sexta-feira, 7 de setembro de 2018

UM JUIZ QUE TORNOU-SE COMO UM PALHAÇO

UM JUIZ QUE TORNOU-SE COMO UM PALHAÇO 

Vejamos o que a história bíblica narra sobre a vida de um homem escolhido por Deus para realizar um propósito específico nos tempos dos juízes. 

Este homem era Sansão. Quem era ele?

Um juiz escolhido por Deus para libertar o seu povo das mãos de outras nações que os oprimiam e os escravizavam. Ele não deu o devido valor no seu chamado e nem nas leis do seu país, de Israel.

Pagou o preço de sua traição ao seu povo e a Deus com a própria vida morrendo como um palhaço.

O que a Bíblia diz sobre Sansão?

Porém disse-me: Eis que tu conceberás e terás um filho; agora pois, não bebas vinho, nem bebida forte, e não comas coisa imunda; porque o menino será Nazireu de Deus, desde o ventre até ao dia da sua morte.” Juízes 13.7.

Nazireu é um termo utilizado na Bíblia cujo significado indica um voto de consagração especial que uma pessoa fazia diante de Deus.
Muita gente já ouviu falar no voto do nazireado na Bíblia principalmente em conexão com a história de Sansão.

Nesta postagem nós iremos entender um pouco mais corretamente o que era ser um nazireu nos tempos bíblicos. Também iremos conhecer tudo o que envolvia o significado do voto do nazireado.

O que é nazireu? Qual o significado de nazireu?
Na Bíblia, nazireu é o nome utilizado para se referir a uma pessoa que estava presa a um voto especial de consagração a Deus. Não se sabe ao certo quando essa prática surgiu, mas tudo indica que sua origem é pré-mosaica. Os semitas já tinham o costume de deixar seus cabelos compridos durante um tempo especifico a qual buscavam um auxílio divino.

O voto do nazireado geralmente era feito voluntariamente, e compreendia apenas um período específico de tempo. Entretanto existem referências em que os pais consagravam os filhos como nazireus por toda a vida. O caso mais conhecido certamente é o de Sansão (Juízes 13).

A palavra nazireu significa algo como “consagrado” ou “separado”. Esta palavra vem do hebraico nazir, que deriva da raiz nazar, “separar”, “consagrar” ou “abster-se”.

A palavra hebraica "nezer", significa “diadema”, “coroa de Deus”, e às vezes é aplicada em referência aos cabelos compridos e característicos dos nazireus.

Como era o voto dos nazireus?

Devido a sua consagração, um nazireu deveria cumprir uma série de restrições. O capítulo 6 do livro de Números fornece o texto básico que nos auxilia na compreensão de como era o voto dos nazireus. Pode-se dizer que esse capítulo registra um tipo de legislação completo do nazireado, onde podemos destacar:

Os nazireus deviam adotar a abstinência do vinho e de qualquer outra bebida levedada. Em relação ao fruto da vide, essa proibição não se restringia apenas ao vinho. Ela incluía também o suco da uva e a própria uva, tanto fresca quanto passas (Números 6:3,4).

Semelhantemente a um sacerdote oficiante, a renúncia ao vinho era feita para que ele pudesse aproximar-se  mais dignamente de Deus.
Os nazireus também não podiam cortar seus cabelos durante o período de seu voto de separação (Números 6:5).

Quem fazia esse voto de nazireado não podia aproximar-se de um cadáver, nem mesmo se fosse de seu parente mais próximo. Durante o voto dos nazireus, aproximar-se de um cadáver implicava em sua contaminação (Números 6:6).

Essa mesma proibição também era aplicada ao sumo sacerdote. Em caso de violação dessa regra, o nazireu deveria se submeter a um detalhado ritual de purificação, e começar tudo novamente.

Ao terminar o período de seu voto, o nazireu deveria obedecer a um procedimento especial.
Nesse procedimento diversas ofertas e sacrifícios prescritos deveriam ser oferecidos.

Além disso, o nazireu também tinha que raspar sua cabeça e queimar os cabelos cortados sobre o altar. Todo o processo era devidamente levado a efeito pelo sacerdote (Números 6:13-21). Após todo o procedimento ser concluído, o nazireu ficava livre do voto.

De forma resumida, é possível dizer que diferentemente de outros votos, o nazireado implicava numa consagração total a Deus. O corpo do nazireu era separado completamente para o serviço santo, de modo que esse tipo de consagração era semelhante aquela que era experimentada apenas pelos sacerdotes.

Quem foi nazireu na Bíblia?

Alguns personagens bíblicos aparecem como pessoas dedicadas ao nazireado. A história mais conhecida é a de Sansão. Ele foi consagrado por seus pais desde seu nascimento (Juízes 13). 

Samuel foi outro personagem citado como nazireu (1 Samuel 1:9-11; 1 Samuel 1:22).

Embora o profeta Samuel não seja chamado explicitamente de nazireu no texto hebraico do Antigo Testamento, tem sido aceito pela maioria dos estudiosos que de fato ele teria sido um nazireu. Essa conclusão se apoia principalmente na descrição feita por Ana acerca do voto a qual seu filho seria submetido. Em 1 Samuel 1:22, Ana diz: “ele morará ali para sempre”. Esta frase também pode ser entendida como: “um nazireu para sempre, todos os dias de sua vida”. Na verdade é dessa forma que esse mesmo versículo aparece no texto Qumram. 

