segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

SOBRE PASTOR SER CEO DE EMPRESA EVANGÉLICA

SOBRE PASTOR SER CEO DE EMPRESA EVANGÉLICA 


Há um bom tempo atrás igreja era reconhecida oficialmente como organização religiosa sem fins lucrativos. Depois a legislação mudou para que estas organizações religiosas se adaptassem para serem associadas das ongs, organizações não governamentais associadas à um CNPJ e daí por diante criou-se o hábito de igrejas, associações religiosas, ONGs, se adaptassem aos sistema CNPJ, separadas por atividades ou reunidas num só CNPJ para alcançar as benesses dos benefícios sociais dos governos. (Exemplo das chamadas verbas de gabinetes, dentre outras, etc, dos políticos e que não precisam de comprovação de quem às recebeu e muito menos de comprovação de onde foi aplicada). Daí em diante as igrejas através de suas lideranças passaram a serem também administradas por pastores “CEO” presidentes e “donos” daquelas propriedades que eles assumiram junto aos órgãos governamentais como presidentes vitalícios e sua carreira sucessória tem que ser ou tem que contemplar seus familiares mais próximos e daí por diante. Só se reconhece que alguém é alguém da diretoria daquela organização se for indicado e empossado pelo “CEO" o presidente daquela organização ou o detentor absoluto daquele CNPJ. Não importando se o pastor está em atividade, se jubilou ou outra situação. Ele é o que comanda tudo daquele ou daqueles CNPJ’s. É a tal de "pejotização". 
I - "CEO" significa Chief Executive Officer, que em português se traduz como Diretor Executivo, Presidente, Diretor-Presidente, ou Diretor Geral, sendo a pessoa no mais alto nível de gestão de uma empresa, responsável pela liderança e estratégia geral do negócio. Embora existam traduções diretas, no Brasil é comum usar a sigla em inglês, pois ela denota o cargo máximo de decisão, como o presidente de uma organização. 
II - Principais traduções e significados: (1) Chief Executive Officer (CEO): A sigla em inglês. (2) Diretor Executivo: Tradução mais comum e direta. (3) Presidente/Diretor-Presidente: Frequentemente usado como sinônimo no contexto brasileiro. (4) Chefe Executivo e ou Diretor Geral e Outras variações possíveis. (5) A Função principal do CEO: O CEO está no topo da hierarquia, tomando decisões cruciais sobre a direção e o funcionamento de toda a empresa. 
III - Esta estratégia pode ser boa mas também abre muitas brechas para oficializar um erro grave de colocar o pastor da igreja como dono ou maior acionista da organização religiosa a que pertence. Trazemos aqui um alerta para os crentes que estão criando e financiando igrejas, templos e empresas para seus administradores e suas famílias. Esta situação beira ao que é conhecido no meio jurídico como cleptocracia. 
A - Observações necessárias que os crentes devem estar atentos para não caírem em um golpe em nome da religião. (1) Se seu pastor toma todas as decisões de compra e venda da igreja sem uma assembleia ordinária, não é igreja, é empresa. Chega a parecer uma empresa imobiliária. (2) Se seu pastor já anunciou que, se morrer, o filho, a esposa ou o genro assumirão, não é igreja, é herança familiar. (3) Se o pastor se auto intitula ‘presidente único para toda a vida’, e não presidente de honra depois de jubilado, não é servo, é CEO. (4) Se o conselho da igreja nunca contraria o pastor, não é presbitério e nem ministério, é plateia. (5) Se há mais títulos honoríficos do que dons espirituais e ministérios, sendo ministrados, não há mais serviço, há vaidade. (6) Se o púlpito é fechado ou é vedado a quem fala a verdade, não é proteção, é censura. (7) Se a membrezia é cobrada a pagar mensalidade obrigatória, não é contribuição, é taxa. Toda contribuição deve ser voluntária e com alegria. (8) Se o pastor é o único que pode interpretar a Bíblia, não é ensino bíblico, não é doutrinação bíblica, é ensino ideológico. O ensino Bíblico já é por si só a doutrina bíblica, fora disso é sensacionalismo religioso, heresia. Toda a Bíblia tem texto e contexto, fora disso é pretexto, é heresia, é enganação. (9) Se o púlpito serve para autopromoção, não é altar, não é púlpito, é palanque. (10) Se tudo gira em torno de metas de negócios