segunda-feira, 7 de novembro de 2022

VITÓRIAS EM MEIO AO SOFRIMENTO

VITÓRIAS EM MEIO AO SOFRIMENTO.

 

Davi no Salmo vinte e dois nos mostra como seria o sofrimento futuro do Messias baseado em um pouco destas experiências que ele próprio já havia passado e ainda passaria por outras mais fortes ainda. Ele declara sua vitória no meio das perseguições e investidas do rei Saul contra ele, para matá-lo, mesmo nunca ter feito qualquer coisa contra o rei. Aliás Davi sempre honrou e defendeu o rei Saul mesmo o rei tendo feito tantos males contra Davi.

 

Quero compartilhar com vocês as palavras importantes de Davi no Salmo vinte e dois. Também vamos meditar no desafio que  Davi  teve para derrotar o gigante Golias que zombava e blasfemava do Deus de Israel, (1 Samuel 17). Davi com uma pedra e em nome do Senhor dos exércitos derrotou aquele gigante e o jogou por terra. Nossa pedra para vencer o gigante Golias de hoje,  que zomba e blasfema do nosso Deus, é a nossa fé,  firme e inabalável, no Senhor Jesus. Então vamos todos com fé sairmos para lutar e vencer o inimigo do povo de Deus.

 

Salmo 22. O Messias sofre, mas triunfa.

1. Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te alongas das palavras do meu bramido e não me auxilias?

2. Deus meu, eu clamo de dia, e tu não me ouves; de noite, e não tenho sossego.

3. Porém tu és Santo, o que habitas entre os louvores de Israel.

4. Em ti confiaram nossos pais; confiaram, e tu os livraste.

5. A ti clamaram e escaparam; em ti confiaram e não foram confundidos.

6. Mas eu sou verme, e não homem, opróbrio dos homens e desprezado do povo.

7. Todos os que me veem zombam de mim, estendem os lábios e meneiam a cabeça, dizendo:

8. Confiou no Senhor, que o livre; livre-o, pois nele tem prazer.

9. Mas tu és o que me tiraste do ventre; o que me preservaste estando ainda aos seios de minha mãe.

10. Sobre ti fui lançado desde a madre; tu és o meu Deus desde o ventre de minha mãe.

11. Não te alongues de mim, pois a angústia está perto, e não há quem ajude.

12. Muitos touros me cercaram; fortes touros de Basã me rodearam.

13. Abriram contra mim suas bocas, como um leão que despedaça e que ruge.

14. Como água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram; o meu coração é como cera e derreteu-se dentro de mim.

15. A minha força se secou como um caco, e a língua se me pega ao paladar; e me puseste no pó da morte.

16. Pois me rodearam cães; o ajuntamento de malfeitores me cercou; traspassaram-me as mãos e os pés.

17. Poderia contar todos os meus ossos; eles veem e me contemplam.

18. Repartem entre si as minhas vestes e lançam sortes sobre a minha túnica.

19. Mas tu, Senhor, não te alongues de mim; força minha, apressa-te em socorrer-me.

20. Livra a minha alma da espada e a minha predileta, da força do cão.

21. Salva-me da boca do leão; sim, ouve-me desde as pontas dos unicórnios.

22. Então, declararei o teu nome aos meus irmãos; louvar-te-ei no meio da congregação.

23. Vós que temeis ao Senhor, louvai-o; todos vós, descendência de Jacó, glorificai-o; e temei-o todos vós, descendência de Israel.

24. Porque não desprezou nem abominou a aflição do aflito, nem escondeu dele o seu rosto; antes, quando ele clamou, o ouviu.

25. O meu louvor virá de ti na grande congregação; pagarei os meus votos perante os que o temem.

26. Os mansos comerão e se fartarão; louvarão ao Senhor os que o buscam; o vosso coração viverá eternamente.

27. Todos os limites da terra se lembrarão e se converterão ao Senhor; e todas as gerações das nações adorarão perante a tua face.

28. Porque o reino é do Senhor, e ele domina entre as nações.

29. Todos os grandes da terra comerão e adorarão, e todos os que descem ao pó se prostrarão perante ele; como também os que não podem reter a sua vida.

30. Uma semente o servirá; falará do Senhor de geração em geração.

31. Chegarão e anunciarão a sua justiça ao povo que nascer, porquanto ele o fez.

O Salmo 22 é um dos mais famosos clamores por socorro que encontramos em todo o Antigo Testamento.

Nele, o salmista Davi suplica por ajuda divina em uma situação de extrema adversidade, na qual se depara com a possibilidade real de sua morte.

A angústia do salmista, além de aguda, é completa. O salmista suplica por ajuda de Deus em uma situação de extremo perigo, na qual se depara com a possibilidade real e a proximidade de sua morte traçada pelo rei Saul.

A angústia do salmista, além de aguda, é sufocante. As tribulações que atravessa afetam todas as esferas relacionais de sua vida: sua percepção acerca do cuidado providencial de Deus está enfraquecida (versos 1-2), seus adversários fazem chacota de sua desgraça (versos 6-8, 12-13, 16-18), e seu vigor emocional é dissipado como vapor, diante da penúria que o acomete. (versos 14-15).

Mas, até mesmo quando se vê abandonado, o salmista interpreta sua experiência à luz de seu relacionamento com Deus: “Meu Deus! Meu Deus! Porquê me abandonaste, porquê me desamparaste?” (Sl 22.1). Ou seja, ainda que sinta-se desamparado, recorre ao Senhor, que o conhece e o chama pelo nome.

Davi recorda-se, então, de que suas circunstâncias não poderiam corromper o caráter do Deus que havia feito uma aliança com seu povo: “Tu, porém, és o Santo, és rei, és o louvor de Israel. Em ti os nossos antepassados puseram a sua confiança; confiaram, e os livraste. Clamaram a ti, e foram libertos; em ti confiaram, e não se decepcionaram”. (Sl 22.3-5). E, justamente porque depositou toda a sua esperança no Senhor, (Sl 22.19-21), o salmista é vindicado perante seus inimigos, de maneira que seu livramento torna-se o paradigma do que Deus fará a todos aqueles que o temem. (Sl 22.22-31).

A ênfase temática de Salmo 22 está em ampla continuidade com o retrato apresentado em Salmo 1. Aqueles que “louvarão o Senhor, tendo vida longa”. (Sl 22.26) participarão da congregação dos justos, que são “como árvores plantadas à beira do rio”. (Sl 1.3).

