segunda-feira, 21 de novembro de 2022

JÓ E SUA FIDELIDADE DIANTE DE DEUS

JÓ E SUA FIDELIDADE DIANTE DE DEUS

 

O que é fidelidade?

Fidelidade é uma das características de Deus, e significa que Deus não desiste, não vira as costas, não abandona os seus filhos. Deus também espera que os seus filhos expressem fidelidade em relação a Ele. 

Dessa forma, podemos entender que a fidelidade é um dos atributos morais de Deus, de modo que tudo que provém dEle é verdadeiro, é infalivelmente, é confiável, é perfeito. (Hb 10:23).

A fidelidade como uma qualidade de Deus está também ligada a outro de seus atributos: a imutabilidade. Deus é imutável, ou seja, Ele é sempre o mesmo, ontem hoje e eternamente.  (Ml 3:6; Hb 13:8). Conforme Tiago escreveu, em Deus “não pode existir variação, ou sombra de mudança”. (Tg 1:17).

Deus não muda seu ser, seus propósitos eternos são confiáveis. Sua palavra e suas promessas também o são. (Nm 23:19; Sl 102:26,27). No Antigo Testamento, por exemplo, encontramos passagens onde Deus é chamado de “Rocha”, uma expressão metafórica para se referir ao caráter inabalável de Deus, como uma rocha inabalável. (Dt 32:4,15,18).

Como Deus é imutável, sua fidelidade nos encoraja e nos conforta, de modo que sempre podemos confiar que suas promessas nunca falharão, e que sua aliança é inviolável. (Dt 7:9; Ml 3:16; 2Tm 2:13).

 

Jó 1.1 Os acontecimentos dramáticos do livro de Jó lançam as bases para os diálogos da parte principal. (Jó 3.1-42.6). A localização precisa da cidade de Uz é desconhecida, mas pode ter sido próxima a Edom. Dois aspectos do caráter e dos atos de Jó são evidenciados.

Os adjetivos: “sincero, reto, temente a Deus e que se desviava do mal”, têm o sentido de franco, eticamente e moralmente correto para uma pessoa ímpar e evidenciam o caráter ilibado de Jó.

Como Daniel (Dn 6.4), Jó era um homem íntegro e irrepreensível diante de seus críticos humanos. Isso não significa que não era um pecador perante Deus. Mais tarde, Jó reafirma sua integridade. (Jó 31.5,6). Ele era temente a Deus e desviava-se do mal. Isto indica que sua relação correta com Deus motivou-o a afastar-se do mal. Jó foi o exemplo de sabedoria exemplar e que possuía ao mesmo tempo os dons de adquirir riquezas e o dom de prosperidade, sem abrir mãos de sua também exemplar, comunhão com Deus, que era por ele vivida e ensinada aos seus familiares. (Jó 28.28; Pv 1.7; 3.7; 9.10; 14.16).

Jó 1.2,3. Jó possuía uma família ideal, composta de sete filhos e três filhas. Sete era o número bíblico da plenitude, da perfeição. No antigo Oriente Médio, ter muitos filhos era considerado sinal da bênção de Deus. (Salmo 127.3-5).

 

A fidelidade de Jó. Jó 1:20

Jó 1:20 “Então Jó se levantou e rasgou o seu manto, raspou sua cabeça e se lançou em terra e adorou ao único Deus criador dos céus e da terra”.

Nosso objetivo com esta publicação é alcançar as pessoa que estão passando por lutas, dificuldades, problemas insolúveis, enfermidades incuráveis, provações nunca vistas e os que estão desanimados e sem forças para prosseguir diante de Deus na jornada da vida. Lembrando que sem fé é impossível agradar a Deus e incentivando-os a confiar no Senhor.

A palavra de Deus nos traz a afirmativa aqui no primeiro capítulo de Jó que ele possui uma fidelidade invejável ao seu Deus que fez desse servo o exemplo de como nós crentes devemos proceder para com Deus.

Jó era tão fiel a Deus que a Bíblia relata algumas de suas características: era homem reto, íntegro, sincero, temente a Deus e que se desviava do mal, preocupava-se com seus filhos, pois decorridos o turno de dias em que se banqueteavam, ele se levantava de madrugada, buscava a Deus e oferecia jejuns a Deus, segundo o número de todos, porque dizia: “porventura pecaram meus filhos”.

Jó era um servo em quem Deus tinha grande prazer. Atravessou um momento difícil, perdeu bens, riquezas, filhos e até sua carne foi tocada por uma doença incurável, mortífera; sua esposa, aquela que estava ao seu lado, lhe traz uma palavra condenatória e de desânimo: “amaldiçoa esse teu Deus e morre”. Mas ele reteve a sua fidelidade e glorificou ao Deus da sua vida.

Em tudo isso, diz a palavra, Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma. Vejamos que Jó na sua razão poderia até reclamar de Deus e dizer ou argumentar: Senhor, por que está acontecendo tudo isso comigo? Eu sou justo, sincero, reto, temente a Deus, eu me desvio do mal...”.

A palavra nos diz no texto que lemos, que ele não agiu na sua razão, não reclamou, não murmurou, o que seria natural aos olhos humanos, mas ele não estava na posição de homem natural. Era um servo e sabia que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus.

Jó se levantou, ele não se entregou para os seus problemas, mas entregou seus problemas nas mãos de quem tudo pode, Deus. Essa é a posição que Deus espera de nós diante das lutas, sejam elas quais forem.

 

O servo está de pé glorificando a Deus no meio da maior luta que o ser humano poderia passar.

Jó rasgou o seu manto, a sua razão ali não poderia prevalecer; raspou a cabeça, seus pensamentos, argumentos não brotaram. Tinha a mente de Cristo; se esvaziou de si mesmo, se humilhou e adorou ao Senhor.

O Senhor quer nos ver como via Jó. Servos sinceros, retos, tementes a Deus, nos desviando de toda espécie de mal, confiando e sabendo que nossas vidas estão postas e expostas diante de Deus como a luz do dia. O Senhor Tem cuidado de nós  e Jó disse a despeito de toda sua provação: o meu Redentor vive.

Jó não era Rei. Jó não era Pastor. Jó não era Profeta. Jó não era Evangelista. Jó não era Apóstolo. Jó não era Sacerdote. Jó não era Doutor. Jó não tinha nenhum Ministério. Jó era simplesmente Jó, o servo fiel do Deus altíssimo e ainda assim Jó se desviava do mal e confiava plenamente no Senhor. Jó era um homem integro, reto, temente a Deus e se desviava de todo mal. O homem, o ser humano não precisa de nada pra ser fiel a Deus, a pessoa precisa de ter a Deus como tudo em sua vida, em seus atos, em suas decisões e em suas aspirações. Tudo é Deus e Deus é tudo.

Você não precisa ter cargos na Igreja para começar a viver em Santidade e ter um bom Caráter para viver em novidade de vida com Cristo, basta ser um Cristão de verdade.

 

O que é ser Cristão de verdade.

Ser Cristão não é ter cargo e nem posição ministeriais ou profissionais na Igreja. Ser Cristão é buscar estar na presença de Deus, sendo obediente e temente a Ele em tudo.

Jó em toda a sua luta de provações disse: “o meu Redentor vive”.

Jó 1:20 diz: “Então Jó se levantou e rasgou o seu manto, raspou sua cabeça e se lançou em terra e adorou”.

Com este gesto Jó deu o exemplo para alcançar irmãos que estão passando por lutas, provas e estão desanimados, levando-os a confiar no Senhor.

A palavra nos conta aqui neste primeiro capítulo de Jó, da fidelidade desse servo para com seu Deus.

Jó era tão servo de Deus que a palavra relata algumas de suas características citadas logo nos primeiros versículos, ele era homem justo, reto, sincero, temente a Deus e que se desviava do mal.

Ele preocupava-se com seus filhos, pois decorridos o turno de dias em que se banqueteavam, ele se levantava de madrugada, buscava a Deus e oferecia jejuns a Deus, segundo o número de todos, porque dizia: “porventura pecaram meus filhos”.

Jó era um servo em quem Deus tinha grande prazer. Atravessou um momento difícil, perdeu bens, perdeu todas as suas riquezas, perdeu seus filhos e até sua carne foi tocada, dilacerada por uma enfermidade mortal.

Sua esposa, aquela que estava ao seu lado lhe traz uma palavra de desânimo: “amaldiçoa este teu Deus e morre”. Mas ele reteve a sua fidelidade e glorificou ao Deus da sua vida.

Em tudo isso, diz a palavra, Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma. Observemos que Jó na sua razão poderia até reclamar de Deus e dizer ou argumentar alguma coisa e até perguntar a Deus: porquê Senhor, por que está acontecendo tudo isso comigo? Eu sou justo, sincero, reto e temente ao Senhor. Porquê Senhor?

A palavra de Deus nos diz no texto que lemos, que ele não agiu na sua razão, não reclamou, não murmurou, o que seria natural aos olhos humanos, mas ele não estava na posição de homem natural, era totalmente confiante  em Deus, à ponto de suportar qualquer situação desagradável.

Jó era um servo fiel à Deus e sabia que todas as coisas concorrem e contribuem para o bem daqueles que amam a Deus. É por isso que Jó se levantou, a fé é indiscutível, o escritor aos Hebreus escreveu: “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a convicção das coisas que se não vêem.

Essa é a posição que Deus espera de nós diante das lutas, sejam elas quais forem. O servo de Deus, embora de joelhos, jejuando, orando e clamando a Deus, ele está sempre de pé em suas atitudes glorificando ao Senhor Jesus de coração.

Jó rasgou o seu manto, as suas vestes, a sua razão ali não poderia prevalecer; raspou a cabeça, seus pensamentos, argumentos não brotaram. Tinha a mente de Cristo; se esvaziou de si mesmo, se humilhou e adorou ao Senhor.

O Senhor quer nos ver como via Jó. Servos sinceros, retos e tementes a Deus, confiando e sabendo que nossas vidas estão expostas e totalmente abertas diante de Deus. O Senhor Tem cuidado de nós. Disse Jó: “O meu Redentor vive”.

Então o Senhor mudou a situação de Jó. “Mudou o SENHOR a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o SENHOR deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuíra”. Jó 42: 10.  

Deus quer que todas as Suas bênçãos nos alcancem. Mas para que isso aconteça precisamos viver em concordância com a Sua vontade. Isaías 59: 1-2. Um dos atributos de grande importância para alcançarmos o que Ele tem para nós, é a fidelidade.  A coroa da vida só é dada àqueles que não abrem mão da fidelidade em nenhuma hipótese.  Ap. 2: 10.

As Escrituras mostram exemplos de várias pessoas que tinham a promessa nas mãos, mas por não terem agido com fidelidade perderam até o que já possuía Mt. 25: 26 e 29. Claramente é demonstrado que, para quem é fiel e perseverante, o Senhor faz acontecer até o que julgamos impossível. Porém, Ele tira o reinado daqueles que procedem com infidelidade. Portanto, ser fiel à vontade de Deus é uma arma poderosa na batalha pela vida.

O texto é parte do relato bíblico mostrando o que Deus fez na vida de Jó por causa de sua fidelidade. A maioria de nós cristãos já ouviu sobre o que aconteceu com a vida de Jó, e sabe que ele foi um dos maiores exemplos de fidelidade para com Deus em seu tempo.

Por isso, certos de que o caráter de Deus não muda, podemos crer que Ele age conosco dentro dos mesmos princípios, se procedermos com fidelidade naquilo que sabemos ser da vontade do Senhor. Evidentemente não é fácil ser fiel e perseverante aos princípios contidos na Palavra de Deus. Mas é uma questão de coragem, pois quando nos determinamos obedecer ao Senhor, o Espírito Santo muda nosso sentimento e nos capacita a cumprir a Sua vontade.

 

Veja o que Jesus nos ensinou sobre a perseverança e a fidelidade.

“Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”. Mc. 8:34.

Para ser fiel aos princípios estabelecidos no evangelho precisamos fazer isso. Não são raras as vezes em que satanás consegue nos colocar em situação extremamente adversa, levando-nos ao ardente desejo de agir segundo os rudimentos que ele próprio criou nesse mundo. Nessa situação, quando já conhecemos as Escrituras, defrontamos com grande dificuldade em agir de acordo com o que o Senhor mandou, pois o costume mundano tenta tomar nosso coração.

É aí que precisamos negar a nós mesmos, e fazer o que Jesus mandou. Isso quer dizer que para alguém ser fiel a Deus, primeiro tem de ser obediente. Jó observou esse detalhe quando sua mulher lhe deu um péssimo conselho.

“Então, sua mulher lhe disse: Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre. Mas ele lhe respondeu: Falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios. Jó 2:9-10. 

Muitos de nós hoje clamamos a Deus para mudar nossa sorte, mas não tomamos a decisão de abandonar os costumes ensinados pelo mundo e agir segundo  a vontade de Deus. E o pior: ainda queremos questionar porque Deus não nos atende.

Não te esqueças de que a vida aqui é uma batalha contínua. Mas Jesus deixou sua Palavra para que a usemos como nossas armas, 2 Co. 10:4-5-6. Assim, se você almeja vencer como Jó venceu, siga o mesmo caminho de obediência e fidelidade.

