domingo, 22 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 19

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 19


Apocalipse 19 trata principalmente do grande Guerreiro do cavalo branco.

Trata também da queda final da Babilônia e da alegria e triunfo dos salvos nos céus (1-10).

Trata finalmente da vitória de Cristo sobre a besta e sobre o falso profeta  (11-21).

19.1 A grande multidão aqui é a multidão a qual ninguém podia contar, mencionada em Apocalipse 7.9. A referência à salvação (Ap 7.10) e a subsequente referência aos vinte e quatro anciãos e às quatro criaturas (seres) viventes (Ap 19.4; 7.11,13) parecem apoiar esse entendimento. No entanto, alguns estudiosos sustentam que multidão aqui se refere aos anjos. Sustentamos a ideia mais corrente no meio Teológico de que a multidão incontável é do número de Anjos e dos salvos. Aleluia representa a palavra hebraica que significa louve ao Senhor. A palavra hebraica é bem conhecida no Antigo Testamento pelo seu uso frequente nos Salmos (louve ao Senhor, no Salmo 150.1,6). A transliteração grega dessa palavra aparece no Novo Testamento apenas em Apocalipse (Ap 19.1, 3,4,6).

19.2 Deus provou que Sua Palavra é verdadeira e que justos são os Seus juízos (Ap 16.5,6) sobre a Babilônia, a grande prostituta (Ap 17.1,5,6). Todos os cristãos são servos do Senhor (Ap 1.1), mas alguns desses servos morreram como mártires. E todos podem aguardar ansiosamente para servir ao Altíssimo para sempre (Ap 22.3).

19.3 Aleluia. Deus é louvado, porque a evidência do justo juízo sobre a Babilônia permanecerá eternamente.

19.4 Os vinte e quatro anciãos e os quatro animais (ou criaturas ou seres viventes) adoram a Deus fielmente (Ap 4-2-11; 5.8-14; 11.16; 14.3). Os representantes do reino angelical louvam o Senhor pela destruição do sistema que se originou em um anjo caído, Satanás.

19.5 Com tanto louvor e adoração preenchendo a cena, não se poderia esperar mais nenhuma convocação para louvar o Altíssimo e exaltá-lo. Mas, mesmo depois do terceiro aleluia, deu-se ênfase ao fato de que Deus é merecedor de nada menos do que o louvor eterno. Todos os servos do Senhor, de qualquer nível ou posição, tanto pequenos como grandes, são incluídos no convite para louvá-lo, pois o convite vem da sede do governo de Deus.

19.6 A voz de muitas águas aponta, agora, para uma multidão celestial. O Senhor, Deus Todo-poderoso entra em Seu reino após a destruição do pecado e do Anticristo (v.11-21).

Reina está no tempo verbal grego (que expressa uma ação no passado sem especificar se a mesma foi concluída ou está acontecendo) e é geralmente traduzido como reinava. No entanto, aqui, parece mais significar que está começando a reinar. Um governo inteiramente novo e diferente está chegando; não uma democracia, mas uma teocracia, um governo divino pelo qual o Senhor Deus Todo-poderoso reinará em justiça para sempre e eternamente. (Is 11).

19.7 Nesta passagem, o Senhor é glorificado principalmente porque as bodas do Cordeiro finalmente são vindas. Tanto no Antigo Testamento (Os 2.19,20) como no Novo Testamento (Ef 5.23,32), o povo de Deus é visto como a noiva ou esposa do Senhor. A noiva daquela época se aprontava banhando-se, passando óleo e usando perfumes. Seu cabelo seria especialmente penteado, e ela vestiria seu vestido de noiva.

19.8 Linho fino. A noiva Cordeiro usa uma veste de linho fino precioso, que simboliza as boas obras dos cristãos. O linho fino, limpo e branco, não se refere à justiça atribuída a Cristo, mas aos atos de justiça dos santos. A veste significa fidelidade em fazer as boas obras. Essa vestimenta deve ser usada pelo crente e consiste de boas obras realizadas na dependência do Espírito Santo. E um reflexo exterior do caráter e da conduta que são desenvolvidos nesta vida (Mt 22.11,12). A recompensa por tal caráter e conduta santos no tribunal de Cristo consiste nessa veste e em todos os direitos e privilégios que são prometidos ao vencedor. Os crentes não são apenas herdeiros de Deus e por isso terão uma morada no céu como prêmio (Jo 14-1,2; 1 Pe 1.3-5), mas os vencedores (aqueles que resistirem até o final dessa vida) e co-herdeiros com Cristo reinarão com Ele (Rm 8.17). João nos admoesta a permanecermos em Jesus para, quando o encontrarmos, estarmos confiantes, e não envergonhados na Sua vinda (1 Jo 2.28).

19.9 A expressão bem-aventurados introduz a quarta das sete bem-aventuranças em Apocalipse (1.3; 14.13; 16.15; 20.6; 22.7,14). A ceia das bodas da época de João começava ao anoitecer do dia do casamento, mas a celebração poderia perdurar por dias. Essa festa aqui é um tempo de alegre banquete para ser aproveitado pela Igreja e, principalmente, pelos vencedores que reinarão com Cristo. A chave para poder participar do banquete das bodas é a fidelidade a Deus.

19.10 Adorar qualquer pessoa ou objeto que não seja Deus é uma forma de idolatria (Êx 20.3-5). O anjo repreende João pelo seu erro (Ap 22.8,9) e lhe diz que o anjo é apenas um conservo dele e de seus irmãos. O testemunho de Jesus aqui se refere ao testemunho sobre Jesus (Ap 1.2,9). A profecia bíblica expressa ou depende da obra de Cristo e de sua proclamação (1 Pe 1.12).

19.11 Esse versículo responde a pergunta feita sobre a besta em Apocalipse 13.4: Quem poderá batalhar contra ela? Cristo tem poder para derrotá-la.

19.12 Olhos como chama de fogo se comparam com a descrição de Cristo glorificado em Apocalipse 1.14. Muitos diademas indicam que Cristo é mais poderoso do que Satanás (Ap 12.3) ou a besta (Ap 13.1). Na sociedade antiga, um nome era mais do que um título; ele revelava o caráter de uma pessoa. Pela expressão ninguém sabia, senão ele mesmo, parece que existem partes do caráter do eterno e ilimitado Deus (1 Tm 6.15,16) que apenas Ele próprio conhece, embora Cristo possa revelar esses assuntos em Sua segunda vinda.

19.13 Uma veste salpicada de sangue pode falar da morte redentora de Cristo na Cruz (Ap 7.9) ou de seu pisar no lagar do vinho do furor e da ira do Deus (Ap 19.15; 14.19,20), ou ambos. A Palavra de Deus não pode ser o nome que ninguém conhece, a não ser Cristo (Ap 19.12), porque aquele nome é revelado em João 1.1,14.

19.14 Os exércitos que há no céu podem ser legiões de anjos (Ap 5.11; Mt 26.53), mas Apocalipse 17.14 fala daqueles que estão com o Senhor na Sua vinda como sendo chamados, eleitos e fiéis, todos termos para cristãos (Rm 1.7; Ef 1.1; 1 Pe 2.9). Os vestidos de linho fino, como aqueles da noiva do Cordeiro em Apocalipse 19.8, sustentam essa interpretação. Cavalos brancos, um símbolo comum de vitória, seriam apropriados para aqueles que já são vitoriosos sobre a besta (Ap 15.2).

19.15 A aguda espada que sai da boca de Cristo é aquela de dois gumes citada em Apocalipse 1.16. Ferir as nações pode ser uma declaração comum de juízo ou uma referência específica aos exércitos da terra sendo mortos com a espada em Apocalipse 19.21.

Cristo regerá (gr. apascentará) com vara de ferro em cumprimento das profecias messiânicas no Salmo 2.8,9 e em Isaías 11.4. Pisar o lagar do vinho do furor e da ira de Deus lembra a ordem dada em Apocalipse 14-18-20: juntar as uvas da terra para o lagar da ira de Deus.

19.16 Rei dos reis significa Aquele que é supremo sobre todos os reis da terra. A frase o Senhor dos senhores e o Rei dos reis é encontrada em Apocalipse 17.14, antecipando a segunda vinda.