Não é por acaso que, na longa história da interpretação do saltério, a pessoa descrita no Salmo 22 tenha sido associada ao rei da nação, apresentado anteriormente no Salmo 2. Ambos passam por situações adversas, ambos vivem em fidelidade às promessas de Deus, ambos são exaltados na presença do Senhor. Os Salmos 1 e 2 formam uma introdução dupla a todo o livro e têm uma função hermenêutica importante para o restante do Saltério. No livro dos Salmos, o saltério é mencionado em diversas passagens. No geral, essas passagens encorajam o louvor ao Senhor através de cânticos acompanhados com certos instrumentos, como o saltério. É assim que, por exemplo, o salmista escreve no Salmo 150: “Louvai-o ao som da trombeta; louvai-o com saltério e com harpa”. (Salmo 150:3; Salmo 33:2; 81:2; 92:3; 108:2; 144:9).

E nós mesmos podemos nos apropriar das palavras de Salmo 22, à medida que nos identificamos com o salmista, cuja experiência exemplifica a própria jornada trilhada por todo o povo de Deus, contudo, ninguém viveu a experiência de Salmo 22 como Jesus de Nazaré.

O evangelho de Marcos apresenta Jesus como o representante definitivo do povo de Deus, usando um vocabulário comum ao Saltério: assim como a figura real do Sl 2.2, Jesus é chamado no evangelho de Marcos como “Cristo” e “Filho de Deus”. (Mc 1.11; 8. 29; 9.7; 14.61-62).

Além disso, todos os evangelistas narram a morte de Jesus, destacando que seus sofrimentos representaram, precisamente, a plenitude do Salmo 22. No ápice de sua tribulação, Jesus também foi zombado por sua insistente confiança em Deus, (Mc 15.25-32; Sl 22.6-8), sentiu o choque causado pelo desgaste de seu corpo, (Jo 19.28; Sl 22.15) e teve sua honra pisoteada quando dividiram suas vestes, deixando-o praticamente nú e lançaram sortes por elas. (Mt 27.35; Sl 22.18).

A grande diferença é que, enquanto o salmista teve o privilégio de cantar sobre o livramento do Senhor quando ainda vivo, o hiato entre os versos 18 e 19 de Salmo 22 jamais foi transposto por Jesus no Calvário. Ele clamou por socorro divino, fazendo coro com a prece sincera do salmista  ‘Eloí, Eloí, lamá sabactâni’, que significa ‘Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste, porquê me desamparaste?’ (Mc 15.34), mas a única resposta que recebeu foi a incompreensão daqueles que assistiam a sua dor com curiosidade indiferente. “Bom, ele deve estar pedindo ajuda a Elias”, diziam alguns espectadores. “Seria interessante se isso acontecesse… Vejamos se Elias volta para socorrê-lo”. (Mc 15.35-36). De fato, o Ungido do Senhor teria de permanecer morto por três dias, antes que sua súplica fosse finalmente ouvida. Ninguém viveu a experiência de Salmo 22 como Jesus de Nazaré.

Conforme nos lembramos da paixão de Cristo em isolamento social, a verdade mais urgente que podemos destacar, à luz de Salmo 22, talvez seja esta: ao reviver a história do salmista de forma plena, Jesus Cristo tomou sobre si a manifestação mais cabal do sofrimento humano e sentiu na própria pele o resultado mais profundo da maldade presente no mundo.

Não há quem saiba o que é padecer como Jesus na cruz e, portanto, não há calamidade, nem mesmo a última pandemia que assolou o mundo inteiro,  a respeito da qual ele não se compadeça de nós. (Hb 5.1-10). E isso ele fez para que as mazelas decorrentes de nossa separação fundamental de Deus pudessem finalmente ser superadas. Ele, Jesus, morreu por nós, morreu em nosso lugar, morreu para nos salvar. Depois de três dias Ele ressuscitou e está vivo e vive e reina para sempre.

Ao entregar seus cuidados ao Pai, enquanto absolutamente abandonado na cruz, Cristo Jesus desbravou o caminho do justo com perfeição, mostrando que a herança da glória é daqueles que confiam no Santo de Israel, principalmente quando a paz desaparece do horizonte. Assim, no corpo desfigurado de Cristo, Isaías 53 nos descreve como Ele ficou desfigurado, descobrimos que Deus conhece todos os males que sobrevêm a nós e responde aos problemas do mundo, identificando-se com nossa situação caótica e assegurando a reversão dessa realidade por meio da fidelidade de seu Filho.

De fato, a veracidade das promessas feitas no Sl 22.19-31 é comprovada, de uma vez por todas, no terceiro dia após a morte de Jesus, quando Ele ressuscitou dentre os mortos, tornando-se as primícias dos que dormem. “Mas na realidade Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem”. 1 Coríntios 15.20. Nós somos fruto disso: “Todos os confins da terra se lembrarão e se voltarão para o Senhor, e todas as famílias das nações se prostrarão diante dele, pois do Senhor é o reino; ele governa as nações”. (Sl 22.27-28).

Tão certo quanto a condição caída do mundo encontrou seu clímax na paixão de Cristo, a ressurreição de Jesus concretizou o reinado de Deus sobre a terra e sua vitória sobre a morte, por que Jesus Cristo venceu a morte ao ressuscitar ao terceiro dia.

Antes, porém, era necessário que Cristo obedecesse até a morte, era necessário confiar até a morte. E era necessário que, após a consumação de sua morte, os discípulos passassem mais um tempo sob a densa escuridão do aparente fracasso de Jesus.

Não sabemos até quando padeceremos os efeitos e as últimas consequências do pecado, porque o salário do pecado é a morte. Ninguém está enxergando qualquer luz no fim desse túnel, somente através de Jesus Cristo encontramos a saída, porque Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida. João 14.6.

Deus conhece bem a nossa angústia e a nossa história. Deus sempre tem a resposta, mesmo que pareça tardia. Deus conhece tão bem a nossa insegurança e para Ele, a nossa angústia e sofrimento logo chegam ao Seu trono onde a presença do Espírito Santo é sublime e maravilhosa e o Consolador amado se manifesta para nos socorrer. Podemos passar pelas incertezas terrenas mas sabemos que é Ele que nos acompanha até o outro lado da nossa história.

 

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

MORIÁ O MONTE DO SACRIFÍCIO

MORIÁ O MONTE DO SACRIFÍCIO

 

Moriá o monte do sacrifício.