A Palavra do Senhor está à nossa disposição para que sejamos obedientes, honestos e fiéis diante de Deus. “A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé, que pregamos”. Rm. 10: 8.

Meditemos numa coisa: “Se Deus é bom, porque coisas ruins acontecem?” pode ter a seguinte resposta: Nunca se sabe por onde essa vida vai nos levar, ou que lutas teremos de enfrentar. Talvez, possamos prosperar como José, ou sermos perseguidos por causa da Justiça. Podemos descansar em paz como Daniel, ou ter nossa cabeça cortada, como a de João Batista. Mas Jesus deu a razão porque andar nos seus caminhos é certeza de sucesso. “No mundo vocês terão aflições, contudo, tenham ânimo. Eu venci o mundo!” (João 16:33). “Seja fiel até diante da morte, e eu lhe darei a coroa da vida”. (Apocalipse 2:10).

Por isso, nunca desista você vai precisar lutar contra a sua natureza, contra os seus conceitos distorcidos e da nossa sociedade também, mas principalmente contra as tentações de Satanás.

Mas não lute sozinho; “submeta-se à vontade soberana de Deus e resista ao diabo; e ele fugirá de vós”. (Tiago 4:7).

Seja fiel em tudo, seja um cristão determinado a ser verdadeiro e honesto em tudo para com Deus, mesmo que esse mundo tente ridicularizar a sua fé. Vai chegar o dia em que Jesus vai nos dizer pessoalmente: “Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que foi preparado para vocês desde a criação do mundo”, (Mateus 25;34). Acredite, no céu, enquanto suas mágoas caem pelo chão, e as dores passam a ser apenas uma lembrança do passado, Jesus vai explicar a você o inexplicável, e dar a recompensa eterna da sua fidelidade.

Letra de um hino sobre Jó que você pode ouvir e cantar. Pesquise sobre este hino nas redes sociais.

Jó. 

Jó, como pode ainda adorar?Se não tem motivos pra cantarAbandona esse Deus e morre
Mas não o adoro pelo que ele fazNem menos por bens materiaisEu o adoro pelo que ele éEu sou dele, tudo é dele
Jó, você não tem motivosPerdeu os seus bens, seus filhos, seus amigosO que você vai fazer?
Eu vou adorarSimplesmente adorarEu vou adorar
Deus me deu, Deus tomouBendito seja o nome do senhorA ele a glória, a ele a honraE o louvor
Jó, como pode ainda adorar?Se não tem motivos para cantarAbandona esse Deus e morre
Mas não o adoro pelo que ele fazNem menos por bens materiaisEu o adoro pelo que ele éEu sou dele, tudo é dele
Jó, você não tem motivosPerdeu os seus bens, seus filhos, seus amigosO que você vai fazer?
Eu vou adorar (eu vou adorar)Simplesmente adorarEu vou adorar
Deus me deu, Deus tomouBendito seja o nome do senhorA ele a glória, a ele a honraE o louvor
A ele a glóriaA ele a glóriaA ele a glóriaA ele a glória
A ele (oh, a ele a glória)A ele (ele merece toda a glória)A ele a glória (pra sempre, amém)Amém, ô-uô-uô
Deus me deu, Deus tomouBendito seja o nome do senhorA ele a glória, a ele a honraE o louvor
Deus me deu, Deus tomouBendito seja o nome do senhorA ele a glória, a ele a honraE o louvor

A ele seja dado o louvorTe damos todo o louvor, senhorAleluia.

Deus abençoe você e sua família.

 Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

A VITÓRIA DE UM VALOROSO GUERREIRO DE DEUS

A VITÓRIA DE UM VALOROSO GUERREIRO DE DEUS.  

 

Vamos ver hoje a linda história de um juiz de Israel chamado Gideão. Quem foi Gideão na Bíblia.

 

Gideão foi um juiz de Israel que liderou a libertação de seu povo da opressão dos midianitas. A história de Gideão é muito lembrada pelo episódio em que ele derrotou um grande exército com apenas 300 homens ao seu lado.

O nome Gideão significa “lenhador”. Ele também é chamado na Bíblia pelo nome de Jerubaal, que significa “deixe Baal lutar contra ele” (Juízes 7; 8; 9). Posteriormente, o nome Jerubaal foi alterado no texto bíblico para “Jerubesete”, já que o nome Baal tornou-se detestável entre os israelitas (2 Samuel 11:21). Jerubesete significa algo como “deixe o vergonhoso lutar contra ele”.

 

Gideão e a sua família.

Gideão era filho de Joás, do clã de Abiezer, e pertencia a tribo de Manassés (Juízes 6:11,15). Gideão viveu em um período que o povo de Israel havia se voltado à idolatria, praticando a adoração ao deus pagão Baal.

Os israelitas não se preocupavam com as coisas do Senhor. Eles acabaram se tornando presas fáceis dos midianitas, um povo beduíno que dominava aquela área central da Palestina (Juízes 6-8). Constantemente os hebreus eram saqueados pelos midianitas, que lhes tomavam o gado e os resultados das colheitas.

Consequentemente os judeus acabaram ficando cada vez mais empobrecidos, e passaram a viver escondidos nas montanhas e em cavernas. Sentindo o peso da opressão, o povo de Israel começou a clamar ao Senhor pedindo sua libertação.

Foi nesse contexto histórico que o Anjo do Senhor apareceu a Gideão enquanto ele estava malhando seu trigo em uma prensa de vinho com a finalidade de se esconder dos midianitas. Acredita-se que Gideão tinha cerca de trinta anos de idade naquela ocasião (Juízes 8:20).

 

Lições da vida de Gideão.

Depois da morte de Josué, o povo de Israel passou por mais de três séculos nos quais "não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto". (Juízes 17:6; 21:25).

Durante esse período, se repetia várias vezes o mesmo ciclo:

1. O povo obedecia a Deus por algum tempo,

2. depois, afastava-se totalmente dEle.

3. Como alerta ao povo rebelde, Deus permitia que um inimigo o oprimisse. 

4.  Até que o povo se arrependesse e pedisse libertação.

5. Deus mandava juízes para livrá-los das mãos dos inimigos.

6. O povo resgatado servia ao Senhor durante o resto daquela geração, assim começando, de novo, o ciclo.

Gideão foi o quinto dos juízes ou libertadores, apresentado em Juízes, capítulos 6, 7 e 8. Da vida dele, podemos aproveitar muitas lições valiosas.

 

Gideão era um homem valente ou homem tímido?