materiais e lucros, não é igreja, é negócios empresariais. É campanhas e mais campanhas para arrecadar dinheiro para os projetos empresariais e não para os fins sociais. (11) Se o dízimo é tratado como investimento e não como adoração, não é culto, é contrato. A Bíblia deixa bem claro que as dádivas, dízimos e ofertas, são voluntárias e com alegria. (12) Se os líderes pensam em “crescimento de mercado”, se o crescimento imobiliário é maior do que o evangelismo e missões, não é levar a palavra de Deus aos quatro cantos da terra, é marketing promocional para venda de “bênçãos e milagres”. (13) Se os ministérios têm donos, não é serviço religioso, é franquia. (14) Se a igreja vende privilégios espirituais, não é graça, é comércio no varejo (oração individual) ou no atacado (oração coletiva), tudo tem seu preço. (15) Se há metas de arrecadação, mas não de santidade e santificação não é avivamento, é gestão financeira e comercial dolosa. (16) Se os eventos são planejados para gerar lucro, não é edificação não há conversão de almas, não há milagres, existe somente entretenimento para alegrar a carne e não o espírito. (17) Se a palavra “visão ministerial” substitui “chamado divino”, a fé virou plano de negócios. Deus não está lá. (18) Se quem doa mais manda mais, não há Reino, há hierarquia financeira. (19) Se a liderança é herdada, não é ministério, é dinastia. (20) Se a fidelidade é medida pelo quanto se contribui, não é amor, é contabilidade. Riquezas e honras da terra não geram salvação, o servo bom entrega o que é de Deus e Deus recebe de coração aquilo que é dado sem pressão mas de coração sem cobrar “quanto" e sim o amor da doação. (21) Se o povo é treinado para servir ao sistema e não a Cristo, não é corpo, não é igreja é estrutura empresarial que em alguns casos são particulares e não da igreja. (22) Se o Espírito Santo é substituído por estratégias humanas, não é dependência, é gerenciamento. Quem depende do Espírito Santo não tem surpresas desagradáveis e nem faz dívidas para Deus pagar. (23) Se o líder vive de bajulação e aplausos, não é servo de Deus, é ídolo do povo. (24) Se o pastor não prestar contas, não é autoridade espiritual, é autocrata, é mandatário. (25) Se o nome da igreja é maior que o nome de Cristo, o centro já mudou e Jesus não fax parte dela. (26) A Igreja não é propriedade do pastor. A igreja deve prestar atenção a este alerta teológico e contra a Usurpação do Corpo de Cristo por aqueles que estão lá para servir e não para serem servidos. 
B - Modelos de gestão e administração do povo Hebreu no Velho testamento. A gestão do povo Hebreu na Bíblia variou significativamente ao longo do tempo, passando de uma estrutura familiar e tribal para uma teocracia, e finalmente para uma monarquia unificada e, posteriormente, dividida através de períodos principais de gestão as quais nominamos a seguir. (1) Período dos Patriarcas: a. O modelo de gestão era de uma sociedade organizada em clãs e tribos seminômades. Nesta gestão patriarcal os líderes eram os patriarcas como Abrahão, Isaque e Jacó que exerciam autoridade absoluta. Eles acumulavam funções de chefe militar, sacerdote e juiz, e os bens pertenciam a todo o clã. (2) Período do Êxodo e da Teocracia (sob Moisés e Josué), o modelo de gestão após o Êxodo do Egito, sob a liderança de Moisés, o sistema evoluiu para uma teocracia, onde Deus era considerado o governante supremo, e a Lei Mosaica ( a Torá ) era a base de toda a administração e vida social. A liderança era exercida por Moisés foi o líder central, responsável por organizar o povo e transmitir as leis e orientações de Deus. Josué o sucedeu na conquista de Canaã. (3) A liderança no período dos Juízes o modelo de gestão após a morte de Josué e antes do estabelecimento do reino, Israel não tinha um governo centralizado. Tinha uma confederação de doze tribos, onde a liderança era exercida por "juízes". (4) Essas lideranças eram exercidas por Juízes como Gedeão, Sansão, Débora, Samuel; eram líderes carismáticos e militares que surgiam em momentos de crise, especialmente quando eram oprimidos por outros povos e nações estrangeiros, para libertar povo d zelar pelo cumprimento da lei e do culto ao Senhor Deus de Israel, ou Deus dos Hebreus. 
