JOÁS É COROADO REI DE JUDÁ AOS 7 ANOS DE IDADE
Ele começou a reinar com 7 anos de idade por
providência de Deus.
Joás significa “Jeová é forte”, e “Fogo do Senhor”. A história
de Joás, o menino rei que começou a reinar com apenas 7 anos de idade e num
primeiro momento realizou grandes feitos que agradaram a Deus, inclusive
restaurou o templo e o culto ao Senhor Deus no templo.
A Bíblia menciona seis pessoas com este nome:
1. Joás
rei de Judá, cuja capital era Jerusalém. (Jerusalém era a capital do reino do
norte).
Joás, rei de Judá, que foi coroado rei com 7
anos de idade, é o primeiro mencionado com este nome na Bíblia e o principal
personagem que vamos estudar.
Joás o filho do rei Acazias. Enquanto ainda
criança muito nova, ele foi salvo do massacre geral da família por sua tia
Jeoseba, e aparentemente foi o único descendente de Salomão que sobreviveu. (2Cr
21:4,17).
Seu tio, o sumo sacerdote Joiada, que o escondeu
e cuidou dele, o levou ao conhecimento público quando ele tinha sete anos de
idade, e o coroou e ungiu rei de Judá com as cerimônias habituais. Atalia foi
surpreendida quando ouviu o grito do povo: “Vive o rei”; e quando ela apareceu
no templo, Joiada ordenou que ela fosse morta, (2Rs 11:13-20).
Enquanto o sumo sacerdote vivia, Joás
favoreceu a adoração de Deus e observou a lei; mas na sua morte ele caiu em
idolatria.
Zacarias, filho e sucessor do sumo sacerdote,
foi morto. Essas maldades trouxeram à terra o julgamento de Deus, que foi
oprimida pelos invasores sírios. Ele é um dos três reis omitidos por Mateus (Mt
1:8) na genealogia de Cristo, sendo os outros dois Acazias e Amazias. Ele foi
enterrado na cidade de Davi. (2Rs 12:21).
2. Joás,
rei de Israel, cuja capital era Samaria. (Samaria era a capital do reino do
Sul).
O filho e sucessor de Jeoacaz, rei de Israel
(2Rs 14:1; comp. 12:1; 13:10). Quando ele subiu ao trono, o reino
estava sofrendo com a invasão dos Sírios. Joás tolerou a adoração dos bezerros
de ouro, mas parece ter manifestado um caráter de devoção sincera ao Deus de
seus pais.
Ele honrou o profeta Eliseu e chorou ao seu
lado quando estava morrendo, dirigindo-se a ele com as palavras que o próprio
Eliseu havia usado quando Elias foi levado ao céu: “Ó meu pai, meu pai, o carro
de Israel e os seus cavaleiros”.
Em seguida, ele se envolveu na guerra com
Amazias, o rei de Judá (2Cr 25:23-24), que ele derrotou totalmente em
Bete-Semes, nas fronteiras de Dã e Filístia, e avançou sobre Jerusalém,
derrubou uma parte do muro, e levou os tesouros do templo e do palácio.
Joás logo depois morreu (825 a.C.), e foi
enterrado em Samaria (2Rs 14:1-17,19-20). Ele foi sucedido por seu filho.
Outras 4 pessoas com o nome de Joás.
3. Um dos arqueiros benjamitas que se juntou
a Davi em Ziclague. (1Cr 12:3).
4. Um dos filhos do rei Acabe. (1Rs 22:26).
5. Um benjamita, filho de Bequer, pai de
Gedeão. (Jz. 6.11).
6. Aquele que estava encarregado dos armazéns
reais de azeite no reinado de Davi e Salomão. (1Cr 27:28).
O nome Joás significa: Jeová é forte, em
hebraico Yow’ash (יואש) “o Senhor tem dado e Fogo do Senhor”.
Coroado rei quando ainda era menino de 7
anos, Joás era participante da dinastia do Rei Davi.