Os midianitas oprimiram os israelitas por sete anos. Eles subiam cada ano e tomavam os produtos alimentícios dos campos e todos os animais dos hebreus. Para sobreviver, os israelitas escondiam alimentos do inimigo. Gideão estava preparando comida para escondê-la quando o Anjo do Senhor apareceu. Imagine este homem, trabalhando com medo do inimigo, quando ele ouviu as palavras do Anjo: "O Senhor é contigo, homem valente". (Juízes 6:12).

Pela resposta de Gideão, parece que ele nem pensou no significado da frase "homem valente". Ele entrou diretamente numa discussão com o anjo sobre a presença de Deus. Ele não entendeu como Deus, estando com o povo, deixaria Israel sofrer. O anjo continuou a conversa, desafiando Gideão a resolver o problema. Já que ele duvidou da presença de Deus, devia ir na sua própria força. (Juízes 6:14). Gideão sentindo-se incapaz disse; Isso não.

Gideão, agora, sentiu tanto aquela palavra que procurou uma saída da missão dada por Deus. Ele explicou que era uma pessoa pequena de uma família insignificante de uma tribo pouco importante. Gideão não veio ao Senhor como homem valente. Deus ia fazer dele um líder corajoso e valente, bastava ele crer totalmente em Deus.

A força verdadeira do servo do Senhor não vem de si mesmo, e sim de Deus. Ninguém é forte o bastante para resolver seus próprios problemas sozinho, especialmente quando falamos sobre nosso problema principal: o pecado. Dependemos de Deus e de sua graça (Efésios 2:8-9). Paulo disse: "tudo posso naquele que me fortalece". (Filipenses 4:13). Os homens valentes, tanto no passado como hoje em dia, são aqueles que confiam plenamente no Senhor Deus.

 

Deus disse para Gideão:  "Eu estou contigo".

Nas conversas com Gideão, Deus afirmou sua presença na vida dele repetidas vezes.

Primeiro, ele afirmou por palavras: "Já que eu estou contigo, ferirás os midianitas como se fossem um só homem". (Juízes 6:16).

Segundo, ele afirmou por sinais. Antes da primeira missão de Gideão, Deus lhe deu um sinal impressionante. O Anjo do Senhor causou impacto ao fazer aparecer o fogo para consumir a oferta de Gideão. Enquanto pessoas faziam ofertas ao Senhor todos os dias, era muito raro o próprio Senhor mandar o fogo para as consumir. Antes de sua segunda missão, Gideão recebeu mais três sinais. Deus deixou o orvalho molhar uma porção de lã sem molhar a terra em volta dela. (Juízes 6:36-38). Na noite seguinte, ele fez ao contrário, deixando a lã seca no meio de terra molhada. (Juízes 6:39-40). Nas vésperas da batalha, Deus permitiu que Gideão ouvisse uma conversa entre dois soldados midianitas, confirmando a sua vitória iminente. (Juízes 7:9-15).

Terceiro, Deus afirmou sua presença através de promessas cumpridas, principalmente no livramento do povo pela mão de Gideão (Juízes 6:16; 7:7,22; 8:10-12).

As demonstrações de Deus foram convincentes para encorajar Gideão a realizar aquilo que Deus lhe ordenou.

A maior bênção imaginável é a presença do Senhor em nossas vidas. Quando Jesus veio ao mundo para habitar ou fazer seu tabernáculo entre os homens, (João 1:14), foi lhe dado o nome Emanuel, "Deus conosco". (Mateus 1:23). No final da sua missão terrestre, ele foi preparar um lugar para nós na presença de Deus. (João 14:1-4). Ele prometeu fazer morada naqueles que o amam, naqueles que o adoram em espírito e em verdade. (João 14:23).

 

A missão de Gideão começou em casa.

Uma vez que Deus chamou a atenção de Gideão, ele lhe deu a sua primeira missão: destruir os ídolos do próprio pai e fazer um altar ao Senhor no mesmo lugar. (Juízes 6:25-26). Gideão levou dez homens consigo e cumpriu o mandamento do Senhor na mesma noite. Os vizinhos ficaram irados, mas o pai de Gideão entendeu o significado de seu ato e o defendeu. Um "deus" que não consegue se defender contra um punhado de homens não merece defesa pelos homens. Parece que Joás, pai de Gideão, foi o segundo convertido nessa história, o primeiro foi o próprio Gideão.

A nossa missão, como a de Gideão, começa em casa. Tanto no Velho como no Novo Testamento, Deus destaca as nossas responsabilidades em relação à própria família. Filhos devem obedecer e honrar aos pais  (Efésios 6:1-3). Maridos e esposas devem amar um ao outro. (Efésios 5:25; 1 Pedro 3:7; Tito 2:4-5). Pais devem instruir os filhos, criando-os na disciplina e admoestação do Senhor. (Deuteronômio 6:6-7; Efésios 6:4). Um dos alvos de cada servo de Deus é de influenciar sua família para servir ao Senhor. (Josué 24:15).

 

Deus dá a vitória para os seus escolhidos. Chegou o dia da grande batalha (Juízes 7). Gideão conduziu seu exército de 32.000 israelitas para o campo de conflito contra 135.000 midianitas.

Quem eram os midianitas. Os midianitas eram um povo descendente de Midiã, um dos filhos de Abraão com Quetura (Gênesis 25:2; 1 Crônicas 1:32). Quetura foi a segunda esposa de Abraão, ele casou-se com ela depois da morte de Sara. Os midianitas são citados na narrativa bíblica muitas vezes em oposição aos filhos de Israel.

Em várias ocasiões os midianitas aparecem em intima associação com outros povos descendentes de Abraão. Por isso em algumas passagens bíblicas os termos “midianitas”, “medanitas” e “ismaelitas” são utilizados como sinônimos (cf. Gênesis 37:28-36; Juízes 8:24).

Muito provavelmente esses três grupos se misturaram por meio do casamento. Isso significa que os descendentes dos filhos de Abraão com suas concubinas, casaram-se entre si.

 

Quem foi Midiã na Bíblia.

Como foi dito, Midiã era um dos descendentes de Abraão, filho do patriarca com Quetura, com a qual tivera seis filhos. Midiã estava entre os filhos das concubinas que foram despedidos por Abraão com presentes, e enviados para o leste a fim de que não causassem problemas em relação à herança de Isaque, que era o herdeiro oficial de Abraão. (Gênesis 25:1-6).

Sua desvantagem militar era de 4 contra 1. Deus não deixou Gideão entrar na batalha com este número de soldados. Em duas etapas, ele diminuiu a força militar de Israel, no comando de Gideão. Primeiro, 22.000 voltaram para casa, e os midianitas ficaram com uma vantagem de 13 soldados contra 1.

