quinta-feira, 26 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 21

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 21


Este capítulo 21 de Apocalipse trata de Um Novo Céu e de uma Nova Terra. 

Um novo céu e uma nova terra são retratados nos versículos 1-8.

A nova Jerusalém, a cidade celestial, também chamada de a cidade de Deus é retratada nos versículos 9-27.

21.1,2  Novo aqui sugere novidade, não apenas um segundo começo. E o cumprimento das profecias em Isaías 65.17; 66.22 e em 2 Pedro 3.13. Significativamente, essa renovação eterna já começou na vida do crente, porque, usando o mesmo termo, Paulo diz: Se alguém está em Cristo, nova criatura é (2 Co 5.17).

O céu e a terra atuais, incluindo o mar, serão queimados no juízo do grande trono branco (Ap 20.11,13) e, assim, passarão antes da chegada do novo céu e da nova terra. O fato de que haverá a continuação de alguns aspectos da atual criação no novo céu e na nova terra está implícito na descrição da Nova Jerusalém como a cidade santa, um título aplicado à atual Jerusalém em Apocalipse 11.2. Ainda assim, a drástica diferença no novo estado eterno é óbvia pelo fato de não existir mais o mar, que era uma grande parte da criação original (Gn 1.6-10).

E impossível dizer se a Nova Jerusalém estará na nova terra, já que as três referências a ela descrevem a cidade santa como descendo do céu (Ap 21.10; 3.12). Adereçada como uma esposa é, essencialmente, a imagem em Apocalipse 19.7,8, onde o povo de Deus, ou, mais especificamente, a Igreja de Cristo, está preparado para as bodas do Cordeiro (Ap 19.9). O seu marido se refere mais uma vez a Cristo, o Cordeiro (v.9), mas a esposa é a Nova Jerusalém, de acordo com os versículos 9 e 10. Em outras palavras, a esposa de Cristo são os habitantes redimidos da cidade santa (v.3-7, 24-27).

21.3 Nesse versículo, Deus é descrito como habitando entre o Seu povo, o que lembra a encarnação, o fato de que Jesus se fez carne e habitou entre nós (Jo 1.14), e é o cumprimento da promessa em Apocalipse 7.15, de que Deus habitará entre o Seu povo redimido. Uma promessa quase idêntica foi feita a Israel em Ezequiel 37.27,28.

21.4,5 Limpará de seus olhos toda lágrima cumpre a promessa em Apocalipse 7.17 e Isaías 25.8. Não haverá mais morte nem dor, vai muito além da promessa anterior em Apocalipse 7.16, a qual assegura que não haverá mais fome, sede nem calor escaldante. As primeiras coisas são passadas reproduz a ideia tanto em Apocalipse 21.1 como em 2 Coríntios 5.17.0 renascimento do crente, por meio da fé em Cristo, traz renovação para a vida dele, mas apenas na eternidade é que Deus fará novas todas as coisas.

21.6 Está cumprido reproduz a voz que vem do trono em Apocalipse 16.17, que proclama a ira de Deus sendo derramada sobre a Babilônia. Aqui, o foco é o término da nova criação por Ele, que é o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim de todas as coisas. Água da vida pode apontar para as referências de Jesus à água viva em João 4.14; 7.38, em conexão com a vida eterna e a vida no Espírito Santo. Essa água é descrita mais adiante, em Apocalipse 22.1. Uma oferta parecida da graça de Deus a quem quer que tenha sede espiritual é repetida em Apocalipse 22.17.

21.7 Quem vencer herdará não só as promessas específicas para as igrejas em Apocalipse 2.7,11,17,26-28; 3.5,12,21, mas também todas as coisas. A parte mais maravilhosa dessa herança é que o cristão será um filho (uma pessoa herdeira por direito) de Deus para sempre. Filiação, como um conceito, abrange mais do que um relacionamento fundamentado em uma associada ao concerto davídico, incluindo o privilégio da intimidade e autoridade de governo (2 Sm 7.14).

Enquanto a adoção de filhos é pela graça (G1 4.5) e todos os cristãos são filhos adotivos pela virtude do nascimento espiritual, nem todos os filhos preenchem os requisitos de tal estado exaltado (Mt 5.9,43-45). Alguém pode ser filho e não necessariamente se comportar como tal. O verdadeiro filho reflete uma vida de obediência (Jr 7.23; 11.4). Uma disposição para render-se à liderança do Espírito Santo é uma característica dos filhos de Deus (Rm 8.14).

21.8 Aqui, são descritas as características dos que não estão em Cristo por meio da fé, os incrédulos. Esses descrentes estão destinados ao lago de fogo, que é a morte eterna depois do juízo final de Deus (Ap 20.12-14). 

Todos cujos nomes não estão escritos no Livro da Vida (v.15) serão julgados de acordo com as suas obras (v.12) e serão provados como merecedores da morte eterna (Rm 6.23). Em 1 Coríntios 6.9-11, Paulo trata praticamente do mesmo assunto.

21.9,10 Como o início dessa passagem é parecida com o início do capítulo 17, parece que a noiva do Cordeiro, a Nova Jerusalém, está sendo contrastada com a Babilônia, a grande prostituta (Ap 17.1,5). 

Em espírito é o estado exaltado no qual João recebeu as visões apocalípticas (Ap 1.10), a última das quais o levou (Ap 17.3) a um grande e alto monte com visão para Jerusalém.

21.11 Essa descrição da cidade eterna, Nova Jerusalém, enfatiza a glória de Deus, a fonte de luz para a cidade (Ap 21.23). A glória de Deus é como uma pedra de jaspe (Ap 4-3). A luz na Nova Jerusalém será parecida com o reflexo cristalino e brilhante do inestimável jaspe.

21.12,13 A descrição do grande e alto muro com doze portas nomeadas como as doze tribos de Israel reproduz a ideia em Ezequiel 48.30-35. Comentaristas interpretam de maneira diversa essas doze portas como tipificando todo o povo de Deus, incluindo Israel e a Igreja, ou exclusivamente os israelitas.

21.14 Os doze fundamentos, as enormes pedras sobre as quais o muro da Nova Jerusalém está assentado, contêm os nomes dos doze apóstolos de Cristo (Lc 6.13-16), trazendo à mente a imagem de Paulo dos apóstolos como a fundação da casa de Deus em Efésios 2.20 (promessa de Jesus para Seus apóstolos, a qual assegurava, em Mateus 19.28, que eles ocupariam um lugar de destaque em Seu Reino).

21.15-17 A referência à cana de ouro para medir a cidade lembra Ezequiel 40.41, assim como a referência em Apocalipse 11.1,2. A cidade parece ser quadrangular como um cubo, antigo símbolo de perfeição, já que o seu comprimento era tanto como a sua largura. O Santo dos Santos no tabernáculo do Antigo Testamento e no templo tinham um desenho cúbico. As medidas simétricas da cidade são tão extensas (doze mil estádios, ou cerca de 2.250km), e o muro é tão grosso (cento e quarenta e quatro côvados, ou mais de seis metros), que superam a imaginação.

A representação indica que a cidade é o lugar de habitação da presença de Deus, assim como o tabernáculo e o templo tinham sido. E impossível ter certeza se medidas comuns poderiam ser aplicadas à condição eterna, embora a referência à medida de homem (aos padrões humanos) possa indicar que sim.

21.18 Assim como os muros da Nova Jerusalém são largos (6m; v. 17), eles são transparentes como o cristalino jaspe. A própria cidade (v. 16), principalmente as suas praças (v. 21), são como vidro puro, embora sejam feitas de ouro puro. O efeito geral é de uma cidade transparente e incrivelmente bela, simbolizando glória e pureza sem fim.

21.19,20 As pedras que servem de fundamentos do muro para a Nova Jerusalém receber o nome dos doze apóstolos (v. 14), embora não se tenha como saber qual das pedras preciosas representa cada apóstolo. 

