HISTÓRIA E GEOGRAFIA BÍBLICA DE JERICÓ
Resumo histórico e geográfico da história bíblica de Jericó.
Vejamos a história e a geografia bíblica de Jericó. Isso irá relacionar povos tais como romanos, gregos, persas, sírios etc. e movimentos históricos diversos, quer no Médio Oriente quer no Novo Mundo. Ao longo de uma grande jornada iremos conhecer mais um pouco da Palestina de antigamente.
JERICO, A CIDADE DA MURALHA INVENCÍVEL
Jericó ou a Cidade das Palmeiras (Jz 3:13), era (e ainda é) o nome de uma cidade importante que situava-se no vale do Jordão, no lado ocidental, perto do Mar Morto, como dava acesso à planície de Judá, a sua conquista era vital para os israelitas liderados então por Josué filho de Num.
Sua primeira menção nas Escrituras é quando os israelitas estão acampados nas planícies de Moabe (Nm. 22:1).
Mas o que fazia diferença nesta cidade famosa era a sua fortificação e o seu domínio sobre o vale do Jordão.
A sua conquista tornava-se um obstáculo difícil, por um outro lado era fácil pois o animo dos moradores e dos povos das regiões vizinhas já estavam desfalecidos pois Deus fizera grande sinal para com os filhos de Jacó e por isso temiam e já não tinham ânimo.
As muralhas eram o desafio físico intransponível aos olhos humanos:
"A cidade de Jericó tinha uma área de cerca de 32 km quadrados. Era uma cidade-fortaleza, não somente para seus habitantes, como também para os da região agrícola em derredor.
Os muros tinham cerca de nove metros de altura e seis de espessura.
Jericó era considerada invencível, por ter a proteção dos deuses cananeus.
A captura bélica de Jericó era a chave de toda a estratégia militar de Josué, pois demonstraria que o Deus de Israel era superior aos deuses cananeus, logo, a derrota dos cananeus era inevitável". Bíblia de Estudo Pentecostal - pág. 353.
Por ordem divina os homens de guerra rodeavam a cidade uma vez por dia, durante seis dias consecutivos, levando consigo a arca do concerto. Sete sacerdotes tocavam as trombetas adiante da arca.
Ao sétimo dia, deram sete voltas em torno dos muros, quando um som mais agudo das trombetas foi tocado por ordem de Josué, o povo gritou e os muros ruíram, caíram e ou sumiram dentro do chão como se tivesse acontecido um terremoto naquele local, dando entrada a todo o povo que destruíram a cidade a "fogo e ferro", todos os seus cidadãos foram mortos exceto Raabe e a família de seu pai, pois esta protegera os espias israelitas quando eles foram espiar a terra por ordem de Josué .
Jericó, situada a 272 metros abaixo do nível do mar (Mediterrâneo), além de ser considerada a cidade habitável mais antiga da Palestina, beneficiava-se do clima tropical e tinha também a fama de produzir palmeiras, árvores balsâmicas (daí Jericó = Lugar de suave odor), sicômoros, Ficus sycomorus, conhecida pelos nomes comuns de sicómoro, sicômoro ou figueira-doida, é uma espécie de figueira de raízes profundas e ramos fortes que produz figos de qualidade inferior, cultivada no Médio Oriente e em partes da África há milênios e hena odorífera, que eram suas rosas famosas pela sua beleza e perfume (Ec.22:14).
Também tinha fontes de águas como Ain es-Sultan, que parece ser a mesma cuja fonte Eliseu saneou.
CURIOSIDADES SOBRE A JERICÓ ATUAL
Existe Só uma Jericó ou mais?
Para responder essa pergunta temos que nos voltar aos estudos da arqueologia, que descrevem a cidade de Jericó desde o seu início até hoje como capital da Palestina. Alguns textos bíblicos nos ajudam a entende-la.
A cidade de Jericó ocupou vários lugares nesta região. De acordo com os habitantes e conquistadores que ali viveram.
Irei enumerar alguns nomes das cidades chamadas de Jericó e a localização de cada uma.
1 - A primeira Jericó.
A primeira Jericó tem sua Origem (10.000 anos) nos tempos remotos dos primeiros patriarcas.
Se localiza no chamado Tell es-Sultán, ali se encontra a fonte de Eliseu, que a história bíblica nos recorda. A primeira cidade conquistada pelo povo de Deus, narrado em Josué 6, a tomada de Jericó, essa é a primeira Jericó.
2 - Segunda Jericó. A Jericó Herodiana.
A Jericó Herodiana (construída por Herodes o Grande, e passando a ser administrada a pedido do Imperador Romano. O palácio de inverno da Rainha Cleópatra, do Egito estava nesse local). De Jericó foi construída a estrada romana, atravessando o deserto de Judá (28 Km) até Jerusalém. Está é a Jericó dos tempos de Jesus. Está foi a cidade que viu a presença de Jesus e suas ações. Nesta Jericó encontramos a História de Zaqueu, Lucas 19,1-10; a cura dos dois cegos Mateus 20,29-34.
3 - A Jericó dos Omayyadi.
Se localizava mais adiante da primeira Jericó. O califa Omayydi construiu um grande palácio de inverno. Destruída por um terremoto 747 d.C. , permaneceu em ruinas.
4 - Jericó Moderna.
Localizou-se a pouca distância das outras 3 Jericó Não muito longe do Monte da quarentena. Neste local Jesus jejuou durante 40 dias. Mateus 4,1-11.
No início do mandato Inglês 1917 em Jericó morava um pequeno grupo de beduínos, sendo uma pobre vila árabe.
Os padres franciscanos, construíram uma Igreja e colégio para o grande número de crianças árabes do local.
Com a presença da Jordânia, Jericó se desenvolveu um pouco, nascendo uma agricultura, de plantações de laranjas, bananas e tâmaras. Tornou-se hoje a capital da Palestina.
Jericó nos dias de hoje não é administrada ou controlada por Israel, exatamente como não era antes da conquista da terra prometida a 3450 anos atrás; o Estado de Israel entregou-a à Autoridade Palestina após um longo período de negociações de paz e muita pressão internacional.
A Jericó descrita na Bíblia é a que mais atrai turistas para a cidade e é justamente ela que os palestinos fazem questão de esconder, pois os indícios bíblicos comprometeriam sua soberania na cidade. A presença dos turistas em Jericó é realmente um grande reforço a já tão debilitada economia palestina nos dias de hoje, e não há dúvidas de que se esta cidade estivesse em mãos judaicas, a economia na região seria muito mais desenvolvida do que ela é hoje, e os benefícios a população seriam muito maiores a exemplo de cidades como Jerusalém, Nazaré e Akko, onde mesmo a população árabe goza de muita prosperidade e serviços públicos como não goza em quase todo o Oriente Médio.
Existem construções modernas na cidade de Jericó atualmente. São mais atuais ou atualizadas diante da cidade antiga em primeiro plano.
Antes do Estado de Israel devolver Jericó para os árabes jordanianos, atualmente chamados de palestinos, a cidade gozava de uma grande prosperidade econômica, milhares de pessoas invadiam a cidade bíblica para conhecer sua história, e outros milhares de israelenses a visitavam para fazer compras ou tentar a sorte no casino que funcionava ali. Após a entrega da cidade, ela viveu um grande período de declínio e somente nos últimos anos dá sinais de alguma melhora, porém nada comparado ao que era sob domínio judaico.
Mesmo após 3450 anos da conquista dos Hebreus, não há dúvidas de que somente o governo de Israel na região pode realmente trazer prosperidade aos seus moradores.
A maioria dos turistas que vão visitar Jerusalém também visitam a cidade de Jericó e adjacências.
A Bíblia Sagrada na tradução da CNBB, 12ª edição, diz em seu glossário, que Jericó era uma Cidade-oásis, situada no Vale do Jordão, na base, sopé, da montanha de Judá, a cerca de 40 quilômetros da cidade de Jerusalém, destacando a informação que a cidade está 1.200 metros mais alta que o nível do mar (p. 1543). Já o índice bíblico-pastoral da Bíblia Sagrada da editora Vozes, 49º edição, diz na página 1513, que Jericó era a cidade mais antiga da região da Palestina e situa no vale do Rio Jordão, a 20 km ao norte do Mar Morto.
No texto bíblico Jericó aparece em várias passagens. No livro de Número aparece várias vezes como uma direção, “...aquém do Jordão, na direção de Jericó...” (Nm.34,15). Em Deuteronômio é o ponto em que Moisés vislumbra a terra prometida.
No livro de Josué é narrada a passagem mais conhecida, a qual depois de um cerco e as muralhas da cidade caem. No Novo Testamento Jericó é a cidade onde Jesus cura dois cegos (Mt.20) e o cego Bartimeu (Mc. 10,46), é citada na conversão de Zaqueu (Lc.19) e como localização na passagem do bom samaritano (Lc. 10, 30).
Como já mencionado no início, a cidade de Jericó está situada no vale do Rio Jordão, “na parte inferior da costa que conduz a serra de Judá, a uns 8 quilômetros da costa setentrional da parte seca do Mar Morto (a quase 240 m abaixo do nível do Mar Mediterrâneo) e aproximadamente a 40 milhas de Jerusalém”.
Atualmente este é o território palestino da Cisjordânia, que está permanentemente em conflitos com o Estado de Israel.
A captura da cidade de Jericó por Josué era o marco principal da chegada do povo Hebreu em Canaã, a terra prometida. Jericó era a fortaleza mais difícil de ser conquistada. Josué seguiu à risca os planos de Deus para ser, como de fato o foi, bem sucedido na guerra contra Jericó. As baixas (mortes) de soldados hebreus foram baixíssimas enquanto a cidade de Jericó ficou completamente destruída conforme o que Deus tinha falado com Josué. Raabe foi salva milagrosamente com sua família por ter amparado os dois espias de Josué enviados àquela cidade. O milagre foi tão grande que Raabe estava reunida com sua família em sua casa que era encima do muro; ao cair por terra os muros de Jericó, o local da casa de Raabe foi preservado conforme os espias haviam lhe prometido e jurado que ela e sua família seriam salvos.
Depois da conquista de Jericó, caiu medo, terror e pavor nos outros povos por onde Josué e Calebe deveriam passar com o povo Hebreu para completar a conquista da Terra Prometida conforme as orientações que Deus tinha dado a Moisés (Êxodo capítulo 3) e à Josué (Josué capítulo 1).
Deus abençoe vocês.
Pr. Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.
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