AS DUAS TESTEMUNHAS DE APOCALÍPSE CAPÍTULO
ONZE.
Chamamos
esses dois seres enviados por Deus de “as duas testemunhas” e eles direcionam seu
ministério sobrenatural a Jerusalém e à nação de Israel, fornecendo um
testemunho especial do programa de juízo de Deus.
Mesmo
enfrentando forte oposição dos gentios e opressão por parte de Israel durante a
segunda parte da Tribulação, (Ap 11:2), Deus continuará oferecendo
oportunidades de arrependimento, e Sua soberania sobre a história e a natureza
humana será evidente durante todo o período da Tribulação.
Você
já ouviu falar das duas testemunhas mencionadas no livro do Apocalipse na
Bíblia? Elas são um mistério para muitos e geram muitas especulações. Mas quem
são essas testemunhas e qual é o seu propósito? Neste artigo, vamos explorar
essa passagem bíblica e tentar entender melhor quem são essas figuras enigmáticas.
Deus
protegerá as duas testemunhas daqueles que tentarem prejudicá-las antes que sua
missão esteja concluída.
Apocalipse
11:5-6 - registra os poderes milagrosos que as testemunhas terão e declara que
aqueles que tentarem prejudicá-las serão destruídos pelo fogo, assim como Elias
fez descer fogo do céu em duas ocasiões quando soldados tentaram aprisioná-lo,
(2 Reis 1). De maneira similar, os idólatras e inimigos de Moisés foram
destruídos pelo fogo. (Nm 16:35).
A
morte e ressurreição sobrenatural das duas testemunhas.
De
acordo com um decreto divino, o ministério das duas testemunhas do Apocalípse,
terá a duração de 1260 dias. Durante três anos e meio, elas ministrarão em
Jerusalém, conhecida como a “grande cidade, onde o seu Senhor também foi
crucificado”, (Apocalipse 11:8), sem sofrerem qualquer mal.
No
final deste período, Deus removerá sua proteção especial e a Besta as matará.
Ela “fará guerra” contra as duas testemunhas, (Apocalipse 11.7), uma expressão
que remete a Daniel 7:21 e prenuncia Apocalipse 13:7. Durante este período,
Jerusalém será semelhante, espiritualmente a Sodoma e ao Egito, indicando uma
completa degradação moral e espiritual, com total antagonismo em relação a Deus
e ao Seu povo.
Segundo
Apocalipse 11:9, os corpos das duas testemunhas não serão sepultados, ficarão
expostos pelas ruas de Jerusalém durante três dias e meio, como um espetáculo
para que todos possam vê-los. Este era um dos piores modos de desonrar um corpo
nos tempos bíblicos do Velho Testamento, (Salmo 79:2-3).
Haverá
regozijo mundial pela morte das duas testemunhas por parte dos “que habitam na
terra”, (Apocalipse 11:10), uma expressão apocalíptica para o mundo incrédulo, (Apocalipse
3:10; 6:10).
Os
profetas morrerão na mesma cidade onde morreu o seu Senhor e, como Ele, também
serão fisicamente ressuscitados e levados ao céu em uma nuvem, (Apocalipse
11:11-12; Atos 1:9), assim será com a Igreja quando for arrebatada. (1 Tessalonicenses 4.17).
A
ascensão das duas testemunhas será pública e vista por seus inimigos e
zombadores, (Apocalipse 11:12). Depois do arrebatamento das testemunhas, um
terremoto destruirá a décima parte de Jerusalém e matará 7.000 pessoas.
Depois
disso, os restantes se converterão a Deus com temor e arrependimento. O
arrependimento vem no final dos juízos das taças de Apocalípse capítulos 15 e
16 oferecendo encorajamento em meio ao maior horror do mundo.
Quem são as duas testemunhas no livro de
Apocalipse?
As duas testemunhas são dois enviados de
Deus que surgirão nos tempos do fim e farão grandes milagres. Elas
testemunharão de Deus e ninguém as poderá impedir, até que venha a besta. As
duas testemunhas incomodarão as nações da terra com sua mensagem.
Apocalípse 11:3 – Nos fala sobre duas testemunhas
que surgirão e profetizarão durante 1260 dias (cercas de três anos e meio),
vestidas de pano de saco, a roupa tradicional de lamento dos tempos da Bíblia
no Velho Testamento. Elas terão poder para enviar pragas, fazer parar de chover
e destruir seus inimigos.
Depois que tiverem terminado seu trabalho, a
besta do Apocalípse virá e matará as duas testemunhas. Seus corpos serão
expostos em praça pública em Jerusalém e as pessoas ficarão felizes, porque as
testemunhas tinham causado muito tormento, (Apocalipse 11:8-10). Mas depois de
três dias e meio Deus os fará viver novamente e todos ficarão
aterrorizados.
As duas testemunhas serão levadas para o céu
numa nuvem diante dos olhos de seus inimigos, (Apocalipse 11:11-12).
Um terremoto abalará a cidade e 7000 pessoas
morrerão. Os sobreviventes ficarão cheios de medo com esse acontecimento.
A pergunta continua: Quem são as duas
testemunhas? Quando surgirão?
A Bíblia não diz quem são as duas
testemunhas. Apenas diz o que vão fazer quando forem reveladas. Provavelmente
surgirão um pouco antes da besta, que as matará. Não sabemos quando isso será.
Esse é um mistério que ainda não foi revelado.
Pela descrição, parece que as duas
testemunhas são duas pessoas de carne e osso. Fazem sinais como os
profetas do Antigo Testamento e testemunham de Jesus (Apocalipse 11:6). Mas a
Bíblia não diz que são alguns dos profetas do Antigo Testamento que voltaram a
viver. A Bíblia diz que os mortos não voltam à terra.
Apocalipse 11:4 - Nos diz que as duas
testemunhas são duas oliveiras e dois candelabros que ficam diante do Senhor. O
azeite vem do fruto da oliveira e o candelabro representa a luz da presença de
Deus. As duas testemunhas serão duas pessoas ungidas por Deus para
testemunhar de Sua glória ao mundo. A oliveira também simboliza produtividade.
O ministério das duas testemunhas terá grande impacto, terá impacto mundial.
A comparação com oliveiras também tem
paralelo com a profecia de Zacarias 4:1-3. Nessa visão, o profeta Zacarias
viu duas oliveiras junto do candelabro do templo, fornecendo o azeite para
mantê-lo aceso. Quando Zacarias perguntou ao anjo o que a visão significava,
ele lhe contou que as oliveiras representavam dois homens escolhidos para
servir a Deus.
Zacarias 4:12-14 - Quando as duas testemunhas
aparecerem, seu ministério será conhecido no mundo inteiro. Como ainda não
apareceram duas pessoas famosas por lançar pragas e impedir de chover, as duas
testemunhas provavelmente ainda não foram enviadas, estas duas testemunhas só
virão no tempo da grande tribulação e falarão para Israel e para o mundo
inteiro, do grande amor de Deus para com Israel.
Alguns outros teólogos afirmam que as duas
testemunhas são dois profetas de Deus que são vistos em uma visão por João
na ilha de Patmos, e que aparecem durante o Segundo ai (a sexta trombeta) no
Livro do Apocalipse, (Apocalipse 11:1–14). As duas testemunhas são descritas em
um manuscrito do século XI que afirmam esta posição escatológica de serem dois
profetas de Deus, porém a Bíblia não diz quem são e nós não podemos afirmar que
é um ou outro que viveram e morreram ou daqueles que viveram e foram
trasladados, arrebatados vivos.
O Santuário e as Duas Testemunhas são
descritas em Apocalípse 11. (Apocalipse 11:1-13).
O intervalo entre as sexta e sétima
trombetas continua no capítulo 11 com mais duas cenas que mostram a proteção
divina para os fiéis. O povo é protegido, mas não totalmente. Ainda sofrerão as
agressões dos inimigos e podem até morrer, mas a vitória final pertence aos
santos de Deus.
A Ordem para Medir o Santuário. (11:1-2).
11:1 – Foi-me dado um caniço semelhante a uma
vara, e também me foi dito: Dispõe-te e mede os santuários de Deus, o seu altar
e os que nele adoram.
Foi-me dado um caniço semelhante a uma vara:
João continua, na sua revelação, a sua participação ativa, ganhando um caniço
para medir.
