COMO RECEBER O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO.
1
Tessalonicenses 5.19 nos orienta quanto à nossa relação com o Espírito Santo
dizendo: “19. Não extingais o Espírito”.
Aos
de Éfeso o apóstolo Paulo recomendou: “E
não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito”.
(Ef. 5.18).
Podemos
observar nos textos acima que Paulo não pede aos crentes de Tessalônica e de Éfeso que sejam cheios do Espírito Santo. Ele
também não expressa um desejo, como quem deseja algo extraordinário. O verbo
enchei-vos está no imperativo, portanto ele está ordenando aos crentes de todas
as partes do mundo, que sejam cheios do Espírita Santo. Portanto, repito,
não é um pedido, nem um desejo, mas uma ordem.
Muitos
de nós, crentes, achamos que por sermos batizados nas águas e batizados com o
Espírito Santo, basta, já estamos cheios do Espírito Santo para o resto de
nossas vidas.
Esse
enchimento deve ser constante e não temporário.
Podemos
observar nas Escrituras os apóstolos, em épocas diferentes, recebendo o
Espírito Santo ou sendo cheios do Espírito Santo. Em João 20.22, temos: “E
havendo dito isto, assoprou (Jesus) sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito
Santo. Depois, no dia de pentecostes, os apóstolos foram cheios do Espírito
Santo em Atos 2.1-4: “Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos
reunidos no mesmo lugar; “de repente, veio do céu um som, como de um vento
impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram,
distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um
deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras
línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem". (Atos 2.1-4).
Mais
tarde em Atos 4.31, os apóstolos são novamente cheios do Espírito Santo: “Tendo
eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do
Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus". (Atos 4.31).
No Evangelho
de João Jesus faz uma oração em favor dos seus discípulos porque estava próximo
dEle ser preso e condenado.
17:1
Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é
chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti,
17:2
assim como lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele
conceda a vida eterna a todos os que lhe deste.
17:3
E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a
Jesus Cristo, a quem enviaste.
Em Atos
dos Apóstolos, depois de Jesus ter sido morto e ressuscitado dentre os mortos,
Ele, Jesus, manda seus discípulos ficarem em Jerusalém até que do alto eles
recebessem o Consolador amado e fossem cheios do Espírito Santo. Já fazia
quarenta dias que Jesus tinha ressuscitado e mais dez dias que eles estavam
reunidos no templo, portanto já faziam cinquenta dias que eles estavam aguardando
a vinda do Consolador amado, o Espírito
Santo. Daí em diante aquele momento foi chamado de dia do Pentecostes.
2:1
Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;
2:2
de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a
casa onde estavam assentados.
2:3
E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como que de fogo, e pousou uma
sobre cada um deles.
2:4
Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas,
segundo o Espírito lhes concedia que falassem.
2:5
Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as
nações debaixo do céu.
2:6
Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de
perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua.
2:7
Estavam, pois, atônitos e se admiravam, dizendo: Vede! Não são, porventura,
galileus todos esses que aí estão falando?
2:8
E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna?
2:9
Somos partos, medos, elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judeia, Capadócia,
Ponto e Ásia,
2:10
da Frígia, da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, nas imediações de
Cirene, e romanos que aqui residem,
2:11
tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em
nossas próprias línguas as grandezas de Deus?
2:12
Todos, atônitos e perplexos, interpelavam uns aos outros: Que quer isto dizer?
2:13
Outros, porém, zombando, diziam: Estão embriagados!
2:14
Então, se levantou Pedro, com os onze; e, erguendo a voz, advertiu-os nestes
termos: Varões judeus e todos os habitantes de Jerusalém, tomai conhecimento
disto e atentai nas minhas palavras.
2:15
Estes homens não estão embriagados, como vindes pensando, sendo esta a terceira
hora do dia.
2:16
Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel:
2:17
E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito
sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens
terão visões, e sonharão vossos velhos;
2:18
até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito
naqueles dias, e profetizarão.
2:19
Mostrarei prodígios em cima no céu e sinais embaixo na terra: sangue, fogo e
vapor de fumaça.
2:20
O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e
glorioso Dia do Senhor.
2:21
E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.
O
Que é o Batismo com o Espírito Santo? Qual é o seu significado?
O
batismo com o Espírito Santo é uma expressão bíblica encontrada no Novo
Testamento para denominar o derramamento do Espírito Santo sobre os cristãos
como cumprimento das promessas registradas nas Escrituras em conexão com o
ministério do Senhor Jesus. As pessoas também usam de forma similar as
expressões “batismo no Espírito Santo” ou “batismo do Espírito Santo” ou “batismo
com o Espírito Santo”.
A
frase “batizar com o Espírito Santo” aparece quatro vezes nos Evangelhos e duas
vezes no livro de Atos dos Apóstolos (Mateus 3:11; Marcos 1:8; João 1:33; Lucas
3:16; Atos 1:5; 11:16). A promessa sobre o batismo com o Espírito Santo
encontrou seu cumprimento após a ascensão de Cristo ao céu. Conforme havia sido
prometido, o Espírito Santo foi derramado sobre o povo de Deus no dia do
Pentecostes. (Atos 2).
Nesta postagem veremos o que a bíblia diz
acerca do batismo com o Espírito Santo. Entenderemos também como as diferentes
tradições cristãs interpretam essa doutrina, a Paracletologia.
O
que é Paracletologia?
É
uma palavra formada por duas palavras gregas: paracletos (que significa
Ajudador, Consolador, advogado) e Logia (que significa estudo, doutrina).
Exemplo
de uso da palavra Paracletologia:
A
Paracletologia estuda de uma forma sistemática tudo o que se refere ao Espírito
Santo (chamado por Jesus Cristo de o Consolador). A Paracletologia é conhecida
também como Pneumatologia.
Definição
do que é pneumatologia.
Na
Teologia Cristã Pneumatologia se refere ao estudo do Espírito Santo. Na
doutrina Cristã popular, o Espírito Santo é a terceira pessoa de Deus na
Trindade. Algumas formas de Cristianismo, por falta de intimidade com Deus,
negam que o Espírito Santo seja pessoal, embora assegurando que pode, em
algumas ocasiões, influenciar as pessoas.
O
batismo com o Espírito Santo na Bíblia.
O
derramamento do Espírito Santo sobre todo o povo de Deus foi profetizado ainda
no Antigo Testamento Joel 2.28.
Naquela
época o Espírito Santo já atuava no povo de Deus. Ele capacitava de uma maneira
especial para um determinado ministério apenas algumas pessoas específicas.
Foi
assim, por exemplo, com Moisés, com os juízes de Israel, com alguns reis e com
os profetas (Êxodo 35:30-34; Números 11:16,17; Juízes 3:10; 6:34; 1 Samuel
16:13,14; 2 Samuel 23:2; Neemias 9:30).
No
tempo do Pentateuco, que são os cinco
primeiros livros da Bíblia e foram escritos por Moisés, o próprio Moisés já
aparece fazendo um apelo que remete ao batismo com o Espírito Santo. Ele fala
sobre quão bom seria se o Senhor derramasse seu Espírito sobre todo seu povo
(Números 11:29). Mais tarde, através do ministério do profeta Joel, Deus faz a
seguinte promessa: “E acontecerá depois que derramarei o meu Espírito sobre
toda a carne”. (Joel 2:28).
Existem
várias outras profecias sobre o batismo no Espírito Santo. O profeta Isaías
também profetizou sobre o derramamento do Espírito. Ele fala acerca do dia em
que o Espírito Santo seria derramado sobre todo o povo de Deus provendo uma
grande restauração (Isaías 32:15). Depois, Deus usou o mesmo profeta para
apontar para essa promessa. (Isaías 44:3).
Já
no Novo Testamento João Batista também fala sobre a promessa do batismo com o
Espírito Santo. Ele relaciona tal promessa com a vinda do Messias. Ele liga a
promessa sobre o Batismo com o Espírito Santo com o juízo de Deus, assim como
fez Joel (Mateus 3:11; cf. Joel 2:30-32). Mais tarde, o próprio Senhor Jesus
também falou aos seus discípulos sobre a promessa de que eles seriam batizados
com o Espírito Santo. (Lucas 24:49; Atos 1:4,5).
O
derramamento do Espírito Santo no dia do Pentecostes foi o cumprimento de todas
essas profecias. De forma bastante explicita, o apóstolo Pedro utiliza
exatamente a profecia de Joel para apontar que ali se cumpria as Escrituras e
que o tempo da Nova Aliança havia chegado (Atos 2:16:21). Pedro não teve dúvida
de que já estava vivendo os últimos dias profetizados por Joel. Para Pedro
aquele tempo parecia que que já era os fins dos tempos, o fim dos dias. Mas a
promessa da efusão ou derramamento do Espírito Santo de uma maneira
sobrenatural estava ainda para acontecer em Atos 1.8.
