segunda-feira, 2 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 9

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 9


Este capítulo do Apocalipse trata do toque da Quinta e da Sexta Trombetas (Apocalipse 9:1-21).

Depois do quarto anjo tocar a sua trombeta e os corpos celestes escurecerem, passou uma águia avisando sobre as últimas três trombetas. Ela clamou: “Ai! Ai! Ai dos que moram na terra....”. As últimas três trombetas são os três ais. Falaremos aqui sobre os primeiros dois deles.

A Quinta Trombeta é tocada: O Primeiro Ai (9:1-12).

9:1 O quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela caída do céu na terra. E foi-lhe dada a chave do poço do abismo.
Vi uma estrela caída do céu na terra: João já viu uma estrela caindo do céu (8:10), mas agora ele vê uma que já caiu. 
Esta estrela representa uma pessoa, pois recebe a chave do poço do abismo. Estrelas são usadas na Bíblia, às vezes, para representar autoridades (Números 24:17; Daniel 8:10; Mateus 24:29). 
Uma estrela caída seria uma pessoa de autoridade punida ou derrotada, como aconteceu com o rei da Babilônia (Isaías 14:12). Quando Jesus demonstrou seu poder sobre os demônios, os servos do diabo, ele disse: “Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago” (Lucas 10:18). 
Em Apocalipse 12, presenciaremos a derrota de Satanás numa batalha no céu, resultando na expulsão do diabo (12:7-9). 
Tudo sugere que a estrela caída aqui seja o próprio Satanás. 
Observamos o contraste entre o diabo, a estrela caída que traz trevas, e Jesus, a “brilhante Estrela da manhã” (22:16). 
Satanás recebe a chave do poço do abismo, mas Jesus segura a chave da morte e do inferno (1:18). Não há dúvida sobre a superioridade do poder do Cordeiro!
E foi-lhe dada a chave do poço do abismo: A chave representa autoridade, e aqui Satanás recebe autoridade sobre o poço do abismo. O diabo age dentro dos limites estabelecidos por Deus (Jó 1:12; 2:6). 
Aqui, ele tem autoridade sobre as criaturas da região infernal, a região dos demônios (Lucas 8:31). 
O Destruidor é o rei do abismo (9:11). É do abismo que subirá a besta para perseguir e matar os servos de Deus (11:7; 17:8). Mais tarde, o abismo servirá como a prisão de Satanás (20:1-3,7).

9:2 Ela abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como fumaça de grande fornalha, e, com a fumaceira saída do poço, escureceu-se o sol e o ar.
Subiu fumaça, escureceu-se o sol e o ar: Esta estrela traz trevas, não luz. Quando ela abre o poço do abismo, sobe tanta fumaça que escurece a terra. As trevas são a ausência da luz. “Deus é luz, e não há nele treva nenhuma”. (1 João 1:5). O trabalho do diabo sempre tem sido de ocultar a luz de Deus, tentando manter o mundo nas trevas (2 Coríntios 4:3-4; Mateus 4:16; João 3:19; Atos 26:18; Efésios 5:8,11; Colossenses 1:13; 1 Pedro 2:9). Aqui, ele abre o poço do abismo e o mundo se escurece. Ele traz as trevas do erro e da iniquidade para enganar os homens e os manter longe de Deus. No sentido que Deus permite este trabalho de Satanás, que ele lhe deu a chave, percebemos que Deus permite os homens a serem castigados com o engano e as mentiras, consequências do próprio pecado. Paulo disse que “Deus entregou tais homens à imundícia “pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira”. E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável”. (Romanos 1:24-28).
A ignorância que vem como resultado do pecado é, de certa forma, um castigo divino.

9:3 Também da fumaça saíram gafanhotos para a terra; e foi-lhes dado poder como o que têm os escorpiões da terra,
Saíram gafanhotos para a terra: Leitores do Antigo Testamento entendem bem que gafanhotos são usados em pragas divinas. A oitava praga no Egito foi a invasão pelos gafanhotos (Êxodo 10:1-20). Gafanhotos aparecem entre as pragas citadas na oração de Salomão na dedicação do templo (1 Reis 8:37) e como exemplo de praga na aliança de Deus com o filho de Davi (2 Crônicas 7:13). Veja outros exemplos em Amós 7:1-3 e Joel 1:4.
Foi-lhes dado poder como escorpiões: Os gafanhotos da quinta trombeta, porém, não são insetos que devoram plantações. Eles recebem veneno como o de escorpiões para atacar homens. Serpentes e escorpiões representam o poder do diabo. (Lucas 10:19). Isso revela também o poder bélico das nações através de armas químicas, biológicas, sonoras, radioativas, etc.

9:4 e foi-lhes dito que não causassem dano à erva da terra, nem a qualquer coisa verde, nem a árvore alguma e tão-somente aos homens que não têm o selo de Deus sobre a fronte.
Foi-lhes dito que não causassem dano à erva da terra, nem a qualquer coisa verde, nem a árvore alguma: Esta praga de gafanhotos, com seus ferrões venenosos, atingiria homens, não plantas! Os gafanhotos são instruídos a não prejudicar nenhum tipo de planta. 
Tão somente aos homens que não têm o selo de Deus: As vítimas deles são homens, mas somente os homens que não pertencem a Deus. (7:3-8). Os homens atingidos por esta praga são aqueles que vivem nas trevas, que seguem o Diabo e suas mentiras, que perseguem os fiéis. Os servos de Deus são protegidos. O fato que esta praga afeta os homens na terra (9:3) serve como mais uma prova de que os 144.000 são servos de Deus na terra, não no céu.

9:5 Foi-lhes também dado, não que os matassem, e sim que os atormentassem durante cinco meses. E o seu tormento era como tormento de escorpião quando fere alguém.
Não que os matassem, e sim que os atormentassem durante cinco meses: O efeito deste castigo não é a morte, e sim o tormento. Dura cinco meses, mostrando que o período do castigo seria determinado e limitado por Deus. Esta praga não é fatal nem final. Não causa a morte, mas traz grande sofrimento aos ímpios.
O seu tormento era como tormento de escorpiões quando ferem alguém: O escorpião raramente mata o homem, mas o seu veneno causa dor intensa e ataca o sistema nervoso. Os opressores do povo de Deus sofreriam muita dor, mas não seriam mortos, por enquanto.

9:6 Naqueles dias, os homens buscarão a morte e não a acharão; também terão ardente desejo de morrer, mas a morte fugirá deles.
Os homens buscarão a morte e não a acharão: Esta frase frisa a intensidade do sofrimento. A morte seria considerada um alívio da dor infligida pelos escorpiões. Jó expressou o mesmo sentimento durante a sua aflição (Jó 3:20-22), e Jeremias usou linguagem semelhante para descrever o sofrimento de Judá (Jeremias 8:3).
Terão ardente desejo de morrer, mas a morte fugirá deles: Novamente, ele enfatiza a natureza desta praga. Os gafanhotos do abismo não receberam autoridade para matar, mas causam sofrimento terrível. Mesmo procurando a morte, os homens não conseguem escapar desta praga (veja 6:16).

