A
CRUZ ADENTROU NOS TEMPLOS EVANGÉLICOS.
“Hoje
as pessoas, inclusive muitos crentes e líderes evangélicos, estão se dobrando aos
pés da cruz literalmente, ao invés de estarem de joelhos dobrados aos pés de Jesus”. By. Pr.
Waldirpsouza.
E agora,
o pior aconteceu? A cruz, o mais terrível objeto de vergonha e de condenação,
instrumento de atrocidades, de crueldade inimaginável tornou-se objeto de
adoração e veneração pagã do Romanismo, adentrou
e se estabeleceu nos púlpitos, por dentro e por fora dos templos evangélicos;
os crucifixos, o sinal da cruz, as correntes de ouro no pescoço ou nos braços e
mãos dos crentes foram e são mais ‘iluminados e protegidos’ como todos os
amuletos da idolatria dos tempos antigos e atuais do paganismo romano.
Mas,
o Espírito Santo de Deus se retirou de lá desses locais até chamados de
“sagrados", por um simples motivo: Deus não reparte a Sua glória com
ninguém e muito menos com objetos usados para condenar seu filho Jesus, como é
o caso da cruz.
Será
que o Espírito Santo foi deixado de lado? Será que a cruz entrou nos templos
evangélicos, inclusive nos púlpitos? Será que o Espírito Santo se retirou?
Nesta
postagem vamos discorrer sobre estes assuntos.
Visão
protestante sobre o uso da cruz e do crucifixo.
Grande
parte das comunidades protestantes são contra o uso do crucifixo ou da
cruz como objeto de adoração ou de veneração, em vez disso, quase que todos os
protestantes são a favor do uso da cruz vazia, buscando dar ênfase
a Ressurreição de Jesus. O Crucifixo é também considerado um dos tantos
motivos de discórdia entre protestantes e católicos. Embora o uso de crucifixo
entre protestantes mais tradicionais não seja tão raro, como no caso do
próprio Lutero que recomendava a imagem do crucifixo como forma de
nos lembrarmos de nossa culpa, já que Cristo foi crucificado por
nossos pecados. Seria a cruz maior do que aquele que foi pregado nela?
Assim
como não guardamos o sábado, também não veneramos e nem adoramos a cruz. A cruz
foi o “caixão” de sepultamento de Jesus. Foi a “cadeira elétrica” de execução
de Jesus.
Adoramos
somente o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Deus exige de nós que o adoremos em
espírito e em verdade.
Não precisamos
de nenhum amuleto dentro ou fora dos nossos templos e nem nos nossos corações.
A
cruz é amada e respeitada por milhões de pessoas. Amada e respeitada não
significa ser idolatrada como atualmente se faz. Hoje dá-se mais valor na cruz
do que em quem morreu pregado nela para salvar os pecadores.
A Enciclopédia
Britânica chama a cruz de “principal símbolo da religião cristã”. Mas os
cristãos verdadeiros não usam a cruz na adoração. Por que não? É certo ou errado?
Uma
razão importante é a de que Jesus Cristo poderia não ter morrido ou crucificado
numa cruz como as que se apresentam hoje. A palavra grega em geral traduzida
“cruz” é stau·rós. Significa basicamente “poste ou estaca”.
A The
Companion Bible (Bíblia Companheira, ou transliterando as palavras: A
Bíblia é minha companheira ou minha companhia), diz: “Stau·rós” jamais
significa duas peças de madeira transversais em qualquer ângulo. Não
há nada no grego do Novo Testamento que sequer sugira duas peças de madeira”.
Em
vários textos os escritores bíblicos usam outra palavra para referir-se ao
instrumento usado para executar Jesus. A palavra do original grego é: “xý·lon”.
(Atos
13:29;3:13;5:30;10:39;1Pedro 2:24).
Essa
palavra significa simplesmente “madeiro”, ou “pedaço de pau, porrete ou
árvore”.
Explicando
por que uma simples estaca era usada para execuções, o livro A Cruz e
a Crucificação diz: “Nem sempre havia árvores disponíveis nos locais escolhidos
para execução pública. De modo que um simples poste era fincado no chão. Nele
os criminosos eram amarrados ou pregados com as mãos para cima, muitas vezes
também com os pés amarrados ou pregados”.
A
prova mais convincente, porém, vem da Palavra de Deus. O apóstolo Paulo diz:
“Cristo nos comprou, livrando-nos da maldição da Lei por se tornar maldição em
nosso lugar, pois está escrito: ‘Maldito é todo aquele pendurado num madeiro
“numa árvore”, Versão Rei Thiago, a King James, em inglês. (Gálatas
3:13).
