AS LIDERANÇAS ECLESIÁSTICAS E SEUS DESAFIOS
Jeremias 33.3 nos ensina como podemos vencer
os desafios mais difíceis do nosso dia a dia em nossas vidas e na obra de Deus.
Assim diz o Senhor Deus através do profeta
Jeremias: “Clama a mim e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e
firmes que não sabes". Jr.33.3.
A oração é a nossa ligação direta com Deus.
Uma liderança cristã eficaz na igreja é construída sobre uma fundação sólida de
comunicação com Deus. Através da oração constante e da busca pela orientação de
Deus, um líder cristão pode encontrar sabedoria, força e discernimento para
liderar sua congregação, seu ministério com graça e compaixão, mas
principalmente com a unção do Espírito Santo de Deus sobre sua vida.
Cultivando as qualidades cristãs necessárias
para vencer o orgulho e a soberba e outras vaidades ministeriais.
A Bíblia é muito clara ao mostrar que Deus
resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. O escritor de
Provérbios diz que Deus detesta olhos altivos, e abomina aqueles que têm
coração arrogante, (Provérbios 6:17; 16:5). O mesmo livro de Provérbios ainda
diz que a soberba causa contendas e leva à ruína. (Provérbios 13:10; 16:18).
No Novo Testamento, vemos que o próprio
Senhor Jesus se ocupou em advertir seu povo acerca da necessidade de um
espírito humilde. Por mais de uma vez Ele falou que “aquele que se
humilhar será exaltado, e aquele que se exaltar será humilhado”. (Mateus
23:12; Lucas 14:11; 18:14).
Soberba, orgulho, arrogância, sentimento de
superioridade, tudo isso é falta de humildade. O soberbo tem uma visão
distorcida de si mesmo, achando que é melhor que os outros. A Bíblia diz que a
soberba leva à ruína.
Soberba é se achar superior a outras pessoas (Jeremias 48:29-30). No caso mais extremo, o soberbo pode achar que é mais importante que Deus. O soberbo despreza as pessoas que acha “inferiores”, não os tratando com o respeito e a dignidade que merecem.
Uzias rei de Judá é um exemplo que não serve
de exemplo pra ninguém. Vejamos outros péssimos exemplos de orgulho e da
soberba.
Uzias, rei de Judá, é um péssimo exemplo (2
Crônicas 26.1-23). Seu reinado em Jerusalém durou 52 anos, e teve um começo
exemplar, mas ao longo dos anos, foi derrotado pelo orgulho e altivez. Ao
lermos a referência acima citada, chegamos à conclusão de que Uzias, também
chamado Amazias, realmente foi um grande conquistador, um líder por excelência,
um estrategista que comandou um poderio militar. Sob suas ordens havia um
exército guerreiro de 307.500 homens, com um detalhe: “…faziam a guerra com
grande poder”. (v.13).
Uzias ficou muito famoso. Porém, no ápice de
suas conquistas aconteceu justamente o que não deveria: “Mas, havendo-se já
fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína, e cometeu
transgressões contra o SENHOR, seu Deus, porque entrou no templo do SENHOR para
queimar incenso no altar do incenso”. (v. 16). Como consequência disso, Uzias
teve lepra na testa de forma pública, foi excluído da Casa de Deus e morreu
aproximadamente em 740 a. C. de forma isolada, sem visitas. Trágico, não? Neste
contexto, é oportuno lembrar o registro de Lc 18.14 “…todo o que se
exaltar será humilhado…”.
Os versículos de Lc 18.9-13 narram a famosa
parábola do fariseu e o publicano. O fariseu orava da seguinte forma: “Ó Deus,
graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e
adúlteros, nem ainda como este publicano”. Já o publicano foi sensato:
“…estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas
batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador”.
O fariseu se viu acima do publicano. Pensava
ter uma espiritualidade “acima da média”, de modo que considerou-se superior ao
publicano. Mas Jesus reprovou sua atitude, mencionando que o publicano desceu
justificado para sua casa e não o fariseu. Comumente o orgulho pode nos levar à
autossuficiência e justiça própria. Uma pessoa orgulhosa geralmente tem
dificuldades em receber favor de terceiros.
