ADORAR A CRUZ É PECADO
A cruz é símbolo do Cristianismo ou do Paganismo? O quê uma cruz é senão um ídolo? Leia o Salmo 115 sobre o que é um ídolo.
É muito importante que as pessoas saibam discernir quando e em quais circunstâncias a cruz é considerada um objeto de idolatria. Se, por exemplo, alguém deseja fazer uma ou mais encenações do sacrifício de Jesus na cruz em uma peça teatral ou uma reportagem, ou um filme, então não se refere a isso que estou dizendo que é idolatria. A idolatria da cruz se configura que é idolatria quando ela é colocada em destaque dentro e fora nos templos evangélicos, como temos visto que muitas igrejas evangélicas conservadoras e pentecostais colocaram a cruz nos púlpitos como um objeto de idolatria e de adoração, e mesmo que digam que não é adoração da cruz, mas caracteriza a idolatria daquele objeto de maldição, e isso é pecado.
Todas
as religiões do mundo possuem símbolos que as identificam. Com o cristianismo
isto não é diferente, e com o tempo a cruz foi adotada pelos Teólogos do
Catolicismo como mais um ídolo e tornou-se seu principal símbolo, o símbolo do
Paganismo travestido de símbolo do Cristianismo. A cruz é símbolo de adoração
pagã e não símbolo de adoração Cristã.
Acredita-se
que já no primeiro século a figura da cruz passou a ser utilizada para
identificar os cristãos. Até então o símbolo de identificação dos cristãos era
a figura de um peixe que foi utilizado até cerca do III século.
Isso
foi sendo trabalhado pelas autoridades da religião oficial até o terceiro
século quando se passou oficialmente a ser usado o símbolo da cruz como identificação
dos cristãos e quando a igreja se misturou com o estado, e as autoridades
religiosas já não exerciam sua autoridade plena. Já no ano de 1.402, em um
concílio católico romano a cruz se tornou símbolo oficial do Catolicismo, ou seja
do Cristianismo pagão.
Estudiosos apontam para a possibilidade de
antes mesmo da queda de Jerusalém em 70 d.C., a cruz já teria sido utilizada
como forma de identificação dos cristãos daquela cidade. Inclusive, alguns
túmulos de cristãos que datam dessa época trazem a figura da cruz impresso
neles. Reparem bem como o paganismo trabalhou a mente do povo e tem trabalhado
até hoje em favor de que o símbolo do Cristianismo seria a cruz. Repito, a cruz
é o símbolo do Cristianismo pagão e não do Cristianismo verdadeiramente
Cristão, conforme o exemplo dos apóstolos de Jesus.
Aqui
é importante entender que o Novo Testamento não deixa nenhuma recomendação com
relação ao uso de símbolos e figuras por parte dos Cristãos. Não há um
versículo se quer que encoraje o uso da cruz ou qualquer outro símbolo.
Portanto, isto significa que quando os Cristãos primitivos “adotaram” ou foram
forçados a adotar o uso da cruz como representação de sua Fé, eles o fizeram
simplesmente com o objetivo de servir de identificação para determinada
religião que dominava o mundo Cristão de então.
É
errado usar a cruz?
Exclusivamente
como um símbolo que identifica o cristianismo sim, mas não há um problema no
uso da cruz desde que ela seja apresentada como instrumento de maldição e de
morte, porque era somente para isso que ela era usada. Mas é inegável o fato de
que posteriormente foi atribuído um significado à cruz que é estranho às
Escrituras e que deve ser rejeitado. Ela passou a ser vista e utilizada como um
objeto que supostamente teria poderes místicos, há casos em nossa época de exorcismo
para expulsão de demônios com a apresentação da cruz ao endemoniado, e assim
foi adotada como um tipo de relíquia sagrada pelas religiões pelo mundo afora.
Mas o estranho neste caso é que o Cristianismo verdadeiro passou, com raras
exceções, a utilizar este símbolo do Cristianismo pagão como seu símbolo
também. Hoje vemos até igrejas ditas “pentecostais” e "neo-pentecostais" que estão utilizando este
símbolo de maldição em suas igrejas em seus púlpitos, ao invés de colocar um
versículo bíblico ou uma mensagem bíblica de Salvação para o perdido pecador se
converter à Cristo.