Enquanto a cor exata de algumas delas seja incerta, é possível que o jaspe seja incolor, a safira seja azul, a calcedônia seja verde ou azul-esverdeado, a esmeralda seja verde claro, a sardônica tenha veios vermelhos e brancos, o sárdio seja vermelho como sangue, o crisólito seja amarelo, o berilo seja azul ou turquesa, o topázio seja dourado, o crisópraso seja verde claro, o jacinto seja azul ou arroxeado, e a ametista seja roxa ou violeta.

21.21 As doze portas da cidade eterna, representando as doze tribos de Israel (v.l2), são feitas cada uma de uma imensa pérola. O que se destaca imediatamente é que as praças na Nova Jerusalém são de ouro (v.18), porém, também é significante que apenas uma delas seja mencionada (Ap 22.2).

21.22 Não haverá um templo na Nova Jerusalém, porque o Pai e o Filho (o Cordeiro) estarão lá. Lembre-se de que Cristo se referiu ao Seu corpo como um templo (Jo 2.19,21) e de que a própria Igreja é chamada de templo de Deus (1 Co 3.16), templo santo e morada de Deus (Ef 2.21,22).

21.23 Por causa da luz da glória de Deus e do Cordeiro, a cidade não necessita de sol nem de lua na condição eterna (contraste com Gênesis 1.14-19). Especula-se que a glória divina foi a fonte de luz mencionada antes da criação do sol e da lua em Gênesis (Gn 1.3-5).

21.24 De todas as nações (Mt 28.19; Lc 24-47), Cristo resgatou Seu povo (Ap 5.9), chamando continuamente os infiéis a arrependerem-se de seus pecados e a crerem no Senhor (Ap 14.6,7).

Grandes multidões, que podem estar no meio desse grupo na eterna Jerusalém, vieram à presença do Senhor em Apocalipse 7.9 e 15.1-4. Outros sustentam que as nações, aqui, referem-se aos crentes de nações que existiram durante o milênio (Ap 20.1-10).

21.25 As portas da cidade eterna não precisarão ser fechadas, porque tudo o que podia ameaçar a cidade foi derrotado (v. 27) e lançado no lago de fogo (Ap 20.15).

21.26 Esse versículo se apoia na verdade no 24- No entanto, repare na glória. Na adoração de Israel, nenhum gentio podia entrar nos limites santos sem sofrer sérias represálias. 

Lembre-se da perseguição que Paulo sofreu quando algumas pessoas pensaram que ele tinha levado um gentio para dentro do templo (At 21.22-29). Mas não haverá barreiras na Nova Jerusalém, pois todo ali serão santificados.

21.27 Nunca mais o diabo (Ap 12.9), aquele por trás de toda abominação e mentira (Jo 8.44), poderá emergir para incitar o pecado (Gn 3). Seu destino eterno no lago de fogo é certo (Ap 20.10). 

Apenas os crentes, cujos nomes estão inscritos no Livro da Vida do Cordeiro, terão permissão divina para entrar na Nova Jerusalém.

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 


terça-feira, 24 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 20

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 20


O capítulo 20 do livro de Apocalipse trata especialmente do Reino Milenial de Cristo. (1-15).

Dentre outros assuntos veremos o seguinte ainda neste capítulo:

Satanás é amarrado por mil anos. Os fiéis reinam com Cristo.  (1-6).

Satanás é solto e depois vencido por Cristo para sempre.  (7-10).

O juízo final. (11-15).

20.1,2 O poço do abismo é, atualmente, o lugar de prisão de alguns demônios (Lc 8.31); ele será o lugar do qual a besta subirá (Ap 17.8). Assim, é adequado dizer que o diabo ficará preso lá durante mil anos. O dragão, em Apocalipse 12.3,9, conhecido como Satanás, estava no controle da serpente no jardim do Éden (Gn 3). 

Deus tem um plano soberano para vencer e destruir Satanás: este será encerrado no abismo durante mil anos e, então, será solto por um pouco de tempo  para enganar as nações uma última vez (v.7-9) antes de ser lançado no lago de fogo (v.10). Importa que seja solto, indica que Satanás não escapará do abismo, mas terá permissão para sair para cumprir o soberano plano de Deus.

20.4-6 A interpretação do reinado de mil anos de Cristo tem sido objeto de muita controvérsia. Alguns estudiosos entendem mil anos como uma declaração específica de tempo, enquanto outros a interpretam de forma figurativa, para um período longo e indeterminado.

20.4 A expressão tronos, reinaram indica que os crentes participarão de forma significativa com Cristo durante o Seu reino milenar (Ap 1.6; 2.26,27; 5.10), o que pode ser um cumprimento parcial da profecia de Daniel 7.18,27. 

A aparência de julgamento durante o reinado é mencionado em 1 Coríntios 6.2-4. No início do Reino, a autoridade é oficialmente transferida dos anjos para os homens (Hb 2.5,8). Uma nova ordem mundial é estabelecida com a vitória dos santos da era da Igreja reinando com Cristo em Seu Reino (Rm 8.17).

Aqueles que foram degolados são os santos martirizados pela besta. (Ap 13.7,15), mas podem ser também a multidão vitoriosa que canta louvores ao Cordeiro em Apocalipse 15.2-4. João em breve poderia identificar-se com aqueles que perderam sua vida por causa do testemunho de Jesus e da Palavra de Deus, e o apóstolo já estava exilado na a ilha de Patmos pelas mesmas razões (Ap 1.9).

20.5 Falar que não reviveram indica que a ressurreição dos mortos não incluirá todas as pessoas ao mesmo tempo, como passagens como Daniel 12.2 e João 5.29 podem indicar também. Como 1 Coríntios 15.23,52, essa passagem indica que haverá uma primeira ressurreição dos crentes mortos antes dos mil anos do reinado de Cristo e uma ressurreição final, depois que o milênio tiver acabado, antes do juízo do grande trono branco (Ap 20.11-13).

20.6 Bem-aventurado inicia a quinta das sete bem-aventuranças em Apocalipse. Todas as outras seis (Ap 1.3; 14-13; 16.15; 19.9; 22.7,14) aguardam a vida com Cristo além da primeira ressurreição (Ap 20.5). 

A primeira ressurreição é garantida a todos os crentes, mas a bem-aventurança mencionada aqui pertence mais precisamente àqueles que têm parte na primeira ressurreição. E possível que se refira apenas àqueles crentes que se qualificam para a função de reis-sacerdotes no Reino de Cristo. Pode ser isso a que Paulo se referiu quando falou sobre seu alvo de obter o prémio de Cristo (1 Co 9.27; Fp 3.1-14). A segunda morte é a morte de tormento eterno no lago de fogo para os infiéis que enfrentaram o juízo do grande trono branco (v.l 1-15). Jesus já havia declarado que o que vencer não receberá o dano da segunda morte (Ap 2.11).

20.7-9 Ao término do reinado de mil anos de Cristo, Satanás será solto por Deus para enganar as nações da terra (v.2,3) mais uma vez, como ele tem feito ao longo da história (Ap 12.9). Como resultado do engano satânico, os exércitos mundiais se ajuntarão para batalhar contra Deus novamente, tal como fizeram antes da segunda vinda de Cristo (Ap 16.13,14; 19.19,20). Gogue e Magogue eram uma designação comum para as nações em rebelião contra o Senhor, entre os rabinos, em Ezequiel 38 e 39. 

Alguns estudiosos sustentam que a batalha nos versículos 8 e 9 é a mencionada em Ezequiel, mas existem grandes diferenças, assim como semelhanças, nas duas passagens. O uso de fogo do céu para destruir os exércitos reunidos é visto também em Ezequiel 38.22; 39.6.

Arraial é usado em outro lugar para se referir a exércitos (Hb 11.34) ou às suas fortalezas (At 23.10). Alguns estudiosos interpretam o arraial dos santos como sendo um simbolismo da unidade do povo de Deus. 

