segunda-feira, 3 de maio de 2021

O QUE SIGNIFICA O NÚMERO 666

O QUE SIGNIFICA O NÚMERO 666

 

O que significa 666, o número da besta?

 

Há acirrados debates acerca do significado do número 666, o número da besta. Esse número já foi atribuído a Nero, Napoleão Bonaparte, Hitler, o papa e outros personagens maldosos da história. Mas, qual é o seu verdadeiro significado? Muito embora não possamos fechar questão, a melhor explicação que já encontrei é que esse número deve ser interpretado à luz do contexto do livro de Apocalipse. A numerologia em Apocalipse não pode ser desconsiderada, se quisermos chegar ao pleno entendimento da profecia. Dentro da numerologia bíblica, 7 é o número da perfeição de Deus e de tudo o que Deus fez desde a criação,  e o 6, é o número que representa tudo o que é incompleto. 6 repetido três vezes (666), significa a plenitude da imperfeição, a essência da perversidade, a somatória do mal com toda a sua maldade, com toda a sua crueldade. O anticristo ou a besta que surge do mar será um homem completamente corrompido desde a sua concepção. Receberá todo poder e autoridade do Dragão, (que é Satanás) vai falar blasfêmias contra Deus, vai realizar coisas extraordinárias(?) como os milagres e prodígios da mentira, vai demonstrar um poder humanamente imbatível e perseguir implacavelmente os Cristãos no mundo inteiro. Será um ser tão perverso que Jesus o chamou de "o iníquo". Esse filho da perdição será quebrado sem ajuda de força humana. Jesus o matará com o sopro de sua boca em sua gloriosa vinda e depois o lançará no lago de fogo, onde será atormentado pelos séculos dos séculos.

 

2 Tessalonicenses 2.3-12.

3. Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição,


4. o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.


5. Não vos lembrais de que estas coisas vos dizia quando ainda estava convosco?


6. E, agora, vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado.


7. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que, agora, resiste até que do meio seja tirado;


8. e, então, será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda;


9. a esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira,


10. e com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem.


11. E, por isso, Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira,


12. para que sejam julgados todos os que não creram a verdade; antes, tiveram prazer na iniquidade.


Desvendando o mistério do número 666.

Desvendando o verdadeiro significado do 'número da besta' e outros mitos do Apocalipse, que é o livro bíblico que narra o fim dos tempos, tem influência em todos os assuntos da atualidade, mas poucos sabem que muitos mitos da historicidade do Apocalipse se originaram de disputas entre Judeus com romanos.

 

Na Antiguidade, era costume disfarçar nomes substituindo-o por números.

Dragões, cavalos com cabeça de leão e cordeiros com sete olhos. Essas são algumas das visões do Apocalipse, uma palavra que vem do grego antigo "revelação" e é descrita no último, mais estranho e mais controverso livro da Bíblia Cristã, o Apocalipse.

O "livro da revelação" que é o Apocalipse,   consiste em uma série de visões que seriam uma profecia do fim dos tempos. Foi usado ao longo da história para explicar desastres que vão da peste ao aquecimento global, passando pelo acidente nuclear de Chernobyl, dentre outros desastres da natureza.

Algumas figuras e palavras conhecidas, como por exemplo Armagedom, também vêm do Apocalipse, embora nem todos saibam disso. E o livro tem diversas influências em uma infinidade de outros livros, no cinema e na música até hoje.

Mas, quando João escreveu o livro, no século 1°, ele não estava apenas querendo explicar acontecimentos futuros.

Alguns acadêmicos acreditam que ele usava códigos e símbolos para alertar os Cristãos da época sobre a adoração ao imperador de Roma e lançar um ataque ao poderoso regime.

O "número da besta",  666 é, talvez, a referência mais famosa do Apocalipse. O trecho que o cita diz: "Quem tiver discernimento, calcule o número da besta, pois é número de homem, e seu número é 666".

Até hoje, 666 é usado para falar sobre a imagem do mal. Mas qual seria o significado por trás dele?

Em números, o nome do imperador Nero Cesar vira 666.

Era comum, na Antiguidade, usar números para disfarçar um nome.

 

Nos alfabetos grego e hebraico, todas as letras teem um número correspondente.

Então, se você somasse todas as letras do seu nome, você tinha um código numérico.

O professor Ian Boxall, da CUA (Catholic University of América), dá um exemplo com o nome Anna.

"A" vale 1 e "N" vale 50. Anna, então, seria 102. 1+50+50+1=102.

Se você escrever o nome do imperador “Nero Cesar” no alfabeto hebraico, a equação fica:

200+60+100+50+6+200+50=666.

Historiadores acreditam que a perseguição de Nero a cristãos em Roma fez com que ele fosse uma figura odiada pelos primeiros Cristãos.

 

Outros mitos que envolvem o número 666.

Diversos outros mitos conhecidos vêm do Apocalipse e têm relação com a situação de Roma na época.

Nem todo mundo sabe, por exemplo, que Armagedom vem da Batalha do Armagedom, descrita no mesmo livro. O nome Armagedom é baseado no nome do Megido, um monte que hoje fica em Israel. Local de grandes batalhas onde, segundo o livro de Apocalipse acontecerá a última, a maior e a mais sangrenta batalha de todos os tempos 

Segundo estudiosos, "ar" (ou "har") significa monte em hebraico, e "magedom" (ou "magedo") equivale a Megido. Na época de João, o Megido era um sangrento campo de batalha e abrigava uma das legiões mais cruéis de Roma.

A batalha do Armagedom é uma luta entre o bem o mal, entre Deus e Satanás durante os últimos dias do mundo.

Já os cavaleiros do Apocalipse capítulo 6 são quatro homens, em cavalos, nas cores branca, vermelha, preta e amarela. Eles soltariam no mundo a morte, guerra, fome e conquista, representando a violência resultante de escolher não seguir a palavra de Deus, mas Roma imperial com todas as características da Babilônia e de Sodoma e Gomorra.

 

A besta do Apocalipse e suas sete cabeças.

Outra imagem famosa do livro é a da besta do apocalipse e suas sete cabeças, essa é a besta que surgiu do mar que significa do meio das multidões, que emerge do oceano e exige ser adorada. O nome de uma blasfêmia está escrito em cada uma das suas cabeças.

 

A besta seria Roma e o se representante legal as época futura, que é conhecido e também considerado como o falso profeta, e suas cabeças representariam os sete imperadores que a Roma antiga havia tido naquele tempo. Os nomes de blasfêmias representam a tendência dos imperadores romanos de se chamarem e se autoproclamarem deuses.

 

Influências do Apocalipse. 

