segunda-feira, 25 de abril de 2022

MODERNIDADE ALÉM DO NORMAL NO MEIO EVANGÉLICO

MODERNIDADE ALÉM DO NORMAL NO MEIO EVANGÉLICO

 

Existia uma grande diferença comportamental entre duas igrejas das sete nominadas por Jesus ao enviar cartas para cada Anjo, (Pastor), de cada igreja.   

 

Vejamos a diferença entre duas igrejas das sete igrejas do Apocalipse. O paradoxo entre as igrejas de Esmirna e Laodicéia.

 

Esmirna, Apocalipse 2.8-10.

Esmirna era uma igreja: Fervorosa e espiritual (v.9). Pobre materialmente. (v.9). Totalmente dependente de Deus. (v. 10.)

O Senhor Jesus disse para o Anjo da igreja de Esmirna:

"Nada temas das coisas que hás de padecer"; “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”. (v. 10).

Ou seja, o anjo da igreja tinha a garantia de que entre todas as situações de confronto de sua fé plena no Senhor Jesus, ele creu na verdade e recebeu a garantia da coroa da vida.

 

Laodicéia, Apocalipse 3.14-22.

Laodiceia era uma igreja: Morna. (v. 16). Rica materialmente. (v. l7). E se achava autossuficiente. (v. 17).

O Senhor Jesus disse ao Anjo (Pastor) da igreja de Laodiceia:

“Assim, porque és morno e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca"; “aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os olhos com colírio, para que vejas”. (vv. 16,18.

 

Diante do retrato destas duas igrejas da Ásia mostradas pelo Senhor Jesus, vemos que literalmente as igrejas de hoje também trilham o mesmo caminho, as mesmas virtudes e os mesmos defeitos.  

A idolatria e a modernidade, acompanhadas de imoralidades até ao extremo, agora adentraram sutilmente e definitivamente nos templos evangélicos e estão fazendo a farra na vida dos crentes, que garantem uma santidade aparente, mas são inconversos. Esse negócio de que uma vez salvo, salvo para sempre e de que Jesus só quer o coração, tem levado as pessoas a viverem com um pé no mundo e o outro também. Deus quer ver em nós uma verdadeira conversão, uma verdadeira mudança de vida pois estamos vivendo no mundo, mas, agora convertidos, não somos mais do mundo. Jo.3.16.

 

As igrejas de hoje estão, com as exceções devidas, brigando no bom sentido, para ver quem parece mais com Sodoma e Gomorra.       

São igrejas de preto, igrejas de todas as cores, igrejas tradicionais, igrejas renovadas, igrejas liberais, igrejas pentecostais, igrejas neopentecostais, igrejas filiadas, igrejas autônomas, igrejas com porteiras abertas, igrejas com porteiras fechadas, igrejas com nome, igrejas sem nome, todas as igrejas conhecidas e reconhecidas no meio evangélico não eram tidas como igrejas que adotavam a idolatria, porém está anormalidade, além de outras igualmente desviadas do verdadeiro evangelho, chegarem sutilmente e adentraram até aos púlpitos das igrejas e ficaram suas bases de confusão teológica.

Então vamos analisar o que está acontecendo no meio evangélico.

Você já ouviu falar da adoração da “santa cruz pelos evangélicos? Os católicos fazem este tipo de adoração normalmente porque é o costume e a Tradição da mesma cultuar  porém a “santa cruz” que é idolatria. Agora estamos vendo diversos segmentos evangélicos adotarem esta postura pecaminosa.  

 

Os valores morais estão sendo invertidos para justificar erros de diversos segmentos religiosos com um único objetivo, gerar lucros, rendas financeiras, enriquecimento ilícito e exagerado dos seus líderes, implantaram igrejas com cultos e reuniões para classes sociais diferentes; igrejas muito elitizadas; igrejas com líderes esquerdista; igrejas com líderes socialistas; Abominação e rejeição de crianças nos cultos dos adultos e muito mais; as crianças não têm dinheiro e nem bens; além disso quando você vai no culto em determinadas igrejas você não sabe se lá é igreja mesmo ou se é um clube de danças da umbanda ou da macumbaria ou se é um local de baile funk, se é uma danceteria de carnaval regada a muitas bebidas, inclusive as alcoólicas, se é uma casa de terror com tudo escuro e fumaças exóticas, se é uma pista moderna de modas com poucas roupas, com roupas que não cobrem nada ou quase nada do corpo, com visual totalmente fora da realidade do padrão conservador e do temor a Deus, cada uma com muitas tatuagens satânicas, pircens, brincos, pinturas que lembram o inferno e dizeres esotéricos para, segundo essas pessoas, dar um help na vida. Trocaram a liberdade com que Cristo nos libertou por libertinagem. Trocaram a liturgia sacra por ações que alegram e adoram a carne e desprezaram a necessária unção do Espírito Santo para um culto racional diante de Deus. Romanos 12.1-2.