Ele era filho de Acazias e sua mãe era
Zibia de Berseba. Começou a reinar com apenas sete anos de idade e reinou
durante quarenta anos em Jerusalém sobre Judá.
Quando, em 884 a.C., seu
pai Acazias foi morto por Jeú, Atalia, sua avó, mandou
exterminar a família real e assumiu o poder em Judá. Antes que pudesse ser
morto, Joás foi salvo por sua tia Jeoseba e foi escondido no templo e
criado pelo sacerdote Joiada.
Em 878 a.C., quanto Joás tinha sete
anos, Joiada, o sacerdote, ungiu Joás como rei. Atalia foi morta,
assim como Mattan, sacerdote de Baal, e o templo de Baal foi
destruído.
Depois disso, enquanto o sumo sacerdote
Joiada vivia e agia como pai e conselheiro de Joás, o jovem monarca prosperou.
Em 864 a.C., nasceu Amasias, filho de
Joás e Jeoadã. Em 857 a.C., Joás ordenou que o templo de Salomão fosse
restaurado.
A casa de Deus precisava urgentemente de
reparos, não apenas por causa da sua idade (nessa época tendo não mais de 150
anos), mas também devido à negligência e ao saque sofridos no reinado de
Atalia.
Em consequência disso, Joás instou com os
levitas a que levantassem o dinheiro para tal restauração por irem de cidade em
cidade, por toda a Judá, mas a reação dos levitas não foi de todo o coração, e
o serviço não estava sendo executado. Com o tempo, mudaram-se os arranjos
para conseguir e administrar tais fundos. O povo mostrou bom acatamento, e os
reparos continuaram até o término das obras.
Em 840 a.C., morre o sacerdote Joiada,
e, logo depois, seu filho Zacarias é morto por apedrejamento por reprovar os
israelitas de retornarem à idolatria.
No ano seguinte (839 a.C.), uma pequena força
militar síria, chefiada por Hazael, rei da Síria, conseguiu invadir o
território de Judá, obrigando Joás a entregar o ouro e os tesouros do
santuário, bem como seus próprios bens, deixando-o um homem arrasado e doente.
Dois de seus oficiais (Jozabade e Jeozabade) conspiraram contra ele e o
assassinaram em Bete-Milo, no caminho que desce para Sila. Seu filho Amazias reinou
em seu lugar, e executou os assassinos de seu pai, poupando seus filhos, de
acordo com a lei de Deus ditada a Moisés.
Os enormes desafios do menino rei, Joás.
Depois da morte de Joiada, os líderes de Judá
foram falar com o rei e lhe prestaram reverências, e ele aceitou o que
disseram. Então abandonaram o templo do Senhor, o Deus dos seus antepassados, e
prestaram culto aos postes sagrados e aos ídolos. Por culpa deles, a ira de
Deus veio sobre Judá e Jerusalém. Embora o Senhor tivesse enviado profetas ao
povo para trazê-los de volta para ele e os profetas tivessem testemunhado
contra eles, o povo não quis ouvi-los. Então o Espírito de Deus apoderou-se de
Zacarias, filho do sacerdote Joiada. Ele se colocou diante do povo e disse:
“Isto é o que Deus diz: Por que vocês desobedecem aos mandamentos do Senhor?
Vocês não prosperarão. Já que abandonaram o Senhor, Ele os abandonará”. Mas,
alguns conspiraram contra ele e, por ordem do rei, apedrejaram-no até à morte
no pátio do templo do Senhor. O rei Joás não levou em conta que Joiada, pai de
Zacarias, tinha sido bondoso com ele, e matou o seu filho. Este, ao morrer,
exclamou: “Veja isto o Senhor e faça justiça!” Na virada do ano, o exército
arameu marchou contra Joás; invadiu Judá e Jerusalém, matou todos os líderes do
povo, e enviou para Damasco, para o seu rei, tudo o que saqueou. Embora o
exército arameu fosse pequeno, o Senhor entregou nas mãos dele um exército
muito maior, por haver Judá abandonado o Senhor, o Deus dos seus antepassados.