Aqui
Paulo cita Deuteronômio 21:22, 23, que fala claramente de uma estaca, não
de uma cruz. Visto que esses meios de execução faziam da pessoa uma ‘maldição’,
não seria apropriado os cristãos terem em sua casa imagens de Cristo numa cruz.
Não
há evidência de que aqueles que se diziam cristãos usassem a cruz na adoração
nos primeiros 300 anos após a morte de Cristo. No quarto século, porém, o
imperador pagão Constantino converteu-se ao cristianismo apóstata e promoveu a
cruz como símbolo deste. Qualquer que tenha sido a motivação de Constantino, a
cruz nada tinha a ver com Jesus Cristo. De fato, a cruz é de origem pagã.
A New Catholic Enciclopédia admite: “A cruz está presente tanto na
cultura pré-cristã como na cultura não cristã”.
Várias
outras autoridades no assunto têm ligado a cruz à adoração da natureza e aos
rituais do sexo praticados pelos pagãos.
Por
que, então, foi adotado esse símbolo pagão? Pelo visto, para tornar mais fácil
os pagãos aceitarem o “cristianismo”. No entanto, a Bíblia condena claramente
qualquer devoção a um símbolo pagão. (2 Coríntios 6:14-18). As Escrituras
proíbem também toda e qualquer forma de idolatria. (Êx. 20:4, 5; 1 Coríntios
10:14).
Com
muito boa razão, portanto, os cristãos verdadeiros não usam a cruz na adoração
a Deus bem como nenhum outro objeto de culto. Deus é Deus, Deus é um ser vivo,
existente nas três pessoas da Trindade de Deus, o Pai, o Filho e o Espírito
Santo. Deus não aceita ser trocado por qualquer outro objeto de culto.
Seria
a cruz, um símbolo pagão introduzido no meio cristão? Certamente sim, para
confundir a mente das pessoas. Será que o nosso Senhor Jesus Cristo foi
estuprado em público por um deus punidor?
Essa
obra vem esclarecer através de evidências arqueológicas e históricas, de que a
cruz da cristandade hoje em dia, nada mais é do que a cruz do culto “maligno”
imperial romano, chamada na antiguidade de “troféu de vitória”, depois de série
de execuções de pessoas consideradas por eles que não deveriam mais existir na
sociedade. Quanto ao desenho da cruz na antiguidade, ela representava um deus
de braços abertos, passando a ideia de proteção. Obviamente, uma pessoa
protegida, lhe seria garantida, bênçãos, vitória sobre o mal, e boa sorte. E é
justamente o que milhões de cristãos fazem; o “sinal da cruz” em sua fronte, em
busca de proteção e bênçãos. Apesar de muitos outros cristãos alegarem que não
veneram a cruz, e que a intenção é representar o instrumento que supostamente
Cristo morreu, o simples uso deste símbolo é inadmissível. Por quê?
A
crucificação também era a representação de um deus pagão punindo um condenado.
Significava a vitória total sobre o inimigo concedida pelo deus, de um modo
humilhante. As diferentes formas do uso da cruz se fundem numa implícita
religiosidade “vitoriosa” porém muito duvidosa. Obviamente que o simples uso
deste símbolo, seria inapropriado para um cristão de acordo com a bíblia, pois
o mesmo representa um ídolo e todo tipo de idolatria é abominável diante de
Deus. Com certeza, essa postagem despertará a curiosidade, tanto do público
acadêmico, como também do público religioso, de uma forma um tanto polêmica, pelo
simples fato de cresceu assustadoramente o número de igrejas e ministérios
cristãos evangélicos que estão adotando a introdução da cruz nos seus púlpitos
e nos seus templos e em suas indumentárias.
Qual
era a finalidade da cruz? Disse o Apóstolo Paulo: “Estou crucificado com
Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim…”. (Gl 2.19b-20).
A
ilusão do “símbolo” do cristianismo que de cristianismo não tem nada, é apenas
para confundir aos verdadeiros adoradores do Deus Único e verdadeiro. Qual ou
quais foram as motivações para introdução desse símbolo maligno dentro ou no
culto ao verdadeiro Deus?
Os
elementos anticristãos do mundo secular dariam tudo para conseguir eliminar
manifestações públicas da cruz, e com muita razão porque a cruz representa a
morte e é o símbolo que mais Satanás usou para matar os cristãos na era cristã.