Quem
batiza com o Espírito Santo?
Jesus
é quem batiza com o Espírito Santo. Não é raro encontrar indivíduos que afirmam
possuir um “dom especial” de batizar pessoas com o Espírito Santo e ainda
tentam ensinar as palavras que devem proferir. Ledo engano. Entretanto, a
Bíblia é suficientemente clara ao afirmar que apenas Jesus Cristo tem poder
para batizar com o Espírito Santo e com a evidência de falar em novas línguas.
João
Batista foi o último e mais importante dos profetas Veterotestamentários. Lucas
7:24-28; 16:16. Ainda assim, quando ele falou sobre o batismo com o Espírito
Santo, ele apontou para o Messias como sendo o único capaz de batizar com o
Espírito Santo. (Mateus 3:11).
Essa
interpretação de João Batista está completamente de acordo com as Escrituras. O
profeta Isaías profetizou sobre o Messias como sendo Aquele que possui o
Espírito do Senhor Deus para anunciar a restauração. Isso significa que de
acordo com Isaías, apenas quando o Messias viesse, o Espírito Santo seria
derramado a todas as gentes, povos, tribos e nações. (Isaías 61).
Durante
seu ministério, o próprio Senhor Jesus se identificou como sendo Aquele sobre o
qual Isaías profetizou. (Lucas 4:18-21). Então somente Jesus é capaz de batizar
com o Espírito Santo. O Espírito Santo não é uma coisa que as pessoas podem
manipular. Ele é Deus, a Terceira Pessoa da Trindade, o Consolador enviado do
Pai e do Filho. (João 15:26).
Existem
diferentes interpretações sobre o batismo com o Espírito Santo.
Existe
um grande debate entre os cristãos sobre o que é e como acontece o batismo com
o Espírito Santo.
Esse
debate surgiu especialmente a partir do século 20 com a ascensão do movimento
carismático, e discute a natureza do batismo com o Espírito Santo, quando e
como ele ocorre e qual o seu verdadeiro significado. Toda essa discussão se
resume em duas posições predominantes acerca do que é o batismo com o Espírito
Santo.
1) A
primeira interpretação defende que o batismo com o Espírito Santo está
diretamente ligado à regeneração e a conversão do pecador. Sob esse aspecto,
todos aqueles que verdadeiramente nasceram de novo necessariamente são
batizados com o Espírito Santo. Esta é a posição tradicional e predominante no
Cristianismo histórico e é também defendida ainda hoje principalmente pelas
igrejas reformadas, principalmente dos Calvinistas, Wesleyanas, Luteranas,
dentre outras.
2) A
segunda interpretação entende que o batismo com o Espírito Santo é uma
experiência distinta da salvação, da regeneração e posterior a ela. Seria um
tipo de “unção especial para determinados propósitos de Deus na vida de quem
recebe o Batismo com o Espírito Santo”,
que eleva os cristãos a um nível superior de vida espiritual e de
intimidade com o Espírito Santo de Deus.
Quando
a pessoa se converte, ela abre a porta do coração e Jesus encontra nele morada.
Nesse caso é o que frequentemente acontece, nem todos os cristãos são batizados
com o Espírito Santo, eles têm a direção do Espírito Santo em suas vidas, mas
não são batizados com o Espírito Santo, este batismo exige mais das pessoas
para recebê-lo.
Assim
como no batismo nas águas é exigido das pessoas uma preparação, exige-se também
uma busca maior de preparo e de santificação das pessoas para receber o batismo
com o Espírito Santo. Esta é a interpretação característica dentro das igrejas
evangélicas pentecostais.
Vamos
entender melhor cada uma dessas interpretações acerca do batismo com o Espírito
Santo. Vale dizer que aqui não entraremos no campo das experiências pessoais
apenas apontaremos a forma com que cada linha Teológica entende e adota suas posições sobre o assunto.
O
que é o batismo com o Espírito Santo na doutrina Pentecostal?
Dentro
do movimento Pentecostal o batismo com o Espírito Santo é visto como sendo uma
bênção diferente da regeneração na conversão das pessoas.