Assim o juízo foi executado sobre Joás. Quando os arameus foram embora,
deixaram Joás seriamente ferido. Seus oficiais conspiraram contra ele, porque
ele tinha assassinado o filho do sacerdote Joiada, e o mataram em sua cama.
Assim ele morreu e foi sepultado na cidade de Davi, mas não nos túmulos dos
reis. Os que conspiraram contra ele foram Zabade, filho da amonita Simeate, e
Jeozabade, filho da moabita Sinrite. Quanto a seus filhos, às muitas profecias
a seu respeito e ao relato da restauração do templo, tudo está escrito nas
anotações dos livros dos reis. E seu filho Amazias foi o seu sucessor. 2Crônicas
24:17-27.
A história do rei Joás representa uma das
mais ricas exposições sobre as guerras travadas num dos nossos maiores campos
de batalha, a família. Filho de rei da linhagem profética do grande rei Davi, o
único herdeiro que restou de Acazias, após todos serem assassinados por Atalia,
sua avó, Joás surge em um cenário histórico de profundo valor para a nação de
Israel e que traz luz sobre um padrão de experiência espiritual muito comum na
vida daqueles que são despertados pelo Senhor para prevalecer sobre todas as
guerras travadas nesse campo, de forma a alcançar a maior de suas conquistas:
um lugar na Paternidade de Deus.
Nascido na terceira geração do rei Davi, após
o profundo estreitamento de laço entre os reinos do Sul e do Norte, que
compunham a nação de Israel, durante a fase mais crítica de sua história e
produto direto dessa relação, Joás nasce num período que veio para retratar o
fechamento de ciclo de destruição. O diabo havia trabalhado durante muito tempo
para que o trono de Judá fosse destruído e, ao considerarmos a forma acelerada
e evolutiva como seu avô Jeorão e seu pai Acazias terminaram seus reinados, é
fácil acreditar que Joás morreria antes mesmo de saber que era herdeiro de um
rei.
Tudo o que diabo planejou estava acontecendo
no reino de Judá, mais especificamente em Jerusalém. Sem contar que no reino de
Samaria a coisa estava pior ainda porque tanto os reis como os sacerdotes já
estavam distantes de Deus à muito tempo e subjugavam o povo à adorar seus
ídolos sob pena de morte a quem não lhes obedecessem.
Após a
morte precoce de seu pai, o rei Acazias,
sua mãe, a rainha Atalia, assume o governo de Judá, mandando matar todos os
herdeiros do trono. Porém, o que nem ela e nem o diabo sabia era que Deus
estava disposto a interferir naquela terrível situação, estabelecendo a
estratégia que não só livraria o último herdeiro da morte, como também o
transformaria na grande arma que venceria aquela guerra, definitivamente.
A estratégia era bem simples: resgatar Joás
do comando de destruição e morte que passou a vigorar dentro de sua geração,
conduzindo-o para um tempo de amadurecimento e fortalecimento que aconteceria
sob os cuidados e proteção do sumo-sacerdote, Joiada, afinal, ele apenas um
bebê. Após sete anos, quando Judá desfalecia sob o comando de miséria e
escravidão promovido pela rainha Atalia, chegou o tempo do Senhor apresentar a
todos, aquele que deveria estar morto, mas que, não só prevalecer contra os
poderosos decretos de morte que mataram seus irmãos, como estava pronto para
reinar, embora tivesse pouca idade. Joás começou a reinar com sete anos e
durante muito tempo foi um rei que agradou o coração do Senhor.
As três gerações de famílias reais perderam o
controle e o domínio espiritual por haverem se afastado da comunhão com Deus.
Em nossa busca por compreendermos os valores
espirituais refletidos em toda a trajetória do rei Joás, (reino do norte,
capital Jerusalém), devido à sua importância, um aspecto que merece ser
considerado é o processo temporal instituído através de três gerações para que
um padrão de domínio espiritual vigorasse sobre a terra.
