QUATRO LEPROSOS LIVRAM UMA CIDADE DE MORRER DE FOME.
2
Reis Capítulos 7-9. Palavra do Senhor através
do profeta Elizeu.
Eliseu respondeu: "Ouçam a palavra do
Senhor! Assim diz o Senhor: Amanhã, por volta desta hora, na porta de Samaria,
tanto uma medida de farinha como duas medidas de cevada serão vendidas por uma
peça de prata".
O oficial, em cujo braço o rei estava se
apoiando, disse ao homem de Deus: "Ainda que o Senhor abrisse as comportas
do céu, será que isso poderia acontecer”?
Mas Eliseu advertiu: "Você o verá com os
próprios olhos, mas não comerá coisa alguma”.
Havia quatro leprosos junto à porta da
cidade. Eles disseram uns aos outros: "Por que ficar aqui esperando a
morte? Se resolvermos entrar na cidade, morreremos de fome, mas se ficarmos aqui,
também morreremos. Vamos, pois, ao acampamento dos arameus para nos render. Se
eles nos pouparem, viveremos; se nos matarem, morreremos".
Ao anoitecer, eles foram ao acampamento dos
arameus. Quando chegaram às imediações do acampamento, não havia ninguém ali,
pois o Senhor tinha feito os arameus ouvirem o ruído de um grande exército com
cavalos e carros de guerra, de modo que disseram uns aos outros: "Ouçam, o
rei de Israel contratou os reis dos hititas e dos egípcios para nos atacar!
" Então, para salvar suas vidas, fugiram ao anoitecer, abandonando tendas,
cavalos e jumentos, deixando o acampamento como estava.
Tendo chegado às imediações do acampamento os
leprosos entraram numa das tendas. Comeram e beberam; pegaram prata, ouro e
roupas e saíram para esconder tudo. Depois voltaram e entraram noutra tenda,
pegaram o que quiseram e esconderam isso também.
Então disseram uns aos outros: "Não
estamos agindo certo. Este é um dia de boas notícias, e não podemos ficar
calados. Se esperarmos até o amanhecer, seremos castigados. Vamos imediatamente
contar tudo no palácio do rei".
Então foram e chamaram as sentinelas da porta
da cidade e lhes contaram: "Entramos no acampamento arameu, e não vimos
nem ouvimos ninguém. Havia apenas cavalos e jumentos amarrados, e tendas
abandonadas". As sentinelas da porta proclamaram a notícia, e ela foi
anunciada dentro do palácio.
O rei se levantou de noite e disse aos seus
conselheiros: "Eu lhes explicarei o que os arameus planejaram. Como sabem
que estamos passando fome, deixaram o acampamento e se esconderam no campo,
pensando: ‘Com certeza eles sairão, e então os pegaremos vivos e entraremos na
cidade’ ".
Um de seus conselheiros respondeu:
"Manda que alguns homens apanhem cinco dos cavalos que restam na cidade. O
destino desses homens será o mesmo de todos os israelitas que ficarem, sim,
como toda esta multidão condenada. Por isso vamos enviá-los para descobrir o
que aconteceu".
Assim que prepararam dois carros de guerra
com seus cavalos, o rei os enviou atrás do exército arameu, ordenando aos
condutores: "Vão e descubram o que aconteceu". Eles seguiram as
pegadas do exército até o Jordão e encontraram todo o caminho cheio de roupas e
armas que os arameus haviam deixado para trás enquanto fugiam.
Os mensageiros voltaram e relataram tudo ao
rei. Então o povo saiu e saqueou o acampamento dos arameus. Assim, tanto uma
medida de farinha como duas medidas de cevada passaram a ser vendidas por uma
peça de prata, conforme o Senhor tinha dito.
Ora, o rei havia posto o oficial em cujo
braço tinha se apoiado como encarregado da porta da cidade, mas quando o povo
saiu, atropelou-o junto à porta, e ele morreu, conforme o homem de Deus havia predito
quando o rei foi à sua casa. Aconteceu conforme o homem de Deus dissera ao rei:
"Amanhã, por volta desta hora, na porta de Samaria, tanto uma medida de
farinha como duas medidas de cevada serão vendidas por uma peça de prata".
O oficial tinha contestado o homem de Deus
perguntando: "Ainda que o Senhor abrisse as comportas do céu, será que
isso poderia acontecer? " O homem de Deus havia respondido: "Você
verá com os próprios olhos, mas não comerá coisa alguma! " E foi exatamente
isso que lhe aconteceu, pois o povo o pisoteou junto à porta da cidade, e ele
morreu.