A cidade amada pode simbolicamente se referir à casa do povo do Senhor. No entanto, a Nova Jerusalém é normalmente chamada de a cidade do meu Deus (Ap 3.12) e santa cidade (Ap21.2). A cidade, aqui, pode ser a restaurada Jerusalém terrena, pronta para abrir caminho para a glória eterna e sem pecado da Nova Jerusalém (Ap 21.1—22.5).

20.10 Quando a rebelião final for sufocada pelo Senhor (v.8,9), o diabo se unirá à besta e ao falso profeta (Ap 19.20) em tormento para todo o sempre (Ap 14.10,11; Is 66.22-24; Mc 9.48). 

20.11 O grande trono branco é uma descrição do santo governo e juízo de Deus. Aquele visto ocupando o trono pode ser Deus Pai (1 Co 15.24-28) ou o Pai e o Cordeiro (Cristo) juntos, como na Nova Jerusalém (Ap 22.1,3). 

A terra e o céu fugiram é uma forma poética de descrever a destruição, pelo fogo, dessa criação e das obras relacionadas como é descrito em 2 Pedro 3.10-13. Não se achou lugar para essa criação contaminada pelo pecado no novo céu e na nova terra (Ap 21.1—22.5).

20.12 Os mortos, chamados de os outros mortos (v.5), são ressuscitados e colocados diante do trono do juízo de Deus. Para alguns, a primeira ressurreição (v. 5) inclui apenas os mártires (v. 4), para que tantos os crentes quanto os descrentes fiquem diante do grande trono branco. 

Outros mencionam as amplas promessas para os crentes reinarem com Cristo (Ap 1.6; 2.26,27; 5.10), no livro do Apocalipse, como evidência de que todos os fiéis experimentarão a primeira ressurreição e, assim, não terão de enfrentar o juízo do grande trono branco. Os livros referem-se ao registro de todas as obras feitas nesta vida. Como todos pecaram e ficaram abaixo do padrão de Deus (Rm 3.23), a abertura desses livros certamente conduzirá a sentenças eternas no lago de fogo.

O Livro da Vida, o registro de Deus do nome daqueles que foram salvos (Ap 17-8), também será aberto. Então, embora ninguém seja julgado aceitável com base em suas próprias obras (Ef 2.9), muitos serão salvos pela graça de Deus recebida pela fé em Jesus Cristo (v. 8).

20.13,14 O mar é o lugar de descanso de corpos não enterrados. A morte e o inferno referem-se não apenas à morte, mas também à existência além-túmulo (Ap 1.18; 6.8). A cena evocada aqui é de todos os lugares onde os corpos humanos foram sepultados sendo abertos com a ressurreição dos mortos para o juízo divino. Enquanto a humanidade infiel será julgada segundo as suas obras, a morte e o inferno, inimigos finais do Senhor (1 Co 15.26), também serão destruídos, sendo lançados no lago de fogo.

A segunda morte, segundo o relato bíblico, é real, é espiritual e eterna, a justa punição daqueles que são ou foram maus. A primeira morte é a física, a segunda é espiritual e eterna. Ambas estão incluídas no significado geral da morte que se abateu sobre a raça humana por causa do pecado de Adão e Eva (Gn 2.16,17; 3.1-19; Rm 5.12).

20.15 Apenas os eleitos de Deus, aqueles cujos nomes estão escritos no Livro da Vida, escaparão do lago de fogo. A rejeição do evangelho eterno resulta em condenação eterna, toda a raça humana foi condenada por causa do pecado de Adão e Eva, o pecado original. Cabe a cada um de nós decidirmos por livre e espontânea vontade qual o nosso destino eterno. (Ap 14.6,7).

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 


domingo, 22 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 19

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 19


Apocalipse 19 trata principalmente do grande Guerreiro do cavalo branco.

Trata também da queda final da Babilônia e da alegria e triunfo dos salvos nos céus (1-10).

Trata finalmente da vitória de Cristo sobre a besta e sobre o falso profeta  (11-21).

19.1 A grande multidão aqui é a multidão a qual ninguém podia contar, mencionada em Apocalipse 7.9. A referência à salvação (Ap 7.10) e a subsequente referência aos vinte e quatro anciãos e às quatro criaturas (seres) viventes (Ap 19.4; 7.11,13) parecem apoiar esse entendimento. No entanto, alguns estudiosos sustentam que multidão aqui se refere aos anjos. Sustentamos a ideia mais corrente no meio Teológico de que a multidão incontável é do número de Anjos e dos salvos. Aleluia representa a palavra hebraica que significa louve ao Senhor. A palavra hebraica é bem conhecida no Antigo Testamento pelo seu uso frequente nos Salmos (louve ao Senhor, no Salmo 150.1,6). A transliteração grega dessa palavra aparece no Novo Testamento apenas em Apocalipse (Ap 19.1, 3,4,6).

19.2 Deus provou que Sua Palavra é verdadeira e que justos são os Seus juízos (Ap 16.5,6) sobre a Babilônia, a grande prostituta (Ap 17.1,5,6). Todos os cristãos são servos do Senhor (Ap 1.1), mas alguns desses servos morreram como mártires. E todos podem aguardar ansiosamente para servir ao Altíssimo para sempre (Ap 22.3).

19.3 Aleluia. Deus é louvado, porque a evidência do justo juízo sobre a Babilônia permanecerá eternamente.

19.4 Os vinte e quatro anciãos e os quatro animais (ou criaturas ou seres viventes) adoram a Deus fielmente (Ap 4-2-11; 5.8-14; 11.16; 14.3). Os representantes do reino angelical louvam o Senhor pela destruição do sistema que se originou em um anjo caído, Satanás.

19.5 Com tanto louvor e adoração preenchendo a cena, não se poderia esperar mais nenhuma convocação para louvar o Altíssimo e exaltá-lo. Mas, mesmo depois do terceiro aleluia, deu-se ênfase ao fato de que Deus é merecedor de nada menos do que o louvor eterno. Todos os servos do Senhor, de qualquer nível ou posição, tanto pequenos como grandes, são incluídos no convite para louvá-lo, pois o convite vem da sede do governo de Deus.

19.6 A voz de muitas águas aponta, agora, para uma multidão celestial. O Senhor, Deus Todo-poderoso entra em Seu reino após a destruição do pecado e do Anticristo (v.11-21).

Reina está no tempo verbal grego (que expressa uma ação no passado sem especificar se a mesma foi concluída ou está acontecendo) e é geralmente traduzido como reinava. No entanto, aqui, parece mais significar que está começando a reinar. Um governo inteiramente novo e diferente está chegando; não uma democracia, mas uma teocracia, um governo divino pelo qual o Senhor Deus Todo-poderoso reinará em justiça para sempre e eternamente. (Is 11).

19.7 Nesta passagem, o Senhor é glorificado principalmente porque as bodas do Cordeiro finalmente são vindas. Tanto no Antigo Testamento (Os 2.19,20) como no Novo Testamento (Ef 5.23,32), o povo de Deus é visto como a noiva ou esposa do Senhor. A noiva daquela época se aprontava banhando-se, passando óleo e usando perfumes. Seu cabelo seria especialmente penteado, e ela vestiria seu vestido de noiva.

19.8 Linho fino. A noiva Cordeiro usa uma veste de linho fino precioso, que simboliza as boas obras dos cristãos. O linho fino, limpo e branco, não se refere à justiça atribuída a Cristo, mas aos atos de justiça dos santos. A veste significa fidelidade em fazer as boas obras. Essa vestimenta deve ser usada pelo crente e consiste de boas obras realizadas na dependência do Espírito Santo. E um reflexo exterior do caráter e da conduta que são desenvolvidos nesta vida (Mt 22.11,12). A recompensa por tal caráter e conduta santos no tribunal de Cristo consiste nessa veste e em todos os direitos e privilégios que são prometidos ao vencedor. Os crentes não são apenas herdeiros de Deus e por isso terão uma morada no céu como prêmio (Jo 14-1,2; 1 Pe 1.3-5), mas os vencedores (aqueles que resistirem até o final dessa vida) e co-herdeiros com Cristo reinarão com Ele (Rm 8.17). João nos admoesta a permanecermos em Jesus para, quando o encontrarmos, estarmos confiantes, e não envergonhados na Sua vinda (1 Jo 2.28).

19.9 A expressão bem-aventurados introduz a quarta das sete bem-aventuranças em Apocalipse (1.3; 14.13; 16.15; 20.6; 22.7,14). A ceia das bodas da época de João começava ao anoitecer do dia do casamento, mas a celebração poderia perdurar por dias. Essa festa aqui é um tempo de alegre banquete para ser aproveitado pela Igreja e, principalmente, pelos vencedores que reinarão com Cristo. A chave para poder participar do banquete das bodas é a fidelidade a Deus.

19.10 Adorar qualquer pessoa ou objeto que não seja Deus é uma forma de idolatria (Êx 20.3-5). O anjo repreende João pelo seu erro (Ap 22.8,9) e lhe diz que o anjo é apenas um conservo dele e de seus irmãos. O testemunho de Jesus aqui se refere ao testemunho sobre Jesus (Ap 1.2,9). A profecia bíblica expressa ou depende da obra de Cristo e de sua proclamação (1 Pe 1.12).

19.11 Esse versículo responde a pergunta feita sobre a besta em Apocalipse 13.4: Quem poderá batalhar contra ela? Cristo tem poder para derrotá-la.

19.12 Olhos como chama de fogo se comparam com a descrição de Cristo glorificado em Apocalipse 1.14. Muitos diademas indicam que Cristo é mais poderoso do que Satanás (Ap 12.3) ou a besta (Ap 13.1). Na sociedade antiga, um nome era mais do que um título; ele revelava o caráter de uma pessoa. Pela expressão ninguém sabia, senão ele mesmo, parece que existem partes do caráter do eterno e ilimitado Deus (1 Tm 6.15,16) que apenas Ele próprio conhece, embora Cristo possa revelar esses assuntos em Sua segunda vinda.

19.13 Uma veste salpicada de sangue pode falar da morte redentora de Cristo na Cruz (Ap 7.9) ou de seu pisar no lagar do vinho do furor e da ira do Deus (Ap 19.15; 14.19,20), ou ambos. A Palavra de Deus não pode ser o nome que ninguém conhece, a não ser Cristo (Ap 19.12), porque aquele nome é revelado em João 1.1,14.

19.14 Os exércitos que há no céu podem ser legiões de anjos (Ap 5.11; Mt 26.53), mas Apocalipse 17.14 fala daqueles que estão com o Senhor na Sua vinda como sendo chamados, eleitos e fiéis, todos termos para cristãos (Rm 1.7; Ef 1.1; 1 Pe 2.9). Os vestidos de linho fino, como aqueles da noiva do Cordeiro em Apocalipse 19.8, sustentam essa interpretação. Cavalos brancos, um símbolo comum de vitória, seriam apropriados para aqueles que já são vitoriosos sobre a besta (Ap 15.2).

19.15 A aguda espada que sai da boca de Cristo é aquela de dois gumes citada em Apocalipse 1.16. Ferir as nações pode ser uma declaração comum de juízo ou uma referência específica aos exércitos da terra sendo mortos com a espada em Apocalipse 19.21.

Cristo regerá (gr. apascentará) com vara de ferro em cumprimento das profecias messiânicas no Salmo 2.8,9 e em Isaías 11.4. Pisar o lagar do vinho do furor e da ira de Deus lembra a ordem dada em Apocalipse 14-18-20: juntar as uvas da terra para o lagar da ira de Deus.

19.16 Rei dos reis significa Aquele que é supremo sobre todos os reis da terra. A frase o Senhor dos senhores e o Rei dos reis é encontrada em Apocalipse 17.14, antecipando a segunda vinda.

19.17,18 As aves são mandadas a se ajuntarem para o banquete nas carcaças dos exércitos derrotados reunidos em oposição a Cristo.

19.19-21 Essa descrição da besta e de seus vastos exércitos já foi vista em Apocalipse 17.14 e é quase igual àqueles reunidos para a batalha, naquele grande Dia do Deus Todo-poderoso (Ap 16.14), no Armagedom (v.16).

A besta (Ap 13.1-10) e o falso profeta (v.l 1-17) serão lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre que é também chamado de a segunda morte, o destino eterno de todos os infiéis (Ap 20.10,14,15).

Aparentemente, eles serão os primeiros a sofrerem o tormento do lago que arde com fogo e enxofre. Os demais aliados serão mortos com a espada que sai da boca do Cristo vitorioso.

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.



sexta-feira, 20 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 18

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 18


O capítulo 18 do Apocalipse trata da derrocada, decadência,  ruina, queda, destruição total e final da Babilônia. O versículo 24 diz claramente: “ e nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos e de todos os que foram mortos na terra".
Os versículos 1-24 deste capítulo tratam da queda da Babilônia e das lamentações sobre a terra.

18.1 O anjo que João viu tinha grande (divino) poder, não apenas um poder de curto prazo como os dez chifres e a besta (Ap 17.12,13). Vindo da gloriosa moradia de Deus, esse anjo ainda reflete a glória do Senhor sobre a terra (Ap 15.8), talvez como a face de Moisés, que brilhou com a glória de Deus depois de estar na presença dele (2 Co 3.7-11). 

A continuidade ao pensamento introduzido em Apocalipse 14.8 e 16.19, descrevendo a destruição da cidade. A morada de demônios é o poço do abismo (Ap 9.1,2). Um abrigo é um lugar separado. Assim, a Babilônia, após a sua queda e juízo, irá tornar-se, na prática, um inferno na terra.

18.3 Esse juízo de Deus, sem paralelo, aconteceu por causa da prostituição espiritual da Babilônia (idolatria e abominações; Ap 17-4) com os reis da terra fazendo com que os mercadores se enriquecessem com a abundância de riquezas.

18.4,5 Sai dela, povo meu é uma ordem que faz coro com Isaías 52.11 e especialmente com Jeremias 51.45, profecias declaradas em uma época quando o império babilônico estava pronto para o juízo.

18.6-8 Deus vingará a longa história de iniquidades e obras pecaminosas da Babilônia até as últimas consequências (em dobro; Is 51.19). Em vez de glorificar o Altíssimo, a Babilônia glorificou a si mesma(Ap 14.7; Rm 1.21) com um estilo real. 

Ela prosperou nos prazeres e excessos, mas, agora, o juízo iria deixá-la apenas com tormento e pranto. O clímax do juízo da antiga Babilônia também chegou apenas num dia (uma hora, nos versículos 10,17,19), quando Dario, o medo, invadiu a cidade e matou Belsazar (Dn 5.30,31).

18.9-19 Essa parte é construída como um antigo lamento e é especialmente parecida em conteúdo com o lamento de Ezequiel por causa da destruição de Tiro (Ez 27).

18.9,10 Os reis da terra, os parceiros ilícitos da Babilônia, a chorarão e sobre ela prantearão, provavelmente mais por causa de suas próprias perdas também. Eles, no entanto, a chorarão e sobre ela prantearão, estarão de longe (v.15) para escapar de seu tormento.

18.11-13 As mercadorias incluem púrpura, um corante caro; madeira odorífera, material valioso para a construção de móveis e mirra e incenso, os quais os magos deram como presentes para o menino Jesus (Mt 2.11). Corpos e almas referem-se ao mercado de escravos.

18.14-16 Vestida e adornada. A descrição da rica Babilônia é quase idêntica àquela da prostituta em Apocalipse 17.4.