Ainda assim, ela é vista no topo das torres de dezenas de milhares de igrejas,
nas procissões, nos templos luxuosos no mundo inteiro, inclusive em templos evangélicos,
tidos como conservadores, sendo frequentemente feita de madeiras especiais, de
ouro e até ornada com pedras preciosas.
A
cruz, entretanto, é também exibida como uma peça de bijuteria ao redor do
pescoço ou pendurada numa orelha do que qualquer outra coisa. É preciso
perguntarmos através de que tipo estranho de alquimia a rude cruz, manchada do
sangue de Cristo, sobre a qual Ele sofreu e morreu pelos nossos pecados se
tornou tão limpa, tão glamourizada.
Não
importa como ela for exibida, seja até mesmo como joalheria ou como pichação, a
cruz é universalmente reconhecida como símbolo do cristianismo e é aí que
reside o grave problema.
A
própria cruz, em lugar do que nela aconteceu há 20 séculos atrás, se
tornou o centro da atenção, resultando em vários erros graves. O
próprio formato, embora concebido por pagãos cruéis para punir criminosos,
tem se tornado sacro e misteriosamente imbuído de propriedades mágicas, alimentando
a ilusão de que a própria exibição da cruz, de alguma forma, garante proteção
divina, as vezes até para exorcizar pessoas possuídas pelo maligno.
Milhões
de pessoas, por superstição, levam uma cruz pendurada ao pescoço ou a tem em
suas casas, ou fazem “o sinal da cruz” para repelir o mal e afugentar demônios.
Os demônios temem a Cristo, não uma cruz; e qualquer um que não foi crucificado
juntamente com Ele, exibe a cruz em vão.
A
“palavra da cruz”: poder de Deus.
Paulo
afirmou que a “palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas
para nós, que somos salvos, poder de Deus”. (1 Co 1.18). Assim sendo, o
poder da cruz não reside na sua exibição, mas sim na sua pregação; e
essa mensagem nada tem a ver com o formato peculiar da cruz, e sim com a morte
de Cristo sobre ela, como declara o evangelho. O evangelho é “o poder de
Deus para a salvação de todo aquele que crê”. (Rm 1.16), e não para aqueles que
usam ou exibem, ou até fazem o sinal da cruz.
O
que é esse evangelho que salva? Paulo afirma explicitamente: “venho
lembrar-vos o evangelho que vos anuncie, por ele também sois salvos, que Cristo
morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e
ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”. (1 Co 15.1-4).
Para
muitos, choca o fato do evangelho não incluir a menção de uma cruz. Por
quê? Porque a cruz não era essencial à nossa salvação. Cristo tinha que ser
crucificado para cumprir a profecia relacionada à forma de morte do Messias.
(Sl 22), não porque a cruz em si tinha alguma ligação com nossa redenção.
O
imprescindível era o derramamento do sangue de Cristo em Sua morte como
prenunciado nos sacrifícios do Antigo Testamento, pois “sem derramamento
de sangue não há remissão de pecados”. (Hb 9.22); “é o sangue que fará
expiação em virtude da vida” e não um ou dois pedaços de madeira. (Lv 17.11).
Não
dizemos isso para afirmar que a cruz em si é insignificante. O fato de Cristo
ter sido pregado numa cruz revela a horripilante intensidade da maldade inata
ao coração de cada ser humano. Ser pregado despido numa cruz e ser exibido
publicamente, morrer lentamente entre zombarias e escárnios, era a morte mais
torturantemente dolorosa, cruel e humilhante que poderia ser imaginada. E foi
exatamente isso que o insignificante ser humano fez ao seu Criador.
Nós
precisamos cair com o rosto em terra, tomados de horror, em profundo
arrependimento, dominados pela vergonha, pois não foram somente a turba sedenta
de sangue e os soldados zombeteiros que O pregaram à cruz, mas sim nossos
pecados.
A
cruz revela a malignidade do homem e o amor de Deus.
Assim
sendo, a cruz revela, pela eternidade adentro, a terrível verdade de que,
abaixo da bonita fachada de cultura e educação, o coração humano
é “enganoso, mais do que todas as cousas, e desesperadamente corrupto”,
(Jr 17.9), capaz de executar o mal muito além de nossa compreensão, até mesmo
contra o Deus que o criou e amou, e que pacientemente o supre. Será que alguém
duvida da corrupção, da maldade de seu próprio coração? Que tal pessoa olhe
para a cruz e recue dando uma reviravolta, a partir de seu ser mais interior.
