A
MALDADE DE UM JUÍZ INÍQUO
Lucas
18.1-18.
A
parábola do juiz iníquo, a maldade do juiz iníquo para com uma viúva
desamparada.
1 E
contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca
desfalecer,
2 dizendo: Havia
numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava homem
algum.
3 Havia
também naquela mesma cidade uma certa viúva e ia ter com ele,
dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário.
4 E,
por algum tempo, não quis; mas, depois, disse consigo: Ainda que não temo a
Deus, nem respeito os homens,
5 todavia,
como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte
e me importune muito.
6 E
disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz.
7 E
Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite,
ainda que tardio para com eles?
8 Digo-vos
que, depressa, lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho do Homem,
porventura, achará fé na terra?
O
que são parábolas. Jesus utilizou muitas parábolas para exemplificar aquilo que
Ele queria dizer ou já tinha dito.
As
parábolas são histórias que se caracterizam por serem de certa forma curtas e
objetivas. Elas têm o objetivo de transmitir ensinos e normalmente o fazem por
meio de comparações, da explanação de fatos reais e de elementos comuns à época
em que foram escritas. Os ensinos transmitidos são os mais variados, mas,
normalmente, vemos ensinos ligados à moral e virtudes, à sabedoria e também à
religião e doutrina.
As
parábolas mais conhecidas são as que Jesus produziu e que são descritas no Novo
Testamento. No entanto, também encontramos parábolas no Velho Testamento (Por
exemplo: 2 Samuel 12. 1-4 – A parábola que o profeta Natã contou a Davi para
acusá-lo de adultério).
Abaixo,
para que você possa tomar conhecimento, relacionamos as parábolas contadas por
Jesus e onde elas se encontram na Bíblia.
Lista
extraída do dicionário da Bíblia de Almeida:
O
administrador desonesto (Lc 16.1-9);
O amigo importuno (Lc 11.5-8);
As bodas (Mt 22.1-14);
O bom samaritano (Lc 10.29-37);
A casa vazia (Mt 12.43-45);
Coisas novas e velhas (Mt 13.51-52);
O construtor de uma torre (Lc 14.28-30);
O credor incompassivo (Mt 18.23-35);
O dever dos servos (Lc 17.7-10);
As dez virgens (Mt 25.1-13);
Os dois alicerces (Mt 7.24-27);
Os dois devedores (Lc 7.40-43);
Os dois filhos (Mt 21.28-32);
A dracma perdida (Lc 15.8-10);
O fariseu e o publicano (Lc 18.9-14);
O fermento (Mt 13.33);
A figueira (Mt 24.32-33);
A figueira estéril (Lc 13.6-9);
O filho pródigo (Lc 15.11-32);
A grande ceia (Lc 14.15-24);
Jejum e casamento (Lc 5.33-35);
O joio (Mt 13.24-30,36-43);
O juiz iníquo (Lc 18.1-8);
Os lavradores maus (Mt 21.33-46);
Os meninos na praça (Mt 11.16-19);
A ovelha perdida (Lc 15.3-7);
O pai vigilante (Mt 24.42-44);
A pedra rejeitada (Mt 21.42-44);
A pérola (Mt 13.45-46);
Os primeiros lugares (Lc 14.7-11);
A rede (Mt 13.47-50);
O rei que vai para a guerra (Lc 14.31-32);
O remendo com pano novo (Lc 5.36);
O rico e Lázaro (Lc 16.19-31);
O rico sem juízo (Lc 12.16-21);
O semeador (Mt 13.3-9,18-23);
A semente (Mc 4.26-29);
A semente de mostarda (Mt 13.31-32);
O servo fiel (Mt 24.45-51);
Os servos vigilantes (Mc 13.33-37);
Os talentos (Mt 25.14-30);
O tesouro escondido (Mt 13.44);
Os trabalhadores da vinha (Mt 20.1-16);
O vinho e os odres (Lc 5.37).
A parábola
do juiz iníquo é um importante ensino de Jesus registrado no Evangelho de Lucas
18:1-8. Essa parábola também é conhecida como a parábola da viúva perseverante
ou a parábola da mulher persistente.
A parábola
do juiz iníquo faz parte de um texto bíblico cujo tema principal é a oração.
Através dessa parábola o Senhor Jesus falou especificamente sobre a necessidade
da perseverança na oração. Dessa forma o seu significado ensina muitas lições
preciosas para todos os cristãos.
Resumo
da parábola do juiz iníquo e a viúva.