Dispõe-te e mede os santuários de Deus, o seu
altar e os que militam naquelas atividades: O relato de João aqui não oferece
detalhes, mas nos lembra da medição do templo em Ezequiel 40-42. Observemos a
importância das mensagens dos profetas em relação ao cumprimento do mistério de
Deus, notando que o contexto de Ezequiel 37-39 mostra o domínio do Messias
sobre as nações. Em Ezequiel 40-42, o profeta assiste enquanto um homem mede o
templo. A visão de Ezequiel mostra o povo de Deus restaurado na glória e sob a
proteção de Deus, e que volta ao templo no capítulo 43.
Zacarias 2:1-5 apresenta outra visão de
medição, desta vez em Jerusalém. Como nos relatos do Apocalipse, o
propósito da visão de Zacarias é garantir a fidelidade da proteção
divina: “Pois eu lhe serei, diz o Senhor, um muro de fogo em redor e eu
mesmo serei, no meio dela, a sua glória”. (Zacarias 2:5).
Ao ouvir a ordem para medir o santuário, João
e seus leitores, sem dúvida, lembrariam dessas passagens proféticas e do
consolo que oferecem aos servos do Senhor.
O santuário de Deus, no Novo Testamento, é o
povo do Senhor. Num texto que fala sobre a edificação da igreja, Paulo diz que
os discípulos de Cristo são os santuários de Deus, (1 Coríntios 3:16-17; 2
Coríntios 6:16). A família de Deus, edificada sobre a pedra angular, é
o “santuário dedicado ao Senhor”, (Efésios 2:19-22). O templo não é
um edifício feito com as mãos, e sim uma casa espiritual, (1 Timóteo 3:15).
Esta casa espiritual é feita de pedras que vivem, (1 Pedro 2:5-6).
João tirou toda e qualquer dúvida sobre o
significado do santuário quando diz que a medição incluiria “os que
militam naqueles ofícios”, que são os oficiais do templo. Não se trata de medir
uma estrutura física. Este templo é composto por adoradores, pessoas, os
verdadeiros sacerdotes de Deus que adoram dentro do templo.
Apocalípse 11:2 diz: mas deixa de parte o
átrio exterior dos santuários e não o meças, porque foi ele dado aos gentios;
estes, por quarenta e dois meses, calcarão (esmagarão) aos pés a cidade santa.
A recomendação é “Deixa de parte o átrio
exterior,) porque foi ele dado aos gentios: A ordem para medir não somente
oferece consolo, fala também de santificação. Os adoradores dentro dos
santuários são separados dos gentios no átrio. A palavra traduzida “gentios”
aparece 22 vezes no Apocalipse, normalmente traduzida para “nações” ou
“povos”. Várias vezes, refere-se aos gentios na carne ou às nações em geral, como
pessoas que ouvem o evangelho e recebem a oportunidade de serem salvas, (5:9;
7:9; 14:6; 21:24-26; 22: 2).
Da mesma forma que palavras
como judeu, circuncisão e Israel, no Novo Testamento, passa
a identificar os servos do Senhor Jesus, (Romanos 2:28-29), a
palavra gentios também refere-se aos ímpios.
Os ímpios são as nações seduzidas por Satanás,
através do Anticristo, para pelejarem contra o povo de Deus, (20:7-9). São as
mesmas que impedem o sepultamento das duas testemunhas, (11:9-10) e que se
enfurecem contra os servos de Deus, (11:18). As nações apoiam a meretriz,
Babilônia, (Ap.17:15), são seduzidas pela feitiçaria dela, (Ap.18:23) e se
prostituem com ela, (Ap.18:3). Jesus, porém, domina as nações com o Seu cetro
de ferro, (Ap.12:5; Ap.19:15). Os vencedores participam do reinado dEle sobre
os povos, (Ap. 2:26-27; 20:4,6, 1 Pedro 2:12), mas não andamos como eles
andam, (Efésios 4:17; 1 Pedro 4:3). Neste sentido, a palavra gentios ou nações,
em algumas das alusões bíblicas diz, “no meio dos gentios”, às vezes,
representa os que não conhecem a Deus, (1 Tessalonicenses 4:5; 3 João 7).
Os 1.260 dias são os quarenta e dois meses.
Este período sempre representa um tempo relativamente breve de tribulação ou
sofrimento. É o mesmo período de “tempo, tempos e a metade de um tempo”, (12:14;
Daniel 7:25), de 1.260 dias (11: 3; 12:6) ou de “três anos e seis
meses” (Tiago 5:17). É a metade de sete anos, que representaria um período
completo da primeira fase da grande tribulação, que será de aparente paz no
mundo, mas principalmente para Israel.
O que significa “calcarão aos pés a cidade
santa”? Há diversas interpretações e implicações deste tema sobre a cidade
santa.
Os pré-tribulacionistas geralmente explicam
que a cidade santa é a Jerusalém terrestre e que o templo de Salomão, o
terceiro templo, será reconstruído naquela cidade para o cumprimento desta
profecia. Na segunda fase da grande tribulação, que são os últimos três anos e
meio, aí sim, haverá uma ardente destruição de Jerusalém pelo Anticristo e seus
confederados na maior batalha já vista na terra, chamada de “Batalha do
Armagedom”.
Muitos enfrentam inúmeras dificuldades com
esta interpretação, que descartou totalmente os limites de tempo encontrados do
começo ao fim do Apocalipse, já que, às vezes, confundem o final da grande
tribulação com o final dos tempos quando haverá a criação dos novos céus e da
nova terra quando veremos a nova Jerusalém, a Jerusalém celestial.
Outros acreditam que
o Apocalipse foi escrito antes de 70 d.C. e que fala da destruição do
templo e da cidade de Jerusalém pelos romanos. Citam Lucas 21:24, onde Jesus
usou linguagem semelhante para falar sobre a destruição de Jerusalém. Uma vez
que entende ser a cidade literal, procure uma explicação literal do tempo de 42
meses. Aqui a situação se complica, especificamente cita a duração da guerra
entre os romanos e os judeus, dizendo que Nero invejou Vespasiano no início de
67, (fevereiro? – sempre há dúvidas sobre estes dados) para vencer os judeus
rebeldes e que o período de 42 meses termina com a destruição da cidade de
Jerusalém em setembro de 70. Mas o exército romano não entrou em Jerusalém em
67. Vespasiano começou na direção de Jerusalém em 68, mas desistiu devido à
morte de Nero. Tito cercou Jerusalém nos primeiros meses de 70, invadiu os
muros por volta de abril ou maio, e destruiu a cidade em setembro. Assim, para
dizer literalmente que calcaram aos pés a cidade literal de Jerusalém por 42
meses exige algumas explicações mais complicadas. Para defender esta posição é
necessário, também, manter uma data para o Apocalipse antes de 70 d.C., contra
outras evidências que ainda não foram encontradas.
O que é a cidade santa? Consideramos como
evidências bíblicas as expressões “cidade santa” ou “santa cidade”, em si,
aparecem onze vezes na Bíblia. Neemias 11:1 e 18 identificam a cidade física de
Jerusalém. Daniel chamou Jerusalém de “santa cidade” (9:24). Isaías repreende o
povo de Israel que profanaram o nome da “santa cidade” (48:2). Mais tarde ele
fala de Jerusalém e a chama de “a cidade santa”, (52:1). Lendo o
capítulo todo, percebemos a ênfase na restauração espiritual do reino de Cristo
sobre seu povo, da salvação que vem pela pregação do evangelho. Mateus usa esta
expressão duas vezes (4:5; 27:53) para identificar a cidade literal de
Jerusalém. As outras ocorrências se encontram no Apocalipse, aqui em Ap.11:3, e
algumas outras vezes no final do livro. Em Ap.21:2, 10 e 22:19, ele descreve
claramente o povo espiritual de Deus, a nova Jerusalém que desce do céu. Outras
expressões semelhantes ajudam a entender este sentido espiritual. Apocalipse
3:12 fala da presença eterna do vencedor no “santuário do meu Deus” e
na “cidade do meu Deus” Deus, a nova Jerusalém que desce do céu”. Paulo
disse que é a Jerusalém terrestre e não a “Jerusalém espiritual, que está
em escravidão com seus filhos”, (Gálatas 4: 25-26). O autor de Hebreus
disse: “Mas tendes chegados ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a
Jerusalém celestial e igreja dos primogênitos arrolados nos céus”. (Hebreus
12:22-23).
Entendendo este sentido da Jerusalém
espiritual e da Jerusalém celestial, como podemos entender os primeiros
versículos do capítulo 11?
João mede o santuário de Deus, mostrando a
intenção do Senhor de proteger o seu povo, mas ainda diz que a cidade santa
será pisada pelos gentios durante três anos e meio, que na verdade será a
segunda fase de três anos e meio do período de sete anos da grande tribulação.
O povo será protegido, Israel será perseguido por em todo este período. Israel
e Jerusalém será pisoteadas pelas nações dominadas pelo Anticristo matarão milhares e milhões de pessoas, os
corpos dos Judeus e dos que lutarão a seu favor serão esmagados, até que venha
o Seu Senhor. “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma”, (Mateus
10:28).
A igreja arrebatada estará com o Senhor Jesus
nos ares comemorando as bodas do Cordeiro no tribunal de Cristo que é um
tribunal para galardoar os vencedores fiéis que foram arrebatados e não
tribunal para condenar os arrebatados. A igreja do Senhor Jesus no tempo do
princípio das dores pode ser calcada aos pés pelos perseguidores, mas eles
nunca chegarão a destruir os santuários em si onde os sacerdotes adoram a Deus
em espírito e em verdade.
O Trabalho, a Morte e a Ressurreição das Duas
Testemunhas. ( Apocalípse 11:3-13)
11:3 – Darei às minhas duas testemunhas que
lutarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco. Darei às
minhas duas testemunhas que profetizem por mil duzentos e sessenta dias: A
ordem vem de cima. As testemunhas profetizam pela autoridade de Deus.
Quem são as duas testemunhas? Os
comentaristas de todas as correntes teológicas ofereceram diversas respostas a
esta pergunta.
Alguns procuram personagens específicos, até
indicando a volta à terra de pessoas do Velho Testamento (por exemplo, Moisés e
Elias ou Enoque e Elias). Outros sugerem o Antigo e o Novo Testamentos. Alguns
dizem que são a Lei (de Moisés) e os Profetas (veja Lucas 16:29,31; 24:27; Atos
13:15; 24:14; Romanos 3:21 e outras passagens que falam sobre a Lei e os
Profetas; consideram também comentários de Jesus sugerindo que estas revelações
do Antigo Testamento já foram ultrapassadas pelo evangelho, Mateus 11:13; Lucas
16:16). Outras possibilidades incluem profetas e apóstolos, (Lucas 11:49) ou o
Espírito Santo e os apóstolos, (João 15:26-27; Atos 5:32).
Por não ter uma identificação específica
neste trecho de quem são essas duas testemunhas, talvez a resposta seja melhor
se for encontrada no próprio contexto. Os primeiros versículos do capítulo
falam sobre a igreja, o povo de Deus. Os cristãos são descritos como testemunhas
ou pessoas que dão testemunho em outros versículos do livro, (2:13; 6:9;
12:11,17; 17:6; 19:10; 20:4), porém aqui no capítulo 11 de Apocalípse fala
mesmo é de duas pessoas. Veremos um pouco mais sobre as testemunhas no
versículo 4.
O tempo do trabalho deles, 1.260 dias, é
igual a 42 meses (11:2) ou três anos e meio (usando o calendário de 12 meses de
30 dias). Este período, metade de sete anos, normalmente descreve um período de
tribulação e sofrimento. Seria um trabalho difícil, cheio de angústia (veja o
significado de pano de saco abaixo), mas seria temporário.
Vestidas de pano de saco: Pano de saco é uma
roupa de lamentação e angústia, sentimentos opostos à alegria, (Salmo 30:11;
35:13; 69:11; Ezequiel 27:31; Joel 1:8). Jacó se vestiu de pano de saco quando
lamentou a suposta morte de seu filho José, o caçula da família antes de
Benjamin, (Gênesis 37:34).
Quando o rei Acabe recebeu as notícias de sua
casa, ele se lamentou em pano de saco, um gesto de angústia e humildade, (1
Reis 21:27-29). O Pano de Saco acompanha as acusações em várias outras
instruções bíblicas, (Neemias 9:1-2; Jonas 3:6-8; Mateus 11:21; Lucas 10:13).
Ezequias se vestiu de pano de saco quando buscou a libertação de Jerusalém
diante da ameaça assíria, (2 Reis 19:1-3). O pano de saco das duas testemunhas
sugere a mensagem difícil e a lamentação delas em pronunciar a mensagem do
Senhor, uma mensagem que certamente condenava os perversos.
Apocalípse 11:4 diz: São estas as duas
oliveiras e os dois candeeiros que se acham em pé diante do Senhor da terra.
Esta linguagem nos lembra da visão de Zacarias 4. As duas oliveiras que
alimentavam de azeite o candelabro são identificadas como “os dois
ungidos, que assistem junto ao Senhor de toda a terra”, (4:14). No Velho
Testamento, sacerdotes e reis foram ungidos, (Levítico 8:12,30; 1 Samuel 10:1;
16:1,13). No Novo Testamento, os cristãos são o “reino e sacerdotes para o
seu Deus e Pai”, (1:6), o “sacerdócio real”, a nação Santa, (1
Pedro 2:9). Apoiando a interpretação das duas testemunhas como a igreja é a
expressão acrescentada aqui, “os dois candeeiros”. No Apocalipse, os
candeeiros representam as roupas, (1:20). Os candeeiros no templo sempre ficavam
acesos diante de Deus, como os cristãos brilharam diante do Senhor como a luz
do mundo, (Mateus 5:14-16; Efésios 5:8;1 Tessalonicenses 5:5).
Apocalípse 11:5 diz: Se alguém pretende
causar-lhes dano, sai fogo da sua boca e devora os inimigos; sim, se alguém
pretender causar-lhes dano, certamente, deverá morrer.
Se alguém pretende causar-lhes dano: Agora
entram os perseguidores, aqueles que desejam causar danos aos servos de Deus.
Sai fogo da sua boca e devora os inimigos: É
uma visão num livro que emprega uma grande variedade de símbolos. O fogo da
boca das testemunhas não é literal, mas representa o poder dos servos de Deus
de persistir no seu trabalho, apesar da oposição dos inimigos. A figura nos
lembra de vários profetas do Velho Testamento. Moisés e Arão enfrentaram seus
adversários no Egito com uma série de declarações devastadoras (Êxodo 7-12).
Quando Acazias, rei de Israel, tentou prender Elias, fogo desceu do céu e
consumiu os soldados do rei, (2 Reis 1:1-14). Os servos de Nabucodonosor que
tentaram matar os amigos de Daniel foram consumidos pelo fogo da fornalha,
(Daniel 3:19-22). Deus está com as duas testemunhas e a eles darão a vitória.
Os adversários deverão morrer. Sabemos que a perseguição começou um pouco
depois do início da igreja. Alguns foram discípulos presos, e alguns morreram
(Estêvão, Atos 7; Tiago, Atos 12). Mas o trabalho de divulgação do evangelho
continuou praticamente sem empecilho, e a palavra de Deus circulou pelo mundo
inteiro nas primeiras três décadas, (Colossenses 1:23).
Apocalípse 11:6. Elas têm autoridade para
fechar o céu, para que não chova durante os dias em que profetizarem. Tem
autoridade também sobre as águas, para convertê-las em sangue, bem como para
ferir a terra com toda sorte de flagelos, tantas vezes quantas quiserem.
Elas têm autoridade para fechar o céu: Como
fez Elias durante o reinado de Acabe, (1 Reis 17:1; Tiago 5:17-18).
Têm autoridade também sobre as águas, para convertê-las
em sangue, bem como para ferir a terra com toda sorte de flagelos: Como fez
Moisés e Arão no Egito, (Êxodo 7.12).
Deus equipa seus servos com poder para vencer
os inimigos. Deus agiu durante o ministério dos apóstolos através de milagres
que descobriram o poder divino e confundiram os inimigos, (Atos 5:17-21;
12:6-24; 16:23-26; 19:13-17). Paulo enfrentou um inimigo chamado Elimas, o qual
ao desafiar Paulo ficou cego. Ele era um “inimigo de toda a justiça”, (Atos
13:9-11) e expulsou o espírito adivinhador da jovem em Filipos, (Atos 16
:16-18).
