segunda-feira, 17 de abril de 2023

A PERNICIOSA E MALÉFICA IDOLATRIA DOS AMONITAS

A PERNICIOSA E MALÉFICA IDOLATRIA DOS AMONITAS

 

1 Coríntios, 6.9,10.

9. Não sabeis que os injustos não hão de herdar o Reino de Deus?

10. Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus.

Quem eram os Amonitas? Eles tinham alguma coisa, alguma ligação, com Israel ou eram inimigos?

Os amonitas eram os descendentes de Ben-Ami, filho de Ló com sua filha mais nova (Gênesis 19:38). O povo amonita era aparentado dos israelitas. Este parentesco se devia ao fato de Ló ser sobrinho de Abraão, o grande patriarca do povo de Israel.

Israel recebeu ordens divinas para tratar os amonitas com misericórdia (Deuteronômio 2:19). Apesar disto, os textos bíblicos revelam que muitas vezes os amonitas foram um problema para os israelitas. Em diversas ocasiões eles aparecem associados a outros povos em oposição ao povo de Deus.

Os amonitas invadiram e ocuparam o território dos zanzumins. Os Zanzumins eram uma raça de gigantes que habitavam a região a leste do Jordão depois ocupada pelos amonitas que os desalojaram. Eles são identificados com os refains (Deuteronômio 2:20). Eles podem também ser os mesmos que os zunins mencionados em conexão com os refains de Gênesis 14:5.

Esse território ficava a nordeste de Moabe, localizado entre os rios Arnom e Jaboque (Deuteronômio 2:20-37; 3:11). Os amonitas e os moabitas eram povos irmãos, pois Moabe era o outro filho de Ló. O território dos amonitas era protegido por fortificações.

Curiosidades sobre os amonitas. Ao se envolver com uma mulher amonita, o rei Salomão passou a adorar deuses considerados falsos pela Bíblia; A rivalidade entre os amonitas e israelitas durou 18 anos; Das diversas guerras, os amonitas foram derrotados duas vezes: por Eúde e Jefté; Os Amonitas cultuavam um deus chamado Moloque; A explicação da origem dos amonitas existe a partir de um trecho retirado do primeiro livro da Bíblia, em Gênesis, 19:30 38.

O israelita capaz de destronar o poder dos amonitas na região foi Saul, rei de Israel; Os Amonitas e os moabitas tentaram juntos destruir Judá, mas não conseguiram e entraram em conflito mútuo; Os amonitas dominaram boa parte da Palestina.

Os amonitas no tempo da monarquia em Israel. Logo depois de ter sido ungido rei de Israel, Saul derrotou e expulsou os amonitas que, sob a liderança de Naás, tinham cercado Jabes-Gileade (1 Samuel 11:1-11; 12:12). Tempos depois, Naás é citado na Bíblia como tendo sido amigo de Davi (2 Samuel 10:1,2). Talvez essa amizade tenha nascido durante o período em que Davi teve de fugir do rei Saul.

Depois da morte de Naás, seu filho Hanum assumiu o poder e rejeitou a bondade do rei Davi. Ele insultou os servos de Davi e ainda por fim declarou guerra aos israelitas recrutando milhares de guerreiros sírios. Contudo, os amonitas foram derrotados quando Davi enviou exércitos contra eles sob a liderança de Joabe e Abisai. Na sequência os israelitas também capturaram a capital amonita Rabá. (1 Samuel 11:1-11; 12:12-31).

Mas parece que alguns amonitas permaneceram amigos do rei Davi. Inclusive um de seus homens valentes chamado Zeleque, era um amonita (2 Samuel 23:37). Quando Davi precisou fugir de Absalão, o outro filho de Naás, Sobi, lhe prestou auxílio, (2 Samuel 17:27-29).

O rei Salomão se envolveu com as mulheres amonitas. Uma delas, por nome de Naamah, foi mãe de seu filho Roboão (1 Reis 14:21,31; 2 Crônicas 12-13). Mas o envolvimento de Salomão com as mulheres estrangeiras, incluindo as amonitas, foi desastroso. Para agradá-las, ele acabou adorando a falsos deuses. Entre essas divindades estava Milcom, Malcom, mais conhecido como Moloque, o deus nacional dos amonitas. (1 Reis 11:1-33). Salomão chegou a construir altares dedicados a esses falsos deuses que foram destruídos somente com as reformas do rei Josias. (2 Reis 23:13).

Na época do rei Josafá os amonitas formaram uma coalizão com os moabitas e edomitas para atacar Judá. Todavia, Deus os confundiu, e eles acabaram se destruindo mutuamente uns aos outros. (2 Crônicas 20:1-23).

Tempos depois, os filhos de uma mulher amonita conspiraram a morte de Joás, rei de Judá (2 Crônicas 24:26). Durante os reinados de Uzias e Jotão, os amonitas pagavam tributos a Judá (2 Crônicas 26-27). Os amonitas também estavam entre os invasores estrangeiros de Judá nos dias do rei Jeoaquim (2 Reis 24:1-4). Vários profetas do Senhor profetizaram o juízo divino contra os amonitas (Jeremias 49;1-6; Ezequiel 21:20; 25:1-7; Amós 1:13-15; Sofonias 2:8-11).

Quem era Moloque? Moloque era o deus dos amonitas, foi, também, muito adorado na terra de Canaã pelos Judeus, mesmo os Judeus sabendo que era pecado diante de Deus. O culto a Moloque era conhecido pelo sacrifício de crianças. Os israelitas entregavam seus filhos para serem sacrificados a Moloque, porém foram penalizados por Deus por causa dessa idolatria terrível e da matança de seus filhos oferecidos em sacrifícios a Moloque. Levítico 20:2-5.

Quando os israelitas conquistaram Canaã, Deus ordenou a destruição de todos os povos que não se convertessem, para eliminar esses tipos de práticas repugnantes.

No entanto, os israelitas pouparam alguns desses povos e ainda passaram a adorar seus ídolos, construíram altares a Moloque e sacrificaram seus filhos a esse ídolo.

Jeremias 32:35 Mostra que o vale de Ben-Hinom, perto de Jerusalém, se tornou um dos lugares principais onde crianças eram queimadas vivas para Moloque. Os sacerdotes do templo dedicado a adoração a Moloque aqueciam o máximo possível as fornalhas que eram como bacias no meio das pernas daquela imagem gigante e ali jogavam as crianças vivas em sacrifícios a Moloque; para os pais não ouvirem os terríveis gritos das criança sendo queimadas vivas, eles mandavam rufar os tambores e aquele grande barulho sufocavam os gritos das crianças.

Mais tarde, o rei Josias destruiu o santuário de Moloque em Ben-Hinom, que passou a ser usado como lugar para queimar lixo. (Esse é o local literal em que a Bíblia diz que o fogo não apaga).

2 Reis 23:10. No entanto, o sacrifício de crianças a Moloque não foi completamente eliminado e essa foi uma das razões por que os judeus foram castigados com o exílio.

O que era Moloque? Moloque era um deus dos amonitas, que era adorado na terra de Canaã. O culto a Moloque ficou conhecido pelo sacrifício de crianças em honra ao ídolo. Na Bíblia, Deus proibiu a adoração a Moloque e a qualquer outros deuses das nações porque Deus é o único Deus criador dos céus e da terra e o Deus vivo dos Hebreus e de Israel.

Os povos da terra de Canaã adoravam vários deuses falsos. Moloque era um desses deuses, associado ao povo amonita. O ritual mais notório era o da adoração a Moloque através do sacrifício de crianças, que eram queimadas vivas no fogo para, segundo a tradição dos amonitas, agradar ao deus Moloque. Além disso, o culto a Moloque provavelmente envolvia as práticas típicas de outros rituais pagãos como a prostituição, a imoralidade sexual em todo o seu contexto, as mulheres cultuais realizavam cerimônias rituais com sexo explícito no templo de Moloque, elas eram obrigadas a estar à disposição de todos os que iam adorar a Moloque e aquele ato era oferecido em idolatria ao deus dos amonitas.

Moloque e os israelitas. Deus proibiu por completo a adoração a Moloque, especialmente o sacrifício de crianças (Levítico 20:2-5). Essa prática era horrenda e Deus não queria que nenhuma criança morresse desse jeito. Quando os israelitas conquistaram Canaã, Deus ordenou a destruição de todos os povos que não se convertessem, para eliminar esse tipo de práticas repugnantes no meio de Israel.

No entanto, os israelitas não eliminaram todos esses povos e suas práticas. Pelo contrário, muitos passaram a adorar os deuses falsos, incluindo Moloque  Eles construíram altares a Moloque e sacrificaram seus filhos a esse ídolo. Jeremias 32:35.

Grandes multidões de Hebreus e de outros povos dominados pelos amonitas se dirigiam ou eram obrigados a ir prestar culto a Moloque no vale de Ben-Hinom, perto de Jerusalém, e aquele lugar tornou-se um dos lugares principais onde crianças eram queimadas vivas para Moloque.

Mais tarde, o rei Josias destruiu o santuário de Moloque em Ben-Hinom, que passou a ser usado como lugar para queimar lixo (2 Reis 23:10). No entanto, o sacrifício de crianças a Moloque não foi completamente eliminado e essa foi uma das razões por que os judeus foram castigados com o exílio.

Israel foi levada para a escravidão por causa da idolatria.

A Idolatria de Israel e suas consequências.  Disse Deus: “Não temais; vós tendes cometido todo este mal; porém não vos desvieis de seguir ao SENHOR, mas servi ao SENHOR com todo o vosso coração. E não vos desvieis; pois seguiríeis as vaidades, que nada aproveitam e tampouco vos livrarão, porque vaidades são”.  1Sm 12.20,21.