9:7 O aspecto dos gafanhotos era semelhante a cavalos preparados para a peleja; na sua cabeça havia como que coroas parecendo de ouro; e o seu rosto era como rosto de homem;
O aspecto dos gafanhotos era semelhante a...vejamos:
A descrição da aparência dos gafanhotos nos lembra de Joel 1:4,6; 2:4-10. São opressores terríveis, inimigos fortes que vêm com uma força quase irresistível contra os homens.
Cavalos preparados para a peleja: A cavalaria deu uma vantagem enorme aos exércitos antigos (1 Reis 20:1; 2 Reis 6:15). Salomão importava cavalos do Egito para fortalecer a defesa de Israel (2 Crônicas 9:28). Os homens sempre enfrentavam a tentação de confiar na sua força militar, representada por cavalos, ao invés de confiar em Deus (Salmo 20:7; Isaías 31:1). Cavalos aparecem frequentemente nas figuras proféticas de castigo e destruição: “Eis aí que sobe o destruidor como nuvens; os seus carros, como tempestade; os seus cavalos são mais ligeiros do que as águias. Ai de nós! Estamos arruinados!” (Jeremias 4:13; veja 6:23; 8:16; 47:3; 50:42; 51:27; Ezequiel 26:11; Naum 3:2; Habacuque 1:8).
Como que coroas parecendo de ouro: Esta é a única vez que a palavra “stephanos”, a coroa da vitória, aparece em relação aos ímpios. Em todos os outros casos, mostra a vitória de Cristo ou dos santos. Aqui, os servos do diabo dão a impressão de ser vitoriosos, mas a própria linguagem sugere uma falsa vitória: 
“como que coroas parecendo de ouro”. Os servos do inimigo podem imitar a vitória dos santos, mas jamais terão a vitória final.
O seu rosto era como rosto de homem: Figuras de animais ou insetos com características humanas normalmente sugerem a inteligência. Estes servos do diabo são seres inteligentes, capazes de agir conforme as instruções do seu líder.

9:8 tinham também cabelos, como cabelos de mulher; os seus dentes, como dentes de leão;
Cabelos, como cabelos de mulher: Qualquer explicação reconhece uma criatura estranha. Não são gafanhotos comuns! Os cabelos da mulher representam sua submissão (1 Coríntios 11:15). Pode significar a submissão dos gafanhotos a Satanás. Cabelos femininos sugerem, também, a beleza, um aspecto mais suave do que a aparência das outras características. O diabo usa coisas que parecem boas, inofensivas e atraentes para conquistar sua presa, e depois ataca com a astúcia (rosto de homem) e força (dentes de leão).
Dentes, como dentes de leão: Mais uma figura do poder destrutivo desses gafanhotos do abismo. Podem usar a inteligência e a beleza para seduzir, mas mordem com a ferocidade de um leão (1 Pedro 5:8).

9:9 tinham couraças, como couraças de ferro; o barulho que as suas asas faziam era como o barulho de carros de muitos cavalos, quando correm à peleja;
Couraças, como couraças de ferro: Estes guerreiros do diabo estão preparados para a guerra. Eles têm condições de se defenderem na batalha contra os homens. Mesmo quando os homens resistem,

9:10 tinham ainda cauda, como escorpiões, e ferrão; na cauda tinham poder para causar dano aos homens, por cinco meses;
Cauda, como escorpiões, e ferrão, poder para causar dano aos homens, por cinco meses: Este versículo repete as informações dadas nos versículos 3 a 5. Os gafanhotos com ferrões de escorpiões causariam sofrimento entre os homens durante cinco meses.

9:11 e tinham sobre eles, como seu rei, o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em grego, Apoliom.
Seu rei, o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em grego, Apoliom: Parece que o anjo do abismo e a estrela caída que recebeu a chave do poço do abismo são a mesma pessoa, Satanás. Se não for o próprio diabo, certamente seria um servo dele com poder sobre outros servos. O nome é dado em dois idiomas, e o sentido é o mesmo: Destruição ou Destruidor. Este versículo é o único no Novo Testamento que usa estas palavras. A palavra hebraica aparece algumas vezes no Antigo Testamento em referência à morte e à destruição (veja Jó 26:6; 28:22; 31:12; Salmo 88:11; Provérbios 15:11; 27:20). Deus cria, dá vida, edifica, causa crescimento, etc. O diabo destrói e provoca o sofrimento e a morte. “Ele foi homicida desde o princípio” (João 8:44).

9:12 O primeiro ai passou mas, vêm ainda dois ais: As últimas três trombetas são os três ais anunciados pela águia (8:13). 
O primeiro ai, a quinta trombeta, passou. Neste ai percebemos o poder destrutivo do pecado, a arma principal do anjo do poço do abismo. O pecado provoca sofrimento e tormento, mesmo antes dos homens chegarem à morte. Entendendo a quinta trombeta desta maneira, podemos ver aqui os efeitos de decadência, perversão e corrupção que vêm de dentro, uma sociedade pecaminosa se destruindo na iniquidade.
Ainda aguardamos mais dois ais, as sexta e sétima trombetas (veja 11:14).

A Sexta Trombeta é tocada: O Segundo Ai (9:13-21).

9:13 O sexto anjo tocou a trombeta, e ouvi uma voz procedente dos quatro ângulos do altar de ouro que se encontra na presença de Deus,
O sexto anjo tocou a trombeta: Ele anuncia a mensagem da sexta trombeta.
Ouvi uma voz procedente dos quatro ângulos do altar de ouro: É o mesmo altar que encontramos no sétimo selo (8:3-5), o altar do incenso que pertence ao Santo dos Santos (Hebreus 9:3-4). As trombetas são respostas divinas às orações dos santos. A voz procede dos ângulos ou chifres do altar (veja a descrição do altar do incenso, em Êxodo 37:25-28).

9:14 dizendo ao sexto anjo, o mesmo que tem a trombeta: Solta os quatro anjos que se encontram atados junto ao grande rio Eufrates.
O sexto anjo, o mesmo que tem a trombeta: A voz do altar manda o anjo que acabou de tocar a trombeta agir.
Solta os quatro anjos que se encontram atados junto ao grande rio Eufrates: A destruição da quinta trombeta veio de dentro. A sexta anuncia castigo que vem de fora. O rio Eufrates, de onde vieram antigos inimigos de Israel e Judá, representa a força militar de um poder invasor usado por Deus como instrumento de castigo: “Eis que o Senhor fará vir sobre eles as águas do Eufrates, fortes e impetuosas, isto é, o rei da Assíria, com toda a sua glória; águas que encherão o leito dos rios e transbordarão por todas as suas ribanceiras. Penetrarão em Judá, inundando-o, e, passando por ele, chegarão até ao pescoço” (Isaías 8:7-8). Os versículos subsequentes apoiam esta interpretação, mostrando a ideia de um ataque militar. Se o poder perseguidor que afligia os cristãos na Ásia foi o império romano, o castigo aqui seria um ataque contra o mesmo império. Deus tem poder para usar a força militar de uma nação para castigar outra, como ele tem feito muitas vezes ao longo da história.
Alguns comentaristas procuram identificar aqui um exército ou uma nação específica, especialmente olhando para países na região do Eufrates. Parece mais coerente entender o significado simbólico do Eufrates em relação à força militar e o castigo divino, sem tentar identificar um certo país invasor.

9:15 Foram, então, soltos os quatro anjos que se achavam preparados para a hora, o dia, o mês e o ano, para que matassem a terça parte dos homens.
Foram, então, soltos os quatro anjos: O sexto anjo obedeceu a ordem da voz e soltou os quatro anjos.
Que se achavam preparados: Como instrumentos de Deus, os anjos estavam preparados para o momento exato determinado pelo Senhor. Esta trombeta responde às orações dos santos, mas somente quando Deus manda. “Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade” (Atos 1:7). Os anjos são soltos para castigar os perseguidores quando Deus determina.
Para que matassem a terça parte dos homens: Pragas que afetam a terça parte são típicas das trombetas. A primeira afetou a terça parte da terra e das plantas (8:7). A segunda atingiu a terça parte do mar, da vida marinha e das embarcações (8:8-9). A terceira prejudicou a terça parte das águas doces (8:10-11). A quarta escureceu a terça parte dos céus (8:12). Agora, a sexta traz a morte da terça parte dos homens. A quinta trombeta causou dor, mas não matou. A sexta traz a morte para alguns, mas não para todos.