18.17-19 Aqueles que tiram o seu sustento negociando no mar também lamentam o juízo e o incêndio pelo o qual a Babilônia foi assolada. Eles lançaram pó sobre a cabeça como expressão de grande tristeza, que só foi vista em Ezequiel 27.30, no lamento sobre Tiro.

18.20 Esse chamado para alegrar-se é uma introdução resumida para o cântico de louvor mais extenso em Apocalipse 19.1-5. O juízo por matar os profetas de Deus é mencionado em Apocalipse 16.6, mas esse é o único lugar no livro, além de Apocalipse 21.14, no qual os apóstolos de Cristo são mencionados.

Se apóstolos específicos estão em mente aqui, a morte de Pedro e de Paulo pelas mãos de Roma provavelmente se encaixa aqui. Se a Babilônia é um símbolo de todos os inimigos de Deus e de Seu povo, e não apenas as manifestações babilônicas e romanas, até mesmo a morte de Tiago em Atos 12.1,2 está sendo vingada aqui.

18.21,22 O lamento final sobre a queda da grande cidade da Babilônia vem de um anjo poderoso o suficiente para lançar no mar uma grande pedra pesando toneladas, como uma ilustração da rapidez e do ímpeto do juízo da Babilônia.

18.23 Desse ponto em diante do Apocalipse, a voz de esposo e de esposa é ouvida apenas em consideração às bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9) e à Nova Jerusalém, uma esposa ataviada para o seu marido (Ap 21.2). Feitiçarias (literalmente artes mágicas) são usadas em Apocalipse 9.21 para fazer referência aos pecados da humanidade de forma geral. Talvez a influência da Babilônia seja vista como corrompendo todas as nações.

18.24 O sangue da matança parece referir-se a todos os mártires pela causa de Cristo ao longo da história (Ap 6.10; 17.6). 

No entanto, pode fazer referência especificamente àqueles que foram mortos durante a tribulação, principalmente durante o reinado da besta. (Ap 13.7,15).


Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 



quarta-feira, 18 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 17

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 17


O livro do Apocalipse Capítulo 17 trata dos seguintes temas:

1. A condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas (nações).

2.  A queda da Babilônia.

3. A visão da grande prostituta assentada sobre a besta. 

17.1,2 A referência a um dos sete anjos que tinham as sete taças marca essa passagem como uma continuação de Apocalipse 16.17-21. A referência à grande Babilônia (Ap 17.5) tem o mesmo efeito de ligação. Muitas águas são interpretadas no versículo 15 como povos, multidões, nações e línguas.

Embora a Babilônia seja chamada de prostituta nos versículos 1, 5 e 16 e em Apocalipse 19.2, a sua prostituição natural foi introduzida em Apocalipse 14.8, assim como a sua iminente e bem merecida condenação.

Tanto os reis da terra como os que habitam na terra são seduzidos a cometer adultério espiritual com a Babilônia. A indicação é que ela fez com que eles se embriagassem com poder, bens materiais, falsa adoração e orgulho. O vinho da prostituição da Babilônia (Ap 14-8) é julgado rigorosamente e de forma final por Deus no vinho da indignação da sua ira (Ap 16.19).

17.3 Em espírito descreve o arrebatamento de João que lhe permitiu receber as várias visões descritas em Apocalipse (Ap 1.10). O deserto é onde a mulher identificada como Babilônia, a mãe das prostituições (v.5), é vista sentada sobre uma besta de cor escarlate (Ap 12.3; 13.1). 

Como essa mulher normalmente está assentada sobre muitas águas (Ap 17.1) e a mulher que deu à luz o Rei-Messias fugiu para o deserto como um lugar de proteção (Ap 12.6,14), talvez a Babilônia aqui seja vista associada ao dragão e à besta enquanto eles perseguem ferozmente o povo de Deus (v.13-16).

A descrição da besta cor de escarlate a associa claramente com a besta do mar, o Anticristo, em Apocalipse 13.1,5,6. Os dez chifres são interpretados no versículo 12 como dez reis; eles podem representar os dez dedos dos pés da visão de Nabucodonosor (Dn 2.41).

17.4 A mulher, Babilônia, está vestida como uma rainha (Ap 18.7), com púrpura, escarlata, ouro e pérolas. Embora a aparência da grande prostituta (v.1,5) seja majestosa, o seu cálice de ouro está cheio das abominações e da imundícia, idolatria e atos impuros que desagradam a Deus. Essa descrição é dada primeiro sob o ponto de vista do povo, que olha para a aparência exterior e, então da perspectiva de Deus, que conhece o coração (1 Sm 16.7).

17.5 O nome na testa da Babilônia pode indicar que ela é subordinada à besta (Ap 13.16,17). Mistério pode ser a primeira parte do título para a Grande Babilônia. Mas, baseando-se no uso da palavra mistério no versículo 7, o texto aqui provavelmente deveria ser lido na sua fronte um nome misterioso foi escrito. O título propriamente dito sugere que toda prostituição espiritual e todos os atos abomináveis na história são, de alguma forma, fruto da Babilônia.

17.6 A mulher Babilônia está embriagada do sangue dos santos e dos mártires cristãos (Mt 24.21), assim como pelo vinho da sua prostituição (Ap 17.2). Dessa forma, as suas ações são duplamente repugnantes ao Senhor, assim como as ações de qualquer um que persiga o povo de Deus. O ódio da mulher pelo cristianismo é claramente retratado nesse versículo. Estar embriagada com o sangue dos santos indica uma época de um massacre fora do comum.

17.7 O que o apóstolo João viu ainda precisa ser explicado detalhadamente. Como a revelação foi concedida a ele, não para confundi-lo, mas para instruí-lo, o anjo (compare com o versículo 1) promete esclarecer o mistério da mulher e da besta.

17.8 A descrição da besta como aquela que foi ejá não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição é um contraste consciente para a descrição de Deus, em Apocalipse 1.4,8.

Era, aparentemente, indica que a besta se manifestou no passado (Dn 7). Não é sugere que ela não estava agindo na época de João. Há de subir; à perdição sugere ruína ou punição eterna. Aqueles cujos nomes não estão escritos no Livro da Vida (Ap 13.8; 20.12,15) são enganados pela besta porque não conhecem o seu destino certo e eterno. Tudo o que eles veem é alguém que uma vez existiu e agora faz uma reaparição incrível.

17.9,10 O sentido de que tem sabedoria, possuir conhecimento espiritual divinamente ajudado, ter uma mente receptiva à verdade de Deus (Ap 1.3). Possivelmente, a frase pode estar conectada ao versículo 8 mais do que ao versículo 9 e pode referir-se especificamente à sabedoria e o conhecimento de quem é a besta. 

É possível que faça referência também aos versículos seguintes, à interpretação das cabeças, da besta, dos chifres, da mulher (v.1-6).

As sete cabeças da besta (v.3) simbolizam sete montes e sete reis. Como, na Nova Versão Internacional, a palavra montes também significa colinas, a maioria dos intérpretes entende que é uma referência às sete colinas ao longo do rio Tigre, uma designação bem conhecida da cidade de Roma. 

No entanto, a expressão sete montes pode referir-se também aos sucessivos impérios mundiais, já que montes são símbolos típicos de reinos e impérios da terra (SI 30.7; Jr 51.25; Dn2.44,45). De acordo com essa visão, cinco seriam reinos passados (talvez Egito, Assíria, Babilônia, império Medo-Persa e Grécia), com o sexto sendo o império romano e o sétimo outro que ainda não é vindo. 

Talvez seja um império romano restaurado. Reis podem fazer menção aos imperadores romanos, mas isso não é muito provável, já que mais de cinco reinaram antes de o livro de Apocalipse ser escrito.

17.11,12 A besta é o oitavo, e é dos sete. A besta é associada ao sétimo rei, mas também tem uma identidade separada. O teor obscuro pode expressar a admiração mundial com o fato de a besta ser curada de uma ferida mortal para reger o mundo novamente (Ap 13.3). 