Toda e qualquer idolatria é um pecado que o povo de Deus comete ao oferecer sacrifício e adoração aos ídolos e não a Deus. Através da sua história o povo de Deus cometia repetidamente esta transgressão diante de Deus. O primeiro caso registrado ocorreu na família de Jacó (Israel). Pouco antes de chegar a Betel, Jacó ordenou a remoção de imagens de deuses estranhos que o seu povo estava carregando escondido dele entre os seus pertences. (Gn 35.1-4). O primeiro caso registrado na Bíblia em que Israel, de modo global, envolveu-se com idolatria foi na adoração do bezerro de ouro, enquanto Moisés estava no monte Sinai. (Êx 32.1-6). Durante o período dos juízes, o povo de Deus frequentemente se voltava para os ídolos. Embora não haja evidência de idolatria nos tempos de Saul ou de Davi, o final do reinado de Salomão foi marcado por frequente idolatria em Israel (1Rs 11.1-10). Na história do reino dividido, todos os reis do Reino do Norte (Israel) foram idólatras, bem como muitos dos reis do Reino do Sul, (Judá). Somente depois do exílio, é que cessou o culto idólatra entre os judeus.

Por que a idolatria era tão fascinante aos israelitas? Há vários fatores implícitos.

1) As nações pagãs que circundavam Israel criam que a adoração a vários deuses era superior à adoração a um único Deus. Noutras palavras: quanto mais deuses, melhor. O povo de Deus sofria influência dessas nações e constantemente as imitava, ao invés de obedecer ao mandamento de Deus, no sentido de se manter santo e separado delas.

2) Os deuses pagãos das nações vizinhas de Israel não requeriam o tipo de obediência que o Deus de Israel requeria. Por exemplo, muitas das religiões pagãs incluíam imoralidade sexual religiosa no seu culto, tendo para isso prostitutas cultuais. Essa prática, sem dúvida, atraía muitos em Israel. Deus, por sua vez, requeria que o seu povo obedecesse aos altos padrões morais da sua lei, sem o que, não haveria comunhão com Ele.

3) Por causa do elemento demoníaco da idolatria ela, às vezes, oferecia, em bases limitadas, benefícios materiais e físicos temporários. Os deuses da fertilidade prometiam o nascimento de filhos; os deuses do tempo (sol, lua, chuva etc.), prometiam as condições apropriadas para colheitas abundantes e os deuses da guerra prometiam proteção dos inimigos e vitória nas batalhas. A promessa de tais benefícios fascinava os israelitas; daí, muitos se dispunham a servir aos ídolos.

A natureza pecaminosa da idolatria.

Não se pode compreender a atração que exercia a idolatria sobre o povo, a menos que compreendamos sua verdadeira natureza.

1) A Bíblia deixa claro que o ídolo em si, nada é (Jr 2.11; 16.20). O ídolo é meramente um pedaço de madeira ou de pedra, esculpido por mãos humanas, que nenhum poder tem em si mesmo. Samuel chama os ídolos de “vaidades” (12.21), e Paulo declara expressamente: “sabemos que o ídolo nada é no mundo” (1Co 8.4; cf. 10.19,20). Por essa razão, os salmistas (Sl 115.4-8; 135.15-18) e os profetas (1Rs 18.27; Is 44.9-20; 46.1-7; Jr 10.3-5) frequentemente zombavam dos ídolos.

2) Por trás de toda idolatria há demônios, que são seres sobrenaturais controlados pelo diabo. Tanto Moisés ( Dt 32.17) quanto o salmista (Sl 106.36,37) associam os falsos deuses com demônios. Notemos também o que Paulo diz na sua primeira carta aos coríntios a respeito de comer carne sacrificada aos ídolos: “as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios e não a Deus” (1Co 10.20). Noutras palavras, o poder que age por detrás da idolatria é o dos demônios, os quais têm muito poder sobre o mundo e os que são deles. O cristão sabe com certeza que o poder de Jesus Cristo é maior do que o dos demônios. Satanás, como “o deus deste século”, (2Co 4.4), exerce vasto poder nesta presente era iníqua. (1Jo 5.19. ( Lc 13.16; Gl 1.4; Ef 6.12; Hb 2.14). Ele tem poder para produzir falsos milagres, sinais, maravilhas e prodígios da mentira, (2Ts 2.9; Ap 13.2-8,13; 16.13-14; 19.20), além de proporcionar às pessoas benefícios físicos e materiais.  Sem dúvida nenhuma, esse poder contribui, às vezes, para a prosperidade dos ímpios. ( Sl 10.2-6; 37.16, 35; 49.6; 73.3-12).

3) A correlação entre a idolatria e os demônios vê-se mais claramente quando percebemos a estreita vinculação entre as práticas religiosas pagãs e o espiritismo, a magia negra, a leitura da sorte, a feitiçaria, a bruxaria, a necromancia e coisas semelhantes. ( 2Rs 21.3-6; Is 8.19; Dt 18.9-11; Ap 9.21). Segundo as Escrituras Sagradas, todas essas práticas ocultistas envolvem submissão e culto aos demônios. Quando, por exemplo, Saul pediu à feiticeira de Endor que fizesse subir Samuel dentre os mortos, o que ela viu ali foi um espírito (maligno) subindo da terra, representando Samuel (28.8-14), ela viu um demônio subindo do inferno.

4) O Novo Testamento declara que a cobiça é uma forma de idolatria (Cl 3.5). A conexão é óbvia, pois os demônios são capazes de proporcionar benefícios materiais. Uma pessoa insatisfeita com aquilo que tem e que sempre cobiça mais, não hesitará em obedecer aos princípios e vontade desses seres sobrenaturais que conseguem para tais pessoas aquilo que desejam. Embora tais pessoas talvez não adorem ídolos de madeira e de pedra, entretanto adoram os demônios que estão por trás da cobiça e dos desejos maus; logo, tais pessoas são idólatras. Dessa maneira, a declaração de Jesus: “Não podeis servir a Deus e a Mamom (as riquezas)”, (Mt 6.24), é basicamente a mesma que a admoestação de Paulo: “Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios”. (1Co 10.21).

Deus não tolera nenhuma forma de idolatria.

1) Ele advertia frequentemente contra ela no Antigo Testamento.

(a) Nos dez mandamentos, os dois primeiros mandamentos são contrários diretamente à adoração a qualquer deus que não seja o Senhor Deus de Israel. ( Êx 20.3,4).

(b) Esta ordem foi repetida por Deus noutras ocasiões. ( Êx 23.13, 24; 34.14-17; Dt 4.23,24; 6.14; Js 23.7; Jz 6.10; 2Rs 17.35,37,38).

(c) Vinculada à proibição de servir outros deuses, havia a ordem de destruir todos os ídolos e quebrar as imagens de nações pagãs na terra de Canaã. (Êx 23.24; 34.13; Dt 7.4,5; 12.2,3).

2) A história dos israelitas foi, em grande parte, a história da idolatria. Deus muito se irou com o seu povo por não destruir todos os ídolos na Terra Prometida. Ao contrário, passou a adorar os falsos deuses. Daí, Deus castigar os israelitas, permitindo que seus inimigos tivessem domínio sobre eles.

(a) O livro de Juízes apresenta um ciclo constantemente repetido, em que os israelitas começavam a adorar deuses-ídolos das nações que eles deixaram de conquistar. Deus permitia que os inimigos os dominassem; o povo clamava ao Senhor; o Senhor atendia o povo e enviava um juiz para libertá-lo.

(b) A idolatria no Reino do Norte continuou sem dificuldade por quase dois séculos. Finalmente, a paciência de Deus esgotou-se e Ele permitiu que os assírios destruíssem a capital de Israel e removeu dali as dez tribos (2Rs 17.6-18).

(c) O Reino do Sul (Judá) teve vários reis que foram tementes a Deus, como Ezequias e Josias, mas por causa dos reis ímpios como Manassés, a idolatria se arraigou na nação de Judá (2Rs 21.1-11). Como resultado, Deus disse, através dos profetas, que Ele deixaria Jerusalém ser destruída (2Rs 21.10-16). A despeito dessas advertências, a idolatria continuou, ( Is 48.4,5; Jr 2.4-30; 16.18-21; Ez 8), e, finalmente, Deus cumpriu a sua palavra profética por meio do rei Nabucodonosor de Babilônia, que capturou Jerusalém, incendiou o templo e saqueou a cidade. (2Rs 25).

3) O Novo Testamento também adverte todos os crentes contra a idolatria.

(a) A idolatria manifesta-se de várias formas hoje em dia. Aparece abertamente nas falsas religiões mundiais, bem como na feitiçaria, no satanismo e noutras formas de ocultismo. A idolatria está presente sempre que as pessoas dão lugar à cobiça e ao materialismo, ao invés de confiarem em Deus somente. Finalmente, ela ocorre dentro da igreja, quando seus membros acreditam que, a um só tempo, poderão servir a Deus, desfrutar da experiência da salvação e as bênçãos divinas, e também participar das práticas imorais e ímpias do mundo.

(b) Daí, o Novo Testamento nos admoesta a não sermos cobiçosos, avarentos, nem imorais (Cl 3.5; Mt 6.19-24; Rm 7.7; Hb 13.5,6) e, sim, a fugirmos de todas as formas de idolatria. (1Co 10.14; 1Jo 5.21).

Deus reforça suas advertências com a declaração de que aqueles que praticam qualquer forma de idolatria não herdarão o seu reino. (1Co 6.9,10; Gl 5.20,21; Ap 22.15).

Vamos citar dez reis de Israel e Judá que fizeram o que era reto perante os olhos de Deus. Antes da divisão das tribos, Israel foi reinada por 3 reis, depois da divisão, Israel e Judá tiveram 40 reis. Destes 43, somente 10 tiveram um reinado que agradou a Deus. Mas mesmo entre estes dez, alguns não reinaram como realmente Deus queria.

1º Rei Davi (Rei de Israel, quando ainda as doze tribos eram unificadas), reinou 40 anos. Davi sem dúvidas é o primeiro da nossa lista. O homem segundo coração de Deus (1 Samuel 13.14), que mais marcou a história de Israel. Foi ele o segundo rei, quando ainda o reino era unificado. O versículo de Atos 13:22 nos diz: “E, quando este foi retirado, levantou-lhes como rei a Davi, ao qual também deu testemunho, e disse: Achei a Davi, filho de Jessé, homem conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade”. Apesar dos erros, Davi exerceu um reinado reto aos olhos de Deus. Davi reinou 40 anos sobre Israel, tendo ainda o reino unificado. (2 Samuel 5.4).