C – O período da Monarquia Unida e Dividida também tinha o seu modelo de gestão. (1) Devido à pressão externa e ao desejo do povo de ter uma monarquia e não mais uma Teocracia que era o governo de Deus, o povo pediu ao profeta Samuel que falasse com Deus para Deus lhes dar um rei como era nas outras nações. Dai em diante com a unção de Saul como rei como as outras nações o modelo de governo dos Hebreus passou a ser uma monarquia. (2) A liderança do reino unificado. Os primeiros reis desse tipo de liderança foram Saul, Davi e Salomão. O rei tinha o poder político, militar e religioso sob seu controle e centralizado. (3) O reino dividido começou no reinado de Roboão filho de Salomão após a sua morte. O reino se dividiu em reino de Israel no norte (cuja capital era Samaria e reino do sul cuja capital era Jerusalém. Cada um desses reinos com sua própria linhagem de reis. (4) Em resumo, a gestão do povo hebreu na Bíblia foi marcada por uma progressão de sistemas de liderança que refletiam as necessidades e os desafios de cada época, sempre com uma forte influência da religião e da lei divinamente ordenada pela inspiração das leis de Deus dadas ao povo Hebreu desde os tempos de Moisés. 
1 - No Novo Testamento, a gestão do povo de Deus (a Igreja) que começou com os apóstolos em Jerusalém, era caracterizada por uma liderança plural de serviços, focada na comunhão, no partir do pão, nas orações no ensino dos apóstolos e na dependência do Espírito Santo, conforme os primeiros capítulos do livro de Atos dos apóstolos. Diferentemente da estrutura hierárquica e centralizada do templo em Jerusalém e daquilo que se tinha de experiência no Antigo Testamento. 
2 - A gestão era orgânica e descentralizada em igrejas locais. As cartas paulinas deram um impulso sobre os princípios e gestão de lideranças com o exemplo do próprio apóstolo Paulo. (1) Era em cada igreja local uma liderança pluralizada. Cada igreja local era liderada por um grupo de presbíteros e outros obreiros que eram responsáveis pela gestão da igreja. Os obreiros diáconos, presbíteros e apóstolos, participavam intensamente dos debates ministeriais e todos os assuntos inerentes àquelas denominações eram decididos coletivamente em favor dos membros das igrejas como em Atos dos apóstolos capítulo 15 quando tiveram uma reunião ministerial com a liderança dos apóstolos Pedro e Paulo e não por uma única pessoa com autoridade absoluta. Essa liderança compartilhada visava o cuidado espiritual, o ensino e a orientação da igreja nascitura, agindo como cuidadores, e não como chefes ou donos como muitos são considerados ou são proclamados por si mesmos hoje em dia, quer queiram ou não, quer gostem ou não as decisões de tudo relacionado àquelas entidades religiosas eram acatadas por todos com muito respeito e pela igreja daquele tempo, tudo era supervisionado pelo Espírito Santo, vejam o que aconteceu em Atos dos apóstolos capítulo 5. Hoje as decisões são monocráticas, pelo CEO e ou presidente e não mais dos colegiados reunidos em ministérios ou presbitérios com raras exceções. 
3 – O modelo de liderança ensinado por Jesus foi o de servir com humildade. O modelo de liderança ensinado por Jesus e praticado pelos apóstolos era o do serviço em favor dos menos favorecidos, dos doentes e aflitos bem como dos órfãos e das viúvas, isso chama-se diaconia, que é exercido na igreja em total contraste com a autoridade mundana. Os líderes deveriam ser exemplos de vida cristã e humildade, focados no bem-estar do rebanho de Deus e não servirem-se a si mesmos. 