Na segunda etapa, Deus mandou embora mais 9.700 israelitas, deixando Gideão com apenas 300 soldados. Para vencer o inimigo, cada soldado israelita teria que vencer 450 soldados do inimigo.

Deus, na sua perfeita sabedoria, tinha um propósito bem definido nesta redução das forças militares de Israel. Ele mandou seu exército à batalha com uma desvantagem tão grande que ninguém poderia dizer: "A minha própria mão me livrou". (Juízes 7:2). Usando uma estratégia que não fez nenhum sentido, em termos militares, a pequena infantaria de guerra dos israelitas venceu o poderoso exército dos midianitas.

 

Gideão e 300 israelitas derrotam 135 mil medianitas.

Após o duplo milagre do velo de lã, Gedeão reuniu 32 mil homens para lutar contra os medianitas. Levou-os até o alto de um monte de onde se podia contemplar o enorme acampamento dos medianitas, cujo número era 135 mil soldados.

 

Deus não quer soldados medrosos e tímidos. E o Senhor disse a Gedeão: "Tens contigo gente demais. Midiã não será entregue nas suas mãos, para que Israel não se glorie contra Mim, dizendo: Por minhas forças me libertei. Fala ao povo: Aquele que é medroso e tímido, volte para trás". Voltaram 22 mil homens, e só ficaram 10 mil.

 

Entre os 10 mil corajosos, Deus escolheu somente 300.

Deus falou a Gedeão: "Ainda é muita gente. Leva-os às águas, e lá os provarei". Tendo os combatentes descido às águas, o Senhor disse a Gedeão: "Porás a um lado os que lamberem a água com a língua, como os cães costumam lamber; e os que beberem de joelhos, coloca-os noutra parte". Ora, o número dos que tomaram a água na concavidade da mão e a levaram à boca foi de apenas 300.

E o Senhor disse a Gedeão: "Com esses 300, entregarei nas tuas mãos os medianitas".

Ouvindo a narração de um sonho, Gedeão adquire maior segurança para lutar por ordem de Deus.

A espada de Gedeão entra em ação pela ordem de Deus.

Naquela mesma noite, o Senhor disse-lhe: "Desce ao acampamento dos inimigos, porque Eu os entregarei às tuas mãos, e terás maior segurança para atacá-los".

Desceu, pois, ele com um criado, à parte do acampamento onde estavam os sentinelas do exército inimigo.

Os medianitas estavam deitados no vale, como um bando de gafanhotos. E Gideão ouviu um deles contar a outro um sonho que tivera: "Parecia-me ver como que um pão que rolava da montanha e caía sobre o acampamento dos medianitas; e, tendo chocado com uma tenda, lançou-a por terra".

Outro, a quem ele falava, respondeu: "Isto não é outra coisa senão a espada de Gideão; porque o Senhor lhe entregou nas mãos os medianitas, e todo seu acampamento".

 

A vitória:120 mil medianitas são mortos pela espada do Senhor.

Gideão, tendo ouvido a narração deste sonho e sua interpretação, adorou a Deus e voltou para junto de seus soldados, e disse-lhes: "Levantai-vos, porque o Senhor nos entregou os medianitas".

Dividiu os 300 homens em três batalhões, e pôs nas mãos de cada guerreiro uma trombeta e uma ânfora dentro da qual havia uma tocha acesa. E disse-lhes: "Quando eu soar a trombeta, tocai também as vossas ao redor do acampamento dos medianitas, e gritai todos à uma: A espada do Senhor e de Gideão".

Gideão", como os 300 homens, chegou ao acampamento por volta de meia-noite, e todos começaram a tocar as trombetas e quebrar as ânforas. E gritaram juntos: "A espada do Senhor e de Gedeão", conservando-se cada um no seu posto ao redor do acampamento inimigo.

 

Com isto, os medianitas entraram em desordem, dando grandes gritos e urros, e se degolavam uns aos outros. Morreram 120 mil medianitas, e 15 mil deles conseguiram fugir. Jz. 7, 1-22.

O que importa não é o número, mas a ajuda de Deus.

Devemos notar que o Senhor ordenou a Gideão ficar apenas com 300 soldados para lutar contra os midianitas. Humanamente falando, era insuficiente para triunfar; mas Deus quis nos ensinar que, sem Ele, os meios mais eficazes são impotentes, e com Ele os recursos mais insignificantes produzem excelentes resultados. Devemos estar profundamente convencidos disso, para nossos empreendimentos na ordem da natureza e da graça.

 

Até hoje, muitas pessoas não aprenderam esta lição. Confiam em números, achando que grandes multidões são evidência da aprovação de Deus. Dependem de estratégias e táticas humanas e carnais para alcançar alvos de crescimento de igrejas. E, no fim, se gabam em seus relatórios, destacando os grandes feitos de homens.

Muitos missionários e outros líderes religiosos, como os midianitas, confiam nos grandes números e nas táticas humanas como igrejas promovendo atividades não espirituais para aumentar sua frequência, ensinando mensagens diluídas que parecem mais relevantes aos seus ouvintes carnais do que a mensagem do sacrifício vicário de Jesus na cruz do calvário para nos salvar, destacando edifícios impressionantes para atrair pessoas que não aceitariam a chamada simples de um Salvador humilde.

 

Mas, os verdadeiros servos do Deus vivo não desviarão para tais caminhos errados. 

"Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR”. (Jeremias 17:5). 

"Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo". (Gálatas 6:14). 

"Se Deus é por nós, quem será contra nós". (Romanos 8:31).

 

A rejeição daqueles que ficaram em cima do muro. Gideão e seus homens cansados perseguiram os midianitas. (leia Juízes 8:1-21). Quando os soldados israelitas passaram nas cidades de Sucote e Penuel, eles pediram pão. Os homens dessas cidades não mostraram coragem para tomar uma atitude durante a batalha. Com medo de ofender os reis dos midianitas, eles recusaram ficar em pé com os homens de Deus. Só depois da batalha, quando baixar a poeira, apoiariam os servos do Senhor.

A decisão desses homens mostrou uma preocupação política ao invés de convicção espiritual. Pensaram mais na influência de homens importantes do que na palavra do Senhor. Gideão não aceitou tal postura. Ele voltou às mesmas cidades e castigou os covardes que recusaram apoiar os servos do Senhor na hora da batalha.

Gerações antes, Josué chamou o povo para tomar uma decisão para Deus e contra os falsos deuses. (Josué 24:14-16). Séculos depois, Elias desafiou o povo indeciso com estas palavras: "Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém, o povo nada lhe respondeu". (1 Reis 18:21).