19.17,18 As aves são mandadas a se ajuntarem para o banquete nas carcaças dos exércitos derrotados reunidos em oposição a Cristo.

19.19-21 Essa descrição da besta e de seus vastos exércitos já foi vista em Apocalipse 17.14 e é quase igual àqueles reunidos para a batalha, naquele grande Dia do Deus Todo-poderoso (Ap 16.14), no Armagedom (v.16).

A besta (Ap 13.1-10) e o falso profeta (v.l 1-17) serão lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre que é também chamado de a segunda morte, o destino eterno de todos os infiéis (Ap 20.10,14,15).

Aparentemente, eles serão os primeiros a sofrerem o tormento do lago que arde com fogo e enxofre. Os demais aliados serão mortos com a espada que sai da boca do Cristo vitorioso.

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.



sexta-feira, 20 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 18

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 18


O capítulo 18 do Apocalipse trata da derrocada, decadência,  ruina, queda, destruição total e final da Babilônia. O versículo 24 diz claramente: “ e nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos e de todos os que foram mortos na terra".
Os versículos 1-24 deste capítulo tratam da queda da Babilônia e das lamentações sobre a terra.

18.1 O anjo que João viu tinha grande (divino) poder, não apenas um poder de curto prazo como os dez chifres e a besta (Ap 17.12,13). Vindo da gloriosa moradia de Deus, esse anjo ainda reflete a glória do Senhor sobre a terra (Ap 15.8), talvez como a face de Moisés, que brilhou com a glória de Deus depois de estar na presença dele (2 Co 3.7-11). 

A continuidade ao pensamento introduzido em Apocalipse 14.8 e 16.19, descrevendo a destruição da cidade. A morada de demônios é o poço do abismo (Ap 9.1,2). Um abrigo é um lugar separado. Assim, a Babilônia, após a sua queda e juízo, irá tornar-se, na prática, um inferno na terra.

18.3 Esse juízo de Deus, sem paralelo, aconteceu por causa da prostituição espiritual da Babilônia (idolatria e abominações; Ap 17-4) com os reis da terra fazendo com que os mercadores se enriquecessem com a abundância de riquezas.

18.4,5 Sai dela, povo meu é uma ordem que faz coro com Isaías 52.11 e especialmente com Jeremias 51.45, profecias declaradas em uma época quando o império babilônico estava pronto para o juízo.

18.6-8 Deus vingará a longa história de iniquidades e obras pecaminosas da Babilônia até as últimas consequências (em dobro; Is 51.19). Em vez de glorificar o Altíssimo, a Babilônia glorificou a si mesma(Ap 14.7; Rm 1.21) com um estilo real. 

Ela prosperou nos prazeres e excessos, mas, agora, o juízo iria deixá-la apenas com tormento e pranto. O clímax do juízo da antiga Babilônia também chegou apenas num dia (uma hora, nos versículos 10,17,19), quando Dario, o medo, invadiu a cidade e matou Belsazar (Dn 5.30,31).

18.9-19 Essa parte é construída como um antigo lamento e é especialmente parecida em conteúdo com o lamento de Ezequiel por causa da destruição de Tiro (Ez 27).

18.9,10 Os reis da terra, os parceiros ilícitos da Babilônia, a chorarão e sobre ela prantearão, provavelmente mais por causa de suas próprias perdas também. Eles, no entanto, a chorarão e sobre ela prantearão, estarão de longe (v.15) para escapar de seu tormento.

18.11-13 As mercadorias incluem púrpura, um corante caro; madeira odorífera, material valioso para a construção de móveis e mirra e incenso, os quais os magos deram como presentes para o menino Jesus (Mt 2.11). Corpos e almas referem-se ao mercado de escravos.

18.14-16 Vestida e adornada. A descrição da rica Babilônia é quase idêntica àquela da prostituta em Apocalipse 17.4.

18.17-19 Aqueles que tiram o seu sustento negociando no mar também lamentam o juízo e o incêndio pelo o qual a Babilônia foi assolada. Eles lançaram pó sobre a cabeça como expressão de grande tristeza, que só foi vista em Ezequiel 27.30, no lamento sobre Tiro.

18.20 Esse chamado para alegrar-se é uma introdução resumida para o cântico de louvor mais extenso em Apocalipse 19.1-5. O juízo por matar os profetas de Deus é mencionado em Apocalipse 16.6, mas esse é o único lugar no livro, além de Apocalipse 21.14, no qual os apóstolos de Cristo são mencionados.

Se apóstolos específicos estão em mente aqui, a morte de Pedro e de Paulo pelas mãos de Roma provavelmente se encaixa aqui. Se a Babilônia é um símbolo de todos os inimigos de Deus e de Seu povo, e não apenas as manifestações babilônicas e romanas, até mesmo a morte de Tiago em Atos 12.1,2 está sendo vingada aqui.

18.21,22 O lamento final sobre a queda da grande cidade da Babilônia vem de um anjo poderoso o suficiente para lançar no mar uma grande pedra pesando toneladas, como uma ilustração da rapidez e do ímpeto do juízo da Babilônia.

18.23 Desse ponto em diante do Apocalipse, a voz de esposo e de esposa é ouvida apenas em consideração às bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9) e à Nova Jerusalém, uma esposa ataviada para o seu marido (Ap 21.2). Feitiçarias (literalmente artes mágicas) são usadas em Apocalipse 9.21 para fazer referência aos pecados da humanidade de forma geral. Talvez a influência da Babilônia seja vista como corrompendo todas as nações.

18.24 O sangue da matança parece referir-se a todos os mártires pela causa de Cristo ao longo da história (Ap 6.10; 17.6). 

No entanto, pode fazer referência especificamente àqueles que foram mortos durante a tribulação, principalmente durante o reinado da besta. (Ap 13.7,15).


Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 



quarta-feira, 18 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 17

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 17


O livro do Apocalipse Capítulo 17 trata dos seguintes temas:

1. A condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas (nações).

2.  A queda da Babilônia.

3. A visão da grande prostituta assentada sobre a besta. 

17.1,2 A referência a um dos sete anjos que tinham as sete taças marca essa passagem como uma continuação de Apocalipse 16.17-21. A referência à grande Babilônia (Ap 17.5) tem o mesmo efeito de ligação. Muitas águas são interpretadas no versículo 15 como povos, multidões, nações e línguas.

Embora a Babilônia seja chamada de prostituta nos versículos 1, 5 e 16 e em Apocalipse 19.2, a sua prostituição natural foi introduzida em Apocalipse 14.8, assim como a sua iminente e bem merecida condenação.

Tanto os reis da terra como os que habitam na terra são seduzidos a cometer adultério espiritual com a Babilônia. A indicação é que ela fez com que eles se embriagassem com poder, bens materiais, falsa adoração e orgulho. O vinho da prostituição da Babilônia (Ap 14-8) é julgado rigorosamente e de forma final por Deus no vinho da indignação da sua ira (Ap 16.19).

17.3 Em espírito descreve o arrebatamento de João que lhe permitiu receber as várias visões descritas em Apocalipse (Ap 1.10). O deserto é onde a mulher identificada como Babilônia, a mãe das prostituições (v.5), é vista sentada sobre uma besta de cor escarlate (Ap 12.3; 13.1). 

Como essa mulher normalmente está assentada sobre muitas águas (Ap 17.1) e a mulher que deu à luz o Rei-Messias fugiu para o deserto como um lugar de proteção (Ap 12.6,14), talvez a Babilônia aqui seja vista associada ao dragão e à besta enquanto eles perseguem ferozmente o povo de Deus (v.13-16).

A descrição da besta cor de escarlate a associa claramente com a besta do mar, o Anticristo, em Apocalipse 13.1,5,6. Os dez chifres são interpretados no versículo 12 como dez reis; eles podem representar os dez dedos dos pés da visão de Nabucodonosor (Dn 2.41).

