segunda-feira, 12 de setembro de 2022

A MALDADE DE UM JUÍZ INÍQUO

A MALDADE DE UM JUÍZ INÍQUO

 

Lucas 18.1-18.

 

A parábola do juiz iníquo, a maldade do juiz iníquo para com uma viúva desamparada.  

1 E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca desfalecer, 

2 dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava homem algum. 

3 Havia também naquela mesma cidade uma certa viúva e ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário. 

4 E, por algum tempo, não quis; mas, depois, disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, 

5 todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte e me importune muito. 

6 E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. 

7 E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? 

8 Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?

 

O que são parábolas. Jesus utilizou muitas parábolas para exemplificar aquilo que Ele queria dizer ou já tinha dito.

As parábolas são histórias que se caracterizam por serem de certa forma curtas e objetivas. Elas têm o objetivo de transmitir ensinos e normalmente o fazem por meio de comparações, da explanação de fatos reais e de elementos comuns à época em que foram escritas. Os ensinos transmitidos são os mais variados, mas, normalmente, vemos ensinos ligados à moral e virtudes, à sabedoria e também à religião e doutrina.

As parábolas mais conhecidas são as que Jesus produziu e que são descritas no Novo Testamento. No entanto, também encontramos parábolas no Velho Testamento (Por exemplo: 2 Samuel 12. 1-4 – A parábola que o profeta Natã contou a Davi para acusá-lo de adultério).

Abaixo, para que você possa tomar conhecimento, relacionamos as parábolas contadas por Jesus e onde elas se encontram na Bíblia.

Lista extraída do dicionário da Bíblia de Almeida:

O administrador desonesto (Lc 16.1-9);
O amigo importuno (Lc 11.5-8);
As bodas (Mt 22.1-14);
O bom samaritano (Lc 10.29-37);
A casa vazia (Mt 12.43-45);
Coisas novas e velhas (Mt 13.51-52);
O construtor de uma torre (Lc 14.28-30);
O credor incompassivo (Mt 18.23-35);
O dever dos servos (Lc 17.7-10);
As dez virgens (Mt 25.1-13);
Os dois alicerces (Mt 7.24-27);
Os dois devedores (Lc 7.40-43);
Os dois filhos (Mt 21.28-32);
A dracma perdida (Lc 15.8-10);
O fariseu e o publicano (Lc 18.9-14);
O fermento (Mt 13.33);
A figueira (Mt 24.32-33);
A figueira estéril (Lc 13.6-9);
O filho pródigo (Lc 15.11-32);
A grande ceia (Lc 14.15-24);
Jejum e casamento (Lc 5.33-35);
O joio (Mt 13.24-30,36-43);
O juiz iníquo (Lc 18.1-8);
Os lavradores maus (Mt 21.33-46);
Os meninos na praça (Mt 11.16-19);
A ovelha perdida (Lc 15.3-7);
O pai vigilante (Mt 24.42-44);
A pedra rejeitada (Mt 21.42-44);
A pérola (Mt 13.45-46);
Os primeiros lugares (Lc 14.7-11);
A rede (Mt 13.47-50);
O rei que vai para a guerra (Lc 14.31-32);
O remendo com pano novo (Lc 5.36);
O rico e Lázaro (Lc 16.19-31);
O rico sem juízo (Lc 12.16-21);
O semeador (Mt 13.3-9,18-23);
A semente (Mc 4.26-29);
A semente de mostarda (Mt 13.31-32);
O servo fiel (Mt 24.45-51);
Os servos vigilantes (Mc 13.33-37);
Os talentos (Mt 25.14-30);
O tesouro escondido (Mt 13.44);
Os trabalhadores da vinha (Mt 20.1-16);
O vinho e os odres (Lc 5.37).

 

A parábola do juiz iníquo é um importante ensino de Jesus registrado no Evangelho de Lucas 18:1-8. Essa parábola também é conhecida como a parábola da viúva perseverante ou a parábola da mulher persistente.

A parábola do juiz iníquo faz parte de um texto bíblico cujo tema principal é a oração. Através dessa parábola o Senhor Jesus falou especificamente sobre a necessidade da perseverança na oração. Dessa forma o seu significado ensina muitas lições preciosas para todos os cristãos.