A Bíblia registra a história da provisão de Deus no monte do sacrifício, lá no Moriá.

 

A história do Monte Moriá, o Monte do Sacrifício.

Em Moriá foi construído o templo de Salomão, no local que havia sido a eira de Ornã, o Jebuseu. 2Samuel24:24-25; 2Crônicas 3:1.

Aqui Abraão foi oferecer seu filho Isaque como sacrifício ao Senhor Deus. (Gênesis 22:2). Supõe-se que o ponto mais alto da colina do templo, que agora abriga a “Cúpula Dourada ou Cúpula da Rocha, ou Domo da Rocha”, é o local real da eira de Araúna. Aqui também, mil anos depois de Abraão, Davi construiu um altar e ofereceu sacrifícios a Deus.

 

Gênesis 22.1-19.

1.     E aconteceu, depois destas coisas, que tentou Deus a Abraão e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.

2. E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi.

3. Então, se levantou Abraão pela manhã, de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque, seu filho; e fendeu lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera.

4. Ao terceiro dia, levantou Abraão os seus olhos e viu o lugar de longe.

5. E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós.

6. E tomou Abraão a lenha do holocausto e pô-la sobre Isaque, seu filho; e ele tomou o fogo e o cutelo na sua mão. E foram ambos juntos.

7. Então, falou Isaque a Abraão, seu pai, e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui, meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?

8. E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim, caminharam ambos juntos.

9. E vieram ao lugar que Deus lhes dissera, e edificou Abraão ali um altar, e pôs em ordem a lenha, e amarrou a Isaque, seu filho, e deitou-o sobre o altar em cima da lenha.

10. E estendeu Abraão a sua mão e tomou o cutelo para imolar o seu filho.

11. Mas o Anjo do Senhor lhe bradou desde os céus e disse: Abraão, Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.

12. Então, disse: Não estendas a tua mão sobre o moço e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus e não me negaste o teu filho, o teu único.

13. Então, levantou Abraão os seus olhos e olhou, e eis um carneiro detrás dele, travado pelas suas pontas num mato; e foi Abraão, e tomou o carneiro, e ofereceu-o em holocausto, em lugar de seu filho.

14. E chamou Abraão o nome daquele lugar o Senhor proverá; donde se diz até ao dia de hoje: No monte do Senhor se proverá.

15. Então, o Anjo do Senhor bradou a Abraão pela segunda vez desde os céus

16. e disse: Por mim mesmo, jurei, diz o Senhor, porquanto fizeste esta ação e não me negaste o teu filho, o teu único,

17. que deveras te abençoarei e grandissimamente multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e como a areia que está na praia do mar; e a tua semente possuirá a porta dos seus inimigos.

18. E em tua semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz.

19. Então, Abraão tornou aos seus moços, e levantaram-se e foram juntos para Berseba; e Abraão habitou em Berseba.

 

A história do quase-sacrifício de Isaque é uma das mais intrigantes da Bíblia. Além da sua dimensão psicológica que se passava pela mente do pai, que vai sacrificar o filho, e do filho, que vai ser sacrificado, tem uma dimensão existencial profunda, com uma aguda contemporaneidade.


A cena se desenrola  no cume do monte Moriá, lugar em que, um milênio mais tarde o rei Davi compraria um sitio pertencente a Ornã para nele construir o templo de Jerusalém. (1Crônicas 21.18). Foi neste monte onde Abraão esteve para oferecer Isaque que o rei Salomão construiu o templo que levou seu nome, conhecidíssimo pelos Cristãos do mundo inteiro como o “Templo de Salomão”. (2Crônicas 3.1).

Atualmente, há uma mesquita no lugar que se supõe tenha ficado o altar para onde Abraão levou seu filho. Há uma lenda que diz que os muçulmanos crêem que foi deste monte que Maomé e seu cavalo subiram para o céu.


Estas informações ajudam a entender por que judeus e palestinos lutam renhidamente por Jerusalém, cidade sagrada para estas duas religiões.

O texto é de poucas palavras. Trata-se de uma narrativa seca, sem explicações. A Bíblia não descreve o que se passa no íntimo de Abraão, nem de Isaque. A ordem de Deus era imperativa para Abraão e precisava ser cumprida. Abraão tinha certeza que Deus daria uma saída por causa da promessa de que “ele seria pai de muitas nações”.

Esta história ainda destaca a fé, a fidelidade e a obediência de Abraão a Deus, como um exemplo para todos nós. A Bíblia diz que somos escolhidos e amados por Deus, mas também somos provados por Ele.

Por mais que tais provações pareçam intransponíveis, devemos nos lembrar de que nada pode frustrar Seus planos. Deus sempre permanece fiel à Sua Palavra. Nesta postagem falaremos sobre o teste que Abraão foi submetido, e como Deus providenciou a Sua provisão naquela ocasião.

 

A provisão de Deus no monte Moriá, o monte do sacrifício.

Na história de Abraão, podemos ver que o patriarca enfrentou muitas provações e dificuldades. Abraão precisou partir de sua terra, saindo do meio de sua família, Gênesis 11:27;12:5.

Ele enfrentou situações complicadas até mesmo de escassez de alimentos e de fome. Gênesis 12:10. Essas situações também envolviam perigos entre nações e povos inimigos. Gênesis 14:1-16. Além disso, ele precisou lidar com a questão da esterilidade de sua esposa, Sara.

Quando Abraão partiu de sua terra, ele já tinha 75 anos de idade, e sua esposa era cerca de dez anos mais jovem. Devido à idade avançada, talvez Abraão, ainda Abrão na ocasião, não tivesse mais nenhuma expectativa de ter um filho com sua esposa. Entretanto, Deus o chamou, e lhe fez uma promessa acerca de sua descendência.

Apesar de ter passado por muitas provações, com o nascimento de Isaque é que Abraão seria submetido ao maior teste de sua vida, e conheceria a provisão de Deus no monte do sacrifício.

 

Tem que ter fé para subir o monte do sacrifício.

No momento oportuno, segundo Seus planos, Deus concedeu o herdeiro que aquele casal tanto esperava. Isaque foi o filho da promessa, ele se tornou o centro de toda a esperança de Abraão em relação às promessas de Deus, ou seja, Abraão tinha a plena certeza de Isaque representava a linhagem pela qual o que Deus havia lhe prometido seria cumprido.