Parece que o oitavo império mundial é uma espécie de império romano revitalizado sobre o qual o Anticristo estabelece a autoridade imperial de um ditador. Ele vencerá três chifres, ou nações (Dn 7.20) e exigirá autoridade universal.

Uma hora. Um tempo limitado é designado para os dez reis, ou dez chifres (Ap 1.3; Dn 2.34,41,42), que receberá autoridade para reinar junto com a besta (Ap 18.10,17,19). 

A soberania do Senhor não é ameaçada nessas declarações de sucessão e duração porque a besta pelo justo juízo de Deus vai ser condenada à perdição eterna. O tempo ajustado para esses acontecimentos pode ser concomitante com Apocalipse 16.14, onde as preparações para a batalha em Armagedom são descritas.

17.13 Os dez reis que reinam por último sob a autoridade da besta (v.12) cooperam completamente e entregam de volta seu poder e autoridade à besta. 

Alguns estudiosos entendem que esses dez reis são líderes de províncias no império romano na época de João, enquanto outros acham que dez significa simbolicamente um grande número de poderes nacionais aliados à besta. Outros ainda veem uma confederação de dez nações, talvez um império romano atual restaurado (Dn 7.7,19,20,23,24).

17.14 Os dez reis em aliança com a besta serão ousados que combaterão contra o Cordeiro (Cristo). Ele, o Todo-poderoso, o Senhor dos senhores e o Rei dos reis (Ap 19.16), irá vencê-los facilmente em Sua segunda vinda na batalha final chamada de, a batalha final do Armagedom  em Megido. (v.19-21). Na segunda fase de Sua vinda, no final dos últimos três anos e meio da grande tribulação, Jesus virá pessoalmente para derrotar aquele que até então era invencível, o Anticristo. Então Jesus implantará o seu Reino Milenial .

O teor dessa passagem está em contraste direto com Apocalipse 13.7, onde a besta e seus exércitos recebem permissão divina para fazer guerra aos santos e vencê-los. Muitos daqueles que a besta derrotou e até mesmo matou são contados agora no exército vitorioso do Cordeiro. O exército do Senhor é composto dos chamados, eleitos e fiéis, provavelmente os soldados celestiais de Apocalipse 19.14.

17.15 As águas de Apocalipse 17.1 são interpretadas como todos os povos e nações do mundo.

17.16,17 Os dez chifres (os reis do versículo 12) odiarão a Babilónia, a prostituta. Como resultado, eles irão destruí-la totalmente. Como essa descrição é parecida com a do juízo de Deus sobre a Babilônia em Apocalipse 18.8, parece que o Senhor usa soberanamente os exércitos da besta como Seu instrumento de juízo sobre o reino do Anticristo (cap. 18) antes que eles mesmos sejam destruídos (Ap 19.19-21).

Com o advento da besta como um rei supremo devido ao auto endeusamento (Dn 11.36; Mt 24-15; 2 Ts 2), Satanás começou uma ordem completamente nova, a qual é tão radicalmente diferente da grande prostituta, que a besta, ou talvez o sistema político desse mega império, volta-se contra a prostituta destruindo o aspecto religioso da Babilônia.

17.18 A mulher na visão de João (v.1-6) é a grande cidade da Babilônia (Ap 16.19) e também a antiga mãe das prostituições (Ap 17.5). 

Dessa forma, a influência Satânica dessa cidade sobre os líderes mundiais continuou desde Babel, através da Babilônia até Roma (v.9-10), sua clássica manifestação no primeiro século depois de Cristo.

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia,  Pastor e Escritor.


segunda-feira, 16 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 16

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 16


As sete taças da ira de Deus são derramadas. Apocalipse 16.1-21.

A ordem imperativa de Deus aos sete anjos: “Ide e derramai sobre a terra as sete taças da ira de Deus “.

16.1 A grande voz vinda do templo é como a voz de Deus, já que nenhum outro ser celestial podia entrar no santuário celestial até que se consumassem as sete pragas dos sete anjos (Ap 15.8).

16.2 O efeito da primeira taça sendo derramada é uma terrível chaga sobre todos que têm o sinal da besta (Ap 13.16,17). Os egípcios enfrentaram uma aflição parecida durante a sexta praga do êxodo (Ex 9.9-11). Assim como o grande poder de Deus não podia ser negado pelos egípcios e por seus magos (v. 11), assim os infiéis serão incapazes de negar a justiça soberana de Deus à medida que as taças do juízo divino avançarem rapidamente (v.9,11,21).

16.3 A segunda taça transforma o mar em sangue, assim como a segunda trombeta (Ap 8.8,9). No entanto, apenas um terço do mar foi afetado pela trombeta (v. 8,9). Tal taça traz a morte de toda alma vivente no mar. Esse versículo é parecido com Exodo 7.17-21, no qual o rio Nilo é transformado em sangue; no entanto, o juízo aqui é infinitamente pior devido ao seu alcance global.

16.4 A terceira taça, como a terceira trombeta (Ap 8.10), tem como objetivo os rios e as fontes das águas. Dessa vez, no entanto, o impacto é mundial (compare com versículos 10,11), e as fontes de água se tornam em sangue no lugar de apenas se transformarem em absinto (v.l 1).

16.5 O anjo das águas provavelmente é o mesmo que derramou a terceira taça (v.4), e não outro. Como Deus é justo para sempre, Seu juízo sobre os habitantes da terra (v.10) e sobre suas obras violentas e injustas é perfeitamente justo.

16.6 Deus força os infiéis impenitentes (v.9) que derramaram o sangue do povo de Deus a beber sangue, a fim de vingar a morte dos mártires, como alguns deles pediram em Apocalipse 6.10. Santos são aqueles que estão separados por causa de seu relacionamento com Jesus Cristo. Em Apocalipse, os santos podem ser os cristãos em geral (Ap 5.8), ou aqueles crentes enfrentando perseguição e martírio (Ap 13.7). O termo profetas pode referir-se a todos os porta-vozes de Deus que foram mortos como resultado de perseguição, ou especificamente às duas testemunhas que profetizaram durante três anos e meio (Ap 11.3-13,18).

16.7 Em Apocalipse 6.9,10, os santos martirizados clamam a Deus para que Ele mostre a Sua justiça julgando os maus. Como o Senhor está agindo assim agora, os santos afirmam que o Seu juízo é verdadeiro e justo.

16.8 A quarta taça lembra a quarta trombeta em seu efeito sobre o sol (Ap 8.12). Porém, nessa praga, o calor do sol é intensificado, em vez de ser reduzido.

16.9 Aqueles que seguiram a besta blasfemam o nome de Deus, assim como a própria besta fez (Ap 13.5,6). Eles não podem argumentar contra a existência ou o poder do Altíssimo, mas, mesmo assim, não se arrependem nem dão glória a Deus (Ap 16.11,21). As boas-novas de Cristo ainda estão em vigor até a iminência de Sua volta (Ap 19.11-21), embora Ele seja rejeitado praticamente por todos os infiéis que ainda estão vivos.

16.10,11 A quinta taça se concentra contra o trono da besta, aparentemente em relação ao seu reino e à sua autoridade no mundo (Ap 13.7). A frase o trono de Satanás é usada em Apocalipse 2.13 para aludir à cultura satânica em Pérgamo como resultado do predomínio do culto ao imperador naquele lugar. (Todos os outros usos da palavra trono no Apocalipse referem-se ao trono do Senhor).

A escuridão relatada em Apocalipse 6.12-17 fez com que até mesmo os líderes mundiais temessem a ira do Cordeiro (Ap 6.16). Nesta data mais recente, a besta e seus seguidores ainda blasfemam o Deus do céu e recusam a arrependerem-se das suas obras.