Resumo da parábola do juiz iníquo e a viúva.

Na Parábola do Juiz Iníquo, Jesus falou sobre um juiz que julgava numa certa cidade. Esse juiz não temia a Deus e nem era sensível às necessidades das pessoas. Na mesma cidade havia também uma viúva. Essa mulher tinha uma causa a ser julgada e frequentemente se dirigia ao juiz rogando-lhe: “Faze-me justiça na causa que pleiteio contra meu adversário”. (Lucas 18.10).

O juiz se negou a atender a viúva durante algum tempo. Mas num dado momento ele refletiu sobre a situação daquela mulher, e preocupado com seus próprios interesses, considerou atendê-la. Ele admitiu que não temia a Deus e nem tinha consideração pelas pessoas; mas também ele não queria mais ser importunado. Então ele resolveu julgar a causa da viúva para que ela deixasse de aborrecê-lo com seu pedido.

Então o Senhor Jesus concluiu a parábola do juiz iníquo com a seguinte declaração: “Atentai à resposta do juiz da injustiça! Porventura Deus não fará plena justiça aos seus escolhidos, que a Ele clamam de dia e de noite, ainda que lhes pareça demorado em atendê-los? Eu vos asseguro: Ele vos fará sua justiça, e depressa. No entanto, quando o Filho do homem vier, encontrará fé em alguma parte da terra?” (Lucas 18:-8).

Contexto da parábola do juiz iníquo e a viúva.

Jesus contou a parábola do juiz iníquo aos seus discípulos com o objetivo de adverti-los quanto ao dever de orar continuamente e jamais desanimar.

O evangelista Lucas posicionou essa parábola sequencialmente após uma exposição escatológica feita pelo por Jesus (Lucas 17). Este detalhe é importante, pois os ensinos do capítulo 18 possuem uma ligação direta com o tema do capítulo 17, apesar de algumas pessoas não perceberem.

No capítulo 17 o Senhor falou sobre o período difícil que seus seguidores deverão suportar antes de Seu retorno glorioso (Lucas 17:22,23). Jesus alertou que esse período seria longo e traria um sofrimento progressivo até culminar no dia de seu retorno. Diante dessa realidade, no capítulo 18 Ele exorta seus seguidores a perseverar em oração, na certeza de que suas suplicas serão respondidas.

 

Explicação da parábola do juiz iníquo e a viúva.

A parábola do juiz iníquo possui um paralelo muito claro com a parábola do amigo importuno contada por Jesus em outra ocasião (Lucas 11:5-8). As duas parábolas enfatizam a importância da perseverança na oração. Na Parábola do juiz iníquo são mencionados três personagens: o juiz; a viúva; o adversário da viúva.

Sobre a viúva.

A viúva tinha um opositor que de alguma forma estava agindo com injustiça contra ela. As viúvas naquela época facilmente passavam necessidades, principalmente quando herdavam dividas de seus maridos falecidos.

Desde o Antigo Testamento, a Bíblia menciona algumas viúvas que passaram por situações difíceis e viveram de modo precário. Aqui podemos citar como exemplos a viúva que hospedou o profeta Elias em Sarepta, e a viúva que mais tarde hospedou o profeta Eliseu (1 Reis 17:8-16; 2 Reis 4:1-7).

Nas Escrituras também encontramos várias referências sobre o cuidado de Deus para com as viúvas. A Bíblia diz que o Senhor julga e castiga aqueles que defraudam e prejudicam as viúvas (Êxodo 22:22,23; Deuteronômio 10:18; Salmos 68:5). O profeta Malaquias afirmou que Deus testemunhará contra aqueles que oprimem os órfãos e as viúvas (Malaquias 3:5).

Apesar disso, não é possível afirmar qual era a verdadeira situação daquela viúva. Não sabemos se ela era jovem ou idosa, se era rica ou pobre; nem mesmo sabemos a causa de seu litígio. Simplesmente tais detalhes são indiferentes e desnecessários à narrativa bíblica.

Sobre o juiz.

Na cidade em que a viúva vivia havia um juiz. Jesus o descreve como sendo um homem contrário a Deus e que também não tinha qualquer respeito pelas pessoas. Essa descrição sem dúvida enfatiza que aquele juiz era alguém egoísta e desprezível.

Quando Jesus diz que aquele juiz não tinha qualquer reverência para com Deus, isso significa que o juiz iníquo não se preocupava em fazer o que era moralmente certo. Com a informação de que ele não respeitava as pessoas, também concluímos que ele não dava importância para a opinião pública.

Sobre o tribunal.

A viúva procurou diretamente o juiz para que sua causa fosse resolvida. Em casos assim, a viúva passava a ocupar o lugar do marido falecido, tendo então os mesmos direitos de um homem no tribunal.

Na parábola Jesus não indica que o adversário da viúva comparecia regularmente ao tribunal. A viúva, por sua vez, constantemente procurava o juiz pedindo que ele julgasse sua causa. O comportamento do juiz foi completamente condizente ao seu perfil perverso.

Durante um tempo ele se recusou a fazer qualquer coisa a favor da viúva, até que depois de muita insistência ele resolveu julgar a sua causa. Ele queria apenas ficar livre daquela importunação. A forma com que o texto bíblico descreve a intenção do juiz, parece indicar que ele não agiu pelo senso de justiça, e, muito menos, pela compaixão. Em sua própria fala ele declara explicitamente não temer a Deus e nem se importar com os homens. Ele julgou a causa da viúva para não ser mais incomodado.

 

O significado da parábola do juiz iníquo.

O significado da parábola do juiz iníquo é bastante claro: os filhos de Deus devem orar constantemente, de modo perseverante e sem esmorecer, mesmo que sejam submetidos a uma longa espera. (Lucas 18:1).

Na parábola Jesus estabeleceu também um contraste agudo entre o juiz iníquo e o justo Juiz. Isso fica muito claro quando Jesus chama a atenção para as palavras do juiz e contrasta com a seguinte pergunta: “E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?” (Lucas 18:7).

Em outras palavras, Jesus diz que se um juiz ímpio, perverso e egoísta fez justiça à causa da viúva, quanto mais fará Deus que é santo e justo em prol de seu provo escolhido que ora a Ele de dia e de noite? Além disso, por seu caráter perverso, o juiz iníquo agiu motivado por princípios egoístas, enquanto Deus age por amor aos que são seus.

 

Jesus é um Juiz que cuida dos que são seus.

Com base nesse raciocínio, não podemos desprezar o uso de uma expressão que transmite um significado muito sublime. Jesus diz que certamente Deus fará justiça “aos seus eleitos”. A palavra original grega é eklektos, que significa “selecionado” ou “escolhido”.

Com isso, Jesus enfatiza a verdade de que o juiz iníquo nada tinha a ver com a viúva; ao contrário, ele não se importava com ela e queria se livrar dela. Ele estava disposto a qualquer coisa só para não precisar mais ver aquela mulher. Diferentemente disso, Jesus demonstra que o supremo Juiz não age assim. O justo Juiz julga a causa daqueles que são seus e se importa com eles de tal forma, que foi Ele próprio quem os elegeu como seu povo.

Geralmente é o cliente que escolhe o advogado. Na parábola foi a viúva quem procurou e escolheu o juiz que, naquele contexto, também lhe serviu de advogado. Mas no reino de Deus é diferente! Foi o justo Juiz quem escolheu aqueles que são seus. Ele os amou quando estes ainda estavam mortos em delitos e pecados; e os justificou pelos méritos de Cristo no Calvário, fazendo-lhes ser “a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido” (2 Pedro 2:9).

Isso significa que não há como dar errado! Os redimidos nunca estarão desamparados e no tempo oportuno serão vindicados. Essa verdade é maravilhosa e reconfortante. (Apocalipse 6:10,11).

Jesus ê um Juiz que age no tempo certo.

Na Parábola do Juiz Iníquo Jesus também destaca que Deus age depressa em favor de seu povo, ainda que pareça ser tardio para com eles. Isso parece ser uma contradição, mas não é! A demora enfrentada pela viúva se deu pelo caráter desleal do juiz iníquo. Mas os seguidores de Cristo possuem um Juiz imutável e verdadeiro, no qual podem depositar toda sua confiança e fidelidade. Esse Juiz que conhece todas as coisas responde às orações de seu povo no tempo oportuno, de acordo com seus propósitos eternos.

Além disso, essa última parte da parábola do juiz iníquo aponta novamente para os acontecimentos escatológicos referidos no capítulo anterior (Lucas 17). Jesus termina a parábola falando sobre a consumação da presente era que se dará “no dia em que o Filho do homem vier”.

Todo cristão verdadeiro aguarda ansiosamente por esse momento final, quando toda justiça será revelada no dia do juízo. Nesse dia Cristo julgará os vivos e os mortos e porá fim em toda maldade, perversidade e injustiça (Atos 10:42).

Mas é verdade que a espera por esse dia pode parecer muito longa e demorada para nós. Contudo, nos planos de Deus o tempo certo já está determinado, assim como disse o apóstolo Pedro (2 Pedro 3:9). Quando esse momento finalmente chegar, o justo Juiz agirá depressa, e todas as promessas feitas aos seus filhos que sofreram perseguições durante toda a história serão cumpridas integralmente.

Por isso Jesus termina a parábola do juiz iníquo com uma pergunta inevitável: 

“Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” (Lucas 18:8).

Jesus não fez essa pergunta para especular se haverá cristãos verdadeiros na terra na ocasião de sua vinda. A Bíblia já responde claramente esta questão (Mateus 24:44-46; Lucas 12:37; 17:34,35; 1 Tessalonicenses 4:13-18). Mas a pergunta feita por Jesus tem o objetivo de provocar uma reflexão, um auto-exame.

Cada um deve se perguntar: Será que estou pronto para aguardar pacientemente e perseverando em oração, o momento da volta de Cristo?

Estou me derramando diariamente diante de Deus em oração pedindo que “venha a nós o teu reino, e seja feita a tua vontade assim na terra como no céu”?

Realmente estou orando fervorosamente pela volta do Senhor Jesus?

Lições da parábola do juíz iníquo e a viúva.

Podemos pontuar algumas reflexões adicionais sobre a Parábola do Juiz Iníquo.

Em primeiro lugar, essa parábola nos ensina que devemos orar continuamente e com perseverança. A viúva não desistiu de suplicar sua causa a um homem ímpio e sem consideração por ninguém. Nós, porém, temos um Juiz santo e justo; então não podemos desanimar.

Em segundo lugar, a parábola do juiz iníquo nos ensina a orar pelos motivos corretos. Todo o contexto da parábola parece indicar que a viúva que importunava o juiz estava do lado da justiça, ou seja, seu pedido era legítimo e aceitável.

Em terceiro lugar, a parábola do juiz iníquo nos ensina que a resposta da oração pode demorar. Uma oração sem resposta não significa que Deus não a escutou. A demora na resposta de uma oração sempre tem um propósito. Se você está orando pelos motivos certos, não com propósitos egoístas, mas visando o bem do reino de Deus, e ainda não foi respondido, então talvez o Senhor esteja lhe ensinando algumas lições necessárias.

A demora na resposta de uma oração se dá por razões que somente Deus conhece. Mas durante esse período, aproveite para aprender mais sobre a paciência e a perseverança, e tenha sua fé fortalecida. Às vezes Deus nos reserva uma bênção ainda maior que vai além do nosso pedido, mas nossa impaciência muitas vezes acaba prejudicando nossa compreensão a esse respeito.

O ensino sobre a oração no capítulo 18 de Lucas não terminou com a parábola do juiz iníquo. Jesus continuou seu ensinamento na parábola do fariseu e o publicano, enfatizando a atitude e as intenções corretas ao orar.

Passamos a analisar algo interessante sobre o Juiz que julga corretamente e com a verdade: Deus.

Quatro Princípios Bíblicos do julgamento de Deus no Juízo final, também chamado de Juízo do grande trono branco.

Para entendermos como se processará o juízo Final devemos ter em mente quatro princípios da Palavra pelos quais de forma geral seremos julgados.

No capítulo dois de Romanos o Apostolo Paulo ensina esses quatro princípios fundamentais que são:

Deus nos julga segundo a verdade.

Deus nos julga segundo as nossas obras.