Qualquer ajuda pode ferir seu orgulho. Outra
marca importante que estava impregnada no coração do fariseu era seu desprezo e
desdenho pelo seu semelhante. Quanto a isto, Paulo enfatizou: “Nada façais por
partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros
superiores a si mesmos”. (Filipenses 2.3). Quantas vezes caímos nesta mesma
armadilha, desprezando e ridicularizando nosso próximo porque ele não pensa,
não se veste, não vive como nós. Como crentes, quantas vezes depreciamos nosso
próximo só porque ele faz parte de uma denominação diferente da nossa.
Uma Palavra bíblica do profeta Miquéias que
pode preencher alguma lacuna da falta de esperança dos fiéis pregadores e
profetas de Deus neste tempo de alta modernidade. Talvez essa possa ser a única
que seja perfeita para o momento, foi essa a de Miqueias 3.11, que diz: (ARA). “Os seus cabeças dão as sentenças por suborno,
os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas adivinham por
dinheiro; e ainda se encostam ao SENHOR, dizendo: Não está o SENHOR no meio de
nós? Nenhum mal nos sobrevirá”.
Porém o tempo do juízo e do julgamento de
Deus está perto. Deus fara justiça e trará e fará juízo em tudo e em todos. É
só esperar, o tempo do grande julgamento de Deus vai chegar, talvez mais
depressa do que pensamos.
Por isso desenvolver liderança cristã eficaz
na igreja requer o cultivo de qualidades cristãs em que o amor de Deus e o Deus
de amor seja demonstrado em todos os nossos passos e em todas as nossas
decisões.
O líder deve ser um exemplo de amor,
humildade, paciência e perdão. Ele deve demonstrar compaixão e empatia em todos
os aspectos de sua liderança, refletindo os atributos de Jesus Cristo
caracterizados e enraizados em sua vida e até, principalmente, em seu testemunho
pessoal, sempre visualizando a verdade, nada mais que a verdade.
A vitória da fé que derrota e que mata o
orgulho.
Deus apontou a fé em Jesus Cristo seu filho
como o único caminho da salvação e da libertação. Este Caminho da fé exclui o
orgulho de duas maneiras: (1) A fé, por natureza, tira o foco de nós e o coloca
em Deus. É a essência da fé não olhar para nós mesmos, e sim para Deus que é o
autor e consumador da nossa fé. (2) A própria fé é um dom de Deus que nos é dado
gratuitamente. Hb.11.1.
Aqui está uma passagem sobre o primeiro modo
como a fé mata e elimina o orgulho de nossas vidas: “Assim, onde há motivo para
orgulho? Foi excluído. Por qual lei? Das obras? Não, mas pela lei da fé”.
(Romanos 3.27). A fé exclui a vanglória e a exaltação de si mesmo. Quando você
se vangloria, você não confia em Deus, e quando se confia em Deus, não há como
se vangloriar porque toda honra e toda glória pertencem a Deus.
Fé é o que uma pessoa faz quando está feliz
por ser incapaz de poder fazer aquilo que fez. Mas regozija-se por estar segura
nos braços de seu Senhor que o abençoou para dar conta da sua obrigação de
fazer o que não dava conta de fazer.
Vou
repetir. Fé é o que uma pessoa tenta ou faz quando está derrotada por ser
incapaz de fazer e estar entra no conforto seguro dos braços de seu pai, Deus,
que a ajudou a fazer ou que por ela tudo fez. A pessoa não se gloria de sua
autossuficiência, dizendo: “Olha como sou esperto, eu dei conta de fazer, mas
por estar nos braços do meu pai, todos vão saber quem realmente foi capaz de
fazer”. Ela se gloria no pai que fez e não em si mesmo, e olhando para os
braços do pai e vendo o sorriso dEle, por ajudar seu filho(a) a fazer aquilo
que não era capaz de fazer.