2º Rei Asa (Rei de Judá), reinou 41 anos. Asa deu início ao seu reinado mediante a idolatria; ele à aboliu e renovou o pacto com o Senhor (2 Crônicas 15.1-19); tirou da terra os sodomitas, e removeu todos os ídolos que seus pais fizeram (1 Reis 15.12), Destruiu o ídolo Asera que Maaca, sua mãe adorava (1 Reis 15.13) e fez o que era reto aos olhos do Senhor, como Davi seu pai (1 Reis 15.11). Asa reinou 41 anos sobre Judá. (2 Crônicas 16.13).

3º Josias (Rei de Judá), reinou 31 anos. Começou a reinar com 8 anos de idade (2 Crônicas 34.1, 2 Reis 22.1), repara o templo do Senhor (2 Reis 22.1-7), ajuntou todo o povo e renovaram o pacto do Senhor (2 Reis 23.1-14) e fez o que era reto aos olhos do Senhor; e andou em todo o caminho de Davi, seu pai, e não se apartou dele nem para a direita nem para a esquerda (2 Reis 22.2). Josias reinou 31 anos sobre Judá. (2 Crônicas 34.1).

4º Ezequias (Rei de Judá), reinou 29 anos. “Ele tirou os altos, quebrou as estátuas, deitou abaixo os bosques, e fez em pedaços a serpente de metal que Moisés fizera”. (2 Reis 18.4), “depois dele não houve quem lhe fosse semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele”. (2 Reis 18.5) “E fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera Davi, seu pai”. (2 Reis 18.3). Ezequias reinou 29 anos sobre Judá. (2 Crônicas 29.1).

Josafá (Rei de Judá), reinou 25 anos. Josafá sempre teve o cuidado em instruir o povo de Deus, (2 Crônicas 17.1-19), ”...buscou ao Deus de seu pai, andou nos seus mandamentos, e não segundo as obras de Israel”. (2 Crônicas 17.4), “...tirou os altos e os bosques de Judá”. (2 Crônicas 17.6) “E andou no caminho de Asa, seu pai, e não se desviou dele, fazendo o que era reto aos olhos do Senhor”. (2 Crônicas 20.32). Josafá reinou 25 anos sobre Judá. (2 Crônicas 20.31).

6º Uzias (Rei de Judá), reinou 52 anos. Uzias, ou Azarias, tinha dezesseis anos quando começou a reinar sobre Judá “e fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera Amazias, seu pai”. (2° Reis 15.3), porém “...os altos não foram tirados; porque o povo ainda sacrificava e queimava incenso nos altos”. (2 Reis 15.4). Por este motivo “...o Senhor feriu o rei, e ficou leproso até ao dia da sua morte”. (2 Reis 15.5). Uzias reinou 52 anos sobre Judá. (2 Reis 15.2).

7º  Joás (Rei de Judá), reinou 40 anos. “Tinha Joás sete anos de idade quando começou a reinar...”. (2 Crônicas 24.1). Mandou reparar o templo (2 Crônicas 24.4), “...fez Joás o que era reto aos olhos do Senhor...”. (2 Crônicas 24.2), mas teve envolvimento com a idolatria, e Joás sofreu o Juízo de Deus. (2 Crônicas 24.17-27). Joás reinou 40 anos sobre Judá. (2 Crônicas 24.1).

8º Jotão (Rei de Judá), reinou 16 anos. Jotão “...fez o que era reto aos olhos do Senhor; fez conforme tudo quanto fizera seu pai Uzias”. (2 Reis 15.34) e “Assim se fortificou Jotão, porque dirigiu os seus caminhos na presença do Senhor seu Deus". (2 Crônicas 27.6), porém “Tão-somente os altos não foram tirados; porque o povo ainda sacrificava e queimava incenso nos altos. ...”. (2 Reis 15.35). Jotão reinou 16 anos sobre Judá. (2 Reis 15.33).

9º Amazias (Rei de Judá), reinou 29 anos. Amazias “... fez o que era reto aos olhos do Senhor...”. (2 Crônicas 25.2 a), “...porém não com inteireza de coração”. (2 Crônicas 25.2 b), “Então a ira do Senhor se acendeu contra Amazias...”. (2 Crônicas 25.15). Amazias reinou 29 anos sobre Judá. (2 Crônicas 25.1).

10° Salomão (Rei de Israel, quando ainda o reino era unificado), reinou 40 anos. Salomão foi escolhido por Deus para ser sucessor de Davi seu pai sobre o reinado de Israel (1 Crônicas 22. 9-10), “...em Gibeom apareceu o Senhor a Salomão de noite em sonhos; e disse-lhe Deus: Pede o que queres que eu te dê”. (1 Reis 3.5) e Salomão pediu um “...coração entendido para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal”. (1 Reis 3.9) “e era ele ainda mais sábio do que todos os homens...”. (1 Reis 4.31). Foi Salomão quem edificou um Templo ao Senhor. (1 Reis 6.2).

Porém Salomão começou a se envolver com culturas fora de Israel, casou-se com a filha pagã do Faraó do Egito (1 Reis 3.1), “...amou muitas mulheres estrangeiras...”, (1 Reis 11.1), “E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração”. (1 Reis 11:3). “Assim disse o Senhor a Salomão: Porquê houve isto em ti, que não guardaste a minha aliança e os meus estatutos sobre Israel? No tempo do reinado unificado, (1 Reis 11.42), Salomão deveria ter dado o exemplo de fidelidade a Deus, mas mesmo assim foi considerado um rei temente a Deus.

Depois de Salomão, seu filho Roboão reinou em seu lugar fazendo tudo o que era mau aos olhos do Senhor e houve a divisão das tribos de Israel. Só duas ficaram com Roboão e dez acompanharam Jeroboão que estabeleceu o seu reinado em Samaria.

Atualmente Moloque continua sendo adorado, só que de uma forma diferente. Na verdade podemos afirmar que Moloque tem sido adorado através do aborto pelo mundo afora e através de outras entidades satânicas que fazem sacrifícios de crianças. 

O aborto é a forma moderna em que crianças têm sido assassinadas e, como tal, essa é uma prática repudiada pelo Senhor.
Abortar é tirar a vida de um ser humano que não tem nem como se defender porque ainda não nasceu, visto que a Bíblia ensina que a vida começa na concepção. Deus nos forma quando estamos ainda no ventre da nossa mãe (“Tu criaste cada parte do meu corpo; tu me formaste na barriga da minha mãe”. Salmos 139:13). O profeta Jeremias e o apóstolo Paulo foram chamados por Deus antes deles terem nascido, (“Antes do seu nascimento, quando você ainda estava na barriga da sua mãe, eu o escolhi e separei para que você fosse um profeta para as nações”. Jeremias 1:5); “Porém Deus, na sua graça, me escolheu antes mesmo de eu nascer e me chamou para servi-lo”. (Gálatas 1:15)

Vale a pena ressaltar que, à luz da ciência e da Bíblia, uma criança não nascida é um ser completamente formado. Toda a informação genética já foi recebida no momento da concepção. Uma criança não nascida é uma pessoa completamente distinta da sua mãe. O bebê desenvolve todas as suas características humanas quando está no ventre. Os cromossomos de uma criança não nascida são únicos, seu DNA é único, sua impressões digitais são únicas. Toda pessoa é uma criação singular de Deus. Jamais voltará a vida de uma criança não nascida tirada por um aborto, isto posto, abortar a vida de uma criança é desobedecer descaradamente o 6º mandamento, Êxodo Capítulo 20. De acordo com a Bíblia e diante das leis de diversos países é considerado crime hediondo.

O assassinato de crianças indefesas vem de muito tempo. Na verdade, desde a antiguidade as nações têm matado crianças recém-nascidas oferecendo-as aos seus deuses. Moloque foi um destes. Esse ídolo do passado, deus dos amonitas, foi adorado na terra de Canaã e era venerado através do sacrifício de crianças.

Moloque era representado de diversas maneiras.

Às vezes, suas mãos encontravam-se bem rentes ao chão para facilitar o acolhimento de suas vítimas. Em outras ocasiões achavam-se elas de tal forma postadas que, tão logo recebiam as oferendas, em sua maioria crianças recém-nascidas, deixavam-nas cair numa fornalha onde eram carbonizadas. Há também representações e relatos de que algumas estátuas de Moloque tinham a forma de um corpo humano com a cabeça de boi, sendo que o ventre da estátua era um lugar onde o fogo era aceso e crianças queimadas vivas.

Não é a toa que as Escrituras retratam a reprovação de crime tão hediondo como este.

Levítico 18:21 “Não oferecerás a Moloque nenhum dos teus filhos, fazendo-o passar pelo fogo; nem profanarás o nome de teu Deus. Eu sou o Senhor”.

Levítico 20:2 “Também dirás aos filhos de Israel: Qualquer dos filhos de Israel, ou dos estrangeiros peregrinos em Israel, que der de seus filhos a Moloque, certamente será morto; o povo da terra o apedrejará”.

1 Reis 11:7 “Nesse tempo edificou Salomão um alto a Quemós, abominação dos moabitas, sobre e monte que está diante de Jerusalém, e a Moloque, abominação dos amonitas”.

2 Reis 23:10 “Profanou a Tofete, que está no vale dos filhos de Hinom, para que ninguém fosse passar seu filho ou sua filha pelo fogo a Moloque”.

Jeremias 32:35 “Também edificaram os altos de Baal, que estão no vale do filho de Hinom, para fazerem passar seus filhos e suas filhas pelo fogo a Moloque; o que nunca lhes ordenei, nem me passou pela mente, que fizessem tal abominação, para fazerem pecar a Judá”.

Atos 7:43 “Antes carregastes o tabernáculo de Moloque e a estrela do deus Renfã, figuras que vós fizestes para adorá-las. Desterrar-vos-ei pois, para além da Babilônia”.

A palavra de Deus nos adverte que quem não adora a Deus em espírito e em verdade, não entrará no reino dos céus.

Apocalipse 21.8

8. Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte.

Hoje muitos líderes evangélicos estão carregando a cruz para dentro dos templos, em flagrante idolatria diante de Deus e liberando o seu uso para os fiéis, esqueceram que a cruz é adorada como um dos mais fortes ídolos do catolicismo romano. O dia conhecido como “sexta-feira da paixão” é dedicado exclusivamente para adoração da cruz e do ósculo “santo" obrigatório que todos devem dar no madeiro de uma cruz sem a imagem do corpo, exposta nas igrejas católicas nas missas de adoração da cruz.