Na Parábola
do Juiz Iníquo, Jesus falou sobre um juiz que julgava numa certa cidade. Esse
juiz não temia a Deus e nem era sensível às necessidades das pessoas. Na mesma
cidade havia também uma viúva. Essa mulher tinha uma causa a ser julgada e
frequentemente se dirigia ao juiz rogando-lhe: “Faze-me justiça na causa que
pleiteio contra meu adversário”. (Lucas 18.10).
O
juiz se negou a atender a viúva durante algum tempo. Mas num dado momento ele
refletiu sobre a situação daquela mulher, e preocupado com seus próprios
interesses, considerou atendê-la. Ele admitiu que não temia a Deus e nem tinha
consideração pelas pessoas; mas também ele não queria mais ser importunado.
Então ele resolveu julgar a causa da viúva para que ela deixasse de aborrecê-lo
com seu pedido.
Então
o Senhor Jesus concluiu a parábola do juiz iníquo com a seguinte
declaração: “Atentai à resposta do juiz da injustiça! Porventura Deus não fará
plena justiça aos seus escolhidos, que a Ele clamam de dia e de noite, ainda
que lhes pareça demorado em atendê-los? Eu vos asseguro: Ele vos fará sua
justiça, e depressa. No entanto, quando o Filho do homem vier, encontrará fé em
alguma parte da terra?” (Lucas 18:-8).
Contexto
da parábola do juiz iníquo e a viúva.
Jesus
contou a parábola do juiz iníquo aos seus discípulos com o objetivo de
adverti-los quanto ao dever de orar continuamente e jamais desanimar.
O
evangelista Lucas posicionou essa parábola sequencialmente após uma
exposição escatológica feita pelo por Jesus (Lucas 17). Este detalhe é importante,
pois os ensinos do capítulo 18 possuem uma ligação direta com o tema do
capítulo 17, apesar de algumas pessoas não perceberem.
No
capítulo 17 o Senhor falou sobre o período difícil que seus seguidores deverão
suportar antes de Seu retorno glorioso (Lucas 17:22,23). Jesus alertou que esse
período seria longo e traria um sofrimento progressivo até culminar no dia de
seu retorno. Diante dessa realidade, no capítulo 18 Ele exorta seus seguidores
a perseverar em oração, na certeza de que suas suplicas serão respondidas.
Explicação
da parábola do juiz iníquo e a viúva.
A parábola
do juiz iníquo possui um paralelo muito claro com a parábola do amigo importuno contada
por Jesus em outra ocasião (Lucas 11:5-8). As duas parábolas enfatizam a
importância da perseverança na oração. Na Parábola do juiz iníquo são
mencionados três personagens: o juiz; a viúva; o adversário da viúva.
Sobre
a viúva.
A
viúva tinha um opositor que de alguma forma estava agindo com injustiça contra
ela. As viúvas naquela época facilmente passavam necessidades, principalmente
quando herdavam dividas de seus maridos falecidos.
Desde
o Antigo Testamento, a Bíblia menciona algumas viúvas que passaram por
situações difíceis e viveram de modo precário. Aqui podemos citar como exemplos
a viúva que hospedou o profeta Elias em Sarepta, e a viúva que mais
tarde hospedou o profeta Eliseu (1 Reis 17:8-16; 2 Reis 4:1-7).
Nas
Escrituras também encontramos várias referências sobre o cuidado de Deus para
com as viúvas. A Bíblia diz que o Senhor julga e castiga aqueles que defraudam
e prejudicam as viúvas (Êxodo 22:22,23; Deuteronômio 10:18; Salmos 68:5).
O profeta Malaquias afirmou que Deus testemunhará contra aqueles que
oprimem os órfãos e as viúvas (Malaquias 3:5).
Apesar
disso, não é possível afirmar qual era a verdadeira situação daquela viúva. Não
sabemos se ela era jovem ou idosa, se era rica ou pobre; nem mesmo sabemos a
causa de seu litígio. Simplesmente tais detalhes são indiferentes e
desnecessários à narrativa bíblica.
Sobre
o juiz.
Na
cidade em que a viúva vivia havia um juiz. Jesus o descreve como sendo um homem
contrário a Deus e que também não tinha qualquer respeito pelas pessoas. Essa
descrição sem dúvida enfatiza que aquele juiz era alguém egoísta e desprezível.
Quando
Jesus diz que aquele juiz não tinha qualquer reverência para com Deus, isso
significa que o juiz iníquo não se preocupava em fazer o que era moralmente
certo. Com a informação de que ele não respeitava as pessoas, também concluímos
que ele não dava importância para a opinião pública.