9:16 O número dos exércitos da cavalaria era de vinte mil vezes dez milhares; eu ouvi o seu número.
O número dos exércitos da cavalaria: Já temos observado que os números no Apocalipse são, geralmente, simbólicos. Aqui o número de soldados (da cavalaria) é enorme, 200 milhões. O poder do perseguidor pode causar medo, mas não compara ao poder do Deus que protege seus servos selados. O diabo pode atormentar os seus próprios servos com gafanhotos que parecem com cavalos, mas Deus envia sua cavalaria enorme para esmagar o inimigo! A mesma ideia do poder irresistível de Deus se encontra em Ezequiel, avisando os inimigos e confortando os protegidos: “Assim diz o SENHOR: Eis que eu sou contra ti, e saberão que eu sou o SENHOR. Farei conhecido o meu santo nome no meio do meu povo de Israel e nunca mais deixarei profanar o meu santo nome, e as nações saberão que eu sou o SENHOR, o Santo em Israel” (Ezequiel 39:1-7).

9:17 Assim, nesta visão, contemplei que os cavalos e os seus cavaleiros tinham couraças cor de fogo, de jacinto e de enxofre. A cabeça dos cavalos era como cabeça de leão, e de sua boca saía fogo, fumaça e enxofre.
Os cavalos e os seus cavaleiros tinham couraças cor de fogo, de jacinto e de enxofre: As cores das couraças são, provavelmente, vermelho (fogo), azul (jacinto) e amarelo (enxofre), e apresentam a imagem aterrorizante do exército usado como instrumento de Deus para castigar os malfeitores. 
Enxofre, na Bíblia, é sempre ligado ao castigo divino (veja alguns exemplos: Gênesis 19:24; Deuteronômio 29:23; Salmo 11:6; Isaías 30:33; Ezequiel 38:22; Apocalipse 14:10; 19:20; 20:10; 21:8).
A cabeça dos cavalos era como cabeça de leão, e de sua boca saía fogo, fumaça e enxofre: 
A imagem do forte exército vencedor enviado por Deus. Estes cavalos têm cabeças de leões e fogo saindo de suas bocas! Não servem apenas para levar os soldados à batalha. Os próprios cavalos são ferozes com o poder para trazer julgamento divino contra os opressores.

9:18 Por meio destes três flagelos, a saber, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre que saíam da sua boca, foi morta a terça parte dos homens;
Por meio destes três flagelos: O que sai das bocas dos cavalos é, certamente, um castigo de Deus. O fogo, a fumaça e o enxofre são pragas usadas para castigar.
Foi morta a terça parte dos homens: Ele já disse, no versículo 15, que esta trombeta causaria a morte de um terço dos homens. Aqui, ele diz que estas mortes vêm por causa dos flagelos das bocas dos cavalos.

9:19 pois a força dos cavalos estava na sua boca e na sua cauda, porquanto a sua cauda se parecia com serpentes, e tinha cabeça, e com ela causavam dano.
A força dos cavalos estava na sua boca e na sua cauda: Já falou sobre as pragas que saem da boca. Agora destaca as caudas bem diferentes destes cavalos. 
O mais que procuramos visualizar os cavalos desta visão, o mais que percebemos a impossibilidade de serem literalmente cavalos. As imagens fortes comunicam, simbolicamente, uma mensagem do poder do exército enviado por Deus para castigar e matar.
A sua cauda se parecia com serpentes: Os cavalos chegaram com suas couraças e suas cabeças de leões, soprando as pragas de fogo, fumaça e enxofre. Deixaram para trás o sofrimento causado pelo veneno de suas caudas, que pareciam serpentes causando dano.

9:20 Os outros homens, aqueles que não foram mortos por esses flagelos, não se arrependeram das obras das suas mãos, deixando de adorar os demônios e os ídolos de ouro, de prata, de cobre, de pedra e de pau, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar;
Os outros homens. não se arrependeram: Isso é incrivelmente lamentável.   Depois de vários outros castigos, Deus mandou um exército para matar um terço dos homens, e os sobreviventes não se arrependeram dos seus pecados. Mas não é isso a tendência dos homens, até hoje? Mesmo quando a pessoa sofre consequências diretamente ligadas ao seu próprio pecado, recusa aprender a lição. Procura qualquer outra explicação, mas não admite a possibilidade de um castigo divino. E quando outros sofrem por seus erros, parece tão fácil virar os olhos e dizer que isso nunca acontecerá conosco. Podemos ver o estrago na vida dos outros, causado por imoralidade, ou abuso de álcool, ou uso de drogas e, ainda assim, conseguimos nos enganar. Podemos fazer as mesmas coisas sem sofrer a mesma consequência. Os cemitérios ao nosso redor estão cheios dos corpos de pessoas que pensaram assim, e morreram cedo demais. Certamente, o inferno estará cheio de homens, mulheres e jovens que compartilharam o mesmo pensamento errado.
Deixando de adorar os demônios e os ídolos: Tanto no Velho como no Novo Testamento, a idolatria é associada à adoração de demônios (Levítico 17:7; Deuteronômio 32:17; Salmo 106:37; 1 Coríntios 10:20-21). A idolatria era um dos problemas graves na Ásia e no império romano em geral, e aparece aqui como o principal motivo deste castigo. A idolatria está presente, infelizmente, em todo o universo.  A perseguição dos cristãos pelo governo romano veio principalmente por causa da insistência dos santos em adorarem o único Deus verdadeiro, recusando os falsos deuses dos romanos, sejam os antigos ídolos, sejam os próprios imperadores representados por seus templos e imagens.
Que nem podem ver, nem ouvir, nem andar: Os ídolos, feitos por mãos humanas, são totalmente impotentes. Isaías fala da loucura de fabricar e adorar seus próprios deuses. Antes de descrever esse processo ridículo, ele relata o desafio e a afirmação de Deus: “Há outro Deus além de mim? Não, não há outra Rocha que eu conheça” (Isaías 44:8). Ele termina a sua descrição com estas palavras sobre os homens que adoram ídolos: “Nenhum deles cai em si, o seu coração enganado o iludiu, de maneira que não pode livrar a sua alma, nem dizer: Não é mentira em quem eu confio?” (Isaías 44:19-20).

9:21 nem ainda se arrependeram dos seus assassínios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos seus furtos.
Nem ainda se arrependeram dos seus assassínios, feitiçarias, prostituição, furtos: A lista dos erros do povo começou com a idolatria, uma atitude errada contra Deus, mas incluiu outros erros, pecados contra outras pessoas. 
Uma vez que desprezaram o conhecimento do Senhor Deus, Ele “os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem todas essas aberrações e coisas “inconvenientes”;  e “conhecendo” eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem”.(Romanos 1:28-32).

Os pecados principais condenados aqui são:

1. Homicídio: Desrespeito para com a vida santificada pelo Criador, um crime que merece a morte (Gênesis 9:6).

2. Feitiçarias: A palavra grega usada aqui, “pharmakeia”, aparece somente três vezes no Novo Testamento (aqui, 18:23 e Gálatas 5:20). Nossa palavra farmácia vem desta palavra, sugerindo o uso de drogas, especialmente nos encantamentos de bruxaria.

3. Prostituição: Relações sexuais ilícitas são, frequentemente ligadas à prática de idolatria (2:14,20; 1 Coríntios 10:7-8).

4. Furtos: A pessoa que não honra Deus, nem respeita as pessoas criadas na imagem de Deus, não tem motivo para respeitar as coisas dos outros. Quando decidimos servir a Cristo, deixamos tais práticas. (Efésios 4:28; Tito 2:10).
Estas duas trombetas avisaram os perversos de alguns dos castigos que viriam. Os servos do diabo atormentam os homens durante 5 meses, e os servos de Deus matam a terça parte dos perversos e idólatras. 

Ainda aguardamos a última trombeta, o terceiro ai. Mas antes de ouvir o sétimo anjo tocar a sua trombeta em Apocalipse 11:15, veremos as visões do intervalo.

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 




domingo, 1 de abril de 2018

JESUS CRISTO É A NOSSA PÁSCOA

JESUS CRISTO É A NOSSA PÁSCOA

Feliz Páscoa para todos. 

“Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”, 1Co 5.7.