 

Desde muito tempo até hoje o Apocalipse tem influências na cultura, na história da humanidade e aparece em várias referências dos acontecimentos em nossa época. O mundo moderno tem sofrido com o aumento dos desastres causados pela ação da natureza.

Entre os filmes que fazem referência a ele estão O Sétimo Selo (1957), Fim dos Dias (1999), Filhos da Esperança (2006) e É o Fim (2013), todos usam a imagem do fim do mundo.

Na literatura, estão entre os exemplos best seller’s como a série Deixados para Trás (1995), O Nome da Rosa, de Umberto Eco (1980) e Revelação, de CJ Sansom.

Muitos músicos, compositores clássicos e até bandas de heavy metal foram influenciados por temas da revelação.

O Iron Maiden batizou seu disco de 1982 de The Number of the Beast (O número da besta), enquanto o álbum do Muse de 2006, Black Holes and Revelations, traz os Cavaleiros do Apocalipse na capa.

 

A pergunta que muitos que estudam o assunto fazem é:

Quem é o Anticristo? Que ligação tem o Anticristo com o número 666?

 

01) Apocalipse 13.1-10 diz que: Ele é o grande enganador que sairá persuadindo as nações com suas lisonjas e palavras ilusórias, mas que serão agradáveis aos ouvidos de todos os seus interlocutores; sua autoridade e seu poderio bélico militar, político e religioso será tanto que ninguém o poderá suportar e nem batalhar contra ele. A meu ver o Anticristo será uma pessoa muito ligada à nação de Israel e terá condições de fazer um pacto de paz, que será aparente, entre Israel e os Palestinos com a aquiescência de todas as outras nações e que fazem parte das nações unidas, principalmente.

 

Apocalipse 13.1-10

1 Então vi subir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças nomes de blasfêmia.

2 E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés como os de urso, e a sua boca como a de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder e o seu trono e grande autoridade.

3 Também vi uma de suas cabeças como se fora ferida de morte, mas a sua ferida mortal foi curada. Toda a terra se maravilhou, seguindo a besta,

4 e adoraram o dragão, porque deu à besta a sua autoridade; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? quem poderá batalhar contra ela?

5 Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias; e deu-se-lhe autoridade para atuar por quarenta e dois meses.

6 E abriu a boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome e do seu tabernáculo e dos que habitam no céu.

7 Também lhe foi permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe autoridade sobre toda tribo, e povo, e língua e nação.

8 E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.

9 Se alguém tem ouvidos, ouça.

10 Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto. Aqui está a perseverança e a fé dos santos.

 

02) Apocalipse 13.1 diz que: O Anticristo dominará todas as nações da face da terra; nenhum governo ou país escapará de suas intromissões e imposições. Ninguém lhe enfrentará; ele se considerará o mais forte, o maioral de toda a face da terra; proferirá palavras de blasfêmia contra Deus em todas as nações, por fim ele mesmo se declarará ser deus. Terá o amparo das multidões, das massas da população que estarão sob seu comando porque dependerão dele para se alimentar, para trabalhar, para gerar filhos, enfim o Anticristo dominará com autoridade todos os povos da terra. Todas as nações dependerão das decisões unilaterais dele. Não serão valorizados outros líderes mundiais que queiram ser iguais a ele. Ele os destruirá antes que se tornem uma ameaça.

 

Apocalipse 13.9. A frase “se alguém tem ouvidos, ouça”, parece indicar que tanto a declaração seguinte (v.10) quanto o contexto mais amplo têm significante aplicação atual, e não é apenas uma referência futura. Então, ilusão espiritual e blasfêmia, assim como perseguição e martírio, não deveriam surpreender os crentes em nenhum ponto da história.

 

Apocalipse 13.10.  Mesmo quando os cristãos enfrentam o cativeiro ou são mortos, eles podem ter paciência, sabendo que Deus os vingará (Rm 12.19) no dia da ira e do justo juízo vindouro. (Rm 2.5).

 

Apocalipse 13.11 dá a impressão que a palavra “Outra” significa outra da mesma espécie, falando da estreita relação entre essa besta da terra e a besta anterior, que emergiu do mar (v. 1), mesmo que a aparência exterior delas seja acentuadamente diferente. Essas ações da besta descritas nos versículos 12-17 certificam, na prática, que ela é o falso profeta mencionado em Apocalipse 16.13; 19.20; 20.10.

As duas bestas (a besta que surgiu da terra e a besta que surgiu do mar) podem simbolizar também a união do poder secular e político com a religião durante os últimos dias. Isso significa que a trindade satânica estará completa e atuante na terra. O sistema político de governo, o mandatário do governo e a religião oficial do governo. Esse é o único lugar no Apocalipse onde o cordeiro não se refere a Cristo. Aqui, o cordeiro com dois chifres é um símbolo da adoração judaica e da autoridade religiosa que será adorada pelos Judeus na primeira parte de três anos e meio da grande tribulação.

Falava como o dragão indica, provavelmente, que a segunda mensagem da besta vem de um dragão (Satanás), assim como a primeira recebeu seu poder e sua autoridade do dragão.  (Ap 13.2).

 

Apocalipse 13.12-15 diz que:  Grandes sinais, como fazer descer fogo do céu e dar espírito e fala à imagem da primeira besta, são convincentes e muito parecidos com aqueles realizados pelas duas testemunhas (Ap 11.5,6). A operação de grandes sinais por meio do poder de Satanás é parte da decepção em massa profetizada por Paulo em 2 Tessalonicenses 2.8,9.

 

Apocalipse 13.16,17 diz que: O sinal é o nome da besta, ou o número do seu nome.

Aparentemente, essa marca é algum tipo de prova identificável de propriedade e lealdade aplicada na mão direita ou na testa das pessoas. Como não há evidência de tal prática na sociedade do primeiro século, essa marca parece ser uma falsificação maligna do selo na fronte dos servos de Deus em Apocalipse 7.3; 14.1.

 

Apocalipse 13.18 revela que: Depois da descrição anterior da tirania da besta, é feito um comentário explicativo destinado a transmitir sabedoria e entendimento ao leitor. O número (o nome no versículo 17) da besta é 666 (seiscentos e sessenta e seis), descrito também como o número de homem. 

A besta é simplesmente um homem, não é um deus, como os sinais poderiam sugerir. O número 6, logo abaixo do 7 (o número da perfeição), é intensificado pelo 666, o número do homem que não é Deus. A identidade desse homem algum dia será conhecida em relação ao número 666. É vital para identificar o Anticristo.

Se você não sabe discernir o que é a igreja verdadeira e se você não tem certeza de sua salvação, veja abaixo como saber.