Porém, num determinado momento, Abraão foi submetido à provação mais difícil de sua vida: Deus pediu Isaque em sacrifício. Com tal pedido, Abraão foi levado ao limite de sua capacidade humana, de modo que apenas a fé verdadeira seria capaz de mantê-lo fiel a Deus.

 

A maior provação de Abraão foi no monte do sacrifício.

Apesar do grande amor de Abraão por Isaque, esse sentimento de pai e filho não foi o maior dilema que o patriarca enfrentou quando Deus pediu Isaque em sacrifício. Na verdade, a maior dificuldade de Abraão foi estar diante da possibilidade da promessa de Deus não se cumprir, se ele tivesse mesmo que sacrificar seu único filho, Isaque.

Todavia, foi exatamente nesse ponto que o exemplo maior de fé do patriarca foi revelado. Conforme o escritor da Epístola aos Hebreus, Abraão confiou fielmente que Deus, para cumprir Sua promessa, poderia fazer com que Isaque ressuscitasse dos mortos e não se queimasse no altar do sacrifício.

Abraão estava sofrendo, porém ele sabia que de uma forma ou de outra os planos de Deus não seriam frustrados. Ainda de acordo com o texto de Hebreus 11 que diz, Hebreus 11.8-12, 17-19.

8. Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia.

9. Pela fé, habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa.

10. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus.

11. Pela fé, também a mesma Sara recebeu a virtude de conceber e deu à luz já fora da idade; porquanto teve por fiel aquele que lho tinha prometido.

12. Pelo que também de um, e esse já amortecido, descenderam tantos, em multidão, como as estrelas do céu, e como a areia inumerável que está na praia do mar.

17. Pela fé, ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado, sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito.

18. Sendo-lhe dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, considerou que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar.

19. E daí também, em figura, ele o recobrou.

 

O escritor afirmou que, figuradamente, Abraão recebeu Isaque de volta dentre os mortos, mas na realidade Deus providenciou o cordeiro para o sacrifício, deixando Isaque vivo.

No livro de Gênesis a resposta de Abraão em relação à pergunta de Isaque acerca do cordeiro que seria sacrificado, nos mostra como a fé do patriarca o fez enxergar a ordem de Deus à luz das promessas.

Ele diz: “Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto”. (Gênesis 22:8). Tal resposta parece indicar que em todo momento Abraão acreditava que Deus providenciaria um sacrifício substituto.

O mesmo principio podemos notar no versículo 5 do mesmo capítulo, quando Abraão diz aos seus servos: “Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e havendo adorado, tornaremos a vós”. (Gênesis 22:5). Perceba que Abraão não esperava voltar sozinho, trazendo consigo no máximo um cadáver. Abraão confiava na fidelidade de Deus, ele esperava pacientemente pelo milagre.

Os estudiosos acreditam que Isaque tinha cerca de 25 anos naquela ocasião. Essa sugestão parece estar de acordo com o texto bíblico que mostra Isaque como alguém forte o suficiente para carregar a madeira que seria utilizada no holocausto.

Além do exemplo de fé de Abraão, esse episódio também demonstrou a obediência e a fé do próprio Isaque. Durante o caminho rumo ao Monte Moriá, a Bíblia nos informa que Isaque não sabia que ele próprio seria sacrificado. (Gênesis 22:7).

Porém, quando foi informado por seu pai de que seria ele próprio o sacrifício, a Bíblia não nos relata um Isaque reclamando ou tentando fugir; ao contrário  disso, a Bíblia descreve Isaque se deitando sobre a lenha.

 

Jesus, o Cordeiro de Deus no monte do sacrifício

O episódio do sacrifício de Isaque é muito significativo, pois possui claramente vários paralelos diretos com a expiação de Jesus na cruz do calvário. Isso significa que a provisão de Deus de um cordeiro prefigurou o sacrifício expiatório de Jesus Cristo. Jesus morreu em nosso lugar para que pudéssemos viver.

No Evangelho de João lemos: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. (João 1:29). Deus proveu para o nosso lugar o Seu próprio Filho. Abraão colocou sobre Isaque a lenha do holocausto, da mesma forma com que sobre Jesus foi depositado todos os nossos pecados.

Deus pediu a Abraão que ele entregasse seu único filho. Claro que Abraão também era pai de Ismael, mas Isaque era o único pela qual a linhagem da promessa continuaria. Tal como Abraão não negou seu próprio filho, Deus também entregou Seu único Filho por nós. (João 3:16).

No Moriá Isaque foi substituído por um cordeiro, mas no calvário ninguém pôde substituir Jesus, ao contrário, Ele nos substituiu. Aquele era o nosso lugar; aquela deveria ser a nossa dor. Mas nós não seríamos capazes de pagar o preço exigido pela justiça de Deus.

O sacrifício deveria ser perfeito, e só o sacrifício vicário de Jesus Cristo, que morreu mas ressuscitou, foi capaz de realizar o sacrifício perfeito.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

 

 

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

POR MUITOS VALES TEMOS QUE PASSAR NA VIDA

POR MUITOS VALES TEMOS QUE PASSAR NA VIDA

 

Andando Nos Vales

A palavra vale é encontrada na Bíblia cerca de 188 vezes no Velho Testamento e 1 vez no Novo Testamento. Vale é um lugar plano, uma depressão alongada, uma planície entre montes ou no sopé deles e quase sempre banhada por um rio.

"E chegou o homem de Deus, e falou ao rei de Israel, e disse: Assim diz o SENHOR: Porquanto os sírios disseram: O SENHOR é Deus dos montes, e não Deus dos vales; toda esta grande multidão entregarei nas tuas mãos; para que saibas que eu sou o SENHOR”. 1 Reis 20.28.

Com isso Deus afirmou que sem nenhuma dúvida Ele é o Senhor Deus dos montes e também o Senhor dos vales. Ele faz o que lhe aprouver e quando quiser.  

 

A visão do vale de ossos secos. Ez.37:1-14.

Talvez este seja um dos piores, senão o pior. O Vale dos ossos secos é o que eu chamo de a pior visão bíblica de toda a história bíblica. Existe um sermão sobre este  texto denominado “O poder da palavra Profética” que mexe muito com as emoções das pessoas. Este vale provém de uma visão do profeta Ezequiel e está fisicamente descrito na bíblia, mostrando o grande milagre feito por Deus, que em parte já se cumpriu com o retorno do povo Judeu para sua terra. Nossas lutas estão no mundo físico e também no espiritual. Mas, Deus é fiel para nos fazer mais que vencedores em nome de Jesus, não importando a situação que estejamos, desde que continuemos obedientes aos propósitos de Deus em nossas vidas.


