segunda-feira, 8 de julho de 2024

A CRIAÇÃO DE TODAS AS COISAS

A CRIAÇÃO DE TODAS AS COISAS.

 

Os primeiros capítulos do livro de Gênesis descrevem toda a criação realizada por Deus. O livro de Gênesis é o livro dos começos.

Gênesis 2:7 E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente. 18 E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele. 21 Então o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar; 22 E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão. 23 E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada. 24 Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. 25 E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam.

Os registros da criação estão no livro de Gênesis mas têm referências sobre o assunto em toda a Bíblia.

Apocalipse 10:6 – O Deus que vive para sempre criou os céus, a terra, o mar e as coisas que neles há.

Como a vida poderia vir de uma fonte não-viva? O sol, o oceano, as montanhas, dentre outras, claro que não existia vida nenhuma.

Mas Deus deu vida a tudo e a todos. Não podem as estátuas feitas de metal, pedra ou madeira, ter vida própria? Não. Elas não estão vivas, elas não têm vida própria, Salmo 115. Se somos a descendência de Deus, que nos deu a vida, então ele tem que ter vida. É por isso que tantas passagens se referem a Deus como “o Deus vivo”, “o criador de tudo e de todos“.

O apóstolo Paulo nos ensina que Deus realizou a criação de tudo e de todos.

Colossenses 1.15-23.

15. o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;

16. porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele.

17. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.

18. E ele é a cabeça do corpo da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência,

19. porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse

20. e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus.

21. A vós também, que noutro tempo éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora, contudo, vos reconciliou

22. no corpo da sua carne, pela morte, para, perante ele, vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis,

23. se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro.

A criação prova que Deus está vivo e vive e reina para sempre. Jó 33:4; Mateus 16:16; 1 Tessalonicenses 1:9; 2 Coríntios 6:16. Da mesma forma Deus é a fonte da vida eterna e espiritual.

Ao dar a vida aos homens na criação, Deus avisou que o pecado levaria à morte, tanto física como espiritual. Quando Adão e Eva pecaram causaram a morte física na humanidade e a morte espiritual foi a consequência do pecado cometido em desobediência a Deus.

Também foram separados espiritualmente de Deus (morte espiritual) e a mesma coisa acontece a todas as pessoas quando pecam. (Gênesis 2:16,17; 3:1-19; Romanos 5:14-21; Efésios 2:1-19).

Então Deus deu a vida ao homem, mas o homem provocou a sua própria morte. Agora só Deus pode dar vida ao homem novamente.

Jesus é o caminho para a vida espiritual, a nossa comunhão com Deus.

Em João 8.32, o próprio Senhor Jesus diz: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.

Em João 14.6, Jesus nos ensina o caminho de retorno da nossa comunhão com Deus. “Eu sou o Caminho e a Verdade e a Vida, e ninguém vem ao Pai a não ser por mim”.

João 1:1-4 O Verbo (Jesus) estava no princípio com Deus e todas as coisas foram feitas através dele. A vida estava nele. Ele possuía a vida e é a fonte da vida, não apenas da vida física mas também da vida espiritual.

João 14:6 “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” Após ser apartado de Deus pelo pecado, ninguém pode voltar a comunhão com Deus a não ser através de Jesus que dá a vida.

Romanos 6:4 Após o batismo nós andamos na novidade de vida. Isso se chama nascer de novo. Nos torna um filho espiritual de Deus. Quem poderia dar esta vida nova a não ser aquele que dá a vida? (Veja 2 Coríntios 5:17; João 1:12-13; 3:1-7; 1 Pedro 1:22-25; Gálatas 3:26-27).

Só Jesus Cristo é quem pode dar a vida eterna.

Romanos 6:23 “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”.

Aqueles que são fiéis ao Senhor viverão com Deus para sempre na vida eterna. Deus é quem dá a vida.

João 6:63;68 As palavras de Jesus são espírito e vida. Elas dão a vida eterna. Já que Jesus é quem dá a vida eterna, a única maneira de saber como receber a vida eterna é através dos seus ensinamentos.

Mateus 25:46 No julgamento os perversos receberão o castigo eterno mas os justos receberão a vida eterna.

Se Deus não nos criou, por que devemos vê-lo como a fonte da vida? Por que devemos confiar nele como aquele para nos dar vida após a morte ou a vida eterna? Em vez disso devíamos achar aquele que nos deu a vida antes de tudo e confiar nele como a fonte da vida futura!

Toda crença que debilita ou deprecia a doutrina bíblica da criação da mesma forma debilita a nossa fé em Deus como quem dá a vida. Isso debilita nossa confiança de que ele é a fonte da vida espiritual, da ressurreição e da vida eterna. Como isso pode não ser essencial aos cristãos? Efésios 4:24; Colossenses 3:10; 1 Timóteo 4:10; João 11:25; 1 João 5:11-12,20; João 3:16.

A criação prova a existência eterna de Deus.

Deus existia na eternidade, antes da criação.

João 1:1-3 – O Verbo (Jesus - vs. 14) estava com Deus no princípio e era Deus. Todas as coisas foram feitas através dele.

Colossenses 1:16,17 – Todas as coisas foram feitas por ele (Jesus) e ele é antes de todas as coisas. Obviamente se Deus fez todas as coisas, ele tinha que existir antes de todas as coisas que fez.

Isaías 40:28 – O Deus eterno é o Criador dos fins e dos confins da terra. (Veja também Salmo 90:2 abaixo).

O fato que Deus criou todas as coisas implicaria que Ele mesmo é o eterno. Caso contrário, seria razoável perguntar quem o criou. A doutrina da criação afirma que Ele é o Criador eterno que não foi criado.

Deus vive e reina eternamente, após a destruição da criação Deus continua vivendo para sempre e eternamente.

Salmo 102:25-27 (Hebreus 1:10-12) – Em tempos remotos, Deus lançou os fundamentos da terra. São obras das suas mãos. Eles perecerão, mas Deus permanece. Seus anos não têm fim.

As coisas físicas veem e vão. Têm um começo e um fim. Mas Deus é eterno tanto no futuro como no passado.

Salmo 90:2 – “Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”.

Apocalipse 10:6 – Aquele que vive pelos séculos dos séculos é o mesmo que criou o céu, a terra, o mar e tudo quanto neles existe.

A doutrina bíblica da criação é inerentemente ligada à nossa fé de que Deus é eterno. Qualquer crença que deprecia ou debilita a nossa fé na criação da mesma forma deprecia ou debilita nossa fé de que Deus é eterno. Jeremias 10:11-12.

Devemos compreender que Deus é e tem o poder supremo de criar todas as coisas e que pode fazer reproduzir todas as coisas que Ele criou. Salmo 33:6-9.

Como criaturas de Deus devemos confiar na sua força para cuidar de nós e nos salvar.

Salmo 121:2 – “O meu socorro vem do SENHOR, que fez o céu e a terra”. Salmos 124:8; 145:5-6.

Isaías 40:28-31 – Deus é o Criador. Ele nunca se cansa nem se fadiga. Ele dá força aos fracos.

Por que devemos confiar no poder de Deus? Por que devemos acreditar que ele pode cumprir a sua promessa de nos dar a vida eterna se formos fiéis? Porque ele provou o seu poder nos milagres que fez, principalmente na criação. Quando você vê a evidência de seu poder na criação, por que duvidaria do seu poder? Que outro poder poderia ser maior?

1 Coríntios 1:18-25 – A fraqueza de Deus é maior que o poder dos homens. Através de Cristo (o Criador – João 1:1-3) é o poder de salvar. O mesmo poder que criou o mundo é o poder que nos salva e nos dá a vida eterna. Atos 4:12; Romanos 1:16; Hebreus 7:25.

Aquele que nos criou tem que ser o maior poder no universo. Se o Deus da Bíblia não nos fez, então por que devemos confiar no seu poder para cuidar de nós e nos salvar? Em vez disso não devíamos descobrir quem nos fez e pôr a nossa fé em seu poder?

Qualquer crença que deprecia ou debilita a doutrina da criação, da mesma forma deprecia e debilita nossa fé no poder de Deus. Isso, por sua vez, debilita nossa fé no poder de Deus para nos salvar e nos dar a vida eterna. Não me diga que estes assuntos não são de primeira importância aos cristãos. O que poderia ser mais importante?

A criação prova o direito de Deus de controlar o universo.

Já que Deus criou o universo, ele tem o direito e poder para controlar e fazer o que ele achar melhor com ele.

O universo pertence a Deus porque ele o fez.

Salmo 24:1-2 – A Terra e todos que vivem nela pertencem a Deus porque ele a fundou e estabeleceu.

Salmo 89:11-12 – Os céus, a Terra e toda a sua plenitude são seus porque o Senhor os fundou e os criou.

Já que Deus fez o universo e o universo pertence a ele, conclui-se que seu poder deve controlá-lo.

Já que criou o universo, Deus reina sobre ele como Senhor.

Isaías 29:16 - O barro não tem direito de criticar a maneira que o oleiro o fez. Então nós não temos o direito de negar nem criticar nosso Criador. Ele nos fez, então tem o direito de fazer de nós o que ele quer que sejamos. Tem que nos submeter à vontade do criador. Isaías 45:9,10; 64:8; Romanos 9:20-24.

Atos 17:24 – Deus, que fez o mundo e tudo que nele há, é o Senhor (Soberano) do céu e da Terra. Ele domina porque ele o criou.

Colossenses 1:15-17 – Assim como Jesus fez a igreja e tem primazia sobre ela (versículo18), ele tem primazia sobre sua criação. Foi feita por ele (pelo seu poder) e para ele (para servir seus propósitos). Hebreus 2:10.

1 Pedro 4:19 – Nós encomendamos as nossas almas na prática do bem, porque ele é o Criador.

Romanos 1:25 – É um erro fundamental “servir” a criatura no lugar do Criador. Servir aqui significa obedecê-lo como Deus (veja versículos 20-35 e o contexto).

Por que devemos temer a Deus e guardar seus mandamentos, (Eclesiastes 12:13)? Porque ele nos criou para esse propósito. Como nosso Criador, ele tem todo direito de exigir nosso serviço. Como suas criaturas, somos obrigados a darmos qualquer serviço que ele requerer. Até entendemos a criação, nós não temos entendimento nem mesmo do propósito ou razão da nossa existência.

Deuteronômio 32:5-6; Romanos 11:36; 1 Crônicas 16:26,36; Salmo 96:2-10; 100:2-3; Jeremias 27:5; 5:22; Êxodo 4:11; 20:9-11; 31:16-17; Números 16:22; Isaías 51:12-13.

Ele tem o poder de nos punir ou recompensar conforme o nosso procedimento.

Gênesis 6:6-7; 7:4 – Deus decidiu destruir os homens, pois eles tinham se corrompidos tanto que Deus se arrependeu de ter os criado. Já que Deus fez o homem, quando o homem falhou em servir o propósito pelo qual foi criado, Deus teve o direito de destruir o que ele criou.

Isaías 27:11 – Alguns se tornaram tão corruptos que Deus que os fez não se compadecerá deles, e aquele que os formou não lhes perdoará. Deus é o criador. Ele pode castigar aqueles que não o aceitam.

Muitas pessoas negam que Deus tem o direito de punir ou destruir a humanidade por causa do pecado. “Não acredito num Deus que faria aquilo.” Sinceramente se você acredita nisso ou não, isso irá mudar a realidade de tudo? Se Deus realmente nos criou, ele tem o poder de fazer conosco o que ele quiser, independente do que queremos ou do que acreditamos.

A criação é um fato simples da história. Logo, se Deus nos criou, ele tem o direito e o poder de nos recompensar ou nos destruir. Se ele fosse um tirano, não teria nada no mundo que poderíamos fazer para mudar isso. Devemos glorificá-lo todos os dias pois ele não é apenas nosso Criador, mas ele é um Deus de misericórdia e paciência.

Se o Deus da Bíblia não nos criou, então porque ele teria o direito de nos controlar? Por que em vez disso não descobrimos quem nos fez o que ele diz?

Qualquer teoria que deprecia ou debilita a doutrina bíblica da criação nisso debilita nossa fé no poder de Deus para mandar nas nossas vidas. Isso enfraquece ou destrói nosso entendimento de nossa obrigação para servi-lo.

Entender a doutrina da criação é fundamental até para entender o propósito da nossa existência. Quem pode dizer que isso não é de importância essencial para os cristãos?

 A criação prova o direito de Deus de ser adorado. Deus merece a adoração do homem porque ele nos criou.

O fato que ele nos criou demonstra poder e sabedoria tão grande que devemos adorá-lo, não dando o nosso louvor a outros (como ídolos, etc.).

Deuteronômio 32:15-18 – As pessoas são repreendidas porque abandonaram o Deus que os criou. Serviram a outros deuses e esqueceram o Deus que os criou.

Salmo 86:8-10 – Todas as nações devem adorar e glorificar a Deus, porque ele as criou. Ele sozinho é Deus. Nenhum outro deus é grande como ele, porque não fazem obras como suas obras (inclusive a criação).

