domingo, 25 de março de 2018

LIVRO DO APOCALÍPSE CAPÍTULO 5

LIVRO DO APOCALÍPSE CAPÍTULO 5


 O capítulo 5 de Apocalipse trata da visão do livro selado e uma pergunta sobre  o livro ecoou no universo: quem é digno de abrir esse livro?


"Vi... um anjo forte, bradando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro, e lhe romper os selos?". (Ap 5.2).

Este capítulo trata do livro selado com sete selos. Somente o Cordeiro é digno de abri-lo. 

Selo significa segurança de uma correspondência. Somente a pessoa a quem foi endereçada, pode abrir. Neste caso somente o Cordeiro foi achado digno de abrir aquele livro.


João viu a porta aberta no céu e as coisas impressionantes que ele ouviu são: uma voz como de trombeta que lhe dizia: "Sobe e eu te mostrarei as coisas que depois destas devem acontecer". O que esteve antes destas coisas foram as Cartas às igrejas da Ásia. Ele viu um trono no céu, e nele Alguém assentado. A linguagem bíblica O descreve como semelhante a uma pedra de jaspe, de sardônio (v. 3). Ao redor do trono um arco-íris que se parecia a uma esmeralda.

Tudo aqui é descrito de modo a chamar a atenção para algo majestoso, grandioso. Não é um simples trono, mas um trono onde quem está assentado tem a aparência bem diversa dos que se sentam em tronos humanos. 24 tronos estão ao seu redor. 

Neles estão 24 anciãos, ou seja, 12 representam as tribos de Israel no Antigo Testamento, 12 representam os apóstolos, o Israel da Nova Aliança, vestidos de branco, sinal de pureza espiritual, suas cabeças portam coroas de ouro, afinal, "sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida" é a promessa de uma das cartas. No entanto, essas coroas não estão ali para reverenciar, homenagear, magnificar, exaltar esses anciãos no trono. Eles tomam as coroas e depositam diante do majestoso trono de Deus.

Diante desse trono ardiam 7 lâmpadas de fogo que são os 7 espíritos de Deus. Lembrem-se que sempre que a Palavra "fogo" aparece nas Escrituras, está associada a uma manifestação divina: no portão do paraíso, uma espada de fogo (Gn 3.24); a manifestação da presença de Deus (a shekinah) na sarça ardente (Ex 3.2); colunas de fogo no deserto à noite (Nm 14.14); no Pentecoste, as línguas como que de fogo (At 2.3); no inferno, um lago de fogo significando a justiça de Deus sobre os ímpios, injustos e pecadores (Ap 20.10), e não o "reinozinho" de Satanás, como muitos pensam, pois é a sua prisão.

Aparecem também 4 seres viventes com olhos por diante e por trás. São monstros? Não; é apenas o símbolo de vigilância perene diante de Deus. Jesus ensinou sobre a vigilância: "vigiai e orai..." (Mt 26.41). Aqui é diferente; é "vigiai e louvai", porque tudo o que fazem, só o que fazem é louvar a Deus (Ap 4.8).

Uma profunda marca da Igreja de Jesus Cristo em todas as épocas é a esperança, a grande virtude cristã em todos os tempos. Outro modo do cristão dizer este sentimento é usar a expressão "Segunda Vinda de Cristo". Falar de esperança e da Parousia, o Retorno de Cristo, é falar da mesma realidade. Quando celebramos a Ceia do Senhor, celebramos a esperança. A instrução que temos é "até que Ele venha" (1Co 11.26). Os escritores do Novo Testamento falaram sobre essa abençoada futura realidade como o apóstolo Paulo que disse, "Damos sempre graças a Deus... por vós, desde que ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus... por causa da esperança que vos está preservada nos céus..." (Cl 1.3-5). E, ainda, "A graça de Deus se manifestou salvadora, educando-nos para que vivamos aguardando a bendita esperança e manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o nosso Senhor".(Tt 2.11-13). Quer dizer, a esperança associada à Segunda Vinda. E, fazendo uma união entre a Segunda Vinda e as pressões espirituais e, mesmo, físicas, exorta o apóstolo Paulo, "regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação. (Rm 12.12). Alguém aí sabe o que é ser paciente na tribulação?

A tribulação vem, e precede a Segunda Vinda de Cristo e a Grande Tribulação, razão porque Paulo exorta a que sejamos pacientes aguardando a gloriosa Parousia, que nos vai libertar de tudo o mais! Há, portanto, uma íntima ligação entre sofrimento e o retorno de Cristo Jesus. Percebe-se com absoluta clareza o carinho de Deus ao conceder à nascente e sofredora Igreja do primeiro século o livro cheio de encorajamento e de visão da vitória final que é o Apocalipse. Compreende-se o porquê de tantos símbolos, expressões cifradas, figuras medonhas, até, retratando a tremenda luta espiritual entre o Bem e a Malignidade.

É nesse ponto que surge um livro fechado; um livro selado. São sete selos, ou seja, bem fechado, completamente fechado. Esse livro guarda um segredo. A propósito, para quem gosta de filigramas linguísticas, a palavra "selo" vem da língua-mãe latina sigilus, que significa precisamente isso: "segredo, sigilo". 


A visão do livro selado (5.1-14)


O livro visto pelo apóstolo João estava escrito por dentro e por fora, mas fechado com sete selos. Um mensageiro de Deus fazia uma proclamação que é ao mesmo tempo um desafio, levando o vidente a se lamentar porque ninguém tinha dignidade suficientemente o bastante para abri-lo e nem sequer para olhá-lo. Logo foi tranquilizado por um dos anciãos do capítulo 4 que lhe assegurou que o Cristo Vivo, o Cristo Vitorioso, o Messias Exaltado era absoluta e perfeitamente digno de romper os selos e abrir o livro. Só Jesus Cristo pode abrir o livro que guarda o segredo.

Nesse ponto da narrativa, João vê algo diferente no meio da cena; lembremos a cena: o majestoso trono, os 24 tronos, os 24 anciãos, as 4 criaturas com faces de leão, touro, homem e águia, um Cordeiro com aspecto de morto que porta 7 chifres, 7 olhos, e, no entanto, estava vivo. Tem aspecto de morto mas está bem vivo. O Cordeiro tomou o livro do que estava no trono, e todos na cena como um grande coro se prostraram em grande reverência e cantavam a dignidade d’Aquele que comprou para Deus com Seu sangue um povo formado de salvos de todas as tribos, línguas e nações para fazê-los sacerdotes do Deus Vivo! Que cena extraordinariamente maravilhosa! E, assim, cantavam:

“Digno és Senhor de tomar o livro, e de abrir os seus selos, porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo e nação. Para nosso Deus os fizeste reino e sacerdotes e eles reinarão sobre a terra" (vv. 9, 10).

Se a visão tivesse terminado no acima exposto, já seria o bastante. Mas não foi o que aconteceu, porque bilhões de anjos rodeando o trono celestial cantavam a mesma dignidade e honra do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo:

"Digno é o Cordeiro que foi morto, de receber poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor" (v. 12).

E a visão maravilhosa continuava ainda mais linda e mais preciosa porque se ouvia que:  “ toda criatura no céu, na terra, debaixo da terra e sobre o mar, tudo louvava o Cristo de Deus com exclamações de "Amém!" (v. 14).

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor 


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