Talvez não recue. Mas se olhar para Jesus Cristo que foi crucificado na dura
cruz, aí sim haverá arrependimento e perdão.
Ao
mesmo tempo que a cruz revela a malignidade do coração do ser humano, entretanto, ela revela a bondade, a
misericórdia e o amor de Deus de uma maneira que nenhuma outra coisa seria
capaz.
Em
contraste com esse mal indescritível, com esse ódio diabólico a Ele dirigido, o
Senhor da glória, que poderia destruir a terra e tudo o que nela há com uma
simples palavra, permitiu-se ser zombado, injuriado, açoitado e pregado àquela
cruz! Cristo “a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à
morte, e morte de cruz”. (Fp 2.8).
Enquanto
o homem fazia o pior, Deus respondia com amor, não apenas Se entregando a Seus
carrascos, mas carregando nossos pecados e recebendo o castigo que nós
justamente merecíamos.
A
cruz prova que existe perdão para o pior dos pecadores.
Existe,
ainda, um outro sério problema com o símbolo, e especialmente o crucifixo
católico que exibe um Cristo perpetuamente pendurado na cruz, assim como o faz
a missa. A ênfase está sobre o sofrimento físico de Cristo como se isso
tivesse pago os nossos pecados. Pelo contrário, isso foi o que o homem fez a
Ele e só podia nos condenar a todos. Nossa redenção aconteceu através do fato
de que Ele foi ferido por permissão de Deus o pai, e “sua alma, foi dada, como
oferta pelo pecado” de todos nós. (Is 53.10); Deus fez “cair sobre ele a iniquidade
de nós todos”, (Is 53.6); e “carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o
madeiro, os nossos pecados”, nos libertou do inferno e da morte. (1 Pe 2.24).
A
morte de Cristo é uma evidência irrefutável de que Deus precisa, em Sua
justiça, punir o pecado, que a penalidade precisa ser paga, caso contrário não
pode haver perdão. O fato de que o Filho de Deus teve que suportar a cruz,
mesmo depois de ter clamado a Seu Pai ao contemplar em agonia o carregar de
nossos pecados, “Se possível, passe de mim este cálice!” disse Jesus, (Mt 26.39),
é prova de que não havia outra forma de o ser humano ser redimido. Quando
Cristo, o perfeito homem, sem pecado e amado de Seu Pai, tomou nosso lugar, o
juízo de Deus caiu sobre Ele em toda sua fúria. Qual deve ser, então, o juízo
sobre os que rejeitam a Cristo e se recusam a receber o perdão oferecido por
Ele? Precisamos preveni-los? Não. Jesus fez uma obra completa para nos salvar.
Ao
mesmo tempo e no mesmo fôlego que fazemos soar o alarme quanto ao julgamento
que está por vir, precisamos também proclamar as boas notícias de que a
redenção já foi providenciada e que o perdão de Deus é oferecido ao mais vil
dos pecadores. Nada mais perverso poderia ser concebido do que crucificar o
próprio Deus, na pessoa de seu Filho Jesus. E ainda assim, foi estando na cruz
que Cristo, em seu infinito amor e misericórdia, orou: “Pai, perdoa-lhes,
porque não sabem o que fazem” (Lc
23.34). Assim sendo, o sacrifício de Jesus na cruz também prova que existe
perdão para o pior dos pecados, e para o pior dos pecadores.
Os
cuidados para não anular o sacrifício de Jesus na cruz do calvário.
A grande
maioria da humanidade, entretanto, tragicamente rejeita a Cristo. E é aqui que
enfrentamos outro perigo: é que em nosso sincero desejo de vermos almas salvas,
acabamos adaptando a mensagem da cruz para evitar ofender o mundo. Paulo nos
alertou para tomarmos cuidado no sentido de não pregar a cruz “com
sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo”. (1 Co 1.17).
Muitos
pensam: É claro que o evangelho pode ser apresentado de uma forma nova, ou
seja, mais atraente do que o fizeram os pregadores de antigamente. Quem sabe,
as técnicas modernas de embalagem e vendas poderiam ser usadas para vestir a
cruz numa música ou num ritmo, ou numa apresentação atraente assim como o mundo
comumente faz, de forma a dar ao evangelho uma nova relevância ou, pelo menos,
um sentido de familiaridade. Quem sabe poder-se-ia lançar mão da psicologia,
também, para que a abordagem fosse mais positiva. Não confrontemos pecadores
com seu pecado e com o lado sombrio da condenação do juízo vindouro, mas
expliquemos a eles que o comportamento deles não é, na verdade, culpa deles
tanto quanto é resultante dos abusos dos quais eles têm sido vitimados.