Acima disso, a fé é um dom. “Porque pela
graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de
obras, para que ninguém se glorie”. (Efésios 2.8-9). Essa passagem traz um
princípio escrito por Paulo em 1 Coríntios 4.7: “Pois quem é que te faz
sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido?”. Deus apontou a fé em Jesus
como o caminho da salvação e excluiu o orgulho e a altivez. A natureza da fé é
como a de uma criança que precisa da força de seu pai, não da sua própria
força. E até isso é um dom de Deus.
A passagem bíblica mais clara sobre a relação
entre eleição e vocação no sentido do chamado para a obra de Deus é humildade, a
humildade nos mostra a eleição, porém ela não pode se sobrepor à nossa vocação
senão se tornará em elementos de destruição e orgulho derrotando qualquer um
que não vigiar, é esta a escrita e a preocupação do Apóstolo Paulo demonstrada
aos coríntios.
“Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação;
visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos
poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as
coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas
do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do
mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são;
a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus”. (1 Coríntios 1.26-29).
O orgulho é aniquilado pela eleição, a
eleição livre, soberana, da vontade de Deus e não determinada pelo homem. Deus
escolhe, Deus elege seus escolhidos e ele faz isso de modo que nenhum ser
humano possa se gloriar. Então Paulo continua assim: “Por causa dEle, ou seja,
por causa de Deus, vocês estão em Cristo Jesus”. Vocês não fizeram nada disso.
Vocês não decidiram ir a Cristo. Vocês não ressuscitaram dos mortos por si
próprios. “Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da
parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, para que, como
está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor”. (1 Coríntios
1.30–31).
O orgulho é perigoso. A Bíblia diz em
Provérbios 16:18: “A soberba precede a destruição, e a altivez do espírito
precede a queda”.
A humildade produz honra. A Bíblia diz em
Provérbios 29:23: “A soberba do homem o abaterá; mas o humilde de espírito
obterá honra”.
Deus é contra os orgulhosos. A Bíblia diz em
1 Pedro 5:5-6: “Semelhantemente vós, os mais moços, sede sujeitos aos mais
velhos. E cingi-vos todos de humildade uns para com os outros, porque Deus
resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Humilhai-vos, pois, debaixo da
potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte”.
O orgulho pode separar-nos de Deus e das
outras pessoas. A Bíblia diz em Lucas 18:14: “Digo-vos que este desceu
justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que a si mesmo se
exaltar será humilhado; mas o que a si mesmo se humilhar será exaltado”.
“Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe
não caia”.
A vontade de Deus para nossa vida está
sintetizada no seguinte texto bíblico: “Ele te declarou, ó homem, o que é bom e
que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a
misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus”, (Miquéias
6:8). Praticar a justiça significa ser justo com as outras pessoas, em uma
dimensão ética e relacional. Amar a misericórdia é ter satisfação em ser
misericordioso. Andar humildemente com Deus é ter uma atitude de humilde
sabedoria em resposta ao Senhor. Os dois princípios iniciais estão ligados ao
relacionamento horizontal, de ser humano com ser humano, ao passo que o último
lida com a relação vertical entre ser humano e Deus.
Orgulho, este é um mal que infelizmente tem
afetado a muitos ministros do Senhor. O fato de muitas vezes ocuparmos um cargo
importante, uma posição importante, uma oportunidade importante leva-nos,
muitas vezes a achar que somos especiais demais, destacáveis demais, altos
demais e isso representa um sério perigo em nosso ministério.
O orgulho de si mesmo nas lides eclesiásticas
é um mal que tem assolado muitos púlpitos, muitas igrejas e até muitos
seminários de teologia.
Pastores e líderes evangélicos que se acham
os donos da igreja, são tão orgulhosos de si mesmo que se acham donos da
história e titulares das academias Teológicas
da glória terrena, se julgam mandatários dela, imperadores ou déspotas do
rebanho, regem com punhos de ferro quando deveriam ser mais piedosos e
paternais. Já outros pastores e líderes evangélicos arrogam-se serem mais
inteligentes, mais contundentes, a frente de seu tempo, mais atualizados e altamente
preparados. Em ambos os casos a soberba
e o orgulho eclesiásticos são visíveis. Pastores há que acham que porque
lideram grandes igrejas, rebanhos, são intocáveis, inatingíveis quase que uma
figura papal, são supremacistas.