4 – Deus enviou o Espírito Santo no pentecostes e junto com estes os dons espirituais. (1) Dons Espirituais fez e faz toda a diferença na igreja em qualquer dia ou época. A gestão e os ministérios na igreja funcionavam com base nos diversos dons (carismas) concedidos pelo Espírito Santo a cada membro, para a edificação de todo o corpo de Cristo. Isso promovia a participação ativa de todos, e não apenas de uma classe de obreiros e serviçais da igreja. (2) Junto com os dons espirituais vieram também a comunhão e os cuidados mútuos aos crentes. A vida em comunhão era uma prioridade na igreja primitiva. Os primeiros cristãos partilhavam bens, oravam juntos e cuidavam das necessidades uns dos outros, o que demonstrava uma gestão voltada para a assistência social interna e a solidariedade. (3) A autoridade da Escritura e a valorização da doutrina. A base para a gestão e conduta da igreja era e deve continuar a ser a perseverança na doutrina dos apóstolos no partir do pão e na comunhão, que mais tarde se tornou o Novo Testamento. A pregação e o ensino da Palavra de Deus eram o centro de todas as suas atividades. (4) A missão e evangelização se tornaram prioritária. A gestão também tinha um foco missionário claro de fazer discípulos e pregar o Evangelho a todas as criaturas, com a orientação do Espírito Santo. Em suma, a gestão era baseada em princípios espirituais e relacionais, com ênfase na liderança servidora, no trabalho em equipe dos presbíteros e na dependência da direção do Espírito Santo. 
5 - O estilo de liderança e de gestão de Jesus. O estilo de liderança de Jesus é caracterizado por ser centrado nas pessoas, com um forte enfoque no serviço, compaixão e amor sacrificial. Ele se destacou por liderar pelo exemplo, delegar responsabilidades e formar colaboradores, em vez de focar apenas em metas ou em si mesmo. Outras características incluem a atenção aos mais necessitados, a defesa da dignidade humana, a honestidade, a sensibilidade e a capacidade de motivar e envolver seus liderados. (1) Jesus incentivou as características principais de liderança servidora. Jesus ensinou que o líder maior é aquele que serve, e seu próprio ministério foi um exemplo de serviço, não de domínio. (2) Sua liderança era focada nas pessoas e não nos templos e nas riquezas dos sacerdotes. Sua liderança era centrada nas pessoas e nas suas necessidades, com um cuidado genuíno por cada indivíduo, especialmente os mais vulneráveis. (3) Jesus ensinou que uma ótima gestão é aquela que tem compaixão dos necessitados. Ele femonstrava grande compaixão pelas situações humanas e permitia que essa compaixão guiasse suas ações. (4) Seu exemplo era a prática constante de tudo o que Ele ensinava. Ele não apenas ensinava, mas vivia o que pregava, sendo um modelo prático para seus seguidores. (5) Formação de um corpo de obreiros e colaboradores. Jesus convocou trabalhadores para Sua obra, delegou responsabilidades e os acompanhou de perto, capacitando-os para que se tornassem também líderes. (6) Jesus incentivou a unidade e a comunhão da igreja, promoveu a união entre seus seguidores, sendo um centro de convergência e ajudando a resolver conflitos. (7) Ele tinha sensibilidade e dignidade humana sensibilidade para a dignidade de cada pessoa e resistia às pressões para agir de forma diferente. (8) Transmitia honestidade com fidelidade e agia honestidade e com fidelidade à sua missão bem como com sinceridade e honestidade em suas palavras e ações. 
6 – Qual é a gestão bíblica que agrada a Deus. Para descobrir o que a Bíblia diz sobre a administração, começamos com o primeiro versículo: "No princípio, Deus criou os céus e a terra" (Gênesis 1:1). Como o Criador, Deus tem direitos absolutos de propriedade sobre todas as coisas, e deixar de iniciar aqui é como desalinhar o primeiro botão da nossa camisa ou blusa, nenhum outro botão se alinhará direito. Nada mais na Bíblia, inclusive a doutrina da administração, fará qualquer sentido ou terá alguma relevância verdadeira se deixarmos de salientar o fato de que Deus é o Criador e possui direitos de propriedade completos. É através da nossa capacidade de entender completamente isso e aceitá-la em nossos corações que a doutrina da administração pode ser devidamente entendida. 
7 - A doutrina bíblica da administração define o relacionamento do homem com Deus. Ela identifica Deus como o dono e o homem como gerente, mais apropriadamente servo. Deus faz do homem o seu colega de trabalho na administração de todos os aspectos da nossa vida. O apóstolo Paulo explica melhor quando diz: "Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós", (1 Coríntios 3:9). Começando com esse conceito, podemos então visualizar com precisão e valorar corretamente não apenas nossos bens, mas, mais importante ainda, a própria vida humana. Em essência, a administração define nosso propósito neste mundo como atribuído a nós pelo próprio Deus. É a nossa oportunidade divinamente dada de nos unir a Deus em Seu movimento redentor, mundial e eterno, (Mateus 28: 19-20). A administração não é Deus tirando algo de nós. Ao contrário disso, é o Seu método de conferir os Seus mais ricos presentes ao Seu povo. 
8 - No Novo Testamento, duas palavras gregas incorporam o significado da nossa palavra "administração". A primeira é “epitropos”, que significa "gerente, chefe ou mordomo". Do ponto de vista do governo, significa "governador ou procurador". Às vezes, foi usada no Novo Testamento como "guardião", como em Gálatas 4:1-2: “Digo porém que, enquanto o herdeiro é menor de idade, em nada difere de um escravo, embora seja dono de tudo. No entanto, ele está sujeito a guardiães e administradores até o tempo determinado por seu pai”. A segunda palavra é “oikonomos”. Também significa "administrador, gerente ou mordomo" e ocorre com mais frequência no Novo Testamento. Dependendo do contexto, muitas vezes é traduzida como "dispensa, gestão, gerenciamento, arranjo, administração, ordem, plano ou treinamento". Ela se refere principalmente à lei ou gerenciamento de uma família ou de assuntos domésticos. 
9 - Notavelmente, nos escritos de Paulo, a palavra “oikonomos” recebe o seu maior significado na medida em que Paulo vê a sua responsabilidade de pregar o evangelho como uma incumbência divina, uma obrigação imposta por Jesus desde a conversão de Saulo. (1 Coríntios 9:17). Paulo se refere ao seu chamado de Deus como a administração (gestão) da graça de Deus para um ministério do mistério divino revelado em Cristo, (Efésios 3:2). Neste contexto, Paulo está retratando Deus como o mestre, chefe, de uma grande família, sabiamente administrando-a através do próprio Paulo, como o obediente servo do Senhor Jesus Cristo. 
10 – Também é muito significativo o que Paulo está dizendo, é que, uma vez que somos chamados e colocados no corpo de Jesus Cristo, a administração que é requerida de nós não é resultado de nosso próprio poder ou habilidades nossas mas de Cristo. A força, inspiração e crescimento na gestão de nossas vidas devem vir de Deus através do Espírito Santo em nós. De outra forma, nosso trabalho é em vão e o crescimento da administração é um crescimento humano hipócrita. Portanto, devemos lembrar sempre da única fonte de nossa força em agradar a Deus: "tudo posso naquele que me fortalece", (Filipenses 4:13). Paulo também disse: "Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo", (1 Coríntios 15:10). 
11 - Na maioria das vezes, quando pensamos em uma boa administração, pensamos em como gerenciamos nossas finanças e nossa fidelidade na entrega dos dízimos, ofertas e dádivas para a obra de Deus. Entretanto, como estamos começando a ver, é muito mais do que isso. Na verdade, é mais do que apenas a gestão do nosso tempo, dos nossos bens, do nosso meio ambiente ou da nossa saúde. A administração é o nosso testemunho obediente da soberania de Deus em nossas vidas. A soberania de Deus é e sempre será a base de direcionamento de nossas decisões em nossa mordomia de servir a Deus com alegria. É o que motiva o seguidor de Cristo a agir, fazendo obras que manifestam a sua crença em Jesus. A administração de Paulo envolvia proclamar o que lhe foi confiado, a verdade do evangelho. 
12 - Essa gestão define a nossa obediência prática na administração de tudo sob nosso controle, tudo o que nos foi confiado. É a consagração do próprio eu e das nossas posses ao serviço de Deus. Essa administração reconhece, na prática, que não temos o direito de controle sobre nós mesmos ou sobre nossa propriedade. É Deus que possui esse controle. Isso significa que, como administradores de Deus, somos gerentes daquilo que pertence a Deus, e estamos sob a Sua soberana autoridade constante enquanto administramos os Seus negócios. A administração leal significa que reconhecemos plenamente que não somos nossos, mas pertencemos a Cristo, o Senhor, que Se entregou por nós. A questão final, então, é a seguinte: Quem é o Senhor da minha vida? Será que sou eu ou o próprio Cristo? Em essência, a administração eclesiástica assim como qualquer outra área de nossas vidas, devem expressar a nossa total obediência a Deus e ao nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. 
13 - A administração eclesiástica moderna tem muitas inovações. A igreja também é uma organização religiosa sem fins lucrativos, e uma vez que, perante a lei dos homens tem que ser organizada em pessoa jurídica, com estatutos, sede, diretoria e outras exigências legais. Tem que pertencer a uma denominação, patrimônio, regimento interno e existência física. 
14 - Assim, na Igreja, Deus estabeleceu alguns primeiramente apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro, mestres; em seguida, os que realizam milagres, os que têm dons de curar, os que têm dom de prestar ajuda, os que têm dons de administração e os que falam diversas línguas. 1 Cor. 12:28; O próprio Deus criou uma equipe do céu para efetuar uma gestão celestial na terra e, disse mais: Da mesma maneira Eu te digo que tu és Pedro, e sobre essa pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Mat. 16:18. 
15 - Também sujeitou tudo o que existe debaixo de seus pés e o designou cabeça sobre absolutamente tudo o que há, e o concedeu à Igreja, que é o seu Corpo, a plenitude daquele que satisfaz tudo quanto existe, em toda e qualquer circunstância. Em Ef. 1:22-23, Ele é a cabeça do Corpo, que é a Igreja; Ele é o princípio e o primogênito dentre os mortos, a fim de que em absolutamente tudo tenha a supremacia. Col. 1:18. 
16 - Como a organização é visível, local, humana, imperfeita, é temporária (pode vir a desaparecer). Mas a igreja também é uma organização, uma vez que, perante a lei dos homens tem que ser organizada em pessoa jurídica, com estatutos, sede, diretoria (s) e outras exigências legais. Tem que ter ou ser uma denominação local, Nacional ou mundial, tem que ter patrimônio, regimento interno e existência física, além de uma estrutura administrativa conforme as exigências das leis. 
17 - Seu patrimônio físico consistente em Construções, móveis, imóveis, moventes e semoventes, instrumentos, veículos, telefones, etc. (1) Os seus símbolos e sua bandeira, brasão, papel timbrado, cartões de membros e credenciais de lideranças, identificam a entidade. (2) Seus estatutos e regimentos internos que expressam seus padrões de doutrinas e cultura. (3) Acrescenta-se ainda seu capital social e, capital intelectual, seus bens tangíveis e contas bancárias e cartões de credito corporativo e outras coisas que são naturais do convívio social da igreja. 
18 - Não se esquecendo do seu patrimônio móvel e imóvel que deverão ser registrado em cartório em nome da entidade. O que parece que as organizações se entendem mutuamente e internamente com a mesma cultura organizacional, visão, missão e valor obedecendo uma estrutura já verticalizada e hierarquizada com distribuições de cargos e atribuições segundo ao interesse desta gerencia eclesiástica. 
19 – A administração eclesiástica tem como objetivo principal prover os subsídios para uma gestão moderna e embasada na Legislação nacional, sem, contudo, perder o foco da atividade principal da Igreja: a expansão do Reino de Deus por meio da pregação do Evangelho. O administrador (CEO) engajado com o corpo e a presidência na busca do bem servir, entendendo o que diz e quem quiser ser o primeiro deverá ser servo, como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos. Mateus 20:27,28. 
20 - Até alguns anos atrás, essa função nas igrejas era exercida de forma voluntária por algum membro, na maioria das vezes sem a qualificação profissional exigida em lei, mas com disposição, interesse e boa vontade. Isso bastava e viviam-se todos felizes dessa forma. Quando não podia organizar pessoalmente as igrejas, Paulo delegava essa tarefa, dando instruções claras quanto aos requisitos espirituais necessários para se ocupar os cargos. O administrador alinhado com a liderança cristã, ou seja, bispos, pastores e apóstolos, proporcionam a organização visível religiosa um caminho transparente e seguro para o exercício de suas atividades laborais eclesiásticas e pastorais. 
21 - Uma igreja forte na área espiritual, digo, seus dons e ministérios operando livre sem embaraço e na área administrativa por meio do seu planejamento estratégico dinâmico e atualizado, colhendo resultados de acordo com a visão e missão antes proposta por esta comunidade, é uma igreja vencedora. Como organização a igreja expressa o seu lado social, pois a mesma é estabelecida em espaço geográfico e seus integrantes como cidadãos possuem deveres, obrigações e direitos. As escrituras nos instruem sobre essa relação com a sociedade como, por exemplo: Estar sujeitos às autoridades “todo homem esteja sujeito às autoridades superiores porque não há autoridade que não proceda de Deus: e as autoridades que existem foram por ele constituídas”. Rm.13.1. Pagar impostos “É lícito pagar tributo a César? Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Mt. 22.17-21. 