Foi ali naquele vale de ossos secos que o profeta Ezequiel viu uma multidão de pessoas mortas, que se derreteram após a morte. Uma visão que mostra não uma nem duas, mas milhares e milhares de pessoas que morreram por terem entrado em um dos vales acima e não conseguiram sair, mas morreram no meio do vale.


Quando olhamos para um monte de esqueletos jogados no chão, achamos que para eles não há mais saída, ou solução.

No mundo ignorante que vivemos, ouvimos dizer que existe jeito para tudo, só não tem jeito para morte. Isso é uma mentira, pois Deus, o verdadeiro Deus o qual servimos disse que Ele, somente Ele, pode ressuscitar aquele que está morto. Você tem uma palavra para os moradores do Vale dos ossos secos? Então libere a palavra vinda de Deus para alguém que está no vale.

Passamos por muitos vales em nossa trajetória de vida, mas com Jesus no controle tudo dá certo.

 

Quatro vales difíceis de passar.

As lições destes quatro vales abaixo, são importantíssimas para aprendermos nos humilharmos debaixo da potente mão de Deus e fazendo isto seremos vitoriosos em nome de Jesus.

Fazendo a vontade de Deus, vamos vencer as adversidades que passamos nestes vales.

Você pode estar no vale chamado Beraca, louvando, cantando sua vitória, regozijando-se no triunfo recebido; mas, talvez você esteja num outro tipo de vale, que pode ser o vale da sombra da morte mencionado por Davi no Salmo 23.

1. O Vale de Jaboque. Gênesis 32:22. Esse Vale fala de crise existencial, lutando para  definir sua identidade. Nesse vale,  você se torna príncipe de Deus e termina com Peniel, visão da face de Deus e da mudança de vida.

2. O Vale de Escol. Números 13:23,24. Escol significa "cacho"; é o vale da vide, uvas, romãs, figos. O Vale de Escol simboliza o cristão dominado pelo Espírito Santo. Gálatas 5:22, 23.

3. O Vale de Acor. Josué 7:24-26. Esse vale significa, problema, perturbação. Nesse vale existe a porta da esperança, ele pode tornar um lugar de repouso, "E Sarom servirá de pasto de rebanhos, e o vale de Acor de repouso de gado, para o meu povo que me buscou". Isaías 65:10. É só buscar ao Senhor. Se  você está perturbado, a porta de descanso e paz é Jesus Cristo. Fique livre hoje da perturbação que invade o seu ser.

4. O Vale de Soreque. Juízes 16:4. Nesse vale está Dalila. Representa um lugar de perigo para os homens crentes. Fuja desse vale. Fuja da prostituição e da impureza.

 

O que significa o “estarmos no vale”?

É a artimanha que o inimigo possa colocar no nosso caminho; em outras palavras, nada pode prevalecer contra a palavra que já foi liberada para a nossa vida e, absolutamente nada tem poder para impedir que o trabalho do Senhor seja feito, Jesus começou a boa obra e completa-la-á.

Coloque-se na presença de Deus, avalie as promessas que já lhe foram dadas e o que você está fazendo realmente para torná-las uma realidade. Vá à luta e leve Jesus com você; derrube os seus gigantes. Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que o amam. Rm 8: 28. O Espírito Santo lhe dará as estratégias de guerra.

“Não abandoneis, portanto, a vossa confiança; ela tem grande galardão. Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa. Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará; todavia, o meu justo viverá pela fé, e: Se retroceder, nele não se compraz a minha alma”. Hb 10: 35-38.

 

Aprendendo a superar as dificuldades dos vales com estes passos nesta longa jornada da vida.

I) Passos firmes para largar o passado pra trás.

Uma das primeiras coisas que devemos fazer quando entramos num vale é aprender a largar o passado, pois isso vai nos libertar dos fardos desnecessários e facilitar nossa caminhada. Ao largar o passado, estaremos fechando as brechas que o inimigo insiste em tocar, tentando perpetuar o conflito em nossa vida e nos dando a falsa impressão de nada mais ter solução. O maior exemplo bíblico de alguém que decidiu atravessar o vale e largar o passado foi Abraão. Ele largou sua terra e sua família crendo numa promessa de Deus de ser pai de muitas nações. A promessa feita a Abraão (a bênção de Abraão) se compõe de três elementos principais: 1.Descendência: nele seriam benditas todas as nações da terra, inclusive os gentios, 2. Terra: prosperidade, posse da terra de Canaã. 3. Relacionamento com Deus: intimidade e amizade com o Senhor, pois Deus chamou Abraão de “meu amigo”. Tg 2: 23; Is 41: 8; 2 Cr 20:7.

É necessário entrarmos no vale com a certeza de que teremos que perder algo que não serve mais para nós, mas que, por fim, nos trará outro tipo de recompensa; é termos, igualmente, a certeza de que estaremos sendo preparados para uma missão maior, pois ali teremos vitória definitiva sobre o adversário e ele não mais nos afrontará. Muitas vezes, entramos num desses desafios de Deus como Abraão, pela fé, sem saber direito para onde vamos, crendo na direção divina apenas, que vai sendo revelada paulatinamente à medida que avançamos.

Muitas coisas vão sendo deixadas para trás, como por exemplo, nossas idolatrias, nossos aprendizados religiosos, as vontades do nosso ego e as nossas limitações carnais para que a ousadia do Espírito passe a nos dirigir. Começamos a ter consciência real das prioridades do Senhor para nós e, assim, podemos escolher racionalmente o que deve ficar e o que a nossa alma deve deixar. Para que entre o novo é preciso jogar fora o velho. Devemos dar prosseguimento ao trabalho divino para nós e passar para o próximo passo.

Pergunte ao Senhor o que precisa ser deixado para trás em sua vida para você poder avançar. Sinta-se livre para expor seus pensamentos e sentimentos a Ele, mas esteja disposto a ouvi-lo e a entregar-lhe o que Ele lhe pedir. Dessa forma, você estará galgando um degrau em direção ao autoconhecimento e ao conhecimento verdadeiro de Deus e de Sua vontade para sua vida. Firme-se nessa palavra: “Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer que andares”. (Js 1: 9).

Muitas coisas vão sendo deixadas para trás, como por exemplo, nossas idolatrias, nossos aprendizados religiosos, as vontades do nosso ego e as nossas limitações carnais para que a ousadia do Espírito Santo passe a nos dirigir. Começamos a ter consciência real das prioridades do Senhor para nós e, assim, podemos escolher racionalmente o que deve ficar e o que a nossa alma deve deixar. Rm.12.1-2. Para que entre o novo é preciso jogar fora o velho. Devemos dar prosseguimento ao trabalho divino para nós e passar para o próximo passo.

Pergunte ao Senhor o que precisa ser deixado para trás em sua vida para você poder avançar. Sinta-se livre para expor seus pensamentos e sentimentos a Ele, mas esteja disposto a ouvi-lo e a entregar-lhe o que Ele lhe pedir. Dessa forma, você estará galgando um degrau em direção ao autoconhecimento e ao conhecimento verdadeiro de Deus e de Sua vontade para sua vida. Firme-se nessa palavra: “Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer que andares”. (Js 1: 9).

II) Passos firmes para agarrarmos às promessas de Deus.

Quando passamos para o passo de agarrar-se à promessa, estamos falando sobre enfrentar os obstáculos que começam a se levantar no nosso caminho tentando nos fazer desistir dela ou nos provar que ela não existe e que estamos correndo atrás de uma ‘miragem’. Se não formos persistentes e não tivermos certeza da promessa que nos foi feita por Deus, terminaremos por perdê-la e experimentaremos a dor da frustração.

Ao falarmos sobre este assunto, temos um exemplo bíblico muito interessante em José, filho de Jacó, que foi levado como escravo para o Egito, vendido aos mercadores ismaelitas, também chamados midianitas (Gn 37: 25; Gn 37: 36), pelos seus próprios irmãos por ciúmes do seu relacionamento com o pai e por ser um instrumento profético nas mãos de Deus. Apesar das circunstâncias ruins como o cativeiro no Egito, José se agarrou à promessa, deu valor aos sonhos proféticos de Deus para sua vida e se submeteu ao Seu trabalho. Da mesma forma que José, nós devemos crer naquilo que o Senhor nos disse uma vez, agarrando-nos à promessa e não desistindo dela jamais, ainda que tudo ao nosso redor pareça ter nos desviado. Mesmo quando as circunstâncias tentem matar nossa esperança de que um dia alcançaremos a vitória, jamais devemos entregar nas mãos do adversário as ‘pérolas’ que recebemos do trono de Deus. Nós devemos entender que Ele sabe o que está fazendo e que o que estamos passando tem um propósito.

Peça ao Senhor para relembrá-lo da promessa que Ele lhe fez, mesmo que tenha sido há muitos anos atrás, e que lhe dê forças para se agarrar a ela. Lembre-se também da história de José e receba o consolo de saber que aqueles que o feriram, um dia poderão ser trazidos até você pelo próprio Deus para lhe pedirem perdão ou para conhecerem a vida eterna. Medite na seguinte palavra: “Espera no Senhor, segue o seu caminho, e ele te exaltará para possuíres a terra; presenciarás isso quando os ímpios forem exterminados”. (Sl 37: 34).

 

III) Passos firmes e com fé para jamais desistirmos.

Um dos personagens bíblicos mais lutadores e mais dispostos a tomar posse da bênção foi Jacó. Desde criança nós o vemos lutar com o irmão e com os parentes para receber o que já havia sido prometido por Deus para ele. No item anterior, nós falamos sobre se agarrar à promessa. Aqui, mais do que se agarrar à promessa, é lutar para que ela se torne realidade, não se importando com o que é preciso ser feito para tê-la. Como vimos no caso de José, ele creu, esperou, executou o dom e foi fiel. Jacó lutou por ela com sua própria força, inicialmente, até aprender a lutar da maneira de Deus.

Ele lutou desesperadamente com o anjo no vau de Jaboque para ser abençoado. Entretanto, essa luta contra o próprio Deus, na verdade, foi um marco na vida de Jacó, pois ali, figuradamente, colocou seu ego de lado para sempre e, assim, deixou o Espírito prevalecer; por isso conquistou a mudança do seu nome, passando a ser chamado Israel, não mais Jacó, sua alma foi realmente transformada e pôde, então, ter a herança do reino de Deus, exemplificada na bênção de Abraão: a bênção da descendência, da prosperidade, da riqueza, da posse da terra e da intimidade com Deus.

Quando estamos passando por situações de estarmos num vale de conflitos insolúveis, a dica é não desistir, jamais desistir. Se o Senhor enxergar a determinação dentro de nós, Ele mesmo nos fará ver a maneira correta de guerrear para, então, alcançarmos a vitória mesmo que estejamos no fundo do poço. Outro ingrediente importante é o que Jacó e Paulo fizeram: estarmos sempre dispostos a fazer o que for preciso para conquistar a promessa, não nos importando com nenhuma artimanha que o inimigo possa colocar no nosso caminho; em outras palavras, nada pode prevalecer contra a palavra que já foi liberada para a nossa vida e, absolutamente nada tem poder para impedir que a vontade do Senhor Jesus seja feita em nossas vidas.

Coloque-se na presença de Deus, avalie as promessas que já lhe foram dadas e o que você está fazendo realmente para torná-las uma realidade. Vá à luta e leve Jesus com você; derrube os seus gigantes. Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. (Rm 8: 28). O Espírito Santo lhe dará as estratégias de guerra.

“Não abandoneis, portanto, a vossa confiança; ela tem grande galardão. Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa. Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará; todavia, o meu justo viverá pela fé, e: se retroceder, nele não se compraz a minha alma”. Hb 10: 35-38.


IV) Passos firmes e vigilantes para ficarmos atentos como Neemias.

Neste item nós vamos ver que vale não só diz respeito a um lugar onde lutamos, destruímos e entregamos, mas também reconstruímos, e para reconstruir algo é preciso estar atento, vigilante. Neemias foi um grande reconstrutor, pois dirigiu a reconstrução dos muros de Jerusalém que foram destruídos pelos inimigos dos Hebreus, em especial os babilônios. Seu livro, o livro de Neemias, fala de restauração de muros da cidade de Jerusalém, da personalidade, do equilíbrio emocional, de relacionamentos; enfim, até do que já se perdeu na alma, que seria a esperança da reconstrução da cidade, começando pelos muros de proteção. Se Neemias não tivesse fé e coragem acharia que seu trabalho ali seria tempo perdido. Neemias significa: Deus conforta ou Deus consola. Através desse livro, Deus nos chama a edificar nossa alma e nossa vida onde os nossos muros foram destruídos.