Salmo 149:1-2 – As pessoas devem louvar o Senhor e regozijar seu Criador.

A coisa que foi criada deve dar glória ao seu criador. O poder de Deus para criar prova indiscutivelmente que ele merece a nossa adoração. Mais ninguém nos fez; portanto mais ninguém deve ser adorado.

Salmos 139:13-14; 8:3-9.

Se Deus criou todo o Universo, ele pode fazer qualquer coisa. Nenhum outro milagre poderia provar um poder maior do que a criação provou.

Outros milagres simplesmente demonstram o poder de Deus de controlar aquilo que foi ele mesmo que criou. Até a ressurreição é apenas dar a vida novamente a alguém que já tinha. Como isso é um milagre maior ou mais difícil do que criar todos os tipos de vida?

Se a doutrina bíblica da criação como é ensinada em Gênesis 1 não é essencial para a fé dos cristãos então por que devemos nos opor à evolução teísta? Por que os cristãos deveriam se opor a tal visão se a criação não é essencial para nossa fé?

De fato, a doutrina bíblica da criação é essencial para o evangelho porque é absolutamente essencial aos assuntos a respeito da Bíblia ser ou não a palavra de Deus e do Deus da Bíblia ser ou não o Deus verdadeiro! Como isso não seria uma doutrina essencial para os cristãos?

Ensinar o que a doutrina da criação não é essencial para os cristãos é negar as verdades básicas do evangelho. Tais visões compreendem pregar “um outro evangelho” e falhar em permanecer no evangelho de Cristo (Gálatas 1:8-9; 2 João 9).

A criação prova que Deus é Deus.

A conclusão da evidência precedente é que a criação é a prova definitiva de que o Deus da Bíblia é o Deus verdadeiro. É por isso que o reconhecemos como Deus, e por isso que seria errado reconhecer qualquer outra coisa ou pessoa como Deus.

Estas conclusões resultam de tudo que já aprendemos. Também são afirmados ou subentendidos nas seguintes passagens:

Passagens do Velho Testamento.

2 Reis 19:15 – Ezequias orou que Deus somente é Deus. Ele fez o céu e a Terra. Isaías 37:16.

Salmo 86:8-10 – Só ele é Deus. Não há outro semelhante a ele entre os deuses. Todas as nações devem adorá-lo porque ele as criou.

Salmo 95:1-7 – “O SENHOR é o Deus supremo e o grande Rei acima de todos os deuses.” Ele fez o mar e as suas mãos formaram os continentes. Adore o Senhor, nosso Criador pois ele é Deus.

Isaías 45:18 – “Porque assim diz o SENHOR, que criou os céus, o Deus que formou a terra, que a fez e a estabeleceu; que não a criou para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou o SENHOR, e não há outro”.

Jeremias 10:11-12 – “Deuses” que não fizeram o céu e a Terra perecerão! Se o Deus da Bíblia não fez o Universo, então ele é um deus falso! Ele perecerá. Então por que devemos servi-lo como Deus?

Veja as conclusões abaixo para 1 Crônicas 16:25-35 e Salmo 96:2-10.

O Velho Testamento claramente ensina que Deus é claramente provado a ser Deus porque ele fez o céu e a Terra. Mais nada nem ninguém podem ser Deus porque eles não criaram o céu e a Terra. A criação é uma característica que define quem é Deus.

O ponto crucial é: Quem é ou não é Deus? Certamente não é uma questão do ensinamento do Velho Testamento que poderia mudar no Novo Testamento. Mandamentos de como servir a Deus mudaram, mas não quem é Deus nem como podemos saber que ele é Deus (Hebreus 13:8). Como aquilo pode não ser essencial para nossa fé? Neemias 9:6; Salmo 100:3; 8:3-9; Isaías 17:7; 40:25, 26; 42:5-9; Jeremias 14:22; 51:15-19.

Passagens do Novo Testamento.

Atos 4:24 – Os discípulos levantaram a voz a Deus e disseram: “Tu, Soberano Senhor, que fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há”.

Atos 14:15 – As pessoas que adoram ídolos devem ser ensinadas a se converterem destas coisas vãs ao Deus vivo, que fez o céu a terra, o mar e tudo que neles há.

Atos 17:24-29 – Mais uma vez os idólatras foram ensinados que não deviam adorar ídolos de ouro ou prata. O Deus verdadeiro que reina o céu e a terra é aquele que fez o mundo e nos dá a vida. Nós somos a sua descendência. Então devemos buscá-lo, pois ele não está longe de nós.

Romanos 1:20 – As coisas que foram criadas por Deus claramente revelam, não só seu poder mas também sua divindade. Eles provam que ele é Deus e aqueles que falham em reconhecer ele como Deus são indesculpáveis. Aqueles que rejeitam estas verdades cairão mais e mais profundamente no erro e serão rejeitados completamente por Deus (veja versículos 18-32).

Tanto no Novo Testamento, como no Velho, a criação é a evidência de quem é o Deus verdadeiro. O Deus verdadeiro é aquele que criou o céu e a Terra. Mais nada nem ninguém podem ser Deus porque não criaram o céu e a Terra.

Se o Deus da Bíblia não fez o céu, a Terra e a humanidade então por que devemos lhe reconhecer como Deus? Se ele não fez o Universo então ele não é Deus! Ele seria um falso deus e nós devemos nos desviar dele e procurar e servir aquele que nos fez.

Qualquer teoria que deprecia ou debilita a doutrina bíblica da criação nisso debilita toda a nossa capacidade de até mesmo reconhecer quem Deus é! Como então a doutrina da criação pode não ser uma parte fundamental do evangelho?

1Crônicas 16:25-36, (também Salmo 96:1-10) – Como sabemos que devemos louvar, temer e adorar a Deus, reconhecer que ele reina, invocá-lo para nos salvar e acreditar que ele irá nos julgar? Por que não confiar em nós mesmos ou em alguma coisa na natureza ou em algum ídolo? Porque Deus fez os céus e estabeleceu a Terra. É por isso!

Podemos argumentar que outros milagres provam o poder de Deus e eles o confirma sim. Mas todos os outros milagres são apenas demonstrações adicionais do poder que Deus mostrou na criação. Que outro milagre mostra poder e sabedoria maior do que foi demonstrado pela criação?

Jeremias 32:17 – “Ah! SENHOR Deus, eis que fizeste os céus e a terra com o teu grande poder e com o teu braço estendido; coisa alguma te é demasiadamente maravilhosa.” Se Deus pode criar o Universo, ele pode fazer qualquer coisa. Nenhum outro milagre poderia provar um poder maior do que a criação provou.

Outros milagres simplesmente demonstram o poder de Deus de controlar aquilo que foi ele mesmo que criou. Até a ressurreição é apenas dar a vida novamente a alguém que já tinha. Como isso é um milagre maior ou mais difícil do que criar todos os tipos de vida?

Se a doutrina bíblica da criação como é ensinada em Gênesis 1 não é essencial para a fé dos cristãos então por que devemos nos opor à evolução teísta? Por que os cristãos deveriam se opor a tal visão se a criação não é essencial para nossa fé?

De fato, a doutrina bíblica da criação é essencial para o evangelho porque é absolutamente essencial aos assuntos a respeito da Bíblia ser ou não a palavra de Deus e do Deus da Bíblia ser ou não o Deus verdadeiro.

Como isso não seria uma doutrina essencial para os cristãos?

Ensinar que a doutrina da criação não é essencial para os cristãos é negar as verdades básicas do evangelho. Tais visões compreendem pregar “um outro evangelho” e falhar em permanecer no evangelho de Cristo. (Gálatas 1:8-9; 2 João 9).

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

segunda-feira, 1 de julho de 2024

OS GIGANTES QUE EXISTIRAM SEGUNDO A BÍBLIA

OS GIGANTES QUE EXISTIRAM SEGUNDO A BÍBLIA.

 

Em 1 Samuel capítulo 17 temos a história completa do gigante do mal mais famoso da Bíblia, o gigante Golias, que após desafiar o exército de Israel e o rei Saul, foi vencido e morto por um jovem de pequena estatura chamado Davi, que era temente a Deus e aceitou lutar com o gigante que desafiava o rei de Israel, desafiava, o exército de Israel, mas principalmente zombava do Deus de Israel.

Os gigantes são mencionados na Bíblia em vários lugares (por exemplo, Gênesis 6:4; Josué 12:4). Ogue, o rei de Basã, era um gigante, (Deuteronômio 3:11), (Ogue, rei de Basã, foi o último rei da raça de gigantes chamados refains. A sua cama, feita de ferro, media quatro metros de comprimento por um metro e oitenta de largura, de acordo com a medida usada naquele tempo. A cama ainda está na cidade de Rabá, no país de Amom).

O povo gigante em Canaã que os espiões de Moisés relataram, (Números 13:30–33), Golias (2 Samuel 21:19) e os Anaquins (Deuteronômio 9:1–2) são todos exemplos de gigantes nas Escrituras. Devemos ter em mente que os “gigantes” da Bíblia não eram colossos de quase doze metros que esmagavam casas e palitavam os dentes com os ossos de suas vítimas. Os gigantes da Bíblia eram altos, Golias tinha talvez três a quatro metros de altura e eram poderosos, mas eram seres humanos. Além dos relatos bíblicos de gigantes, há outras evidências de gigantes, conforme relatos escritos fora da Bíblia; a arqueologia e relatos de testemunhas oculares de achados arqueológicos, representações gráficas de gigantes encontrados na arte antiga e registros históricos recentes, dizem que existiram gigantes na antiguidade.

Em primeiro lugar, devemos considerar a evidência arqueológica dos gigantes. Há muitos relatos de arqueólogos encontrando ossos e armas muito grandes ou outros artefatos que apenas um gigante poderia ter usado. Por exemplo, acredita-se que habitações antigas e muito grandes foram construídas por gigantes porque as pedras são muito grandes e pesadas para que homens de tamanho normal pudessem movê-las ou manipulá-las sem a ajuda de máquinas. Exemplos semelhantes existem em muitas culturas como: estruturas que não poderiam ter sido erguidas sem guindastes ou outras máquinas às quais os antigos não tinham acesso.

Esses argumentos arqueológicos devem ser vistos com ceticismo. Podemos não saber como prováveis locais ditas como habitação de gigantes foram construídas, mas isso não prova automaticamente que os gigantes as fizeram. Alguns artefatos de tamanho gigante existem em museus, mas a grande maioria deles (especialmente os maiores e mais impressionantes exemplos) não existe, exceto em relatos não verificáveis de testemunhas oculares. Muitos dos supostos descobridores explicam a falta de evidências concretas com histórias relacionadas a encobrimentos do governo ou inundações repentinas ou outras circunstâncias igualmente convenientes já que não são convincentes.

Em segundo lugar, há o argumento de que as representações visuais de pessoas muito grandes, como as encontradas em jarras e tumbas egípcias, são imagens de gigantes. Os historiadores da arte geralmente concluem que essas figuras gigantes são simplesmente representações de deuses ou reis ou faraós e que seu grande tamanho era uma forma de mostrar sua importância ou alta posição em comparação com outras figuras próximas, assim como a estátua de Nabucodonosor, por exemplo. Outra explicação é que as pessoas menores são representações de meninos, não de homens de escalão inferior. A arte anatômica realista não existia em nenhuma cultura até o Renascimento, e até então as crianças eram frequentemente retratadas na proporção exata dos adultos, apenas menores. Esses argumentos são válidos e lógicos. Sabemos que a arte egípcia foi muito emblemática. O fato de os egípcios representarem o deus Anúbis como um homem com cabeça de cachorro não é razão para supor que havia um homem com cabeça de cachorro que adoravam. Dito isto, não há como provar a real intenção dos antigos artistas. Os historiadores formam teorias com base no que consideram ser a explicação mais provável e razoável para o que veem em objetos antigos.

Temos relatos escritos que não aparecem na Bíblia. São livros especialmente importantes como os escritos do historiador judeu Flávio Josefo. Todos os livros mencionam a existência de gigantes. Fora da Bíblia, este é o argumento mais convincente para a existência de gigantes. Todos esses livros apresentam histórias de pessoas reais encontrando gigantes, e as histórias são apresentadas como relatos históricos, não fictícios. Josefo, em uma passagem sobre a remoção dos Israelitas para Hebrom, menciona que os judeus conheceram os habitantes daquela terra, incluindo "a raça de gigantes, que tinham corpos tão grandes e rostos tão diferentes dos outros homens, que eram impressionantes de se olhar e terríveis de se ouvir. Os ossos desses homens ainda podem ser vistos até hoje”.

O que nos diz Josué 10:13 e 2 Samuel 1:18? Esses livros contam essencialmente a mesma história encontrada em Gênesis que anjos caídos engravidaram mulheres humanas e seus descendentes foram os nefilins, uma raça de gigantes, (Gênesis 6:1-4, mas não há nenhuma possibilidade de anjos engravidarem mulheres, pelo simples fato de serem anjos e não seres humanos; humanos são humanos bons ou maus continuam sendo seres humanos, e anjos são anjos, bons ou maus continuam serem anjos.