A palavra páscoa, quer dizer “passagem”, tem sua origem na língua hebraica, uma das línguas originais da Bíblia. O povo de Israel, o povo de Deus, esteve escravizado por mais de 400 anos no Egito. Chegou o dia, porém, em que Deus daria libertação ao seu povo.

Deus colocou Moisés à frente do seu povo para o grande momento de libertação. O mesmo Moises conduziria aquele povo a uma terra diferente, a uma terra de liberdade, à Terra Prometida. 

Deus ordenou que na hora da libertação, o povo celebrasse a páscoa e que fosse sempre lembrada através dos anos. Êxodo 12. 

A páscoa consistia na morte de um cordeiro, cujo sangue seria colocado nas ombreiras e vergas de todas as portas, pães sem fermento e ervas amargosas, que seriam comidos um dia antes. Cada um teria que cingir os lombos, ter calçados nos pés e cajados nas mãos. Nm 9.1,2 diz: “E falou o Senhor a Moisés no deserto de Sinai, no ano segundo da sua saída da terra do Egito, no primeiro mês, dizendo: Celebrem os filhos de Israel a páscoa a seu tempo determinado”.

Tudo isto simboliza a passagem da morte para a vida. Um símbolo que veio concretizar-se no Novo Testamento, através da pessoa de Jesus Cristo, que morreu por nossos pecados e que nos aproximou de Deus, pois estávamos escravizados e mortos espiritualmente. Ele, como o Cordeiro de Deus, propiciou a vida eterna, a verdadeira vida para os que nele cressem. Ef 2.13 diz: “Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto”. “Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”, 1Co 5.7.

Hoje, domingo de Páscoa, estamos celebrando a ressurreição de Jesus Cristo. Este pode ser um dia maravilhoso como um marco de vitória sobre a morte e o princípio da vida eterna. 

Nem todos entendem o porquê de Cristo ter sido morto e ressuscitado, pois com o seu ato de justiça e amor, ele pode hoje mesmo dar resposta aos problemas sobre a morte espiritual, a morte física e as interrogações da vida.

“Ele vos deu vida, estando vós mortos em vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais”, Ef 2.1-3. 

Ele faz passarmos por verdadeiras mudanças de vida! Por isto ele é chamado de a nossa páscoa. Depois de ter cumprido sua missão de salvar os que cressem nele, hoje está à direita do Pai intercedendo por nós. Hoje sua vida em nós permite que tenhamos uma nova vida, plena e abundante. É a nossa nova natureza em Cristo. 

Independentemente da forma tradicional que as pessoas e as religiões comemoram a páscoa nesta data (com coelhinhos, ovos de chocolate, cestinhas com papéis coloridos, etc), comemoremos, acima de tudo, aquele que deu sua vida por nós, nos fazendo passar da morte para a vida e que um dia vai governar sobre tudo e sobre todos, para todo sempre.

Jesus Cristo ressuscitado, é o motivo da Páscoa do Cristão. Nosso símbolo da Páscoa não deve ser o coelho,  porque o Cordeiro de Deus é o que tira o pecado do mundo e salva o mais vil pecador. 

Então a Páscoa é a celebração da morte e ressurreição de Jesus. Na cruz, Jesus levou todos os nossos pecados, tomando nosso castigo em nosso lugar. Mas Jesus não permaneceu morto, no terceiro dia ele ressuscitou.

Jesus venceu a morte e agora nos oferece a salvação. Todos que creem em Jesus como seu salvador têm seus pecados perdoados, recebem uma vida nova como filhos de Deus e teem a promessa da vida eterna.

Assim como Deus libertou os israelitas da escravidão no Egito, ele nos liberta da escravidão do pecado. Não precisamos mais ter medo da condenação porque Jesus morreu em nosso lugar. Agora podemos viver para Jesus, aprendendo a fazer a vontade de Deus.

Feliz Páscoa para todos em nome de Jesus. 

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor



sábado, 31 de março de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 8

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 8


Este capítulo 8 do livro do Apocalipse trata das quatro trombetas, da abertura do sétimo selo, dos sete anjos com as sete trombetas e das quatro primeiras trombetas que são tocadas. (1-13).

As Primeiras Quatro Trombetas (Apocalipse 8:1-13).

Neste capítulo 8, havia uma grande expectativa do aguardado sétimo selo que ainda não tinha sido aberto. Os primeiros seis foram abertos no capítulo 6, e o sexto foi especialmente severo. O intervalo do capítulo 7 nos assegurou a proteção de Deus aos fiéis que não negaram o nome de Jesus no período da grande tribulação. Chegamos ao capítulo 8 esperando a abertura do sétimo selo. Ao invés de nos trazer, de uma vez, ao fim da revelação do plano de Deus, o sétimo selo abre uma outra série de sete. Este capítulo relata os acontecimentos resultantes quando os anjos tocam as primeiras quatro de sete trombetas.

O Cordeiro Abre o Sétimo Selo (8:1-6).

8:1  Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve silêncio no céu cerca de meia hora.

O Cordeiro abriu o sétimo selo: Depois do intervalo do capítulo 7, o Cordeiro volta ao último selo.

Houve silêncio no céu cerca de meia hora: Aumentando ainda mais a expectativa dos ouvintes, este selo abre com silêncio. Nenhum ser vivente fala. Não se ouve o clamor das almas dos mártires. Não há nenhum terremoto ou outros eventos da ira de Deus por enquanto. O silêncio é total no céu. Novamente a apresentação dramática destaca a importância da revelação e da reverência devidas a Deus. Moisés, em um de seus discursos finais a Israel, disse: “Guarda silêncio e ouve, ó Israel! Hoje, vieste a ser povo do SENHOR, teu Deus. Portanto, obedecerás à voz do SENHOR, teu Deus, e lhe cumprirás os mandamentos e os estatutos que hoje te ordeno”. (Deuteronômio 27:9-10). 

Quando Habacuque questionou a execução da justiça de Deus e ouviu as advertências dirigidas aos malfeitores, ele ouviu a proclamação que “O Senhor está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra”. (Habacuque 2:20). 

O silêncio diante de sofrimento reflete a confiança em Deus: “Bom é aguardar a salvação do Senhor, e isso, em silêncio”. (Lamentações 3:26). Dizem os pregadores que quando Deus está em silêncio é porque está trabalhando.

8:2 Então, vi os sete anjos que se acham em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas.

Então, vi os sete anjos que se acham em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas: De novo, fica claro que Deus manda e que as revelações das trombetas veem do Senhor. Sete anjos em pé diante do trono do Senhor recebem as trombetas. Trombetas tinham diversas funções no Antigo Testamento. (Números 10:1-10). 

Dois usos têm significado relevante aqui. 

Serviam para soar o alarme no caso de guerra, e para convocar a multidão ao santuário de Deus. 

As sete trombetas vão anunciar guerras divinas contra os ímpios.

8:3  Veio outro anjo e ficou de pé junto ao altar, com um incensário de ouro, e foi-lhe dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que se acha diante do trono;

Outro anjo ficou de pé junto ao altar: O altar de incenso, que ficava diante do trono de Deus.

Incensário de ouro, muito incenso, orações de todos os santos: Este anjo age como se fosse um sacerdote levando o incenso e as orações ao trono do Senhor. Foi uma das responsabilidades importantes dos sacerdotes levitas no Velho Testamento. (Êxodo 30:7-9). O sangue sacrificial e o incenso aromático serviam para evitar a morte dos servos de Deus. (Levítico 16:11-14; Números 16:46).

8:4 e da mão do anjo subiu à presença de Deus a fumaça do incenso, com as orações dos santos.

Subiu à presença de Deus a fumaça do incenso, com as orações dos santos: Davi falou para o Senhor: “Suba à tua presença a minha oração, como incenso”. (Salmo 141:2). 

As taças de incenso representam as orações dos santos. (5:8). O anjo entrega as orações, que sobem à presença de Deus.

8:5  E o anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o atirou à terra. E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto.

O anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o atirou à terra: O incensário servia para levar as petições dos santos ao Senhor. Agora, serve também para trazer uma resposta divina. Se os santos pedem justiça (6:10), é justiça que verão e terão. O anjo enche o incensário do fogo do altar e o atira à terra. Encontramos uma cena semelhante em Isaías 6, onde um serafim tira uma brasa do altar para purificar o profeta. (Isaías 6:6-7). A purificação que segue no Apocalipse vem por meio do castigo dos ímpios. Fogo do céu tem duas funções na Bíblia:

1. Consumir os sacrifícios oferecidos ao Senhor. (1 Crônicas 21:26; 2 Crônicas 7:1). 

2. Castigar os inimigos de Deus. (2 Reis 1:10,12; Lucas 9:54). 

Podemos ver aqui os dois sentidos, pois a morte dos inimigos de Deus apazigua a ira divina. Ouve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto: Os servos aguardam em silêncio, e Deus responde com trovões, vozes, relâmpagos e terremoto.

 Asafe escreveu: “Vem o nosso Deus e não guarda silêncio; perante ele arde um fogo devorador, ao seu redor esbraveja grande tormenta. Intima os céus lá em cima e a terra, para julgar. Os céus anunciam a sua justiça, porque é o próprio Deus que julga. Escuta, povo meu, e eu falarei: Eu sou Deus e fora de Mim não há outro”. (Salmo 50:3-7).

8:6 Então, os sete anjos que tinham as sete trombetas prepararam-se para tocar.

Então, os sete anjos que tinham as sete trombetas prepararam-se para tocar: O sétimo selo revela as sete trombetas. Este versículo é a transição que introduz a próxima série de sete. Os sete selos foram divididos em quatro (anunciados pelos quatro seres viventes) e três, com um intervalo entre o sexto e o sétimo que mostrou a proteção divina para os fiéis. De modo semelhante, as trombetas podem ser divididas em quatro e três (estas últimas chamadas de ais). 

Depois do anjo tocar a sexta trombeta, encontramos cenas diferentes que tratam da missão de João, da proteção dos fiéis, e da vitória das testemunhas do Senhor.

A Primeira Trombeta. (8:7).

8:7 O primeiro anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo de mistura com sangue, e foram atirados à terra. Foi, então, queimada a terça parte da terra, e das árvores, e também toda erva verde.
O primeiro anjo tocou a trombeta: Cada uma das sete trombetas será tocada por um dos anjos apresentados no versículo 2.

Houve saraiva e fogo de mistura com sangue, e foram atirados à terra. A primeira trombeta nos lembra das pragas usadas para castigar os egípcios. Na sétima praga, caiu “chuva de pedras e fogo misturado com a chuva de pedras”. (Êxodo 9:24). 

Na primeira, as águas se tornaram em sangue.(Êxodo 7:17).

Foi, então, queimada a terça parte da terra, e das árvores, e também toda erva verde e ainda não chegamos ao castigo total ou final, pois esta trombeta fala da destruição da terça parte da terra, especificamente das plantas. A terça parte é citada em outros castigos desta série. (veja 8:8,9,10,11,12; 9:15,18).

A Segunda Trombeta. (8:8-9).

8:8 O segundo anjo tocou a trombeta, e uma como que grande montanha ardendo em chamas foi atirada ao mar, cuja terça parte se tornou em sangue,

Observe que uma como que grande montanha ardendo em chamas foi atirada ao mar: nada pode aqui ou em qualquer lugar impedir o poder de Deus. Somente o Senhor tem tal poder sobre montanhas. Deus cria os montes e pode pisar os altos. (Amós 4:13). 

É somente quem pode queimar uma montanha em julgamento. (Miquéias 1:3-5), ou até atirá-la no mar para cuidar dos seus servos, se for necessário. (Mateus 21:21). Deus deu a Zorobabel a vitória sobre o grande monte. (Zacarias 4:7). Quando Deus revelou as suas intenções de castigar a Babilônia, ele usou linguagem semelhante à da segunda trombeta: “Eis que sou contra ti, ó monte que destróis, diz o SENHOR, que destróis toda a terra; estenderei a mão contra ti, e te revolverei das rochas, e farei de ti um monte em chamas.

De ti não se tirarão pedras, nem para o ângulo nem para fundamentos, porque te tornarás em desolação perpétua, diz o SENHOR”. (Jeremias 51:25-26).

Montanhas frequentemente representam autoridades ou reinos. (Isaías 2:2). O mar servia como um dos principais meios de comércio. (Isaías 23:2; Ezequiel 27:3). Neste sentido, a segunda trombeta pode sugerir um castigo que atinge a economia. O mar, também, pode representar os povos do mundo (Salmo 98:7; Isaías 23:11; 41:5; Ezequiel 26:16-18; Daniel 7:2-3). O castigo aqui seria a derrota de uma grande autoridade, atingindo os povos da terra. 

O termo “Cuja terça parte se tornou em sangue”: Significa que novamente ele usa linguagem da primeira praga no Egito. (Êxodo 7:17). 

É um castigo grave, mas não total.

8:9 e morreu a terça parte da criação que tinha vida, existente no mar, e foi destruída a terça parte das embarcações.

E morreu a terça parte da criação que tinha vida, significa que foi destruída a terça parte das embarcações. O mar está cheio de vida, mas esta trombeta destrói um terço das criaturas do mar. Também afeta o comércio, destruindo um terço das embarcações. Na época do Novo Testamento, os romanos dominavam um império construído pelo controle do Mar Mediterrâneo. A expansão do poder romano durante quase quatro séculos havia garantido domínio sobre as principais rotas comerciais entre três continentes a Europa, a Ásia e a África. Uma praga que destrói a terça parte das embarcações deixaria o império aleijado e enfraquecido.

A Terceira Trombeta. (8:10-11).

8:10  O terceiro anjo tocou a trombeta, e caiu do céu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas uma grande estrela, ardendo como tocha.

Vejam que caiu do céu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas uma grande estrela: 

A terceira trombeta desta série de castigos usa uma estrela para atingir as águas doces que os homens precisam para beber. As estrelas, como parte da criação de Deus, lhes servem como guia noturno para as fontes das águas.  (Salmo 148:3). 

Ele tem poder para usar as estrelas nas suas batalhas a favor dos fiéis e assim Ele o fará (Juízes 5:20) e como instrumentos de castigo também. (Mateus 24:29; Apocalipse 6:13). 

O efeito desta estrela é a poluição da terça parte dos rios e das fontes de águas.

8:11 O nome da estrela é Absinto.

“e a terça parte das águas se tornou em absinto, e muitos dos homens morreram por causa dessas águas, porque se tornaram amargosas”.

O nome da estrela é Absinto; Absinto é uma erva que aqui representa amargura (Lamentações 3:15,19) e especialmente o veneno de castigo divino. (Provérbios 5:4; Jeremias 9:15; 23:15).

Aqui, Deus ataca as águas potáveis, nos lembrando do efeito da primeira praga no Egito. (Êxodo 7:20-21). 

Quando Deus abençoou o seu povo, ele tornou doces as águas amargas de Mara. (Êxodo 15:25-26). Aqui, ele faz ao contrário para castigar os ímpios.

A Quarta Trombeta. (8:12).

8:12 O quarto anjo tocou a trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas, para que a terça parte deles escurecesse e, na sua terça parte, não brilhasse, tanto o dia como também a noite.

Foi ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas, para que a terça parte deles não brilhassem. 

A linguagem usada para descrever o efeito da quarta trombeta é típica de profecias de visitações divinas, pois Deus controla os corpos celestiais em qualquer dimensão ou galáxia. (Isaías 40:26; Jeremias 31:35).

Isaías transmitiu a profecia contra a Babilônia da seguinte forma: “Porque as estrelas e constelações dos céus não darão a sua luz; o sol, logo ao nascer, se escurecerá, e a lua não fará resplandecer a sua luz”. (Isaías 13:10). 