Dores e chagas podem ser, em termos gerais, paralelos ao tormento sofrido pelos afligidos pelos gafanhotos demoníacos durante o juízo da quinta trombeta (Ap 9.5-10). No entanto, é mais provável que as dores se refiram ao abrasamento provocado pelo sol nos versículos 8 e 9, e chagas, aos efeitos da primeira taça (v.2).

16.12-14 A sexta taça inclui o rio Eufrates, da mesma maneira que a sexta trombeta (Ap 9.14). Os dois juízos lidam com forças militares diabolicamente inspiradas. O exército de duzentos milhões (v.16) matará um terço de toda a humanidade (v.l8); o exército nos versículos de 12 a 14 batalhará contra Deus (v.19-21).

16.12 Com a água do rio Eufrates completamente seca, a invasão do oriente seria muito mais fácil. Os reis que vêm do oriente são entendidos como os exércitos partas que ameaçaram a metade do império romano oriental, embora qualquer força poderosa da Ásia combinasse com a redação desse versículo.

16.13,14 Espíritos imundos espalharam palavras de autoridade do dragão (Satanás, Ap 12.9), da besta e do falso profeta — uma trindade diabólica. Haverá grande engano envolvido nos sinais (Ap 13.13,14) que são usados para convencer os reis de todo o mundo a reunirem-se para a batalha contra Deus.

Em Apocalipse 6.15,16, os reis da terra recuam de medo diante do julgamento do Cordeiro. Aqui, os governantes estão dispostos a guerrear contra o Todo-poderoso. A diferença parece ser a confiança deles no poder da besta, já que eles argumentam: Quem poderá batalhar contra ela? (Ap 13.4). A batalha do grande Dia acontece no Armagedom (v.16; 19.17-21).

16.15 Bem-aventurado indica que essa é a terceira das sete bem-aventuranças em Apocalipse (1.3; 14.13; 19.9; 20.6; 22.7,14). Venho como ladrão relembra o aviso de Jesus aos crentes para estarem vigilantes por causa da hora inesperada de Sua volta (Mt 24.43,44). 

16.16 O lugar da batalha falado no versículo 14 é o Armagedom, uma palavra hebraica que significa colina de Megido. Alguns acreditam que não é um local real, mas um símbolo da batalha final entre o bem e o mal. 

16.17 A sétima taça é o clímax de todos os juízos em Apocalipse. Está feito. Esse é o ato final do juízo de Deus antes de Cristo voltar.

16.18 Um grande terremoto, como nunca tinha havido antes, vai muito mais além das grandes destruições sismológicas ao longo da história e dos recentes terremotos em Apocalipse 6.12; 8.5; 11.13,19.

16.19,20 A grande cidade da Babilônia (Ap 11.8) parece ser o epicentro do mais destrutivo terremoto que o mundo verá. O tremor parece ocorrer no mundo inteiro, levando destruição às cidades das nações.

A Babilônia não ficou esquecida diante de Deus. Aqui, Ele age de acordo com a Sua promessa anterior, de que a Babilônia cairia (Ap 14-8) e o cálice da Sua ira seria dispensado (v.10). Babilônia, aqui, pode referir-se à reconstrução da antiga cidade, ou ser um nome simbólico para Roma (Ap 17.9). É possível que seja um modo de referir-se a qualquer sociedade humana cheia de orgulho que tente viver separada do Senhor. As clássicas manifestações de rebelião da Babilônia contra Deus são a Torre de Babel (Gn 11.1-9) e o império babilônico sob o comando de Nabucodonosor (Dn 4.30).

16.21 Saraiva caindo do céu, com cada pedra pesando cerca de 35kg (um talento), seria extraordinariamente destrutivo. Ainda assim, os infiéis blasfemaram de Deus, em vez de arrependerem-se (Ap 16.9,11). A essa altura, aparentemente, o coração deles está tão endurecido, que eles não responderão de forma adequada ao Senhor, independente de Sua demonstração de poder e juízo.

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.



sábado, 14 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 15

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 15




O capítulo 15 apresenta o cenário para o derramar das pragas contidas nas sete taças.

É uma preparação para o derramamento das sete taças.
Os sete Anjos já estão com as taças das últimas pragas. (1-8).

Ele consiste de três visões:

1) os anjos que esperam; 
2) os santos vitoriosos; 
3) os anjos emergentes.

O proximo capítulo, o 16, apresenta uma descrição de cada uma das sete pragas.

Os anjos que esperam (15.1).

Esse versículo realmente forma um cabeçalho para o conteúdo dos capítulos 15-16, mas nossa ênfase aqui é o capítulo 15.

João viu outro grande e admirável sinal no céu: sete anjos que tinham as sete últimas pragas, porque nelas é consumada a ira de Deus. Há um caráter final acerca disso. A linguagem mostra que essas pragas chegarão ao seu clímax.
Consumada, literalmente significa que elas foram “completas” ou “terminadas”. 
Ira é thymos, significa “raiva ardente”. 
O pecado, que afligiu a humanidade por tanto tempo, precisa ser erradicado.

Os santos vitoriosos (15.2-4).

João viu um como mar de vidro misturado com fogo (2). Provavelmente, esse é o mesmo mar de vidro relatado em 4.6. Lá ele é descrito como “semelhante ao cristal” em sua transparência. Aqui ele tinha uma incandescência rosada, como se estivesse misturado com fogo. Alguém sugere que “A incandescência ver¬melha do mar representava o fogo pelo qual os mártires passaram, e mais claramente, a ira prestes a cair sobre o mundo, que os havia condenado”.

Sobre esse mar vítreo, como se fosse um chão sólido, estavam parados os que saíram vitoriosos da besta, literalmente, “os que vinham vitoriosos da besta selvagem”. Um famoso Teólogo comenta: “Os conquistadores chegaram como vitoriosos 'saindo da' batalha com a besta selvagem, com sua imagem, e o número do seu nome”.' Esse número, é claro, é 666 (13.18). Esses vitoriosos têm as harpas de Deus; isto é, harpas que Deus tinha dado a eles, ou que pertenciam ao serviço de Deus. As harpas já foram mencionadas em 5.9 e 14.2.

Esses harpistas cantam e tocam. Eles cantam o cântico de Moisés, servo de Deus (3). O contexto mostra que a referência não é ao cântico final de Moisés em Deuteronômio 32. Em vez disso, trata-se do hino de louvor cantado no mar Vermelho quando Deus libertou os israelitas dos egípcios perseguidores (Êx 15). Esse hino também era um cântico de livramento da besta ameaçadora.

Mas eles também cantaram o cântico do Cordeiro. Eles são vitoriosos com Cristo sobre todo o poder do inimigo. Para as pessoas da época de João, isso significava o impe¬rador perseguidor. Para os cristãos de várias épocas, têm ocorrido muitas aplicações. No fim dos tempos, será a vitória sobre o Anticristo.

O hino de adoração encontrado no restante do versículo 3 e no versículo 4 é composto quase que inteiramente de palavras e frases do Antigo Testamento (Sl 86.8-10; 111.2; 139.14; Am 4.13). Deus é louvado pelas suas obras maravilhosas. A frase Rei dos san¬tos não recebe muito apoio dos melhores manuscritos. A escolha fica entre “Rei das na¬ções” ou “Rei dos reis” ou “Senhor dos Senhores”. O contexto pode favorecer levemente a frase “Rei das nações”, que é o que a besta afirmava ser para confundir os ainda Cristãos  mas principalmente o povo Judeu. No fim, todas as nações virão e se prostrarão diante de ti, o verdadeiro justo juiz. (4). Por que juízos ou ( dihaiomata) atos justos  são manifes¬tos (“se tornaram manifestos”, NVI).

Os anjos emergentes (15.5-8). 