A segunda epístola do Apóstolo Pedro, falando sobre a realidade do inferno em 2 Pedro 2:4 diz “4. Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o Juízo”. Então não houve, não há e não haverá nenhuma possibilidade dos gigantes serem os anjos maus que foram lançados no inferno e não na terra. Eles foram lançados lá para ficarem lá até o dia do juízo final, vindo depois disto a segunda morte que e a condenação eterna.

Outros livros  de história da humanidade e outras literaturas fornecem mais detalhes sobre o mundo naquela época, dizendo que os gigantes eram cruéis e violentos e governavam a humanidade como deuses. O relato do dilúvio em Gênesis é precedido por uma passagem que menciona os nefilins. A Bíblia chama Noé de "justo e perfeito em suas gerações", (Gênesis 6:9). Isso pode ser uma referência ao caráter de Noé, mas também pode ser que Noé fosse "perfeito" no sentido de que sua linhagem não havia sido contaminada tanto pelo pecado como as gerações da sua época; os anjos caídos seriam uma referência aos seres humanos que se embrenharam na pecaminosidade de tal forma que todos pereceram nas águas do dilúvio. Então Deus salvou Noé e sua família para que fossem o começo de uma nova raça humana geneticamente limpa  muito embora tivessem a natureza do pecado original de Adão e Eva.

Liderados pelo diabo, anjos decidiram pecar e por isso foram expulsos da presença de Deus. Esses são os anjos caídos. A Bíblia fala que Deus prendeu os anjos que pecaram. Agora eles esperam o Juízo Final, quando serão condenados à destruição, junto com o diabo, (Mateus 25:41; 2 Pedro 2:4; Judas 1:6).

A Bíblia menciona os filhos de Anaque e gigantes após o dilúvio, então ou a linhagem "gigante" permaneceu, ou a linhagem ou deferência aos mesmos continuou a ser observada no meio social da época como também era parecido e considerado como possível que os anjos caídos ainda existissem, ou seja a mesma natureza da pecaminosidade de antes do dilúvio continuou a dominar a raça humana. Pecado é pecado desde o início de tudo. Se continuou a nascer pessoas com gigantismo não é novidade não,  até hoje se vê falar de pessoas que sofrem com esta doença rara. É só pesquisar que você vai encontrar.

Não foram os anjos caídos que contaminaram os seres humanos na terra, o pecado e suas consequências  já existiam, eles não contaminaram os seres humanos nem antes e nem depois do dilúvio, a referência sobre este assunto é procedente da natureza do pecado que assolava a terra e os seres humanos tanto quanto agora.

Seja qual for o caso, os filhos de Anaque eram um povo "grande e alto", e eram seres humanos,  (Deuteronômio 9:2).

Gigantes mencionados na Bíblia. Os gigantes citados na Bíblia parecem ter sido homens que realmente tinham proporções anormais, cuja estatura poderia superar os três metros de altura; mas não muito mais do que isso (Deuteronômio 3:11; 1 Samuel 17:4). Uma estatura assim não estaria tão distante de casos documentados na era moderna de pessoas que alcançaram mais de dois metros e setenta centímetros de altura.

Cientificamente alguns estudiosos sugerem que esses gigantes da Bíblia eram portadores de gigantismo, mas os textos bíblicos não explicam nada a esse respeito.

Nomes de gigantes encontrados na Bíblia.

Na maioria das vezes que a Bíblia fala sobre os gigantes, eles são referidos no sentido coletivo. Por exemplo: os Anaquins e os Refains. Os textos bíblicos literalmente dizem que os Anaquins, que eram os filhos de Anaque, eram descendentes de gigantes; e nesse sentido os Refains também são comparados a eles, (Números 13:33; Deuteronômio 2:10,21).

Esses povos que reuniam gigantes acabaram sendo derrotados por outras nações, e seus remanescentes se espalharam e se refugiaram com outros povos. Esse pode ter sido o caso da família do gigante Golias, de Gate, que era descendente dos gigantes e se refugiou com os filisteus, (Josué 11:22; 1 Samuel 17).

Os textos bíblicos ainda citam pelo nome certos gigantes relacionados aos filisteus; dentre os quais também estava outro gigante anônimo que tinha vinte e quatro dedos, seis em cada mão e em cada pé. Todos esses gigantes foram derrotados por Davi e seus homens, (2 Samuel 21:16-22; 1 Crônicas 20:4-8).

Antes de todos esses gigantes, porém, a Bíblia fala de um homem chamado Ogue cuja cama (ou sarcófago, dependendo da interpretação), tinha aproximadamente quatro metros de comprimento por um metro e oitenta centímetros de largura. Ogue era rei de Basã e era um gigante remanescente dos Refains (Deuteronômio 3:11). Ele foi derrotado pelo exército de Israel.

Quantos gigantes guerrearam contra Israel? Josué 10:36,37 diz: De Eglom Josué subiu, com todo o Israel, a Hebrom, e também atacaram esta cidade.

Josué 11:21 diz: Naquela época Josué eliminou os enaquins dos montes de Hebrom, de Debir e de Anabe, de todos os montes de Judá, e de Israel, Josué exterminou-os completamente, assim como suas cidades.

Números 13:22,23 diz; Subiram do Neguebe e chegaram a Hebrom, onde viviam Aimã, Sesai e Talmai, todos descendentes de Enaque. Hebrom havia sido edificada sete anos antes de Zoã, no Egito.

Juízes 1:10,20 diz: Em seguida Judá marchou contra os cananeus que viviam em Hebrom, anteriormente conhecida por Quiriate-Arba, e derrotaram (os gigantes) Sesai, Aimã e Talmai.

Quantos gigantes Davi e seu exército mataram? 2 Samuel 21:15-22.

Mais batalhas contra os gigantes filisteus.

15 Houve outra guerra entre os filisteus e Israel. Davi e os seus soldados foram e lutaram contra os filisteus. Durante a batalha Davi ficou muito cansado. 

16 Um gigante chamado Isbi-Benobe tinha uma lança de bronze que pesava mais ou menos cinco quilos e estava usando uma espada nova. Ele pensou que podia matar Davi. 

17 Mas Abisai, cuja mãe era Zeruia, socorreu Davi, atacou o filisteu e o matou. Então os soldados de Davi fizeram a promessa de nunca mais deixar que Davi saísse com eles para a guerra. Eles disseram: “O senhor é a esperança de Israel, e nós não queremos perdê-lo”.

18 Depois disso houve outra batalha contra os filisteus na cidade de Gobe. E Sibecai, da cidade de Husa, matou um gigante chamado Safe.

19 Houve mais uma batalha contra os filisteus em Gobe, e Elanã, filho de Jair, de Belém, matou Golias, da cidade de Gate. O cabo da lança de Golias era da grossura do eixo de um tear de tecelão.

20 E houve ainda outra batalha em Gate. Ali havia um gigante, descendente dos antigos gigantes, que tinha seis dedos em cada mão e em cada pé. 

21 Ele desafiou os israelitas; e Jônatas, filho de Simeia, irmão de Davi, o matou.

22 Esses quatro eram descendentes dos gigantes da cidade de Gate e foram mortos por Davi e os seus soldados.

Quem era o gigante Talmai e sua família?

Os Três Filhos de Anaque.

Os nomes Sesai, Aimã e Talmai aparecem em três livros do Antigo Testamento, mas são facilmente esquecidos pelos mais assíduos leitores da Bíblia. A história deles, porém, reforça fatos importantes para as pessoas que confiam no Senhor.

Na abertura do livro de Juízes, o autor relata as conquistas da tribo de Judá e comenta que: “Também atacaram os cananeus que moravam em Hebrom, cujo nome antes era Quiriate-Arba, e derrotaram Sesai, Aimã e Talmai”, (Juízes 1:10). Pode sobrar uma dúvida sobre o sentido exato aqui, se o autor se refere a três homens ou três famílias, mas a referência específica não deixa dúvida que se trata de descendentes de Anaque que habitavam em Hebrom. É o final de uma história fascinante.

Quando se pensa na história dos Patriarcas: Abraão, Isaque e Jacó, não há lugar mais importante do que Hebrom. Abraão fixou residência nesse local, e todos esses heróis dos israelitas, como também suas esposas, foram sepultados em Hebrom (Gênesis 23:19; 49:29-33; 50:12-13). O local foi tão importante que Calebe, um dos dois homens da sua geração que entrou na terra prometida de Canaã, pediu a região como herança, (Josué 15:13-14).

Calebe tinha quase 80 anos de idade quando Israel entrou para tomar posse de Canaã, mas não foi a primeira vez que ele viu Hebrom. Ele foi escolhido, 39 anos antes disso, para espiar a terra de Canaã. Ele e outros onze homens encontraram uma terra fértil, como Deus havia dito. Mas dez desses homens ficaram com medo quando chegaram a Hebrom e convenceram o povo que a conquista da terra seria impossível. O motivo da sua desistência? “E subiram pelo Neguebe e foram até Hebrom. Ali viviam Aimã, Sesai e Talmai, filhos de Anaque” (Números 13:22). Os homens convenceram o povo a desistir por causa dos filhos de Anaque, que eram gigantes.

Eles falaram: “A terra pela qual passamos para espiar é terra que devora os seus moradores; e todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura. Também vimos ali gigantes (os filhos de Anaque são descendentes de gigantes), e éramos, aos nossos próprios olhos, como gafanhotos e assim também éramos aos olhos deles”, (Números 13:32-33).

Esses homens, no vigor da juventude, recusaram subir por causa dos filhos de Anaque. 45 anos depois, um homem de 80 anos, um servo do Deus de Israel chamado Calebe, venceu os gigantes porque acreditou na fidelidade de Deus, (Josué 14:12; 15:13-14).

Você não se lembrou de Sesai, Aimã e Talmai? Não tem problema, pois eram perdedores vencidos por um velho de 80 anos que apesar da idade, tinha a força e a robustez de um jovem, ele chamava-se Calebe e sua e depositava toda a sua confiança em Deus.

Qual gigante era mais alto, Ogue, o rei de Basã ou Golias dos tempos das guerras dos Filisteus contra Israel? De acordo com alguns escritos antigos, Golias superava até mesmo os três metros de altura. Ogue, porém, era bem maior do que Golias. O livro de Deuteronômio informa que Ogue o rei de basan possuía uma cama de quatro metros de comprimento e quase dois metros de largura. Deuteronômio 3:11.

Vencendo os gigantes da vida.

Qualquer pessoa de altura normal se sente pequena no meio de pessoas tão altas. Mas hoje não existe ninguém igual aos gigantes que os israelitas enfrentaram na conquista da terra prometida. O mais famoso dos gigantes foi Golias, que foi derrotado pelo adolescente jovem Davi. Mas houve outros, até bem maiores. Ogue era rei de Basã quando os israelitas passaram pela terra dele. Em Números 21:31-35, se encontra o relato da vitória de Moisés sobre Ogue o rei de Basã. Mais tarde, Raabe falou do medo dos moradores de Canaã, porque sabiam da derrota de Ogue, (Josué 2:8-11). Essas e outras vitórias serviram para convencê-la que o Deus que os israelitas serviam é o Deus verdadeiro. Ela se converteu a Deus, e se tornou uma das antepassadas de Jesus (veja Mateus 1:5).

Temos uma ideia do tamanho de Ogue. A cama de ferro dele media nove por quatro côvados (Deuteronômio 3:11), ou seja, aproximadamente 1,75 metros de largura e quase 4 de comprimento. As camas comuns hoje não chegam a dois metros de comprimento.

Quem venceu Ogue? Não foi Moisés, nem o povo de Israel. Eles foram à batalha, mas foi Deus quem entregou o gigante nas mãos deles. Deus estava tentando, ainda, mostrar ao povo que ele era muito maior do que qualquer obstáculo que enfrentassem. Depois de algumas vitórias como essa, eles invadiram a terra prometida e a dominaram em seis anos. A derrota de Ogue não foi a última vitória de Israel, nem a mais impressionante. Mas, serviu bem para tirar as dúvidas da geração anterior, ("éramos, aos nossos próprios olhos, como gafanhotos", Números 13:33) e incentivar o povo a enfrentar os inimigos na terra boa que Deus lhes deu. Serviu, também, para deixar os habitantes de Canaã tremendo de medo do povo Hebreu. Que privilégio temos em servir o Deus que é mais forte do que os gigantes.

Jesus venceu os maiores gigantes, Ele é o nosso exemplo para vencermos os gigantes da maldade do nosso dia a dia. Jesus é o Leão da tribo de Judá.

A expressão Leão de Judá não chega a aparecer na bíblia, existe apenas uma referência no livro do Apocalipse, versículo 5:5: "Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos”.

Jesus venceu a morte, Jesus venceu a Satanás,  Jesus ressuscitou dentre os mortos e vive e reina para sempre. Ele é a garantia da nossa vitória para vencermos, pela fé, no nosso dia a dia.