17.4 A mulher, Babilônia, está vestida como uma rainha (Ap 18.7), com púrpura, escarlata, ouro e pérolas. Embora a aparência da grande prostituta (v.1,5) seja majestosa, o seu cálice de ouro está cheio das abominações e da imundícia, idolatria e atos impuros que desagradam a Deus. Essa descrição é dada primeiro sob o ponto de vista do povo, que olha para a aparência exterior e, então da perspectiva de Deus, que conhece o coração (1 Sm 16.7).

17.5 O nome na testa da Babilônia pode indicar que ela é subordinada à besta (Ap 13.16,17). Mistério pode ser a primeira parte do título para a Grande Babilônia. Mas, baseando-se no uso da palavra mistério no versículo 7, o texto aqui provavelmente deveria ser lido na sua fronte um nome misterioso foi escrito. O título propriamente dito sugere que toda prostituição espiritual e todos os atos abomináveis na história são, de alguma forma, fruto da Babilônia.

17.6 A mulher Babilônia está embriagada do sangue dos santos e dos mártires cristãos (Mt 24.21), assim como pelo vinho da sua prostituição (Ap 17.2). Dessa forma, as suas ações são duplamente repugnantes ao Senhor, assim como as ações de qualquer um que persiga o povo de Deus. O ódio da mulher pelo cristianismo é claramente retratado nesse versículo. Estar embriagada com o sangue dos santos indica uma época de um massacre fora do comum.

17.7 O que o apóstolo João viu ainda precisa ser explicado detalhadamente. Como a revelação foi concedida a ele, não para confundi-lo, mas para instruí-lo, o anjo (compare com o versículo 1) promete esclarecer o mistério da mulher e da besta.

17.8 A descrição da besta como aquela que foi ejá não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição é um contraste consciente para a descrição de Deus, em Apocalipse 1.4,8.

Era, aparentemente, indica que a besta se manifestou no passado (Dn 7). Não é sugere que ela não estava agindo na época de João. Há de subir; à perdição sugere ruína ou punição eterna. Aqueles cujos nomes não estão escritos no Livro da Vida (Ap 13.8; 20.12,15) são enganados pela besta porque não conhecem o seu destino certo e eterno. Tudo o que eles veem é alguém que uma vez existiu e agora faz uma reaparição incrível.

17.9,10 O sentido de que tem sabedoria, possuir conhecimento espiritual divinamente ajudado, ter uma mente receptiva à verdade de Deus (Ap 1.3). Possivelmente, a frase pode estar conectada ao versículo 8 mais do que ao versículo 9 e pode referir-se especificamente à sabedoria e o conhecimento de quem é a besta. 

É possível que faça referência também aos versículos seguintes, à interpretação das cabeças, da besta, dos chifres, da mulher (v.1-6).

As sete cabeças da besta (v.3) simbolizam sete montes e sete reis. Como, na Nova Versão Internacional, a palavra montes também significa colinas, a maioria dos intérpretes entende que é uma referência às sete colinas ao longo do rio Tigre, uma designação bem conhecida da cidade de Roma. 

No entanto, a expressão sete montes pode referir-se também aos sucessivos impérios mundiais, já que montes são símbolos típicos de reinos e impérios da terra (SI 30.7; Jr 51.25; Dn2.44,45). De acordo com essa visão, cinco seriam reinos passados (talvez Egito, Assíria, Babilônia, império Medo-Persa e Grécia), com o sexto sendo o império romano e o sétimo outro que ainda não é vindo. 

Talvez seja um império romano restaurado. Reis podem fazer menção aos imperadores romanos, mas isso não é muito provável, já que mais de cinco reinaram antes de o livro de Apocalipse ser escrito.

17.11,12 A besta é o oitavo, e é dos sete. A besta é associada ao sétimo rei, mas também tem uma identidade separada. O teor obscuro pode expressar a admiração mundial com o fato de a besta ser curada de uma ferida mortal para reger o mundo novamente (Ap 13.3). 

Parece que o oitavo império mundial é uma espécie de império romano revitalizado sobre o qual o Anticristo estabelece a autoridade imperial de um ditador. Ele vencerá três chifres, ou nações (Dn 7.20) e exigirá autoridade universal.

Uma hora. Um tempo limitado é designado para os dez reis, ou dez chifres (Ap 1.3; Dn 2.34,41,42), que receberá autoridade para reinar junto com a besta (Ap 18.10,17,19). 

A soberania do Senhor não é ameaçada nessas declarações de sucessão e duração porque a besta pelo justo juízo de Deus vai ser condenada à perdição eterna. O tempo ajustado para esses acontecimentos pode ser concomitante com Apocalipse 16.14, onde as preparações para a batalha em Armagedom são descritas.

17.13 Os dez reis que reinam por último sob a autoridade da besta (v.12) cooperam completamente e entregam de volta seu poder e autoridade à besta. 

Alguns estudiosos entendem que esses dez reis são líderes de províncias no império romano na época de João, enquanto outros acham que dez significa simbolicamente um grande número de poderes nacionais aliados à besta. Outros ainda veem uma confederação de dez nações, talvez um império romano atual restaurado (Dn 7.7,19,20,23,24).

17.14 Os dez reis em aliança com a besta serão ousados que combaterão contra o Cordeiro (Cristo). Ele, o Todo-poderoso, o Senhor dos senhores e o Rei dos reis (Ap 19.16), irá vencê-los facilmente em Sua segunda vinda na batalha final chamada de, a batalha final do Armagedom  em Megido. (v.19-21). Na segunda fase de Sua vinda, no final dos últimos três anos e meio da grande tribulação, Jesus virá pessoalmente para derrotar aquele que até então era invencível, o Anticristo. Então Jesus implantará o seu Reino Milenial .

O teor dessa passagem está em contraste direto com Apocalipse 13.7, onde a besta e seus exércitos recebem permissão divina para fazer guerra aos santos e vencê-los. Muitos daqueles que a besta derrotou e até mesmo matou são contados agora no exército vitorioso do Cordeiro. O exército do Senhor é composto dos chamados, eleitos e fiéis, provavelmente os soldados celestiais de Apocalipse 19.14.

17.15 As águas de Apocalipse 17.1 são interpretadas como todos os povos e nações do mundo.

17.16,17 Os dez chifres (os reis do versículo 12) odiarão a Babilónia, a prostituta. Como resultado, eles irão destruí-la totalmente. Como essa descrição é parecida com a do juízo de Deus sobre a Babilônia em Apocalipse 18.8, parece que o Senhor usa soberanamente os exércitos da besta como Seu instrumento de juízo sobre o reino do Anticristo (cap. 18) antes que eles mesmos sejam destruídos (Ap 19.19-21).

Com o advento da besta como um rei supremo devido ao auto endeusamento (Dn 11.36; Mt 24-15; 2 Ts 2), Satanás começou uma ordem completamente nova, a qual é tão radicalmente diferente da grande prostituta, que a besta, ou talvez o sistema político desse mega império, volta-se contra a prostituta destruindo o aspecto religioso da Babilônia.

17.18 A mulher na visão de João (v.1-6) é a grande cidade da Babilônia (Ap 16.19) e também a antiga mãe das prostituições (Ap 17.5). 

Dessa forma, a influência Satânica dessa cidade sobre os líderes mundiais continuou desde Babel, através da Babilônia até Roma (v.9-10), sua clássica manifestação no primeiro século depois de Cristo.

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia,  Pastor e Escritor.


segunda-feira, 16 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 16

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 16


As sete taças da ira de Deus são derramadas. Apocalipse 16.1-21.

A ordem imperativa de Deus aos sete anjos: “Ide e derramai sobre a terra as sete taças da ira de Deus “.

16.1 A grande voz vinda do templo é como a voz de Deus, já que nenhum outro ser celestial podia entrar no santuário celestial até que se consumassem as sete pragas dos sete anjos (Ap 15.8).

16.2 O efeito da primeira taça sendo derramada é uma terrível chaga sobre todos que têm o sinal da besta (Ap 13.16,17). Os egípcios enfrentaram uma aflição parecida durante a sexta praga do êxodo (Ex 9.9-11). Assim como o grande poder de Deus não podia ser negado pelos egípcios e por seus magos (v. 11), assim os infiéis serão incapazes de negar a justiça soberana de Deus à medida que as taças do juízo divino avançarem rapidamente (v.9,11,21).