 

Qual é a verdadeira igreja ou a igreja verdadeira?

Muitas pessoas confundem a igreja verdadeira com uma denominação ou mesmo com um templo religioso. A igreja verdadeira não é um prédio nem uma denominação. A igreja verdadeira é o povo escolhido por Deus, chamado por Deus, remido por Deus pelo sacrifício vicário de Jesus, selado por Deus, procedente de todos os povos, raças, tribos, línguas e nações. A igreja verdadeira é composta de todos aqueles que foram lavados e remidos no sangue do Cordeiro, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

Essa igreja extrapola todas as fronteiras étnicas, culturais, ideológicas, independentemente de ter ou não ter riquezas e bens materiais, patrimônio financeiro invejável e denominações ricas ou pobres, sejam elas quais forem. Se você confessa Jesus Cristo como Senhor e Salvador de sua vida, então, você faz parte da igreja verdadeira.

Não espere a grande tribulação, não espere o Anticristo, não espere a besta, não espere o falso profeta, espere, sim, o arrebatamento da igreja, espere e faça tudo de sua parte para você ser arrebatado por Jesus Cristo, num abrir e fechar de olhos. Deus dará o galardão da vida eterna nas mansões celestiais àqueles que assim o fazem. Breve Jesus voltará.

 

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 

segunda-feira, 26 de abril de 2021

SÓ COLHEMOS AQUILO QUE PLANTAMOS

SÓ COLHEMOS AQUILO QUE PLANTAMOS

 

“Ninguém colhe sem plantar e só colhe aquilo que plantar”. By Waldirpsouza.

 

“De Deus não se zomba, tudo que o homem semear, isso também o ceifará”. Gl.6.7

 

Não há ceifa sem semeadura e nem toda a ceifa é tão simples assim, porque toda a semeadura, antes de ser feita, exige a remoção dos obstáculos. Há pedras e toda a sorte de entulhos que terão que sair do caminho. É preciso um trabalho de revolver a terra, até que ela esteja propícia para receber a semente em condições de germinar.

Estamos diante de uma gloriosa promessa, na qual Deus promete para a nação de Israel três coisas importantes e necessárias para a sobrevivência e subsistência: Deus promete trigo, mosto (vinho) e azeite.

 

O trigo fala de pão, de alimento, de fartura.

Deus disse que vai derramar na terra fome, não de pão, nem de água, mas fome da Palavra de Deus. E, infelizmente chegará o dia em que os homens procurarão este pão e não o acharão; hoje, porém, ainda vivemos no tempo da graça e o pão está aí. E a Palavra de Deus, na unção do Espírito, a Palavra viva, a Palavra revelada, aquela palavra que nós tomamos, cremos, exercemos a nossa fé, apropriamo-nos dela e vêmo-la manifestando-se diante dos nossos olhos. Pão é para comer. Fala de alimento, dos amidos, cereais, vitaminas, sais minerais, etc. Até porque na Bíblia o povo quando comia pão, era de grão integral com todo o complexo B, com celulose, com as vitaminas, sais minerais, para trazer saúde. Costumo dizer que o povo no deserto comeu pão integral, porque o salmista diz que veio cereal do Céu. Então o maná era cereal do Céu, integralíssimo. 

 

Hoje os cereais são refinados. Seus nutrientes são removidos, ficando apenas o amido, que resulta numa péssima alimentação, deixando o povo anêmico e com muita prisão de ventre, por falta de celulose, que facilita a eliminação dos dejetos. O mesmo ocorre em relação à Palavra. Há muita gente comendo a Palavra de Deus também refinada. Por isso andam todos anêmicos, sem forças e condições de eliminar o pecado. O que isto quer dizer? Significa tomar da Palavra de Deus só o que agrada ao paladar.

 

Jesus disse: "Eu sou o pão vivo que desceu do Céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que Eu darei pela vida do mundo é a Minha carne. Porque a Minha carne é verdadeiramente comida e o Meu sangue verdadeiramente bebida. Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue, permanece em Mim e Eu nele, e quem de Mim se alimenta, também viverá por Mim" 

(João 6:51,55-57).

 

O pão fala da Palavra, e a Palavra é Jesus. Ele declarou:

"Se o grão de trigo caindo na terra não morrer, fica ele só; mas se morrer dá muito fruto" (João 12:24).

Ele é o grão de trigo, o pão, a palavra, pelo que a promessa de Deus envolve uma experiência com Cristo, que resulte numa Igreja mais parecida com Ele e multidões rendidas aos Seus pés.

 

Mosto e vinho são originários do suco de uva.

O pão é para comer e o vinho para beber. Fala de alegria, de plenitude, de enchimento, porque o Reino de Deus é alegria no Espírito Santo. Deus quer trazer a verdadeira alegria, não do carnaval, do samba, dos prazeres da carne, porque isto não é alegria, é mero estímulo da carne, que logo se desfaz e deixa atrás de si o vazio e a depressão. Deus quer dar aquele vinho novo do Espírito, a embriaguez do Espírito. No dia de Pentecostes eles estavam tão cheios, que disseram: "Estão embriagados." Mas era o vinho novo, o Espírito de Deus que nos dá uma alegria imensa, nos enche o coração.

 

O azeite é originário da oliveira que produz azeitonas e óleos inclusive para alimentação como o óleo virgem e extra virgem e também o óleo de unção, muito utilizado antigamente pelos profetas e atualmente também, além de outras funções que é utilizado.

O azeite era para unção. Isaías declara em sua profecia: "Naquele dia a sua carga será tirada do teu ombro, e o seu jugo do teu pescoço; e o jugo será quebrado por causa da gordura" (unção) (Isaías 10:27). É a unção que quebra o jugo. Então Deus está prometendo para o Brasil, o azeite da unção do Espírito de Deus. Em outras palavras, Ele quer quebrar o jugo, despedaçar as cadeias, demolir todas as fortalezas que prendem o Seu povo e esta nação.

 

A Bíblia nos traz ensinamentos preciosos sobre a semeadura e a colheita daquilo que plantamos.

 

A lei da semeadura é uma verdade básica fundamentada na figura do agricultor que ensina que aquilo que plantamos também colhemos. Esse ensino é extremamente antigo, e pode ser encontrado em vários textos bíblicos.

Também é verdade que infelizmente muita gente tem utilizado da lógica da lei da semeadura para tentar enganar as pessoas.

Criou-se um verdadeiro “comércio da fé” que ensina um falso evangelho que objetiva, principalmente, retornos financeiros.

 

O que é a lei da semeadura na Bíblia.