Os
pentecostais entendem que todo aquele que nasceu de novo já possui o Espírito
Santo, o que é correto. (Colossenses 3:2; Efésios 1:13). Exatamente porque as
pessoas aceitaram Jesus Cristo como único e suficiente salvador de suas vidas
conforme João 3.16. Então, fica claro que isto não implica no batismo com o
Espírito Santo especificamente.
Então
segundo a visão Pentecostal, após a conversão, o cristão ainda deve buscar o
batismo com o Espírito Santo e com diligência e santificação poderá recebê-lo
ou não. Isso porque não somos nós que poderemos decidir se vamos receber ou
não, isso quem decide é o próprio Espírito Santo. Quem quer receber vai buscar
até receber ou não.
Conheci
um irmão muito dedicado na igreja e na obra de Deus que tinha tanto desejo de
receber e buscava constantemente, quando ele já tinha mais de trinta anos de
conversão ele me falou que não adiantava mais buscar o batismo com o Espírito
Santo. Ele queria ser pastor e queria ser batizado com o Espírito Santo para
ter mais discernimento e mais unção para transmitir a palavra de Deus. Então eu
o aconselhei e lhe dei algumas instruções sobre como receber o batismo com o
Espírito Santo. Ele assim procedeu e recebeu. Logo a seguir o levei a
consagração de evangelista e a pastor e o coloquei para pastorear uma
congregação o qual foi muito bem sucedido.
O
propósito do batismo com o Espírito Santo também pode ser visto sob dois
aspectos diferentes dentro da visão Pentecostal.
No
pentecostalismo clássico o batismo com o Espírito Santo estava diretamente
ligado ao conceito de grau de santificação. Inclusive, em alguns círculos
pentecostais o batismo com o Espírito Santo estava relacionado à ideia de
perfeccionismo cristão.
Com
o tempo, o entendimento dentro do pentecostalismo sobre o propósito do batismo
com o Espírito Santo mudou.
A
posição predominante passou a relacionar o batismo com Espírito Santo à
capacitação de crentes com os dons para o ministério. Então sob este aspecto, o
batismo com o Espírito Santo é uma obra especial operada pelo próprio Espírito
de Deus no crente, concedendo-lhe poder para sua vida e seu ministério cristão.
Ninguém é mais privilegiado do que o outro diante de Deus e do Espírito Santo
para receber o batismo com o Espírito Santo, todos os crentes fiéis estão
capacitado para tal, não importando qual a posição social, o grau de
conhecimento, o cargo na igreja e nem quanta riqueza tenha ou não, Deus vê o
coração das pessoas.
Em
outras palavras, essa posição diz que o batismo com o Espírito Santo implica
num revestimento de poder que auxilia o crente em sua nova vida. Ele edifica o
crente interiormente e lhe ajuda a ter uma conduta vitoriosa que possa
testemunhar com autoridade a sua fé em Cristo. Entretanto, esse revestimento
implica numa experiência singular que eleva os que o recebem a outro nível
espiritual.
Pontos
principais sobre o batismo com o Espírito Santo na visão Pentecostal.
Para
defender a ideia de que o batismo com o Espírito Santo é uma benção distinta da
salvação, os pentecostais recorrem a algumas passagens do livro de Atos dos
Apóstolos. Essas passagens servem de apoio aos pontos básicos de sua doutrina
sobre o batismo com o Espírito Santo. Com base nesses textos eles concluem que:
1)
As pessoas que receberam o batismo com o Espírito Santo já eram crentes. Isso
significa que elas já tinham sido regeneradas quando receberam o dom do
Espírito. Os principais exemplos utilizados são:
Os
próprios apóstolos que receberam o batismo com o Espírito Santo em Atos 2.
Os
samaritanos que já tinham recebido a Palavra de Deus e sido batizados em nome
do Senhor Jesus. Eles receberam o Espírito Santo somente após a oração dos
apóstolos (Atos 8:14-17).
O
centurião Cornélio que já era temente a Deus quando foi batizado com o Espírito
Santo (Atos 10:44-46).
O
episódio envolvendo os discípulos de João Batista (Atos 19:1-6).
2)
Como o batismo com o Espírito Santo é diferente da regeneração, isso indica que
pode haver um hiato de tempo entre um e outro. Para defender esse ponto,
geralmente utiliza-se o exemplo da conversão de Paulo de Tarso. Somente depois
de três dias o Espírito Santo foi derramado sobre ele (Atos 9:1-18).