Seja fiel a Deus e vença os gigantes do dia a dia com gratidão a Deus. Os gigantes se levantam diante de nós todos os dias, mas caem perante a grandeza de Deus em nossas vidas.

Não se esqueça das bênçãos que você recebeu e recebe de Deus todos os dias. Elas te preparam para você subir a uma escada de um pódio todos os dias para receber uma vitória. Uma vitória de cada vez até ser totalmente vencedor. Também devemos ser autênticos diante de Deus e dos homens reconhecendo os nossos limites e capacidades. Não copiemos os outros. Façamos o que Deus colocar em nosso coração para fazer mesmo que ninguém entenda. Além disso, tomemos cuidado com excesso de autoconfiança e o erro de colocar a nossa esperança nos outros. Quando colocamos nossa esperança nos outros podemos nos decepcionar, quem nunca nos decepciona é Jesus.

Cuidado para não cair na tentação de fazer o que as pessoas querem que você faça, cumpra e faça cumprir somente a vontade de Deus na sua vida. Para vencer um gigante você precisa lembrar-se das vitórias já alcançadas e ser grato a Deus por tudo em sua vida. Seja você mesmo diante de Deus e confie somente no Senhor Jesus nosso Salvador e você será sempre um vencedor.

Temos que vencer “um gigante de cada vez”, ou “vencer o maior problema de cada dia”. Mas para isso acontecer nós precisamos da orientação plena do Espírito Santo de Deus que se renova a cada manhã em nossas vidas.

Em Romanos 8:37-39 o apóstolo Paulo ensina o seguinte:

37. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.
38. Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir,

39. nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!

Deus abençoe você e sua família.

 

Pastor Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.


segunda-feira, 24 de junho de 2024

AS DUAS TESTEMUNHAS DE APOCALÍPSE CAPÍTULO ONZE

AS DUAS TESTEMUNHAS DE APOCALÍPSE CAPÍTULO ONZE.

 

Chamamos esses dois seres enviados por Deus de “as duas testemunhas” e eles direcionam seu ministério sobrenatural a Jerusalém e à nação de Israel, fornecendo um testemunho especial do programa de juízo de Deus.

Mesmo enfrentando forte oposição dos gentios e opressão por parte de Israel durante a segunda parte da Tribulação, (Ap 11:2), Deus continuará oferecendo oportunidades de arrependimento, e Sua soberania sobre a história e a natureza humana será evidente durante todo o período da Tribulação.

Você já ouviu falar das duas testemunhas mencionadas no livro do Apocalipse na Bíblia? Elas são um mistério para muitos e geram muitas especulações. Mas quem são essas testemunhas e qual é o seu propósito? Neste artigo, vamos explorar essa passagem bíblica e tentar entender melhor quem são essas figuras enigmáticas.

Deus protegerá as duas testemunhas daqueles que tentarem prejudicá-las antes que sua missão esteja concluída.

Apocalipse 11:5-6 - registra os poderes milagrosos que as testemunhas terão e declara que aqueles que tentarem prejudicá-las serão destruídos pelo fogo, assim como Elias fez descer fogo do céu em duas ocasiões quando soldados tentaram aprisioná-lo, (2 Reis 1). De maneira similar, os idólatras e inimigos de Moisés foram destruídos pelo fogo. (Nm 16:35).

A morte e ressurreição sobrenatural das duas testemunhas.

De acordo com um decreto divino, o ministério das duas testemunhas do Apocalípse, terá a duração de 1260 dias. Durante três anos e meio, elas ministrarão em Jerusalém, conhecida como a “grande cidade, onde o seu Senhor também foi crucificado”, (Apocalipse 11:8), sem sofrerem qualquer mal.

No final deste período, Deus removerá sua proteção especial e a Besta as matará. Ela “fará guerra” contra as duas testemunhas, (Apocalipse 11.7), uma expressão que remete a Daniel 7:21 e prenuncia Apocalipse 13:7. Durante este período, Jerusalém será semelhante, espiritualmente a Sodoma e ao Egito, indicando uma completa degradação moral e espiritual, com total antagonismo em relação a Deus e ao Seu povo.

Segundo Apocalipse 11:9, os corpos das duas testemunhas não serão sepultados, ficarão expostos pelas ruas de Jerusalém durante três dias e meio, como um espetáculo para que todos possam vê-los. Este era um dos piores modos de desonrar um corpo nos tempos bíblicos do Velho Testamento, (Salmo 79:2-3).

Haverá regozijo mundial pela morte das duas testemunhas por parte dos “que habitam na terra”, (Apocalipse 11:10), uma expressão apocalíptica para o mundo incrédulo, (Apocalipse 3:10; 6:10).

Os profetas morrerão na mesma cidade onde morreu o seu Senhor e, como Ele, também serão fisicamente ressuscitados e levados ao céu em uma nuvem, (Apocalipse 11:11-12; Atos 1:9), assim será com a Igreja quando  for arrebatada. (1 Tessalonicenses 4.17).

A ascensão das duas testemunhas será pública e vista por seus inimigos e zombadores, (Apocalipse 11:12). Depois do arrebatamento das testemunhas, um terremoto destruirá a décima parte de Jerusalém e matará 7.000 pessoas.

Depois disso, os restantes se converterão a Deus com temor e arrependimento. O arrependimento vem no final dos juízos das taças de Apocalípse capítulos 15 e 16 oferecendo encorajamento em meio ao maior horror do mundo.

Quem são as duas testemunhas no livro de Apocalipse?

As duas testemunhas são dois enviados de Deus que surgirão nos tempos do fim e farão grandes milagres. Elas testemunharão de Deus e ninguém as poderá impedir, até que venha a besta. As duas testemunhas incomodarão as nações da terra com sua mensagem.

Apocalípse 11:3 – Nos fala sobre duas testemunhas que surgirão e profetizarão durante 1260 dias (cercas de três anos e meio), vestidas de pano de saco, a roupa tradicional de lamento dos tempos da Bíblia no Velho Testamento. Elas terão poder para enviar pragas, fazer parar de chover e destruir seus inimigos.

Depois que tiverem terminado seu trabalho, a besta do Apocalípse virá e matará as duas testemunhas. Seus corpos serão expostos em praça pública em Jerusalém e as pessoas ficarão felizes, porque as testemunhas tinham causado muito tormento, (Apocalipse 11:8-10). Mas depois de três dias e meio Deus os fará viver novamente e todos ficarão aterrorizados.

As duas testemunhas serão levadas para o céu numa nuvem diante dos olhos de seus inimigos, (Apocalipse 11:11-12).

Um terremoto abalará a cidade e 7000 pessoas morrerão. Os sobreviventes ficarão cheios de medo com esse acontecimento.

A pergunta continua: Quem são as duas testemunhas? Quando surgirão?

A Bíblia não diz quem são as duas testemunhas. Apenas diz o que vão fazer quando forem reveladas. Provavelmente surgirão um pouco antes da besta, que as matará. Não sabemos quando isso será. Esse é um mistério que ainda não foi revelado.

Pela descrição, parece que as duas testemunhas são duas pessoas de carne e osso. Fazem sinais como os profetas do Antigo Testamento e testemunham de Jesus (Apocalipse 11:6). Mas a Bíblia não diz que são alguns dos profetas do Antigo Testamento que voltaram a viver. A Bíblia diz que os mortos não voltam à terra.

Apocalipse 11:4 - Nos diz que as duas testemunhas são duas oliveiras e dois candelabros que ficam diante do Senhor. O azeite vem do fruto da oliveira e o candelabro representa a luz da presença de Deus. As duas testemunhas serão duas pessoas ungidas por Deus para testemunhar de Sua glória ao mundo. A oliveira também simboliza produtividade. O ministério das duas testemunhas terá grande impacto, terá impacto mundial.

A comparação com oliveiras também tem paralelo com a profecia de Zacarias 4:1-3. Nessa visão, o profeta Zacarias viu duas oliveiras junto do candelabro do templo, fornecendo o azeite para mantê-lo aceso. Quando Zacarias perguntou ao anjo o que a visão significava, ele lhe contou que as oliveiras representavam dois homens escolhidos para servir a Deus.

 Zacarias 4:12-14 - Quando as duas testemunhas aparecerem, seu ministério será conhecido no mundo inteiro. Como ainda não apareceram duas pessoas famosas por lançar pragas e impedir de chover, as duas testemunhas provavelmente ainda não foram enviadas, estas duas testemunhas só virão no tempo da grande tribulação e falarão para Israel e para o mundo inteiro, do grande amor de Deus para com Israel.

Alguns outros teólogos afirmam que as duas testemunhas são dois profetas de Deus que são vistos em uma visão por João na ilha de Patmos, e que aparecem durante o Segundo ai (a sexta trombeta) no Livro do Apocalipse, (Apocalipse 11:1–14). As duas testemunhas são descritas em um manuscrito do século XI que afirmam esta posição escatológica de serem dois profetas de Deus, porém a Bíblia não diz quem são e nós não podemos afirmar que é um ou outro que viveram e morreram ou daqueles que viveram e foram trasladados, arrebatados vivos.

O Santuário e as Duas Testemunhas são descritas em Apocalípse 11. (Apocalipse 11:1-13).

O intervalo entre as sexta e sétima trombetas continua no capítulo 11 com mais duas cenas que mostram a proteção divina para os fiéis. O povo é protegido, mas não totalmente. Ainda sofrerão as agressões dos inimigos e podem até morrer, mas a vitória final pertence aos santos de Deus.

A Ordem para Medir o Santuário. (11:1-2).

11:1 – Foi-me dado um caniço semelhante a uma vara, e também me foi dito: Dispõe-te e mede os santuários de Deus, o seu altar e os que nele adoram.

Foi-me dado um caniço semelhante a uma vara: João continua, na sua revelação, a sua participação ativa, ganhando um caniço para medir.

Dispõe-te e mede os santuários de Deus, o seu altar e os que militam naquelas atividades: O relato de João aqui não oferece detalhes, mas nos lembra da medição do templo em Ezequiel 40-42. Observemos a importância das mensagens dos profetas em relação ao cumprimento do mistério de Deus, notando que o contexto de Ezequiel 37-39 mostra o domínio do Messias sobre as nações. Em Ezequiel 40-42, o profeta assiste enquanto um homem mede o templo. A visão de Ezequiel mostra o povo de Deus restaurado na glória e sob a proteção de Deus, e que volta ao templo no capítulo 43.

Zacarias 2:1-5 apresenta outra visão de medição, desta vez em Jerusalém. Como nos relatos do Apocalipse, o propósito da visão de Zacarias é garantir a fidelidade da proteção divina: “Pois eu lhe serei, diz o Senhor, um muro de fogo em redor e eu mesmo serei, no meio dela, a sua glória”. (Zacarias 2:5).

Ao ouvir a ordem para medir o santuário, João e seus leitores, sem dúvida, lembrariam dessas passagens proféticas e do consolo que oferecem aos servos do Senhor.

O santuário de Deus, no Novo Testamento, é o povo do Senhor. Num texto que fala sobre a edificação da igreja, Paulo diz que os discípulos de Cristo são os santuários de Deus, (1 Coríntios 3:16-17; 2 Coríntios 6:16). A família de Deus, edificada sobre a pedra angular, é o “santuário dedicado ao Senhor”, (Efésios 2:19-22). O templo não é um edifício feito com as mãos, e sim uma casa espiritual, (1 Timóteo 3:15). Esta casa espiritual é feita de pedras que vivem, (1 Pedro 2:5-6).

João tirou toda e qualquer dúvida sobre o significado do santuário quando diz que a medição incluiria “os que militam naqueles ofícios”, que são os oficiais do templo. Não se trata de medir uma estrutura física. Este templo é composto por adoradores, pessoas, os verdadeiros sacerdotes de Deus que adoram dentro do templo.

Apocalípse 11:2 diz: mas deixa de parte o átrio exterior dos santuários e não o meças, porque foi ele dado aos gentios; estes, por quarenta e dois meses, calcarão (esmagarão) aos pés a cidade santa.

A recomendação é “Deixa de parte o átrio exterior,) porque foi ele dado aos gentios: A ordem para medir não somente oferece consolo, fala também de santificação. Os adoradores dentro dos santuários são separados dos gentios no átrio. A palavra traduzida “gentios” aparece 22 vezes no Apocalipse, normalmente traduzida para “nações” ou “povos”. Várias vezes, refere-se aos gentios na carne ou às nações em geral, como pessoas que ouvem o evangelho e recebem a oportunidade de serem salvas, (5:9; 7:9; 14:6; 21:24-26; 22: 2).

Da mesma forma que palavras como judeu, circuncisão e Israel, no Novo Testamento, passa a identificar os servos do Senhor Jesus, (Romanos 2:28-29), a palavra gentios também refere-se aos ímpios.