Os inimigos zombaram de Neemias a princípio, entretanto, começaram a se enfurecer e procuraram atrapalhar a reconstrução quando viram que Neemias estava decidido no seu propósito diante de Deus. Apesar de tudo, ele não deu atenção às zombarias e provocações, pelo contrário, colocou Deus na frente de tudo, pois o que ele se propunha a fazer parecia impossível aos olhos humanos. Assim, nós devemos colocar Deus à frente do nosso projeto e não dar atenção àqueles que têm visão carnal das coisas e que dizem que é muito difícil o que fazemos. Quando estamos num vale tentando reconstruir algo que para a nossa alma foi muito importante, precisamos ficar atentos, em primeiro lugar, às zombarias, às provocações que o adversário levanta para nos desanimar; em segundo, ficar atentos às suas ciladas e ações até violentas para tentar interromper nosso trabalho. Neemias vigiou e trabalhou ao mesmo tempo, com ânimo, força e perseverança; mesmo debaixo das ameaças, não deixou o trabalho por nada. Com uma mão eles seguravam a pá; com a outra, a espada, a lança e o arco. Isso significa para nós: continuar orando, profetizando, mas agindo concretamente. Neemias não se deixou distrair por coisas fúteis e sem importância que seus adversários colocaram no seu caminho para que largasse a obra. Da mesma forma, devemos resistir às provocações do adversário e nos revestir do Espírito Santo para termos discernimento espiritual e não cairmos nas ciladas do diabo. Quando tudo terminou, não deixou mais o comodismo e a estagnação tomarem conta do seu espírito em relação à obra de Deus. Nós também, depois que reconstruímos, não devemos deixar a acomodação dentro de nós. Agora, temos uma nova vida e um novo motivo para existir, que é fazer a obra do Senhor e jamais a acomodação pode entrar nesse projeto.

Entregue ao Senhor o que Ele já lhe pediu. Muitas vezes, precisamos destruir primeiro uma velha estrutura para, então, podermos construir uma nova e isso leva tempo. Faça coisas que agradem ao Senhor e não se comporte mais como no passado. “Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração”. (Sl 37: 4).

 

V) Passos firmes e decisivos para não cairmos nas mentiras do inimigo; o inimigo mente constantemente, ele é o pai da mentira.

Em Jo 8:43-44 Jesus disse que o diabo foi homicida desde o princípio, pois ao tentar Adão e Eva e conseguir fazê-los pecar, ele os matou espiritualmente; igualmente, incutiu na natureza humana essa morte. Além disso, Jesus diz que tudo o que o inimigo fez foi baseado numa distorção das verdades divinas, ou seja, na mentira e no engano. Portanto, além do desejo de matar, o ser humano também adquiriu o hábito de mentir, não só para os outros como para si mesmo e até para o próprio Deus.

Neemias passou por essa prova, pois seus inimigos distorceram as intenções do seu coração e usaram de astúcia para fazê-lo desistir da obra, quase que tentando confundi-lo para que entrasse no templo sem ser sacerdote, pois seria morto por isso. É isso que o adversário faz conosco muitas vezes, quando nos encontramos cansados e exaustos no vale. Nossa mente cansada não consegue raciocinar com firmeza; nosso espírito enfraquecido pelas lutas pode dar brecha para as mentiras das trevas e, então, perdemos a bênção. Assim, é a leitura constante da Palavra que vai sedimentando em nós a força de Deus para, nessas horas, ser uma barreira de fé contra as investidas do diabo e uma espada aguda para cortarmos o mal. Sabendo que o inimigo mente, se dermos ouvido a tudo o que nos falam, sem checarmos as informações, podemos perder, sem saber, aquilo que já está bem próximo de nós e, se não tivermos a ousadia do Espírito para lutar pelos nossos direitos, acabaremos nos frustrando.

Olhe para dentro de você e para sua vida e receba agora a verdade da Palavra de Deus na sua alma e no seu espírito, com consciência de que ela tem mais força do que toda a mentira e o fará caminhar com segurança até o destino traçado por Jesus para você. Libere perdão para os enviados do diabo que vieram até você para lhe tirar a paz, a fé e a alegria. Deixe-os nas mãos do Senhor e siga o seu caminho. Lembre-se que o Espírito Santo, além de Consolador, nos ensina toda a verdade, como diz a bíblia (Jo 14: 26; 1 Jo 2: 27). Peça a Ele que a firme dentro de sua alma, que essa verdade prevaleça em sua vida custe o que custar; ela precisa se tornar um escudo contra a mentira. “Eis as coisas que deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu próximo, executai juízo nas vossas portas, segundo a verdade, em favor da paz; nenhum de vós pense mal no seu coração contra o seu próximo, nem ame o juramento falso, porque a todas estas coisas eu aborreço, diz o Senhor”. (Zc 8: 16-17); “Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros”. (Ef 4: 25).

 

VI) Passos firmes visando alcançar o arrebatamento da igreja. Devemos aprender sobre o Megido ou Armagedom. Quem ficar para a grande tribulação certamente saberá e verá a finalidade maior dele que é o de destruir completamente o povo Judeu na batalha final, quando o Anticristo será vencido pelo próprio Senhor Jesus.

O vale do Armagedom é o vale da batalha final. Todos nós, quando estamos passando por uma situação de luta ou sofrimento, ansiamos ardentemente que ela chegue ao fim. A bíblia nos revela no Apocalipse a tremenda batalha final entre a luz e as trevas, estabelecendo o reinado eterno de Jesus Cristo. A vitória que haverá na segunda vinda de Cristo já foi conquistada, na verdade, na cruz do Calvário Jesus a conquistou para nos salvar. Portanto, falar da batalha final sobre as nossas situações de vale significa repetir em nós mesmos o sacrifício de Cristo que foi a entrega total de si mesmo à vontade de Deus para nos salvar, ou seja, devemos nos entregar à vontade do Pai, nos apossando de todas as bênçãos conquistadas pelo Filho na Sua morte; termos a mesma disposição de nos doar, mas ao mesmo tempo de exercer toda a autoridade divina que nos foi delegada em o nome do Senhor Jesus. Na verdade, a maior estratégia de Jesus foi a rendição e a submissão ao Pai, que lhe garantiram a vitória espiritual sobre as trevas.