Deus julga sem acepção de pessoas.

Deus nos julga de acordo com a nossa comunhão com Ele.

 

O julgamento de Deus é segundo a verdade.

“Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que condenas. Bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade. Receberão condenação todos os que praticam a iniquidade, contra os que praticam tais coisas, haverá severa condenação. “Tu, ó homem, que condenas os que praticam tais coisas e fazes as mesmas, pensas que te livrarás do juízo de Deus? 

Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?”. (Romanos 2.1-4).

Paulo reprovou a atitude das pessoas em querer julgar os outros com um nível elevado e a si mesmas com um nível inferior. Em Deus não acontecerá dessa forma, pois o critério usado por Deus será o mesmo em todos os Juízos. Paulo disse: Bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade   e contra os que praticam tais coisas.

Quando o apostolo falou que “o juízo de Deus é segundo a verdade” ele está mostrando o critério imutável do juízo de Deus que é a Palavra. Jesus disse:

“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”. João 17.17.

Esse é o primeiro critério do juízo Divino, nada mais nada menos que a própria Palavra de Deus. Esse padrão não varia, será sempre o mesmo, segundo a verdade.

 

O Juízo de Deus é segundo as nossas obras?

“Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus. Como está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua dará louvores a Deus. Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus”. (Romanos 14:10-12).

Embora as Sagradas Escrituras, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, repetidas vezes mencione o juízo, no qual os vivos e os mortos comparecerão ante o tribunal de Cristo para serem julgados segundo as suas obras, (Mt. 16:24-27; Rm. 2:4-10; Ap. 20:12-15), recebendo por elas o seu destino eterno, esse tema está em vigor na linguagem teológica protestante desde séculos passados que enfatizam que a prática de boas obras são condicionantes para sermos salvos, como é o caso dos Kardecistas, Espiritistas e algumas seitas religiosas Cristãs consideradas hereges.

As boas obras são necessárias sim, porém não influenciam na nossa salvação. As boas obras devem ser uma prática constante na vida dos Cristãos, porém a salvação é pela fé.

Nossa salvação é  pela Graça por meio da Fé em Cristo e não por praticar boas obras que testemunham da nossa fé em Deus por meio de Cristo Jesus nosso único e suficiente Salvador de nossas almas.

O Juízo de Deus é sem acepção de pessoas.

 “Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada um, portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação”.  (1 Pedro 1.17). Esse é o segundo critério do julgamento de Deus, “sem acepção de pessoas”.

Vivemos em um mundo corrompido pelo pecado, manchado pela maldade, de fato na terra existe uma inversão de valores onde as pessoas aplaudem o que Deus reprova e reprovam o que agrada a Deus.

E nesse mundo que vivemos é comum encontramos esse comportamento negativo: “acepção de pessoas”.

Hoje em dia, poder aquisitivo, classe social, cor, raça, aparência física e nível cultural, tudo isso tem exercido forte pressão em nossa sociedade.

Sem acepção de pessoas. Esta expressão implica que Deus não é influenciado, afetado no Seu julgamento pelas características externas de uma pessoa, nada pode desviar, embaçar, intimidar o Justo Juízo de Deus.

E Deus também adverte a todos os homens que exercem juízo nas coisas humanas, que também não façam acepção de pessoas.

Deus nos julga e julgará segundo as nossas obras e nossa comunhão com Ele.

Na verdade a fé e as obras têm que andar de mãos dadas, uma não existe sem a outra, leia: “Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras”. (Tiago 2:18). O único meio visível de provar a fé é através das boas obras. É uma equação: fé sem obras não existe e obras sem fé dá no mesmo.

Quando fez o belo Sermão do Monte Jesus explicou a questão das boas obras e seu papel na vida do cristão, veja: “Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis”. (Mateus 7:18-20).

É bem simples de entender: bons frutos identificam o verdadeiro cristão, assim como a esterilidade e os maus frutos indicam a morte espiritual. Ninguém que segue a Jesus pode produzir maus frutos, é impossível, ao contrário, quem segue a Jesus tem que gerar boas obras. O único probleminha é que existe muita gente boa mal informada e acredita que apenas a caridade pode salvar sua alma do inferno, o que não é verdade.

O fruto do Espírito inclui a generosidade, a bondade e a longanimidade que é sinônimo de desprendimento. Todo discípulo de Jesus recebe em seu coração o Doce Espírito Santo e Ele traz consigo o Seu fruto para moldar nosso caráter e modificar nossas atitudes negativas, assim, quem tem o Espírito tem a generosidade, o amor, a bondade e o desprendimento, a qualidade de pensar no bem do outro acima de seus próprios interesses e, portanto, gera boas obras por via de consequência.

E as pessoas que não acreditam em Jesus e praticam boas obras? Elas não serão salvas?

A salvação é matéria unicamente de Jesus. Sem Jesus não há salvação, ainda que a pessoa venda todos os seus bens para fazer caridade. Esta é a verdade. Ponto final. É preciso observar o que há por trás da caridade, porque tem gente que faz caridade só para ficar “bem na foto”, ou então, por influência, só porque, os amigos vão distribuir mantimentos debaixo da ponte e o cidadão vai junto, tira foto e tudo para postar nas redes sociais.

Ainda tem a caridade de “fim de ano”. O cidadão passa o ano inteirinho maltratando animais de rua, insultando os mais velhos, tirando “onda” com a miséria alheia, mas no Natal vai “fazer caridade” aos moradores de rua. Não dá para acreditar nestas “boas obras”.

Este é outro ponto: boas obras não é só distribuir sopa, participar da campanha do agasalho e coisas assim, a caridade, sinônimo de generosidade e bondade, está nas atitudes, no “conjunto da obra” e isso inclui ser bom filho, bom chefe de família, bom amigo, bom marido (ou esposa) e se comover com o sofrimento alheio e nunca, nunca desejar o mal por inveja, vingança, ou só por esporte.

Não despreze as boas obras, porque são elas que testificam que somos filhos de Deus, mas também não pense que apenas as obras são capazes de salvá-lo, porque isso seria uma grande decepção no final da jornada desta vida. As boas obras foram preparadas para todo aquele que reconhece Jesus como Salvador, por isso está escrito: “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”. (Efésios 2:10).

Todos seremos julgados diante de Deus, o justo Juiz. A Bíblia diz em Apocalipse 20:12: “E vi os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono; e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras”.

As pessoas serão julgadas segundo o que fizeram. A Bíblia diz em Mateus 16:27: “Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então retribuirá a cada um segundo as suas obras”.

O critério no julgamento será a lei de Deus. A Bíblia diz em Tiago 2:10-12: “Pois qualquer que guardar toda a lei, mas tropeçar em um só ponto, tem-se tornado culpado de todos. Porque o mesmo que disse: Não adulterarás, também disse: Não matarás. Ora, se não cometes adultério, mas és homicida, te hás tornado transgressor da lei. Falai de tal maneira e de tal maneira procedei, como havendo de ser julgados pela lei da liberdade”.

 

O julgamento de Deus é e sempre será justo.

A Bíblia diz em Atos 17:31: “Porquanto determinou um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que para isso ordenou; e disso tem dado certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.”

Todos passarão pelo julgamento divino. A Bíblia diz em 2 Coríntios 5:10: “Porque é necessário que todos nós sejamos manifestos diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba o que fez por meio do corpo, segundo o que praticou, o bem ou o mal”.

Nada pode ser escondido no julgamento. A Bíblia diz em Eclesiastes 12:14: “Porque Deus há de trazer a juízo toda obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau”.

Que visão duma cena do julgamento foi dada a Daniel? A Bíblia diz em Daniel 7:9-10: “Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou; o seu vestido era branco como a neve, e o cabelo da sua cabeça como lã puríssima; o seu trono era de chamas de fogo, e as rodas dele eram fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e miríades de miríades assistiam diante dele. Assentou-se para o juízo, e os livros foram abertos”.

No tribunal do julgamento, Cristo é o nosso advogado. A Bíblia diz em 1 João 2:1: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo”.

Que evidências tem o nosso advogado de defesa a nosso favor? A Bíblia diz em Apocalipse 3:5: “O que vencer será assim vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; antes confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos”.

O nosso justo Juiz está sempre atento para defender a causa dos justos. 1 João 2.1.

Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

 

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