É verdade também que alguns intérpretes fazem objeções quanto ao nazireado de Sansão e Samuel. No caso de Sansão, alguns alegam que a narrativa de sua vida parece claramente demonstrar que ele não se abstinha de vinho. Por outro lado, a quem defenda que o caso de Sansão só demonstra o quanto ele quebrou as regras de seu voto. Consequentemente, ele foi reprovado por Deus devido a sua desobediência.

Outro personagem que também é considerado por muitos como tendo sido um nazireu é Absalão. Nos dias de Amós, a narrativa bíblica parece indicar que os nazireus eram numerosos. Inclusive, o povo apóstata tentava forçar os nazireus a se desviarem de sua abstinência. Eles insistiam para que os nazireus tomassem vinho (Amós 2:11,12).

Em Atos 18:18, o texto fornece indícios da possibilidade do apóstolo Paulo ter feito um voto temporário de nazireado. Mais a frente, no próprio livro de Atos dos Apóstolos, Paulo foi persuadido a financiar os sacrifícios finais dos votos de nazireado feitos por quatro crentes judeus. Então juntamente com eles, Paulo deveria participar do ritual de purificação.

Essa era uma situação corriqueira da época. Os judeus ricos frequentemente pagavam pelo término dos sacrifícios. Segundo Flávio Josefo em sua obra Antiguidades Judaicas, Herodes Agripa I também fez o mesmo. Há também a sugestão defendida por alguns estudiosos de que João Batista e Tiago, irmão de Jesus, teriam sido nazireus (cf. Lucas 1:15,80).

No período dos juízes, líderes tribais estabelecidos por Deus para governar Israel, logo após a conquista da Terra Prometida, um anjo apareceu a uma mulher estéril, casada com Manoá, da tribo de Dã, e disse que ela teria um filho, que seria separado por Deus, desde o ventre, ou seja, seria um Nazireu e se chamaria Sansão. O objetivo do Senhor era separar um juiz para livrar a nação de Israel das mãos dos filisteus. Portanto, Sansão não poderia beber vinho nem qualquer bebida fermentada, não tocar em nada impuro e, sobretudo, não cortar os cabelos. E, assim, com cuidados especiais, Sansão cresceu forte e sadio. E o Espírito do Senhor estava sobre ele. Dessa forma, ele fez muitas proezas. Matou um leão, destruiu os trigais e vinhais dos filisteus, destruindo-lhes a seara, o que os deixaria sem alimento por muito tempo.

Além de força, o Espírito do Senhor dera poder ao Nazireu Sansão, já que o propósito de Deus era que ele fosse juiz em Israel por 40 anos.
Porém, por ter se deixado contaminar por paixões carnais e desobedecer ao Senhor, ele conseguiu fazer isso somente por 20 anos. 

A ordem era clara, ele não poderia se contaminar, mas Sansão violou todas as recomendações do Senhor. Ele não poderia se embriagar com vinho nem tocar nada impuro. Mas ele se embriagou, comeu mel da caveira de um leão morto, deitou-se com uma mulher filisteia, deixou-se levar por uma paixão insana por Dalila, que o traiu e, por fim, perdeu suas forças. Por causa dessas coisas, o Espírito de Deus já não era mais com ele, porquanto corrompeu-se completamente ao sair dos propósitos de Deus, unindo suas vontades próprias aos princípios dos povos vizinhos apenas para fazer e satisfazer seus desejos, seus caprichos e imoralidades pessoais, o que era proibido de fazê-lo.

Sansão teve a vida ceifada prematuramente porque não valorizou os ensinamentos de Deus, não ouviu seus pais, contou seu segredo para Dalila e não zelou pelo chamado de Deus, tornando-se assim, um palhaço nas mãos dos filisteus. Em suma, ele não atentou para o que Deus determinou que ele assim o fizesse o procedesse.

Temos muito que aprender com a história de Sansão. Temos que valorizar a presença do Espírito Santo, bem como os propósitos de Deus para nós. Precisamos ainda controlar nossas fraquezas e nunca nos deixarmos vencer por elas, para que, como Sansão, não caiamos nas mãos de nossos inimigos.

Vejam que na qualidade de um Juiz, ele não poderia de forma nenhuma ter aceitado Dalila  “a propina” que o derrotou e o derribou do alto de sua aparente segurança de seu cargo de Juiz de Israel.

Na atualidade do século XXI estamos vendo essa história repetindo-se, guardadas as proporções e o modernismo das leis atuais é claro.

Estamos diante de juízes e julgadores atuais que têm tudo para serem corretos e autênticos ao seu juramento e respeito às instituições,  seus diplomas, sua toga e principalmente serem honestos e corretos diante do livro maior depois da Bíblia que é a constituição brasileira. O cargo de Juiz é um chamado, um ofício, uma profissão diferenciada das outras. A pessoa qualifica-se profissional para julgar e dar sentenças justas para as causas do povo e isso deveria ser em estrito cumprimento das leis e segundo o juízo formado pela tranquilidade de  sua consciência.

Mas não é assim que está acontecendo. Ditos juízes e julgadores,  não todos é claro, fazem das leis e da constituição apenas um papel higiênico usado, não dando nenhum valor ao que a carta magna da República Federativa do Brasil representa para nossa nação. Um dia podem acabar como Sansão que acabou morrendo sufocado nos seus pecados e desmandos;  Deus ainda teve a misericórdia de atender seu pedido para minimizar-lhe o sofrimento.

Que o Senhor nos abençoe sempre e livre nossa nação de juízes omissos, corruptos e desleais a Deus e a seu povo como foi Sansão. 

Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 



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