Os ímpios são as nações seduzidas por Satanás, através do Anticristo, para pelejarem contra o povo de Deus, (20:7-9). São as mesmas que impedem o sepultamento das duas testemunhas, (11:9-10) e que se enfurecem contra os servos de Deus, (11:18). As nações apoiam a meretriz, Babilônia, (Ap.17:15), são seduzidas pela feitiçaria dela, (Ap.18:23) e se prostituem com ela, (Ap.18:3). Jesus, porém, domina as nações com o Seu cetro de ferro, (Ap.12:5; Ap.19:15). Os vencedores participam do reinado dEle sobre os povos, (Ap. 2:26-27; 20:4,6, 1 Pedro 2:12), mas não andamos como eles andam, (Efésios 4:17; 1 Pedro 4:3). Neste sentido, a palavra gentios ou nações, em algumas das alusões bíblicas diz,  “no meio dos gentios”, às vezes, representa os que não conhecem a Deus, (1 Tessalonicenses 4:5; 3 João 7).

Os 1.260 dias são os quarenta e dois meses. Este período sempre representa um tempo relativamente breve de tribulação ou sofrimento. É o mesmo período de “tempo, tempos e a metade de um tempo”, (12:14; Daniel 7:25), de 1.260 dias (11: 3; 12:6) ou de “três anos e seis meses” (Tiago 5:17). É a metade de sete anos, que representaria um período completo da primeira fase da grande tribulação, que será de aparente paz no mundo, mas principalmente para Israel.

O que significa “calcarão aos pés a cidade santa”? Há diversas interpretações e implicações deste tema sobre a cidade santa.

Os pré-tribulacionistas geralmente explicam que a cidade santa é a Jerusalém terrestre e que o templo de Salomão, o terceiro templo, será reconstruído naquela cidade para o cumprimento desta profecia. Na segunda fase da grande tribulação, que são os últimos três anos e meio, aí sim, haverá uma ardente destruição de Jerusalém pelo Anticristo e seus confederados na maior batalha já vista na terra, chamada de “Batalha do Armagedom”.

Muitos enfrentam inúmeras dificuldades com esta interpretação, que descartou totalmente os limites de tempo encontrados do começo ao fim do Apocalipse, já que, às vezes, confundem o final da grande tribulação com o final dos tempos quando haverá a criação dos novos céus e da nova terra quando veremos a nova Jerusalém, a Jerusalém celestial.

Outros acreditam que o Apocalipse foi escrito antes de 70 d.C. e que fala da destruição do templo e da cidade de Jerusalém pelos romanos. Citam Lucas 21:24, onde Jesus usou linguagem semelhante para falar sobre a destruição de Jerusalém. Uma vez que entende ser a cidade literal, procure uma explicação literal do tempo de 42 meses. Aqui a situação se complica, especificamente cita a duração da guerra entre os romanos e os judeus, dizendo que Nero invejou Vespasiano no início de 67, (fevereiro? – sempre há dúvidas sobre estes dados) para vencer os judeus rebeldes e que o período de 42 meses termina com a destruição da cidade de Jerusalém em setembro de 70. Mas o exército romano não entrou em Jerusalém em 67. Vespasiano começou na direção de Jerusalém em 68, mas desistiu devido à morte de Nero. Tito cercou Jerusalém nos primeiros meses de 70, invadiu os muros por volta de abril ou maio, e destruiu a cidade em setembro. Assim, para dizer literalmente que calcaram aos pés a cidade literal de Jerusalém por 42 meses exige algumas explicações mais complicadas. Para defender esta posição é necessário, também, manter uma data para o Apocalipse antes de 70 d.C., contra outras evidências que ainda não foram encontradas.

O que é a cidade santa? Consideramos como evidências bíblicas as expressões “cidade santa” ou “santa cidade”, em si, aparecem onze vezes na Bíblia. Neemias 11:1 e 18 identificam a cidade física de Jerusalém. Daniel chamou Jerusalém de “santa cidade” (9:24). Isaías repreende o povo de Israel que profanaram o nome da “santa cidade” (48:2). Mais tarde ele fala de Jerusalém e a chama de “a cidade santa”, (52:1). Lendo o capítulo todo, percebemos a ênfase na restauração espiritual do reino de Cristo sobre seu povo, da salvação que vem pela pregação do evangelho. Mateus usa esta expressão duas vezes (4:5; 27:53) para identificar a cidade literal de Jerusalém. As outras ocorrências se encontram no Apocalipse, aqui em Ap.11:3, e algumas outras vezes no final do livro. Em Ap.21:2, 10 e 22:19, ele descreve claramente o povo espiritual de Deus, a nova Jerusalém que desce do céu. Outras expressões semelhantes ajudam a entender este sentido espiritual. Apocalipse 3:12 fala da presença eterna do vencedor no “santuário do meu Deus” e na “cidade do meu Deus” Deus, a nova Jerusalém que desce do céu”. Paulo disse que é a Jerusalém terrestre e não a “Jerusalém espiritual, que está em escravidão com seus filhos”, (Gálatas 4: 25-26). O autor de Hebreus disse: “Mas tendes chegados ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial e igreja dos primogênitos arrolados nos céus”. (Hebreus 12:22-23).

Entendendo este sentido da Jerusalém espiritual e da Jerusalém celestial, como podemos entender os primeiros versículos do capítulo 11?

João mede o santuário de Deus, mostrando a intenção do Senhor de proteger o seu povo, mas ainda diz que a cidade santa será pisada pelos gentios durante três anos e meio, que na verdade será a segunda fase de três anos e meio do período de sete anos da grande tribulação. O povo será protegido, Israel será perseguido por em todo este período. Israel e Jerusalém será pisoteadas pelas nações dominadas pelo Anticristo  matarão milhares e milhões de pessoas, os corpos dos Judeus e dos que lutarão a seu favor serão esmagados, até que venha o Seu Senhor. “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma”, (Mateus 10:28).

A igreja arrebatada estará com o Senhor Jesus nos ares comemorando as bodas do Cordeiro no tribunal de Cristo que é um tribunal para galardoar os vencedores fiéis que foram arrebatados e não tribunal para condenar os arrebatados. A igreja do Senhor Jesus no tempo do princípio das dores pode ser calcada aos pés pelos perseguidores, mas eles nunca chegarão a destruir os santuários em si onde os sacerdotes adoram a Deus em espírito e em verdade.

O Trabalho, a Morte e a Ressurreição das Duas Testemunhas. ( Apocalípse 11:3-13)

11:3 – Darei às minhas duas testemunhas que lutarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco. Darei às minhas duas testemunhas que profetizem por mil duzentos e sessenta dias: A ordem vem de cima. As testemunhas profetizam pela autoridade de Deus.

Quem são as duas testemunhas? Os comentaristas de todas as correntes teológicas ofereceram diversas respostas a esta pergunta.

Alguns procuram personagens específicos, até indicando a volta à terra de pessoas do Velho Testamento (por exemplo, Moisés e Elias ou Enoque e Elias). Outros sugerem o Antigo e o Novo Testamentos. Alguns dizem que são a Lei (de Moisés) e os Profetas (veja Lucas 16:29,31; 24:27; Atos 13:15; 24:14; Romanos 3:21 e outras passagens que falam sobre a Lei e os Profetas; consideram também comentários de Jesus sugerindo que estas revelações do Antigo Testamento já foram ultrapassadas pelo evangelho, Mateus 11:13; Lucas 16:16). Outras possibilidades incluem profetas e apóstolos, (Lucas 11:49) ou o Espírito Santo e os apóstolos, (João 15:26-27; Atos 5:32).

Por não ter uma identificação específica neste trecho de quem são essas duas testemunhas, talvez a resposta seja melhor se for encontrada no próprio contexto. Os primeiros versículos do capítulo falam sobre a igreja, o povo de Deus. Os cristãos são descritos como testemunhas ou pessoas que dão testemunho em outros versículos do livro, (2:13; 6:9; 12:11,17; 17:6; 19:10; 20:4), porém aqui no capítulo 11 de Apocalípse fala mesmo é de duas pessoas. Veremos um pouco mais sobre as testemunhas no versículo 4.

O tempo do trabalho deles, 1.260 dias, é igual a 42 meses (11:2) ou três anos e meio (usando o calendário de 12 meses de 30 dias). Este período, metade de sete anos, normalmente descreve um período de tribulação e sofrimento. Seria um trabalho difícil, cheio de angústia (veja o significado de pano de saco abaixo), mas seria temporário.

Vestidas de pano de saco: Pano de saco é uma roupa de lamentação e angústia, sentimentos opostos à alegria, (Salmo 30:11; 35:13; 69:11; Ezequiel 27:31; Joel 1:8). Jacó se vestiu de pano de saco quando lamentou a suposta morte de seu filho José, o caçula da família antes de Benjamin, (Gênesis 37:34).

Quando o rei Acabe recebeu as notícias de sua casa, ele se lamentou em pano de saco, um gesto de angústia e humildade, (1 Reis 21:27-29). O Pano de Saco acompanha as acusações em várias outras instruções bíblicas, (Neemias 9:1-2; Jonas 3:6-8; Mateus 11:21; Lucas 10:13). Ezequias se vestiu de pano de saco quando buscou a libertação de Jerusalém diante da ameaça assíria, (2 Reis 19:1-3). O pano de saco das duas testemunhas sugere a mensagem difícil e a lamentação delas em pronunciar a mensagem do Senhor, uma mensagem que certamente condenava os perversos.

Apocalípse 11:4 diz: São estas as duas oliveiras e os dois candeeiros que se acham em pé diante do Senhor da terra. Esta linguagem nos lembra da visão de Zacarias 4. As duas oliveiras que alimentavam de azeite o candelabro são identificadas como “os dois ungidos, que assistem junto ao Senhor de toda a terra”, (4:14). No Velho Testamento, sacerdotes e reis foram ungidos, (Levítico 8:12,30; 1 Samuel 10:1; 16:1,13). No Novo Testamento, os cristãos são o “reino e sacerdotes para o seu Deus e Pai”, (1:6), o “sacerdócio real”, a nação Santa, (1 Pedro 2:9). Apoiando a interpretação das duas testemunhas como a igreja é a expressão acrescentada aqui, “os dois candeeiros”. No Apocalipse, os candeeiros representam as roupas, (1:20). Os candeeiros no templo sempre ficavam acesos diante de Deus, como os cristãos brilharam diante do Senhor como a luz do mundo, (Mateus 5:14-16; Efésios 5:8;1 Tessalonicenses 5:5).

Apocalípse 11:5 diz: Se alguém pretende causar-lhes dano, sai fogo da sua boca e devora os inimigos; sim, se alguém pretender causar-lhes dano, certamente, deverá morrer.

Se alguém pretende causar-lhes dano: Agora entram os perseguidores, aqueles que desejam causar danos aos servos de Deus.

Sai fogo da sua boca e devora os inimigos: É uma visão num livro que emprega uma grande variedade de símbolos. O fogo da boca das testemunhas não é literal, mas representa o poder dos servos de Deus de persistir no seu trabalho, apesar da oposição dos inimigos. A figura nos lembra de vários profetas do Velho Testamento. Moisés e Arão enfrentaram seus adversários no Egito com uma série de declarações devastadoras (Êxodo 7-12). Quando Acazias, rei de Israel, tentou prender Elias, fogo desceu do céu e consumiu os soldados do rei, (2 Reis 1:1-14). Os servos de Nabucodonosor que tentaram matar os amigos de Daniel foram consumidos pelo fogo da fornalha, (Daniel 3:19-22). Deus está com as duas testemunhas e a eles darão a vitória. Os adversários deverão morrer. Sabemos que a perseguição começou um pouco depois do início da igreja. Alguns foram discípulos presos, e alguns morreram (Estêvão, Atos 7; Tiago, Atos 12). Mas o trabalho de divulgação do evangelho continuou praticamente sem empecilho, e a palavra de Deus circulou pelo mundo inteiro nas primeiras três décadas, (Colossenses 1:23).

Apocalípse 11:6. Elas têm autoridade para fechar o céu, para que não chova durante os dias em que profetizarem. Tem autoridade também sobre as águas, para convertê-las em sangue, bem como para ferir a terra com toda sorte de flagelos, tantas vezes quantas quiserem.

Elas têm autoridade para fechar o céu: Como fez Elias durante o reinado de Acabe, (1 Reis 17:1; Tiago 5:17-18).

Têm autoridade também sobre as águas, para convertê-las em sangue, bem como para ferir a terra com toda sorte de flagelos: Como fez Moisés e Arão no Egito, (Êxodo 7.12).

Deus equipa seus servos com poder para vencer os inimigos. Deus agiu durante o ministério dos apóstolos através de milagres que descobriram o poder divino e confundiram os inimigos, (Atos 5:17-21; 12:6-24; 16:23-26; 19:13-17). Paulo enfrentou um inimigo chamado Elimas, o qual ao desafiar Paulo ficou cego. Ele era um “inimigo de toda a justiça”, (Atos 13:9-11) e expulsou o espírito adivinhador da jovem em Filipos, (Atos 16 :16-18).