João escreve: E, depois disto (gr., dessas coisas), olhei (“vi”, mesmo verbo que no v. 1), e eis que o templo (santuário) do tabernáculo do testemunho se abriu no céu (5). Aqui o autor de Apocalipse prefere a referência ao Tabernáculo, chamado de “tenda do Testemunho” (Nm 9.15) em vez de referir-se ao Templo posterior. O autor da epístola aos Hebreus faz a mesma coisa. Isso provavelmen¬te ocorre porque seu plano foi dado por revelação divina.

Os sete anjos que tinham as sete pragas saíram do templo. Eles estavam vestidos de linho puro e resplandecente, com cintos de ouro, como os sacerdotes no Templo. Um dos quatro animais (“criaturas viventes”; (Ap 4.6) deu aos sete anjos sete salvas de ouro, cheias da ira de Deus (7). 

A palavra grega para salvas, “phiale”, é encontrada somente em Apocalipse (Ap 5.8; 15.7; 16.1-17; 17.1; 21.9). Ela significa “uma taça rasa, usada para derramar libações, etc”. Outros significados atuais de salva podem induzir ao erro. Diversas traduções trazem “sete taças de ouro”.

Esse Deus, cuja ira será derramada sobre os rebeldes, é o que vive e Reina para todo o sempre. O autor de Hebreus adverte que “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31). Nesse momento o templo encheu-se com a fumaça da glória de Deus e do seu poder (8). Observemos que: “Fumaça é um símbolo da Presença Divina no AT quando a majestade impressionante de Deus se manifestava”. Ninguém podia en¬trar no santuário até que se consumassem (ou se “completassem”) as sete pragas (cf. Êx 40.35; 1 Rs 8.10).

Com intuito de melhores esclarecimentos sobre Apocalipse Capítulo 15 é importante estas considerações abaixo. Vejam os blocos de versículos para maior compreensão.

15.1-4 Outro sinal misterioso, grande e espantoso acontece. 

Em meio a passagens assustadoras, a “Canção de Moisés” ou o “ Cântico de Moisés” de Êxodo 15.1-21 nos fala das grandes e maravilhosas obras de Deus e de que, finalmente, todas as nações anunciarão sua glória e o adorarão. Se a sua confiança está depositada no amor de Deus manifestado de forma especial através de Jesus, você não precisa ter medo do que lê aqui: lembre-se de quantas vezes nos evangelhos aparece a mensagem “não tenham medo” e da qualidade da paz que Cristo nos oferece, que não é “como o mundo a dá” Jo 14.27 e que, de tão profunda e maravilhosa, “ninguém consegue entender” (Fp 4.7).

15.5-8 se abriu no céu o templo. 

Um momento de aquietação perante a presença divina, o Deus cheio de graça que se manifesta com poder. O Apocalipse nos aponta os juízos do Senhor: Deus reina soberano e tem cuidado de todos nós, e agora vai levar a maldade humana até sua consequência final, um dos quatro seres vivos. Indica que o juízo será executado a partir da própria natureza (Ap. 4.6-8); isso provavelmente quer dizer que as catástrofes serão percebidas como algo "natural", como consequência de nosso modo de lidar com a natureza.

As sete taças de ouro cheias da ira de Deus. Aqui se prepara o cenário do último juízo, em que toda maldade será finalmente cobrada e castigada, especialmente contra as instituições que perseguiram o seu povo. 

Portanto as sete últimas pragas, as sete taças da ira de Deus, não são despejadas sobre os cristãos, mas sobre todos os que não aceitaram a oferta de salvação pelo sacrifício de Jesus e nem lutaram pir sua salvação nos tempos da grande tribulação.  Estas profecias nos levam a uma reflexão sobre acontecimentos atuais que são um prenúncios do que está por vir. Compete a nós estarmos atentos e vigilantes como as virgens prudentes de Mateus 25, porque à meia-noite (o dia e a hora do arrebatamento) noivo vai passar. 

Todos os que tiverem azeite (o Espirito Santo) suficiente (vida espiritual em comunhão com Deus), serão arrebatados e irão morar na glória eterna com o Senhor Jesus, (que na parábola das dez virgens representa o noivo).


Trazemos abaixo uma retrospectiva mais abrangente do capítulo 15 de Apocalipse. 


15.1 Outro sinal é um retrospecto de Apocalipse 12.1,3, onde o simbolismo da mulher e do dragão também apareceu no céu. Esse sinal é grande e admirável, aparentemente porque lida com as sete últimas pragas enviadas pelo Senhor. As pragas, as taças da ira de Deus (Ap 16.1), são muito mais fortes e mais difundidas do que os juízos das trombetas em Apocalipse 8.2-11.19. A ira de Deus é consumada com as sete últimas pragas (Ap 15.1-19.5), que são imediatamente seguidas pela segunda vinda de Jesus e pelas bodas do Cordeiro (Ap 19.6-21).


15.2 Um mar de vidro é mencionado em Apocalipse 4.6 como um lugar de adoração diante do trono de Deus. Aqui, ele é visto misturado com fogo, o que geralmente é um sinal do juízo divino. O fogo mostra que a ira do Senhor, agindo em juízo, alcançou o seu auge. O mar de vidro também tipifica a vitória do Senhor para todos os Seus vencedores. Os que saíram vitoriosos sobre a besta são mártires fiéis a cristo que não amaram a sua vida até à morte (Ap 12.11).


15.3,4 O cântico de Moisés é uma referência a Êxodo 15.1-18, quando Israel celebrou a sua libertação da escravidão do Egito, principalmente do exército de faraó (Ex 14). Esse louvor, lembrando a grande redenção do Antigo Testamento, era entoado pelos judeus em suas reuniões do Sábado, assim como pelos primeiros cristãos na Páscoa.


O cântico do Cordeiro compara a obra consumada e redentora de Jesus Cristo com a libertação de Deus no êxodo. Talvez os que venceram no versículo 2 estejam seguros no outro lado, e os intensificados juízos dos capítulos anteriores sejam comparáveis à destruição culminante do exército de faraó quando o mar Vermelho se fechou sobre ele. Considerando as grandes obras e o caráter de Deus, cada pessoa deveria temer o Senhor e glorificar o Seu nome confiando em Jesus Cristo.

A expressão todas as nações é a mesma encontrada em Mateus 28.19 e Lucas 24-47, expressando a extensão da Grande Comissão, a ordem de Jesus para proclamar as boas-novas a todos os povos. Adorar significa prostrar-se, trazendo à memória a descrição de Paulo da época em que todo joelho se dobrará diante de Jesus Cristo, o Senhor (Fp 2.10,11).


15.5 O templo do tabernáculo associa a poderosa imagem do templo celestial em Apocalipse 11.19 com os fortes paralelos no capítulo 15 para o período do êxodo, quando a presença majestosa de Deus era claramente vista no tabernáculo. O tabernáculo do testemunho chama a atenção para a Lei ou para as tábuas do testemunho dadas a Moisés (Ex 31.18; 32.15).No novo céu e na nova terra, o tabernáculo de Deus estará com os crentes porque Ele habitará eternamente com eles (Ap 21.3).


15.6 Sete anjos se apresentam para administrar as sete pragas, as quais são as últimas pragas (v.1) que Deus enviará antes de Cristo voltar. Vestidos de linho puro e resplandecente e cingidos com cintos de ouro. Como as suas vestimentas significam pureza e justiça, os anjos são representantes da justiça perfeita.


15.7 As salvas (ou taças) de ouro cheias de ira lembram aquelas que, em Apocalipse 5.8, carregam incenso, representando as orações dos santos.


15.8 A fumaça que encheu o templo tinha origem no poder e na glória de Deus e proibia o acesso ao Santo dos Santos. A fumaça significava a determinação de Deus para trazer juízo como uma expressão de Seu caráter e Sua autoridade. O juízo agora é irreversível, sem lugar para intercessão. (Lm 3.44).

Deus abençoe você e sua família



Pr. Waldir Pedro de Souza 

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.