Se você está atravessando um vale e parece que chegou a um beco sem saída onde você não tem mais estratégias para guerrear nem forças para prosseguir, olhe para o sacrifício vicário de Jesus cruz do calvário. Ali você encontrará a saída para os seus problemas e a liberdade. Em Jesus encontramos o perdão para os nossos pecados, a cura para as nossas feridas e enfermidades, a quebra das maldições lançadas contra nós, a justificação, a paz, o amor, a comunhão plena com o trono de Deus, a liberdade e a força do Seu Espírito em nós para realizarmos os mesmos milagres que Jesus realizou. O segredo foi que Ele pendurou seu ego ali, se submeteu à vontade do Pai integralmente. Na cruz devemos pendurar a vontade do nosso ego, os desejos da nossa carne, nosso medo, orgulho e insegurança para que o plano divino se realize em nós e através de nós. Diante do sacrifício de Jesus na cruz caem toda a idolatria, todos os falsos deuses, todas as armadilhas do diabo, a cegueira espiritual, a mentira e a carnalidade. Tudo se submete ao senhorio de Jesus.

Nossa fé em Cristo Jesus jamais deverá anular o nosso raciocínio e a nossa consciência diante das situações em nossa vida. Muitas vezes, enfrentamos os vales sem termos a revelação divina do porquê de muitas coisas. Muitas cadeias atuais e correntes malignas podem ter origem nas nossas atitudes erradas do passado e ficaram escondidas dos nossos olhos e do nosso raciocínio, mas que ainda são prisões e maldições, até hereditárias, inconscientes que precisam ser quebradas; isso só se consegue em contato espiritual constante com o Espírito Santo, recebendo Suas mensagens no nosso coração, e que nos levam a tomar, agora, as atitudes corretas para sermos libertos de verdade. A cura do Senhor demanda tempo, paciência, perseverança e fidelidade. Quando nós conhecemos o Seu tempo em nossa vida, somos preparados para enfrentar a batalha final do nosso vale, sair do ciclo vicioso anterior e sermos impulsionados para um novo patamar espiritual, emocional e material.

Coloque-se diante da cruz expondo seu coração ao Senhor Jesus e pedindo que lhe mostre a Sua verdade libertando-o da falta de consciência em que você viveu até hoje. Que todas as armas forjadas das trevas sobre sua alma e sobre o seu espírito possam ser completamente destruídas pelo poder do nome de Jesus.

Continue a se entregar com confiança a Jesus, pendurando na cruz o seu egocentrismo e fazendo uma troca do seu ‘eu’ infeliz, miserável, pobre, cego e nu, (Ap 3: 17) pelo Espírito do Filho de Deus em você, levando-o a viver a vida plena de Deus para você. Chegou a sua hora de vencer, de recomeçar a viver como nova criatura.

“Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”. (Is 53: 4-5).

 

VII) Passos firmes e com esperança para alcançarmos a restituição depois da luta no vale.

Há restituição e recompensa para todos os que conseguem superar os vales. Um exemplo bíblico é Rute, que deixou o seu vale pessoal, sua vida passada em Moabe, terra de idolatria e escassez, para seguir sua sogra de volta a Belém de Judá onde conheceu o verdadeiro Deus, fez aliança com Ele e pôde, então, tomar posse de uma terra fértil e próspera. Ela chegou de maneira pobre e humilde; procurou um trabalho simples, como catar o resto das espigas das searas de cevada e trigo (respigar, como diz a Palavra); entretanto, achou graça diante dos olhos de Boaz, o Resgatador, que prefigura Jesus, podendo, assim, ter o direito a uma nova vida. De uma simples catadora de espigas, Rute se transformou na ‘dona do campo’, senhora de toda aquela terra, junto com seu marido, sua sogra e seu filho, Obede. Rute trabalhou na mesma terra que lhe foi dada, ou seja, ela ‘semeou’ seu trabalho e seus sonhos ali, e foi honrada, ganhou de volta, multiplicado, tudo o que ‘investiu’ e cuidou.

Quando conseguimos superar nosso vale, estamos prontos para materializar o sonho do nosso coração, pois encontramos graça diante de Jesus, nosso Eterno Resgatador, e recebemos o direito de reinar na nossa própria terra. Aqui os intrusos não entram; apenas aqueles que o Senhor já preparou para serem os nossos companheiros, trabalhadores da Sua seara na terra. Aqui, nosso sonho, nosso filho, nosso Obede, pode glorificar a Deus pelas conquistas que Ele nos proporcionou, e nós podemos nos alegrar, pois sabemos que deixaremos uma descendência santa diante Dele.

Uma das coisas que precisamos fazer enquanto passamos pelo vale é semear na terra que queremos conquistar, a fim de termos direito a ela. Sem semeadura não há colheita. É preciso trabalhar com afinco naquilo que queremos ter ou nos projetos que desejamos atingir; saber investir de todas as formas no nosso sonho, inclusive financeiramente. Quando ‘lançamos a enxada’ profundamente, com esforço, com choro, com dor, sem ajuda real de ninguém, podemos ter a certeza de que alguém nos vê, Jesus, e que Ele jamais nos desamparará; pelo contrário, contribuirá para a nossa vitória, guardando o nosso tesouro até o fim, como diz a bíblia. (2 Tm 1: 12). Ele sabe multiplicar as sementes que plantamos, principalmente quando plantamos no solo fértil do reino de Deus, profetizando as nossas bênçãos com fé, agindo de acordo com a Palavra e nos apegando às Suas verdades.

Se você conseguiu superar todas as provas até aqui, está apto para tomar posse da sua terra. Você vai entrar na fase de restituição em sua vida; poderá gozar dos frutos resultantes das sementes que plantou com choro. E aquilo que o Senhor lhe dá, você não perderá nunca mais, pois está escrito: “O homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada”. (Jo 3: 27). Receba, então, o consolo do Espírito Santo através da Palavra.

“Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha. Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo; então, entre as nações se dizia: Grandes coisas o Senhor tem feito por eles. Com efeito, grandes coisas fez o Senhor por nós; por isso, estamos alegres. Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes no Neguebe. Os que com lágrimas semeiam, com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo trazendo os seus feixes”. (Sl 126:1-6).

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.