Do Antigo ao Novo Testamento encontramos vários textos que transmitem a ideia presente na lei da semeadura. Por exemplo, o rei Salomão escreveu um provérbio que transmite a lógica da lei da semeadura. Ele diz: “O perverso recebe um salário ilusório, mas o que semeia justiça terá recompensa verdadeira”. (Provérbios 11:18). Em outra ocasião, o mesmo sábio também escreveu que “o que semear perversidade colherá males”. (Provérbios 22:8). A colheita é de igual modo para todos.

 

Eclesiastes 9.2 nos diz o seguinte:

Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento.

 

De acordo com esse princípio, é possível perceber que apenas irá colher aquele que também semeou. Isso é o que fica claro no livro de Eclesiastes. O pregador escreve que “quem observa o vento, não semeará; e o que atenta para as nuvens, não colherá”. (Eclesiastes 11:4).

No Salmo 126 também encontramos elementos da lei da semeadura. Nele o salmista mescla louvor pelo livramento de Deus, lamento pela situação de seu povo e uma enorme confiança na providência de Deus, expressando sua certeza de que Deus mudaria a sorte de seu povo e substituiria o sofrimento pela bênção. A frase mais significativa nesse sentido transmite a figura da semeadura. Nela o salmista enfatiza que “os que com lágrimas semeiam, com júbilo ceifarão”. (Salmos 126:5).

O profeta Oseias, confrontando a idolatria da nação de Israel e as alianças indevidas, destacou a relação entre o pecado e o castigo, no sentido de causa e efeito, ao dizer que porque semearam ventos também ceifariam tormentas. (Oseias 8:7).

 

A lei da semeadura e da colheita no Novo Testamento.

No Novo Testamento também existem muitas passagens que fazem referência à lei da semeadura e da colheita. Algumas vezes essa referência é feita de forma implícita. Certamente os dois textos mais lembrados do Novo Testamento nesse sentido foram escritos pelo apóstolo Paulo. O primeiro foi direcionado aos cristãos de Corinto, e o segundo aos cristãos da Galácia. (2 Coríntios 9:6; Gálatas 6:7,8).

Estes dois textos são essenciais para entendermos realmente o que é a lei da semeadura e da colheita segundo a Bíblia. Ao mesmo tempo, também é fácil perceber o que a lei da semeadura definitivamente não é. No texto aos coríntios, Paulo trata da necessidade das contribuições no auxílio aos crentes pobres de Jerusalém. Nele o apóstolo encoraja os cristãos de Corinto a serem generosos com os irmãos necessitados de Jerusalém. Nesse contexto ele escreve:

E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. (2 Coríntios 9:6).

Já no texto aos Gálatas, após o apóstolo fazer uma grande exposição sobre as obras da carne e sobre o fruto do Espírito (Gálatas 5), ele fala sobre o auxílio mútuo e a responsabilidade pessoal. (Gálatas 6). A partir do versículo 6, ele ensina que o homem ceifará aquilo que plantar, enfatizando a responsabilidade humana.

 

Com base nesses dois textos, podemos considerar alguns pontos básicos sobre a lei da semeadura e da colheita. Vejamos a seguir.

 

Analisemos sobre o significado correto da lei da semeadura.

A lei da semeadura e da colheita tem sido um dos principais argumentos de quem defende a teologia da prosperidade. Segundo tais pessoas, se alguém semear financeiramente, e é claro, em abundância, irá colher em abundância. Obviamente o que semear pouco, nesse mesmo sentido, também colherá pouco. Geralmente se utiliza o texto citado em 2 Coríntios para defender tal ensino.

No entanto, esse texto em nada tem a ver com esse falso ensino. O grande objetivo do apóstolo, como já foi dito, é estimular a generosidade esperada daqueles que são verdadeiramente seguidores de Cristo.

Apesar de nossas traduções trazerem a frase “o que semeia em abundância (ou fartura), em abundância também ceifará”; no original grego o que se lê literalmente é algo como: “o que semeia na base de bênção, na base de bênção há de colher”. A palavra grega eulogia, traduzida como “fartura” ou “abundância” em algumas versões, significa “louvor”, “enaltecimento”, “bênção” e “gratidão”.

 

Assim, o que o apóstolo está falando é simplesmente que aquele que contribui com as necessidades de seus irmãos louvando a Deus (ou com gratidão a Deus), terá, por sua vez, uma colheita pela qual agradecerá (ou louvará) a Deus. Perceba que nitidamente a ênfase não está na quantidade e, sim, na intenção.

É por isso que o versículo seguinte é muito claro em dizer que “cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2 Coríntios 9:7). Isto significa que aquele que contribui em abundância no versículo 6, é o mesmo que contribui com alegria no versículo 7. Essa relação expressa muito claramente que mais uma vez que o foco de forma alguma é a quantidade.

 

É claro que ter uma colheita pela qual alguém agradecerá a Deus pelo que colheu, não implicará necessariamente em receber dEle riquezas e poder. Os verdadeiros seguidores de Cristo sabem muito bem que as riquezas terrenas não devem ser a fonte de sua satisfação. A recomendação do Senhor é para que tesouros sejam ajuntados no céu. (Mateus 6:19,20).

 

A lei da semeadura não garante prosperidade terrena.

No versículo 5, antes do apóstolo introduzir a metáfora agrícola da lei da semeadura, ele deixa bem claro que quem está recebendo a “benção” no sentido financeiro nesse contexto, são os irmãos pobres de Jerusalém. Em momento algum os ofertantes aparecem como os beneficiários dessas bençãos, num tipo de barganha com Deus. O texto de Paulo não dá margem para o falso ensino da lei da semeadura da prosperidade.

Portanto, a lei da semeadura e da colheita que o apóstolo Paulo se refere, não tem qualquer relação com um tipo de investimento de negócios, no sentido de contribuir hoje para receber mais amanhã. Antes, o apóstolo aplica a lei da semeadura no campo espiritual. Assim, é nesse mesmo sentido que os cristãos devem esperar a colheita prometida.

É claro que Deus pode abençoar materialmente alguém de forma generosa. No entanto, isso não é uma regra e nem algo garantido. O que a Bíblia afirma e garante, é que a recompensa do cristão não está nesta vida, Lucas 6:20-25; 2 Coríntios 8:9; 11:27; Tiago 2:5, porém, enquanto estivermos vivendo aqui, Deus nos garante o necessário para nossa sobrevivência. (Mateus 6:25-33).

Também é neste mesmo sentido que encontramos o ensino de Jesus acerca da “ boa medida, recalcada, sacudida e transbordante“. (Lucas 6:38). Infelizmente muitos distorcem este ensino para ensinar a lei da semeadura atrelada ao ganho material.