Você crê que Jesus faz milagres em tempo de
crise, de doenças incuráveis e de pandemia?
A
história de quatro leprosos que livraram da morte pela fome, registrada em 2
Reis 7, nos sugere grandes realidades dos nossos dias de mortalidade pela
contaminação do Covid-19 e da fome que já bate na porta de milhões de
brasileiros.
Vejam
a história e os acontecimentos daquela época e daquela situação degradante que
Israel passava.
Quatro
homens leprosos estavam à entrada da porta, os quais disseram uns aos outros:
Para que estaremos nós aqui sentados até morrermos?
Se dissermos: entremos na cidade, há fome na cidade, e morreremos lá; se
ficarmos sentados aqui, também morreremos. Vamos, pois, agora, e demos conosco
no arraial dos siros; se nos deixarem viver, viveremos; se nos matarem, tão
somente morreremos.
Levantaram-se
ao anoitecer para se dirigirem ao arraial dos siros; e, tendo chegado à entrada
do arraial, eis que não havia lá ninguém.
Porque
o Senhor fizera ouvir no arraial dos siros ruído de carros e de cavalos e o
ruído de um grande exército; de maneira que disseram uns aos outros: Eis que o
rei de Israel alugou contra nós os reis dos Heteus e os reis dos egípcios, para
virem contra nós. Pelo que se levantaram, e, fugindo ao anoitecer, deixaram as
suas tendas, os seus cavalos, e os seus jumentos, e o arraial como estava; e
fugiram para salvar a sua vida. (2 Reis 7.3-7).
Este
tempo estranho e de grande perplexidade que estamos vivendo no Brasil e no
mundo, devido à pandemia protagonizada pela crise do novo Coronavírus, é uma
realidade sem precedentes na história recente da humanidade.
Conforme
temos acompanhado, a crise tem afetado de forma avassaladora todos os setores
da sociedade: economia, relações sociais, saúde, governos, igrejas, etc.
Um
clima de profunda incerteza e ansiedade tem tomando conta de todos nós,
notadamente diante da realidade catastrófica que estamos vivendo, com um
exponencial número de mortes.
No
livro de 2 Reis 7.1-15, nós nos deparamos com uma história de grande calamidade
e miséria vivida por Israel, que muito nos ensina a superar as dificuldades que
hoje enfrentamos. O ano era aproximadamente 850 a.C. Jorão era o líder maior de
Israel e, seguindo os passos de seus pais, Acabe e Jezabel, seu governo foi
marcado por ações à margem dos critérios de Deus.
Foi
um tempo avassalador causado pelo cerco imposto pelos assírios. Esse sítio
estrangeiro teve como consequências fome e improdutividade (v. 25), devido à
falta de condições de o povo sair ao campo para plantar, colher e abastecer
suas casas, o que gerou forte elevação do custo de vida. A cidade estava presa,
em “quarentena”, gerando não só uma profunda estagnação econômica e social,
como uma trágica situação de miséria absoluta – basta conferir o episódio de
canibalismo estarrecedor das duas mulheres famintas (v. 28 e 29).
A
cidade sitiada sofreu ainda outro agravante: a alma da liderança da nação foi
severamente atacada, pois caíram no pessimismo, na dor e na amargura profunda
por não mais saberem qual estratégia adotar para salvar a nação da profunda
adversidade. (v. 27,33).
O
texto nos dá conta de que o caminho a ser percorrido até a solução da crise
pode nos surpreender. Deus é criativo e nos ensina a pensar “fora da caixa”.
Sua forma de agir foi admirável e veio de onde não se esperava. A resposta não
veio do rei e seus oficiais. Também não surgiu da classe privilegiada nem do
povo encurralado. De forma irônica e absurda, o segredo estava com os
fragilizados e discriminados quatro leprosos (v.3), os quais se encontravam à
porta da cidade de Samaria. Como discerniu sabiamente o apóstolo Paulo em
1Coríntios 1.27 a 28, na versão ARA, a mensagem diz: “Não é obvio que Deus,
deliberadamente, escolheu homens e mulheres que a sociedade despreza, explora e
abusa? Não é óbvio que ele escolheu gente do tipo “zé-ninguém” para desmascarar
as pretensões vãs dos que se julgam importantes?”.