16.3 A segunda taça transforma o mar em sangue, assim como a segunda trombeta (Ap 8.8,9). No entanto, apenas um terço do mar foi afetado pela trombeta (v. 8,9). Tal taça traz a morte de toda alma vivente no mar. Esse versículo é parecido com Exodo 7.17-21, no qual o rio Nilo é transformado em sangue; no entanto, o juízo aqui é infinitamente pior devido ao seu alcance global.

16.4 A terceira taça, como a terceira trombeta (Ap 8.10), tem como objetivo os rios e as fontes das águas. Dessa vez, no entanto, o impacto é mundial (compare com versículos 10,11), e as fontes de água se tornam em sangue no lugar de apenas se transformarem em absinto (v.l 1).

16.5 O anjo das águas provavelmente é o mesmo que derramou a terceira taça (v.4), e não outro. Como Deus é justo para sempre, Seu juízo sobre os habitantes da terra (v.10) e sobre suas obras violentas e injustas é perfeitamente justo.

16.6 Deus força os infiéis impenitentes (v.9) que derramaram o sangue do povo de Deus a beber sangue, a fim de vingar a morte dos mártires, como alguns deles pediram em Apocalipse 6.10. Santos são aqueles que estão separados por causa de seu relacionamento com Jesus Cristo. Em Apocalipse, os santos podem ser os cristãos em geral (Ap 5.8), ou aqueles crentes enfrentando perseguição e martírio (Ap 13.7). O termo profetas pode referir-se a todos os porta-vozes de Deus que foram mortos como resultado de perseguição, ou especificamente às duas testemunhas que profetizaram durante três anos e meio (Ap 11.3-13,18).

16.7 Em Apocalipse 6.9,10, os santos martirizados clamam a Deus para que Ele mostre a Sua justiça julgando os maus. Como o Senhor está agindo assim agora, os santos afirmam que o Seu juízo é verdadeiro e justo.

16.8 A quarta taça lembra a quarta trombeta em seu efeito sobre o sol (Ap 8.12). Porém, nessa praga, o calor do sol é intensificado, em vez de ser reduzido.

16.9 Aqueles que seguiram a besta blasfemam o nome de Deus, assim como a própria besta fez (Ap 13.5,6). Eles não podem argumentar contra a existência ou o poder do Altíssimo, mas, mesmo assim, não se arrependem nem dão glória a Deus (Ap 16.11,21). As boas-novas de Cristo ainda estão em vigor até a iminência de Sua volta (Ap 19.11-21), embora Ele seja rejeitado praticamente por todos os infiéis que ainda estão vivos.

16.10,11 A quinta taça se concentra contra o trono da besta, aparentemente em relação ao seu reino e à sua autoridade no mundo (Ap 13.7). A frase o trono de Satanás é usada em Apocalipse 2.13 para aludir à cultura satânica em Pérgamo como resultado do predomínio do culto ao imperador naquele lugar. (Todos os outros usos da palavra trono no Apocalipse referem-se ao trono do Senhor).

A escuridão relatada em Apocalipse 6.12-17 fez com que até mesmo os líderes mundiais temessem a ira do Cordeiro (Ap 6.16). Nesta data mais recente, a besta e seus seguidores ainda blasfemam o Deus do céu e recusam a arrependerem-se das suas obras.

Dores e chagas podem ser, em termos gerais, paralelos ao tormento sofrido pelos afligidos pelos gafanhotos demoníacos durante o juízo da quinta trombeta (Ap 9.5-10). No entanto, é mais provável que as dores se refiram ao abrasamento provocado pelo sol nos versículos 8 e 9, e chagas, aos efeitos da primeira taça (v.2).

16.12-14 A sexta taça inclui o rio Eufrates, da mesma maneira que a sexta trombeta (Ap 9.14). Os dois juízos lidam com forças militares diabolicamente inspiradas. O exército de duzentos milhões (v.16) matará um terço de toda a humanidade (v.l8); o exército nos versículos de 12 a 14 batalhará contra Deus (v.19-21).

16.12 Com a água do rio Eufrates completamente seca, a invasão do oriente seria muito mais fácil. Os reis que vêm do oriente são entendidos como os exércitos partas que ameaçaram a metade do império romano oriental, embora qualquer força poderosa da Ásia combinasse com a redação desse versículo.

16.13,14 Espíritos imundos espalharam palavras de autoridade do dragão (Satanás, Ap 12.9), da besta e do falso profeta — uma trindade diabólica. Haverá grande engano envolvido nos sinais (Ap 13.13,14) que são usados para convencer os reis de todo o mundo a reunirem-se para a batalha contra Deus.

Em Apocalipse 6.15,16, os reis da terra recuam de medo diante do julgamento do Cordeiro. Aqui, os governantes estão dispostos a guerrear contra o Todo-poderoso. A diferença parece ser a confiança deles no poder da besta, já que eles argumentam: Quem poderá batalhar contra ela? (Ap 13.4). A batalha do grande Dia acontece no Armagedom (v.16; 19.17-21).

16.15 Bem-aventurado indica que essa é a terceira das sete bem-aventuranças em Apocalipse (1.3; 14.13; 19.9; 20.6; 22.7,14). Venho como ladrão relembra o aviso de Jesus aos crentes para estarem vigilantes por causa da hora inesperada de Sua volta (Mt 24.43,44). 

16.16 O lugar da batalha falado no versículo 14 é o Armagedom, uma palavra hebraica que significa colina de Megido. Alguns acreditam que não é um local real, mas um símbolo da batalha final entre o bem e o mal. 

16.17 A sétima taça é o clímax de todos os juízos em Apocalipse. Está feito. Esse é o ato final do juízo de Deus antes de Cristo voltar.

16.18 Um grande terremoto, como nunca tinha havido antes, vai muito mais além das grandes destruições sismológicas ao longo da história e dos recentes terremotos em Apocalipse 6.12; 8.5; 11.13,19.

16.19,20 A grande cidade da Babilônia (Ap 11.8) parece ser o epicentro do mais destrutivo terremoto que o mundo verá. O tremor parece ocorrer no mundo inteiro, levando destruição às cidades das nações.

A Babilônia não ficou esquecida diante de Deus. Aqui, Ele age de acordo com a Sua promessa anterior, de que a Babilônia cairia (Ap 14-8) e o cálice da Sua ira seria dispensado (v.10). Babilônia, aqui, pode referir-se à reconstrução da antiga cidade, ou ser um nome simbólico para Roma (Ap 17.9). É possível que seja um modo de referir-se a qualquer sociedade humana cheia de orgulho que tente viver separada do Senhor. As clássicas manifestações de rebelião da Babilônia contra Deus são a Torre de Babel (Gn 11.1-9) e o império babilônico sob o comando de Nabucodonosor (Dn 4.30).

16.21 Saraiva caindo do céu, com cada pedra pesando cerca de 35kg (um talento), seria extraordinariamente destrutivo. Ainda assim, os infiéis blasfemaram de Deus, em vez de arrependerem-se (Ap 16.9,11). A essa altura, aparentemente, o coração deles está tão endurecido, que eles não responderão de forma adequada ao Senhor, independente de Sua demonstração de poder e juízo.

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.



sábado, 14 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 15

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 15




O capítulo 15 apresenta o cenário para o derramar das pragas contidas nas sete taças.

É uma preparação para o derramamento das sete taças.
Os sete Anjos já estão com as taças das últimas pragas. (1-8).

Ele consiste de três visões:

1) os anjos que esperam; 
2) os santos vitoriosos; 
3) os anjos emergentes.

O proximo capítulo, o 16, apresenta uma descrição de cada uma das sete pragas.

Os anjos que esperam (15.1).

Esse versículo realmente forma um cabeçalho para o conteúdo dos capítulos 15-16, mas nossa ênfase aqui é o capítulo 15.