Aqui também podemos nos lembrar do levita Asafe. Em certa altura de sua vida ele ficou incomodado com o sucesso e a prosperidade do ímpio, face às privações e injustiças sofridas pelo justo. Mas ele finalmente foi confortado quando entendeu que a prosperidade terrena desfrutada pelo ímpio é frágil e passageira, e o seu fim é terrível diante do juízo de Deus. (Salmo 73).

Além de tudo isso, voltando ao apóstolo Paulo, seria totalmente contraditório ele ensinar esse tipo de lei da semeadura conforme os falsos mestres a ensinam por aí. Ele próprio admitiu abertamente passar por muitas dificuldades e privações. (2 Coríntios 11:27; Filipenses 4:10ss).

Se a lei da semeadura realmente for referente a ofertar com abundância e receber cada vez mais, então Jesus não sabia disto quando elogiou a oferta de uma viúva pobre. (Marcos 12:42). Jesus foi claro ao dizer que não se pode servir a Deus e a Mamom, (riquezas). Mas a teologia da prosperidade é tão maligna em certos aspectos que fazem com que alguém tente servir a Deus apenas para alcançar Mamom, (riquezas).

 

A lei da semeadura é um alerta para todos.

Partindo agora para o texto da Epístola aos Gálatas, podemos perceber o quanto a lei da semeadura aponta para a responsabilidade humana. O apóstolo Paulo faz uma importante exortação de que a responsabilidade pessoal é intransferível (Gálatas 6:5). Isso está de acordo com o ensino bíblico de que cada pessoa será julgada à luz de suas próprias ações. (Jeremias 17:10; 32:19; Ezequiel 18:20; Mateus 16:27; Romanos 2:6; Apocalipse 2:23; 20:13).

Diante dessa verdade, o apóstolo aplica a lei da semeadura e da colheita para ensinar que Deus não se deixa escarnecer. Por isto ele escreve: “pois o que um homem semeia, isso também colherá”. (Gálatas 6:7).

Obviamente essa regra é válida para todos, não apenas para os cristãos. Em outras palavras, o apóstolo está dizendo que ninguém que faz pouco caso do Evangelho ou zomba do Deus revelado nas Escrituras, ficará impune.

Ele completa seu raciocínio no versículo 8 ao dizer: “Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna”. (Gálatas 6:8).

O primeiro grupo, formado pelos que semeiam na carne, são aqueles que deixam a velha natureza decaída e corrompida pelo pecado seguir livremente o seu curso. Já o segundo grupo, os que semeiam no Espírito, são os que vivem pelo Espírito Santo, ou seja, sua liberdade está no “ser guiado pelo Espírito”. (Gálatas 5:18). A diferença entre esses dois grupos é imensa. O primeiro encontrará a destruição e o tormento eterno. Já o segundo colherá vida eterna da parte do Espírito.

 

A perseverança na semeadura, não importando o quanto ela vai produzir.

Nos versículos seguintes, o apóstolo exorta a respeito da perseverança na semeadura. Ele diz que não podemos nos cansar de fazer o bem, “porque no devido tempo colheremos, se não desistirmos”.

Devemos entender este “fazer o bem” como uma expressão bem ampla que expressa o tipo de conduta característica dos verdadeiros seguidores de Cristo. Esses seguidores são seus imitadores, refletem seu caráter e possuem as virtudes do fruto do Espírito.

Obviamente isso inclui a provisão aos necessitados em todas as áreas. Tanto na área material, como no caso de 2 Coríntios, com comida, contribuições, abrigo, etc. quanto na área espiritual, provendo ânimo, aconselhamento, instrução etc.

Por isto o apóstolo conforta seus leitores ao dizer que com perseverança, no tempo certo a colheita virá. Esse tempo não é determinado pelo homem, mas é segundo os planos eternos de Deus. Além do mais, a colheita é simplesmente uma recompensa da graça e não dos méritos. Aqui devemos se lembrar de que de nós mesmos não podemos fazer nada de bom. É pela ação do Espírito Santo em nós que somos capacitados a viver uma vida que agrada a Deus.

Sinceramente eu gostaria muito que a lei da semeadura fosse pregada todos os dias. Mas que não fosse essa versão contaminada e distorcida que os falsos profetas pregam. A lei da semeadura que deve ser pregada, é aquela puramente bíblica. A versão correta da lei da semeadura expõe a verdade de que aquilo que o homem plantar, isso também ele colherá. Com Deus não se barganha, e ninguém poderá escapar do seu juízo iminente.

Diz um ditado popular: Quem planta vento, colhe tempestade.

Então vamos plantar somente coisas boas e colheremos boas coisas.  

 

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

 

segunda-feira, 19 de abril de 2021

O CÁLICE DA IRA E DA INDIGNAÇÃO DO SENHOR

O CÁLICE DA IRA E DA INDIGNAÇÃO DO SENHOR

 

Este texto de Isaías mostra bem o que é a realidade de nossos dias. Quase ninguém mais se importa com a verdade, quase ninguém se importa com a verdadeira justiça, quase ninguém se importa com a dor e o sofrimento dos outros, inclusive seus próprios familiares. Isto porque só é dado valor dependendo de quem está falando, não importando se está falando a verdade, se está falando uma aparente verdade, se está falando uma mentira ou se está enganando os seus ouvintes. Pasmem vocês que estas coisas estão acontecendo nos púlpitos das igrejas evangélicas por líderes religiosos famintos em tragar as posses financeiras e patrimoniais dos seus ouvintes.


O profeta Isaías (59.12-14 ARC) confessa a gravidade da situação degradante da humanidade já no seu tempo.

 

12. Porque as nossas transgressões se multiplicaram perante ti, e os nossos pecados testificam contra nós; porque as nossas transgressões estão conosco, e conhecemos as nossas iniquidades;

 

13. como o prevaricar, e o mentir contra o Senhor, e o retirarmo-nos do nosso Deus, e o falar de opressão e rebelião, e o conceber e expectorar do coração palavras de falsidade.

14. Pelo que o juízo se tornou atrás, e a justiça se pôs longe, porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a equidade não pode entrar.

 

O cálice da ira e da indignação do Senhor estão pestes a serem derramados.

 

O que é o cálice da ira do Senhor? (Salmo 75:9-10). Vamos seguir a lógica da sequência dos fatos sobre a pessoa de Jesus Cristo que veio ao mundo como Sacerdote Eterno, na sua ressurreição tornou-se Rei sobre todas as gentes  e no futuro será o Juiz de todos os povos, línguas e nações, dando a cada um o merecido gozo eterno, para aqueles que O adoraram e O aceitaram em vida como seu suficiente Senhor e Salvador, e para aqueles que o rejeitaram, irão para a condenação eterna que é a segunda morte de Apocalipse 21.8.