Ezequiel usou a mesma linguagem na profecia contra Faraó, rei do Egito (Ezequiel 32:7). Joel a empregou nas suas descrições de castigos divinos (Joel 2:10; 3:12). 

Como nos cumprimentos das profecias do Velho Testamento, a profecia da quarta trombeta não é do fim do mundo, é apenas a cólera de Deus sobre os desobedientes que blasfemarem contra o próprio Deus. Descreve também o castigo empregado à muitas pessoas e multidões aqui na terra. O fato de envolver a terça parte do sol, da lua e das estrelas confirma a interpretação de um castigo parcial.

O Aviso da vinda das três últimas trombetas. (8:13).

8:13 Então, vi e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia em grande voz: Ai! Ai! Ai dos que moram na terra, por causa das restantes vozes da trombeta dos três anjos que ainda teem de tocar.

Então, vi e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu: Os sete selos foram divididos, com uma série de quatro seguida por outra série de três. As trombetas são divididas da mesma maneira. Já passaram quatro. Agora, uma águia anuncia a vinda das últimas três, evidentemente mais severas do que as primeiras.

A águia é conhecida universalmente como um forte predador, aqui voando pronta para descer e tomar a sua presa.

“Ai! Ai! Ai dos que moram na terra, por causa das restantes vozes da trombeta dos três anjos que ainda têm de tocar”. A palavra “ai” demonstra dor, lamento e pranto. Repetida três vezes, sugere dor extrema, um pré-anuncio dos castigos mais severos por vir. Novamente, a mensagem se aplica às pessoas na terra.

Concluímos sobre este capítulo do Apocalipse que:

As primeiras quatro trombetas anunciarão  terríveis castigos divinos sobre a terra. O que virá nas últimas três trombetas (nos capítulos 9, 10 e 11), serão ainda mais aterrorizante do que as aflições que já passaram.

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 


quinta-feira, 29 de março de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 7

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 7


Este capítulo 7 do Apocalipse trata dos 144.000 e os mártires na glória. Os Israelitas são salvos de perigos iminentes. (1-17).

Há uma pausa entre a abertura do sexto e do sétimo selos; Deus pára o julgamento por um breve espaço de tempo enquanto sela os 144.000 judeus que levarão sua mensagem até os confins da terra. Não fica totalmente claro que esses judeus serão embaixadores do Senhor, porém presumimos que ele os sela por essa razão. Vimos que se aproxima o dia da cólera de Deus (6:15-17) e, por isso, ele traz bonança à tempestade a fim de estender sua misericórdia aos judeus e aos gentios. Essa passagem apresenta dois grupos de pessoas redimidas:

I. Os judeus selados que são salvos de perigos iminentes. (7:1-8).

Os ventos do céu falam do julgamento de Deus, e, nessa passagem, os julgamentos caem especificamente sobre a terra, o mar e a vegetação. Talvez os quatro anjos que "seguram os ventos da terra sejam os mesmos que soaram as quatro primeiras trombetas, pois os julgamentos são semelhantes (veja 8:6-12). O que vem do Oriente segura  o selo de Deus. O selo representa posse e proteção; leia 9:4. Hoje, o Espírito Santo sela o cristão (Ef 1:13-14). O ato de selar acontece no momento em que o pecador crê em Cristo e garante ao crente a vida eterna e a habitação no céu. O anjo com o selo ordena que os outros retenham o julgamento até que os servos do Senhor sejam selados e, assim, poupados do julgamento por vir. Veja uma cena paralela em Ezequiel 9. Lembre-se que Cristo disse que os anjos do Senhor participariam do trabalho de juntar seus eleitos (Mt 24:31). Além dos anjos dos ventos, temos os anjos do fogo (14:18) e os da água (16:5). Esses anjos são os ministros especiais de Deus que supervisionam a atividade da natureza.

Todos esses servos selados são judeus: há 12.000 judeus de cada tribo de Israel. Infelizmente, alguns cristãos bem-intencionados ensinam que esses 144.000 simbolizam a igreja (o novo Israel), e isso não é possível, porque, nesse ponto da  história, a igreja já não estará mais na terra. Os 144.000 são judeus de verdade que estarão vivos nessa época. Provavelmente, eles serão ganhos para Cristo pelo ministério de Moisés e de Elias, as duas testemunhas que pregarão durante o período da tribulação (veja 11:1-12). Talvez esses judeus sejam escolhidos como missionários do Senhor, 144.000 "apóstolos Paulo" que levarão o evangelho às nações! Esse evento cumpre a profecia de Cristo, relatada em Mateus 24:14, e resulta na salvação de milhares de gentios (7:9ss). Imaginamos o que podem fazer 144.000 ministros desse gabarito ao lembrarmos quantas almas Paulo ganhou durante seu ministério!

A tribo de Manassés substituiu a de Dã, que está faltando nessa lista. Parece que as razões para a exclusão da tribo de Dã são as seguintes: (1) Dã levou Israel à idolatria (jz 18:30; 1 Rs 12:28-30); (2) além disso, Deus prometera destruir o nome dos idólatras (Dt 29:18-21).

II. Os gentios salvos. A visão dos mártires na glória. (7:9-17).

Os judeus foram contados, porém essa multidão de salvos não pode ser contada. Esses gentios são o fruto do trabalho dos 144.000 judeus e vêm de todas as nações da terra. Eles não fazem parte da igreja, já que os vimos diante do trono, e não nos tronos como os anciãos. O versículo 14 deixa claro que eles vêm (não vieram) da grande tribulação. Aqui, João vê-os diante do trono celestial louvando a Deus e ao Cordeiro. As "palmas" sugerem a Festa dos Tabernáculos do Antigo Testamento (Lv 23:40-43), evento em que Israel regozijava-se pelas bênçãos do Senhor. Eles usam "vestiduras" brancas, o que indica a justiça deles adquirida por intermédio do Cordeiro. O versículo 14 afirma que eles foram salvos pela fé em Cristo, a única forma de sermos salvos no tempo da grande tribulação porque a porta da graça fechou com o arrebatamento da igreja. 

Os versículos 15-17 enumeram as provações que esses gentios sofreram na terra. Passaram fome e sede, pois foram vítimas da escassez de alimento e de água limpa. Eles não tinham refúgio para o calor do dia. Eles choraram e sofreram provações. Mateus 25:31-46 fala de "ovelhas" que amam os judeus e os ajudam durante a tribulação, entre as quais é provável que estejam esses gentios. Esses crentes recusaram-se a receber a marca da "besta" (13:16- 18) e, por isso, não podem comprar nem vender nada. Eles incorreram na ira dos governantes por causa da amizade com os judeus odiados e perseguidos. Claro que também sofreram os terríveis julgamentos da tribulação: o racionamento de alimento (13:17); a transformação de água em sangue (16:4); e a queimação com fogo (16:8-9).

Veja que os 144.000 sobrevivem à tribulação, enquanto as multidões de crentes gentios darão a vida durante esse período horrível. (Lembre-se das almas sob o altar de 6:9-11.) Deus recompensará esses gentios crentes e lhes dará glória por causa do sofrimento por que passaram. Muitos estudiosos acreditam que no reino milenar se cumprirão as promessas dos versículos 14-17, em vez de no céu. Apocalipse 20:4 indica uma ressurreição especial para esses mártires da tribulação e promete que viverão e reinarão durante o reinado de Cristo no milênio. No entanto, temos bons motivos para aplicar os versículos 14-17 à condição abençoada dos santos de Deus, os que agora estão na glória.

Em suma, vemos que Israel voltou à sua antiga terra de descrença. Inicia-se a adoração no templo. O anticristo governará sua grande coligação de nações à partir do templo em Jerusalém quando edte já estiver pronto e com o sacrifício restabelecido, e o mundo se convulsionará por guerras, fome e caos político e econômico. As duas testemunhas (Moisés e Elias) pregam em Israel, e Deus selou o remanescente da nação, os 144 mil judeus, para ser suas testemunhas em meio aos gentios. Sem dúvida, o ministério deles será perseguido, e muitos serão presos (Mt 25:36). Todavia, os gentios convertidos os ajudarão, e muitos gentios darão a vida pelo evangelho por causa de seu testemunho.