Sobre
o tribunal.
A
viúva procurou diretamente o juiz para que sua causa fosse resolvida. Em casos
assim, a viúva passava a ocupar o lugar do marido falecido, tendo então os
mesmos direitos de um homem no tribunal.
Na
parábola Jesus não indica que o adversário da viúva comparecia regularmente ao
tribunal. A viúva, por sua vez, constantemente procurava o juiz pedindo que ele
julgasse sua causa. O comportamento do juiz foi completamente condizente ao seu
perfil perverso.
Durante
um tempo ele se recusou a fazer qualquer coisa a favor da viúva, até que depois
de muita insistência ele resolveu julgar a sua causa. Ele queria apenas ficar
livre daquela importunação. A forma com que o texto bíblico descreve a intenção
do juiz, parece indicar que ele não agiu pelo senso de justiça, e, muito menos,
pela compaixão. Em sua própria fala ele declara explicitamente não temer a Deus
e nem se importar com os homens. Ele julgou a causa da viúva para não ser mais
incomodado.
O significado
da parábola do juiz iníquo.
O
significado da parábola do juiz iníquo é bastante claro: os filhos de Deus
devem orar constantemente, de modo perseverante e sem esmorecer, mesmo que
sejam submetidos a uma longa espera. (Lucas 18:1).
Na
parábola Jesus estabeleceu também um contraste agudo entre o juiz iníquo e o
justo Juiz. Isso fica muito claro quando Jesus chama a atenção para as palavras
do juiz e contrasta com a seguinte pergunta: “E Deus não fará justiça aos
seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com
eles?” (Lucas 18:7).
Em
outras palavras, Jesus diz que se um juiz ímpio, perverso e egoísta fez justiça
à causa da viúva, quanto mais fará Deus que é santo e justo em prol de seu
provo escolhido que ora a Ele de dia e de noite? Além disso, por seu caráter
perverso, o juiz iníquo agiu motivado por princípios egoístas, enquanto Deus
age por amor aos que são seus.
Jesus
é um Juiz que cuida dos que são seus.
Com
base nesse raciocínio, não podemos desprezar o uso de uma expressão que transmite
um significado muito sublime. Jesus diz que certamente Deus fará
justiça “aos seus eleitos”. A palavra original grega é eklektos, que
significa “selecionado” ou “escolhido”.
Com
isso, Jesus enfatiza a verdade de que o juiz iníquo nada tinha a ver com a
viúva; ao contrário, ele não se importava com ela e queria se livrar dela. Ele
estava disposto a qualquer coisa só para não precisar mais ver aquela mulher.
Diferentemente disso, Jesus demonstra que o supremo Juiz não age assim. O justo
Juiz julga a causa daqueles que são seus e se importa com eles de tal forma,
que foi Ele próprio quem os elegeu como seu povo.
Geralmente
é o cliente que escolhe o advogado. Na parábola foi a viúva quem procurou e
escolheu o juiz que, naquele contexto, também lhe serviu de advogado. Mas no
reino de Deus é diferente! Foi o justo Juiz quem escolheu aqueles que são seus.
Ele os amou quando estes ainda estavam mortos em delitos e pecados; e os
justificou pelos méritos de Cristo no Calvário, fazendo-lhes ser “a geração
eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido” (2 Pedro 2:9).
Isso
significa que não há como dar errado! Os redimidos nunca estarão desamparados e
no tempo oportuno serão vindicados. Essa verdade é maravilhosa e reconfortante.
(Apocalipse 6:10,11).
Jesus
ê um Juiz que age no tempo certo.
Na
Parábola do Juiz Iníquo Jesus também destaca que Deus age depressa em favor de
seu povo, ainda que pareça ser tardio para com eles. Isso parece ser uma
contradição, mas não é! A demora enfrentada pela viúva se deu pelo caráter
desleal do juiz iníquo. Mas os seguidores de Cristo possuem um Juiz imutável e
verdadeiro, no qual podem depositar toda sua confiança e fidelidade. Esse Juiz
que conhece todas as coisas responde às orações de seu povo no tempo oportuno,
de acordo com seus propósitos eternos.
Além
disso, essa última parte da parábola do juiz iníquo aponta novamente para os
acontecimentos escatológicos referidos no capítulo anterior (Lucas 17). Jesus
termina a parábola falando sobre a consumação da presente era que se
dará “no dia em que o Filho do homem vier”.