 

"Porque na mão do Senhor há um cálice, cujo vinho espuma, cheio de mistura, do qual ele dá a beber; certamente todos os ímpios da terra sorverão e beberão as suas escórias”. (Salmos 75: 8).

 

É deste cálice que hoje queremos falar com você. Ele dá uma visão alarmante e despertadora do nosso Deus e Salvador, para avisar às nações o que poderá acontecer com aqueles que rejeitaram e rejeitam a Jesus Cristo, O nosso Eterno Salvador. Não é "Deus em Cristo reconciliando o mundo consigo mesmo", mas Deus, o Juiz, Cristo, o Juiz, que estarão atuando no final dos tempos. Não é o Rei com o cetro de ouro, convidando todos a se aproximarem; é o Rei ressuscitado na ira, na noite do dia da graça, para "julgar todos os ímpios da terra". 

 

Existe um inferno, um inferno infinito para os que lá serão lançados para sofrer eternamente, é a chamada condenação eterna que está esperando o ímpio. O Juiz Jesus nos adverte disto; a fim de que nenhum de nós possa ser lançado naquele tremendo local de angústia e aflição eterna.

Alguém pode pensar e até dizer em seu coração que Deus é tão amoroso e não faria isso. Não digais em vossos corações: "Deus é muito amoroso e misericordioso para condenar uma alma a tal aflição"; não pense que alguém que se distanciou de Deus ou nunca quis aceitar a Jesus Cristo como Senhor e salvador, vai ficar impune, Deus tem dado neste tempo da graça, todas as oportunidades possíveis para que o povo seja salvo.

Se continuar no pecado, saberá tarde demais que o juiz condena; não porque Ele não seja infinitamente amoroso, mas porque o seu pecado o obriga a fazê-lo. Ouça o que está escrito: que todo incrédulo beberá deste vinho da indignação e da ira de Deus.

 

I. O que é a taça da ira de Deus.

 

A idéia geral do versículo é que há uma ira terrível contra o pecado para ser manifestada por Deus, muito além da concepção da palavra. Deus derramará o furor da Sua ira contra o pecado e contra aqueles que deliberadamente o praticam.  Como está escrito em Ezequiel 18.4: "A alma que pecar, essa morrerá". E, no Salmo 7:11-13, "Deus é um juiz justo, um Deus que sente indignação todos os dias. Se o homem não se arrepender, Deus afiará a sua espada; armado e retesado está o seu arco; já preparou armas mortíferas, fazendo suas setas inflamadas”.

 

No Salmo 11:6-7 diz "Sobre os ímpios fará chover brasas de fogo e enxofre; um vento abrasador será a porção do seu copo. Porque o Senhor é justo; ele ama a justiça; os retos, pois, verão o seu rosto”.

 

 No Salmo 21:9 diz: "os fareis como forno de fogo no tempo da vossa ira".

 

Em Jó 36:18, "Cuida, pois, para que a ira não te induza a escarnecer, nem te desvie a grandeza do resgate. Prevalecerá o teu clamor, ou todas as forças da tua fortaleza, para que não estejas em aperto”?

 

Em Romanos 2:5,6 lemos, "Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo as suas obras”.

 Em Apocalipse 14:9-10, também a Palavra continua dizendo: "Seguiu-os ainda um terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na fronte, ou na mão, também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se acha preparado sem mistura, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro”. Podem as palavras ser mais enfáticas para expressar a indignação de Deus em relação ao pecado do homem?

 

Do cálice é dito ser uma porção medida. Salmo 11:6 e Salmo 16:5, "O Senhor é a porção do meu cálice". É frequentemente usado para expressar um valor total; como quando o cumprimento da maldição é chamado de "cálice de tremor" em Isaías 51:22 e em Ezequiel 23:31-33, a ira sobre Samaria é "o cálice de Samaria".

 

A ira de Deus será dada em uma porção medida, deliberada e justamente considerada. Não haverá nada de capricho, nada de arbitrário, no julgamento de Deus sobre o pecado; todos devem ser razoavelmente ajustados. Aqui estão os pecados, há o cálice de um tamanho proporcional ao pecado, e cheio. As perfeições de Deus dirigem e ditam o preenchimento dele. É "um cálice de vinho tinto". Ele também o chama de "O vinho da minha fúria"; e Apocalipse 16:19, é "Vinho do furor da sua ira". No Oriente, o vinho tinto era geralmente o mais forte; mas além disso, a natureza ardente do conteúdo é indicada pela cor.

 

Este "vinho tinto" é pressionado para fora das uvas pelos atributos divinos. Deve ser a essência concentrada da ira; nenhuma porção fraca, mas uma como aquela citada em Jeremias 25:16, onde eles "Beberão, e cambalearão, e enlouquecerão, por causa da espada, que eu enviarei entre eles"; ou em Ezequiel 23:32-34, "Assim diz o Senhor Deus: Beberás o cálice de tua irmã, o qual é fundo e largo; servirás de riso e escárnio; o cálice leva muito. De embriaguez e de dor te encherás, do cálice de espanto e de assolação, do cálice de tua irmã Samaria. Bebê-lo-ás pois, e esgotá-lo-ás, e roerás os seus cacos, e te rasgarás teus próprios peitos; pois eu o falei, diz o Senhor Deus”.

 

Vocês estão entendendo que Deus avisa para os povos e nações que virá um cálice da indignação e da ira de Deus sobre aqueles que não dão valor aos avisos dEle e não se arrependem dos seus pecados?

 

Aquele cálice da indignação e da ira de Deus é misturado: "misturado com especiarias para se tornar o mais forte possível”. Isto significa que a qualidade natural do vinho foi reforçada; sua força tem sido intensificada por vários ingredientes lançados nele. Tal é o sentido do "vinho misturado" em Isaías 5:22, e em Provérbios 9:5 que diz: "Vem ... beber do vinho que eu tenho misturado". Devemos distinguir isso da expressão "sem mistura", em Apocalipse 14:10, onde o escritor quer dizer que não há infusão de água para enfraquecer a força do vinho.

 

No Salmo 95, há tudo o que pode aumentar a amargura da taça; e vamos perguntar, o que podem ser esses vários ingredientes? De todos os lados da natureza do pecador perdido, surgirão formas de miséria. O corpo, assim como a alma, devem estar imersos em angústia sem fim, em meio à miséria incessante do eterno exílio e da prisão solitária. Além disso, cada atributo da Divindade lança alguma coisa no cálice.