A data universal de adoração da cruz foi estabelecida desde 13 de setembro de 335 D.C quando foram consagradas em Jerusalém duas igrejas em memória da cruz, a da Ressurreição e a do Martyrium. No dia seguinte, com uma cerimônia solene, houve a ostensão da Cruz, que a Imperatriz Helena havia encontrado, em 14 de setembro de 320. Mas o dia de sexta-feira da paixão tornou-se um dia de adoração à “Santa Cruz” num cerimonial todo completo de adoração e veneração da “Santa Cruz” e somente para ela, não tendo nenhum outro objetivo ou ofício sacerdotal naquele dia nas igrejas católicas.

A Bíblia nos diz em Apocalipse 22.14-17, que devemos permanecer em santificação e adoração ao único Deus criador dos céus e da terra.

14. Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas.

15. Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira.

16. Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas. Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a resplandecente Estrela da manhã.

17. E o Espírito e a esposa dizem: Vem! E quem ouve diga: Vem! E quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

segunda-feira, 10 de abril de 2023

NOSSA FÉ ESTÁ BASEADA EM JESUS E NÃO NA IDOLATRIA DA CRUZ

NOSSA FÉ ESTÁ BASEADA EM JESUS E NÃO NA IDOLATRIA DA CRUZ

 

Nossa fé está baseada em Jesus e não na idolatria da cruz.

O que é idolatria na Bíblia? Idolatria é a adoração a ídolos que implica em tudo aquilo que se coloca no lugar da adoração a Deus. Quando estudamos o que é idolatria, percebemos que sua pratica é um pecado claramente repreendido e punido por Deus em toda a Bíblia.

Destacamos aqui a história bíblica de um rei, dentre outros, que foi infiel a Deus e mesmo sendo alertado pelo profeta Elias, não ouviu a voz do Senhor Deus e ainda tentou várias vezes matar o profeta de Deus.

Na morte do rei Acabe se cumpriu exatamente a profecia dita pelo profeta Elias, de que os cães lamberiam seu sangue (1Rs 22:38). Acabe foi sepultado em Samaria, e seu filho Acazias reinou em seu lugar sobre Israel.

O rei Acabe e Jezabel. Num casamento com finalidade política, o rei Acabe se casou com Jezabel. Na ocasião, foi feita uma aliança com Etbaal, pai de Jezabel e rei dos sidônios. (1Rs 16:31). Tal aliança trouxe vantagens comerciais para Israel. O grande problema foi que, junto com as vantagens comerciais, também vieram as práticas pagãs da princesa dos sidônios. Jezabel trouxe para dentro de Israel a idolatria que fazia oposição à adoração ao Senhor Deus de Israel.

Jezabel acabou conseguindo envolver o seu marido, o rei Acabe, e o culto a Baal-Melcarte e Aserá se tronou comum em Israel, contando até com um templo dedicado a Baal em Samaria, que agregava numerosos sacerdotes.

Posteriormente, Jezabel promoveu uma grande perseguição aos profetas do Senhor, matando-os sem piedade, e os altares de adoração a Deus foram derrubados. Nesse período o profeta Elias precisou fugir, e Obadias, um ministro de Acabe, acabou conseguindo esconder cem profetas, porém todos os outros foram mortos a mando de Jezabel. (1Rs 18:3,4).

A influência pagã era tão grande em Israel, que tal prática acabou ameaçando até mesmo Judá, o reino do Sul, quando a filha do rei Acabe, Atalia, casou-se com Jeorão, filho do rei Josafá.

Acabe e Elias. O rei Acabe encontrou no ministério do profeta Elias seu grande opositor. Elias denunciava ativamente suas práticas reprováveis. O caso da vinha de Nabote exemplifica perfeitamente o fracasso do rei Acabe em defender a Lei e a justiça.

Na ocasião em que a vinha de Nabote foi tomada de forma inescrupulosa, o profeta Elias profetizou sobre o declínio e o completo extermínio da casa de Acabe. (1Rs 21:20-24; 2Rs 9:7-26).

A idolatria instalada durante o reinado do rei Acabe influenciou de alguma forma as gerações posteriores, de modo que até mesmo o profeta Oséias, (Os 1:4) e o profeta Miquéias (Mq 6:16), denunciaram tal prática.

O que significa idolatria? A palavra idolatria significa “culto a ídolos”. Essa palavra é uma transliteração do termo grego eidololatria, formado por duas palavras: eidolon e latreia.

A primeira palavra, “eidolon”, significa “imagem” ou “corpo”, no sentido de representação da forma de algo ou alguém, seja imaginário ou real. Essa palavra deriva do grego eido, que significa “ver”, “perceber com os olhos”, “conhecer” ou “saber a respeito”, sobretudo transmitindo a ideia de “olhar para algo” e “saber por ver”.

A segunda palavra é “latréia”, e significa “serviço sagrado” no sentido de “prestar culto” ou “adorar”. Quando unimos esses conceitos, podemos entender o significado da palavra idolatria.

Assim, a idolatria implica no culto ou adoração a algo ou alguém, tanto material como imaterial, real ou imaginário, que caracteriza a atribuição de honra a falsos deuses, sobretudo pela materialização de tais objetos de adoração em produtos fabricados pelo próprio homem.

O que é um ídolo? É apenas uma imagem de escultura? Apesar da imagem de escultura ser a principal representação das práticas idólatras, a idolatria vai muito além do que simplesmente adorar imagens.

Qualquer coisa pode se tornar um ídolo para o homem caído no pecado, como por exemplo, um estilo de vida, um emprego, um carro, uma marca comercial, o dinheiro, filosofias humanas (como o naturalismo, o humanismo e o racionalismo), práticas ocultas e espiritualistas, como por exemplo também a adoração de objetos como a cruz que Jesus foi crucificado nela, dentre tantos outros objetos adorados e idolatrados.

Assim, devemos entender que um ídolo é tudo aquilo que obtém a lealdade e a honra que pertencem exclusivamente a Deus. (Is 42:8).

Falando especialmente sobre imagem de escultura, a Bíblia ensina que qualquer imagem é uma simples obra humana, uma mera imitação formada a partir de matéria sem vida, que não pode ouvir, falar, enxergar ou se mover. (Sl 115; Am 5:26; Os 13:2; Is 2:8), e, portanto, sua adoração é uma loucura perante Deus.

A adoração a ídolos reflete tamanha ignorância humana que, em Isaías 41:6, lemos que as pessoas ajudam umas às outras na fabricação de ídolos em sua rebelião contra Deus, porém tais ídolos são impotentes diante do Deus Soberano, e não podem livrar tais pessoas do juízo de Deus.

No Antigo Testamento, o povo de Israel, por exemplo, chegou a levantar imagens e eleger símbolos como alvos de adoração em representação a Deus, mas tal prática não foi aprovada pelo Senhor. (1Rs 12:26-33; 2Rs 18:4; Am 4:4,5; Os 10:5-8).

O apóstolo Paulo escreveu dizendo que o ídolo “nada é no mundo”, mas que por trás da adoração aos ídolos existe uma adoração demoníaca. (1Co 8:4; 10:19,20). Na prática seria como dizer que atrás de cada ídolo tem um demônio.

Vejam bem que não estou nas minhas postagens me referindo às artes bíblicas que são apresentadas em peças teatrais nas igrejas, em público, em encenações sobre Jesus nos colégios e faculdades, nos teatros,  em encenações e cenários sobre a paixão, morte e ressurreição de Jesus nos templos de quaisquer linhagens teológicas ou em qualquer lugar. O que não exime as pessoas das suas responsabilidades em não ultrapassar os limites estabelecidos pela bíblia sobre o assunto.

Estou tratando objetivamente sobre a idolatria da adoração à cruz em que Jesus foi pregado e executado nela, quando deveria ser adoração somente a Jesus.

Quando alguém adora a cruz é idolatria? Claro que sim. Quando alguém adora a Jesus está adorando o Filho do Deus vivo que veio ao mundo para nos salvar, está adorando a Deus em espírito e em verdade.

Quando a Bíblia refere-se sobre “o Cristo crucificado” está, na verdade nos informando que Ele, Jesus, é o Senhor, o Enviado de Deus, que Ele é o Messias prometido, que Ele é o nosso Salvador. Ele morreu crucificado pelos homens e pela maldade dos homens religiosos de seu tempo.

Quando a Bíblia nos mostra a verdade de Jesus Cristo crucificado, ela está nos informando a importância do sacrifício substitutivo de Jesus na cruz do calvário, e não a importância do peso da cruz que Jesus carregou. Ele nos substituiu naquela cruz, Ele morreu em nosso lugar.

Quantos que foram condenados por morte de cruz e tiveram que, também, carregar a sua própria cruz. Foram muitos, inclusive alguns dos apóstolos. Então nós temos que valorizar é o sacrifício vicário de Jesus no calvário e não a cruz em que Ele foi pregado nela. Todos nós estávamos condenados à morte e Jesus morreu em nosso lugar.

Colossenses 1.17-23.

17. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.

18. E ele é a cabeça do corpo da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência, (e não a cruz),

19. porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse (e não na cruz),

20. e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele (e não da cruz) reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus.

21. A vós também, que noutro tempo éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora, contudo, vos reconciliou

22. no corpo da sua carne, pela morte, para, perante ele, vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis,

 23. se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro.

Aos olhos do incrédulo também é uma loucura que a mensagem da cruz seja uma fonte de poder, porque não é a cruz que é a fonte de poder mas Jesus Cristo o Filho de Deus que foi pregado nela e a mensagem do evangelho de Jesus que salva, cura, liberta, e batiza com o Espírito Santo o mais terrível pecador.

Jesus Cristo foi pregado na cruz cumprindo o que Deus disse em Gênesis 3.15. É possível então falar de poder já que tudo parecia perdido? Jesus Cristo sofreu as aflições e a vergonha da cruz para nos salvar e ao terceiro dia ressuscitou dentre os mortos.

Entretanto, o apóstolo Paulo ainda declara: “Pois, visto que na sabedoria de Deus, o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os perdidos pecadores pela loucura da pregação do evangelho de Jesus e não pelo evangelho da cruz.