Não
somos todos nós vítimas? E Cristo não teria vindo para nos resgatar desse ato
de sermos vitimados e de nossa baixa perspectiva de nós mesmos e para restaurar
nossa auto-estima e autoconfiança? Mescle a cruz com psicologia e o mundo
abrirá um caminho para nossas igrejas, enchendo-as de membros. Assim é o neoliberalismo
teológico de nossos dias.
Ao
confrontar tal perversão, alguém escreveu: “Se enxergo corretamente, a cruz do evangelho
sociopata popular não é a mesma cruz que a do Novo Testamento do evangelho do
Senhor Jesus.
É,
sim, um ornamento novo e chamativo a ser pendurado no colo de um cristianismo
seguro de si mesmo e tão carnal, aparentando que a velha cruz matou todos os
homens de uma vez só; a nova cruz os entretêm. A velha cruz condenou; a nova
cruz diverte. A velha cruz destruiu a confiança na carne; a nova cruz promove a
confiança na carne. A carne, sorridente e confiante, prega e canta a respeito
da cruz; perante a cruz ela se curva e para a cruz ela aponta através de um
melodrama cuidadosamente encenado, mas sobre a cruz ela não haverá de morrer, e
teimosamente se recusa a carregar a reprovação da cruz.
A
cruz é o lugar onde nós morremos em Cristo ou é o lugar que entregamos nosso
pesado fardo de pecados aos pés de Jesus?
Eis
o “x” da questão. O evangelho foi concebido para fazer como aquilo que a cruz
fazia com aqueles que nela eram postos: matar completamente. Essa é a boa
notícia na qual Paulo exultava: “Estou crucificado com Cristo”. A cruz não
é uma saída de incêndio pela qual escapamos do inferno para o céu, mas é um
lugar onde nós morremos em Cristo. É só então que podemos experimentar “o
poder da sua ressurreição”, (Fp 3.10), pois apenas mortos podem ser
ressuscitados. Que alegria isso traz para aqueles que há tempo anelam escapar
do mal de seus próprios corações e vidas; e que fanatismo isso aparenta ser
para aqueles que desejam se apegar ao egocentrismo e que, portanto, pregam o
evangelho que os teólogos modernistas o chamam de “nova cruz”. Ou seja, a cruz moderna
ou “nova cruz” não é tão pesada como dantes e fazem do evangelho, da mensagem
da cruz um fanal de benesses para quem os carregue no corpo e fora dele.
Paulo
declarou que, em Cristo, o crente está crucificado para o mundo e o mundo para
ele (Gl 6.14). É linguagem bem forte, porém continua sendo a verdadeira
mensagem do evangelho que salva, que cura, que liberta.
Este
mundo odiou e crucificou o Senhor a quem nós amamos e, através desse ato,
crucificou a nós também. Nós assumimos uma posição com Cristo. Que o mundo faça
conosco o que fez com Ele, se assim quiser, mas fato é que jamais nos
associaremos ao mundo em suas concupiscências e ambições egoístas, em seus
padrões perversos, em sua determinação orgulhosa de construir uma utopia sem
Deus e em seu desprezo pela eternidade.
Crer
em Cristo pressupõe admitir que a morte que Ele suportou em nosso lugar era
exatamente o que merecíamos. Quando Cristo morreu, portanto, nós morremos
nEle: “, julgando nós isto: um morreu por todos, logo todos morreram. E Ele
morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para
aquele que por eles morreu e ressuscitou”. (2 Co 5.14-15).
“Mas
eu não estou morto”, é a reação veemente. “O eu ainda está bem vivo.” Paulo
também reconheceu isso: “, não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero,
esse faço”, (Rm 7.19). Então, o que significa o termo: “estou crucificado
com Cristo”? O que isto significa realmente na vida diária?
Significa
que estamos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus”, (Rm
6.11) e que ainda possuímos uma vontade, ainda temos escolhas a fazer, mas
decidimos fazer a vontade de Deus em Cristo Jesus.
O
poder sobre o pecado.
Então,
qual é o poder que o cristão convertido a Cristo tem sobre o pecado que os outros
que não confessaram que Jesus Cristo é o Senhor e Salvador de suas vidas, não possuem?