 

A justiça está lá, de modo que o homem rico no inferno (Lucas 16) não ousa insinuar que seu tormento é muito grande. Misericórdia e amor aguardam e lançam sobre ele seus ingredientes, testemunhando que o pecador foi tratado com longanimidade e salvação colocadas ao seu alcance em vida. Há o agravamento que este pensamento vai emprestar à miséria. A onipotência contribui para ela; o homem perdido e sem Deus é totalmente impotente, tão fraco como um verme! A eternidade é um ingrediente, dizendo que esta ira persiste enquanto Deus vive. E a verdade está lá, declarando que tudo isso é o que Deus falou, e assim não pode ser alterado sem derrubar Seu trono.

 

Embora a vergonha, o desprezo e a consciência de ser repudiado por todo ser santo, ferirem ferozmente a alma, há ingredientes lançados pelo próprio pecador em sua tentativa de defesa própria, que nunca funcionaram. Sua consciência afirma e atesta que este mal é todo merecido, e o ser humano passa a detestar a si mesmo. A memória recorda oportunidades passadas e tempos de esperança desprezados. O pecado continua aumentando, e as paixões se enfurecem; os anseios roem a alma insatisfeita com fome eterna de libertação.

Pode ser que cada pecado em particular contribua para a mistura dessa ira de Deus gerando uma aflição para as concupiscências gratificadas; uma aflição por cada ato de embriaguez, toda falsidade e desonestidade, uma aflição por cada convite rejeitado, e todas as ameaças desconsideradas. Quem pode dizer o que mais pode ser significado pelas palavras: misturado com especiarias?

 

Tem "borra" nele. As escórias estão no fundo, fora da vista, mas são as mais amargas. Será que estas significam desgraças ocultas ainda não concebidas por qualquer um? Tal como pode ser sugerido nas palavras: "Melhor nunca ter nascido!" Tal como as aflições de Cristo parecem falar? Estas serão o contrário das alegrias do homem salvo, "que nunca entraram no coração" para serem imaginadas.

 

Os apóstatas parecem às vezes ter começado a provar essas borras (castigos). Os apóstatas já provaram, mostraram um pouco do que podem ser essas borras que literalmente são aflições e castigos aqui mesmo na terra. É uma pequena mostra da realidade nos tempos vindouros. Pois será a ira daquele cujo fôlego faz as montanhas fumegarem e as rochas da terra afundarem. A segurança planejada pelo homem, ruíra sem detença como os fortes muros de Jericó caíram por terra. Toda a terra experimentará a loucura assombrosa do desespero infinito.

 

Deus "derrama do mesmo". "Os ímpios beberão isto até a sua própria escória”. Eles não devem ser apenas mostrados; este não é um cálice cujo conteúdo só deve ser exibido e, em seguida, retirado. Não, o ímpio deve "beber" e não pode recusar. Quando um sábio ateniense foi julgado para beber o cálice de veneno, ele foi capaz de protestar em favor da sua inocência, e assim diminuir a amargura do projeto, embora ele tomou como adjudicado pelas leis de seu país. Aqui, no entanto, não haverá nada como protesto para não se beber, nada provocará o tal alívio do terrível cálice que o pecador deve beber! "Deus derrama", e a alma culpada "beberá até sua própria escória”, infelizmente.

 

Jó 27:22, diz: "Eles fugirão com alegria da sua mão", mas não podem, porque está escrito: "Deus se lançará sobre eles, e não poupará". Em Jeremias 25:15-16, temos o Senhor com o mandamento peremptório: "Pois assim me disse o Senhor, o Deus de Israel: Toma da minha mão este cálice do vinho de furor, e faze que dele bebam todas as nações, às quais eu te enviar. Beberão, e cambalearão, e enlouquecerão, por causa da espada, que eu enviarei entre eles”. E, mais adiante, Ele insiste, no versículo 28, "Se recusarem tomar o copo da tua mão para beber, então lhes dirás: Assim diz o Senhor dos exércitos: Certamente bebereis, “Eles beberão da ira do Todo-Poderoso". (Jó 21:20).

 

E o que significam as palavras já citadas em Apocalipse 14:10? "Também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se acha preparado sem mistura, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro”?

 

Não será, por parte de Deus que acontecerá um mero e silencioso sentimento de indignação pelo pecado; deve haver aflição de maldição. Não há nenhum trovão enquanto a eletricidade dorme na nuvem. Os sete selos não mostraram liberação para a terra, enquanto intactos; as sete trombetas não convocaram vingadores, até que soaram; as sete taças não trouxeram juízo algum, mas somente nas mãos dos anjos. Assim, a pena deve ser exigida, e exigirá a eternidade para exprimir tudo o que ela significa para o pecador inconverso e ímpios que rejeitou a salvação na pessoa de Jesus Cristo o Unigênito filho de Deus.

Tentamos aqui dizer alguma coisa dessa condenação; mas quais são as palavras do homem sem temor de Deus? Você viu um vaso poroso, no qual estava o licor fino aromático. Do lado de fora, você sentiu a umidade e teve uma ideia do que estava dentro. Assim são nossas palavras hoje. E lembre-se que cada novo pecado seu vai jogar mais ingredientes na mistura. É o próprio Deus misericordioso que fala em Ezequiel 22:14: "Poderão as vossas mãos se fortalecerem nos dias em que eu me ocupar de vós? Eu, o Senhor, falei e farei". É terrível ler e ouvir esta proclamação da ira; mas tudo é dado para nos “obrigar” a fugir dela, já que temos o poder de escolher, pelo livre arbítrio, se vamos obedecer a Deus ou não.  

 

II. A história daquele que bebeu este cálice até a escória.

Nós não o deixaríamos meramente contemplando os terrores daquela ira. Continuamos, em conexão com isso, para falar de alguém cuja história tem uma influência estranha no nosso caso.

 

Houve somente um que "bebeu este cálice até sua própria escória”.

Caim tem bebido por mais de 5.000 anos e encontra seu castigo maior do que ele pode suportar, mas não chegou à escória.

 

Judas Iscariotes  está bebendo por cerca de 2.000 anos, muitas vezes gritando com um gemido que sacode o Inferno, "Oh, que eu nunca tivesse nascido! Oh, que eu nunca tivesse visto ou ouvido falar do Senhor Jesus Cristo!" Mas ele não alcançou ainda a escória.

 

Os anjos caídos não chegaram perto da escória, pois não chegaram ao julgamento do Grande Dia.