Todo
cristão verdadeiro aguarda ansiosamente por esse momento final, quando toda
justiça será revelada no dia do juízo. Nesse dia Cristo julgará os vivos e
os mortos e porá fim em toda maldade, perversidade e injustiça (Atos 10:42).
Mas
é verdade que a espera por esse dia pode parecer muito longa e demorada para
nós. Contudo, nos planos de Deus o tempo certo já está determinado, assim como
disse o apóstolo Pedro (2 Pedro 3:9). Quando esse momento finalmente
chegar, o justo Juiz agirá depressa, e todas as promessas feitas aos seus
filhos que sofreram perseguições durante toda a história serão cumpridas
integralmente.
Por
isso Jesus termina a parábola do juiz iníquo com uma pergunta inevitável:
“Quando
porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” (Lucas 18:8).
Jesus
não fez essa pergunta para especular se haverá cristãos verdadeiros na terra na
ocasião de sua vinda. A Bíblia já responde claramente esta questão (Mateus 24:44-46;
Lucas 12:37; 17:34,35; 1 Tessalonicenses 4:13-18). Mas a pergunta feita por
Jesus tem o objetivo de provocar uma reflexão, um auto-exame.
Cada
um deve se perguntar: Será que estou pronto para aguardar pacientemente e
perseverando em oração, o momento da volta de Cristo?
Estou
me derramando diariamente diante de Deus em oração pedindo que “venha a
nós o teu reino, e seja feita a tua vontade assim na terra como no céu”?
Realmente
estou orando fervorosamente pela volta do Senhor Jesus?
Lições
da parábola do juíz iníquo e a viúva.
Podemos
pontuar algumas reflexões adicionais sobre a Parábola do Juiz Iníquo.
Em
primeiro lugar, essa parábola nos ensina que devemos orar continuamente e com
perseverança. A viúva não desistiu de suplicar sua causa a um homem ímpio e sem
consideração por ninguém. Nós, porém, temos um Juiz santo e justo; então não
podemos desanimar.
Em
segundo lugar, a parábola do juiz iníquo nos ensina a orar pelos motivos
corretos. Todo o contexto da parábola parece indicar que a viúva que
importunava o juiz estava do lado da justiça, ou seja, seu pedido era legítimo
e aceitável.
Em
terceiro lugar, a parábola do juiz iníquo nos ensina que a resposta da oração
pode demorar. Uma oração sem resposta não significa que Deus não a escutou. A
demora na resposta de uma oração sempre tem um propósito. Se você está orando
pelos motivos certos, não com propósitos egoístas, mas visando o bem do reino
de Deus, e ainda não foi respondido, então talvez o Senhor esteja lhe ensinando
algumas lições necessárias.
A
demora na resposta de uma oração se dá por razões que somente Deus conhece. Mas
durante esse período, aproveite para aprender mais sobre a paciência e a
perseverança, e tenha sua fé fortalecida. Às vezes Deus nos reserva uma bênção
ainda maior que vai além do nosso pedido, mas nossa impaciência muitas vezes
acaba prejudicando nossa compreensão a esse respeito.
O
ensino sobre a oração no capítulo 18 de Lucas não terminou com a parábola do juiz
iníquo. Jesus continuou seu ensinamento na parábola do fariseu e o publicano,
enfatizando a atitude e as intenções corretas ao orar.
Passamos
a analisar algo interessante sobre o Juiz que julga corretamente e com a
verdade: Deus.
Quatro
Princípios Bíblicos do julgamento de Deus no Juízo final, também chamado de
Juízo do grande trono branco.
Para
entendermos como se processará o juízo Final devemos ter em mente quatro
princípios da Palavra pelos quais de forma geral seremos julgados.
No
capítulo dois de Romanos o Apostolo Paulo ensina esses quatro princípios
fundamentais que são:
Deus
nos julga segundo a verdade.
Deus
nos julga segundo as nossas obras.
Deus
julga sem acepção de pessoas.
Deus
nos julga de acordo com a nossa comunhão com Ele.
O
julgamento de Deus é segundo a verdade.
“Portanto,
és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que
julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que
condenas. Bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade. Receberão
condenação todos os que praticam a iniquidade, contra os que praticam tais
coisas, haverá severa condenação. “Tu, ó homem, que condenas os que
praticam tais coisas e fazes as mesmas, pensas que te livrarás do juízo de
Deus?
Ou
desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando
que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?”. (Romanos 2.1-4).