Primeiramente,
temos paz com Deus “pelo Seu sangue vertido na cruz”. (Cl 1.20). A
penalidade que era nossa foi paga por completo por Jesus; assim sendo, nós não
tentamos mais viver uma vida reta por causa do medo de, sermos condenados, mas
sim por amor Àquele que nos salvou. “Nós O amamos porque Ele nos amou
primeiro”. (1 Jo 4.19); e o amor leva quem ama a agradar o Amado, não importa o
preço. “Se alguém me ama, guardará a minha palavra”, (Jo 14.23), disse o nosso
Senhor. Quanto mais contemplamos a cruz e meditamos acerca do preço que nosso
Senhor pagou por nossa redenção, mais haveremos de amá-lO; e quanto mais O
amarmos, mais desejaremos agradá-lO.
Em
segundo lugar, ao invés de “dar duro” para vencer o pecado, aceitamos pela fé
que morremos em Cristo. Homens mortos não podem ser tentados. Nossa fé não está
colocada em nossa capacidade de agirmos como pessoas crucificadas mas sim no
fato de que Cristo foi crucificado de uma vez por todas, em pagamento completo
por nossos pecados.
Em
terceiro lugar, depois de declarar que estava “crucificado com Cristo”, Paulo
acrescentou: “logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e
esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou
e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2.20).
O
justo “viverá por fé” (Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38) em Cristo; mas o não-crente
só pode colocar sua fé em si mesmo ou em algum programa de auto-ajuda, ou ainda
num guru desses bem esquisitos que carregam todos os tipos de cruz para agradar
(enganar) a todos.
O
que acontece na celebração pagã: negação da suficiência da obra de Cristo na
cruz. A cruz e o paganismo
Tristemente,
a fé católica romana não está posta na redenção realizada por Cristo de uma vez
para sempre na cruz, mas na missa, que, alegadamente, é o mesmo sacrifício como
o que foi feito na cruz, e confere perdão e nova vida cada vez que é repetida.
Reivindica-se
que o sacerdote transforma a hóstia e o vinho no corpo literal e no sangue
literal de Cristo através da consubstanciação e da transubstanciação, fazendo
com que o sacrifício de Cristo esteja perpetuamente presente na eucaristia. Mas
não há como trazer um evento passado ao presente. Além do mais, se o evento
passado cumpriu seu propósito, não há motivo para querer perpetuá-lo no
presente, mesmo que pudesse ser feito. Se um benfeitor, por exemplo, paga ao
credor uma dívida que alguém tem, a dívida sumiu para sempre. Seria sem sentido
falar-se em reapresentá-la ou reordená-la ou perpetuar seu pagamento no
presente.
Poder-se-ia lembrar com
gratidão que o pagamento já foi feito, mas a reapresentação da dívida não teria
valor ou sentido uma vez que já não existe dívida a ser paga.
Quando
Cristo morreu, Ele exclamou em triunfo: “Está consumado”, (Jo 19.30),
usando uma expressão que, no grego, significa que a dívida havia sido quitada
totalmente. Entretanto, o novo Catecismo da Igreja Católica diz: “Como
sacrifício, a Eucaristia é oferecida como reparação pelos pecados dos vivos e
dos mortos, e para obter benefícios espirituais e temporais de Deus” (parágrafo
1414, p. 356).
Isso
equivale a continuar a pagar prestações de uma dívida que já foi plenamente
quitada. A missa é uma negação da suficiência do pagamento que Cristo fez pelo
pecado sobre a cruz. O católico vive na incerteza de quantas missas ainda serão
necessárias para fazê-lo chegar ao céu.
Segurança
para o presente e para toda a eternidade.
Muitos
protestantes vivem em incerteza semelhante, com medo de que tudo será perdido
se eles falharem em viver uma vida suficientemente boa, ou se perderem sua fé,
ou se voltarem as costas a Cristo. Existe uma finalidade abençoada no
sacrifício vicário de Jesus na cruz do calvário que nos livra dessa
insegurança. Cristo jamais precisará ser novamente crucificado; nem os que
“foram crucificados com Cristo” ser “descrucificados” e aí “recrucificados”,
para alcançarem a salvação em Cristo Jesus. Paulo declarou: “porque
morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus” (Cl 3.3).
Temos plena segurança em Cristo para o presente e para toda a eternidade,
graças a Deus.
Deus
abençoe você e sua família.
Pr.
Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.