E continua o Apóstolo Paulo nos ensinando com a unção do Espírito Santo.

“Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, (pregamos a Cristo e não a cruz), poder de Deus, e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens, Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção”. (1 Coríntios 1:21-25,30). Já “Havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz”, ou seja, pelo sangue de Jesus derramado naquela dura cruz.  (Colossenses 1:20).

A mensagem da cruz é loucura ou tem poder de Deus nela? Vamos entender o que o apóstolo Paulo queria dizer.

O sacrifício de Jesus na cruz do calvário foi um plano de Deus, porque nossos primeiros pais, Adão e Eva pecaram e foram lançados fora do Jardim do Édem. Foi Deus quem arquitetou tudo desde Gênesis 3.15 para salvar a humanidade da perdição eterna, porque o homem havia pecado e o pecado gerou a morte, o próprio Apóstolo Paulo disse que todos pecaram, herdaram a natureza do pecado original, e destituídos estão da glória de Deus.

A cruz foi invenção do ser humano para matar os mais terríveis bandidos nos séculos passados. Jesus foi sacrificado nela como se fosse o mais perverso dos bandidos de todos os tempos da humanidade. Jesus foi para o matadouro e como ovelha muda não abriu a Sua boca, a sua sentença foi a morte e morte de cruz mesmo sendo um inocente. Jesus fez tudo para nos salvar gratuitamente e até na última hora ainda salvou um pecador que aí sim, estava ali merecidamente, crucificado.

Jesus pagou o nosso preço, Jesus nos redimiu, nos resgatou e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor. Jesus comprou-nos por Bom preço e pagou a nossa dívida para com Deus, apagando todos os nossos pecados, apagando todas as acusações do diabo contra nós e nos libertou da escravidão do pecado e deste mundo.

1 Coríntios 1.18-26 nos informa que depois de Jesus Cristo, o apóstolo Paulo é o maior personagem bíblico do Novo Testamento. Ele, que antes era um perseguidor dos cristãos, teve um encontro real e sobrenatural com Cristo, se converteu verdadeiramente e tornou-se o maior pregador do evangelho do seu tempo.

Paulo foi um grande missionário. Viajou por muitas cidades, sofreu muitas perseguições, mas nada o abateu: ele dedicou a sua vida a que as pessoas conhecessem a Jesus Cristo como Senhor e Salvador.

O tema da pregação de Paulo era sobre o evangelho de Jesus que liberta. O testemunho fiel de Paulo era impactante, ele se referia sempre sobre o sacrifício de Jesus na cruz do calvário. Ele mesmo afirmou acerca da sua pregação: “ Nós, porém, pregamos a Cristo crucificado”, (1 Co 1: 23 )”. Pois decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado, (1 Co 2:2 )”.   Já estou crucificado com Cristo e agora não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim”, ( Gl 2:20), ou seja, o evangelho que Paulo pregava era simples: envolvia sempre a mensagem do sacrifício de Jesus na cruz e a salvação somente em Cristo Jesus.

1) A simplicidade do evangelho era pregado. A palavra “evangelho” significa “ boas novas de grande alegria ou boas noticias”. A boa notícia é que através de Jesus Cristo, todas as pessoas podem ser perdoadas dos seus pecados, podem ter seu relacionamento com Deus restaurado, e depois da morte, podem ressuscitar e ter vida eterna com Deus.

Esta mensagem é tremenda e também simples. Não há grandes mistérios. Jesus, por amor, morreu em nosso lugar, pagando a dívida de nossos pecados que pesava sobre nós e em nossos corações  Todo aquele que entende essa verdade, se reconhece pecador e decide entregar a sua vida a Jesus Cristo, esse será salvo. “Se com a tua boca confessares que Jesus é o Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo”, ( Rm 10:9 ). Essa mensagem é o poder de Deus para quem crê. Quem crer e for batizado será salvo, porém quem não crer já está condenado.

2) A soberba dos que se acham sábios e não reconhecem o sacrifício vicário de Jesus para nos salvar. A soberba é um sentimento diabólico. Foi por soberba que Lúcifer foi expulso da presença de Deus e se tornou quem ele é hoje. A Bíblia afirma que Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. (Tiago 4:6).

Pois é justamente a soberba que impede muitas pessoas de aceitarem a mensagem de salvação através de Jesus. Para os soberbos, tudo isso não passa de uma loucura. Elas se acham auto-suficientes, acham que podem guiar suas próprias vidas sem precisar da intervenção de Deus. Há até aquelas que nem se sentem pecadoras ou carentes da graça de Deus.

Muitos se julgam sábios, eruditos, entendidos e acham que não precisam de Deus. Dizem sempre que morreu acabou. Outros esperam sinais miraculosos para poderem crer ou procuram entender o evangelho baseados na sua sabedoria. Para tais pessoas, eles são os sábios e os crentes são os loucos. Mas Deus não leva em conta essa sabedoria humana. Pelo contrário, a salvação é para aqueles que, pela fé, creem na loucura da pregação.

3) Já que o evangelho é simples, Deus escolheu os simples e a simplicidade da pregação da Sua palavra para confundir até os sábios e entendidos. Deus chama as pessoas simples para receberem a mensagem do evangelho e a oportunidade é também para os doutos e doutores. É isso que o texto de (1 Coríntios 1. 26 - 29) nos diz. Se você faz parte desse grupo de pessoas simples, talvez sem muita instrução, sem muitos recursos financeiros, não estranhe que Deus tenha lhe chamado. Ele costuma agir assim pra envergonhar os sábios e entendidos deste mundo.

Nunca use a sua simplicidade como desculpa pra achar que Deus não tem um propósito especial pra sua vida, porque certamente Ele tem. Basta você se render a Ele aceitando-O como único e suficiente Salvador de sua vida e Ele fará de você alguém muito especial no Seu Reino e para a obra de Deus.

Também nunca ache que você está em Cristo por merecimento seu, é sempre pela graça e pela misericórdia de Deus. Graça é favor imerecido. A Bíblia diz: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus”. (Efésios 2.8).

4) Não ligue pra quem achar que você é louco, quadrado ou ultrapassado. Desde os tempos do apóstolo Paulo haviam aqueles que achavam que esse negócio de ser crente, de seguir a Jesus, de crer na eternidade, no céu, era uma tremenda loucura. Hoje não é diferente. Não faltarão pessoas dizendo que você enlouqueceu agora que quer servir a Jesus, que vai viver uma vida de santidade, de compromisso com Deus. Vão achar que você é louco por estar praticamente todos os dias na igreja, por ser fiel e obediente à palavra de Deus. O evangelho é mesmo uma loucura pra quem não crê em Jesus.

Permaneça firme, não se deixe intimidar pelos preconceitos e pelas perseguições aos evangélicos. As mesmas pessoas que acham você louco, poderão ver o poder de Deus na sua vida, poderão ver o brilho do Espírito Santo em seu rosto. Essa é a promessa de Deus para os que crêem no poder transformador do evangelho. Você se rende à mensagem da cruz, pode até ser perseguido por isso, mas o poder de Deus se manifesta em você sobremaneira que você nem liga para o que falam de você. Foi assim com o apóstolo Paulo e com todos os discípulos de Jesus, por onde eles passavam, o poder de Deus era manifestado e mais perseguição sofriam. Se você for fiel a Deus poderá acontecer perseguições com você tentando te desestimular para que você desista da sua fé e perca a salvação. As pessoas verão que há algo diferente na sua vida e esse algo é o poder de Deus. Renda-se à mensagem do evangelho que transforma e faz das pessoas novas criaturas em Cristo.

Que possamos dizer como o apostolo Paulo: ‘‘Mas, longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz ( se referindo ao sacrifício vicário) do nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo’’. (Gl 6.14).

A mensagem do sacrifício de Jesus na cruz nos proporciona arrependimento, renôvo, transformação e reconciliação, porque Ele morreu em nosso lugar.  

Então que possamos entender que a mensagem do sacrifício de Jesus naquela dura cruz é uma mensagem centralizada no amor de Deus para com a humanidade. Jesus te ama e tem um plano maravilhoso para sua vida.

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (Jo 3.16).

O Homem é pecador e está separado de Deus. A Bíblia diz: “Pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. (Rm 3.23b). Jesus é a resposta de Deus para o conflito do homem.

“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”. (Jo 14.6). É preciso receber a Jesus para se tornar filho de Deus. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome”. (Jo 1.12a)

5) A Mensagem da morte de Jesus na cruz nos diz: (Romanos 5:6-8). "Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”.

Então, a mensagem do Senhor Jesus e seu sacrifício na cruz é loucura para o mundo, porque ela não se baseia em nenhuma obra, conceito ou mérito humano. A palavra da cruz (se referindo ao sacrifício de Jesus por nós) é sabedoria de Deus, mas insensatez para os incrédulos.

Dizer que a morte de Jesus na cruz é loucura significa que aos olhos dos sábios deste mundo a proclamação do Cristo crucificado não faz qualquer sentido. Como alguém que, sendo Deus, foi castigado e morto da forma mais cruel e humilhante diante os homens, pode ser Senhor e Salvador de alguém? Sim, parece que não há nada de racional e muito menos de sabedoria nisso. Supera qualquer conceito filosóficos dos seres humanos, muitos dizem que esta ideia de fato é uma loucura.

Quem disse que a mensagem da cruz é loucura?

Foi o apóstolo Paulo quem escreveu em sua primeira carta aos crentes de Corinto. Ele diz: “Porque a mensagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus”. (1 Coríntios 1:18). Paulo repete novamente a mesma afirmação de que é a mensagem daquilo que o ato de Jesus morrer pregado na cruz, representa, e não o que representaria os dois pedaços de madeira utilizados para fazer a cruz.

O objetivo de Paulo ao dizer isso era corrigir alguns erros graves que estavam ocorrendo entre os cristãos de Corinto. Eram erros de interpretação daquilo que representava aquele ato. Muitos dos crentes coríntios estavam sofrendo forte influência da cultura grega; inclusive parece que alguns estavam flertando com sistemas filosóficos humanistas. Isso se confirma em nossos dias quando vemos a igreja, principalmente dos crentes pentecostais, se voltarem para o Ecumenismo. Isso é muito grave.