Esse
tipo de interpretação errada e supersticiosa sobre o significado da cruz, fica
claro no fato de que até supostas lascas da cruz já foram vendidas a fieis, o
paganismo faz de tudo para comercializar a fé. Esse tipo de coisa não apenas é
um erro, como também um desvio de seu verdadeiro significado.
Por
este motivo a maioria dos reformadores procuraram evitar o uso da cruz. Eles achavam que a
cruz como um símbolo de identificação do Cristianismo tinha algo de errado.
Eles queriam apenas suprimir qualquer tipo de idolatria do Paganismo que
pudesse surgir da má interpretação desse símbolo.
A
cruz em si não tem nada de especial ou poderoso. Pessoas eram crucificadas
pelos romanos frequentemente. O próprio Senhor Jesus foi crucificado no meio de
outras duas pessoas que também morreram pregados numa cruz. Isto significa que
o ponto central não é exatamente a cruz, mas quem estava nela. O significado da
cruz ainda remete à ideia de maldição e morte, a menos que Cristo seja
reconhecido como Aquele que se fez maldito para, através da cruz, prover
redenção ao seu povo.
De
forma geral, o significado da cruz fala de morte. Durante todo período em que a
cruz foi utilizada como forma de execução, ela sempre foi identificada como um
símbolo de maldição, de condenação e de morte pela maior culpa que alguém
deveria ser punido com aquela pena capital. Sob esse aspecto, o significado da
cruz também deixa claro a ideia de que a pena do condenado seria irreversível e
irrevogável.
Para
os cristãos, a figura da cruz também implica nessa mesma idéia, mas seu
significado não se resume apenas a uma forma antiga e cruel de execução. A cruz
foi o instrumento pela qual o Filho de Deus foi sacrificado da maneira mais
perversa possível para expiar o pecado de seu povo.
Na
cruz, Jesus Cristo se fez maldito ao tomar sobre si a iniquidade
daqueles que mereciam a morte, que somos todos nós. Ele recebeu o castigo da
ira divina e morreu em lugar de pecadores. “O castigo que nos traz a paz estava
sobre Ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”, diz o profeta Isaías no capítulo
53. Por isto para os seguidores de Cristo Jesus o significado da cruz nos fala
principalmente da redenção, da nossa reconciliação com Deus. Aquela cruz quem
tinha que carregar e sofrer toda a maldade de nossos pecados, éramos nós
mesmos, mas Jesus nos substituiu e pagou o alto preço da nossa salvação diante
de Deus e dos homens.
A
cruz deve ser lembrada apenas como símbolo de maldição e foi por isso que Jesus
foi pregado nela para nos mostrar a realidade das nossas vidas. Nós é que
deveríamos ser pregados nela e Ele, Jesus, assumiu a nossa culpa, a nossa
condenação, assumiu a nossa culpa e nos redimiu e nos perdoou e nos livrou da
condenação eterna do pecado original. Romanos 3.23 diz bem claro, Rm.3.23 –
“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”.
Quem
nos perdoa e quem nos redimiu foi o Senhor Jesus, ele pagou o alto preço para
nos livrar da lei do pecado e da morte. Ele, e não a cruz, venceu a morte, Ele
nos comprou por um alto preço e por esta razão devemos adorar única e
exclusivamente o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o nosso Redentor, porque
o nosso Redentor vive e reina para sempre.
Em Isaías
44:6 assim está profetizado.
6.
Assim diz o Senhor, Rei de Israel e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu Sou o primeiro e eu Sou o último, e fora de mim não há Deus.
Basicamente o significado da cruz fala de
morte e maldição. A cruz foi durante muito tempo o instrumento de execução mais
cruel existente na terra.
Mas por causa dos cristãos e do sacrifício
vicário de Jesus naquela dura cruz no calvário, o significado da cruz nos fala
principalmente da nossa redenção. Não é a cruz que é a nossa redenção, é Jesus
Cristo que nos redimiu da escravidão do pecado e nos libertou da garras de
satanás. Jesus Cristo é a nossa redenção.
A cruz é idolatria? Qualquer tipo de uso da
cruz é idolatria.
Sejam como pingentes, como imagens ou como
tatuagens, o uso da cruz é e sempre será uma idolatria diante de Deus, assim
como qualquer outro objeto de idolatria.