Hoje, muitas pessoas religiosas que alegam ser discípulos de Cristo demonstram a mesma covardia. Definem suas posições doutrinárias e práticas pelo vento de opiniões. Entendem mais de redes sociais do que de fé, mais de tradição do que de verdade bíblica e mais de modismos religiosos do que de convicções apologéticas de defesa da fé.

O apóstolo Paulo mostrou que o cristão deve sempre definir a sua posição pela palavra de Deus, e não pela opinião da maioria: "Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo". (Gálatas 1:10).

 

Ninguém é perfeito, bons homens e bons cidadãos também tropeçam.

Apesar de sua ilustre carreira militar, Gideão não era perfeito. O povo lhe agradeceu com um presente: argolas de ouro do despojo da batalha. Gideão usou o ouro para fazer uma estola sacerdotal que ele colocou na cidade dele. Não sabemos a intenção dele, mas os resultados são evidentes, foram negativos, incentivando o povo para a idolatria. O povo usou aquela estola como um tipo de ídolo, e logo iniciou o próximo ciclo de apostasia. Leia o relato em Juízes 8:22-35.

Devemos aprender que os nossos erros induzem as pessoas ao nosso redor a cometer esses mesmos erros. Às vezes, bons homens nos ajudam a sair da confusão religiosa, como Gideão ajudou os israelitas a saírem da idolatria. Esses homens podem nos ajudar em muitos sentidos, mostrando como respeitar a palavra de Deus em tudo que fazemos. Mas, eles ainda são homens.

Da mesma forma que Gideão deu o primeiro passo de volta à idolatria, bons homens hoje podem tropeçar e conduzir outros, de volta, à confusão religiosa, à adoração das coisas criadas do que o Criador de todas as coisas.

É uma ironia triste que, ao longo da História, muitos movimentos religiosos que começaram com tentativas de sair dos sistemas errados de denominações humanas, resultaram na criação de novas denominações com suas próprias tradições e falhas humanas. O fato de alguém ter nos ajudado no passado não garante que sempre nos conduzirá no caminho de Deus. Paulo mostrou que bons exemplos ajudam somente quando seguem a Cristo que é o autor e consumador da nossa fé. (1 Coríntios 11:1), e disse: "Julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma (ou aparência) de mal". (1 Tessalonicenses 5:21-22).

 

A grandeza do exemplo e do legado de Gideão.

Gideão será lembrado eternamente como exemplo de fé. (veja Hebreus 11:32). A grandeza desse homem não se encontra na sua força física, nem na sua inteligência, nem na sua autoconfiança. A Bíblia não comenta sobre sua aparência física nem sobre seu jeito de falar, de andar ou de proceder.

Gideão se destacou na História, não por ser um grande homem, mas por ter um grande Deus. Deus é capaz de transformar os fracos, os tímidos e os abatidos para dar grandes vitórias ao seu povo. Como Gideão disse: "O Senhor vos dominará". (Juízes 8:23).

 

Quando 300 homens escolhidos por Deus valem mais que 135.000 soldados bem treinados e preparados pelos homens.

Qual a chance de 300 homens vencerem um exército de 135.000 soldados bem preparados para a guerra? Teoricamente nenhuma. Mas, por mais incrível que possa parecer, essa batalha aconteceu e é considerada como uma das mais impressionantes vitórias já relatadas. Deus escolheu Gideão para estar à frente dessa batalha.

O que muitos se perguntam é: Como eles conseguiram esse feito?

Essa avassaladora vitória é confirmada por historiadores e relatada na Bíblia em Juízes 7:1-8. Um belo exemplo de quando o menos é mais. É incrível como alguns conseguem tirar leite de pedra, enquanto outros com tudo na mão, não chegam a lugar algum.

Essa história nos mostra que é melhor termos ao nosso lado 300 guerreiros escolhidos por Deus do que 135 mil soldados sem compromisso, são apenas profissionais do ofício, ou que se vendiam por dinheiro.

A Bíblia relata que Gideão saiu em busca de guerreiros para lutar contra os 135 mil e voltou frustrado com seu pequeno exército de 32 mil soldados. Com esse inferior contingente, diz a Bíblia, Gideão procurou o conselho de Deus. Ele foi orientado a reunir os seus homens para perguntar quem estava com medo e dispensasse todos que respondessem afirmativamente. Do ponto de vista de quem ainda não entendeu o conceito quando menos é mais, foi uma catástrofe, pois foram dispensados 22 mil homens.

É lógico que o medo existia, mas enquanto uns temiam morrer no campo de batalha outros preferem enterrar a sua existência nos esconderijos da sua vida.

Gideão, agora com 10 mil homens, procurou novamente os conselhos de Deus. Foi quando mais uma vez a lógica do quando o menos é mais foi testada. A intenção agora era saber quem estava de fato focado 100% na batalha e consciente que não poderiam baixar a guarda em hipótese alguma.

Gideão então levou os seus homens para alguns exercícios de batalha e na volta passou por um riacho para que eles pudessem beber água. Todos que colocaram as suas armas de lado e relaxadamente saciaram a sua sede, foram dispensados. Os 300 que sobraram foram aqueles que beberam sem baixar a guarda e se mantiveram alertas a qualquer imprevisto.

Muitas vezes somos levados acreditar que muitos recursos, fazer várias coisas ao mesmo tempo e ter várias pessoas para ajudar é um bom caminho para o sucesso, mas pouco vale ter tudo na mão sem saber de fato com qual medo lutamos.

Uns dos maiores medos da sociedade moderna é o receio de estar perdendo algo e com isso, tentar ser tudo para todos e fazer várias coisas ao mesmo tempo, essa era a lição que Deus estava dando para Gideão ao diminuir seu exército para apenas 300 homens.

Gideão e seus 300 homens não poderiam ter medo. A questão não é não ter medo, mas ter medo do que realmente importa. Com a visão clara das prioridades podemos entender melhor quando menos é mais. Com isso conseguimos manter o foco e a atenção no que realmente vale a pena, não baixando a guarda no campo de batalha. E por último e não menos importante, nos mantermos próximo das nossas armas, ou seja, nossos talentos, habilidades e competências que devem estar sempre ao nosso alcance e sendo afiadas.

Com a visão clara de quando menos é mais acabamos, vendo oportunidades onde a grande maioria não enxerga, além de atrairmos pessoas que realmente podemos contar nas horas difíceis. Tudo começa pela visão do que temos e não do que falta para a batalha. Estudos apontam que aqueles que carecem de inteligência colaborativa tem mais dificuldade em entender esses conceitos.

