quinta-feira, 29 de março de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 7

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 7


Este capítulo 7 do Apocalipse trata dos 144.000 e os mártires na glória. Os Israelitas são salvos de perigos iminentes. (1-17).

Há uma pausa entre a abertura do sexto e do sétimo selos; Deus pára o julgamento por um breve espaço de tempo enquanto sela os 144.000 judeus que levarão sua mensagem até os confins da terra. Não fica totalmente claro que esses judeus serão embaixadores do Senhor, porém presumimos que ele os sela por essa razão. Vimos que se aproxima o dia da cólera de Deus (6:15-17) e, por isso, ele traz bonança à tempestade a fim de estender sua misericórdia aos judeus e aos gentios. Essa passagem apresenta dois grupos de pessoas redimidas:

I. Os judeus selados que são salvos de perigos iminentes. (7:1-8).

Os ventos do céu falam do julgamento de Deus, e, nessa passagem, os julgamentos caem especificamente sobre a terra, o mar e a vegetação. Talvez os quatro anjos que "seguram os ventos da terra sejam os mesmos que soaram as quatro primeiras trombetas, pois os julgamentos são semelhantes (veja 8:6-12). O que vem do Oriente segura  o selo de Deus. O selo representa posse e proteção; leia 9:4. Hoje, o Espírito Santo sela o cristão (Ef 1:13-14). O ato de selar acontece no momento em que o pecador crê em Cristo e garante ao crente a vida eterna e a habitação no céu. O anjo com o selo ordena que os outros retenham o julgamento até que os servos do Senhor sejam selados e, assim, poupados do julgamento por vir. Veja uma cena paralela em Ezequiel 9. Lembre-se que Cristo disse que os anjos do Senhor participariam do trabalho de juntar seus eleitos (Mt 24:31). Além dos anjos dos ventos, temos os anjos do fogo (14:18) e os da água (16:5). Esses anjos são os ministros especiais de Deus que supervisionam a atividade da natureza.

Todos esses servos selados são judeus: há 12.000 judeus de cada tribo de Israel. Infelizmente, alguns cristãos bem-intencionados ensinam que esses 144.000 simbolizam a igreja (o novo Israel), e isso não é possível, porque, nesse ponto da  história, a igreja já não estará mais na terra. Os 144.000 são judeus de verdade que estarão vivos nessa época. Provavelmente, eles serão ganhos para Cristo pelo ministério de Moisés e de Elias, as duas testemunhas que pregarão durante o período da tribulação (veja 11:1-12). Talvez esses judeus sejam escolhidos como missionários do Senhor, 144.000 "apóstolos Paulo" que levarão o evangelho às nações! Esse evento cumpre a profecia de Cristo, relatada em Mateus 24:14, e resulta na salvação de milhares de gentios (7:9ss). Imaginamos o que podem fazer 144.000 ministros desse gabarito ao lembrarmos quantas almas Paulo ganhou durante seu ministério!

A tribo de Manassés substituiu a de Dã, que está faltando nessa lista. Parece que as razões para a exclusão da tribo de Dã são as seguintes: (1) Dã levou Israel à idolatria (jz 18:30; 1 Rs 12:28-30); (2) além disso, Deus prometera destruir o nome dos idólatras (Dt 29:18-21).

II. Os gentios salvos. A visão dos mártires na glória. (7:9-17).

Os judeus foram contados, porém essa multidão de salvos não pode ser contada. Esses gentios são o fruto do trabalho dos 144.000 judeus e vêm de todas as nações da terra. Eles não fazem parte da igreja, já que os vimos diante do trono, e não nos tronos como os anciãos. O versículo 14 deixa claro que eles vêm (não vieram) da grande tribulação. Aqui, João vê-os diante do trono celestial louvando a Deus e ao Cordeiro. As "palmas" sugerem a Festa dos Tabernáculos do Antigo Testamento (Lv 23:40-43), evento em que Israel regozijava-se pelas bênçãos do Senhor. Eles usam "vestiduras" brancas, o que indica a justiça deles adquirida por intermédio do Cordeiro. O versículo 14 afirma que eles foram salvos pela fé em Cristo, a única forma de sermos salvos no tempo da grande tribulação porque a porta da graça fechou com o arrebatamento da igreja. 

Os versículos 15-17 enumeram as provações que esses gentios sofreram na terra. Passaram fome e sede, pois foram vítimas da escassez de alimento e de água limpa. Eles não tinham refúgio para o calor do dia. Eles choraram e sofreram provações. Mateus 25:31-46 fala de "ovelhas" que amam os judeus e os ajudam durante a tribulação, entre as quais é provável que estejam esses gentios. Esses crentes recusaram-se a receber a marca da "besta" (13:16- 18) e, por isso, não podem comprar nem vender nada. Eles incorreram na ira dos governantes por causa da amizade com os judeus odiados e perseguidos. Claro que também sofreram os terríveis julgamentos da tribulação: o racionamento de alimento (13:17); a transformação de água em sangue (16:4); e a queimação com fogo (16:8-9).

Veja que os 144.000 sobrevivem à tribulação, enquanto as multidões de crentes gentios darão a vida durante esse período horrível. (Lembre-se das almas sob o altar de 6:9-11.) Deus recompensará esses gentios crentes e lhes dará glória por causa do sofrimento por que passaram. Muitos estudiosos acreditam que no reino milenar se cumprirão as promessas dos versículos 14-17, em vez de no céu. Apocalipse 20:4 indica uma ressurreição especial para esses mártires da tribulação e promete que viverão e reinarão durante o reinado de Cristo no milênio. No entanto, temos bons motivos para aplicar os versículos 14-17 à condição abençoada dos santos de Deus, os que agora estão na glória.

Em suma, vemos que Israel voltou à sua antiga terra de descrença. Inicia-se a adoração no templo. O anticristo governará sua grande coligação de nações à partir do templo em Jerusalém quando edte já estiver pronto e com o sacrifício restabelecido, e o mundo se convulsionará por guerras, fome e caos político e econômico. As duas testemunhas (Moisés e Elias) pregam em Israel, e Deus selou o remanescente da nação, os 144 mil judeus, para ser suas testemunhas em meio aos gentios. Sem dúvida, o ministério deles será perseguido, e muitos serão presos (Mt 25:36). Todavia, os gentios convertidos os ajudarão, e muitos gentios darão a vida pelo evangelho por causa de seu testemunho.

Muitos estudiosos creem que 2 Tessalonicenses 2:11-14 indica que as pessoas que rejeitam o evangelho com obstinação, durante essa era da graça, não poderão ser salvas depois do arrebatamento da igreja. Eles argumentam que as pessoas que não creem na verdade, acreditarão na mentira. Elas não apenas deixaram de ouvir e de entender a Palavra, como também a rejeitaram de pronto. De qualquer forma, após o arrebatamento da igreja, uma multidão de gentios vai crer no evangelho e estar disposta a entregar a vida por Cristo. Sim, as pessoas serão salvas durante o período da tribulação, mas pagarão um alto preço por isso, pagarão a sua salvação com o derramar do seu próprio sangue.

Portanto é muito mais sábio receber e aceitar a Cristo hoje.

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário