como o criminoso, como o traidor. Disse ele a Judas: "O que pretendes fazer, faze-o depressa", (Jo 13.27). Todavia, os demais discípulos não suspeitavam do que Judas estava prestes a fazer. João relata que "como Judas era quem trazia a bolsa, pensaram alguns que Jesus lhe dissera: Compra o que precisamos para a festa da Páscoa...", (Jo13.28-29).

Judas Iscariotes traiu o Senhor Jesus, influenciado ou inspirado pelo maligno, ( Lc 22.3; Jo 13.27). Depois de vender Jesus e depois tocado pelo remorso, Judas procurou devolver o dinheiro aos captores de Jesus e enforcou-se. (Mt 27.5).

Judas Iscariotes traiu Jesus.

O apóstolo Mateus, escritor do primeiro Evangelho, foi quem mais forneceu detalhes acerca do acordo entre Judas Iscariotes e os principais sacerdotes a fim de trair Jesus, (Mateus 26:14-16).

Judas Iscariotes recebeu como pagamento para trair seu Mestre a soma de trinta moedas de prata. É interessante saber que esse valor recebido por Judas com as tinta moedas de prata talvez tenha sido dez vezes menor do que o valor de avaliação que ele próprio fez do unguento que Maria de Betânia utilizou para ungir Jesus.

A narrativa bíblica também nos informa que Judas Iscariotes esperou o momento mais oportuno para poder trair o Senhor Jesus, (Lucas 22:6). Isto acabou acontecendo na noite em que Jesus celebrou a Páscoa com seus discípulos no cenáculo, quando também instituiu o sacramento da Santa Ceia do Senhor. Aqui nos recordamos das conhecidas palavras do apóstolo Paulo: “Na noite em que ( Jesus) foi traído”. (1 Coríntios 11:23).

Judas estava na mesa juntamente com Jesus e os outros discípulos. Depois de Jesus ter dado a ele o bocado molhado, a Bíblia diz que “entrou nele Satanás”, e Jesus lhe disse: “O que fazes, faze-o depressa”. (João 13:27).

Saindo dali, Judas Iscariotes pôs em prática o plano da traição. Já no jardim do Getsêmani, enquanto o Senhor Jesus orava, Judas Iscariotes consumou seu ato beijando Jesus, e assim os soldados o prenderam, (Marcos 14:43-46). Profecias do Antigo Testamento apontavam justamente para esse momento, (Salmos 41:9; 55:12-14; Zacarias 11:12).

A morte de Judas Iscariotes.

A morte de Judas Iscariotes é registrada apenas em Mateus 27:3-5 e Atos 1:18. Antes de morrer, Judas ainda esboçou um tipo de arrependimento e remorso patético,  mas nada adiantou, ele tinha cometido o pior dos pecados e estava prestes e determinado a cometer o último e mais trágico pecado de toda a sua história que era o de tirar a sua própria vida. Ele procurou os principais dos sacerdotes e os anciãos a fim de devolver as trinta moedas de prata, mas os sacerdotes e anciãos do templo não receberam o dinheiro de volta e Judas Iscariotes jogou as 30 moedas de prata no chão do templo, próximo dos que lhe haviam contratado para entregar Jesus.

Judas Iscariotes escutou dos sacerdotes que ele era o responsável pelo que havia feito. Diante disto, ele acabou atirando as moedas no Templo antes de retirar-se para ir se enforcar, (Mateus 27:4,5). Os sacerdotes não colocaram as moedas no cofre das ofertas, visto que eram pelo preço de sangue. Porém, eles acabaram comprando o campo de um oleiro, para servir de sepultura dos estrangeiros. Esse campo foi chamado “Campo de Sangue”, assim como havia sido profetizado pelo profeta Jeremias. Na verdade, indiretamente, foi o próprio Judas quem comprou aquele campo ao devolver as moedas aos sacerdotes e anciãos.

Mateus apenas relata que Judas saiu para se enforcar. Já o evangelista Lucas, no livro de Atos, fornece alguns detalhes sobre esse momento de acordo com a descrição dada pelo apóstolo Pedro. Ele diz que Judas Iscariotes, “precipitando-se, rebentou-se pelo meio, e todas suas entranhas se derramaram”, (Atos 1:18). Matias foi escolhido para ocupar o lugar deixado por Judas Iscariotes.

Pior do que a sua trágica e assombrosa morte, é a sentença que lemos sobre o seu fim: “Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar”, (Atos 1:25). Esse “lugar” é claramente indicado nas palavras de Jesus orando ao Pai: “Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles pereceu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura”. (João 17:12).

O caráter de Judas Iscariotes ou a falta de caráter dele.