 

O Único que provou, tomou, bebeu e espremeu o mais amargo da escória amarga,  foi o próprio Juiz, que ali era o servo, o Senhor Jesus.

 

Você sabe quantas vezes, quando na terra, Ele falou sobre isso? "Você é capaz de beber o cálice de que eu vou beber”? (Mateus 20:22). "O cálice que meu Pai me deu, não o beberei”? (João 18:11). O universo o viu com ele em seus lábios. Era a nossa taça de tremor; o cálice em que a ira devida à "multidão que nenhum homem pode numerar" foi misturada. Que ira, que aflição. Algumas gotas o fizeram clamar: "Agora está minha alma profundamente perturbada". No jardim, a visão dEle retorcia as entranhas e fez soar as misteriosas palavras: "Minha alma está muito triste, até a morte". Embora Deus-Homem, Ele cambaleou pelo que viu, e continuou tremendo.

 

No dia seguinte, no Calvário, Ele bebia tudo em nosso lugar. Suponho que as três horas de escuridão podem ter sido o tempo em que Ele "estava bebendo as escórias"; pois então se levantou de Seu coração quebrado o gemido que assim apelou para o coração do Pai: "Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste"? Quando Ele terminou a última gota, e gritou: "Está consumado".

Podemos acreditar que os anjos sentiram um alívio inconcebível e até mesmo o próprio Pai que virou-lhe as costas para não ver tamanho sofrimento para salvar os que se haviam perdido. Tão tremenda foi a ira e a maldição, a ira e a maldição devidas pelos nossos pecados.

 

Em tudo isso, não havia nada demais. O amor protestaria contra uma gota demais; e nunca aches que Deus excede. Ele não se apressou em ficar com a mão de Abraão, quando já havia sido feito o suficiente em Moriá? E naquele mesmo lugar novamente, o dia de Davi, quando a Justiça havia declarado suficientemente a nitidez de sua espada de dois gumes, não se apressou novamente a livrar, gritando: "Basta!" Quanto mais então, quando era Seu amado Filho!

 

Ele buscou dEle, tudo o que era necessário para a justiça. E assim encontramos nesta transação, o que pode muito bem ser uma boa notícia para nós. Pois Jesus bebeu aquele cálice como substituto da "grande multidão", o Seu povo inumerável, dado a Ele pelo Pai e assim os libertou de nunca provarem nem mesmo uma gota daquela feroz ira, aquele "cálice de vinho tinto, misturado com especiarias", com suas escórias, seus terrores desconhecidos.

 

Agora, este único, que Ele sozinho tanto bebeu, até o fim, apresenta aos pecadores de nosso mundo, a taça vazia. Sua própria taça esvaziada! Ele a envia pelo mundo, chamando a humanidade, os pecadores a tomá-la e oferecê-la ao Pai como satisfação pelos seus pecados. Vem, companheiro, pega-o e guarda-o diante de Deus! Exclame, e você é absolvido!

 

Sim, se você está ansioso para ser salvo e abençoado, tome este cálice esvaziado. Por mais frio que esteja o seu coração, por mais aborrecido que seja o seu sentimento, por mais leve que seja a sua tristeza pelo pecado, tome este cálice esvaziado. Seu apelo a este cálice esvaziado detém o julgamento imediatamente.

 

 Não pense que você precisa suportar alguma angústia de alma, alguma grande tristeza, tomar alguns goles do vinho tinto, muito menos provar sua escória, antes que você possa ser aceito. Que presunção irrefletida, imitando Cristo em Sua obra expiatória! Se Uzias, o rei, apresentando incenso quando deveria ter deixado que o sacerdote o fizesse por ele, foi ferido por sua presunção - tome cuidado para não ser empurrado para fora, se você presume trazer o incenso imaginário da sua tristeza e lágrimas amargas. É a taça vazia que nos é oferecida, não o cálice molhado com nossas lágrimas, ou sua pureza obscurecida pelo sopro de nossas orações. Nossos sentimentos, nossas graças, nada podem fazer nada senão lançar um véu sobre os méritos perfeitos de Cristo!

 

Filhos de Deus que usaram este cálice, continuem suplicando-o sempre. Faça-o sempre o fundamento de sua garantia de aceitação. Examine-a com frequência e veja bem como Deus foi glorificado aqui, e quão abundantemente ilustra e honra as reivindicações da justiça de Deus. O pagamento integral de todas as reivindicações avançadas pela Justiça está aqui! O que então permanece, senão que você agradeça e tome esta salvação, muitas vezes cantando:

 

“Uma vez foi meu, aquele cálice de ira, e Jesus bebeu tudo”.

 

O que deve impedir sua alegria triunfante? Esteja cheio de gratidão; e deixe esta gratidão aparecer em seu testemunho para outros saberem que o que Ele fez por você, pode fazer para eles.

 

Porque de novo lhes dizemos, pecadores, se não o aceitarem, em breve não terão oportunidade de escolha. Que eu nunca veja uma das minhas pessoas amadas bebendo esse cálice terrível! Que eu nunca  possa vê-lo posto em suas mãos! O gemido de uma alma, morrendo em pecado, às vezes é ouvido deste lado do céu, e é a mais triste e mais assustadora de todas as cenas solenes e terríveis. Mas o que é isso, em comparação com o consumo real da taça, e sorvendo a suas  escórias!

 

Nunca satanás pode ter o poder de acusá-lo por ter tido uma vez a oferta de salvação, uma oferta nunca feita a ele! Parece-me que todos os domingos, especialmente, o Senhor, leva os ouvintes do evangelho para um canto recôndito e tranquilo, e coloca diante deles a "taça de vinho tinto, misturada com especiarias", e depois a taça vazia de Jesus. Mais sinceramente, com mais compaixão, pressiona-os a decidirem e serem abençoados. Homens e irmãos, nunca descansem até que o Espírito Santo tenha exposto aos seus olhos a Cristo glorificado que bebeu o cálice, para que você veja nele a sua salvação e a glória de Deus garantida além da controvérsia, além do poder de satanás para questionar ou atacar.

 

Encerro esta postagem com a mesma referência bíblica do profeta Isaías no início, agora com a Nova Tradução na Linguagem de Hoje.

 

A justiça é posta de lado, e o direito é afastado. A verdade anda tropeçando no tribunal, e a honestidade não consegue chegar até lá.  A verdade desapareceu, e os que procuram ser honestos são perseguidos. O Senhor se desgostou ao ver que não havia justiça.  Ele ficou espantado quando viu que não havia ninguém que socorresse o seu povo. Então com a sua própria força ele venceu e, por ser o Deus justo, conseguiu a vitória. Isaías 59:14-16 NTLH.

 

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.