Temos visto frequentemente o uso de
crucifixos ou da cruz de todos os tipos no meio cristão, principalmente nas
ditas “igrejas que se declaram evangélicas” mas são tão idólatras quanto às
igrejas do Catolicismo Romano e do Paganismo que adoram a cruz ao invés de
adorar ao Senhor Jesus que nela foi pregado. A mensagem da cruz nos fala de
morte e condenação e não de libertação. Quando alguém vem a Cristo e deposita
todos os seus pecados nos pés de Jesus então essa pessoa é liberta da condenação
do pecado. Não é a cruz que nos perdoa e nos liberta, mas sim Jesus.
A adoração da cruz que antes era rejeitado,
atualmente tem se fortalecido sem motivos no meio evangélico; embora continue
ser pecado e nunca deixou de ser pecado a adoração da cruz, a igreja do Senhor
Jesus continua firme no seu propósito contra a idolatria.
Me responda uma coisa: um cristão
convertido chamado pelo Senhor Jesus e que se converteu de verdade, poderia
caminhar portando alguma imagem ou colar com um pingente de alguma arma ou algo
relacionado à tortura? Vou explicar melhor, poderia um filho de Deus
andar com um pingente de revolver ou faca pelas ruas ou onde quer que vá? Claro
que não. Não é lícito e nem recomendado.
Não estaria esse cristão refletindo
equivocadamente o que Deus significa para ele? Poderia Deus associar-se com
alguma forma de tortura? Claro que não. Então, por que os Cristãos
evangélicos estão usando agora crucifixos, imagens, tatuagens, fotos de cruz em
pingentes e outros adereços de idolatria; porquê usam camisas, camisetas e até
colocam banners nos altares das igrejas, nos prédios dos templos com símbolos
da idolatria romana, como a cruz?
Sabe-se bem que a cruz é uma forma de tortura
e é maldita, essa afirmação é do apóstolo Paulo, (Gl 3:13,14). O uso delas
apenas era realizada pelos povos antigos e na época de Jesus era feita pelo
povo romano para executar pregados nelas, todos os considerados maus e dignos
de morte. Era tamanha a maldição da cruz que as pessoas condenadas a morrer
pregado na cruz tinha que carregar a sua própria cruz até do lado de fora da
cidade onde era crucificado no monte caveira. A cruz em si mesmo não tem efeito
nenhum e sua definição física é apenas duas vigas de madeira perpendicular uma
à outra. Logo, por que carregá-la? Se você não concorda em carregar
imagens de armas, de drogas, de qualquer objeto de violência ou que leve à violência por ser uma ‘apologia’ à
violência, minimamente falando, por que carregaria no peito algo que gera morte
como a cruz? Reflita que a pena de morte pode até ter sido alterada,
mas o sentido é o mesmo.
Por que carregar no peito uma forma de
tortura? Se a própria cruz é maldita e até Deus não olhou para Cristo quando
estava naquela situação por estar carregando os pecados da humanidade, nós
deveríamos levar essa tortura conosco e não Jesus. Mas Jesus levou sobre si
toda a nossa culpa.
Algo que tem sido confundido por muitos no
meio cristão é o que a crucificação representa e outra o que é uma cruz. A
crucificação de Jesus foi o pior ato de maldade com um ser humano inocente; a
cruz utilizada foi o pior instrumento de maldade e de maldição que um ser
humano inocente nunca deveria ter sido pregado nela.
A Bíblia nos ensina que devemos carregar a
nossa cruz.
Em Lucas 9:23 Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me”.
Isso significa que temos que ter
responsabilidade de resolver os nossos problemas e dificuldades do dia a dia
buscando a orientação e a graça do Senhor Jesus para tais coisas, e isso não
significa que temos que ter um objeto de idolatria do Paganismo para consultar achando que o
ídolo, no caso a cruz, nos responderia.
Jesus não nos fala para levarmos ou carregarmos um símbolo da cruz, mas sim nos mostra que aquele ato de crucificação é o mais horrendo e mais cruel já visto entre os homens. Mas Jesus disse nas suas últimas palavras se dirigindo ao Pai: “perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Jesus ressuscitou ao terceiro dia. Ele nos deu vida abundante e vivemos agora em novidade de vida. O túmulo dEle está vazio, Jesus ressuscitou.
Através da ressurreição, o Pai de Jesus
transformou-Se em Nosso Pai, (Jo 20:17). Recorde-se de que Cristo não está mais
pendurado no madeiro e nada mais tem com ela, nada mais tem a ver com a cruz. Carregá-la,
seja como for, é idolatria e transfigurar a imagem do Deus incorruptível em
madeira é pecado.