Considerando todas as referências bíblicas em que Judas Iscariotes é mencionado, podemos perceber que ele reunia em si a hipocrisia, o egoísmo, a soberba, a avareza, a inveja e a cobiça. Seu caráter duvidoso pode ser muito bem resumido na designação clara e objetiva dada a ele pelo apóstolo João: “Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava”, (João 12:6). Alguém pode perguntar o porquê de Jesus ter escolhido Judas Iscariotes para ser um de seus apóstolos, mas vendo as referências bíblicas e o contexto vemos que a oportunidade foi dada a todos para serem verdadeiramente seus apóstolos, a decisão de trair Jesus foi pessoal de Judas Iscariotes.

João o identificou, em poucas palavras, como sendo uma pessoa mentirosa, enganadora, gananciosa e capaz de roubar. Além disso, Judas Iscariotes era uma pessoa dissimulada. Diante do anúncio de Jesus de que havia entre eles um traidor, Judas Iscariotes foi tão frio a ponto de dizer: “Porventura sou eu, Rabi?” (Mateus 26:25).

A história de Judas Iscariotes é um retrato vívido de como o homem, em sua própria natureza, é completamente depravado e perverso, apto a ser instrumento nas mãos do diabo, (João 6:70,71). É impossível separar a pergunta sobre quem foi Judas Iscariotes das conhecidas palavras de Jesus sobre ele: “Mas ai daquele por intermédio de quem o Filho do Homem está sendo traído”. (Mateus 26:24).

Quem substituiu Judas Iscariotes como apóstolo?

Depois da ressurreição e ascensão de Jesus, os apóstolos se reuniram para escolher outra pessoa para tomar o lugar de Judas Iscariotes. Eles decidiram que deveria ser alguém que tinha acompanhado todo o ministério de Jesus e que tinha sido testemunha de sua ressurreição, (Atos dos Apóstolos 1:21-22). Usando esses critérios, os apóstolos escolheram duas pessoas: José Barsabás e Matias. Eles oraram e lançaram sortes e Matias foi o escolhido, (Atos dos Apóstolos 1:23-26).

Mais tarde, Paulo se tornou um apóstolo, pregando o evangelho em muitos lugares e ajudando a estabelecer a doutrina da Igreja. Mas ele não foi um dos 12 apóstolos originais, que aprenderam diretamente com Jesus. Paulo foi considerado o Apóstolo dos gentios.

A escolha de Matias como Apóstolo.

O Apóstolo Pedro, diante de um grupo de quase cento e vinte pessoas, fez uma exposição acerca do que havia acontecido com Judas Iscariotes, como cumprimento da Escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, (At 1:16). Pedro também mostrou a necessidade de que fosse escolhido alguém para compor, juntamente com os onze restantes, o grupo de doze testemunhas da ressurreição de Cristo, (At 1:22).

Para ser escolhido, o candidato deveria cumprir a principal exigência de ter acompanhado os discípulos durante todo o ministério de Jesus, ou seja, desde o batismo realizado por João Batista, até sua ascensão ao céu. Logo, o novo Apóstolo obrigatoriamente deveria ser capaz de testemunhar a ressurreição de Jesus, ou seja, ter visto o Cristo ressurreto.

O antigo historiador Eusébio, defendeu também que Matias provavelmente tenha sido um dos setenta discípulos escolhidos por Jesus para a missão descrita no Evangelho de Lucas capítulo 10. Muitos estudiosos também defendem essa opinião, porém, fora o relato no livro de Atos, Matias não é mencionado em nenhuma outra passagem do Novo Testamento. O que podemos afirmar com certeza é que ele, de fato, acompanhou o ministério de Jesus.

No momento da escolha foi pré-selecionado dois homens: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matias (At 1:23). Então oraram ao Senhor, e pediram que Deus mostrasse qual dos dois seria o escolhido. Após a oração, lançando-lhes sortes, o escolhido foi Matias, que, por voto comum, compôs o grupo dos doze.

A polêmica em relação à escolha de Matias.

Alguns estudiosos questionam a escolha de Matias, inferindo até que o apóstolo Pedro tenha agido precipitadamente ao tomar a iniciativa de substituir Judas. Para esses estudiosos, Pedro, e os demais discípulos, deveriam ter esperado por Paulo, que, segundo eles, foi a verdadeira escolha do Senhor Jesus que lhe apareceu.

Particularmente, penso que esse questionamento é infundado e não deve ser considerado. O texto de Atos claramente nos mostra que os discípulos oraram ao Senhor, e entenderam que Deus iria dirigir aquela escolha. O fato de terem lançado sortes, não causa problema algum ao texto, já que esse era um método aprovado e comum no Antigo Testamento, (Lv 16:8; Pv 16:33), e não existe nenhuma reprovação a essa atitude em todo Novo Testamento.