Adotam um texto, qualquer um, não usam o contexto e acabam criando um pretexto para novas heresias e outras inovações e invocações de “espíritos, anjos, inclusive o Anjo Rafael da Bíblia Católica”, que não tem nada a ver com o Espírito Santo.  Onde os crentes deveriam ser exemplo dos fiéis em tudo, para viver uma nova vida em Cristo, eles estão dando péssimos exemplos para os neoconversos e para a sociedade que clama por libertação das correntes malignas e das garras de Satanás.

 

Então vamos à questão principal do relato de um ex-crente com suas próprias palavras. Ele estava desgostoso com a vida de crente, não deveria estar porque temos que olhar somente pra Jesus Cristo que é Autor e consumador da nossa fé.  

Um ex-crente cansou de ser crente por tantos péssimos exemplos dos crentes, inclusive de muitos pastores e líderes. Mas não deveria olhar para os defeitos dos outros para moldar sua fé e seu caráter Cristão. Jesus é e sempre será o nosso exemplo e não os outros. Temos que olhar firmemente para o autor da nossa fé.     

Vamos à história do ex-crente publicada nas redes sociais por ele mesmo. Vamos publicar aqui somente os fatos sem os nomes das pessoas.

Ele, o ex-crente, começa com a seguinte pergunta: Quem que é católico nunca foi confrontado com a seguinte frase: “vocês católicos, são idólatras. Vocês fazem ídolos e imagens de escultura para adorar, muito embora vocês sabem que ter imagens é idolatria e a bíblia condena a idolatria”.

Alertamos que agora já não são mais só os católicos, diversos segmentos de evangélicos também adotaram imagens da “santa cruz” e outros desvios doutrinários recheados de heresias, para modernizar seus cultos religiosos e abrilhantar suas reuniões a partir dos seus púlpitos com a presença de um exemplar da “santa cruz”, que é um dos objetivos de idolatria dos mais adorados no mundo inteiro.

É claro que Deus abomina idolatria, então porque a cruz adentrou nos templos evangélicos e nos seus púlpitos e ficam bem visíveis para que todos façam o sinal da cruz Mas tem uma coisa: o Espírito Santo se retirou de lá.

 

Vamos adentrar na questão analisando a ótica do que é o catolicismo em si por um analista ex-crente, ou seja, ele era católico e passou a ser crente, depois arrependido, deixou de ser crente e foi ser católico de novo. Por isso eu o chamo de ex-crente.

Diz ele que é comum que esse questionamento sempre seja o ponto de partida de uma discussão teológica e ainda que o tema comentado não seja esse, no fim, o debatedor sempre procurará retornar a falar sobre as questões dos ídolos e imagens do catolicismo romano, ele sempre afirma que a garantia dele está na Tradição da igreja católica romana, que para os católicos é mais importante do que a Bíblia.

A grande problemática é que todos os sofismas lançados contra a fé católica, diz o ex-crente, sempre estão carregados de mentiras e de um cenário ainda pior: a falta de conhecimento. Falar sobre aquilo que não se vive, ou sobre aquilo que nunca viveu, sempre é a tarefa apropriada dos propagadores de discursos alheios à verdade.

Disse também o ex-crente: lembro-me de que enquanto era protestante (presbiteriano, que é muito liberal e a maioria dessas igrejas presbiterianas seguem a linha teológica Calvinista), tinha um sério problema com as questões da arte sacra ( ou seja: a idolatria), porém, ao perceber a profundidade espiritual que cada ídolo e imagem possuíam e como esses objetos sagrados me elevavam em um momento de intimidade com o “senhor”, disse ele, aprendi a entender aquilo que a igreja católica sempre ensinou desde os tempos primitivos e por fim, passei a observar o quanto importante elas (imagens) eram para os judeus no período vetero-testamentários.

Disse o ex-crente que ao contrário do que cremos e pensamos, a ideologia protestante está longe de entender qual o real significado do uso de imagens e ídolos e é nesse sentido que nasce mais um artigo de refutação do ex-crente contra os textos dos apologistas evangélicos. Vejam a gravidade da coisa.

 

Agora o ex-crente faz uma “refutação bíblica católica” contra os ensinamentos bíblicos dos evangélicos.  

Segundo o ex-crente, ele encontrou mais um desses infelizes comentários feitos por “apologistas” (segundo o ex-crente são apologistas evangélicos) e diz: deparei-me com um texto intitulado de: “desmascarando a idolatria católica romana”, e daí em diante ele passa a fazer veementemente a defesa da fé católica romana em toda a sua essência inclusive com a inclusão de adoração e veneração de imagens de escultura e ídolos, dentre outros desvios bíblicos da igreja católica romana.