Paulo
reprovou a atitude das pessoas em querer julgar os outros com um nível elevado
e a si mesmas com um nível inferior. Em Deus não acontecerá dessa forma, pois o
critério usado por Deus será o mesmo em todos os Juízos. Paulo disse: Bem
sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade e contra
os que praticam tais coisas.
Quando
o apostolo falou que “o juízo de Deus é segundo a verdade” ele está mostrando o
critério imutável do juízo de Deus que é a Palavra. Jesus disse:
“Santifica-os
na verdade; a tua palavra é a verdade”. João 17.17.
Esse
é o primeiro critério do juízo Divino, nada mais nada menos que a própria
Palavra de Deus. Esse padrão não varia, será sempre o mesmo, segundo a verdade.
O
Juízo de Deus é segundo as nossas obras?
“Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu,
por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus.
Como está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo
joelho, e toda língua dará louvores a Deus. Assim, pois, cada um de nós dará
contas de si mesmo a Deus”. (Romanos 14:10-12).
Embora as Sagradas Escrituras, tanto no
Antigo quanto no Novo Testamento, repetidas vezes mencione o juízo, no qual os
vivos e os mortos comparecerão ante o tribunal de Cristo para serem julgados
segundo as suas obras, (Mt. 16:24-27; Rm. 2:4-10; Ap. 20:12-15), recebendo
por elas o seu destino eterno, esse tema está em vigor na linguagem teológica
protestante desde séculos passados que enfatizam que a prática de boas obras são
condicionantes para sermos salvos, como é o caso dos Kardecistas, Espiritistas
e algumas seitas religiosas Cristãs consideradas hereges.
As boas obras são necessárias sim, porém não
influenciam na nossa salvação. As boas obras devem ser uma prática constante na
vida dos Cristãos, porém a salvação é pela fé.
Nossa salvação é pela Graça por meio da Fé em Cristo e não por
praticar boas obras que testemunham da nossa fé em Deus por meio de Cristo
Jesus nosso único e suficiente Salvador de nossas almas.
O
Juízo de Deus é sem acepção de pessoas.
“Ora,
se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras
de cada um, portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação”.
(1 Pedro 1.17). Esse é o segundo critério do julgamento de Deus, “sem
acepção de pessoas”.
Vivemos
em um mundo corrompido pelo pecado, manchado pela maldade, de fato na terra
existe uma inversão de valores onde as pessoas aplaudem o que Deus reprova e
reprovam o que agrada a Deus.
E
nesse mundo que vivemos é comum encontramos esse comportamento negativo:
“acepção de pessoas”.
Hoje
em dia, poder aquisitivo, classe social, cor, raça, aparência física e nível
cultural, tudo isso tem exercido forte pressão em nossa sociedade.
Sem
acepção de pessoas. Esta expressão implica que Deus não é influenciado,
afetado no Seu julgamento pelas características externas de uma pessoa,
nada pode desviar, embaçar, intimidar o Justo Juízo de Deus.
E
Deus também adverte a todos os homens que exercem juízo nas coisas humanas, que
também não façam acepção de pessoas.
Deus
nos julga e julgará segundo as nossas obras e nossa comunhão com Ele.
Na verdade a fé e as obras têm que andar de
mãos dadas, uma não existe sem a outra, leia: “Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e
eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a
minha fé pelas minhas obras”. (Tiago 2:18). O único meio visível de provar a fé
é através das boas obras. É uma equação: fé sem obras não existe e obras sem fé
dá no mesmo.
Quando fez o belo Sermão do Monte Jesus
explicou a questão das boas obras e seu papel na vida do cristão,
veja: “Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos
bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no
fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis”. (Mateus
7:18-20).
É bem simples de entender: bons frutos
identificam o verdadeiro cristão, assim como a esterilidade e os maus frutos
indicam a morte espiritual. Ninguém que segue a Jesus pode produzir maus
frutos, é impossível, ao contrário, quem segue a Jesus tem que gerar boas
obras. O único probleminha é que existe muita gente boa mal informada e
acredita que apenas a caridade pode salvar sua alma do inferno, o que não é
verdade.
O fruto do Espírito inclui a generosidade, a
bondade e a longanimidade que é sinônimo de desprendimento. Todo discípulo de
Jesus recebe em seu coração o Doce Espírito Santo e Ele traz consigo o Seu fruto
para moldar nosso caráter e modificar nossas atitudes negativas, assim, quem
tem o Espírito tem a generosidade, o amor, a bondade e o desprendimento, a
qualidade de pensar no bem do outro acima de seus próprios interesses e,
portanto, gera boas obras por via de consequência.