Os cristãos obedientes à palavra de Deus
conhecem que devem ser iconoclastas, ou seja, não admitem nenhum tipo de
adoração à imagens de esculturas, quanto mais religiosas possa ser estas
imagens, mais elas devem ser rejeitadas.
Para reflexão e discernimento espiritual referente ao assunto, vejam estas referências bíblicas: Salmos 115, Isaías 44 e Romanos 1:20-32.
Você que gosta de ir nas igrejas evangélicas
que adoram a cruz, vejam na matéria do Jornal "Vaticano News" sobre a
cerimônia de adoração da cruz no dia da chamada "sexta-feira da
paixão" ou "sexta-feira santa".
(A recomendação abaixo é do Papa Francisco sobre o que e como se deve fazer a adoração da cruz no dia da sexta-feira da paixão).
“A mensagem da cruz está presente na vida de todos os cristãos desde a purificação do pecado com a morte de Jesus pregado na cruz do calvário.
Há absolvição do Sacramento da Reconciliação,
até o último momento da vida terrena com a Unção dos enfermos.
Na Sexta-feira Santa, somos
convidados a adorar a Cruz para o dom da salvação que conseguimos através da
sua vinda. Depois da ascese quaresmal o cristão está preparado para não fugir
do sofrimento.
Sobre a Sexta-feira Santa ou sexta-feira da paixão, o Papa recomenda:
A Sexta-feira Santa nasceu como dia da morte
de Jesus (dia 14 do mês de Nissan, que caía numa sexta-feira). Trata-se de um
dia de luto, acompanhado de "jejum", depois estendido a todas as
sextas-feiras do ano. A liturgia é composta de três momentos: Liturgia da
Palavra, Adoração da Cruz e Comunhão. Neste dia, por meio desta liturgia, os fiéis
são convidados a fixar seu olhar em Jesus Crucificado, que morreu na cruz para
cumprir a sua missão salvífica, que o Pai lhe havia confiado: "Eis o
Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo". O profeta Isaías diz:
“Ele tomou sobre si os nossos pecados, as nossas dores e sofrimentos, e nós o
julgamos castigado por Deus” (Is 52,13-53,12). Com a sua vida, Jesus pagou um
alto preço pela nossa desobediência, mas o fez com amor e por amor: “Sendo
rico, Jesus se fez pobre por vós, a fim de vos enriquecer com a sua pobreza”
(2Cor 8,9). No contexto desta Sexta-feira Santa, cada um de nós pode ficar
diante da cruz e dialogar com o Senhor Jesus sobre os próprios problemas,
dramas, sofrimentos. Todas as questões sobre a vida são iluminadas pela Cruz, a
ponto de chegarmos a dizer, realmente, que "o coração tem suas razões, que
a razão não pode compreender". O Senhor Jesus deve ser acompanhado com
amor, até o fim, como Ele o fez.
A Via Sacra foi introduzida na Europa pelo
dominicano beato Alvaro De Zamora da Córdoba em 1402 e mais tarde pelos Frades
Menores”.
Vejam o que a Bíblia nos diz sobre a adoração
da cruz:
Êxodo 20:3-6 diz: - 3"Não terás outros deuses além de mim”.
4"Não farás para ti nenhum ídolo,
nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da
terra.
5Não te prostrarás diante deles nem lhes
prestarás culto, porque eu, o Senhor, o teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo
os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles
que me desprezam,
6mas trato com bondade até mil gerações aos
que me amam e obedecem aos meus mandamentos.
A idolatria em Israel foi a causa de muitas
derrotas e cativeiro para o povo Hebreu.
No contexto bíblico, a idolatria é
descrita como um pecado grave. No Decálogo, ou seja, nos Dez Mandamentos,
encontramos a primeira menção explícita contra a idolatria: “Não farás para ti
ídolo nem alguma imagem… Não te encurvarás a eles nem os servirás…” (Êxodo
20:4-5).
Influenciados pela Teologia da prosperidade e de outras teorias, como também heresias,
compramos a ideia do mundo ao nosso redor. Pensamos que precisamos de certas
pessoas ou coisas sem as quais jamais poderemos viver. Mas esse quadro não é
novo. Ele aparece diversas vezes na Bíblia, como no texto de Êxodo 32. Ali,
observamos armadilhas associadas à idolatria.
1 O povo, ao ver que Moisés demorava a descer
do monte, juntou-se ao redor de Arão e lhe disse: “Venha, faça para nós deuses
que nos conduzam, pois a esse Moisés, o homem que nos tirou do Egito, não
sabemos o que lhe aconteceu”.2 Respondeu-lhes Arão: “Tirem os brincos de ouro
de suas mulheres, de seus filhos e de suas filhas e tragam-nos a mim”. 3 Todos
tiraram os seus brincos de ouro e os levaram a Arão. 4 Ele os recebeu e os
fundiu, transformando tudo num ídolo, que modelou com uma ferramenta própria,
dando-lhe a forma de um bezerro. Então disseram: “Eis aí os seus deuses, ó
Israel, que tiraram vocês do Egito!” 5 Vendo isso, Arão edificou um altar
diante do bezerro e anunciou: “Amanhã haverá uma festa dedicada ao SENHOR”.
6 Na manhã seguinte, ofereceram holocaustos e sacrifícios de comunhão . O
povo se assentou para comer e beber, e levantou-se para se entregar à farra.7
Então o Senhor disse a Moisés: “Desça, porque o seu povo, que você tirou do
Egito, corrompeu-se. 8 Muito depressa se desviaram daquilo que lhes ordenei e
fizeram um ídolo em forma de bezerro, curvaram-se diante dele, ofereceram-lhe
sacrifícios, e disseram: ‘Eis aí, ó Israel, os seus deuses que tiraram vocês do
Egito’”.
A falta de vigilância trouxe a armadilha da
idolatria para Israel. (Êx 32.1-4)
A primeira armadilha da idolatria, (e sua
própria causa) aparece nos versículos 1- 4. Moisés havia subido ao monte Sinai
para receber os mandamentos de Deus a serem transmitidos ao povo de Israel,
(24.12,18). Ali, permaneceu na presença de Deus por 40 dias (24.18). O povo no
meio do deserto, preocupado com a demora de Moisés em retornar, fez um pedido a
Arão, o responsável por cuidar da nação enquanto Moisés estivesse no Monte,
(24.14). Eles querem um deus que os guie em sua caminhada pelo deserto, (v. 1).
Mas qual é o motivo? Deus não havia cuidado deles e os tirado do Egito? Por
que, então, pedir para que Arão fizesse um deus, um ídolo? A razão é
apresentada pelo próprio povo. Porque Moisés, o homem que os havia tirado
do Egito, não aparecera e não sabiam o que havia acontecido com ele. Perceba
que a confiança quanto à libertação do Egito não estava posta sobre Deus, mas
sobre o homem que Deus havia usado para libertar o povo.
Várias vezes o livro de Êxodo apresenta o
responsável pela libertação do povo da escravidão do Egito, (Êx 12.42; 16.6;
20.2; 29.46). Sempre Deus é o Salvador. Aquele que tirou Seu povo escolhido do
jugo da escravidão egípcia. Mas aqui Moisés é considerado o responsável por
isso, e o fato de ele não estar presente levou a nação a buscar deuses visíveis
e palpáveis, assim como era visível a figura de Moisés.
Deus já havia dado o remédio para a idolatria
em Êxodo 20.2,3, e o povo havia se comprometido a obedecer aos mandamentos do
Senhor, (Ex 24.3). Ironicamente, os versículos 1-4 são o exemplo de como
desobedecer na sequência exata os mandamentos estabelecidos para a nação
israelita. Primeiramente, eles se esqueceram que Deus fora o responsável pela
libertação, conforme a introdução de Êxodo 20 (os Dez Mandamentos) faz questão
de lembrar. Como consequência, desejaram ter outro deus que não o Senhor, o
primeiro mandamento que está ligado à introdução. Deus como o libertador era o
único digno de ser reconhecido como Deus, pois, agora, Israel pertencia
exclusivamente a Ele, não mais ao Faraó.