Os
pentecostais admitem que é possível que a conversão e batismo com Espírito
Santo ocorram simultaneamente. Por outro lado, eles também afirmam que pode
haver a possibilidade de um crente regenerado nunca receber a benção do batismo
com o Espírito Santo. Assim, embora num nível todos os cristãos possuam o
Espírito Santo, em outro apenas alguns são realmente dotados do poder do
Espírito.
3) A
evidência externa e necessária do batismo com o Espírito Santo é o falar em
línguas. Essa afirmação se baseia especialmente nos relatos do livro de Atos.
Três acontecimentos são utilizados na defesa desse ponto: o que aconteceu no
Pentecostes em Atos 2; o derramamento do Espírito Santo na casa de Cornélio; e
o que aconteceu em Éfeso com os seguidores de João Batista (Atos 10:46; 19:6).
Divergências
entre os pentecostais sobre o batismo com o Espírito Santo
Também
é verdade que dentro do próprio pentecostalismo existe muita divergência de
pensamentos quando o assunto é o batismo com o Espírito Santo. Alguns, por
exemplo, consideram que o falar em línguas não necessariamente seja uma
evidência obrigatória do batismo. Eles admitem que alguém pode ser batizado com
o Espírito Santo e não falar em línguas.
Outro
exemplo é a distinção com relação a nomenclatura. Para alguns, expressões como:
“batismo no Espírito Santo”, “batismo com o Espírito Santo” e “batismo pelo
Espírito Santo” são definições similares. Mas para outros, existem diferenças
nessas expressões. Neste último caso, o “batismo pelo Espírito Santo” seria a
regeneração; enquanto que o “batismo com o Espírito Santo” ou “no Espírito
Santo” seria a experiência posterior à regeneração que todos devem buscar como
uma bênção adicional.
O
batismo com o Espírito Santo na doutrina Reformada.
Dentro
do protestantismo histórico, basicamente o batismo com o Espírito Santo sempre
foi entendido como pertencendo à própria bênção da salvação. O termo “batismo”
implica na ideia de “inicialização”, isto é, um “rito de passagem”.
Dessa
forma, ao ser batizado com o Espírito Santo, o cristão é iniciado na Fé Cristã.
Isso significa que ele é introduzido à comunidade dos fiéis e passa a pertencer
ao Corpo de Cristo, a Igreja. Assim como ocorre entre os pentecostais, dentro
da visão Reformada também existem diferenças entre seus defensores.
Há
vários estudiosos dessa linha, por exemplo, que defendem que é errado
considerar o batismo com o Espírito Santo como algo limitado exclusivamente ao
novo nascimento. Eles dizem que é necessário enfatizar a ação do Espírito Santo
trabalhando no regenerado além do novo nascimento, concedendo-lhe um
revestimento que pode ser percebido no aspecto experimental. Todas as vezes que
Espírito Santo foi derramado no livro de Atos dos Apóstolos, os cristãos
experimentaram um poder extraordinário que capacita o povo de Deus para cumprir
o ministério que Cristo confiou à Igreja.
Com
base nessa verdade inegável, muitos têm proposto que talvez a terminologia
“batismo” não seja a mais adequada para se referir a essa questão.
Palavras
como “revestimento”, “capacitação” ou “enchimento” seriam termos mais indicados
para isto.
Esses
termos podem tanto enfatizar a doutrina de que todos os cristãos genuínos
possuem o Espírito Santo, quanto preservar a realidade de que a experiência
prometida acerca do derramamento do Espírito Santo não se limita unicamente ao
ato da regeneração, mas que se estende além desse ponto inicial. Desse modo, os
cristãos devem buscar encher-se do Espírito Santo mais e mais durante suas
vidas cristãs.
Pontos
principais sobre o batismo com o Espírito Santo na visão Reformada
De
forma bem resumida, os principais pontos defendidos por quem adota a posição
Reformada acerca do batismo com o Espírito Santo são:
1) O
livro de Atos narra um momento único na história da Igreja: a transição entre
Antiga Aliança e a Nova Aliança. Portanto, nesse momento histórico específico
existiam pessoas já regeneradas e convertidas nas quais o Espírito Santo
habitava, mas que ainda precisavam receber o derramamento do Espírito Santo
como cumprimento das promessas e capacitação para cumprir o ministério cristão.