22 - Modelos administrativos eclesiásticos e a visão bíblica. (1) Modelo Episcopal: na forma episcopal, a autoridade reside no bispo. Há vários graus de episcopado, ou seja, há variações quanto ao número de níveis de bispos. A forma mais simples de governo episcopal é encontrada na igreja Metodista, que só possui um nível de bispos. (2) Modelo Presbiteriano: O sistema presbiteriano de governo é o presbitério da igreja, também coloca a autoridade em determinado ofício, principalmente o reverendo exerce a função plena da ministração eclesiástica doutrinária, evangelística, dentre outras atividades. Esta autoridade é exercida numa série de concílios. No âmbito da Igreja local, o conselho ou o consistório é o grupo responsável pelas decisões. (3) Modelo Congregacional: Esta forma destaca o papel do cristão como indivíduo e tem a Igreja local como centro de autoridade. cada Igreja Local chama seu próprio pastor e determina seu próprio orçamento. A organização humana e visível é por vezes imprudente em colocar pessoas com ótimas ideias e bem intencionada ocupando cargo/função de competência profissional regulamentada como no caso em pauta, o administrador, sem estar devidamente registrado no seu conselho de classe. 
23 - Entendemos que a administração é um dom de Deus, e enxergamos que esse dom está entre aqueles que são indispensáveis para o bom funcionamento de qualquer equipe de ministério e principalmente de toda uma igreja e ou convenção. O ministério de todo pastor será muito mais frutífero e bem sucedido se ele puder dedicar-se integralmente ao ministério da palavra em lugar da administração. A única maneira de um pastor evitar as muitas distrações da vida e permanecer firme durante toda a sua vida e ministério, é saber o que Deus realmente chamou o pastor a fazer. Pastor deve pastorear as ovelhas. Administração deve ser exercida por alguém da área, mesmo que seja colocado pelo pastor da igreja, assim como os cargos referentes às finanças da igreja. “Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória. (1 Pedro 5.2-4)”. 
24 - Por isso, necessitamos que na equipe pastoral tenha uma pessoa (ou mais) com esse dom de administrar e que possa tirar toda sobrecarga do pastor no que diz respeito às responsabilidades administrativas. Paulo demonstra na carta a Tito, que não era apenas pregador, ensinador e doutor dos gentios, mas, também, um administrador eclesiástico de larga visão ministerial. 
25 – Um grande líder de uma denominação eclesiástica disse que o homem que se opuser a toda organização na igreja ignora completamente os fatos da vida. A arte é a beleza organizada; a música é o som organizado; a filosofia, é o pensamento organizado; a ciência é o conhecimento organizado; o governo não passa de sociedade organizada, e assim, também, a igreja se expressa por meio do ministério organizado. 
26 - O ofício de administrador é administrar em toda a essência da palavra. Administrar é um cargo de responsabilidade e seus deveres devem ser tomados seriamente. Se o contrato de trabalho identificar o profissional como Administrador, a igreja se sujeita a ser autuada numa eventual fiscalização do Ministério do Trabalho, caso o profissional não possua registro profissional. Logo, habilitado para tal desenvoltura profissional que além de conhecer a ciência da profissão desenvolve as etapas e as estratégias com eficácia e eficiência no manuseio das ferramentas própria da sua profissão e, por este possa legalmente representar a igreja em questão na qualidade de um gerente científico. 
27 - A Palavra de Deus nos orienta e exorta: “Os olhos dos que veem não se ofuscarão, e os ouvidos dos que ouvem estarão atentos”. (Isaías 32:3); “Certo, como estou, da tua obediência, eu te escrevo, sabendo que farás mais do que estou pedindo. (Filemom 1:21). É importante salientar que a luz desta palavra que uma lacuna perigosa que algumas igrejas por desconhecimento, ou por que não dizer por falta de um administrador profissional, comete flagrante erro. Infelizmente, temos constantemente presenciado o mau testemunho que muitas Igrejas têm dado em relação à forma como gerenciam os trabalhos imprescindíveis para o caminhar do Corpo de Cristo, agindo muitas vezes de forma errônea, sem a devida orientação profissional, com displicência e até mesmo em desobediência as Lei, podendo esta ter em seus quadros um “responsável técnico”. RT. De acordo com o Artigo 3º, da CLT: Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.‖ Inadequado seria esquecer que o contrato de trabalho deve obrigatoriamente ser registrado em Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, sendo anotado especificamente a data de admissão, a função e a remuneração, conforme determina o Artigo 29°, da CLT. Só não se configura empregados aqueles que exercem unicamente as funções eclesiásticas religiosas. 