E, então, fizeram uma imagem de escultura,
algo que havia sido condenado no segundo mandamento. Pois Deus era esse Deus
“absconditus”, (Deus escondido), como chamava Martinho Lutero. Uma mistura de
nuvem com coluna de fogo, que se aproximou do povo no Monte de Sinai em uma
combinação de trovão, raios, chamas de fogo, fumaça e um (3) forte som de
trombeta (Êx 19.16ss). Um Deus incomparável que imagem nenhuma poderia
representar. Mas o povo duro de coração (v. 9) ainda não aprendera com tudo que
havia presenciado e fez uma imagem de um bezerro exatamente como havia
aprendido no Egito. O deus Ápis era representado por um bezerro e transmitia a
ideia de poder e fertilidade. O tempo no deserto ainda não havia sido
suficiente para limpar a maldade do coração idólatra de Israel.
Sim, porque, tão logo experimentamos um pouco
de qualquer divindade pela contemplação do universo, em seguida abandonaremos o
Deus verdadeiro? e em Seu lugar erigimos os sonhos e as imaginações do nosso
cérebro, que é o caso do bezerro de ouro? (João Calvino).
Conosco, hoje, esse mesmo processo acontece.
Quando colocamos nossa dependência em objetos ou pessoas que não são Deus,
caminhamos então para a idolatria. É o caso da cruz. Se queremos algo palpável
e se Deus parece “um ser distante”, então por isso preferimos confiar no que
podemos tocar e ver, dando vazão à idolatria?
Então muitas pessoas acham que é mais fácil
dizer:
- Foi o trabalho (e não Deus) que me concedeu
dinheiro pra pagar a faculdade.
- O trabalho (e não Deus) garantirá meu
futuro. Esse negócio de Deus não dá estabilidade financeira para ninguém. Não
posso parar de trabalhar.
- Meu namoro ou amizades (e não Deus) me dão
alegria para viver.
- O estudo da faculdade (e não Deus)
garantirá o meu futuro.
- A viagem dos meus sonhos ( e não Deus) me
fará feliz.
- O sexo me trará prazer total, ( e não Deus).
- Minha família (e não Deus) me dá segurança
e sustento. Se alguém morrer, não sei o que será de mim.
- Eu preciso comer isso pra tranquilizar
minha ansiedade. ( e não Deus tranquiliza a minha ansiedade).
Hoje em dia tudo gira em torno do “eu" e
não de Deus.
Obediência e adoração aos ídolos é pecado.
(Êx 32.5,6)
Já que Moisés o representante de Deus não estava ali, então, o próprio bezerro
passou a receber o nome de deus e ser adorado pelo povo. Mais um mandamento
quebrado, agora o terceiro: “Não tomarás o nome de YHWH, teu Deus, em vão”. Não
bastava colocar sua dependência em (4) alguém que não fosse Deus. Agora,
chamavam o próprio bezerro do nome que pertencia ao Senhor. E isso implicava
não só dependência do bezerro para guiar o povo (v. 1), mas também dispor o
coração em aliança com o bezerro. Assim acontece com a adoração à cruz.
Agora reverenciavam o bezerro de ouro para
fazer a vontade dele e cultuá-lo conforme aprenderam no Egito. A consequência
foi, como parte do culto (sacrifícios, comidas e bebidas), uma verdadeira
orgia. Um ritual sexual. Eles, realmente, entregaram-se à farra como era
costume nos cultos aos deuses do Egito. Deus deixou de ser Senhor para eles. O
que Ele havia pedido para o povo já não importava mais. O que importava era
curtir o momento. Satisfazer às paixões, assim também acontece em nossos dias,
depois de muita orgias e festas mundanas no carnaval e nas festas das bacanais
vem um momento de idolatria da cruz na sexta-feira da paixão depois de tantas
orgias sexuais. Não havia mais absoluto respeito por Deus, nem pureza de
coração, não havia mais santidade, tudo era idolatria da carnalidade e do
desrespeito às ordens de Moisés e dos mandamentos de Deus, (Êx 19.5,6). Sempre que estabelecemos uma
pessoa ou um objeto no lugar de Deus, a consequência é deixarmos de prestar
reverência e culto a Deus e reverenciarmos e obedecermos ao ídolo seja que ídolo for.
Assim aconteceu com Israel e assim acontece
com quem se distancia do Espírito Santo de Deus.
- Israel deixou de ter tempo com Deus, (Mt
6.31) e o povo de Deus também não se importaram, não se importam em obedecer as
ordens de Deus, (Hb 3.12,13; 10.24) para
dedicar tempo ao seu ídolo, ao seu trabalho ou ao seu estudo, pois ele exige
isso de mim, e ainda dizem: “O trabalho ou o estudo e a faculdade é o meu
pastor e nada me faltará.”