2)
As profecias sempre falam a respeito de que o Espírito Santo seria derramado
sobre todo o povo de Deus, e não apenas sobre alguns (Números 11:29; Joel
2:28). De fato existem pessoas que experimentam um revestimento maior do
Espírito Santo do que outras. Isto ocorre devido à forma com que elas trabalham
sua vida cristã. Elas buscam mais diligentemente a direção do Espírito Santo em
suas vidas.
3) Em
outras palavras, uns são mais guiados pelo Espírito do que outros. Mas isto não
significa que existem duas classes de cristãos: os que recebem o batismo com o
Espírito como uma segunda benção; e os que não recebem, sendo então crentes
mais fracos, menos espirituais, e privados de uma experiência mais intima com
Deus.
4) O
apóstolo Paulo falou explicitamente que todos aqueles que fazem parte da Igreja
foram “batizados em um mesmo Espírito”. Curiosamente ele diz isto exatamente
num texto em que trata da experiência dos crentes com relação aos dons
espirituais (1 Coríntios 12:13). Obviamente isso implica na ideia de que não é
preciso que os cristãos recebam uma segunda benção que os qualifique a um novo
nível espiritual. Eles apenas devem buscar com zelo os dons espirituais! Esses
dons já estão disponíveis a todos aqueles que são habitados pelo Espírito Santo
(1 Coríntios 12:31).
5) É
estranho que em nenhum lugar nas epístolas do Novo Testamento haja uma ordem
para que os cristãos busquem um batismo com o Espírito Santo com a evidência
inicial de falar em línguas estranhas. Por outro lado, há várias referências
que aconselham os cristãos a viverem sob o controle do Espírito Santo; se
submetendo a sua vontade; sendo revestidos do seu poder e capacitados mais e
mais para testemunhar Cristo ao mundo.
6)
Se por “batismo com o Espírito Santo” entende-se “capacitação”, “revestimento”
ou “enchimento” do Espírito Santo; não como uma segunda bênção que separa os
super crentes, mas como algo que todo cristão experimenta ao ser “imerso” no
Espírito Santo; então este é um conceito bíblico. No entanto, os cristãos são
aconselhados a buscar esse “enchimento” do Espírito Santo repetidas vezes
durante suas vidas, e não apenas numa única experiência que tem o valor de uma
“bênção complementar” e posterior a obra da salvação. (Efésios 5:18).
7)
Há apenas três relatos no Novo Testamento de cristãos que após o Espírito Santo
ter sido derramado falaram outras línguas (Atos 2; 10; 19). Isso aconteceu
porque o falar em línguas constituía um sinal que atestava que aquelas pessoas
verdadeiramente foram inseridas na Igreja. O propósito especial dessa
comprovação era afirmar que não havia mais distinção entre judeus e gentios. O
Evangelho deveria ser pregado a todos os povos, línguas e nações! Pessoas de
todos os lugares do mundo poderiam ser batizadas com o Espírito Santo passando
a pertencer ao corpo de Cristo. Em todas as outras conversões, apesar do “dom
do Espírito” ter sido derramado sobre os convertidos, não há qualquer
informação de que estes imediatamente falaram em línguas (Atos 2:41; 8:38,29;
9:18; 16:15).
8)
Em nenhum lugar os escritores bíblicos falam que as línguas servem de evidencia
do batismo com o Espírito Santo. Ao contrário disto, o apóstolo Paulo coloca as
línguas como mais um dom ao lado de outros. Esses dons são distribuídos pelo
Espírito Santo soberanamente a quem Ele quiser. Nunca na Bíblia o falar em
outras línguas é visto como um tipo de suprassumo dos dons. Na verdade as
línguas são vistas em posição de importância inferior a outros dons.
Vejam bem, os 8 pontos acima foram analisados de acordo con a doutrina reformada.
Qual
o principal significado do batismo com o Espírito Santo.
Vimos
diferentes interpretações que os cristãos sustentam acerca do que é o batismo
com o Espírito Santo. Apesar das diferenças, é correto dizer que todos os
cristãos verdadeiros, pentecostais ou tradicionais e reformados, têm em comum o
mesmo desejo. Todos querem servir ao Senhor com diligência. O desejo de cada
cristão genuíno é ser capacitado com o poder de Deus através da plenitude do
Espírito Santo para exercer o ministério do Evangelho. Todo cristão verdadeiro
deseja ter uma vida de vitória sobre o pecado e que reflete o caráter de Cristo
numa conduta pautada pela palavra de Deus. Somente assim o fruto do Espírito
será visível em suas vida.
De
maneira geral, as diferentes igrejas concordam que o significado do batismo do
Espírito Santo é para capacitar o povo de Deus para cumprir o ministério que
Cristo confiou à sua Igreja”. Ele também afirma que todos os redimidos recebem
o Espírito Santo, não somente através da regeneração e da própria habitação do
Espírito em si mesmo, mas também na dádiva de poder participar no ministério de
Cristo como parte de seu corpo.
Portanto,
não é uma discussão sobre o que é o batismo com o Espírito Santo que deverá
servir de motivo para dividir a Igreja do Senhor. Quem se deixa levar por um
tipo de rivalidade nesse sentido, jamais compreendeu o verdadeiro significado
do batismo com o Espírito Santo. O batismo com o Espirito Santo tem como
propósito principal unir em um só corpo todos aqueles que foram redimidos pelo
Senhor Jesus, a fim de que tenham uma vida de santidade. É preciso lembrar que a
ordenança bíblica é a mesma para todos: “Enchei-vos do Espírito”. (Efésios
5:18).
Pontos
principais sobre o batismo com o Espírito Santo na visão Pentecostal
Para
defender a ideia de que o batismo com o Espírito Santo é uma benção distinta da
salvação, os pentecostais recorrem a algumas passagens do livro de Atos dos
Apóstolos. Essas passagens servem de apoio aos pontos básicos de sua doutrina
sobre o batismo com o Espírito Santo. Com base nesses textos eles concluem que:
1)
As pessoas que receberam o batismo com o Espírito Santo já eram crentes. Isso
significa que elas já tinham sido regeneradas quando receberam o dom do
Espírito. Os principais exemplos utilizados são:
Os
próprios apóstolos que receberam o batismo com o Espírito Santo em Atos 2.
Os
samaritanos que já tinham recebido a Palavra de Deus e sido batizados em nome
do Senhor Jesus. Eles receberam o Espírito Santo somente após a oração dos
apóstolos (Atos 8:14-17).
O
centurião Cornélio que já era temente a Deus quando foi batizado com o Espírito
Santo (Atos 10:44-46).
O
episódio envolvendo os discípulos de João Batista (Atos 19:1-6).
2)
Como o batismo com o Espírito Santo é diferente da regeneração, isso indica que
pode haver um hiato de tempo entre um e outro. Para defender esse ponto,
geralmente utiliza-se o exemplo da conversão de Paulo de Tarso. Somente depois
de três dias o Espírito Santo foi derramado sobre ele (Atos 9:1-18).
Os
pentecostais admitem que é possível que a conversão e batismo com Espírito
Santo ocorram simultaneamente. Por outro lado, eles também afirmam que pode
haver a possibilidade de um crente regenerado nunca receber a benção do batismo
com o Espírito Santo. Assim, embora num nível todos os cristãos possuam o
Espírito Santo, em outro apenas alguns são realmente dotados do poder do
Espírito.
3) A
evidência externa e necessária do batismo com o Espírito Santo é o falar em
línguas. Essa afirmação se baseia especialmente nos relatos do livro de Atos.
Três acontecimentos são utilizados na defesa desse ponto: o que aconteceu no
Pentecostes em Atos 2; o derramamento do Espírito Santo na casa de Cornélio; e
o que aconteceu em Éfeso com os seguidores de João Batista (Atos 10:46; 19:6).
Divergências
entre os pentecostais sobre o batismo com o Espírito Santo
Também
é verdade que dentro do próprio pentecostalismo existe muita divergência de
pensamentos quando o assunto é o batismo com o Espírito Santo. Alguns, por
exemplo, consideram que o falar em línguas não necessariamente seja uma
evidência obrigatória do batismo. Eles admitem que alguém pode ser batizado com
o Espírito Santo e não falar em línguas.
Outro
exemplo é a distinção com relação a nomenclatura. Para alguns, expressões como:
“batismo no Espírito Santo”, “batismo com o Espírito Santo” e “batismo pelo
Espírito Santo” são definições similares. Mas para outros, existem diferenças
nessas expressões. Neste último caso, o “batismo pelo Espírito Santo” seria a
regeneração; enquanto que o “batismo com o Espírito Santo” ou “no Espírito
Santo” seria a experiência posterior à regeneração que todos devem buscar como
uma bênção adicional.
Deus
abençoe você e sua família.
Pr.
Waldir Pedro de Souza
Bacharel
em Teologia, Pastor e Escritor.