João viu outro grande e admirável sinal no céu: sete anjos que tinham as sete últimas pragas, porque nelas é consumada a ira de Deus. Há um caráter final acerca disso. A linguagem mostra que essas pragas chegarão ao seu clímax.
Consumada, literalmente significa que elas foram “completas” ou “terminadas”. 
Ira é thymos, significa “raiva ardente”. 
O pecado, que afligiu a humanidade por tanto tempo, precisa ser erradicado.

Os santos vitoriosos (15.2-4).

João viu um como mar de vidro misturado com fogo (2). Provavelmente, esse é o mesmo mar de vidro relatado em 4.6. Lá ele é descrito como “semelhante ao cristal” em sua transparência. Aqui ele tinha uma incandescência rosada, como se estivesse misturado com fogo. Alguém sugere que “A incandescência ver¬melha do mar representava o fogo pelo qual os mártires passaram, e mais claramente, a ira prestes a cair sobre o mundo, que os havia condenado”.

Sobre esse mar vítreo, como se fosse um chão sólido, estavam parados os que saíram vitoriosos da besta, literalmente, “os que vinham vitoriosos da besta selvagem”. Um famoso Teólogo comenta: “Os conquistadores chegaram como vitoriosos 'saindo da' batalha com a besta selvagem, com sua imagem, e o número do seu nome”.' Esse número, é claro, é 666 (13.18). Esses vitoriosos têm as harpas de Deus; isto é, harpas que Deus tinha dado a eles, ou que pertenciam ao serviço de Deus. As harpas já foram mencionadas em 5.9 e 14.2.

Esses harpistas cantam e tocam. Eles cantam o cântico de Moisés, servo de Deus (3). O contexto mostra que a referência não é ao cântico final de Moisés em Deuteronômio 32. Em vez disso, trata-se do hino de louvor cantado no mar Vermelho quando Deus libertou os israelitas dos egípcios perseguidores (Êx 15). Esse hino também era um cântico de livramento da besta ameaçadora.

Mas eles também cantaram o cântico do Cordeiro. Eles são vitoriosos com Cristo sobre todo o poder do inimigo. Para as pessoas da época de João, isso significava o impe¬rador perseguidor. Para os cristãos de várias épocas, têm ocorrido muitas aplicações. No fim dos tempos, será a vitória sobre o Anticristo.

O hino de adoração encontrado no restante do versículo 3 e no versículo 4 é composto quase que inteiramente de palavras e frases do Antigo Testamento (Sl 86.8-10; 111.2; 139.14; Am 4.13). Deus é louvado pelas suas obras maravilhosas. A frase Rei dos san¬tos não recebe muito apoio dos melhores manuscritos. A escolha fica entre “Rei das na¬ções” ou “Rei dos reis” ou “Senhor dos Senhores”. O contexto pode favorecer levemente a frase “Rei das nações”, que é o que a besta afirmava ser para confundir os ainda Cristãos  mas principalmente o povo Judeu. No fim, todas as nações virão e se prostrarão diante de ti, o verdadeiro justo juiz. (4). Por que juízos ou ( dihaiomata) atos justos  são manifes¬tos (“se tornaram manifestos”, NVI).

Os anjos emergentes (15.5-8). 

João escreve: E, depois disto (gr., dessas coisas), olhei (“vi”, mesmo verbo que no v. 1), e eis que o templo (santuário) do tabernáculo do testemunho se abriu no céu (5). Aqui o autor de Apocalipse prefere a referência ao Tabernáculo, chamado de “tenda do Testemunho” (Nm 9.15) em vez de referir-se ao Templo posterior. O autor da epístola aos Hebreus faz a mesma coisa. Isso provavelmen¬te ocorre porque seu plano foi dado por revelação divina.

Os sete anjos que tinham as sete pragas saíram do templo. Eles estavam vestidos de linho puro e resplandecente, com cintos de ouro, como os sacerdotes no Templo. Um dos quatro animais (“criaturas viventes”; (Ap 4.6) deu aos sete anjos sete salvas de ouro, cheias da ira de Deus (7). 

A palavra grega para salvas, “phiale”, é encontrada somente em Apocalipse (Ap 5.8; 15.7; 16.1-17; 17.1; 21.9). Ela significa “uma taça rasa, usada para derramar libações, etc”. Outros significados atuais de salva podem induzir ao erro. Diversas traduções trazem “sete taças de ouro”.

Esse Deus, cuja ira será derramada sobre os rebeldes, é o que vive e Reina para todo o sempre. O autor de Hebreus adverte que “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31). Nesse momento o templo encheu-se com a fumaça da glória de Deus e do seu poder (8). Observemos que: “Fumaça é um símbolo da Presença Divina no AT quando a majestade impressionante de Deus se manifestava”. Ninguém podia en¬trar no santuário até que se consumassem (ou se “completassem”) as sete pragas (cf. Êx 40.35; 1 Rs 8.10).

Com intuito de melhores esclarecimentos sobre Apocalipse Capítulo 15 é importante estas considerações abaixo. Vejam os blocos de versículos para maior compreensão.

15.1-4 Outro sinal misterioso, grande e espantoso acontece. 

Em meio a passagens assustadoras, a “Canção de Moisés” ou o “ Cântico de Moisés” de Êxodo 15.1-21 nos fala das grandes e maravilhosas obras de Deus e de que, finalmente, todas as nações anunciarão sua glória e o adorarão. Se a sua confiança está depositada no amor de Deus manifestado de forma especial através de Jesus, você não precisa ter medo do que lê aqui: lembre-se de quantas vezes nos evangelhos aparece a mensagem “não tenham medo” e da qualidade da paz que Cristo nos oferece, que não é “como o mundo a dá” Jo 14.27 e que, de tão profunda e maravilhosa, “ninguém consegue entender” (Fp 4.7).

15.5-8 se abriu no céu o templo. 

Um momento de aquietação perante a presença divina, o Deus cheio de graça que se manifesta com poder. O Apocalipse nos aponta os juízos do Senhor: Deus reina soberano e tem cuidado de todos nós, e agora vai levar a maldade humana até sua consequência final, um dos quatro seres vivos. Indica que o juízo será executado a partir da própria natureza (Ap. 4.6-8); isso provavelmente quer dizer que as catástrofes serão percebidas como algo "natural", como consequência de nosso modo de lidar com a natureza.

As sete taças de ouro cheias da ira de Deus. Aqui se prepara o cenário do último juízo, em que toda maldade será finalmente cobrada e castigada, especialmente contra as instituições que perseguiram o seu povo. 

Portanto as sete últimas pragas, as sete taças da ira de Deus, não são despejadas sobre os cristãos, mas sobre todos os que não aceitaram a oferta de salvação pelo sacrifício de Jesus e nem lutaram pir sua salvação nos tempos da grande tribulação.  Estas profecias nos levam a uma reflexão sobre acontecimentos atuais que são um prenúncios do que está por vir. Compete a nós estarmos atentos e vigilantes como as virgens prudentes de Mateus 25, porque à meia-noite (o dia e a hora do arrebatamento) noivo vai passar. 

Todos os que tiverem azeite (o Espirito Santo) suficiente (vida espiritual em comunhão com Deus), serão arrebatados e irão morar na glória eterna com o Senhor Jesus, (que na parábola das dez virgens representa o noivo).


Trazemos abaixo uma retrospectiva mais abrangente do capítulo 15 de Apocalipse. 


15.1 Outro sinal é um retrospecto de Apocalipse 12.1,3, onde o simbolismo da mulher e do dragão também apareceu no céu. Esse sinal é grande e admirável, aparentemente porque lida com as sete últimas pragas enviadas pelo Senhor. As pragas, as taças da ira de Deus (Ap 16.1), são muito mais fortes e mais difundidas do que os juízos das trombetas em Apocalipse 8.2-11.19. A ira de Deus é consumada com as sete últimas pragas (Ap 15.1-19.5), que são imediatamente seguidas pela segunda vinda de Jesus e pelas bodas do Cordeiro (Ap 19.6-21).


15.2 Um mar de vidro é mencionado em Apocalipse 4.6 como um lugar de adoração diante do trono de Deus. Aqui, ele é visto misturado com fogo, o que geralmente é um sinal do juízo divino. O fogo mostra que a ira do Senhor, agindo em juízo, alcançou o seu auge. O mar de vidro também tipifica a vitória do Senhor para todos os Seus vencedores. Os que saíram vitoriosos sobre a besta são mártires fiéis a cristo que não amaram a sua vida até à morte (Ap 12.11).