Basta olharmos para a história e ao nosso redor que vemos que os vitoriosos, não se encontram nas maiorias, mas em grupos restritos que não fogem da batalha. E você, ao lado de quem tem escolhido lutar ? Quem são os seus parceiros e aliados ? É você que os escolhe ou eles quem tem te escolhido ?

Quando qualquer coisa vale, fica mais fácil perdermos a batalha. Exemplos não faltam na Bíblia. Saul não deu crédito ao que o profeta Samuel lhe mandou fazer em nome do Senhor, porém seu sucessor Davi deu crédito em tudo o que o Senhor Deus mandou que ele fizesse e ele foi vitorioso em tudo, nunca perdeu uma guerra contra os inimigos do povo de Deus. O primeiro livro do profeta Samuel relata esta história.

 

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

VITÓRIAS EM MEIO AO SOFRIMENTO

VITÓRIAS EM MEIO AO SOFRIMENTO.

 

Davi no Salmo vinte e dois nos mostra como seria o sofrimento futuro do Messias baseado em um pouco destas experiências que ele próprio já havia passado e ainda passaria por outras mais fortes ainda. Ele declara sua vitória no meio das perseguições e investidas do rei Saul contra ele, para matá-lo, mesmo nunca ter feito qualquer coisa contra o rei. Aliás Davi sempre honrou e defendeu o rei Saul mesmo o rei tendo feito tantos males contra Davi.

 

Quero compartilhar com vocês as palavras importantes de Davi no Salmo vinte e dois. Também vamos meditar no desafio que  Davi  teve para derrotar o gigante Golias que zombava e blasfemava do Deus de Israel, (1 Samuel 17). Davi com uma pedra e em nome do Senhor dos exércitos derrotou aquele gigante e o jogou por terra. Nossa pedra para vencer o gigante Golias de hoje,  que zomba e blasfema do nosso Deus, é a nossa fé,  firme e inabalável, no Senhor Jesus. Então vamos todos com fé sairmos para lutar e vencer o inimigo do povo de Deus.

 

Salmo 22. O Messias sofre, mas triunfa.

1. Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te alongas das palavras do meu bramido e não me auxilias?

2. Deus meu, eu clamo de dia, e tu não me ouves; de noite, e não tenho sossego.

3. Porém tu és Santo, o que habitas entre os louvores de Israel.

4. Em ti confiaram nossos pais; confiaram, e tu os livraste.

5. A ti clamaram e escaparam; em ti confiaram e não foram confundidos.

6. Mas eu sou verme, e não homem, opróbrio dos homens e desprezado do povo.

7. Todos os que me veem zombam de mim, estendem os lábios e meneiam a cabeça, dizendo:

8. Confiou no Senhor, que o livre; livre-o, pois nele tem prazer.

9. Mas tu és o que me tiraste do ventre; o que me preservaste estando ainda aos seios de minha mãe.

10. Sobre ti fui lançado desde a madre; tu és o meu Deus desde o ventre de minha mãe.

11. Não te alongues de mim, pois a angústia está perto, e não há quem ajude.

12. Muitos touros me cercaram; fortes touros de Basã me rodearam.

13. Abriram contra mim suas bocas, como um leão que despedaça e que ruge.

14. Como água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram; o meu coração é como cera e derreteu-se dentro de mim.

15. A minha força se secou como um caco, e a língua se me pega ao paladar; e me puseste no pó da morte.

16. Pois me rodearam cães; o ajuntamento de malfeitores me cercou; traspassaram-me as mãos e os pés.

17. Poderia contar todos os meus ossos; eles veem e me contemplam.

18. Repartem entre si as minhas vestes e lançam sortes sobre a minha túnica.

19. Mas tu, Senhor, não te alongues de mim; força minha, apressa-te em socorrer-me.

20. Livra a minha alma da espada e a minha predileta, da força do cão.

21. Salva-me da boca do leão; sim, ouve-me desde as pontas dos unicórnios.

22. Então, declararei o teu nome aos meus irmãos; louvar-te-ei no meio da congregação.

23. Vós que temeis ao Senhor, louvai-o; todos vós, descendência de Jacó, glorificai-o; e temei-o todos vós, descendência de Israel.

24. Porque não desprezou nem abominou a aflição do aflito, nem escondeu dele o seu rosto; antes, quando ele clamou, o ouviu.

25. O meu louvor virá de ti na grande congregação; pagarei os meus votos perante os que o temem.

26. Os mansos comerão e se fartarão; louvarão ao Senhor os que o buscam; o vosso coração viverá eternamente.

27. Todos os limites da terra se lembrarão e se converterão ao Senhor; e todas as gerações das nações adorarão perante a tua face.

28. Porque o reino é do Senhor, e ele domina entre as nações.

29. Todos os grandes da terra comerão e adorarão, e todos os que descem ao pó se prostrarão perante ele; como também os que não podem reter a sua vida.

30. Uma semente o servirá; falará do Senhor de geração em geração.

31. Chegarão e anunciarão a sua justiça ao povo que nascer, porquanto ele o fez.

O Salmo 22 é um dos mais famosos clamores por socorro que encontramos em todo o Antigo Testamento.

Nele, o salmista Davi suplica por ajuda divina em uma situação de extrema adversidade, na qual se depara com a possibilidade real de sua morte.

A angústia do salmista, além de aguda, é completa. O salmista suplica por ajuda de Deus em uma situação de extremo perigo, na qual se depara com a possibilidade real e a proximidade de sua morte traçada pelo rei Saul.

A angústia do salmista, além de aguda, é sufocante. As tribulações que atravessa afetam todas as esferas relacionais de sua vida: sua percepção acerca do cuidado providencial de Deus está enfraquecida (versos 1-2), seus adversários fazem chacota de sua desgraça (versos 6-8, 12-13, 16-18), e seu vigor emocional é dissipado como vapor, diante da penúria que o acomete. (versos 14-15).

Mas, até mesmo quando se vê abandonado, o salmista interpreta sua experiência à luz de seu relacionamento com Deus: “Meu Deus! Meu Deus! Porquê me abandonaste, porquê me desamparaste?” (Sl 22.1). Ou seja, ainda que sinta-se desamparado, recorre ao Senhor, que o conhece e o chama pelo nome.

Davi recorda-se, então, de que suas circunstâncias não poderiam corromper o caráter do Deus que havia feito uma aliança com seu povo: “Tu, porém, és o Santo, és rei, és o louvor de Israel. Em ti os nossos antepassados puseram a sua confiança; confiaram, e os livraste. Clamaram a ti, e foram libertos; em ti confiaram, e não se decepcionaram”. (Sl 22.3-5). E, justamente porque depositou toda a sua esperança no Senhor, (Sl 22.19-21), o salmista é vindicado perante seus inimigos, de maneira que seu livramento torna-se o paradigma do que Deus fará a todos aqueles que o temem. (Sl 22.22-31).