O período apostólico foi caracterizado pelo crescimento do evangelho: “Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus”, (Atos 4:33). “Crescia a palavra de Deus”, (Atos 6:7) e “Assim, a palavra do Senhor cresceu e prevaleceu poderosamente”, (Atos 19:20). O maior poder dado aos discípulos vem da própria palavra pregada. O evangelho “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que nEle crêr”, (Romanos 1:16). As armas espirituais são “poderosas em Deus, para destruir fortalezas e todos os altivos que se levantam contra o conhecimento de Deus, perecerão”, (2 Coríntios 10: 3-6). A palavra de Deus é “a espada do Espírito”, usada “contra as forças espirituais da maldade nos ares celestiais”, (Hebreus 4:12), é  “mais cortante do que qualquer espada alguma de dois gumes”, (Efésios 6:10-17).

Apocalípse 11:7 diz: Quando tiverem então de concluir o testemunho que devem dar, a besta que surge do abismo pelejará contra eles, e as vencerá, e matará.

Algumas dessas pessoas aceitaram as vitórias que vêm pelo descendente de Abraão e, assim, fazem parte da multidão de adoradores diante do trono. Outras seguem a meretriz e se regozijam com as vitórias passageiras sobre os servos do Senhor. Muitos (mas não todos Ap. 7:9) dentre os povos olham para os corpos dos servos mortos.

Por três dias e meio: Não há dúvida. Estão mortos. Os corpos já estariam com a sensação de mal cheiro. Mas há mais coisas  aqui: Três dias e meio, representam a metade de sete dias da semana de anos do profeta Daniel, a septuagésima semana foi falada a Daniel por um anjo:

O anjo falou que 70 semanas estavam decretadas para acabar com o pecado e a transgressão, tirar a culpa, estabelecer justiça, cumprir toda visão e profecia e ungir o santíssimo (Daniel 9:24).

As 70 semanas seriam divididas em:

7 semanas – começando a partir da ordem para reconstruir Jerusalém – Daniel 9:25.

62 semanas – o Ungido (que em hebraico é Messias) viria e seria morto no fim desse tempo, depois Jerusalém seria destruída e haveriam muitas guerras – Daniel 9:26.

1 semana, a última, a septuagésima: nessa semana o “governante que virá” fará uma aliança com os israelitas mas o quebrará no meio da semana, acabará com os sacrifícios e colocará o “sacrilégio terrível” no templo, Daniel 9:27. Novamente representa um período curto, um tempo de angústia para os justos que sofrem duras perseguições. Mas, a “vitória” da besta não dura muito tempo. Somente as pessoas com miopia espiritual serão enganadas por esta falsa vitória.

E não permite que esses cadáveres sejam sepultados: Os ímpios querem o lucro máximo desta “aparente vitória” sobre os servos de Deus. Deixar os corpos expostos para mostrar o seu poder sobre os justos. O que eles não entendem, ainda, é que a morte não é o fim para os servos de Deus. Os vencedores não sofrem e não sofrerão o “dano da segunda morte”, (2:11). Também não entende como o orgulho da festa desta falsa vitória ajudará a salientar a vitória verdadeira dos servos do Senhor. O que acontecerá nos versículos 11 e 12 será visível a todos.

Apocalípse 11:7. Quando o tempo de seu testemunho que foi ordenado por Deus chegar ao fim, eles serão mortos. Isso também aconteceu com o Senhor Jesus, que foi liberto somente quando chegou a Sua hora, nem uma hora antes. Eles serão mortos pela besta. No capítulo 13 você estará mais informado sobre a besta.
Pode parecer estranho que a besta faça guerra com dois homens, mas há mais exemplos de que um exército foi enviado para levar um único homem cativo. Você vê isso, por exemplo, com Elias que várias vezes foi atacado por um pequeno exército (2 Reis 1:8-14), com Eliseu em Dotã, (2 Reis 6:11-14) e ainda mais com o Senhor Jesus no Getsêmani, (Mateus 26:47). As testemunhas mostraram seu poder e isso deixa claro para a besta que ele está enfrentando pessoas muito perigosas.
Ap. 11:8. Quando as duas testemunhas forem mortas, seus cadáveres jazerão “na rua da grande cidade”. Do acréscimo “onde também o seu Senhor foi crucificado” fica claro que se trata de Jerusalém. Mas esse nome não é mencionado. Os nomes mencionados indicam a decadência espiritual da cidade, onde a cidade declinou espiritualmente. Tornou-se como Sodoma e Egito. Jerusalém é ‘Sodoma’ por causa de sua corrupção e ‘Egito’ por causa de sua opressão ao povo de Deus. Toda essa maldade mostrou seu auge na crucificação do Senhor Jesus.

As duas testemunhas são mortas, depois de terem prestado seu testemunho, no mesmo lugar onde seu Senhor havia prestado Seu testemunho e foi morto. Eles sofrem, porém o Seu destino será o de pregar para todos os povos, mas principalmente para os judeus, e as duas testemunhas participam desta pregação e deste sofrimento.

Apocalípse 11.9,10 - Povos, e tribos, línguas, e nações são aqueles para quem o testemunho do evangelho deve continuar até à consumação dos séculos, (Mt 28.19,20). Os que habitam na terra são aqueles sobre quem o juízo de Deus recairá, (Ap 6.10; 8.13). Estar morto por três dias e meio lembra os três anos e meio finais da grande tribulação (v.3). A morte das duas testemunhas (v.7) iniciará uma celebração global entre os infiéis que odiaram a mensagem verdadeira delas.

Pessoas de todas as nações, judeus e gentios, irão “regozijar-se” com seus cadáveres e recusar-lhes a dignidade do enterro. Ter seu corpo morto à vista de todos era a pior humilhação que uma pessoa poderia sofrer de seus inimigos, (Sl 79:3-4). Além disso, o mundo pagão celebrará a destruição das testemunhas e a vitória sobre elas por meio da troca de presentes, um costume comum no Oriente Próximo, (Ne 8:10, 12; Et 9:19,22). Assim, a besta silenciará o testemunho da igreja para alegria do mundo que adora a besta. O tempo de seu silêncio corresponde em dias ao tempo de seu testemunho em anos. Denota apenas um breve período de triunfo para a besta.

Apocalipse 11:11-12 - As testemunhas agora experimentam uma ressurreição e uma ascensão ao céu após sua morte de três dias e meio. Em relação a esta passagem intrigante, é geralmente aceito que a visão de Ezequiel da restauração dos ossos secos estava na mente de João, (Ezequiel 37:5, 10-12). Assim como as interpretações da visão de Ezequiel variam, as interpretações dos vv. 11-12 de Apocalipse 11 também variam.

Alguns sustentam que a visão dos ossos secos se refere à vivificação espiritual da nação de Israel Ezequiel, 2:12). Outros, seguindo a interpretação rabínica e certos pais da igreja, entendem que as descrições se referem à ressurreição física dos mortos. Se as duas testemunhas representam o testemunho da igreja, então a ressurreição física e a ascensão podem estar em mente.

A convocação “subi aqui” seguida de “eles subiram ao céu em uma nuvem” talvez aponte para o Arrebatamento da igreja, 1 Tessalonicenses 4:16-17.

Por outro lado, João no livro de Apocalipse pode estar usando a figura da ressurreição física para representar a vitória da igreja sobre o golpe mortal da besta. Em Romanos 11:15, Paulo usa a figura da ressurreição simbolicamente para descrever um grande reavivamento espiritual entre os judeus em um dia futuro. Aqui em Apocalipse 11:12 a referência à “nuvem” pode ser significativa. A “nuvem” retrata o poder divino, presença e glória; e, no entanto, este é o único exemplo no livro em que figuras estritamente humanas são associadas a uma nuvem. Isso deve ser significativo. As duas testemunhas participam da ressurreição de Cristo. A nuvem é um sinal da aceitação do céu de sua carreira terrena. Até seus inimigos os veem, como verão a Cristo quando ele voltar com as nuvens, (1:7). Os eventos da volta de Cristo e a ascensão das testemunhas parecem ser simultâneos. Assim, nas duas testemunhas, João simbolizou o modelo de todos os verdadeiros profetas, tomando como pista central a história da aparição de Jesus em Jerusalém e descrevendo a vocação comum de aparecer na Cidade Santa, (ou no templo) de tal maneira que a reação a seu trabalho separaria os adoradores de Deus dos incrédulos em linguagem extraída das histórias de muitos profetas.

Apocalípse 11.11 – Fala do espírito de vida, vindo de Deus, e lembra a profecia do vale dos ossos secos de Ez.37.  Uma ressurreição pública assim poderia causar um grande temor por todo o mundo se fosse transmitido com a ajuda da tecnologia moderna de satélites. A sequência completa dos acontecimentos servirá para lembrar Israel da missão de Jesus Cristo, Sua morte, ressurreição e ascensão.

Apocalípse 11.12 diz “Subi cá” é a mesma ordem dada a João em Apocalipse 4.1. Subiram ao céu em uma nuvem, lembra a descrição da ascensão de Cristo, (At 1.9) e o ensino de Paulo sobre o arrebatamento, em 1 Tessalonicenses 4.17. Alguns estudiosos acreditam que o arrebatamento da Igreja acontecerá nesse momento. Mas é difícil conciliar essa descrição de morte e ressurreição, (At 11.9-11) com o recolhimento dos crentes vivos, (quer dizer, o arrebatamento da igreja.

Apocalípse 11.13 -  E naquela mesma hora. Logo após as duas testemunhas ascenderem ao céu, um grande terremoto (Ap 6.12) destruirá a décima parte da cidade, resultando em sete mil mortes. Aqueles que sobreviverem ficarão apavorados e glorificarão a Deus.

O terremoto é mais um sinal de Deus da vindicação de seus servos ( 6:12). Mas, ao contrário do terremoto sob o sexto selo, este produz o que parece ser arrependimento: “Os sobreviventes, deram glória ao Deus do céu”. A resposta oposta em 16:9 diz, “recusaram arrepender-se e glorificá-lo”, e parece confirmar que 11:13 fala de arrependimento genuíno. ( 14:7; 15:4).

Embora alguém entenda todo o capítulo como uma referência à conversão dos judeus, uma vez que a morte, ressurreição e ascensão das duas testemunhas tem um alcance mundial, (vv. 9-10), podemos inferir que o terremoto também simboliza um evento mundial. O versículo 13 mostra que mesmo em meio ao julgamento, Deus está ativo no mundo para salvar aqueles que se arrependerem. Se existe tal esperança no tempo terrível do julgamento final, quanto mais agora. Deus não abandonou a raça humana, independentemente das ondas recorrentes de incredulidade. Nem nós deveríamos abandonar os nossos familiares jogando-os ao léu.

Apocalípse 11.14 O segundo ái inclui a sexta trombeta (Ap 9.12-21) e um segundo interlúdio, (Ap 10.1—11.13). O terceiro ái, ao que tudo indica, é a sétima trombeta (v.15-19), pois é dito que cedo virá e, como Apocalipse 8.13, relacionados aos áis, aos três últimos sopros de trombeta. O último ai pode estender-se, já que a palavra ai aparece novamente em Apocalipse 12.12.

Todos os eventos de Apocalípse 9:13 a 11:14 caem sob a sexta trombeta e são chamados de segundo ai (ver comentários sobre 8:13 e 9:12). Uma vez que há mais julgamentos (ais) mencionados neste capítulo, é natural ver ao soar da sétima trombeta (vv. 15-19) o terceiro ai ocorrendo. Sua natureza é descrita nos julgamentos da tigela (16:11ss.). Aparentemente, o terceiro ai virá sem demora. De fato, a sétima trombeta (v. 15) nos leva às cenas finais do mistério revelador de Deus, (10:7).

Apocalípse 11.15 diz que o Senhor Jesus reinará para todo o sempre, (Ap 6.12-17; 19.11-21). A sétima trombeta soa e no céu altas vozes proclamam o triunfo final de Deus e de Cristo sobre o mundo. O tema é o reino de Deus e de Cristo, um reino eterno em sua duração. O reino é certamente o tema principal de todo o livro do Apocalipse, (1:6, 9; 5:10; 11:17; 12:10; 19:6; 20:4; 22:5). Este reino envolve o reino milenar e sua mistura no reino eterno, (caps. 20-22). A descrição sugere a transferência do império mundial, outrora dominado por um poder usurpador, que agora finalmente passou para as mãos de seu verdadeiro dono e rei, o Senhor Jesus, o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Os governantes atuais são Satanás, a besta e o falso profeta. O anúncio do reinado do rei ocorre aqui, mas a quebra final do domínio dos inimigos sobre o mundo não ocorre até o retorno de Cristo, no final da grande tribulação. (19:11ss).

Apocalípse 11.16-18 Os vinte e quatro anciãos foram previamente vistos adorando a Deus, (Ap 4-10,11) e ao Senhor Jesus (Ap 5.8-10) continuamente. Aqui, a ação de graças deles ao Senhor Deus todo-poderoso entra em uma nova fase: eles glorificam o poder e a ira de Deus e a correspondente distribuição de galardão e juízo. Essas ações de graças parece refletir no cumprimento da grande profecia messiânica no Salmo 2.

Apocalípse 11.17 “Reinaste” pode referir-se a um governante atual no céu, ou ao fato de Cristo já ter vindo à terra para subjugar as nações (v.18) a essa altura. Também é possível que o tempo verbal no passado aluda à certeza de um acontecimento futuro tão certo quanto outros planos de Deus cumpridos para o mundo. Por exemplo, em Romanos 8.30, é dito que o crente é justificado e já está glorificado, (tempo passado), embora a glorificação de fato acontecerá mais tarde, quando o Cristão entrar na presença de Jesus, com um corpo incorruptível.

Apocalípse 11.18 diz: Veio a tua ira (Ap 6.16,17). A ira de Satanás também será vista em Apocalipse 12.12, mas a ira divina não pode ser rivalizada, (Ap 14-19). O tempo dos mortos inclui a entrega dos galardões ao povo de Deus, Seus profetas, servos e santos (2 Co 5.10), e o pronunciamento do castigo eterno das nações infiéis, (Mt 25.46). Isso é pelo que os mártires oraram em Apocalipse 6.10; não está terminado até Apocalipse 20.12-15. Aqueles que temem o nome de Deus são os que responderam com fé ao evangelho eterno (Ap 14.6,7), possivelmente incluindo os que temeram e glorificaram a Deus no versículo 13.

Esta passagem contém uma sinopse dos capítulos restantes do Apocalipse. As nações opostas a Deus e incitadas pela fúria do dragão (12:12) trouxeram ira sobre o povo de Deus, (Sl 2:1-3). Por isso, Deus trouxe sua ira sobre as nações (14:7; 16:1ss.; 18:20; 19:19b; 20:11-15). Chegou a hora (kairos, “temporada”) para mais três eventos: o julgamento dos mortos (20:11-15); a recompensa final dos justos, (21:1-4; 22:3-5); e a destruição final dos destruidores da terra (Babilônia, a besta, o falso profeta e o dragão), (19:2, 11; 20:10).

Em Apocalipse há três grupos de pessoas que recebem recompensas: (1) os “servos de Deus, os profetas”, (Apocalípse 18:20; 22:9); (2) os “santos” (talvez os mártires; Apocalípse 5:8; 8:3-4; 13:7, 10; 16:6; 18:20, 24; e ou  simplesmente crentes em todas as épocas, Apocalípse 19 :8; 20:9); e ou também (3) “aqueles que reverenciam o nome de Deus”, (Apocalípse 14:7; 15:4).

Seja qual for a forma como esses grupos são indicados, é importante observar que em Apocalípse os profetas são especialmente destacados,  (Apocalípse 16:6; 18:20, 24; 22:6, 9).

Apocalipse 11.19 - O templo de Deus, nesse caso, não é o mesmo dos versículos 1 e 2. Aquele templo terreno tinha um átrio externo dado às nações (v.2); este templo está no céu. Uma arca do concerto é citada aqui, embora a arca do concerto feita por Moisés, ao que tudo indica, foi destruída pelos babilônios quando eles saquearam e queimaram o templo em Jerusalém, (2 Cr 36.18,19). A arca representava a presença, liderança e proteção de Deus sobre Israel no deserto, (Nm 10.33-36) e na Terra Prometida, (Js 3.3,15-17). Aqui, a arca pode representar bênçãos parecidas relacionadas ao novo concerto e à volta de Cristo, (Hb 9.1,4,11,23-28).

Pode também antecipar a proteção divina à mulher que deu à luz o Messias no deserto em Apocalipse 12.5, 6, 14. Relâmpagos e trovões provinham do trono de Deus no céu (Ap 4.5) e foram lançados sobre a terra no início do juízo anunciado pelas trombetas, (Ap 8.5), juntamente com terremotos, (v.5) e a saraiva, (v.7).

João vê a arca da aliança de Deus. No AT, a arca da aliança era o baú que Deus instruiu Moisés a fazer e colocar dentro da sala mais sagrada do santuário do tabernáculo, (Êxodo 25:10-22). Ele foi instruído a colocar na arca as duas tabelas da lei, o Decálogo, a base documental da aliança redentora de Deus com Israel, (Êxodo 34:28-29). Presume-se ( ou seja não tem como provar) que a arca foi destruída quando Nabucodonosor queimou o templo em 586 a.C.

Uma lenda judaica indicava que Jeremias escondeu a arca em uma caverna no Monte Sinai até a restauração final de Israel. Não há razão, entretanto, para acreditar que João esteja aludindo a essa tradição judaica, visto que ele está se referindo claramente a um templo e uma arca nos céus e que simbolizam a nova aliança estabelecida pela morte de Cristo. Como o caminho para o santuário foi barrado sob a antiga aliança para todos, exceto o sumo sacerdote, agora o acesso total e imediato para todos, bem como uma redenção perfeita, foi garantido pela morte de Cristo na cruz do calvário. (Hb 9:11-12; 10: 19-22).

O reino de Deus é visto retrospectivamente como tendo chegado plenamente. No entanto, sua vinda será e é confirmada nos capítulos 20 a 22. Prospectivamente, essa visão da arca da aliança também nos prepara para os capítulos seguintes, que tratam da fidelidade de Deus ao seu povo da aliança. Assim como a arca da aliança era o sinal para o Israel do amor leal de Deus durante suas jornadas e batalhas no deserto, então este sinal da nova aliança assegurará aos seguidores de Cristo seu amor leal por meio de sua provação severa e do ataque da besta. “Relâmpagos, estrondos, trovões” chamam nossa atenção para a presença de Deus e vindicação de seu povo, (Apocalípse 6:12;8:5).
Apocalípse 11:9-19 temos o anúncio da sétima trombeta.

Apocalipse 11:9. Agora as duas testemunhas são mortas. O desempenho ‘bem-sucedido’ da besta é mostrado para o mundo inteiro. Os cadáveres são mostrados ao mundo através dos meios de comunicação mais avançados possíveis, televisão e conexão via satélite pelas grandes multidões reunidas de jornalistas. Hoje você pode imaginar bem como esta notícia será divulgada em todo o mundo, enquanto também são mostradas imagens dos ‘inimigos’ derrotados. Na verdade, os meios de comunicação de massa desempenham um papel importante na formação do pensamento humano. Como alguém disse: hoje você vê crescer uma geração que não é criada pelos pais, mas pela mídia.

Os cadáveres desses ‘inimigos’ não são dignos de um funeral. Aquele que deseja que eles, (as duas testemunhas), sejam enterrados não terá permissão para isso. (Sl 79:1-3). Os cadáveres permanecem deitados como um troféu de vitória, uma lembrança da vitória que a besta conquistou e uma prova de seu poder. Isso tudo serve para a glória do ditador que ‘resgatou’ o mundo dessas pessoas. Este também é um aviso de que este é o destino de todos que resistem à besta.

Apocalipse 11:10. Quando este testemunho tão irritante da morte das duas testemunhas chegar ao fim, a população mundial terá uma festa como em uma euforia de vitória. Para celebrar a vitória, eles enviarão presentes uns aos outros, (Ester 9:19; Ester 9:22). Eles vão se felicitar pela morte desses profetas miseráveis que os torturaram tanto. Eles não se abriram para a mensagem de Deus que foi proclamada por eles. A tortura que lhes foi feita não os levou a buscar a Deus, que era o propósito de Deus com Suas duas testemunhas.

Não apenas a massa incrédula em Israel encontrará alegria em sua morte. Como os judeus e os gentios juntos rejeitaram o Senhor Jesus, aqui também o mundo inteiro participa da alegria demoníaca dos judeus apóstatas pela morte das testemunhas do Senhor.
Apocalipse 11:11 - Sua alegria, entretanto, será de curta duração. Depois de três dias e meio, eles verão algo que os deixará com muito medo. As testemunhas ficarão de pé! Isso é causado pelo “sopro de vida de Deus” que “entrou neles”. Mas os espectadores não fazem ideia disso. Assim como o mundo foi testemunha de sua morte, eles também são testemunhas de sua ressurreição. Dessa forma, eles devem reconhecer que Deus é mais forte que os seus inimigos.

Apocalipse 11:12 - Quando as duas testemunhas estiverem de pé, elas recebem a ordem do céu para subir. O testemunho de sua vida, morte e ressurreição acabou. Eles agora são chamados para subir ao céu. Daquela voz sai uma força tão grande que eles sobem ao céu numa nuvem. Parece que esta nuvem é o símbolo da presença de Deus. Deus os atrai à Sua presença. Eles O glorificaram e agora Ele os glorifica.

Todos os seus inimigos os “viram”. A ascensão do Senhor Jesus não foi vista pelos incrédulos nem o arrebatamento da igreja será visto pelos incrédulos. A ressurreição e a ascensão das duas testemunhas diferem disso. Eles não são apenas vistos, mas são “vistos pelo mundo inteiro”. Os espectadores estão assistindo a esses eventos, que eles descartaram como impossíveis, com total espanto. Eles não podem acreditar no que estão vendo. Mas, apesar do fato de que eles não podem negar e de que esses milagres estão acontecendo bem diante de seus olhos, isso não tem efeito em sua consciência para com Deus.

Apocalipse 11:13. Portanto, nada resta para eles além do julgamento. Depois que as duas testemunhas são levadas ao céu, segue-se “um grande terremoto”. Jerusalém é abalada por uma mão poderosa que faz com que seja destruída “uma décima parte de uma cidade” que custou a vida “de sete mil pessoas”. Na tradução holandesa da Bíblia está escrito “sete mil nomes de pessoas”. Isso significa que Deus conhece os nomes de todas as pessoas que foram mortas. Ele conhece os nomes daqueles que dobraram os joelhos diante da besta, assim como conhece os nomes dos sete mil que no tempo de Elias não dobraram os joelhos diante de Baal, (1 Reis 19:18). Deus não conta em números; Ele não se importa com estatísticas, mas se preocupa com as pessoas.

“Os demais”, aqueles que não foram atingidos pelo julgamento, ficam com medo. Eles também deram “glória ao Deus do céu”. Isso não significa que eles se arrependeram, mas que reconhecem a mão de Deus neste evento. Quando o Senhor Jesus esteve na terra e agiu misericordiosamente, Deus também foi honrado por isso pelo povo. Mas também não houve menção de um verdadeiro arrependimento. Você pode estar intelectualmente convencido de que Deus está em ação sem ser movido em seu coração e em sua consciência.

Apocalípse 11:14 - Com a passagem do “segundo ai”, o parêntese que vai do capítulo 10:1-11:13, acabou. Agora estamos prontos para a sétima e última trombeta de julgamento, também chamada de “terceiro ái”. As três últimas trombetas são chamadas de ‘ai’, porque são piores que as quatro primeiras. O primeiro ‘ai’ vem do abismo, (Apocalípse 9:1-12), o segundo ‘ai’ vem do rio Eufrates, (Apocalípse 9:13-21) e o terceiro ‘ai’ vem do céu, do Senhor, do próprio Senhor  Jesus.

Apocalípse11:15 - O toque da sétima trombeta realmente deixa claro que o reino está realmente muito próximo, mas ainda não chegou a hora de ser estabelecido. Ainda assim, a realidade do reino é tão próxima que o céu nos diz que chegou. Isso é o que as vozes clamam do céu. Mas, mais julgamentos ainda estão por vir. Esses são descritos nos capítulos 15 e 16. No entanto, esses julgamentos são de curta duração. Eles juntos formam a sétima trombeta.

O reino que é considerado como vindo é um reino indiviso que se estende por todo o mundo. Isso só é possível porque o Senhor e Seu Cristo assumirão todo o controle. Ele reinará com justiça e misericórdia. Uma vez que Ele reine, nunca terá fim, enquanto durar o sol, a lua e a terra, (Sl 72:5; Sl 72: 7; Sl 72:17). Aquele que “reinará para todo o sempre” é o Senhor Deus e Ele reina na Pessoa de Seu filho Jesus Cristo, o Filho do Homem, que é o próprio Deus. Nosso Senhor e Seu Cristo são uma e a mesma Pessoa e ainda duas Pessoas. Este é e continua sendo o milagre da eternidade.

Apocalípse 11:16 - Quando esta notícia impressionante soar, os vinte e quatro anciãos responderão. Através do Espírito eles entendem o que está acontecendo e o que acontecerá. Eles percebem a grandeza dos acontecimentos e percebem ainda mais a grandeza d’Aquele que faz todas essas coisas acontecerem. Portanto, eles não podem permanecer sentados em seus tronos, mas prostração e adorarão a Deus, (Apocalípse 4:10; Apocalípse 5:9).

Apocalípse 11:17 - Enquanto eles estão adorando, eles dão graças a Deus. Eles se dirigem a Ele com vários nomes. Eles O chamam primeiro de “Senhor”, que é Yahweh, o Deus da aliança. Ele faz o que Ele mesmo prometeu fazer. Eles também O chamam de “Deus Todo-Poderoso”. Isso é Deus em Seu poder criador, Quem como o Todo-Poderoso mantém e conduz em Seu objetivo e controle de tudo o que Ele criou.