15.3,4 O cântico de Moisés é uma referência a Êxodo 15.1-18, quando Israel celebrou a sua libertação da escravidão do Egito, principalmente do exército de faraó (Ex 14). Esse louvor, lembrando a grande redenção do Antigo Testamento, era entoado pelos judeus em suas reuniões do Sábado, assim como pelos primeiros cristãos na Páscoa.


O cântico do Cordeiro compara a obra consumada e redentora de Jesus Cristo com a libertação de Deus no êxodo. Talvez os que venceram no versículo 2 estejam seguros no outro lado, e os intensificados juízos dos capítulos anteriores sejam comparáveis à destruição culminante do exército de faraó quando o mar Vermelho se fechou sobre ele. Considerando as grandes obras e o caráter de Deus, cada pessoa deveria temer o Senhor e glorificar o Seu nome confiando em Jesus Cristo.

A expressão todas as nações é a mesma encontrada em Mateus 28.19 e Lucas 24-47, expressando a extensão da Grande Comissão, a ordem de Jesus para proclamar as boas-novas a todos os povos. Adorar significa prostrar-se, trazendo à memória a descrição de Paulo da época em que todo joelho se dobrará diante de Jesus Cristo, o Senhor (Fp 2.10,11).


15.5 O templo do tabernáculo associa a poderosa imagem do templo celestial em Apocalipse 11.19 com os fortes paralelos no capítulo 15 para o período do êxodo, quando a presença majestosa de Deus era claramente vista no tabernáculo. O tabernáculo do testemunho chama a atenção para a Lei ou para as tábuas do testemunho dadas a Moisés (Ex 31.18; 32.15).No novo céu e na nova terra, o tabernáculo de Deus estará com os crentes porque Ele habitará eternamente com eles (Ap 21.3).


15.6 Sete anjos se apresentam para administrar as sete pragas, as quais são as últimas pragas (v.1) que Deus enviará antes de Cristo voltar. Vestidos de linho puro e resplandecente e cingidos com cintos de ouro. Como as suas vestimentas significam pureza e justiça, os anjos são representantes da justiça perfeita.


15.7 As salvas (ou taças) de ouro cheias de ira lembram aquelas que, em Apocalipse 5.8, carregam incenso, representando as orações dos santos.


15.8 A fumaça que encheu o templo tinha origem no poder e na glória de Deus e proibia o acesso ao Santo dos Santos. A fumaça significava a determinação de Deus para trazer juízo como uma expressão de Seu caráter e Sua autoridade. O juízo agora é irreversível, sem lugar para intercessão. (Lm 3.44).

Deus abençoe você e sua família



Pr. Waldir Pedro de Souza 

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 


quinta-feira, 12 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 14

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 14


Este capítulo 14 do Apocalipse trata de episódios que são passados em número de sete. Entre esses fatos episódicos destacamos:

O Cordeiro e os seus remidos no Monte Sião.  (1-5).

Tres Anjos proclamam os juízos de Deus. (6-13).

A ceifa e a vindima. (14-20).

14.1 O monte Sião é um sinônimo para a Jerusalém, colocando em evidência o local onde o templo foi construído. Existe alguma dificuldade em decidir se é uma referência ao monte Sião terrestre ou ao celestial (Hb 12.22). Os cento e quarenta e quatro mil trazem na fronte escritos o nome de Deus, no lugar do nome da besta (Ap 13.17). Em Apocalipse 7.2-4, a proteção para esse grupo é citada como um selo na fronte deles. O objetivo é que seja um contraste à marca da besta (Ap 13.16,17), ou pode ser um sinal visível apenas no céu, ou na nova terra e no novo céu (Ap3.12; 22.4).

14.2,3 O cântico novo provavelmente é aquele cantado diante do trono de Deus, em Apocalipse 5.9,10. Como essa canção é sobre a redenção e a vitória em Cristo, parece que apenas os que já estão no céu e aqueles comprados da terra, como os cento e quarenta e quatro mil, têm permissão para aprendê-lo.

14.4 Virgens simbolizam a pureza espiritual (2 Co 11.2). Os crentes redimidos não se comprometerão com o mal; eles rejeitarão a falsa doutrina e se recusarão a adorar a besta. No Novo Testamento, as primícias são a primeira parte de uma safra, indicando uma colheita muito maior a ser feita posteriormente (1 Co 16.15). De vez em quando, o termo enfatiza apenas a natureza santificada de um sacrifício (Tg 1.18). Certamente, o comprometimento dos 144 mil com Deus enfatiza que eles são santos, separados para o Senhor. No entanto, a oferta contínua do evangelho (Ap 14.15) também indica que muitos outros crerão em Jesus Cristo (v.12,13).

14.5 Os 144 mil não eram livres de pecado em sua vida terrena (Rm 3.23), mas não se achava engano neles pois eram irrepreensíveis em relação ao seu testemunho de Cristo. Em especial, não tinham participação na falsidade, porque rejeitaram a mentira do anticristo (2 Ts 2). Eles eram irrepreensíveis e sem engano porque recusaram a marca da besta.

14.6,7 O anjo que prega o evangelho a toda nação, e tribo, e língua, e povo ajuda a cumprir a promessa divina de que o evangelho será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes (Mt 24.14) antes da volta de Cristo. No Apocalipse, a palavra evangelho, que literalmente significa boas-novas, é usada apenas aqui. Mesmo nesse estágio do juízo de Deus, Ele continuava a oferecer vida eterna ao mundo (Jo 3.16). A mensagem do evangelho, a essa altura, pede aos infiéis que temam a Deus e deem glória a Ele, para escaparem da hora do seu juízo. Anteriormente, algumas pessoas tinham respondido dessa maneira depois do milagre da ressurreição das duas testemunhas (Jo 11.11-13). A atividade desse anjo pode estar acontecendo nos “bastidores”, estimulando uma proclamação mundial do evangelho por aqueles que declararão a verdade até mesmo à custa de sua própria vida.14.8 — Um segundo anjo proclama parte das más notícias do juízo àqueles entre todas as nações (Mt 28.19) que não receberão as boas novas do evangelho (v.6). A Babilónia é mencionada pela primeira vez em Apocalipse e passa a ser o foco do juízo divino na parte seguinte (Ap 16-18). A Babilónia é a grande cidade; anteriormente, esse termo foi usado para descrever a cidade onde nosso Senhor foi crucificado (Ap 11.8).

14.9-11 Um terceiro anjo anuncia com uma grande voz o trágico destino eterno de quem rejeita a oferta do evangelho (v. 6,7) e adora a besta (Ap 13). Em Romanos, Paulo fala sobre a ira de Deus descendo dos céus (Rm 1.18) contra os infiéis, conforme o Altíssimo permite que eles recebam as justas consequências de seu comportamento pecaminoso. Em Apocalipse 6.17, o grande Dia da sua ira foi anunciado (Ap 11.18). Agora, será experimentado em toda a sua extensão por aqueles que seguiram a besta. Na recente fúria de Deus, os infiéis que adoram a besta serão atormentados para todo o sempre, sem repouso de dia e de noite.

14.12 A paciência dos santos repercute em Apocalipse 13.10, assim como o lugar de João como companheiro de seus leitores na paciência de Jesus Cristo (Ap 1.9). Aqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus, mesmo em tempos de muita dificuldade (Ap 13), receberão uma bênção divina especial (v.13).

14.13 A expressão bem-aventurados sinaliza a segunda das sete bem-aventuranças em Apocalipse (Ap 1.3; 16.15; 19.9; 20.6; 22.7,14). Seis das sete bem-aventuranças estão agrupadas na última terça parte do livro de Apocalipse, talvez como promessa para encorajar respostas cristãs exemplares em tempos de circunstâncias de extrema dificuldade no fim dos tempos. Desde agora pode significar a partir do ponto da tribulação ao qual João está referindo-se, ou desde a época em que João estava escrevendo aos seus leitores originais. Descanso espiritual está disponível a qualquer um que se achega a Jesus Cristo pela fé (Mt 11.28). O Senhor falou aos mártires debaixo do quinto selo que repousassem ainda um pouco de tempo (Ap 6.11), até que o plano de Deus estivesse terminado. Aqui também é dito aos crentes que morreram que descansem dos seus trabalhos, sabendo que suas boas obras serão lembradas e recompensadas (1 Tm 5.25).