Essas pessoas estavam interessadas em discursos eloquentes que traziam ensaios filosóficos e expressavam palavras persuasivas de sabedoria humana. Mas quem agia assim estava completamente errado; estava muito distante da mensagem de Jesus que sob esse aspecto era pura loucura para eles ouvir as mensagens transformadoras  de Jesus.

Então é nesse contexto que o apóstolo Paulo procurou ensinar que aquilo que é loucura para o mundo é sabedoria para Deus. Por outro lado, o que é sabedoria para o mundo é loucura para Deus. Ele chama a atenção para o caráter da mensagem de Jesus que é loucura para uns, e poder para outros.

6) Qual é a mensagem principal de Jesus através da cruz? A mensagem de Jesus demonstrada na sua morte ali naquela cruz é o próprio Evangelho em sua plenitude, confirmando ao mundo o seu grande amor para com os perdidos pecadores. Isso significa que a palavra de Jesus ao ser crucificado naquela dura cruz é a revelação de Deus centrada na obra de Cristo, isto é, na encarnação e crucificação de Cristo, para em seguida vencer a morte ao ressuscitar dentre os mortos.

A mensagem de Jesus ao ser pregado na cruz fala unicamente de Cristo o Salvador, o Messias que veio para salvar o que se havia perdido. Naquela mensagem de amor não havia espaço para alguém desacredita-la. A mensagem de Jesus não se fundamenta na capacidade da racionalidade e sabedoria humana, mas exclusivamente no propósito eterno de Deus.

A mensagem de Jesus é libertadora, transformadora, enquanto que a mensagem da cruz não é aprazível ao paladar humano. A mensagem da cruz não é uma palavra de autoajuda, ao contrário, quando a mensagem da cruz é pregada de forma plena ela é motivo de ofensas.

A mensagem da cruz ofende o pecador. Ela expõe a miséria do homem e sua total incapacidade de salvar-se a si mesmo, o que é uma verdade, mas o homem se sente ofendido e envergonhado. A cruz pode salvar alguém ou é Jesus que salva? A mensagem da cruz fala de execução do mais terrível e perverso ser humano e Jesus foi considerado um desses mais perversos seres humanos. Ela escandaliza alguns, e não faz sentido a outros. (1 Coríntios 1:22). Porém a mensagem de Jesus, mesmo pregado na cruz, ainda foi de amor ao pecador que estava ao seu lado, que se arrependeu e foi salvo.

7) De acordo com a Palavra de Deus, a mensagem da cruz causa dois tipos de reação nos homens: 1) há os que se perdem ao desprezá-la e enxergá-la como loucura; 2) e há os que são salvos ao enxergá-la como objeto de sabedoria para enxergar o poder de Deus naquele ato de Jesus morrer no lugar dos pecadores, para a salvação através de Jesus Cristo, o único e suficiente Salvador de nossas almas.

Dizem que a mensagem da cruz é loucura para os que se perdem.

Por causa de sua essência, a mensagem da cruz, quando está se referindo ao sacrifício de Jesus é loucura para os incrédulos. Alguém até se escandaliza ao ver pessoas acreditando que Jesus morreu pregado na cruz para pagar os pecados dos outros. Quando Paulo escreve que “a palavra da cruz é loucura” ele usa um termo do qual deriva a expressão “débil mental”. Com isso sua intenção é muito clara ao mostrar que a salvação é só através de Jesus e não da cruz ou de qualquer igreja ou  de qualquer religião. Ele pretende enfatizar aqui um contraste incontornável entre a mensagem de Jesus, cuja fonte é Deus, e a sabedoria originária da mente humana criando fatos injustificáveis para adoração da cruz.

Ao adorar a mensagem da cruz e proclamar um acontecimento com implicação teológica e histórica para a salvação do ser humano, esquecesse que devemos adorar a Deus em primeiro lugar e as demais coisas nos serão acrescentadas.

O primeiro mandamento do decálogo diz que devemos amar a Deus sobre todas as coisas, então quando mencionamos o sacrifício de Jesus na cruz, devemos esclarecer que a cruz era um instrumento de morte e não de vida, e que única exclusivamente é o valor da cruz como dois pedaços de madeira, não mais que isso.

A mensagem de Deus em Gênesis 3.15 aponta para o sacrifício futuro de Jesus, seu filho amado, naquela cruz horrenda. Aponta para Cristo Jesus que sofreu a morte de um criminoso, e que afeta o destino eterno de toda a raça humana.

Exatamente por isso, pela ótica da sabedoria humana, é manifesta a loucura  para os que se perdem. Essas pessoas entendem que a ideia de um Messias que morreu crucificado como um criminoso para prover salvação a alguém, é insana.

No contexto dos crentes de Corinto, seus contemporâneos gregos enxergavam Jesus simplesmente como um delinquente da pior espécie; ou mesmo como um escravo rebelde e desprezível que foi arrastado para fora de sua cidade a fim de, por aclamação de seus próprios compatriotas, receber a pior das condenações.

No fundo, essa é exatamente a mesma visão que todos os incrédulos possuem acerca de Cristo. Eles o enxergam simplesmente como mais um entre tantos outros criminosos que foram crucificados pelos romanos do primeiro século.

Por isso Paulo escreve que “aquela mensagem de Jesus Cristo pregado na cruz é loucura para os que se perdem”. Nessa frase ele usa a indicação de uma ação que está em progresso, que aconteceu e ou vai acontecer brevemente. Essas pessoas não estão correndo o risco de se perder, mas estão realmente se perdendo. Os que rejeitam a Cristo estão literalmente em processo de destruição, de iminente perdição . O efeito de rejeitarem a mensagem de Jesus expressa em João 3.16-18, distancia o pecador dos pés de Jesus que estava pregado ali na cruz, sendo merecedores da eterna e irrevogável condenação. (2 Coríntios 2:15; 4:3; 2 Tessalonicenses 2:10).

8) A mensagem do sacrifício de Jesus na cruz é sabedoria e poder de Deus para os salvos, para os que buscam a salvação em Jesus.

Mas se por um lado para muitos a mensagem da cruz é loucura, por outro lado para alguns essa mensagem se torna em um exemplo através de Jesus de ser o Único que venceu a morte e morte de cruz, acreditando no poder de Deus e na sabedoria de Deus para transformar a vida do mais perverso pecador. Para os salvos, a mensagem de Jesus pregado na cruz é sabedoria poderosa; é incomparável a qualquer filosofia produzida pela sabedoria humana. É o verdadeiro amor de Deus revelado aos homens através de seu filho Jesus.

Ao falar dos salvos, Paulo fala e literalmente diz: “mas para nós que estamos sendo salvos”, nos ensinando que aquele que começou a boa obra em nós completá-la-á.

Com isso ele se refere ao processo de salvação do crente que alcançará sua plenitude no grande dia da vinda de Cristo, no dia do arrebatamento da igreja 

Isso, porém, não significa que esse processo de salvação corre o risco de dar errado. O apóstolo Paulo não está dizendo que aqueles que hoje estão sendo salvos pela mensagem de Jesus, amanhã talvez possam entrar em condenação eterna e nem vice-versa. Jesus nos garante vitória e vida eterna nas mansões celestiais.

Isso, se fosse apenas uma promessa vazia, seria desacreditar completamente a mensagem de Jesus, de seu caráter divinamente sábio e poderoso. Na verdade o mesmo apóstolo Paulo fala da salvação nos três tempos verbais: 1) no passado (Romanos 8:24; Efésios 2:5,8; Tessalonicenses 3:5); 2) no presente (1 Coríntios 15:2; 2 Coríntios 2:15); 3) e no futuro (Romanos 5:9; 11:26). Sua intenção simplesmente é falar do caráter irrevogável da salvação em Jesus, mas que também se dá numa ação ativa e contínua, que aponta para uma esperança final, futura e verdadeira.

Isso significa que os crentes em princípio foram salvos; continuam sendo salvos pelo poder da mensagem de Jesus e expressam em santificação, seu desejo durante suas vidas terrenas de serem salvos. Serão salvos ao desfrutarem das bênçãos da salvação em seu sentido mais pleno quando entrarem literalmente na presença de Deus e estarão na glória por toda a eternidade, no arrebatamento individual ou coletivo quando Jesus vier buscar sua igreja querida, a noiva do Cordeiro.

Para os salvos, a bendita mensagem de Jesus expressada na cruz é poder e sabedoria de Deus. O Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que nEle crê (Romanos 1:16). A mensagem de Jesus ao morrer pregado na cruz tem poder para ressuscitar o homem morto em seus delitos e pecados. Houve festa no céu porque ao terceiro dia de sua morte, Jesus ressuscitou.

A mensagem de Jesus expressa naquele sacrifício da cruz transporta o pecador da morte espiritual para a vida de comunhão com Deus ao aceitar Jesus como único e suficiente Salvador de nossas almas.

9) Dizem os adoradores da cruz que os incrédulos olham para a mensagem da cruz, ou seja, olham para os dois pedaços de árvores e num ato de loucura não a adoram como um objeto santo. Então por sua própria responsabilidade, e por causa de sua impenitência obstinada diante de seus pecados, eles perecem. A sabedoria e a inteligência das quais eles tanto se orgulham, são desprezadas por Deus, porque Deus não se deixa ser escarnecido ao ponto de aceitar a idolatria da cruz. Quem deve ser adorado é Jesus e não a cruz. (1 Coríntios 1:19).

Já os crentes são salvos ao receberem a mensagem de Jesus pela fé, Hebreus 11.1, pelo seu sacrifício vicário na cruz, para ter a sabedoria e a unção da parte de Deus sobre as vidas dos que o adoram em espírito e em verdade.

Mas eles não possuem motivos para se gloriarem em si mesmos por isso. Os salvos não têm mérito algum na salvação, pois os méritos são todos de Jesus Cristo o Filho amado do Pai. Se eles recebem a mensagem de Jesus para salvação, é porque primeiro foram chamados pela graça de Deus e abriram o coração para Jesus entrar e fazer neles morada. (1 Coríntios 1:24).

Apocalipse, 3.21-23.

21. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo.

22. Ao que vencer, lhe concederei que se assente comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono.

23. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

segunda-feira, 3 de abril de 2023

O REAL MOTIVO DO PORQUE NÃO ADORAR A CRUZ

O REAL MOTIVO DO PORQUE NÃO ADORAR A CRUZ


A cruz e o seu real significado.