Eles dizem ainda sobre Ele que Ele é Aquele “quem é e que era” e “Aquele que há de vir”. “Quem ‘é’ indica Sua existência eterna e Quem ‘era’ indica Sua relação com o passado”. “Quem está por vir” não é mais necessário mencionar, porque Ele é considerado aqui como já tendo vindo e que Ele vive e reina para sempre e o Seu reino é eterno.

Ele fez isso porque tomou Seu “grande poder”. Ele sempre teve esse grande poder, mas agora está intervindo com poder nos acontecimentos do mundo. E o que Ele tomou, absolutamente nunca permitirá que alguém tire de Suas mãos. Seu grande poder é a garantia disso.

Apocalipse 11:18. Os anciãos também falam sobre a ira de Deus. Eles fazem isso em relação à ira das nações, que é toda a raça humana. As nações sempre se rebelaram contra Deus nas eras passadas e se opuseram a Ele. Mas agora acabou com a ira deles, porque Deus acaba com isso em Sua ira. O jogo de palavras mostra quão sem sentido a ira do homem se opõe à ira do Deus Todo-Poderoso. Você também vê esses dois lados em Salmos 2 (Sl 2:1-6), onde há distinção entre o alvoroço das nações e como Deus responde a ele. A ira de Deus é mostrada ainda mais forte em resposta à ira dos homens contra Deus.

Com a vinda do reino chegou a hora de Deus julgar os mortos, embora esse julgamento só seja executado após o reino Milenial de Cristo, (Apocalipse 20:12). Mas chegou a hora de entregar a recompensa àqueles que foram fiéis. Essa recompensa é para aqueles que como verdadeiros “servos” em obediência a Deus e como verdadeiros “profetas” falaram Suas palavras àqueles a quem foram enviadas. Isso lhes rendeu rejeição e zombaria, mas agora eles recebem sua recompensa. Essa recompensa é dada na eternidade de paz com Jesus Cristo. (Apocalipse 22:12). Embora ainda não tenha chegado tão longe, pode-se dizer assim, porque o reino está nas mãos do Senhor Jesus e Ele conduzirá os seus fiéis por toda a eternidade.
Também “os santos”, aqueles que viveram separados por causa dEle em um mundo corrompido, agora receberão sua recompensa. Assim viveram por respeito ao Seu Nome e a cada um na medida da sua responsabilidade, que se expressa em “pequenos e grandes”.

Finalmente chegou também o tempo de Deus “para destruir os que destroem a terra”. As três bestas dos capítulos 12-13 (o dragão, a besta do mar e a besta da terra) e todos os seus seguidores são entendidos por isso. Esta é outra categoria além dos mortos que foram mencionados anteriormente neste versículo.
Desta forma, tudo o que sempre esteve no caminho é removido e são recompensados aqueles que viveram pela fé no Príncipe da paz e creram em Sua vinda.

Apocalipse 11:19. Com Apocalipse 11:19 começa um novo parêntese, que vai até o capítulo 15:4. Do capítulo 15:5 são descritos os julgamentos das sete taças. Entre parênteses, o Espírito Santo mostra a origem dos protagonistas dos capítulos 8-11. Aí você vê: o dragão (que é satanás) e a primeira besta e a segunda besta. Outros atores principais são: a mulher (Israel), o Filho (Cristo), Miguel e a grande prostituta Babilônia. No total, sete líderes passam.
O ponto de partida do parêntese é “o templo de Deus no céu” e “a arca da sua aliança”. O templo é a morada de Deus no meio do Seu povo. A arca da aliança nos lembra da fidelidade de Deus em relação ao Seu povo. É um forte contraste com o que está acontecendo no templo na terra. Esse templo é profanado de forma terrível pelo anticristo. Deus está profundamente descontente com o que está acontecendo na terra. Os “relâmpagos, e sons, e trovões, e um terremoto, e uma grande chuva de granizo”, expressam isso de maneira bem impressionante.

Agora vejamos Apocalipse 11:9-14 e analisemos o que diz este texto.

Quais semelhanças você vê entre as duas testemunhas e o Senhor Jesus? O que aprendemos com as duas testemunhas a respeito de seu próprio depoimento?

Em Apocalípse 11:9-14, lemos sobre a morte e ressurreição das duas testemunhas.

9. E homens de vários povos, e tribos, e línguas, e nações verão seu corpo morto por três dias e meio, e não permitirão que o seu corpo morto seja posto em sepulcros.

10. E os que habitam na terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão, e mandarão presentes uns aos outros; porquanto estes dois profetas tinham atormentado os que habitam sobre a terra.

11. E, depois daqueles três dias e meio, o espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles; e puseram-se sobre os pés, e caiu grande temor sobre os que os viram.

12. E ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: Subi cá. E subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram.

13. E naquela mesma hora houve um grande terremoto, e caiu a décima parte da cidade, e no terremoto foram mortos sete mil homens; e os demais ficaram muito atemorizados e deram glória ao Deus do céu.

14. É passado o segundo ai; eis que o terceiro ai cedo virá.

Apocalípse 11:10 é bem claro em nos informar que “os que habitam sobre a terra se alegraram por causa deles, realizaram festas e enviaram presentes uns aos outros, porquanto esses dois profetas atormentaram os que moram sobre a terra”.

Os que habitam sobre a terra se alegram por causa deles: Quando a besta mata os servos do Senhor, os ímpios fazem a festa. A prática de enviar presentes é uma maneira de expressar alegria em agradecimentos especiais, (Neemias 8:9-10). Aqui, os perversos fazem uma festa de vitória. Há uma verdadeira guerra, uma luta entre o bem e o mal, e os malfeitores se regozijam com qualquer vitória, mesmo de pouca duração, sobre o bem. Excepcionalmente, os ímpios acham que suas “vitórias” servem para libertar pessoas oprimidas por regras supérfluas de religiões ultrapassadas. Oferecem a liberdade para satisfazer qualquer desejo sexual, ou a liberdade para tirar a vida de crianças antes de elas nascerem, ou a liberdade para exigir o respeito de outros mesmos quando praticam coisas que desprezam os princípios da decência e da moralidade daqueles que seguem a Deus. Prometem liberdade, mas são escravos da corrupção, (2 Pedro 2:19).

Porquanto esses dois profetas atormentaram os que moram sobre a terra: Aqui revela o motivo do assassinato. Os dois profetas atormentaram os ímpios. Como? Eles pregaram a verdade. A palavra de Deus atormenta os malfeitores, tirando o sossego daqueles que recusam a se submeterem ao Senhor. Este é o lado amargo da pregação do evangelho. Por isso, os pregadores fiéis são odiados pelo mundo afora em todos os tempos e em todas as épocas, (Mateus 10:22). Paulo sofreu perseguições e avisou que os piedosos seriam perseguidos por homens perversos, (2 Timóteo 3:10-13).

Apocalípse 11:11 – Mas, depois dos três dias e meio, um espírito de vida, vindo da parte de Deus, neles penetraram, e eles se ergueram sobre os pés, e aqueles que os viram sobreveio grande medo;

Depois dos três dias e meio, um espírito de vida, vindo da parte de Deus: Foram três anos e meio de profecia e três dias e meio de falsa vitória dos ímpios antes da vitória real das testemunhas de Deus. O Senhor manda um espírito de vida, pois ele é a verdadeira e única fonte de vida. Um tema constante nas Escrituras é o contraste entre a vida e a morte, (Deuteronômio 30:15; Mateus 7:13-14; etc.). A vida é sempre ligada a Deus, e a morte sempre ligada ao pecado e a Satanás. A palavra vida aparece mais nos livros de João do que nos escritos de qualquer outro autor no Novo Testamento. João empregou esta palavra com um rico significado espiritual, a partir do prólogo de seu evangelho: “A vida estava nele e a vida era a luz dos homens”, ( João 1:4). A vida própria é uma qualidade divina: “Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concede ao Filho ter vida em si mesmo”, (João 5:26).

Jesus oferece a vida aos homens, dizendo: “Eu sou o pão da vida”, (João 6:48) e oferecendo a água viva, (João 4: 10-11), acrescenta: “Eu lhes dou a vida eterna”, (João 10:28) e “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá”, (João 11:25). Resumindo o seu papel essencial para a salvação dos homens, ele diz: “Eu Sou o Caminho, e a Verdade, e a Vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6). “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”, (João 17:3). Na sua primeira carta, João descreveu Jesus como o “Verbo da vida” ( 1 João 1:1) e o identifica como “a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada” (1 João 1:2). Sem o Pai e o Filho, a vida se torna impossível: “E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida não é seu Filho? Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida”. (5:11-12).

Paulo desenvolveu o mesmo tema em diversos comentários em suas cartas: “...a sua vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com Ele, em sua glória”, (Colossenses 3:3-4). Ele disse que Jesus “...não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, através do evangelho”. (2 Timóteo 1: 10).

A vida vem de Deus e neles penetrou, e eles se ergueram sobre os pés: O espírito de vida enviado por Deus ressuscitou a muitos como testemunhas vivas de que Ele, Jesus, é a vida. A vitória da besta e dos perversos acabou. Que conforto aos discípulos do Senhor na Ásia ou em outros lugares onde a ameaçavam matá-los. Poderiam até morrer, mas a morte não teria a vitória final sobre os fiéis. Eles são mais do que vencedores, (Apocalípse 2:11). Este versículo serve para encorajar os servos de Deus em qualquer época, enfrentando qualquer ameaça do inimigo. Podem sofrer; podem até morrer. Mas, no final, ficarão de pé, vitoriosos.

E naqueles que os viram, sobreveio grande medo: A festa acabou. A vitória dos ímpios não durou, foi falsa. Agora os perversos percebem que seu adversário é realmente invencível. Nem a morte segura os servos de Jesus. “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”, (1 Coríntios 15:55-58). Os perseguidores têm todo o motivo para sentir medo. Perderão, sofrerão a derrota iminente no final da grande tribulação.

Apocalípse 11:12 – e as duas testemunhas ouviram grande voz vinda do céu, dizendo-lhes: Subi para aqui. E subiram ao céu numa nuvem, e os seus inimigos as contemplaram.

As duas testemunhas ouviram grande voz vinda do céu, dizendo-lhes: Subi para aqui: Mais uma grande voz. As testemunhas ouviram esta voz, mas não sabemos se os adversários ouviram. A voz chamou os servos vitoriosos a subirem para o céu. Missão cumprida.

E subiram ao céu numa nuvem: Sobre o significado de nuvens, veja os comentários na lição 18 sobre 10:1. As testemunhas, depois de sua ressurreição, subiram como Jesus subiu (Atos 1:9). Na segunda vinda de Jesus, os fiéis subirão “entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares”. (1 Tessalonicenses 4:17).

E os seus inimigos as contemplaram: Que cena triste para os inimigos de Deus. As testemunhas, não contidas pela morte, agora algumas vezes. A besta que surgiu do abismo e parecia tão forte se mostra incapaz de vencer os servos de Deus. O resto do livro mostrará, com mais detalhes, esta certeza da vitória dos fiéis sobre seus oponentes impios. “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?”. (1 João 5:4-5).

Apocalípse 11.13 – Naquela hora, houve um grande terremoto, e ruiu a décima parte da cidade, e morreu, nesse terremoto, sete mil pessoas, ao passo que as outras viveram sobremodo aterrorizadas e deram à glória de Deus do céu.

Houve grande terremoto, e ruiu a décima parte da cidade, e morreu, nesse terremoto, sete mil pessoas: Já encontrei terremotos como símbolos do castigo divino. Este terremoto afetou uma décima parte da cidade e causou a morte de 7.000 pessoas. Como as primeiras trombetas, este castigo também não é final e total, mas a retirada das testemunhas de Deus traz consequências graves para a cidade mundana, a sociedade dos ímpios.

As outras ficaram sobremodo aterrorizadas e deram à glória de Deus do céu: Ficaram com medo, mas o texto não diz que se converteram. Nabucodonosor, olhando com a interpretação do seu sonho por Daniel, conheceu o Senhor como “o Deus dos deuses, e o Senhor dos reis”, (Daniel 2:47), mas ainda fez a sua imagem de ouro e elegância que os homens a adorassem (Daniel 3) e se exaltou ao ponto de ser humilhado por Deus, (Daniel 4). É possível dar glória a Deus sem se converter a Ele? Claro que não.

Antes de completar a série de sete trombetas, Deus frisou vários fatos importantes nas cenas do intervalo. Além dos pontos observados no capítulo 10:1-3 que diz:

1.  Deus identifica (mede) e protege o seu povo mas, ao mesmo tempo, 

2. Ele deixa os ímpios pisar, perseguir e até matar os seus servos. 

3. No final, os escolhidos terão a vitória e os perversos serão totalmente derrotados.

Depois se ouviu a sétima trombeta. Se as primeiras seis já foram reveladas ao poder de Deus por meio de castigos severos, podemos imaginar o que vem pela frente na sétima trombeta.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pastor Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.