14.14,15 A referência ao Filho do Homem com uma coroa de ouro na Sua cabeça indica que a figura é Jesus Cristo (Ap 1.13; Dn 7). Algumas pessoas, no entanto, hesitam em fazer essa identificação, principalmente porque outro anjo dá a ordem para a primeira figura ceifar, o que parece impróprio se o semelhante ao Filho do Homem é Cristo.
Ainda assim, não existe nenhuma impropriedade em ter um representante de Deus Pai transmitir em confiança juízo para o Filho do Homem (Jo 5.22). O Filho julgará a humanidade como aquele que compartilha a natureza humana. Uma foice aguda de pedra ou ferro era a ferramenta básica para a antiga ceifa de grãos. Como as 144 mil testemunhas foram recebidas por Deus como as primícias (v.4) de Sua colheita, o restante da colheita da terra, com certeza, já está maduro tanto para a salvação (Mt 13.37-43) como para o juízo.

14.16 O poder do Filho do Homem, Jesus Cristo, é demonstrado nisso: ao meter a Sua foice uma só vez, a colheita da terra é ceifada. Isso retrata os acontecimentos dos capítulos 16-19 como partes de uma rápida sucessão de juízos. Desse modo, esse juízo é experimentado pelos habitantes do mundo inteiro.

14.17,18 Outro anjo é designado para a colheita dos cachos da vinha que também estão maduros, significando serem merecedores de juízo. O outro anjo, citado como tendo poder sobre o fogo, pode ser o anjo no altar em Apocalipse 8.3-5. Talvez o fogo queime o joio ou a palha separada na colheita (Mt 13.38-43).

14.19,20 Um lagar era uma tina na qual os trabalhadores pisavam as uvas com os pés descalços, fazendo com que o suco escoasse para um barril. Esse sinal da ira e juízo de Deus (Is 63.3), comum no Antigo Testamento, aparentemente explica também como o vinho da ira de Deus (v.10) é produzido. A imagem do lagar é simbólica para uma quantidade inacreditável de sangue derramado. Essa descrição de um rio de sangue indica uma carnificina sem paralelo.

Mil e seiscentos estádios são, aproximadamente, 32km, Esse grande derramamento de sangue provavelmente é o resultado da vitória de Cristo sobre os exércitos humanos reunidos (Ap 19.17-19), já que Ele retorna antes da ceia do grande Deus (v.17), que alguns associam à batalha do Armagedom (Ap 16.16).

Rememorando e simplificando os principais temas das verdades Apocalípticas deste capitulo 14.

14.1-5 Vi o Cordeiro em pé no monte Sião. 

O momento de encontro com o ser de Deus revela a reverência diante da magnitude do Senhor. Ele é santo e puro, e na sua presença também estaremos totalmente purificados. Uma vez que estas passagens estão repletas de simbologia, ou seja, de figuras que apontam para uma realidade mais profunda, precisamos tomar cuidado para não fazer delas uma leitura legalista que nos levaria para conclusões discordantes dos ensinos de Jesus e de todo o restante do Novo Testamento. Assim, ao descrever aqueles que foram "comprados por Deus", o texto descreve uma forma de santidade que, se fosse entendida de forma literal, não simbólica, destoaria do que Cristo afirma, ou seja, que seus seguidores se caracterizariam sobretudo pelo amor a Deus, entre si, e aos demais. Lembremos que a santidade do cristão é resultado de uma ação do Espírito Santo em sua vida e se expressa primeiramente de uma forma positiva, por sua boa atuação no mundo, e só secundariamente se manifesta de forma negativa, por aquilo que ele não faz.

14.3 Os cento e quarenta e quatro mil. 

Este número, em vez de ser um grupo especial, representa provavelmente a totalidade do povo de Deus (12x12x1000), salvo e santificado pelo Cordeiro. Veja o quadro "Os números no Apocalipse" (Ap 4).

14.4-5 nem cometeram nenhuma falta. 

Enquanto na terra a verdadeira Igreja é perseguida e as testemunhas de Cristo são mortas, Deus revela que estão absolutamente todos no céu com Jesus, e todos são completamente puros, santificados e perfeitos, não haviam tido relações com mulheres. Refere-se provavelmente ao contraste com os cultos idólatras que incluíam a prostituição (2.14), mas aqui representa especialmente a purificação plena que os crentes terão no céu (tanto homens quanto mulheres), onde não há mais casamento humano, mas sim a união com o próprio Jesus Cristo, as "bodas do Cordeiro" (Ap 19.7; Ef 5.31-32).

14.6-20 chegou a hora de Deus julgar a humanidade. 

Novamente os cristãos são encorajados a aguentar o sofrimento com paciência e serem fiéis, o que consiste em obedecer aos mandamentos de Deus e ser fiéis a Jesus (v. 12), numa espécie de demonstração de harmonia entre Antigo e Novo Testamentos.

É apresentada bem resumidamente a proclamação do evangelho, que leva ao juízo, ao fim da civilização sem Deus ("Babilônia") e ao castigo eterno de todo o sistema maligno com seus monstros (cap. 13) e adoradores, retirando toda a vida do mal. Apesar de tanta destruição, a Bíblia garante que todo sofrimento terá um fim na vinda do Senhor (cap. 19) ou antecipadamente, com nossa morte (v. 13). Se muitas vezes parece que Deus não se importa com nosso sofrimento, os anjos que trazem as taças com as pragas (caps. 15-16) mostram que ele vingará toda vida ceifada por amor a Ele.

14.14-20 uma nuvem branca. Referência à profecia de Dn 7.13, que descreve a volta de Jesus à terra para executar o juízo final. Em outras passagens da Bíblia é referido o arrebatamento, o encontro dos cristãos com Jesus nos ares. (1 Ts 4.16-17). Mt 24 2 Ts 2).

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 









terça-feira, 10 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 13

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 13


À medida que o tempo vai passando e caminhando para o fim da grande tribulação, os acontecimentos e as situações vão se desenrolando com mais velocidade e com mais blasfêmias contra Deus. 

Destacamos aqui neste capítulo a ferocidade das Bestas do Mar e da Terra, as duas bestas mundiais. Apocalipse 13:1-18.

Satanás quer desesperadamente vencer os cristãos. Por causa do sacrifício de Jesus ele não pode mais acusá-los de pecado; assim sendo, agora ele só pode perseguir, enganar e seduzir. Para fazer isto, ele convoca todos os aliados possíveis.

A Besta que emerge do mar. (Ap.13.1-10).

A primeira besta surgiu do mar e guerreou contra os cristãos durante quarenta e dois meses. Esta besta representa a perseguição, que é uma das táticas do diabo para tentar render-nos. Toda oposição nos aflige, mas o ataque físico é uma prova especialmente severa. Somente pela fé e pela perseverança podemos permanecer fortes (Apocalipse 13:10).

Sabemos que esta besta do mar é o "monstro" de Daniel 7 por causa das semelhanças: emergência do mar (7:3), dez chifres (7:7), nomes blasfemos (7:8, 21), leopardo/urso/leão (7:4-6, 12), grande poder (7:7), palavras arrogantes (7:8, 21), período de tempo (7:25), guerra contra os santos (7:21, 25), etc. Estas comparações são tão próximas que não poderia haver dúvida de que a besta do mar em Apocalipse 13 é a mesma besta monstruosa de Daniel 7. Desde que a besta de Daniel é a quarta na série de impérios mundiais (os três primeiros são Babilônia, 2:37-38; Medo-Persa, 8:20; e Grécia, 8:21), ela deve ser o Império Romano. Durante os primeiros dias da igreja Satanás usou o Império Romano para perseguir os cristãos.