28 - Isto serve para o administrador e demais pessoas contratadas na forma da lei e, para os voluntários, digo, pessoas piedosas, com disponibilidade de tempo e apaixonadas pela obra, contrato de voluntário. Ao se analisar o conteúdo da Lei no 9.608/98, ao longo dos seus 5 (cinco) artigos, verifica-se que o legislador se preocupou, basicamente, em perfilar o trabalho voluntário a fim de distingui-lo do trabalho assalariado. O voluntariado é muito usado nas igrejas, quase que todo o serviço beneficente é feito por voluntários. 
29 – A necessidade do planejamento estratégico para o crescimento. Há o embasamento bíblico nas instruções de Moisés quando este teve o aconselhamento do seu sogro Jetro no ato de delegar tarefas usando princípios da administração como a divisão das tarefas com isto sendo liberado Moisés para tarefas mais complexas. Atitudes Administrativas que uma Igreja deve conhecer, ajudam a perceber o quanto que essa atividade é importante na vida de uma igreja. O planejamento estratégico consiste em que igrejas bem administradas sabem para onde estão indo. Elas possuem uma declaração de visão e missão, têm estratégias e valores centrais claramente definidos, um cronograma que norteia suas atividades com objetivos e alvos a curto, médio e longo prazo, e um organograma que permite a todos visualizarem como a igreja está estruturada dentro da administração. Também uma liderança descentralizada trás para a igreja bem administrada tempo para investir seu potencial no crescimento de sua membrezia, tempo e recurso no treinamento de liderança e formação de equipes, para que os diversos serviços (ministérios) sejam realizados de forma eficiente, sem haver sobrecarga para uma minoria e principalmente para o pastor. Uma formação de Administradores é essencial para cada congregação. Igrejas e ministérios devem realizar cursos para dar orientações aos seus obreiros nesta e em outras áreas. Igrejas bem administradas tem a preocupação de descobrir pessoas com o dom de administração, para serem capacitadas e distribuídas nas mais diferentes equipes de ministérios da igreja. As Igrejas devem ter um orçamento Financeiro bem definido para não entrar em dívidas. Igrejas bem administradas trabalham dentro de um orçamento financeiro anual compatível com seu potencial. Sua receita não é gasta de forma improvisada, momentânea e irresponsável, mas abaixo daquilo que é suportável. 
30 - As Igrejas tem por obrigação prestar contas aos seus membros, suas diretorias e ou seus obreiros designados para esta função. A prestação de relatórios deve ter em mente que os membros são merecedores desta atenção até porque quanto mais eles confiam na administração, mais vai aumentar a contribuição. Igrejas bem administradas desenvolvem uma cultura de prestação de contas através de relatórios simples e fáceis de serem preenchidos. Há uma necessidade de reuniões para diversos fins. As Igrejas bem administradas ensinam suas lideranças e seus obreiros a fazer reuniões objetivas, bem elaboradas com princípios, técnicas e dinâmicas facilitadoras e bem compreensíveis. As Igrejas que mais crescem geralmente teem uma contabilidade centralizada. É impossível obter boa e legal administração sem uma contadoria bem elaborada. Sejam abençoados em seu ministério pastoral e que Deus coloque ao lado dos homens Deus homens capazes de exercer funções diversas na administração das igrejas com um caráter cristão de verdade para honrar o nome daquele que merece toda honra, toda glória para todo o sempre, Jesus Cristo nosso Salvador. “Cada um tem que mostrar o seu caráter de verdadeiro Cristão diante da sociedade e principalmente diante de Deus. Sendo fiel vai ter o seu nome no livro da vida”. “O vencedor será assim vestido de branco, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida. Pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos”. Apocalipse 3:5. 
Deus abençoe você e sua família. 

Pr Waldir Pedro de Souza. 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.