Você já ouviu falar sobre o dia da cruz? Com tantos elementos sagrados, cristãos e não cristãos, ‘em diversas culturas, como crucifixos, terços, imagens, ícones, contas, búzios, estrelas e luas’, um dia só para a cruz diz bastante sobre a relevância desse símbolo.

De acordo com informações das redes sociais católicas, o dia da cruz é “considerado uma celebração católica cristã de adoração exclusiva da cruz” sem a imagem do corpo, em que o símbolo da cruz é homenageado e lembrado como um instrumento de salvação, com o objetivo de reforçar o episódio da crucificação de Jesus.

Segundo a tradição da igreja católica a cruz é tida como um dos elementos centrais da fé cristã. Neste dia, o dia de sexta-feira da paixão, os fiéis católicos do mundo inteiro celebram a vitória de Jesus sobre a morte, o pecado e o diabo, conquistada na cruz do Calvário.

A data de 14 de setembro foi escolhida como o dia da cruz, porque no ano de 335 a Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém, foi inaugurada. Como já diz o nome a igreja está localizada no lugar em que acreditam ser onde Jesus foi sepultado.

Constantino (272-337), ex-imperador romano, buscava encontrar relíquias de Cristo, incluindo a Vera (verdadeira) Cruz de Cristo, ou seja, a verdadeira cruz em que Jesus foi crucificado. No meio de buscas e escavações, acreditou-se ter encontrado a tal cruz e o local do sepultamento e ressurreição de Cristo. Dessa maneira, construíram nesse território a basílica.

A cruz é um símbolo de morte e não de vida. Eis um dos motivos do porque não devemos adora-la.

Principalmente usada por romanos, era uma ferramenta de assassinato, exposição e vergonha. Se olharmos a história da simbologia do cristianismo, no início era usado o símbolo do peixe para distinguir os cristãos na época das perseguições do império. Não, não é porque os discípulos eram pescadores ou porque Jesus multiplicou peixes junto com pães quando alimentou a multidão. O símbolo foi escolhido pois, em grego, a palavra “peixe” (ICHTHUS ou ICHTHYS) pode ser também um acróstico para “Jesus Cristo Deus Filho Salvador” (Iesus CHristus THeos Yios Soter).

Mais tarde, o cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano e a cruz foi sacralizada e aceita como símbolo cristão. Com o passar do tempo, a cruz com o Cristo crucificado, o crucifixo, fica marcada como imagem católico-romana, e alguns protestantes, a fim de se distinguir da religião católica, começaram a usar também a cruz, porém vazia, sem a imagem do senhor morto. Entretanto, no Brasil, tem-se uma aversão maior para com a adoração da cruz. Na colonização do nosso país, os protestantes negaram qualquer ponto de referência com a Igreja Católica Romana, de modo a realmente estabelecer uma distinção e um distanciamento. Vemos que as igrejas católicas são todas pintadas e cheias de símbolos e imagens, enquanto as evangélicas não têm tais adereços. Já em outros países, mesmo em igrejas protestantes, vemos pinturas e vitrais.

Será que temos a convicção da importância do sacrifício de Jesus na cruz e do que isso tem influência em nossas vidas?

A Bíblia nos ensina a olhar para o Cristo sacrificado e não para a cruz em que Jesus foi crucificado, devemos olhar somente para Jesus, autor e consumador da nossa fé, (Hebreus 12.2), e pregar o evangelho do Cristo que foi sacrificado em nosso favor, substituindo a cada um de nós e que ressuscitou ao terceiro dia e vive e reina para sempre e eternamente, (1 Coríntios 1.23).

Idolatrar objetos e símbolos, por mais privilegiados que sejam, desfaz completamente o significado do Evangelho.

O uso da simbologia da cruz pode e deve ser feito apenas para demonstrar o sofrimento de Jesus para nos salvar e não como objeto de adoração. Nós é que merecíamos ser crucificados para pagar o preço da nossa salvação.

Não temos base bíblica para adorar a cruz e muito menos para dedicar e santificar um dia exclusivo de adoração desse objeto horrendo em que Jesus foi executado nele. A tradição católico-romana dedicou o dia da chamada sexta-feira da paixão  para todos os católicos do mundo inteiro adorarem o madeiro, a cruz; nas ministrações das missas no dia de sexta-feira da paixão não é servida a hóstia aos fiéis e nenhum outro serviço sacerdotal, todos, inclusive os ministrantes se dirigem ao madeiro que está vazio, sem a imagem do cristo nela e depois todos dão um ósculo, um beijo na cruz, de adoração àquele madeiro.

Mas, infelizmente todos que vazios ali chegam, vazios voltam para suas casas. De fato o significado da cruz continua sendo o mesmo dos séculos passados: o de condenação e morte cruel daqueles que foram condenados justa e ou injustamente. Ela portanto não pode e nem deve estar nas igrejas evangélicas ou servir como objeto de culto ou símbolo de nossa fé e de devoção.

Na visão de quem adora a cruz, eles acreditam que estão agindo corretamente.

Em nosso mundo de hoje, falar da Adoração à “Santa” Cruz pode gerar confusão de significado, mas o que nós fazemos é venerar a Cruz e, enquanto a veneramos, temos nosso coração e nossa mente que ultrapassa aquele madeiro, ultrapassa o crucifixo, ultrapassa mesmo o local onde estamos, até encontrar-se com Nosso Senhor pregado naquela cruz, dando a vida para nos salvar. Quando beijamos a cruz, não a beijamos por si mesma, a beijamos como quem beija o próprio rosto de Jesus, é a gratidão por tudo que Nosso Senhor realizou através da cruz. O mesmo gesto o padre realiza no início de cada Missa ao beijar o Altar. É um beijo que não pára ali, é beijar a face de Jesus. Por isso, não se adora o objeto. O objeto é um símbolo, ao reverenciá-lo mergulhamos em seu significado mais profundo, o fato que foi através da Cruz que fomos salvos.

Nós cristãos temos a consciência que Jesus não é apenas um personagem da história ou alguém enclausurado no passado acessível através da história somente. “Jesus está vivo!” Era o que gritava Pedro na manhã de Pentecostes e esse era o primeiro anúncio da Igreja. Jesus está vivo e atuante em nosso meio, a morte não O prendeu. A alegria de sabermos que, para além da dolorosa e pesada cruz colocada sobre os ombros de Jesus, arrastada por Ele em Jerusalém, na qual foi crucificado, que se torna o simbolo de sua presença e do amor de Deus, existe Vida, existe Ressurreição. Nossa vida pode se confundir com a cruz de Jesus em muitos momentos, mas diante dela temos a certeza que não estamos sós, que Jesus caminha conosco em nossa via sacra pessoal e, para além da dor, existe a salvação.

Ao beijar a Santa Cruz, podemos ter a plena certeza: Jesus não é simplesmente um mestre de como viver bem esta vida, como muitos se propõem, mas o Deus vivo e operante em nosso meio.

Imagens que não são  ídolos são permitidas na Bíblia para embelezar lugares. No templo havia imagens de flores e frutas para decoração. No Santo dos Santos e na Arca da Aliança havia imagens de querubins, para lembrar que esse era um lugar sagrado. (1 Reis 6:27-29).

Quando o povo no deserto estava morrendo de picadas de cobras, Deus mandou Moisés fazer uma serpente de bronze. Todo o que olhasse para ela seria curado. Não era preciso adorá-la nem sequer orar para ela, só olhar (Números 21:8-9). Mas quando o povo começou a adorar a estátua, o rei Ezequias a destruiu, porque se tinha tornado idolatria (2 Reis 18:4).

Posso ter imagens em casa?

Deus não tem problemas com arte popular mas não é bom ter imagens ligadas à idolatria em nossas casas como santos, budas, deuses hindus, dentre tantos outros. Se uma imagem leva você ou outra pessoa a pecar, adorando outra coisa que não é Deus, jogue fora. (Mateus 18:8-9). Se uma imagem em casa lhe deixa desconfortável, talvez por causa do temor a Deus, será melhor se livrar dela.

Uma imagem poderá não ter significado nenhum para uma pessoa mas ser um símbolo de idolatria para outra. Cada pessoa precisa seguir sua consciência e saber identificar o que é idolatria.

Por exemplo, uma imagem pornográfica tem uma mensagem ruim, porque apela claramente ao pecado, então não é bom ter em casa imagens que convidam ao pecado. (1 Tessalonicenses 5:22).

Por outro lado, um presépio de Natal, que tem uma mensagem boa, pode ser interpretada de formas diferentes. Uma pessoa pode se lembrar do nascimento de Jesus e dar graças a Deus, enquanto outra pessoa pode sentir vontade de adorar as imagens que estão ali representadas. Para a primeira pessoa a imagem é boa mas para a segunda pessoa a imagem é ruim.

Imagens na Bíblia. O quê a Bíblia diz sobre as imagens.

O segundo mandamento proíbe a criação de imagens para adoração. (Deuteronômio 5:8-10). Adorar, reverenciar ou prestar culto a qualquer tipo de imagens é idolatria. Só devemos adorar a Deus. Se você sente vontade de adorar uma imagem, tire essa imagem de sua casa e deixe Deus dentro da sua casa.

Quando as pessoas se voltavam para Deus, tiravam os ídolos de sua casa. (Gênesis 35:2-3). Esse era um sinal de sua dedicação total a Deus. Não é aconselhável ter imagens de culto de outras religiões em casa, porque transmite a mensagem errada.

Por outro lado, não há problema nenhum em ter imagens para decoração e lembrança. O templo de Deus tinha várias imagens decorativas que celebravam a beleza da criação e ajudavam a lembrar a glória e o poder de Deus. Essas imagens não induziam ninguém ao pecado  (1 Reis 6:27-29).

A cruz foi elevada a condição de ser adorada pelos Teólogos e bispos católicos após o ano 300 D.C.   