Outros há que, porque pregam ou ensinam bem,
são tidos com notoriedade pelo povo, especialmente nessa época de estrelismo
midiático gospel. Nossa posição como ministros do Senhor é bastante delicada,
haja vista os perigos que a cercam. Se não estivermos revestidos da humildade e
do temor a Deus, colocando cem por cento do que somos no serviço da obra de
Deus, sucumbiremos à sedução de idolatria pessoal que o ministério pode gerar nas
lideranças. Satanás tem duas poderosíssimas armas contra os pastores e líderes
evangélicos, uma nos joga pra baixo, outra pra cima e em ambas a queda é
iminente. Quando fazemos a obra de Deus com a direção plena do Senhor Jesus, somos
menosprezados na terra e poderemos ganhar o céu; quando menosprezamos a vida
espiritual do rebanho e damos mais valor nos dotes materiais e conhecimentos acima
da média, poderemos ser elogiados, diplomados e consagrados pelos homens como sábios,
daí ganhamos tudo aqui na terra e perdemos o céu.
Na primeira oportunidade somos lançados ao
cimo, aos píncaros da glória humana, do orgulho, ao topo do ovacionamento, ao
palco das luzes populares e das luminárias brilhantes iluminando o elemento por
todos os lados.
Já na segunda oportunidade somos lançados ao
fosso da insignificância, da derrota, ao chão da indiferença, ao calabouço
silencioso e doloroso da autocomiseração, da rejeição e do opróbrio.
Muitos colegas entre nós têm desenvolvido
patologias emocionais incuráveis, gravíssimas, e que muitas vezes terminam em
surpreendentes tragédias exatamente por viverem essas duras realidades
ministeriais sem discernimento. Mas é muito importante a prevenção. Devemos estar
atentos a este perigo ao nosso derredor, afinal, para que o mundo nos reconheça
como "ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus", não
precisamos fazer mais nada além de nos humilharmos debaixo da potente mão de
Deus e pregar a Palavra, repito: pregar o evangelho, a Palavra de Deus. (1 Co 4.1).
O orgulho é perigoso. A Bíblia diz em
Provérbios 16:18 que a soberba precede a destruição, e a altivez do espírito
precede a queda.
A humildade produz honra. A Bíblia diz em Provérbios
29:23 que a soberba do homem o abaterá; mas o humilde de espírito obterá honra.
Deus é contra os orgulhosos. A Bíblia diz em
1 Pedro 5:5-6, semelhantemente vós, os mais moços, os jovens, sede sujeitos aos
mais velhos. E cingi-vos todos de humildade uns para com os outros, porque Deus
resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Humilhai-vos, portanto,
debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte. Eclesiastes
capítulo 3 nos dá um referencial do que pode acontecer com as pessoas no
decorrer dos tempos, e afirma que “há tempo para todo propósito debaixo dos
céus”.
O orgulho pode separar-nos de Deus e das
outras pessoas. A Bíblia diz em Lucas 18:14,
digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque
todo o que a si mesmo se exaltar será humilhado; mas o que a si mesmo se
humilhar será exaltado.
Uma humildade semelhante à de uma criança é
de muito valor no céu. A Bíblia diz em Mateus 18:4, portanto, quem se tornar
humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus.
Os orgulhosos serão humilhados. A Bíblia diz
em Mateus 23:12, qualquer, pois, que a si mesmo se exaltar, será humilhado; e
qualquer que a si mesmo se humilhar, será exaltado.
Os que são orgulhosos podem cair. A Bíblia
diz em 1 Coríntios 10:12 que Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe não
caia.
Deus abençoe você e sua família.
Pastor Waldir Pedro de Souza.
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.
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