A Besta que emerge da terra. (Ap. 13.11-18).

A segunda besta saiu da terra. Esta besta produziu grandes sinais para fazer os homens adorarem a primeira besta. A besta da terra ilustra a segunda arma que o diabo usa para tentar conquistar os cristãos: a falsa religião. Observe como a besta da terra imitou Cristo: o cordeiro (Apocalipse 5:6), os sinais (11:4-5), marca nos seguidores (7:1-8), número seis (o número de Deus através de todo o livro é sete). Satanás é um mestre do disfarce (2 Coríntios 11:13-15). E procura constantemente falsificar as verdades de Deus.

Neste contexto histórico, a besta da terra simbolizava provavelmente a adoração do imperador Romano. Muitos dos imperadores consideravam-se divindades e exigiam que seus súditos se prostrassem diante da imagem deles e lhes oferecessem incenso. Aqueles que se recusassem eram perseguidos.

É uma infelicidade que o sensacionalismo domine a interpretação de Apocalipse. Alguns imaginam que a marca da besta e o número 666 espreitando em cada esquina é o verdadeiro sentido escatológico deste versículos e capítulos. Fazendo assim, eles não somente não entendem o significado do livro, mas também se descuidam das reais ameaças de Satanás hoje em dia. A marca da besta não era mais literal do que o selo de Deus (Apocalipse 7); 6 (repetido três vezes para ressaltar) é principalmente uma referência ao fracasso, em contraste com 7, que representa o sucesso.

Tudo isto tinha referência principalmente aos acontecimentos daqueles dias e se aplica a nós somente no sentido que o diabo continua a usar os aliados da perseguição e falsa religião em suas batalhas contra nós. Fiquemos firmes: assim como Jesus derrotou o diabo, assim nós também podemos derrota-lo. (17:14).

Ainda sobre o Apocalipse Capítulo 13 concluímos que:

13.1,2  A descrição da primeira besta (com sete cabeças, dez chifres e dez diademas) é muito parecida com aquela do grande dragão (que é Satanás) descrito em Apocalipse 12.3. Apesar de os diademas estarem nas cabeças do dragão, eles estão nos chifres da besta de mar. A besta de sete cabeças pode referir-se ao poder do mundo gentílico em relação a Israel, principalmente no fim dos tempos. As cabeças são identificadas tanto como montes como com reis (Ap 17.9,10).

Uma montanha é caracteristicamente um símbolo para um reino (Dn 2.34,35,44,45). As sete cabeças poderiam ser o Egito, a Assíria, a Babilônia, a Grécia, a Pérsia, Roma e uma outra nação que representa o império romano restaurado. Os dez chifres podem tipificar a forma final do poder do mundo gentílico. A besta recebe seu poder do dragão.

O paralelo entre as quatro bestas (principalmente a quarta) em Daniel 7 e a explanação da besta dada em Apocalipse 17.8-11 faz parecer que a besta simboliza tanto um império romano renovado, que exerce uma autoridade universal, como um regente específico, que João chama de anticristo, em 1 João 2.18.

O nome de blasfêmia pode ser a alegação comum dos antigos imperadores romanos de serem divinos ou a blasfêmia contra o nome do verdadeiro Deus (v.5,6), como Daniel profetizou sobre o voluntarioso rei durante o período da tribulação (Dn 11.36).

13.3,4  Uma de suas cabeças pode retratar um rei específico, porém, é mais provável que represente um império. A terra infiel é seduzida (Ap 12.9) por Satanás para seguir e adorar a besta. Aqueles que adoraram a besta também inconscientemente adoraram o dragão, que deu à besta o seu poder. Qualquer falsa adoração ou idolatria é, no final das contas, demoníaca e satânica (1 Co 10.20-22). A besta é adorada porque o mundo está convencido de que ninguém é semelhante a ela e de que ninguém pode batalhar contra ela de forma sucedida.

13.5-7  Quarenta e dois meses é a duração da supremacia mundial da besta, de acordo com a profecia em Daniel 7.25. Ela recebeu toda a medida de poder depois de matar as duas testemunhas (Ap 11.7) ao final dos três anos e meio do ministério delas (v.3). Os dois números sucessivos somam sete anos, o período total da tribulação.

13.6,7 Esse primeiro uso da palavra tabernáculo no Apocalipse (Ap 15.5; 21.3) pode relembrar a época quando o poder e a presença de Deus eram evidentes porque a glória divina era claramente vista no tabernáculo no deserto. Também pode referir-se à época quando o tabernáculo do Senhor estará entre o Seu povo nos novos céus e na nova terra (Ap 21.1,3). Nesse meio tempo, não existe resposta evidente para a blasfêmia da besta. Ela parecerá ser vitoriosa sobre o povo de Deus.

13.8  O Livro da Vida é o registro daqueles que receberão a vida eterna, em contraste com aqueles destinados ao lago de fogo (Ap 20.12,15). Como era o plano de Deus antes da fundação do mundo que Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, seria morto pelos pecados da humanidade, então os nomes dos crentes foram incluídos no Livro da Vida desde o início (Ap 17.8).

13.9  A frase se alguém tem ouvidos, ouça parece indicar que tanto a declaração seguinte (v.10) quanto o contexto mais amplo têm significante aplicação atual, e não apenas referência futura. Então, ilusão espiritual e blasfêmia, assim como perseguição e martírio, não deveriam surpreender os crentes em nenhum ponto da história.

13.10  Mesmo quando os cristãos enfrentam o cativeiro ou são mortos, eles podem ter paciência e/é, sabendo que Deus os vingará (Rm 12.19) no dia da ira e do justo juízo (Rm 2.5).

13.11 Outra significa outra da mesma espécie, falando da estreita relação entre essa besta da terra e a besta anterior, que emergiu do mar (v. 1), mesmo que a aparência exterior delas seja acentuadamente diferente. Essas ações da besta descritas nos versículos 12-17 certificam, na prática, que ela é o falso profeta mencionado em Apocalipse 16.13; 19.20; 20.10.

As duas bestas podem simbolizar também a união do poder secular e político com a religião durante os últimos dias. Esse é o único lugar no Apocalipse onde o cordeiro não se refere a Cristo. Aqui, o cordeiro com dois chifres é um símbolo da adoração judaica e da autoridade religiosa. Falava como o dragão indica, provavelmente, que a segunda mensagem da besta vem de um dragão (Satanás), assim como a primeira recebeu seu poder e sua autoridade do dragão (Ap 13.2).

13.12-15  Grandes sinais, como fazer descer fogo do céu e dar espírito e fala à imagem da primeira besta, são convincentes e muito parecidos com aqueles realizados pelas duas testemunhas (Ap 11.5,6). A operação de grandes sinais por meio do poder de Satanás é parte da decepção em massa profetizada por Paulo em 2 Tessalonicenses 2.8,9.

13.16,17  O sinal é o nome da besta, ou o número do seu nome. Aparentemente, essa marca é algum tipo de prova identificável de propriedade e lealdade aplicada na mão direita ou na testa. Como não há evidência de tal prática na sociedade do primeiro século, essa marca parece ser uma falsificação maligna do selo na fronte dos servos de Deus em Apocalipse 7.3; 14.1.

13.18  Depois da descrição anterior da tirania da besta, é feito um comentário explicativo destinado a transmitir sabedoria e entendimento ao leitor. O número (o nome no versículo 17) da besta é seiscentos e sessenta e seis, descrito também como o número de homem. 

A besta é simplesmente um homem, não um deus, como os sinais poderiam sugerir. O número 6, logo abaixo do 7 (o número da perfeição), é intensificado pelo 666, o número do homem que não é Deus. A identidade desse homem algum dia será conhecida em relação ao número 666. É vital para identificar o anticristo.

Enquanto é tempo nós devemos preparar nossas vidas para subirmos no arrebatamento da igreja. 

Preparemos sim com muita vigilância e oração porque os dias são maus. O Apóstolo Paulo nos ensina em Romanos 12.1-2 a maneira que devemos nos portar nos dias atuais.

“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. 

E não vos conformeis com este século (com este mundo), mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Romanos 12: 1-2.

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza.
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.