De forma direta, após a queda do homem, um
protocolo geracional foi instituído para definir a relação com o reino
espiritual, onde todo padrão de influência e governo espiritual seria
consolidado, por meio de um processo que deveria perdurar por, no mínimo, três
gerações. A Bíblia descreve esse processo de forma bem clara, quando vemos o
Senhor se apresentar como Deus de Abraão, Isaque e Jacó, determinando a três
gerações que consolidaram o patriarcado espiritual que deu origem à nação de Israel.
Como era de se esperar, o diabo foi obrigado a trabalhar da mesma forma.
Assim, a história de Joás foi, exatamente, o momento da conclusão de um
processo que começou duas gerações anteriores à sua.
Quando mergulhamos no universo de ações,
influências e governo, estabelecido por esse processo temporal, nos deparamos
com um mundo totalmente dominado por essa realidade. Se por um lado vemos Deus
agindo, constantemente, em prol das quebras dos legados de destruição, maldição
e morte ativos sobre o homem em meio a ciclos geracionais, que começam, evoluem
e são consolidados, dentro desse quadrante de três gerações, por outro, vemos o
diabo trabalhando incessantemente para resistir e invalidar essas ações,
produzindo um efeito contrário devastador.
Outra forma de compreendermos esses processos
em suas causas e efeitos é que eles sempre irão apontar para um aspecto
fundamental: o estabelecimento de governo.
Todas as vezes que testemunhamos Deus ou o
diabo trabalhando nas gerações, significa que um nível de governo, seja da
parte de Deus ou do diabo, está sendo estabelecido sobre a terra. E isso
reflete diretamente sobre realidades e condições que, em nosso dia a dia, nem
nos damos conta, como doenças hereditárias, condições extremas e comportamentos
transformadores para o bem ou para o mal se repetem nas gerações, gerando transformações
de lugares, de hábitos, de conceitos, de vivência, dentre outros.
Desde que o homem pecou, Deus tem trabalhado
para trazê-lo de volta para debaixo de seu governo, através de princípios
fundamentais como: dependência, submissão, proteção e bênção. Porém, como forma
de resistir e deturpar suas ações, o diabo trouxe como bagagem geracional,
elementos como: falência, exposição, orgulho e morte. Se para Deus o foco é
conduzir o homem ao reconhecimento de suas limitações e incapacidades para que
ele possa fazer dEle sua verdadeira fonte, para o diabo, a estratégia é fazê-lo
camuflar suas feridas e mazelas através de um senso de vitimização alimentado
por culpas e culpados, fazendo o homem refém de suas misérias e culpabilidade
interna que causam transtornos sentimentais, emocionais e psíquicos.
Dentro de um contexto espiritual descrito
pelas três gerações, podemos afirmar que Joás foi alcançado pelo Senhor no
momento exato em que tudo estava perdido. Após um trabalho, que começou com o
seu avô, alcançou o seu pai e já se mostrava ativo sobre seus irmãos, o diabo
tinha por certo, acabar a com a vida de alguém que morreria antes mesmo de
descobrir quem, de fato, era.
Se trouxermos isso para a vida que o Senhor
nos concedeu, no dia em que abrimos o nosso coração e fomos alvo da maravilhosa
Graça revelada naquela cruz do Calvário, percebermos que fomos alvos do mesmo
padrão de experiência que vivenciou Joás. No dia em que o Senhor nos resgatou e
nos conduziu para sua casa, a igreja, para que fôssemos criados sob os cuidados
do sumo-sacerdote, que são os líderes e referenciais que nos conduziriam em
nossa caminhada cristã, não tínhamos ideia de quem éramos, do que estava
acontecendo e de que fomos chamados para fazer. No entanto, o mover profético
do Pai nos conduziu para um poderoso recomeço que mudou tudo em nós e à nossa
volta.
A morte do sacerdote Joiada fez cessar
novamente o propósito de Deus para com a nação e o culto à Deus foi abandonado
pelo rei e pelo povo.
Com sete anos de idade, Joás começou a reinar
em Judá debaixo de uma perfeita sintonia com Joiada, o sumo-sacerdote,
iniciando uma fase de restauração e crescimento sobre toda a nação, em todos os
sentidos. Tudo caminhava em perfeita harmonia, afinal, o espiritual e o físico
estavam alinhados, dando ao Senhor total liberdade de operar no meio daquele
povo e produzir profundas transformações.
Tudo caminhou perfeitamente bem, até o dia da
morte de Joiada. Com o óbito do sumo-sacerdote, não demorou até que Joás se
deixasse levar por falsos conselheiros, desviando-se por completo do caminho de
vida e restauração que um dia fora essencial para sua preservação e
amadurecimento.
O ponto alto da rejeição de Joás para com
Deus acontece no momento em que ele manda matar Zacarias, filho de Joiada, após
ele profetizar o juízo do Senhor sobre aquela realidade, esquecendo-se
definitivamente de tudo que seu pai havia feito a seu favor.
Como pode alguém que foi alvo de tão grande
livramento, criado de forma zelosa e exclusiva, que vivenciou tantas
conquistas, a ponto de se tornar o grande referencial de uma nação, se desviar
dos caminhos do Senhor?
Antes de nos debruçarmos sobre essa questão
tão relevante, vale a pena compreendermos que Joás representa uma imagem
profética que se tornou muito comum em nossos dias, na realidade da Igreja do
Senhor Jesus neste tempo de pós modernidade: a evidência de um padrão de
cristão ou ex-cristão que, em função de algum nível de perda, trauma ou
decepção ,como a morte do sumo-sacerdote Joiada, se propôs a abrir mão do
Senhor Deus, fazendo questão de assumir uma vida contrária a tudo o que Ele
representa. Essa realidade passou a dominar a sociedade em que vivemos hoje,
dando ênfase a uma igreja envelhecida e de um Evangelho sem vigor.
Independentemente da resposta de Joás, um
aspecto marcante para sua mudança de vida expressa com fidelidade um grande
princípio em nossa caminhada cristã: Joiada um dia morre!
Por mais que não se espere, sempre chega o
dia em que se é obrigado a lidar com situações extremas, que estão além do que
se pode suportar e que interferem diretamente na comunhão com o Senhor.
São líderes que pecam, pessoas íntimas que
traem, resultados inesperados que frustram e ferem, situações trágicas
inesperadas, conluios, emboscadas, crimes de todos os tipos, etc, assim é a vida
sem Deus.
Uma das maiores tragédias na vida daqueles
que, perante a “morte do sumo-sacerdote” resolveram abdicar de sua posição em
Deus rejeitando, assim, sua influência e governo, é que serão obrigados a
descobrir que o mesmo Evangelho que um dia os protegeu em suas limitações,
fraquezas e ignorância durante o tempo do resgate do Senhor, tende a se tornar
a vara de acusação e apontamento que atrai os decretos de morte para sua vida.
Joás é o símbolo de um cristianismo incapaz de prevalecer perante os prejuízos produzidos
por situações que fogem do controle, descrito por uma geração que se preocupou
em fazer de Deus aquele que a conduziria a tronos e glórias, mas se esqueceu de
assumí-lo como o Senhor que a chama para vencer as dores e tragédias da cruz,
tendo como resultado um final trágico.
Quando morre o sacerdote, há grandes mudanças
na vida religiosa do rei e seus súditos.
A morte de Joiada foi adiada por Deus até o
último instante. Não é à toa que o sacerdote que criou e preparou Joás para ser
o grande rei de Judá viveu 130 anos. A disposição de Deus em preservar por
tanto tempo esse homem, tão importante para o rei, reflete sua intenção do
coração do Pai em preservá-lo até o limite de sua Justiça, na esperança de ver
Joás assumir a posição que lhe era devida, perante uma guerra que ainda
precisava ser vencida.
Em função dos efeitos tão expressivos dessa
“preservação” do Senhor o rei de Judá foi conduzido a um verdadeiro estilo de
vida abastecido de conquistas, vitórias e realizações. Todavia, o foco nunca
foi afirmá-lo nem promovê-lo em sua posição de relevância, mas permiti-lo
encontrar em cada experiência vivenciada dentro desse ambiente, os meios e
oportunidades que o fariam amadurecer para vencer sua guerra.
Apesar de todo o investimento de Deus através
do sumo sacerdote Joiada, em Joás, ele não amadureceu o suficiente e, quando
chegou a hora de ter que enfrentar um velho inimigo, depois de tanto tempo, o
que se viu foi um homem fácil de ser vencido, fragilizado por sua ganância,
luxúria e libertinagens à vontade e idolatria.
Em nossa caminhada cristã, quando os efeitos
extremados de nossas realizações e conquistas, ou mesmo traumas e decepções, se tornam capazes de tirar a centralidade de
Deus de nossas vidas, significa que estamos fadados a perder a guerra, por mais
que tenhamos sido vencedores em tantas batalhas.
O testemunho de Joás nos ensina que muito
mais que nos abastecer de benefícios, bens e prosperidade, o Senhor deseja nos
fazer vencer os inimigos que resistem à nossa linhagem espiritual alcançada em
Jesus Cristo, quebrando toda estrutura de maldição que nos resiste no tempo.
Ao analisarmos a vida de Joás, percebemos que
quando temos uma vida com Jesus, alvos, conquistas e realizações não são fins
em si mesmos, mas, meios de preparação e de capacitação para enfrentar nossos
verdadeiros inimigos. A ausência de compreensão desse princípio fundamental
poderá nos levar à condenação e, por fim, à morte.
A morte do rei Joás, rei de Judá.
O rei que passa a existir após a morte do
sumo-sacerdote é uma expressão clássica dos efeitos de uma guerra que não
suporta alienação e nem vaidades, a vaidade do trono falou mais alto em sua
cabeça e o fez abandonar tudo o que viveu e aprendeu no templo do Senhor. O
homem que outrora se mostrara envolvido com a Casa do Senhor, e que fez questão
de virar as costas para ela, se tornando um dos mais idólatras de sua geração.
Depois de abandonar a Deus e ser conduzido
pelos conselhos idólatras de uma classe perdida em suas vaidades, Joás viu o
ciclo de restauração e cura ser substituído por um antigo ciclo de roubo e
morte. De forma trágica, o homem que prevaleceu por tanto tempo sob os cuidados
e livramentos do próprio Deus foi alvo de dois assassinos que tipificam com
precisão sua derrota contra o grande inimigo de sua vida.
Os descendentes do incesto entre Ló e suas filhas,
Amonitas e Moabitas, foram os agentes de morte que o diabo escolheu para
assassinar o rei, decretando seu fim numa guerra que ele teve tudo para vencer.
O homem que prevaleceu diante da destruição de sua família não foi capaz de
vencer o inimigo que a destruiu, tornando-se, ao final de sua vida, um alvo
fácil para um golpe fatal.
A morte de Joás nos faz compreender que se
não entendermos, definitivamente, nossas guerras, inimigos e campos de
batalhas, jamais seremos suficientes em nossos testemunhos como filhos de Deus.
Não são as bênçãos e vitórias que nos promovem, mas a nossa capacidade de
vencer inimigos, superar estruturas e prevalecer contra realidades que agem
diretamente em nossa vida, casa e família.
O Senhor Jesus nos adverte: “Olhai, vigiai e
orai porque não sabeis quando chegará o tempo". Marcos 13.33.
“Vigiai e orai, para que não entreis em
tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”. Mc 14.38.
Deus abençoe você e sua família.
Pr. Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.
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