terça-feira, 24 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 20

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 20


O capítulo 20 do livro de Apocalipse trata especialmente do Reino Milenial de Cristo. (1-15).

Dentre outros assuntos veremos o seguinte ainda neste capítulo:

Satanás é amarrado por mil anos. Os fiéis reinam com Cristo.  (1-6).

Satanás é solto e depois vencido por Cristo para sempre.  (7-10).

O juízo final. (11-15).

20.1,2 O poço do abismo é, atualmente, o lugar de prisão de alguns demônios (Lc 8.31); ele será o lugar do qual a besta subirá (Ap 17.8). Assim, é adequado dizer que o diabo ficará preso lá durante mil anos. O dragão, em Apocalipse 12.3,9, conhecido como Satanás, estava no controle da serpente no jardim do Éden (Gn 3). 

Deus tem um plano soberano para vencer e destruir Satanás: este será encerrado no abismo durante mil anos e, então, será solto por um pouco de tempo  para enganar as nações uma última vez (v.7-9) antes de ser lançado no lago de fogo (v.10). Importa que seja solto, indica que Satanás não escapará do abismo, mas terá permissão para sair para cumprir o soberano plano de Deus.

20.4-6 A interpretação do reinado de mil anos de Cristo tem sido objeto de muita controvérsia. Alguns estudiosos entendem mil anos como uma declaração específica de tempo, enquanto outros a interpretam de forma figurativa, para um período longo e indeterminado.

20.4 A expressão tronos, reinaram indica que os crentes participarão de forma significativa com Cristo durante o Seu reino milenar (Ap 1.6; 2.26,27; 5.10), o que pode ser um cumprimento parcial da profecia de Daniel 7.18,27. 

A aparência de julgamento durante o reinado é mencionado em 1 Coríntios 6.2-4. No início do Reino, a autoridade é oficialmente transferida dos anjos para os homens (Hb 2.5,8). Uma nova ordem mundial é estabelecida com a vitória dos santos da era da Igreja reinando com Cristo em Seu Reino (Rm 8.17).

Aqueles que foram degolados são os santos martirizados pela besta. (Ap 13.7,15), mas podem ser também a multidão vitoriosa que canta louvores ao Cordeiro em Apocalipse 15.2-4. João em breve poderia identificar-se com aqueles que perderam sua vida por causa do testemunho de Jesus e da Palavra de Deus, e o apóstolo já estava exilado na a ilha de Patmos pelas mesmas razões (Ap 1.9).

20.5 Falar que não reviveram indica que a ressurreição dos mortos não incluirá todas as pessoas ao mesmo tempo, como passagens como Daniel 12.2 e João 5.29 podem indicar também. Como 1 Coríntios 15.23,52, essa passagem indica que haverá uma primeira ressurreição dos crentes mortos antes dos mil anos do reinado de Cristo e uma ressurreição final, depois que o milênio tiver acabado, antes do juízo do grande trono branco (Ap 20.11-13).

20.6 Bem-aventurado inicia a quinta das sete bem-aventuranças em Apocalipse. Todas as outras seis (Ap 1.3; 14-13; 16.15; 19.9; 22.7,14) aguardam a vida com Cristo além da primeira ressurreição (Ap 20.5). 

A primeira ressurreição é garantida a todos os crentes, mas a bem-aventurança mencionada aqui pertence mais precisamente àqueles que têm parte na primeira ressurreição. E possível que se refira apenas àqueles crentes que se qualificam para a função de reis-sacerdotes no Reino de Cristo. Pode ser isso a que Paulo se referiu quando falou sobre seu alvo de obter o prémio de Cristo (1 Co 9.27; Fp 3.1-14). A segunda morte é a morte de tormento eterno no lago de fogo para os infiéis que enfrentaram o juízo do grande trono branco (v.l 1-15). Jesus já havia declarado que o que vencer não receberá o dano da segunda morte (Ap 2.11).

20.7-9 Ao término do reinado de mil anos de Cristo, Satanás será solto por Deus para enganar as nações da terra (v.2,3) mais uma vez, como ele tem feito ao longo da história (Ap 12.9). Como resultado do engano satânico, os exércitos mundiais se ajuntarão para batalhar contra Deus novamente, tal como fizeram antes da segunda vinda de Cristo (Ap 16.13,14; 19.19,20). Gogue e Magogue eram uma designação comum para as nações em rebelião contra o Senhor, entre os rabinos, em Ezequiel 38 e 39. 

Alguns estudiosos sustentam que a batalha nos versículos 8 e 9 é a mencionada em Ezequiel, mas existem grandes diferenças, assim como semelhanças, nas duas passagens. O uso de fogo do céu para destruir os exércitos reunidos é visto também em Ezequiel 38.22; 39.6.

Arraial é usado em outro lugar para se referir a exércitos (Hb 11.34) ou às suas fortalezas (At 23.10). Alguns estudiosos interpretam o arraial dos santos como sendo um simbolismo da unidade do povo de Deus. 

A cidade amada pode simbolicamente se referir à casa do povo do Senhor. No entanto, a Nova Jerusalém é normalmente chamada de a cidade do meu Deus (Ap 3.12) e santa cidade (Ap21.2). A cidade, aqui, pode ser a restaurada Jerusalém terrena, pronta para abrir caminho para a glória eterna e sem pecado da Nova Jerusalém (Ap 21.1—22.5).

20.10 Quando a rebelião final for sufocada pelo Senhor (v.8,9), o diabo se unirá à besta e ao falso profeta (Ap 19.20) em tormento para todo o sempre (Ap 14.10,11; Is 66.22-24; Mc 9.48). 

20.11 O grande trono branco é uma descrição do santo governo e juízo de Deus. Aquele visto ocupando o trono pode ser Deus Pai (1 Co 15.24-28) ou o Pai e o Cordeiro (Cristo) juntos, como na Nova Jerusalém (Ap 22.1,3). 

A terra e o céu fugiram é uma forma poética de descrever a destruição, pelo fogo, dessa criação e das obras relacionadas como é descrito em 2 Pedro 3.10-13. Não se achou lugar para essa criação contaminada pelo pecado no novo céu e na nova terra (Ap 21.1—22.5).

20.12 Os mortos, chamados de os outros mortos (v.5), são ressuscitados e colocados diante do trono do juízo de Deus. Para alguns, a primeira ressurreição (v. 5) inclui apenas os mártires (v. 4), para que tantos os crentes quanto os descrentes fiquem diante do grande trono branco. 

Outros mencionam as amplas promessas para os crentes reinarem com Cristo (Ap 1.6; 2.26,27; 5.10), no livro do Apocalipse, como evidência de que todos os fiéis experimentarão a primeira ressurreição e, assim, não terão de enfrentar o juízo do grande trono branco. Os livros referem-se ao registro de todas as obras feitas nesta vida. Como todos pecaram e ficaram abaixo do padrão de Deus (Rm 3.23), a abertura desses livros certamente conduzirá a sentenças eternas no lago de fogo.

O Livro da Vida, o registro de Deus do nome daqueles que foram salvos (Ap 17-8), também será aberto. Então, embora ninguém seja julgado aceitável com base em suas próprias obras (Ef 2.9), muitos serão salvos pela graça de Deus recebida pela fé em Jesus Cristo (v. 8).

20.13,14 O mar é o lugar de descanso de corpos não enterrados. A morte e o inferno referem-se não apenas à morte, mas também à existência além-túmulo (Ap 1.18; 6.8). A cena evocada aqui é de todos os lugares onde os corpos humanos foram sepultados sendo abertos com a ressurreição dos mortos para o juízo divino. Enquanto a humanidade infiel será julgada segundo as suas obras, a morte e o inferno, inimigos finais do Senhor (1 Co 15.26), também serão destruídos, sendo lançados no lago de fogo.

A segunda morte, segundo o relato bíblico, é real, é espiritual e eterna, a justa punição daqueles que são ou foram maus. A primeira morte é a física, a segunda é espiritual e eterna. Ambas estão incluídas no significado geral da morte que se abateu sobre a raça humana por causa do pecado de Adão e Eva (Gn 2.16,17; 3.1-19; Rm 5.12).

20.15 Apenas os eleitos de Deus, aqueles cujos nomes estão escritos no Livro da Vida, escaparão do lago de fogo. A rejeição do evangelho eterno resulta em condenação eterna, toda a raça humana foi condenada por causa do pecado de Adão e Eva, o pecado original. Cabe a cada um de nós decidirmos por livre e espontânea vontade qual o nosso destino eterno. (Ap 14.6,7).

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 


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