O período apostólico foi caracterizado pelo
crescimento do evangelho: “Com grande poder, os apóstolos davam testemunho
da ressurreição do Senhor Jesus”, (Atos 4:33). “Crescia a palavra de
Deus”, (Atos 6:7) e “Assim, a palavra do Senhor cresceu e prevaleceu
poderosamente”, (Atos 19:20). O maior poder dado aos discípulos vem da
própria palavra pregada. O evangelho “é o poder de Deus para a salvação de
todo aquele que nEle crêr”, (Romanos 1:16). As armas espirituais
são “poderosas em Deus, para destruir fortalezas e todos os altivos que se
levantam contra o conhecimento de Deus, perecerão”, (2 Coríntios 10: 3-6).
A palavra de Deus é “a espada do Espírito”, usada “contra as forças
espirituais da maldade nos ares celestiais”, (Hebreus 4:12), é “mais cortante do que qualquer espada alguma
de dois gumes”, (Efésios 6:10-17).
Apocalípse 11:7 diz: Quando tiverem então de
concluir o testemunho que devem dar, a besta que surge do abismo pelejará
contra eles, e as vencerá, e matará.
Algumas dessas pessoas aceitaram as vitórias
que vêm pelo descendente de Abraão e, assim, fazem parte da multidão de
adoradores diante do trono. Outras seguem a meretriz e se regozijam com as
vitórias passageiras sobre os servos do Senhor. Muitos (mas não todos Ap. 7:9)
dentre os povos olham para os corpos dos servos mortos.
Por três dias e meio: Não há dúvida. Estão
mortos. Os corpos já estariam com a sensação de mal cheiro. Mas há mais coisas aqui: Três dias e meio, representam a metade
de sete dias da semana de anos do profeta Daniel, a septuagésima semana foi falada
a Daniel por um anjo:
O anjo falou que 70 semanas estavam
decretadas para acabar com o pecado e a transgressão, tirar a culpa,
estabelecer justiça, cumprir toda visão e profecia e ungir o santíssimo (Daniel
9:24).
As 70 semanas seriam divididas em:
7 semanas – começando a partir da ordem
para reconstruir Jerusalém – Daniel 9:25.
62 semanas – o Ungido (que em hebraico é
Messias) viria e seria morto no fim desse tempo, depois Jerusalém seria
destruída e haveriam muitas guerras – Daniel 9:26.
1 semana, a última, a septuagésima: nessa
semana o “governante que virá” fará uma aliança com os israelitas mas o
quebrará no meio da semana, acabará com os sacrifícios e colocará o “sacrilégio
terrível” no templo, Daniel 9:27. Novamente representa um período curto,
um tempo de angústia para os justos que sofrem duras perseguições. Mas, a
“vitória” da besta não dura muito tempo. Somente as pessoas com miopia
espiritual serão enganadas por esta falsa vitória.
E não permite que esses cadáveres sejam
sepultados: Os ímpios querem o lucro máximo desta “aparente vitória” sobre os
servos de Deus. Deixar os corpos expostos para mostrar o seu poder sobre os
justos. O que eles não entendem, ainda, é que a morte não é o fim para os
servos de Deus. Os vencedores não sofrem e não sofrerão o “dano da segunda
morte”, (2:11). Também não entende como o orgulho da festa desta falsa
vitória ajudará a salientar a vitória verdadeira dos servos do Senhor. O que
acontecerá nos versículos 11 e 12 será visível a todos.
Apocalípse
11:7. Quando o tempo de seu testemunho que foi ordenado por Deus chegar ao fim,
eles serão mortos. Isso também aconteceu com o Senhor Jesus, que foi liberto
somente quando chegou a Sua hora, nem uma hora antes. Eles serão mortos pela
besta. No capítulo 13 você estará mais informado sobre a besta.
Pode parecer estranho que a besta faça guerra com dois homens, mas há mais
exemplos de que um exército foi enviado para levar um único homem cativo. Você
vê isso, por exemplo, com Elias que várias vezes foi atacado por um pequeno
exército (2 Reis 1:8-14), com Eliseu em Dotã, (2 Reis 6:11-14) e ainda mais com
o Senhor Jesus no Getsêmani, (Mateus 26:47). As testemunhas mostraram seu poder
e isso deixa claro para a besta que ele está enfrentando pessoas muito
perigosas.
Ap. 11:8. Quando as duas testemunhas forem mortas, seus cadáveres jazerão “na
rua da grande cidade”. Do acréscimo “onde também o seu Senhor foi crucificado”
fica claro que se trata de Jerusalém. Mas esse nome não é mencionado. Os nomes
mencionados indicam a decadência espiritual da cidade, onde a cidade declinou
espiritualmente. Tornou-se como Sodoma e Egito. Jerusalém é ‘Sodoma’ por causa
de sua corrupção e ‘Egito’ por causa de sua opressão ao povo de Deus. Toda essa
maldade mostrou seu auge na crucificação do Senhor Jesus.
As
duas testemunhas são mortas, depois de terem prestado seu testemunho, no mesmo
lugar onde seu Senhor havia prestado Seu testemunho e foi morto. Eles sofrem,
porém o Seu destino será o de pregar para todos os povos, mas principalmente
para os judeus, e as duas testemunhas participam desta pregação e deste
sofrimento.
Apocalípse
11.9,10 - Povos, e tribos, línguas, e nações são aqueles para quem o
testemunho do evangelho deve continuar até à consumação dos séculos, (Mt
28.19,20). Os que habitam na terra são aqueles sobre quem o juízo de Deus
recairá, (Ap 6.10; 8.13). Estar morto por três dias e meio lembra os três anos
e meio finais da grande tribulação (v.3). A morte das duas testemunhas (v.7)
iniciará uma celebração global entre os infiéis que odiaram a mensagem
verdadeira delas.
Pessoas
de todas as nações, judeus e gentios, irão “regozijar-se” com seus cadáveres e
recusar-lhes a dignidade do enterro. Ter seu corpo morto à vista de todos era a
pior humilhação que uma pessoa poderia sofrer de seus inimigos, (Sl 79:3-4).
Além disso, o mundo pagão celebrará a destruição das testemunhas e a vitória
sobre elas por meio da troca de presentes, um costume comum no Oriente Próximo,
(Ne 8:10, 12; Et 9:19,22). Assim, a besta silenciará o testemunho da igreja
para alegria do mundo que adora a besta. O tempo de seu silêncio corresponde em
dias ao tempo de seu testemunho em anos. Denota apenas um breve período de
triunfo para a besta.
Apocalipse 11:11-12
- As testemunhas agora experimentam uma ressurreição e uma ascensão ao céu após
sua morte de três dias e meio. Em relação a esta passagem intrigante, é
geralmente aceito que a visão de Ezequiel da restauração dos ossos secos estava
na mente de João, (Ezequiel 37:5, 10-12). Assim como as interpretações da visão
de Ezequiel variam, as interpretações dos vv. 11-12 de Apocalipse 11 também
variam.
Alguns
sustentam que a visão dos ossos secos se refere à vivificação espiritual da
nação de Israel Ezequiel, 2:12). Outros, seguindo a interpretação rabínica e
certos pais da igreja, entendem que as descrições se referem à ressurreição
física dos mortos. Se as duas testemunhas representam o testemunho da igreja,
então a ressurreição física e a ascensão podem estar em mente.
A
convocação “subi aqui” seguida de “eles subiram ao céu em uma nuvem” talvez
aponte para o Arrebatamento da igreja, 1 Tessalonicenses 4:16-17.
Por
outro lado, João no livro de Apocalipse pode estar usando a figura da
ressurreição física para representar a vitória da igreja sobre o golpe mortal
da besta. Em Romanos 11:15, Paulo usa a figura da ressurreição simbolicamente
para descrever um grande reavivamento espiritual entre os judeus em um dia
futuro. Aqui em Apocalipse 11:12 a referência à “nuvem” pode ser significativa.
A “nuvem” retrata o poder divino, presença e glória; e, no entanto, este é o
único exemplo no livro em que figuras estritamente humanas são associadas a uma
nuvem. Isso deve ser significativo. As duas testemunhas participam da
ressurreição de Cristo. A nuvem é um sinal da aceitação do céu de sua carreira
terrena. Até seus inimigos os veem, como verão a Cristo quando ele voltar com
as nuvens, (1:7). Os eventos da volta de Cristo e a ascensão das testemunhas
parecem ser simultâneos. Assim, nas duas testemunhas, João simbolizou o modelo
de todos os verdadeiros profetas, tomando como pista central a história da
aparição de Jesus em Jerusalém e descrevendo a vocação comum de aparecer na
Cidade Santa, (ou no templo) de tal maneira que a reação a seu trabalho
separaria os adoradores de Deus dos incrédulos em linguagem extraída das
histórias de muitos profetas.
Apocalípse
11.11 – Fala do espírito de vida, vindo de Deus, e lembra a profecia do vale
dos ossos secos de Ez.37. Uma
ressurreição pública assim poderia causar um grande temor por todo o mundo se
fosse transmitido com a ajuda da tecnologia moderna de satélites. A sequência
completa dos acontecimentos servirá para lembrar Israel da missão de Jesus
Cristo, Sua morte, ressurreição e ascensão.
Apocalípse
11.12 diz “Subi cá” é a mesma ordem dada a João em Apocalipse 4.1. Subiram
ao céu em uma nuvem, lembra a descrição da ascensão de Cristo, (At 1.9) e o
ensino de Paulo sobre o arrebatamento, em 1 Tessalonicenses 4.17. Alguns
estudiosos acreditam que o arrebatamento da Igreja acontecerá nesse momento.
Mas é difícil conciliar essa descrição de morte e ressurreição, (At 11.9-11)
com o recolhimento dos crentes vivos, (quer dizer, o arrebatamento da igreja.
Apocalípse
11.13 - E naquela mesma hora. Logo
após as duas testemunhas ascenderem ao céu, um grande terremoto (Ap 6.12)
destruirá a décima parte da cidade, resultando em sete mil mortes. Aqueles que
sobreviverem ficarão apavorados e glorificarão a Deus.
O
terremoto é mais um sinal de Deus da vindicação de seus servos ( 6:12). Mas, ao
contrário do terremoto sob o sexto selo, este produz o que parece ser
arrependimento: “Os sobreviventes, deram glória ao Deus do céu”. A resposta
oposta em 16:9 diz, “recusaram arrepender-se e glorificá-lo”, e parece
confirmar que 11:13 fala de arrependimento genuíno. ( 14:7; 15:4).
Embora
alguém entenda todo o capítulo como uma referência à conversão dos judeus, uma
vez que a morte, ressurreição e ascensão das duas testemunhas tem um alcance
mundial, (vv. 9-10), podemos inferir que o terremoto também simboliza um evento
mundial. O versículo 13 mostra que mesmo em meio ao julgamento, Deus está ativo
no mundo para salvar aqueles que se arrependerem. Se existe tal esperança no
tempo terrível do julgamento final, quanto mais agora. Deus não abandonou a
raça humana, independentemente das ondas recorrentes de incredulidade. Nem nós
deveríamos abandonar os nossos familiares jogando-os ao léu.
Apocalípse
11.14 O segundo ái inclui a sexta trombeta (Ap 9.12-21) e um segundo
interlúdio, (Ap 10.1—11.13). O terceiro ái, ao que tudo indica, é a sétima
trombeta (v.15-19), pois é dito que cedo virá e, como Apocalipse 8.13,
relacionados aos áis, aos três últimos sopros de trombeta. O último ai pode
estender-se, já que a palavra ai aparece novamente em Apocalipse 12.12.
Todos
os eventos de Apocalípse 9:13 a 11:14 caem sob a sexta trombeta e são chamados
de segundo ai (ver comentários sobre 8:13 e 9:12). Uma vez que há mais
julgamentos (ais) mencionados neste capítulo, é natural ver ao soar da sétima
trombeta (vv. 15-19) o terceiro ai ocorrendo. Sua natureza é descrita nos
julgamentos da tigela (16:11ss.). Aparentemente, o terceiro ai virá sem demora.
De fato, a sétima trombeta (v. 15) nos leva às cenas finais do mistério
revelador de Deus, (10:7).
Apocalípse
11.15 diz que o Senhor Jesus reinará para todo o sempre, (Ap 6.12-17;
19.11-21). A sétima trombeta soa e no céu altas vozes proclamam o triunfo final
de Deus e de Cristo sobre o mundo. O tema é o reino de Deus e de Cristo, um
reino eterno em sua duração. O reino é certamente o tema principal de todo o
livro do Apocalipse, (1:6, 9; 5:10; 11:17; 12:10; 19:6; 20:4; 22:5). Este reino
envolve o reino milenar e sua mistura no reino eterno, (caps. 20-22). A
descrição sugere a transferência do império mundial, outrora dominado por um
poder usurpador, que agora finalmente passou para as mãos de seu verdadeiro
dono e rei, o Senhor Jesus, o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Os
governantes atuais são Satanás, a besta e o falso profeta. O anúncio do reinado
do rei ocorre aqui, mas a quebra final do domínio dos inimigos sobre o mundo
não ocorre até o retorno de Cristo, no final da grande tribulação. (19:11ss).
Apocalípse
11.16-18 Os vinte e quatro anciãos foram previamente vistos adorando a
Deus, (Ap 4-10,11) e ao Senhor Jesus (Ap 5.8-10) continuamente. Aqui, a ação de
graças deles ao Senhor Deus todo-poderoso entra em uma nova fase: eles
glorificam o poder e a ira de Deus e a correspondente distribuição de galardão
e juízo. Essas ações de graças parece refletir no cumprimento da grande
profecia messiânica no Salmo 2.
Apocalípse
11.17 “Reinaste” pode referir-se a um governante atual no céu, ou ao fato
de Cristo já ter vindo à terra para subjugar as nações (v.18) a essa altura.
Também é possível que o tempo verbal no passado aluda à certeza de um
acontecimento futuro tão certo quanto outros planos de Deus cumpridos para o
mundo. Por exemplo, em Romanos 8.30, é dito que o crente é justificado e já
está glorificado, (tempo passado), embora a glorificação de fato acontecerá
mais tarde, quando o Cristão entrar na presença de Jesus, com um corpo
incorruptível.
Apocalípse
11.18 diz: Veio a tua ira (Ap 6.16,17). A ira de Satanás também será vista
em Apocalipse 12.12, mas a ira divina não pode ser rivalizada, (Ap 14-19). O
tempo dos mortos inclui a entrega dos galardões ao povo de Deus, Seus profetas,
servos e santos (2 Co 5.10), e o pronunciamento do castigo eterno das nações
infiéis, (Mt 25.46). Isso é pelo que os mártires oraram em Apocalipse 6.10; não
está terminado até Apocalipse 20.12-15. Aqueles que temem o nome de Deus são os
que responderam com fé ao evangelho eterno (Ap 14.6,7), possivelmente incluindo
os que temeram e glorificaram a Deus no versículo 13.
Esta
passagem contém uma sinopse dos capítulos restantes do Apocalipse. As nações
opostas a Deus e incitadas pela fúria do dragão (12:12) trouxeram ira sobre o
povo de Deus, (Sl 2:1-3). Por isso, Deus trouxe sua ira sobre as nações (14:7;
16:1ss.; 18:20; 19:19b; 20:11-15). Chegou a hora (kairos, “temporada”) para
mais três eventos: o julgamento dos mortos (20:11-15); a recompensa final dos
justos, (21:1-4; 22:3-5); e a destruição final dos destruidores da terra
(Babilônia, a besta, o falso profeta e o dragão), (19:2, 11; 20:10).
Em
Apocalipse há três grupos de pessoas que recebem recompensas: (1) os “servos de
Deus, os profetas”, (Apocalípse 18:20; 22:9); (2) os “santos” (talvez os
mártires; Apocalípse 5:8; 8:3-4; 13:7, 10; 16:6; 18:20, 24; e ou simplesmente crentes em todas as épocas,
Apocalípse 19 :8; 20:9); e ou também (3) “aqueles que reverenciam o nome de
Deus”, (Apocalípse 14:7; 15:4).
Seja
qual for a forma como esses grupos são indicados, é importante observar que em Apocalípse
os profetas são especialmente destacados, (Apocalípse 16:6; 18:20, 24; 22:6, 9).
Apocalipse
11.19 - O templo de Deus, nesse caso, não é o mesmo dos versículos 1 e 2.
Aquele templo terreno tinha um átrio externo dado às nações (v.2); este templo
está no céu. Uma arca do concerto é citada aqui, embora a arca do concerto
feita por Moisés, ao que tudo indica, foi destruída pelos babilônios quando
eles saquearam e queimaram o templo em Jerusalém, (2 Cr 36.18,19). A arca
representava a presença, liderança e proteção de Deus sobre Israel no deserto,
(Nm 10.33-36) e na Terra Prometida, (Js 3.3,15-17). Aqui, a arca pode
representar bênçãos parecidas relacionadas ao novo concerto e à volta de Cristo,
(Hb 9.1,4,11,23-28).
Pode
também antecipar a proteção divina à mulher que deu à luz o Messias no deserto
em Apocalipse 12.5, 6, 14. Relâmpagos e trovões provinham do trono de Deus no
céu (Ap 4.5) e foram lançados sobre a terra no início do juízo anunciado pelas
trombetas, (Ap 8.5), juntamente com terremotos, (v.5) e a saraiva, (v.7).
João
vê a arca da aliança de Deus. No AT, a arca da aliança era o baú que Deus
instruiu Moisés a fazer e colocar dentro da sala mais sagrada do santuário do
tabernáculo, (Êxodo 25:10-22). Ele foi instruído a colocar na arca as duas
tabelas da lei, o Decálogo, a base documental da aliança redentora de Deus com
Israel, (Êxodo 34:28-29). Presume-se ( ou seja não tem como provar) que a arca
foi destruída quando Nabucodonosor queimou o templo em 586 a.C.
Uma
lenda judaica indicava que Jeremias escondeu a arca em uma caverna no Monte
Sinai até a restauração final de Israel. Não há razão, entretanto, para
acreditar que João esteja aludindo a essa tradição judaica, visto que ele está
se referindo claramente a um templo e uma arca nos céus e que simbolizam a nova
aliança estabelecida pela morte de Cristo. Como o caminho para o santuário foi
barrado sob a antiga aliança para todos, exceto o sumo sacerdote, agora o
acesso total e imediato para todos, bem como uma redenção perfeita, foi
garantido pela morte de Cristo na cruz do calvário. (Hb 9:11-12; 10: 19-22).
O
reino de Deus é visto retrospectivamente como tendo chegado plenamente. No
entanto, sua vinda será e é confirmada nos capítulos 20 a 22. Prospectivamente,
essa visão da arca da aliança também nos prepara para os capítulos seguintes,
que tratam da fidelidade de Deus ao seu povo da aliança. Assim como a arca da
aliança era o sinal para o Israel do amor leal de Deus durante suas jornadas e
batalhas no deserto, então este sinal da nova aliança assegurará aos seguidores
de Cristo seu amor leal por meio de sua provação severa e do ataque da besta.
“Relâmpagos, estrondos, trovões” chamam nossa atenção para a presença de Deus e
vindicação de seu povo, (Apocalípse 6:12;8:5).
Apocalípse 11:9-19 temos o anúncio da sétima trombeta.
Apocalipse
11:9. Agora as duas testemunhas são mortas. O desempenho ‘bem-sucedido’ da
besta é mostrado para o mundo inteiro. Os cadáveres são mostrados ao mundo
através dos meios de comunicação mais avançados possíveis, televisão e conexão
via satélite pelas grandes multidões reunidas de jornalistas. Hoje você pode
imaginar bem como esta notícia será divulgada em todo o mundo, enquanto também
são mostradas imagens dos ‘inimigos’ derrotados. Na verdade, os meios de
comunicação de massa desempenham um papel importante na formação do pensamento
humano. Como alguém disse: hoje você vê crescer uma geração que não é criada
pelos pais, mas pela mídia.
Os
cadáveres desses ‘inimigos’ não são dignos de um funeral. Aquele que deseja que
eles, (as duas testemunhas), sejam enterrados não terá permissão para isso. (Sl
79:1-3). Os cadáveres permanecem deitados como um troféu de vitória, uma
lembrança da vitória que a besta conquistou e uma prova de seu poder. Isso tudo
serve para a glória do ditador que ‘resgatou’ o mundo dessas pessoas. Este
também é um aviso de que este é o destino de todos que resistem à besta.
Apocalipse
11:10. Quando este testemunho tão irritante da morte das duas testemunhas
chegar ao fim, a população mundial terá uma festa como em uma euforia de
vitória. Para celebrar a vitória, eles enviarão presentes uns aos outros, (Ester
9:19; Ester 9:22). Eles vão se felicitar pela morte desses profetas miseráveis
que os torturaram tanto. Eles não se abriram para a mensagem de Deus que foi
proclamada por eles. A tortura que lhes foi feita não os levou a buscar a Deus,
que era o propósito de Deus com Suas duas testemunhas.
Não
apenas a massa incrédula em Israel encontrará alegria em sua morte. Como os
judeus e os gentios juntos rejeitaram o Senhor Jesus, aqui também o mundo
inteiro participa da alegria demoníaca dos judeus apóstatas pela morte das
testemunhas do Senhor.
Apocalipse 11:11 - Sua alegria, entretanto, será de curta duração. Depois de
três dias e meio, eles verão algo que os deixará com muito medo. As testemunhas
ficarão de pé! Isso é causado pelo “sopro de vida de Deus” que “entrou neles”.
Mas os espectadores não fazem ideia disso. Assim como o mundo foi testemunha de
sua morte, eles também são testemunhas de sua ressurreição. Dessa forma, eles
devem reconhecer que Deus é mais forte que os seus inimigos.
Apocalipse
11:12 - Quando as duas testemunhas estiverem de pé, elas recebem a ordem do céu
para subir. O testemunho de sua vida, morte e ressurreição acabou. Eles agora
são chamados para subir ao céu. Daquela voz sai uma força tão grande que eles
sobem ao céu numa nuvem. Parece que esta nuvem é o símbolo da presença de Deus.
Deus os atrai à Sua presença. Eles O glorificaram e agora Ele os glorifica.
Todos
os seus inimigos os “viram”. A ascensão do Senhor Jesus não foi vista pelos
incrédulos nem o arrebatamento da igreja será visto pelos incrédulos. A
ressurreição e a ascensão das duas testemunhas diferem disso. Eles não são
apenas vistos, mas são “vistos pelo mundo inteiro”. Os espectadores estão
assistindo a esses eventos, que eles descartaram como impossíveis, com total
espanto. Eles não podem acreditar no que estão vendo. Mas, apesar do fato de
que eles não podem negar e de que esses milagres estão acontecendo bem diante
de seus olhos, isso não tem efeito em sua consciência para com Deus.
Apocalipse
11:13. Portanto, nada resta para eles além do julgamento. Depois que as duas
testemunhas são levadas ao céu, segue-se “um grande terremoto”. Jerusalém é
abalada por uma mão poderosa que faz com que seja destruída “uma décima parte de
uma cidade” que custou a vida “de sete mil pessoas”. Na tradução holandesa da
Bíblia está escrito “sete mil nomes de pessoas”. Isso significa que Deus
conhece os nomes de todas as pessoas que foram mortas. Ele conhece os nomes
daqueles que dobraram os joelhos diante da besta, assim como conhece os nomes
dos sete mil que no tempo de Elias não dobraram os joelhos diante de Baal, (1
Reis 19:18). Deus não conta em números; Ele não se importa com estatísticas,
mas se preocupa com as pessoas.
“Os
demais”, aqueles que não foram atingidos pelo julgamento, ficam com medo. Eles
também deram “glória ao Deus do céu”. Isso não significa que eles se arrependeram,
mas que reconhecem a mão de Deus neste evento. Quando o Senhor Jesus esteve na
terra e agiu misericordiosamente, Deus também foi honrado por isso pelo povo.
Mas também não houve menção de um verdadeiro arrependimento. Você pode estar
intelectualmente convencido de que Deus está em ação sem ser movido em seu
coração e em sua consciência.
Apocalípse
11:14 - Com a passagem do “segundo ai”, o parêntese que vai do capítulo
10:1-11:13, acabou. Agora estamos prontos para a sétima e última trombeta de
julgamento, também chamada de “terceiro ái”. As três últimas trombetas são
chamadas de ‘ai’, porque são piores que as quatro primeiras. O primeiro ‘ai’
vem do abismo, (Apocalípse 9:1-12), o segundo ‘ai’ vem do rio Eufrates, (Apocalípse
9:13-21) e o terceiro ‘ai’ vem do céu, do Senhor, do próprio Senhor Jesus.
Apocalípse11:15
- O toque da sétima trombeta realmente deixa claro que o reino está realmente
muito próximo, mas ainda não chegou a hora de ser estabelecido. Ainda assim, a
realidade do reino é tão próxima que o céu nos diz que chegou. Isso é o que as
vozes clamam do céu. Mas, mais julgamentos ainda estão por vir. Esses são
descritos nos capítulos 15 e 16. No entanto, esses julgamentos são de curta
duração. Eles juntos formam a sétima trombeta.
O
reino que é considerado como vindo é um reino indiviso que se estende por todo
o mundo. Isso só é possível porque o Senhor e Seu Cristo assumirão todo o
controle. Ele reinará com justiça e misericórdia. Uma vez que Ele reine, nunca
terá fim, enquanto durar o sol, a lua e a terra, (Sl 72:5; Sl 72: 7; Sl 72:17).
Aquele que “reinará para todo o sempre” é o Senhor Deus e Ele reina na Pessoa
de Seu filho Jesus Cristo, o Filho do Homem, que é o próprio Deus. Nosso Senhor
e Seu Cristo são uma e a mesma Pessoa e ainda duas Pessoas. Este é e continua
sendo o milagre da eternidade.
Apocalípse
11:16 - Quando esta notícia impressionante soar, os vinte e quatro anciãos responderão.
Através do Espírito eles entendem o que está acontecendo e o que acontecerá.
Eles percebem a grandeza dos acontecimentos e percebem ainda mais a grandeza
d’Aquele que faz todas essas coisas acontecerem. Portanto, eles não podem
permanecer sentados em seus tronos, mas prostração e adorarão a Deus, (Apocalípse
4:10; Apocalípse 5:9).
Apocalípse
11:17 - Enquanto eles estão adorando, eles dão graças a Deus. Eles se dirigem a
Ele com vários nomes. Eles O chamam primeiro de “Senhor”, que é Yahweh, o Deus
da aliança. Ele faz o que Ele mesmo prometeu fazer. Eles também O chamam de
“Deus Todo-Poderoso”. Isso é Deus em Seu poder criador, Quem como o
Todo-Poderoso mantém e conduz em Seu objetivo e controle de tudo o que Ele
criou.
Eles
dizem ainda sobre Ele que Ele é Aquele “quem é e que era” e “Aquele que há de
vir”. “Quem ‘é’ indica Sua existência eterna e Quem ‘era’ indica Sua relação
com o passado”. “Quem está por vir” não é mais necessário mencionar, porque Ele
é considerado aqui como já tendo vindo e que Ele vive e reina para sempre e o
Seu reino é eterno.
Ele
fez isso porque tomou Seu “grande poder”. Ele sempre teve esse grande poder,
mas agora está intervindo com poder nos acontecimentos do mundo. E o que Ele
tomou, absolutamente nunca permitirá que alguém tire de Suas mãos. Seu grande
poder é a garantia disso.
Apocalipse
11:18. Os anciãos também falam sobre a ira de Deus. Eles fazem isso em relação
à ira das nações, que é toda a raça humana. As nações sempre se rebelaram
contra Deus nas eras passadas e se opuseram a Ele. Mas agora acabou com a ira
deles, porque Deus acaba com isso em Sua ira. O jogo de palavras mostra quão
sem sentido a ira do homem se opõe à ira do Deus Todo-Poderoso. Você também vê
esses dois lados em Salmos 2 (Sl 2:1-6), onde há distinção entre o alvoroço das
nações e como Deus responde a ele. A ira de Deus é mostrada ainda mais forte em
resposta à ira dos homens contra Deus.
Com
a vinda do reino chegou a hora de Deus julgar os mortos, embora esse julgamento
só seja executado após o reino Milenial de Cristo, (Apocalipse 20:12). Mas
chegou a hora de entregar a recompensa àqueles que foram fiéis. Essa recompensa
é para aqueles que como verdadeiros “servos” em obediência a Deus e como
verdadeiros “profetas” falaram Suas palavras àqueles a quem foram enviadas.
Isso lhes rendeu rejeição e zombaria, mas agora eles recebem sua recompensa.
Essa recompensa é dada na eternidade de paz com Jesus Cristo. (Apocalipse
22:12). Embora ainda não tenha chegado tão longe, pode-se dizer assim, porque o
reino está nas mãos do Senhor Jesus e Ele conduzirá os seus fiéis por toda a eternidade.
Também “os santos”, aqueles que viveram separados por causa dEle em um mundo
corrompido, agora receberão sua recompensa. Assim viveram por respeito ao Seu
Nome e a cada um na medida da sua responsabilidade, que se expressa em
“pequenos e grandes”.
Finalmente
chegou também o tempo de Deus “para destruir os que destroem a terra”. As três
bestas dos capítulos 12-13 (o dragão, a besta do mar e a besta da terra) e
todos os seus seguidores são entendidos por isso. Esta é outra categoria além
dos mortos que foram mencionados anteriormente neste versículo.
Desta forma, tudo o que sempre esteve no caminho é removido e são recompensados
aqueles que viveram pela fé no Príncipe da paz e creram em Sua vinda.
Apocalipse
11:19. Com Apocalipse 11:19 começa um novo parêntese, que vai até o capítulo
15:4. Do capítulo 15:5 são descritos os julgamentos das sete taças. Entre
parênteses, o Espírito Santo mostra a origem dos protagonistas dos capítulos
8-11. Aí você vê: o dragão (que é satanás) e a primeira besta e a segunda besta.
Outros atores principais são: a mulher (Israel), o Filho (Cristo), Miguel e a
grande prostituta Babilônia. No total, sete líderes passam.
O ponto de partida do parêntese é “o templo de Deus no céu” e “a arca da sua
aliança”. O templo é a morada de Deus no meio do Seu povo. A arca da aliança
nos lembra da fidelidade de Deus em relação ao Seu povo. É um forte contraste
com o que está acontecendo no templo na terra. Esse templo é profanado de forma
terrível pelo anticristo. Deus está profundamente descontente com o que está
acontecendo na terra. Os “relâmpagos, e sons, e trovões, e um terremoto, e uma
grande chuva de granizo”, expressam isso de maneira bem impressionante.
Agora
vejamos Apocalipse 11:9-14 e analisemos o que diz este texto.
Quais
semelhanças você vê entre as duas testemunhas e o Senhor Jesus? O que
aprendemos com as duas testemunhas a respeito de seu próprio depoimento?
Em Apocalípse
11:9-14, lemos sobre a morte e ressurreição das duas testemunhas.
9. E homens de vários povos, e tribos, e
línguas, e nações verão seu corpo morto por três dias e meio, e não permitirão
que o seu corpo morto seja posto em sepulcros.
10. E os que habitam na terra se regozijarão
sobre eles, e se alegrarão, e mandarão presentes uns aos outros; porquanto
estes dois profetas tinham atormentado os que habitam sobre a terra.
11. E, depois daqueles três dias e meio, o
espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles; e puseram-se sobre os pés, e
caiu grande temor sobre os que os viram.
12. E ouviram uma grande voz do céu, que lhes
dizia: Subi cá. E subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram.
13. E naquela mesma hora houve um grande
terremoto, e caiu a décima parte da cidade, e no terremoto foram mortos sete
mil homens; e os demais ficaram muito atemorizados e deram glória ao Deus do
céu.
14. É passado o segundo ai; eis que o
terceiro ai cedo virá.
Apocalípse 11:10 é bem claro em nos informar que
“os que habitam sobre a terra se alegraram por causa deles, realizaram festas e
enviaram presentes uns aos outros, porquanto esses dois profetas atormentaram
os que moram sobre a terra”.
Os que habitam sobre a terra se alegram por
causa deles: Quando a besta mata os servos do Senhor, os ímpios fazem a festa.
A prática de enviar presentes é uma maneira de expressar alegria em
agradecimentos especiais, (Neemias 8:9-10). Aqui, os perversos fazem uma festa
de vitória. Há uma verdadeira guerra, uma luta entre o bem e o mal, e os
malfeitores se regozijam com qualquer vitória, mesmo de pouca duração, sobre o
bem. Excepcionalmente, os ímpios acham que suas “vitórias” servem para libertar
pessoas oprimidas por regras supérfluas de religiões ultrapassadas. Oferecem a
liberdade para satisfazer qualquer desejo sexual, ou a liberdade para tirar a
vida de crianças antes de elas nascerem, ou a liberdade para exigir o respeito
de outros mesmos quando praticam coisas que desprezam os princípios da decência
e da moralidade daqueles que seguem a Deus. Prometem liberdade, mas são escravos
da corrupção, (2 Pedro 2:19).
Porquanto esses dois profetas atormentaram os
que moram sobre a terra: Aqui revela o motivo do assassinato. Os dois profetas
atormentaram os ímpios. Como? Eles pregaram a verdade. A palavra de Deus
atormenta os malfeitores, tirando o sossego daqueles que recusam a se
submeterem ao Senhor. Este é o lado amargo da pregação do evangelho. Por isso,
os pregadores fiéis são odiados pelo mundo afora em todos os tempos e em todas
as épocas, (Mateus 10:22). Paulo sofreu perseguições e avisou que os piedosos
seriam perseguidos por homens perversos, (2 Timóteo 3:10-13).
Apocalípse 11:11 – Mas, depois dos três dias
e meio, um espírito de vida, vindo da parte de Deus, neles penetraram, e eles
se ergueram sobre os pés, e aqueles que os viram sobreveio grande medo;
Depois dos três dias e meio, um espírito de
vida, vindo da parte de Deus: Foram três anos e meio de profecia e três dias e
meio de falsa vitória dos ímpios antes da vitória real das testemunhas de Deus.
O Senhor manda um espírito de vida, pois ele é a verdadeira e única fonte de
vida. Um tema constante nas Escrituras é o contraste entre a vida e a morte,
(Deuteronômio 30:15; Mateus 7:13-14; etc.). A vida é sempre ligada a Deus, e a
morte sempre ligada ao pecado e a Satanás. A palavra vida aparece mais nos
livros de João do que nos escritos de qualquer outro autor no Novo Testamento.
João empregou esta palavra com um rico significado espiritual, a partir do
prólogo de seu evangelho: “A vida estava nele e a vida era a luz dos homens”, (
João 1:4). A vida própria é uma qualidade divina: “Porque assim como o Pai
tem vida em si mesmo, também concede ao Filho ter vida em si mesmo”, (João
5:26).
Jesus oferece a vida aos homens,
dizendo: “Eu sou o pão da vida”, (João 6:48) e oferecendo a água viva,
(João 4: 10-11), acrescenta: “Eu lhes dou a vida eterna”, (João
10:28) e “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que
esteja morto, viverá”, (João 11:25). Resumindo o seu papel essencial para
a salvação dos homens, ele diz: “Eu Sou o Caminho, e a Verdade, e a Vida;
ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6). “E a vida eterna é
esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem
enviaste”, (João 17:3). Na sua primeira carta, João descreveu Jesus como
o “Verbo da vida” ( 1 João 1:1) e o identifica como “a vida
eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada” (1 João 1:2). Sem o
Pai e o Filho, a vida se torna impossível: “E o testemunho é este: que
Deus nos deu a vida eterna; e esta vida não é seu Filho? Aquele que tem o Filho
tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida”. (5:11-12).
Paulo desenvolveu o mesmo tema em diversos
comentários em suas cartas: “...a sua vida está oculta juntamente com
Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós
também sereis manifestados com Ele, em sua glória”, (Colossenses 3:3-4).
Ele disse que Jesus “...não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida
e a imortalidade, através do evangelho”. (2 Timóteo 1: 10).
A vida vem de Deus e neles penetrou, e eles
se ergueram sobre os pés: O espírito de vida enviado por Deus ressuscitou a
muitos como testemunhas vivas de que Ele, Jesus, é a vida. A vitória da besta e
dos perversos acabou. Que conforto aos discípulos do Senhor na Ásia ou em
outros lugares onde a ameaçavam matá-los. Poderiam até morrer, mas a morte não
teria a vitória final sobre os fiéis. Eles são mais do que vencedores, (Apocalípse
2:11). Este versículo serve para encorajar os servos de Deus em qualquer época,
enfrentando qualquer ameaça do inimigo. Podem sofrer; podem até morrer. Mas, no
final, ficarão de pé, vitoriosos.
E naqueles que os viram, sobreveio grande
medo: A festa acabou. A vitória dos ímpios não durou, foi falsa. Agora os
perversos percebem que seu adversário é realmente invencível. Nem a morte
segura os servos de Jesus. “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está,
ó morte, o teu aguilhão? Graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso
Senhor Jesus Cristo”, (1 Coríntios 15:55-58). Os perseguidores têm todo o
motivo para sentir medo. Perderão, sofrerão a derrota iminente no final da
grande tribulação.
Apocalípse 11:12 – e as duas testemunhas
ouviram grande voz vinda do céu, dizendo-lhes: Subi para aqui. E subiram ao céu
numa nuvem, e os seus inimigos as contemplaram.
As duas testemunhas ouviram grande voz vinda
do céu, dizendo-lhes: Subi para aqui: Mais uma grande voz. As testemunhas
ouviram esta voz, mas não sabemos se os adversários ouviram. A voz chamou os
servos vitoriosos a subirem para o céu. Missão cumprida.
E subiram ao céu numa nuvem: Sobre o
significado de nuvens, veja os comentários na lição 18 sobre 10:1. As
testemunhas, depois de sua ressurreição, subiram como Jesus subiu (Atos 1:9).
Na segunda vinda de Jesus, os fiéis subirão “entre nuvens, para o encontro
do Senhor nos ares”. (1 Tessalonicenses 4:17).
E os seus inimigos as contemplaram: Que cena
triste para os inimigos de Deus. As testemunhas, não contidas pela morte, agora
algumas vezes. A besta que surgiu do abismo e parecia tão forte se mostra
incapaz de vencer os servos de Deus. O resto do livro mostrará, com mais
detalhes, esta certeza da vitória dos fiéis sobre seus oponentes
impios. “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a
vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele
que crê ser Jesus o Filho de Deus?”. (1 João 5:4-5).
Apocalípse 11.13 – Naquela hora, houve um
grande terremoto, e ruiu a décima parte da cidade, e morreu, nesse terremoto,
sete mil pessoas, ao passo que as outras viveram sobremodo aterrorizadas e
deram à glória de Deus do céu.
Houve grande terremoto, e ruiu a décima parte
da cidade, e morreu, nesse terremoto, sete mil pessoas: Já encontrei terremotos
como símbolos do castigo divino. Este terremoto afetou uma décima parte da
cidade e causou a morte de 7.000 pessoas. Como as primeiras trombetas, este
castigo também não é final e total, mas a retirada das testemunhas de Deus traz
consequências graves para a cidade mundana, a sociedade dos ímpios.
As outras ficaram sobremodo aterrorizadas e
deram à glória de Deus do céu: Ficaram com medo, mas o texto não diz que se
converteram. Nabucodonosor, olhando com a interpretação do seu sonho por
Daniel, conheceu o Senhor como “o Deus dos deuses, e o Senhor dos reis”, (Daniel
2:47), mas ainda fez a sua imagem de ouro e elegância que os homens a adorassem
(Daniel 3) e se exaltou ao ponto de ser humilhado por Deus, (Daniel 4). É
possível dar glória a Deus sem se converter a Ele? Claro que não.
Antes de completar a série de sete trombetas,
Deus frisou vários fatos importantes nas cenas do intervalo. Além dos pontos
observados no capítulo 10:1-3 que diz:
1. Deus
identifica (mede) e protege o seu povo mas, ao mesmo tempo,
2. Ele deixa os ímpios pisar, perseguir
e até matar os seus servos.
3. No final, os escolhidos terão a
vitória e os perversos serão totalmente derrotados.
Depois se ouviu a sétima trombeta. Se as
primeiras seis já foram reveladas ao poder de Deus por meio de castigos
severos, podemos imaginar o que vem pela frente na sétima trombeta.
Deus abençoe você e sua família.
Pastor Waldir Pedro de Souza.
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.