Geralmente as criticas em relação à escolha de Matias, se apoiam no fato de não existir qualquer referência bíblica ao ministério dele após essa escolha. Porém, se essa lógica for utilizada, outros discípulos dentre os doze também deveriam ter seus ministérios questionados.

Após a ressurreição, sabemos tanto de Matias quanto sabemos de Bartolomeu, por exemplo, e ninguém sugere que Bartolomeu não seja considerado como um dos doze.

Quais foram os critérios para a escolha de Matias no lugar de Judas Iscariotes?

Havia um conjunto particular de critérios que qualificava Matias para ser o próximo apóstolo.

Nos Atos dos Apóstolos, Pedro discute quem deveria substituir Judas. Ele então começa a repassar um conjunto de critérios e a orar a Deus por orientação. Tudo apontava para Matias.

Havia requisitos muito específicos para a substituição de Judas Iscariotes.

Havia um conjunto particular de critérios que qualificava Matias para ser o próximo apóstolo.

O primeiro requisito era: Tinha que ser alguém que “Viveu entre nós”.

Então Pedro continua, devemos escolher entre aqueles homens que viveram entre nós. Observe como ele insiste que ele deveria ser testemunha ocular, assim como eles. Mesmo que o Espírito Santo viesse para ratificar a escolha, Pedro considera essa qualificação anterior como a mais importante, já que o próprio Espírito Santo lhes agraciou com este entendimento, ou seja, seria um “daqueles que conviveram conosco” e continua ele, tinha que ser alguém que conviveu com eles durante todo o tempo em que o Senhor Jesus veio e passou entre eles.

Ele se refere àqueles que conviveram com Jesus, não apenas aqueles que foram seus discípulos. É claro que, desde o início, muitos o seguiram.

Era importante para Pedro que o substituto fosse alguém que estava lá com eles e que, assim, tivesse convivido de perto com Jesus e aprendido diretamente com Ele.

O segundo requisito era que: Tinha que ser alguém que foi “Testemunha da ressurreição de Jesus”.

E tinha que ter convivido com ele até o dia, acrescenta Pedro, “em que Jesus foi arrebatado de nós”, tendo assim sido testemunha ocular conosco de sua ressurreição.

Ele não disse “uma testemunha do restante de suas ações”, mas “testemunha da ressurreição”. Seria mais confiável aquela pessoa que pudesse testemunhar de fato que Jesus foi crucificado e ressuscitou dos mortos. Precisava ser uma testemunha não dos tempos anteriores ou posteriores daquele evento, e não apenas dos sinais e milagres, mas da própria ressurreição. Pois o restante aconteceu por testemunho geral, abertamente; mas a ressurreição ocorreu secretamente e era conhecida apenas por esses homens.

Ser uma testemunha da ressurreição de Jesus era uma qualificação importante e do mesmo peso do primeiro requisito, especialmente para uma jovem Igreja que precisava convencer os outros de que Jesus ressuscitou dos mortos.

Eles precisavam de líderes fortes, aqueles que tivessem uma fé firme em Jesus e pudessem atestar pessoalmente sua ressurreição por experiência própria.

O terceiro requisito era que tinha que ser aprovado e confirmado por Deus e seria considerado por todos como providência de Deus. No final, eles deixaram a escolha de Matias para a providência de Deus, não contando com seu próprio poder, e assim ele foi escolhido por Deus para substituir Judas Iscariotes.

O apóstolo Paulo, apóstolo dos gentios veio a aparecer na história dos apóstolos mais tarde, também pela providência de Deus.

Por fim, o próprio apóstolo Paulo falando de sua situação, se coloca como um apóstolo fora do tempo, ou seja, ele também viu o Cristo ressurreto, seu apostolado foi legítimo e confirmado, porém essa revelação e, consequentemente seu chamado, ocorreram posteriormente, num momento preparado por Deus.

Disse o Apóstolo Paulo: “E por derradeiro de todos (Jesus) me apareceu também a mim, como a um abortivo”. (1 Coríntios 15:8).

Em nenhuma de suas Epístolas, o Apóstolo Paulo reivindica sobre si uma posição entre os doze, ao contrário, ele claramente considera Matias no grupo dos doze que viram Jesus após a ressurreição, (1 Co 15:5).

Quanto a Matias, duas tradições se propõem a dar uma explicação sobre seu paradeiro após ter sido escolhido um dos doze. Uma delas sugere que Matias pregou na Judéia, e acabou sendo apedrejado pelos judeus. A outra defende que Matias foi um grande evangelizador na Etiópia.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

 

 

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