Muitos estudiosos creem que 2 Tessalonicenses 2:11-14 indica que as pessoas que rejeitam o evangelho com obstinação, durante essa era da graça, não poderão ser salvas depois do arrebatamento da igreja. Eles argumentam que as pessoas que não creem na verdade, acreditarão na mentira. Elas não apenas deixaram de ouvir e de entender a Palavra, como também a rejeitaram de pronto. De qualquer forma, após o arrebatamento da igreja, uma multidão de gentios vai crer no evangelho e estar disposta a entregar a vida por Cristo. Sim, as pessoas serão salvas durante o período da tribulação, mas pagarão um alto preço por isso, pagarão a sua salvação com o derramar do seu próprio sangue.

Portanto é muito mais sábio receber e aceitar a Cristo hoje.

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 


terça-feira, 27 de março de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 6

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 6



O livro de Apocalipse capítulo 6 nos traz os fatos da abertura dos primeiros seis selos. (1-17).

O que se encontra registrado nos capítulos 6-9 é o que Jesus disse ser o princípio das dores de Mt. 24.1-8; e também o início da septuagésima semana de Daniel. Dn. 9.24-27.


O Cordeiro Abre os Primeiros Quatro Selos. (Ap 6:1-8).

Nos atos que se seguem, Cristo, “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, abre os selos. Os quatro cavaleiros que aparecem por ocasião da abertura dos quatro selos representam Conquista, Guerra, Fome e Morte. Estas têm sido as maldições da humanidade desde seus primórdios e que continuam a se repetir. Alguém com a ambição de conquistar o mundo com promessas de paz, mas se utiliza da guerra, que traz fome, que traz morte. Aqueles crentes do primeiro século estavam vivenciando este drama e muitos outros séculos depois, outros crentes teriam experiências semelhantes.

"Conquista”: O primeiro cavaleiro cavalga um cavalo branco, empunha um arco e se chama "Conquista". Ele representa todo indivíduo que se empenha em conquistar o mundo pela força. Poderia representar Domiciano, Hitler ou outro conquistador ainda por surgir.

"Guerra”: O segundo cavaleiro, que se chama "Guerra", utiliza um cavalo vermelho. Foi lhe dado "tirar a paz da terra, para que os homens se matassem uns aos outros; também lhe foi dado uma grande espada". Inevitavelmente, a guerra é o resultado da ação de conquista.

"Fome”: O terceiro cavaleiro é a "Fome". 

Ele cavalga um cavalo preto e na mão, segura uma balança. Uma voz fala em trigo, cevada, azeite e vinho. O simbolismo da balança sugere a escassez de alimento, que tem que ser racionado. Ainda hoje vemos exemplos da maneira pela qual a guerra traz a fome, como é o caso de eventos recentes no Cáucaso, em Ruanda e em outros países da África, bem como na Síria, no Iraque, no Afeganistão, na Ucrânia, Venezuela, etc.

"Morte”: O nome do quarto cavaleiro, é "Morte". 

Ele cavalga um cavalo amarelo. Segue-o o Hades. O sentido é "morte que segue a morte". Assim, esse quarto cavaleiro completa a obra dos seus três precedentes. 

O Quinto Selo: Os Mártires (Ap 6:9-11).

Quando o Cordeiro abre o quinto selo, o simbolismo se modifica. Nos atos anteriores, vimos os meios pelos quais Deus pode exercer seu julgamento e algumas de suas ações. Aqui, vemos a razão desse julgamento. Debaixo do altar, João vê "as almas dos que foram mortos por causa da palavra de Deus, e por causa do testemunho que deram". É claro que João se refere primariamente aos mártires do período conhecido por ele na história secular, sem, entretanto, descartar outros mártires que viriam ou virão. A cada mártir é dado um vestido branco, símbolo de vitória e pureza, e se lhes diz que tenham paciência. O tempo ainda não está maduro para a retribuição de Deus. No fim, entretanto, o juízo e a vitória de Deus chegarão. 

O Sexto Selo: O Terremoto, o Fim dos Séculos (Ap 6:12-17).

Quando o sexto selo é aberto, João vê uma série de cataclismos. Há alguma controvérsia sobre o significado dos fenômenos descritos neste trecho, se eles se referem a catástrofes localizadas ou se trata de uma antevisão simbólica do juízo final e do fim dos tempos. Seja qual for a interpretação, esta parte do drama simboliza o poder de Deus contra aqueles que rejeitam a Ele e ao seu plano de salvação. 
A partir disso, poder-se-ia perguntar o que acontecerá com os crentes que não forem arrebatados e como será para eles enfrentarem essas duras catástrofes destruidoras? Será que eles escaparão ou serão vitimados por essas catástrofes? 

Vamos relatar de uma maneira simplificada,  porém compreensível, sobre os sete selos do Apocalipse:

Resumidamente os sete selos são o seguinte:

O selo nos tempos bíblicos era um lacre (Daniel 6.17) que fechava as cartas (I Reis 21.8) com uma marca feita com sinete semelhante a um carimbo sobre uma massa. O livro visto pelo apóstolo João estava selado com sete selos para confirmar que estava bem fechado e só poderia ser aberto por seu destinatário que deveria ser alguém digno (Apocalipse 5.2). À medida que os selos vão sendo abertos, acontecimentos revelam o que significam suas palavras.

1° Selo: Cavalo Branco: Apocalipse 6.1,2.

Ao abrir o primeiro selo surgiu um cavalo branco que representa o engano com a união das nações. Primeiro o inimigo vem com aparência de bondade, mas na verdade quer iludir as pessoas (II Coríntios 11.14). Vários movimentos como A ONU, União Européia, Mercosul e outros propõem a união de estados, de países. 

2° Selo: Cavalo Vermelho: Apocalipse 6.3,4.

Quando o Cordeiro abriu o segundo selo apareceu um cavalo vermelho que simboliza o derramamento de sangue. Este cavaleiro anunciou guerras e rumores de guerras entre as nações. O grande número de conflitos, bem como a violência urbana são sinais de que este cavaleiro já está cavalgando sobre a terra.

3° Selo: Cavalo Preto: Apocalipse 6.5,6.

O terceiro selo apresentou um cavalo preto que trouxe fome e falta de alimentos à terra. A má distribuição de renda provocará uma grande fome nos últimos dias e a falta de alimentos poderá ser causada por problemas na agricultura, desde o plantio insuficiente até perda de lavouras por problemas climáticos.

4° Selo: Cavalo Amarelo: Apocalipse 6.7,8.


O quarto selo mostrou um cavalo amarelo que significa a morte por doenças e pestes. Nos últimos tempos tem surgido novas bactérias e vírus muito mais resistentes aos medicamentos conhecidos que podem causar grandes danos à população mundial. Várias epidemias consideradas controladas estão voltando com força maior.

Portanto os 4 cavaleiros significam:

1. Cavalo Branco: Promoverá engano das nações e dos povos da terra.

2. Cavalo Amarelo: Representa a morte. Aumentará a mortandade sobremaneira.

3. Cavalo Vermelho: Representa a Guerra. Serão guerras constantes em toda a terra e com grande ímpeto de destruição.

4. Cavalo Preto: Representa a Fome. A escassês de alimentos aumentará assustadoramente.


5° Selo: Mártires: Apocalipse 6.9-11.


O quinto selo mostrou as almas dos mártires guardadas debaixo do altar de Deus. Isso revela seu valor e importância para o Senhor que as preservou junto de si. Receberam vestes brancas e ficaram em repouso de todo seu sofrimento. Este selo alerta que muitos serão martirizados por causa da sua fé nos últimos dias. (Apocalipse 6.11).

6° Selo: Apocalipse 6.12-17.

A abertura do sexto selo trouxe desastres ambientais principalmente por causa da poluição e destruição da natureza. Terremotos e problemas climáticos tem se tornado cada vez piores com o passar do tempo.

Há um parêntese entre os capítulos 6 e 8 para dar lugar a outros eventos em andamento no capítulo 7. Colocamos aqui o sétimo selo que está no capítulo 8 somente para completar a abertura dos 7 selos. 

(7° Selo: Apocalipse 8.1-6).

Quando o último selo foi aberto, apareceram Sete Anjos com 7 Trombetas para os anúncios do fim. Este momento revela uma nova etapa da revelação quando outros sete fatos darão continuidade ao propósito de Deus para a humanidade.

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 



domingo, 25 de março de 2018

LIVRO DO APOCALÍPSE CAPÍTULO 5

LIVRO DO APOCALÍPSE CAPÍTULO 5


 O capítulo 5 de Apocalipse trata da visão do livro selado e uma pergunta sobre  o livro ecoou no universo: quem é digno de abrir esse livro?


"Vi... um anjo forte, bradando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro, e lhe romper os selos?". (Ap 5.2).

Este capítulo trata do livro selado com sete selos. Somente o Cordeiro é digno de abri-lo. 

Selo significa segurança de uma correspondência. Somente a pessoa a quem foi endereçada, pode abrir. Neste caso somente o Cordeiro foi achado digno de abrir aquele livro.


João viu a porta aberta no céu e as coisas impressionantes que ele ouviu são: uma voz como de trombeta que lhe dizia: "Sobe e eu te mostrarei as coisas que depois destas devem acontecer". O que esteve antes destas coisas foram as Cartas às igrejas da Ásia. Ele viu um trono no céu, e nele Alguém assentado. A linguagem bíblica O descreve como semelhante a uma pedra de jaspe, de sardônio (v. 3). Ao redor do trono um arco-íris que se parecia a uma esmeralda.

Tudo aqui é descrito de modo a chamar a atenção para algo majestoso, grandioso. Não é um simples trono, mas um trono onde quem está assentado tem a aparência bem diversa dos que se sentam em tronos humanos. 24 tronos estão ao seu redor. 

Neles estão 24 anciãos, ou seja, 12 representam as tribos de Israel no Antigo Testamento, 12 representam os apóstolos, o Israel da Nova Aliança, vestidos de branco, sinal de pureza espiritual, suas cabeças portam coroas de ouro, afinal, "sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida" é a promessa de uma das cartas. No entanto, essas coroas não estão ali para reverenciar, homenagear, magnificar, exaltar esses anciãos no trono. Eles tomam as coroas e depositam diante do majestoso trono de Deus.

Diante desse trono ardiam 7 lâmpadas de fogo que são os 7 espíritos de Deus. Lembrem-se que sempre que a Palavra "fogo" aparece nas Escrituras, está associada a uma manifestação divina: no portão do paraíso, uma espada de fogo (Gn 3.24); a manifestação da presença de Deus (a shekinah) na sarça ardente (Ex 3.2); colunas de fogo no deserto à noite (Nm 14.14); no Pentecoste, as línguas como que de fogo (At 2.3); no inferno, um lago de fogo significando a justiça de Deus sobre os ímpios, injustos e pecadores (Ap 20.10), e não o "reinozinho" de Satanás, como muitos pensam, pois é a sua prisão.

Aparecem também 4 seres viventes com olhos por diante e por trás. São monstros? Não; é apenas o símbolo de vigilância perene diante de Deus. Jesus ensinou sobre a vigilância: "vigiai e orai..." (Mt 26.41). Aqui é diferente; é "vigiai e louvai", porque tudo o que fazem, só o que fazem é louvar a Deus (Ap 4.8).

Uma profunda marca da Igreja de Jesus Cristo em todas as épocas é a esperança, a grande virtude cristã em todos os tempos. Outro modo do cristão dizer este sentimento é usar a expressão "Segunda Vinda de Cristo". Falar de esperança e da Parousia, o Retorno de Cristo, é falar da mesma realidade. Quando celebramos a Ceia do Senhor, celebramos a esperança. A instrução que temos é "até que Ele venha" (1Co 11.26). Os escritores do Novo Testamento falaram sobre essa abençoada futura realidade como o apóstolo Paulo que disse, "Damos sempre graças a Deus... por vós, desde que ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus... por causa da esperança que vos está preservada nos céus..." (Cl 1.3-5). E, ainda, "A graça de Deus se manifestou salvadora, educando-nos para que vivamos aguardando a bendita esperança e manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o nosso Senhor".(Tt 2.11-13). Quer dizer, a esperança associada à Segunda Vinda. E, fazendo uma união entre a Segunda Vinda e as pressões espirituais e, mesmo, físicas, exorta o apóstolo Paulo, "regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação. (Rm 12.12). Alguém aí sabe o que é ser paciente na tribulação?

A tribulação vem, e precede a Segunda Vinda de Cristo e a Grande Tribulação, razão porque Paulo exorta a que sejamos pacientes aguardando a gloriosa Parousia, que nos vai libertar de tudo o mais! Há, portanto, uma íntima ligação entre sofrimento e o retorno de Cristo Jesus. Percebe-se com absoluta clareza o carinho de Deus ao conceder à nascente e sofredora Igreja do primeiro século o livro cheio de encorajamento e de visão da vitória final que é o Apocalipse. Compreende-se o porquê de tantos símbolos, expressões cifradas, figuras medonhas, até, retratando a tremenda luta espiritual entre o Bem e a Malignidade.

É nesse ponto que surge um livro fechado; um livro selado. São sete selos, ou seja, bem fechado, completamente fechado. Esse livro guarda um segredo. A propósito, para quem gosta de filigramas linguísticas, a palavra "selo" vem da língua-mãe latina sigilus, que significa precisamente isso: "segredo, sigilo". 


A visão do livro selado (5.1-14)


O livro visto pelo apóstolo João estava escrito por dentro e por fora, mas fechado com sete selos. Um mensageiro de Deus fazia uma proclamação que é ao mesmo tempo um desafio, levando o vidente a se lamentar porque ninguém tinha dignidade suficientemente o bastante para abri-lo e nem sequer para olhá-lo. Logo foi tranquilizado por um dos anciãos do capítulo 4 que lhe assegurou que o Cristo Vivo, o Cristo Vitorioso, o Messias Exaltado era absoluta e perfeitamente digno de romper os selos e abrir o livro. Só Jesus Cristo pode abrir o livro que guarda o segredo.

Nesse ponto da narrativa, João vê algo diferente no meio da cena; lembremos a cena: o majestoso trono, os 24 tronos, os 24 anciãos, as 4 criaturas com faces de leão, touro, homem e águia, um Cordeiro com aspecto de morto que porta 7 chifres, 7 olhos, e, no entanto, estava vivo. Tem aspecto de morto mas está bem vivo. O Cordeiro tomou o livro do que estava no trono, e todos na cena como um grande coro se prostraram em grande reverência e cantavam a dignidade d’Aquele que comprou para Deus com Seu sangue um povo formado de salvos de todas as tribos, línguas e nações para fazê-los sacerdotes do Deus Vivo! Que cena extraordinariamente maravilhosa! E, assim, cantavam:

“Digno és Senhor de tomar o livro, e de abrir os seus selos, porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo e nação. Para nosso Deus os fizeste reino e sacerdotes e eles reinarão sobre a terra" (vv. 9, 10).

Se a visão tivesse terminado no acima exposto, já seria o bastante. Mas não foi o que aconteceu, porque bilhões de anjos rodeando o trono celestial cantavam a mesma dignidade e honra do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo:

"Digno é o Cordeiro que foi morto, de receber poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor" (v. 12).

E a visão maravilhosa continuava ainda mais linda e mais preciosa porque se ouvia que:  “ toda criatura no céu, na terra, debaixo da terra e sobre o mar, tudo louvava o Cristo de Deus com exclamações de "Amém!" (v. 14).

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor