sexta-feira, 6 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 11

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 11



Este capítulo 11 do livro do Apocalipse trata do assunto do santuário e das duas testemunhas. (1-19).

O impacto da unção das palavras das duas testemunhas que são chamadas também de 'as duas oliveiras e os dois castiçais'. v.4. (1-14)

A sétima trombeta e tocada. vejam abaixo. (15-19).

11.1. João recebeu uma cana semelhante a uma vara, muito parecida com aquela usada por Ezequiel (Ez 40.3,5) em sua visão das medidas do templo (Ez 40-48).
Mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram. Esse é o templo do período da tribulação que em algum momento será edificado (Ap 13.14,15; Dn 9.27; Lc 21.24; 2Ts 2.4). 
A medida dos que nele adoram pode significar uma avaliação daqueles que prestam adoração ao Senhor no templo, bem como proteção para os fiéis e juízo, para os infiéis.

11.2. Em Lucas 21.24, é profetizado que os gentios pisarão a Cidade Santa até que os tempos dos gentios se completem. Aparentemente, o período de quarenta e dois meses é a conclusão do tempo dos gentios ou o período de três anos e meio do final da grande tribulação. A palavra gentios aqui pode ser traduzida também como povos, tribos e nações gentilicas. (Ap 11.9; 10.11).

11.3. Quarenta e dois meses (v.2) é o mesmo período que mil duzentos e sessenta dias (Ap 12.6). É certo que um tempo, e tempos, e metade de um tempo (v.14) seja também um período de três anos e meio formado por quarenta e dois meses lunares que são contados através das fases da lua, são de mês a mês de 29 e 30 dias alternadamente. Essas expressões também se encontrem nas profecias em Daniel.  (Dn 12.6,7,11,12).

As duas testemunhas profetizarão durante 1260 dias com impressionante poder (Ap 11.5,6). Então, parece que o período de dominação da besta (v.7; 13.5) sé dá durante a missão das testemunhas, cada uma ocupando em termos gerais metade do período da tribulação. As duas testemunhas sem nome são extraordinariamente semelhantes a Elias e Moisés (ver Êx 7-11; 1 Rs 17; Ml 4.5), que apareceram com Cristo no monte da transfiguração (Lc 9.29-32).

É possível também que essas duas testemunhas serão representantes simbólicos de todos os crentes fiéis do AT e do NT, bem como da Lei e dos Profetas, testificando durante a tribulação. 
Vestidas de pano de saco significa que as testemunhas estão de luto pelo mundo que não expressa arrependimento (Mt 11.21).

11.4. As testemunhas são descritas como duas oliveiras e dois castiçais, associando-as à visão em Zacarias 4, sobre os dois ungidos, que estão diante do Senhor de toda a terra (Zc 4-14). Lá, os dois ungidos são Zorobabel e Josué, o sacerdote. Mas o princípio universal para essas e todas as outras testemunhas do Senhor é que o testemunho delas pela verdade não é por força, nem por violência, mas pelo Espírito do Senhor (Zc 4.6).

11.5. O fogo saindo da boca das duas testemunhas para que, se alguém se opuser a elas, seja morto é parecido com a descrição da praga de morte trazida pelo exército de cavaleiros em Apocalipse 9.16-18. Aparentemente, a missão delas é impossível de ser interrompida durante três anos e meio (Ap 11.3) até quando acabarem o seu testemunho (v.7). O fogo também lembra dois dos milagres de Elias (1 Rs 18; 2 Rs 1).

11.6. As duas testemunhas têm a autoridade para impedir a chuva durante os dias da sua profecia, identificando-as com Elias, cuja oração fez com que não chovesse durante três anos e meio (Tg 5.17). Transformar as águas em sangue (Êx 7.17-21) e assolar a terra com pragas (Êx 7-11) lembra a experiência vivenciada por Moisés no Egito.

11.7,8. O verbo traduzido como acabar é o mesmo que Jesus usou quando gritou triunfantemente na cruz: Está consumado (Jo 19.30). A besta tem a permissão para matar as duas testemunhas na cidade que espiritualmente se chama Sodoma e Egito. A besta, que vem à tona como um governante mundial satânicamente autorizado nos capítulos 13 e 17, emerge do abismo, assim como a praga dos gafanhotos demoníacos da quinta trombeta (Ap 9.1-10). A grande cidade no Apocalipse geralmente é a Babilônia (Ap 14.8), que provavelmente representa Roma ou qualquer grande império mundial, ou sistema satânico que estará dominando o mundo sob a liderança e governo do Anticristo. (l Pe 5.13).

Porém, a descrição mais adiante, de onde o seu Senhor também foi crucificado, parece referir-se a Jerusalém. Alguns estudiosos entendem a frase como simbólica, significando o mundo pecaminoso no qual Cristo foi crucificado. Sodoma foi o primeiro modelo de degeneração moral em uma grande cidade (Gn 19); o Egito era o protótipo da idolatria desenfreada e da escravidão imposta.

11.9,10. Povos, e tribos, e línguas, e nações são aqueles para quem o testemunho do evangelho deve continuar até à consumação dos séculos (Mt 28.19,20). Os que habitam na terra são aqueles sobre quem o juízo de Deus recairá (Ap 6.10; 8.13). Estar morto por três dias e meio lembra os três anos e meio da missão das testemunhas (v.3). A morte das duas testemunhas (v.7) iniciará uma celebração global entre os infiéis que odiaram a mensagem verdadeira daqueles varões de Deus. 

11.11. O espírito de vida, vindo de Deus, lembra a profecia dos ossos secos (Ez. 37). Uma ressurreição pública assim poderia causar um grande temor por todo o mundo se fosse transmitido com a ajuda da tecnologia moderna de satélites. A sequência completa dos acontecimentos servirá para lembrar Israel da missão de Jesus Cristo: Sua morte, ressurreição e ascensão.

11.12. Subi cá é a mesma ordem dada a João em Apocalipse 4.1. Subiram ao céu em uma nuvem lembra a descrição da ascensão de Cristo (At 1.9) e o ensino de Paulo sobre o arrebatamento, em 1 Tessalonicenses 4.17. Alguns estudiosos acreditam que o arrebatamento da Igreja acontecerá nesse momento. Mas é difícil conciliar essa descrição de morte e ressurreição (At 11.9-11) com o recolhimento dos crentes vivos que serão tranformados num abrir e fechar de olhos no arrebatamento da igreja. 

11.13. E naquela mesma hora. Logo após as duas testemunhas ascenderem ao céu, um grande terremoto (Ap 6.12) destruirá a décima parte da cidade, resultando em sete mil mortes. Aqueles que sobreviverem ficarão apavorados e glorificarão a Deus.

11.14. O segundo ai inclui a sexta trombeta (Ap 9.12-21) e um segundo interlúdio (Ap 10.1-11.13). O terceiro ai, ao que tudo indica, é a sétima trombeta (v.15-19), pois é dito que cedo virá e, como Apocalipse 8.13, relacionados aos ais aos três últimos sopros de trombeta. O último ai pode estender-se, já que a palavra ai aparece novamente em Apocalipse 12.12.

11.15. Nosso Senhor reinará para todo o sempre e confirma o retorno de Cristo para seu reinado. (Ap 6.12-17; 19.11-21).

11.16-18. Os vinte e quatro anciãos foram previamente vistos adorando a Deus (Ap 4-10,11) e ao Senhor Jesus (Ap 5.8-10) continuamente. Aqui, a ação de graças deles ao Senhor Deus todo-poderoso entra em uma nova fase: eles glorificam o poder e a ira de Deus e a correspondente distribuição de galardão e juízo. Essa estrofe de ações de graças parece refletir no cumprimento da grande profecia messiânica no Salmo 2.

11.17. Reinaste pode referir-se a um governante atual no céu, ou ao fato de Cristo já ter vindo à terra para subjugar as nações (v.18) a essa altura. Também é possível que o tempo verbal no passado aluda à certeza, um acontecimento futuro tão certo quanto outros planos de Deus cumpridos para o mundo. Por exemplo, em Romanos 8.30, é dito que o crente é justificado e já está glorificado (tempo passado), embora a glorificação de fato acontecerá mais tarde, quando o cristão entrar na presença de Jesus, com um corpo incorruptível.

11.18. Veio a tua ira (Ap 6.16,17). A ira de Satanás também será vista em Apocalipse 12.12, mas a ira divina não pode ser rivalizada (Ap 14-19). O tempo dos mortos inclui a entrega dos galardões ao povo de Deus, Seus profetas, servos e santos (2 Co 5.10), e o pronunciamento do castigo eterno das nações infiéis (Mt 25.46). Isso é pelo que os mártires oraram em Apocalipse 6.10; não está terminado até Apocalipse 20.12-15. Aqueles que temem o nome de Deus são os que responderam com fé ao evangelho eterno (Ap 14.6,7), possivelmente incluindo os que temeram e glorificaram a Deus no versículo 13.

11.19. O templo de Deus, nesse caso, não é o mesmo dos versículos 1 e 2. Aquele templo terreno, também conhecido antigamente como templo de Salomão, tinha um átrio externo dado às nações (v.2); este templo, da revelação chamado aqui de templo de Deus, está no céu. Uma arca do concerto é citada aqui, embora a arca do concerto feita por Moisés, ao que tudo indica, foi destruída pelos babilônios quando eles saquearam e queimaram o templo em Jerusalém (2 Cr 36.18,19). A arca representava a presença, liderança e proteção de Deus sobre Israel no deserto (Nm 10.33-36) e na Terra Prometida (Js 3.3,15-17). Aqui, a arca pode representar bênçãos parecidas relacionadas ao novo concerto e à volta de Cristo (Hb 9.1,4,11,23-28). Pode também antecipar a proteção divina à mulher que deu à luz o Messias no deserto em Apocalipse 12.5,6,14.

Os relâmpagos e trovões provinham do trono de Deus no céu (Ap 4.5) e foram lançados sobre a terra no início do juízo anunciado pelas trombetas (Ap 8.5), juntamente com os terremotos (v.5) e a saraivada. (v.7).

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.





Nenhum comentário:

Postar um comentário