A cerimônia de adoração da cruz começa às três horas da tarde da sexta-feira chamada “Santa”. Na Sexta-Feira Santa o sacerdote é convidado a subir ao Calvário. Às três da tarde, às vezes um pouco mais tarde, acontece a celebração da Paixão de Cristo em três momentos: a Palavra, a adoração à Cruz e a declara da devoção da comunhão com a cruz através do ósculo (beijo) no madeiro, daí dirigem-se em procissão e em silêncio ao altar. Depois de ter reverenciado o altar, que representa Cristo na austera nudez do Calvário, ele se prostra em terra, literalmente deita no chão, é como no dia da ordenação. Assim, expressa a convicção do seu nada diante da majestade divina, e o arrependimento por ter se atrevido a medir-se, por meio do pecado, com o Onipotente. Como o Filho que se anulou, o sacerdote reconhece seu nada e assim tem início sua mediação sacerdotal entre Deus e o povo, que culmina na oração universal solene.

Depois se faz a ostensão e a adoração da Santa Cruz: o sacerdote se dirige ao altar com os diáconos e lá, em pé, ele a recebe e a descobre em três momentos sucessivos ou a mostra ( a cruz) já descoberta e sem a imagem do senhor morto e convida os fiéis à adoração, em cada momento, com as palavras: Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo. Em sua descarnada solenidade, aqui, no coração do ano litúrgico, a tradição resistiu tenazmente mais que em outros momentos do ano. Lembrando que a tradição católica tem mais valor pra eles do que a Bíblia Sagrada.

O sacerdote, após ter depositado a casula, (Casula é a última veste que o sacerdote usa por cima de todas as outras), se possível descalço, aproxima-se primeiramente da cruz, ajoelha-se diante dela e a beija.

A teologia católica não teme em dar aqui à palavra “adoração” seu verdadeiro significado, que é a idolatria da cruz. Para a tradição católica e segundo eles, a verdadeira Cruz, banhada com o sangue do Redentor, torna-se, por assim dizer, uma só coisa com Cristo e recebe a devida reverência. Dizem: Por isso, prostrando-nos diante do lenho sagrado, nós nos dirigimos ao Senhor: “Nós vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos, porque pela vossa Santa Cruz redimistes o mundo”.

A Carta aos Hebreus é o único texto do Novo Testamento que atribui ao nosso Senhor Jesus Cristo os títulos de “Sacerdote”, “Sumo Sacerdote” e “Mediador da Nova Aliança”, graças à oferenda do sacrifício do seu corpo, antecipado na Ceia mística da Quinta-Feira Santa, consumado sobre a cruz e apresentado ao Pai com a ressurreição e a ascensão ao céu. (Hb 9,11-15). Este texto é meditado na Liturgia das horas da quinta semana da quaresma ou da paixão, como no calendário litúrgico da forma extraordinária do Rito Romano e na Semana Santa.

Sacerdotes católicos dizem: devemos sempre contemplar Cristo e ter os mesmos sentimentos d’Ele; esta ascese acontece com a conversão permanente. Como se realiza a conversão em nós, sacerdotes? No rito da ordenação nos é pedido o ensino da fé católica, não das nossas ideias; “celebrar com devoção dos mistérios de Cristo, isto é, a liturgia e os sacramentos segundo a tradição da Igreja”, e não segundo o nosso gosto; sobretudo, “estar cada vez mais unidos a Cristo Sumo Sacerdote, que, como vítima pura, ofereceu-se ao Pai por nós”, isto é, confirmar nossa vida segundo o mistério da Cruz.

O Salmo 115 é uma verdadeira refutação bíblica sobre este assunto e nos ensina que devemos adorar somente a Deus.

1.     Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua benignidade e da tua verdade.

2. Por que dirão as nações: Onde está o seu Deus?

3. Mas o nosso Deus está nos céus e faz tudo o que lhe apraz.

4. Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens.

5. Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não veem;

6. têm ouvidos, mas não ouvem; nariz têm, mas não cheiram.

7. Têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta.

8. Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e todos os que neles confiam.

9. Confia, ó Israel, no Senhor; ele é teu auxílio e teu escudo.

10. Casa de Arão, confia no Senhor; ele é teu auxílio e teu escudo.

11. Vós, os que temeis ao Senhor, confiai no Senhor; ele é vosso auxílio e vosso escudo.

12. O Senhor, que se lembrou de nós, abençoará; abençoará a casa de Israel; abençoará a casa de Arão.

13. Abençoará os que temem ao Senhor, tanto pequenos como grandes.

14. O Senhor vos aumentará cada vez mais, a vós e a vossos filhos.

15. Sede benditos do Senhor, que fez os céus e a terra.

16. Os céus são os céus do Senhor; mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens.

17. Os mortos não louvam ao Senhor, nem os que descem ao silêncio.

18. Mas nós bendiremos ao Senhor, desde agora e para sempre. Louvai ao Senhor!

Os Cristãos podem usar crucifixos? Quem usa dá a entender que está adorando a cruz no lugar de adorar a Jesus?

A Bíblia afirma que maldito era aquele que fosse suspenso no madeiro (cruz), e devemos aceitar isso. Os homens deturparam a mensagem da cruz, fazendo suas pequenas (ou grandes) cruzes como se fossem amuletos para dar boa sorte, proteção e identificação de que são cristãos.

Porém os significados da cruz na Bíblia são diferentes daqueles que o homem inventou. A cruz era, em princípio, os pedaços de madeira onde criminosos eram mortos. Jesus morreu pregado numa cruz, portanto a cruz passou a ser um emblema da morte de Cristo (leia Fp 2.8; Cl 1.20; 1 Co 1.18). É também um emblema de vergonha e rejeição. (Lc 9.23).

Particularmente não tenho nenhuma cruz na parede de minha casa ou pendurada em alguma corrente, pois a cruz, em si mesma, os pedaços de madeira, foram os instrumentos de suplício daquela maldade contra o nosso Salvador, Jesus Cristo. Eu não iria querer pendurar um laço de corda na parede de meu quarto se alguém que eu amo tivesse morrido enforcado nela. Portanto a cruz, como objeto de madeira, foi o instrumento de suplício onde Jesus morreu.

Porém, as Escrituras, conforme as passagens acima, mostram que a palavra "cruz" significa a obra redentora de Cristo em sua totalidade, para salvar a humanidade da condenação do pecado original lá no Jardim do Édem. Em  Seu sacrifício, Jesus foi levando todos os nossos pecados. O apóstolo Paulo nos ensina em Romanos 3:23-26, da seguinte maneira:

“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus”.

Então, quando digo que devemos nos lembrar da cruz, não quer isto dizer que devemos nos lembrar do instrumento de madeira que Jesus foi executado nela, mas do sacrifício do Senhor Jesus para nos salvar. Da mesma maneira, na cruz Ele foi rejeitado pelos homens e até por Deus o Pai, porque Jesus estava ali cumprindo uma missão, a de salvar a humanidade da condenação eterna. (Salmo 22). Portanto, posso pensar na cruz mas não só no instrumento de madeira como uma posição de rejeição, porém e principalmente no sacrifício vicário de Jesus ali no calvário. Dizer que devemos levar a cruz de Cristo significa dizer que devemos tomar o lugar de rejeição e afronta que Ele sofreu aqui na terra e suportar o sofrimento quando formos rejeitados por sermos servos do Senhor Jesus.

A "cruz de Cristo", no sentido de sacrifício de Cristo é o único meio de salvação para o homem pecador. Porém a cruz, o instrumento de madeira, nada pode fazer pelo pecador, por ser apenas um instrumento de suplício e maldição, assim como é uma forca, uma guilhotina ou uma cadeira elétrica.

Ao ser levado ao madeiro, Jesus Cristo foi feito maldito; ali ele foi considerado pelo homem como um horrível criminoso que merece a morte por seus crimes. Isaías 53. Quando lemos a notícia de alguém que foi, por exemplo, executado numa cadeira elétrica nos países onde há pena de morte, a notícia sempre vem acompanhada dos horríveis crimes que tal pessoa cometeu. Assim, um viajante que passasse por Jerusalém naquele dia e visse Jesus na cruz logo o consideraria como algum criminoso amaldiçoado. A acusação foi escrita numa placa e dizia INRI.

INRI e a placa na cruz de Jesus.

Pilatos mandou escrever a acusação contra Jesus em uma placa. A acusação foi escrita nas três línguas comuns da região: Latim, Grego e Aramaico.

Assim, todos poderiam entender o que estava escrito. A acusação era que Jesus era o rei dos judeus. Os líderes religiosos não gostaram disso, porque parecia que ele tinha sido aceito como rei pelos judeus, e queriam que fosse mudado para “ele dizia ser o rei dos judeus”. (João 19:20-22). Mas Pilatos não mudou o que tinha escrito.

Para Pilatos, essa inscrição provavelmente era uma forma de mostrar ao povo o que aconteceria se eles se revoltassem contra Roma. Mas o que estava escrito era uma verdade muito maior do que ele imaginava. Jesus era mesmo o Rei dos judeus. Ele era o rei prometido por Deus para salvar o mundo e estabelecer o Reino de Deus. E sua morte na cruz era uma parte essencial desse plano.

O que estava escrito exatamente na placa?

Nos relatos dos quatro evangelhos, as palavras na placa na cruz são ligeiramente diferentes:

Em Mateus 27:37 está escrito : Este é Jesus, o Rei dos Judeus.

Em Marcos 15:26 está escrito: O Rei dos Judeus.

Em Lucas 23:38 está escrito: Este é o Rei dos Judeus.

Em João 19:19 está escrito: Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus

INRI vem da versão do evangelho de João. Provavelmente o que aconteceu foi que cada um dos evangelhos registrou uma parte da inscrição, em vez da inscrição completa. Ou então, as versões nas três línguas diferentes podem ter sido ligeiramente diferentes. A inscrição completa pode ter sido algo como “Este é Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus”.

Porém, o pior ainda estava por vir, quando Cristo foi considerado maldito não apenas por homens, mas pelo próprio Deus que não suportou ver o sofrimento de Seu filho. Na cruz Jesus Cristo foi feito pecado por nós,  (2 Co 5.21), portanto, tornou‑Se em algo com que o próprio Deus não podia ter comunhão. Ele foi feito culpado para que pudéssemos ter nossa dívida paga diante do Pai. 1Corintios 6.20.

Hoje tenho Jesus, hoje vivo feliz, hoje tenho com Deus comunhão. Gratidão, gratidão, deve ser a nossa eterna felicidade pela nossa gratuita salvação.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.