E as pessoas que não acreditam em Jesus e
praticam boas obras? Elas não serão salvas?
A salvação é matéria unicamente de Jesus. Sem
Jesus não há salvação, ainda que a pessoa venda todos os seus bens para fazer
caridade. Esta é a verdade. Ponto final. É preciso observar o que há por trás
da caridade, porque tem gente que faz caridade só para ficar “bem na foto”, ou
então, por influência, só porque, os amigos vão distribuir mantimentos debaixo
da ponte e o cidadão vai junto, tira foto e tudo para postar nas redes sociais.
Ainda tem a caridade de “fim de ano”. O
cidadão passa o ano inteirinho maltratando animais de rua, insultando os mais
velhos, tirando “onda” com a miséria alheia, mas no Natal vai “fazer caridade”
aos moradores de rua. Não dá para acreditar nestas “boas obras”.
Este é outro ponto: boas obras não é só
distribuir sopa, participar da campanha do agasalho e coisas assim, a caridade,
sinônimo de generosidade e bondade, está nas atitudes, no “conjunto da obra” e
isso inclui ser bom filho, bom chefe de família, bom amigo, bom marido (ou
esposa) e se comover com o sofrimento alheio e nunca, nunca desejar o mal por
inveja, vingança, ou só por esporte.
Não despreze as boas obras, porque são elas
que testificam que somos filhos de Deus, mas também não pense que apenas as
obras são capazes de salvá-lo, porque isso seria uma grande decepção no final
da jornada desta vida. As boas obras foram preparadas para todo aquele que
reconhece Jesus como Salvador, por isso está escrito: “Porque somos
feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou
para que andássemos nelas”. (Efésios 2:10).
Todos seremos julgados diante de Deus, o
justo Juiz. A Bíblia diz em Apocalipse 20:12: “E vi os mortos, grandes e
pequenos, em pé diante do trono; e abriram-se os livros; e abriu-se outro
livro, que é o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam
escritas nos livros, segundo as suas obras”.
As pessoas serão julgadas segundo o que
fizeram. A Bíblia diz em Mateus 16:27: “Porque o Filho do homem há de vir na
glória de seu Pai, com os seus anjos; e então retribuirá a cada um segundo as
suas obras”.
O critério no julgamento será a lei de Deus.
A Bíblia diz em Tiago 2:10-12: “Pois qualquer que guardar toda a lei, mas
tropeçar em um só ponto, tem-se tornado culpado de todos. Porque o mesmo que
disse: Não adulterarás, também disse: Não matarás. Ora, se não cometes
adultério, mas és homicida, te hás tornado transgressor da lei. Falai de tal
maneira e de tal maneira procedei, como havendo de ser julgados pela lei da
liberdade”.
O julgamento de Deus é e sempre será justo.
A Bíblia diz em Atos 17:31: “Porquanto
determinou um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão
que para isso ordenou; e disso tem dado certeza a todos, ressuscitando-o dentre
os mortos.”
Todos passarão pelo julgamento divino. A
Bíblia diz em 2 Coríntios 5:10: “Porque é necessário que todos nós sejamos
manifestos diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba o que fez por
meio do corpo, segundo o que praticou, o bem ou o mal”.
Nada pode ser escondido no julgamento. A
Bíblia diz em Eclesiastes 12:14: “Porque Deus há de trazer a juízo toda obra, e
até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau”.
Que visão duma cena do julgamento foi dada a
Daniel? A Bíblia diz em Daniel 7:9-10: “Eu continuei olhando, até que foram
postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou; o seu vestido era branco
como a neve, e o cabelo da sua cabeça como lã puríssima; o seu trono era de chamas
de fogo, e as rodas dele eram fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de
diante dele; milhares de milhares o serviam, e miríades de miríades assistiam
diante dele. Assentou-se para o juízo, e os livros foram abertos”.
No tribunal do julgamento, Cristo é o nosso
advogado. A Bíblia diz em 1 João 2:1: “Meus filhinhos, estas coisas vos
escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com
o Pai, Jesus Cristo, o justo”.
Que evidências tem o nosso advogado de defesa
a nosso favor? A Bíblia diz em Apocalipse 3:5: “O que vencer será assim vestido
de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida;
antes confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos”.
O
nosso justo Juiz está sempre atento para defender a causa dos justos. 1 João
2.1.
Meus
filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar,
temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo.
Deus
abençoe você e sua família.
Pr.
Waldir Pedro de Souza
Bacharel
em Teologia, Pastor e Escritor.