Diante
da situação de medo e miséria, os leprosos revelaram quatro segredos que
mudaram o rumo de suas vidas e salvaram todo o povo de uma tragédia histórica.
E quanto a nós? O que podemos aprender com eles para enfrentarmos este tempo de
crise e perplexidade local e mundial no qual estamos vivendo? Qual a resposta a
ser dada diante dessa realidade tão estranha e perturbadora?
1. Em
primeiro lugar o segredo foi a coragem para vencer suas limitações e medos
(v.3). Foi por isso que os leprosos não permitiram que suas condições de
fraquezas e debilidades os impedissem de prosseguir em busca de sobrevivência e
de dias melhores. Tiveram coragem de encarar a solidão, a estigmatização, a
culpa, a segregação e a impotência. Estavam confiantes na graça de Deus para
alcançarem o livramento e serem vitoriosos. Entenderam que era preciso se
mostrar fortes e esperançosos em tempo de perplexidade e medo. Como bem nos
ensina o livro de Provérbios: “Se te mostras fraco no dia da tua angústia,
pouco será a tua força” (Provérbios 24.10).
Desta
forma, eles não caíram no laço do pessimismo, nem do derrotismo, nem da
autocomiseração e, mesmo que fosse propício, tampouco da murmuração.
Eles
se portaram com ousadia, em nome de Deus, e caminharam firmes na busca de seus
propósitos e anseios.
Neste
tempo de pandemia, é possível que o medo esteja nos dominando. Isso nos leva a
refletir, sobretudo, acerca da realidade de nossas limitações enquanto seres
humanos. Ela nos faz lembrar que não temos o controle das coisas e que, por
isso, devemos confiar em um Deus que é poderoso para nos guardar em meio aos
desafios que estamos enfrentando. Assim, o que nos cabe, faremos, como cumprir
a quarentena e ter os cuidados com a higiene, mas, acima de tudo, devemos
depender da graça e da misericórdia de Deus.
2. Em
segundo lugar, tiveram ânimo para agir em favor da sustentação de suas vidas
(v.4). A pandemia de Covid-19 trouxe novas formas de vermos e pensarmos a
vida. Todos nós estamos sendo desafiados a usar a criatividade para nos
reinventarmos. Na verdade, crises e adversidades se colocam sempre como
excelentes oportunidades para a busca de novos caminhos. Os quatro leprosos
estavam animados para agirem firmemente contra a indiferença, apatia,
indolência e morbidez. Se tivessem de morrer, morreriam lutando, agindo. Assim
pensaram. Certamente, a pior derrota é a derrota sem luta. Não devemos nos
intimidar diante dos desafios da vida. É preciso enfrentar os problemas e
adversidades com animada ação. A única maneira de enfrentar as tragédias é com
ânimo para lutar. Saia da zona de conforto e seja proativo! Aja com firmeza
pela sua família! Lute com coragem pelos seus propósitos! Nunca permita que as
dificuldades apaguem a chama da alegria e da esperança em seu coração. Em
tempos de perplexidade como o que estamos vivendo, tenhamos ânimo para agir com
confiança, pois Deus providenciará o livramento que precisamos.
3. Em
terceiro lugar outro segredo é que tiveram esperança para crer em dias
melhores (v.4). A esperança é o que dá sentido à existência humana. Sem ela,
perdemos o ânimo, a alegria da vida e a expectativa de um futuro melhor. O
texto nos dá conta de que os quatro leprosos não tinham mais nada a perder.
Afirmaram: “Se entrarmos na cidade, há fome na cidade e morreremos. Se ficarmos
sentados, morreremos. Vamos ao arraial dos siros, se nos deixarem viver,
viveremos, se nos matarem, apenas morreremos” (v.4). Portanto, não pensaram em outra
alternativa senão a de avançar, pois ainda existia esperança. Não tinham mais
nada a perder. Não tinham nada mais a que se apegar (bens, status, posição,
etc). Somente aqueles que têm a capacidade de se desprenderem, de se
desapegarem é que se tornarão capazes de arriscar e seguir com esperança
lutando por dias melhores. É gente que consegue romper com o comodismo, com a
preguiça, com a desambição, e, com coragem, aventuram-se. As perplexidades e
vicissitudes da vida podem ser uma mola propulsora para nos levar a novas e
ricas experiências, que podem ser um divisor de águas em nossa existência.
Assim como os leprosos, nesse tempo de crise, precisamos seguir com esperança,
assumindo riscos, buscando dias melhores, crendo que “todas as coisas cooperam
para o bem daqueles que amam a Deus”. (Romanos 8.28).
4. Em
quarto lugar, finalmente, aproveitaram, de forma urgente, a oportunidade
da vida (v. 4,5). Os quatro leprosos disseram: “Vamos, pois, agora…” (v.
4b). “Levantaram-se ao anoitecer” (v. 5). O texto revela que eles não esperaram
o dia amanhecer, o que era o mais natural. Entretanto, havia um sentido de
urgência, de celeridade, de ação imediata. Entenderam que não poderiam perder
tempo, pois aquela era a hora oportuna, o tempo estratégico para agirem. Era o
tempo apropriado, favorável de Deus se manifestar. O dia “D” de Deus em suas
vidas. A realidade enfrentada pelos leprosos era de perplexidade, de aguda
calamidade e dor, entretanto era também o tempo oportuno de Deus agir com poder
e graça. Admirável e criativamente, o tempo de Deus operar pode vir na hora
mais difícil, fora do nosso controle. No momento de caos e descontrole, Deus se
manifesta realizando o milagre. Ele intervém, transformando as tragédias e
ressignificando as nossas vidas. Estamos vivendo tempos difíceis, a pandemia do
Coronavírus tem afetado terrivelmente a sociedade. Muitas famílias têm perdido
seus entes queridos; muitos têm tido perdas financeiras significativas; o
desemprego bate à porta. Esta é a hora, o momento de Deus intervir, transformando
a tragédia e a dor em vitória e júbilo. Este é o momento oportuno de Deus
manifestar Sua graça, poder e misericórdia. É o tempo de Deus fazer coisas
novas em nosso meio.
Quando
os quatro leprosos responderam com coragem, ânimo, esperança e sentido de
urgência àquele tempo de crise e perplexidade, Deus interveio proporcionando
livramento e dignidade a todos. O texto diz que “os inimigos fugiram ao
anoitecer” (v.7), exatamente quando os quatro leprosos “levantaram ao
anoitecer” (v.5). Foi uma ação conjunta, sincronizada, simultânea. Quando os
fracos leprosos levantaram com coragem, ânimo, esperança e senso de urgência em
nome de Deus, Ele se levantou adiante deles. Deus afastou de forma criativa e
poderosa seus inimigos (v.6,7). Louvado seja o nome do Senhor!
Hoje
também é dia de livramento e reestruturação em sua vida e família! Deus está
encorajando você a se levantar, a se reerguer e, com ânimo e esperança, vencer
seus medos, ansiedades, pensamentos negativos, complexos de inferioridade,
desesperança, acomodação e abatimento.
Aproprie-se
da força que vem do alto, pois: “O nosso socorro vem do Senhor, que fez o céu e
a terra”. (Salmos 121); “Ele é o seu refúgio em tempo de aflição e adversidade”.
(Salmos 46). Diga em alto e bom som: “Porque o poder de Deus se aperfeiçoa na
fraqueza. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte”. (2 Coríntios
12.9-10). “Diga o fraco, eu sou forte” (Joel 3.10). Afirme para você mesmo:
“Posso todas as coisas naquele que me fortalece”. (Filipenses 4.13).
Quando
você declara com fé, coragem e esperança, Deus intervém simultaneamente. É
muito mais que uma confissão positiva; é uma afirmação de fé. É um compromisso
de fé em Deus. O livramento alcançado foi tão marcante que os quatro leprosos
foram generosos, partilharam com os outros o que receberam. Disseram: “este dia
é dia de boas-novas…” (v.9a), “vamos e o anunciemos à casa do rei”. (v.9b).
Assim
também acontecerá na vida de todos aqueles que diante das adversidades e da
atual crise que estamos enfrentando, frente aos desafios do Coronavírus, aprendamos
a responder com coragem, ânimo e esperança.
Temos
que ser capazes de compartilhar os benefícios das vitórias alcançadas, das
lutas quase perdidas, transformando a
realidade da perplexidade, da dor e do medo, em experiência de vida e realizações
em proveito próprio e para os outros também em nome de Jesus.
Deus
abençoe você e sua família.
Pr. Waldir
Pedro de Souza
Bacharel
em Teologia, Pastor e Escritor.
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