A ênfase temática de Salmo 22 está em ampla continuidade com o retrato apresentado em Salmo 1. Aqueles que “louvarão o Senhor, tendo vida longa”. (Sl 22.26) participarão da congregação dos justos, que são “como árvores plantadas à beira do rio”. (Sl 1.3).

Não é por acaso que, na longa história da interpretação do saltério, a pessoa descrita no Salmo 22 tenha sido associada ao rei da nação, apresentado anteriormente no Salmo 2. Ambos passam por situações adversas, ambos vivem em fidelidade às promessas de Deus, ambos são exaltados na presença do Senhor. Os Salmos 1 e 2 formam uma introdução dupla a todo o livro e têm uma função hermenêutica importante para o restante do Saltério. No livro dos Salmos, o saltério é mencionado em diversas passagens. No geral, essas passagens encorajam o louvor ao Senhor através de cânticos acompanhados com certos instrumentos, como o saltério. É assim que, por exemplo, o salmista escreve no Salmo 150: “Louvai-o ao som da trombeta; louvai-o com saltério e com harpa”. (Salmo 150:3; Salmo 33:2; 81:2; 92:3; 108:2; 144:9).

E nós mesmos podemos nos apropriar das palavras de Salmo 22, à medida que nos identificamos com o salmista, cuja experiência exemplifica a própria jornada trilhada por todo o povo de Deus, contudo, ninguém viveu a experiência de Salmo 22 como Jesus de Nazaré.

O evangelho de Marcos apresenta Jesus como o representante definitivo do povo de Deus, usando um vocabulário comum ao Saltério: assim como a figura real do Sl 2.2, Jesus é chamado no evangelho de Marcos como “Cristo” e “Filho de Deus”. (Mc 1.11; 8. 29; 9.7; 14.61-62).

Além disso, todos os evangelistas narram a morte de Jesus, destacando que seus sofrimentos representaram, precisamente, a plenitude do Salmo 22. No ápice de sua tribulação, Jesus também foi zombado por sua insistente confiança em Deus, (Mc 15.25-32; Sl 22.6-8), sentiu o choque causado pelo desgaste de seu corpo, (Jo 19.28; Sl 22.15) e teve sua honra pisoteada quando dividiram suas vestes, deixando-o praticamente nú e lançaram sortes por elas. (Mt 27.35; Sl 22.18).

A grande diferença é que, enquanto o salmista teve o privilégio de cantar sobre o livramento do Senhor quando ainda vivo, o hiato entre os versos 18 e 19 de Salmo 22 jamais foi transposto por Jesus no Calvário. Ele clamou por socorro divino, fazendo coro com a prece sincera do salmista  ‘Eloí, Eloí, lamá sabactâni’, que significa ‘Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste, porquê me desamparaste?’ (Mc 15.34), mas a única resposta que recebeu foi a incompreensão daqueles que assistiam a sua dor com curiosidade indiferente. “Bom, ele deve estar pedindo ajuda a Elias”, diziam alguns espectadores. “Seria interessante se isso acontecesse… Vejamos se Elias volta para socorrê-lo”. (Mc 15.35-36). De fato, o Ungido do Senhor teria de permanecer morto por três dias, antes que sua súplica fosse finalmente ouvida. Ninguém viveu a experiência de Salmo 22 como Jesus de Nazaré.

Conforme nos lembramos da paixão de Cristo em isolamento social, a verdade mais urgente que podemos destacar, à luz de Salmo 22, talvez seja esta: ao reviver a história do salmista de forma plena, Jesus Cristo tomou sobre si a manifestação mais cabal do sofrimento humano e sentiu na própria pele o resultado mais profundo da maldade presente no mundo.

Não há quem saiba o que é padecer como Jesus na cruz e, portanto, não há calamidade, nem mesmo a última pandemia que assolou o mundo inteiro,  a respeito da qual ele não se compadeça de nós. (Hb 5.1-10). E isso ele fez para que as mazelas decorrentes de nossa separação fundamental de Deus pudessem finalmente ser superadas. Ele, Jesus, morreu por nós, morreu em nosso lugar, morreu para nos salvar. Depois de três dias Ele ressuscitou e está vivo e vive e reina para sempre.

Ao entregar seus cuidados ao Pai, enquanto absolutamente abandonado na cruz, Cristo Jesus desbravou o caminho do justo com perfeição, mostrando que a herança da glória é daqueles que confiam no Santo de Israel, principalmente quando a paz desaparece do horizonte. Assim, no corpo desfigurado de Cristo, Isaías 53 nos descreve como Ele ficou desfigurado, descobrimos que Deus conhece todos os males que sobrevêm a nós e responde aos problemas do mundo, identificando-se com nossa situação caótica e assegurando a reversão dessa realidade por meio da fidelidade de seu Filho.

De fato, a veracidade das promessas feitas no Sl 22.19-31 é comprovada, de uma vez por todas, no terceiro dia após a morte de Jesus, quando Ele ressuscitou dentre os mortos, tornando-se as primícias dos que dormem. “Mas na realidade Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem”. 1 Coríntios 15.20. Nós somos fruto disso: “Todos os confins da terra se lembrarão e se voltarão para o Senhor, e todas as famílias das nações se prostrarão diante dele, pois do Senhor é o reino; ele governa as nações”. (Sl 22.27-28).

Tão certo quanto a condição caída do mundo encontrou seu clímax na paixão de Cristo, a ressurreição de Jesus concretizou o reinado de Deus sobre a terra e sua vitória sobre a morte, por que Jesus Cristo venceu a morte ao ressuscitar ao terceiro dia.

Antes, porém, era necessário que Cristo obedecesse até a morte, era necessário confiar até a morte. E era necessário que, após a consumação de sua morte, os discípulos passassem mais um tempo sob a densa escuridão do aparente fracasso de Jesus.

Não sabemos até quando padeceremos os efeitos e as últimas consequências do pecado, porque o salário do pecado é a morte. Ninguém está enxergando qualquer luz no fim desse túnel, somente através de Jesus Cristo encontramos a saída, porque Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida. João 14.6.

Deus conhece bem a nossa angústia e a nossa história. Deus sempre tem a resposta, mesmo que pareça tardia. Deus conhece tão bem a nossa insegurança e para Ele, a nossa angústia e sofrimento logo chegam ao Seu trono onde a presença do Espírito Santo é sublime e maravilhosa e o Consolador amado se manifesta para nos socorrer. Podemos passar pelas incertezas terrenas mas sabemos que é Ele que nos acompanha até o outro lado da nossa história.

 

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.