- Israel passou a ficar ansioso por algo e
deixo de confiar em Deus, queriam voltar ao Egito ao lembrar das panelas de
carne e outras comidas que lá comiam. Certamente poderiam dizer “Lancem as suas
ansiedades sobre a comida ou sobre alguém que pode te ajudar, e ela/e cuidará
de você”.
- Israel desonrou a Deus na sua comunhão com
Ele e quebrou princípios estabelecidos por Ele. “Como a corça suspira pelas
águas, assim a minha alma suspira por meu bezerro de ouro”.
- Há duas saídas distintas para cada crente
escolher: Ou eu minto ou eu concordo com coisas erradas, sem me posicionar,
porque, se obedecer a Deus perderei tudo o que conquistei. Jó Capítulo 1 nos dá
um parâmetro do que acontece com aqueles que confiam em Deus.
Aprendemos no decorrer da vida que uma das
maneiras de Deus nos libertar do engano dos ídolos é zombar da insignificância
desses ídolos. Isaías 44:8-20 estabelece uma situação assim. Eis o que a Bíblia
diz sobre a insensatez dos ídolos.
A insensatez da idolatria da cruz. Isaías
44:8-20.
8. Não vos assombreis, nem temais; porventura, desde
então, não vo-lo fiz ouvir e não vo-lo anunciei? Porque vós sois as minhas
testemunhas. Há outro Deus além de mim? Não! Não há outra Rocha que eu conheça.
9. Todos os artífices de imagens de escultura são vaidade, e as suas coisas
mais desejáveis são de nenhum valor; e suas mesmas testemunhas nada veem, nem
entendem, para que eles sejam confundidos.
10. Quem forma umdeus e funde uma imagem de escultura, que é de nenhum valor?
11. Eis que todos os seus seguidores ficarão confundidos, pois os mesmos
artífices são dentre os homens; ajuntem-se todos e levantem-se; assombrar-se-ão
e serão juntamente confundidos.
12. O ferreiro faz o machado, e trabalha nas brasas,
e o forma com martelos, e o lavra com a força do seu braço; ele tem fome, e a
sua força falta, e não bebe água, e desfalece.
13. O carpinteiro estende a régua, e emprega a almagra, e aplaina com o
cepilho, e marca com o compasso, e faz o seu deus à semelhança de um homem,
segundo a forma de um homem, para ficar em casa.
14. Tomou para si cedros, ou toma um cipreste, ou um carvalho e esforça-se
contra as árvores do bosque; planta um olmeiro, e a chuva o faz crescer.
15. Então, servirão ao homem para queimar; com isso,
se aquenta e coze o pão; também faz um deus e se prostra diante dele; fabrica
uma imagem de escultura e ajoelha diante dela.
16. Metade queima, com a outra metade come carne; assa-a e farta-se; também se
aquenta e diz: Ora, já me aquentei, já vi o fogo.
17. Então, do resto faz um deus, uma imagem de escultura; ajoelha-se diante
dela, e se inclina, e lhe dirige a sua oração, e diz: Livra-me, porquanto tu és
o meu deus.
18. Nada sabem, nem entendem; porque se lhe untaram os olhos, para que não
vejam, e o coração, para que não entendam.
19. E nenhum deles toma isso a peito, e já não têm conhecimento nem
entendimento para dizer: Metade queimei, e cozi pão sobre as suas brasas, e
assei sobre elas carne, e a comi; e faria eu do resto uma abominação?
Ajoelhar-me-ia eu ao que saiu de uma árvore?
20. Apascenta-se de cinza; o seu coração enganado o desviou, de maneira que não
pode livrar a sua alma, nem dizer: Não há uma mentira na minha mão direita?
Nunca adore qualquer ídolo por mais privilegiado que
seja, tudo que apareça ou pareça que é objeto de adoração, rejeite e adore
somente a Deus.
Apesar de não possuir um corpo físico, a
Bíblia descreve Deus com características materiais. Deus não possui um
corpo físico como o nosso. Logo, Ele é descrito por Jesus Cristo como
sendo espírito.
Em João 4:24, nós lemos: “Deus é Espírito e importa
que os seus adoradores o adorem em Espírito e em verdade”.
Deus abençoe você e sua família.
Pastor Waldir Pedro de Souza.
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.