Diz o ex-crente: pretendemos aqui, refutar mais uma vez os cansativos e repetitivos argumentos contra o uso das representações sacras do catolicismo romano com as seguintes argumentações:

 

1 – O segundo Mandamento contém promessa, mas, por outro lado, maldição até aos descendentes de quem o transgride. Se é vedada a fabricação desse tipo de imagens, incabível o argumento de que poderiam ser usadas como retratos. Ao esculpi-las (“Não farás…”) o artífice já é um transgressor da Lei de Deus. E quem as compra se transforma em cúmplice dele. 

Um ídolo pode ser uma imagem, entretanto, nem todos os santos, pinturas e imagem podem ser caracterizados como ídolos.

Quando falamos sobre idolatria, é necessário entender que essa ação só ocorre a partir do momento em que alguém deposita sua confiança em qualquer coisa, acreditando que aquilo é um deus. Quando Paulo escreve aos Colossenses ele alerta: “Mortificai (…) a cobiça que é uma idolatria”. (Cl 3,5).

Especificamente neste verso, o apóstolo não está afirmando que um altar estava sendo erguido, junto de uma imagem para assim dizer que a “cobiça” era cultuada e sim, que a vontade imoderada de se possuir riquezas era um ato de profunda idolatria, já que o sentimento poderia sobressair ao amor de Deus.

É muito claro que as escrituras no velho testamento, possuem dois pontos distintos sobre o uso de ídolos e imagens de escultura.

Mentiroso é aquele que tenta justificar o não uso de imagens sacras, alegando que para o povo hebreu, todas as representações seriam apenas símbolos. Tudo aquilo que é encontrado no tabernáculo ou no templo, possui profundo significado, assim como na Igreja Católica que continua a perseverar a guarda desse costume tão antigo.

De fato, o segundo mandamento proíbe a fabricação de ídolos, porém, não proíbe a fabricação de imagens, a não ser que elas sejam tratadas como uma entidade divina com poderes superiores ao único Deus, (e por acaso existe alguma a ou algo superior ao Senhor Deus que é o criador de tudo e de todos).

Segundo o ex-crente o mesmo “artífice” que produz um ídolo pode ser o mesmo artífice que constrói obras direcionadas a Deus; ele cita versículos sem o devido contexto para embasar suas afirmações e acaba criando um pretexto para heresias e idolatria.

Ex: 26,1 – “Farás o tabernáculo com dez cortinas de linho fino retorcido de púrpura escarlate e de carmesim, sobre as quais alguns querubins serão artisticamente bordados“. 

Diz o ex-crente que o segundo mandamento proíbe, por exemplo, a fabricação de semelhanças de animais, porém toda a ritualística judaica continha animais esculpidos dentro de seus locais de cultos.

No templo construído por Salomão, encontramos doze imagens de touros (1 Rs 7,23; 2 Cr 4,3; 2 Cr 4,4) e até mesmo, imagens de anjos com faces humanas, (Ez 41,18-19)  que poderiam ter certa herança com a antiga tradição da mesopotâmia.

Isto é, se constatamos que através das escrituras que a presença iconográfica, (a iconografia é uma forma de linguagem visual que usa imagens para representar algum tema), era muito presente para o povo judeu, por que ainda há aqueles que continuam exigindo que as imagens sejam tratadas como objetos de cunho idolátrico? A Igreja Católica, apoiada pela tradição e pela própria bíblia, segundo o ex-crente, entende que o uso de objetos sacros, não só ajudam no florescer da espiritualidade como, ensina-nos a relembrar-nos os heróis da fé que por amor a nosso Senhor Jesus Cristo, morreram ou viveram vidas de perfeita santidade.

Diferente até mesmo dos hebreus que possuíam imagens fundidas com características animalescas, nós católicos, diz o ex-crente, representamos homens e mulheres que são exemplos de conduta para todo cristão que deseja caminhar na estrada da cruz.

Ele cita ainda: Hb 13,7 – “Lembrai-vos de vossos guias que vos pregaram a palavra de Deus. Considerai como souberam encerrar a carreira e imitai-lhes a fé”.

E o ex-crente conclui essa primeira parte de sua defesa da fé católica romana dizendo que existe respaldo bíblico para o uso de imagens de escultura, e isso é o mesmo que rasgar as varias passagens que comparavam a presença desses objetos na liturgia do povo israelita. Um pouco de sinceridade com os textos sagrados, permitirão encontrar as seguintes provas, diz o ex-crente:

 

No Tabernáculo construído por Moisés.

Pinturas nas cortinas e véus do templo com imagens de querubins. (Ex 26,1 e 26,31);

Confecção de duas imagens de querubins fundidos com ouro para serem colocados na extremidade do propiciatório. (Ex 25,18);

Imagens de chifres no tabernáculo. (Ex 27,2);

Velas acesas perante as tábuas da Lei. (Ex 27,20-21);

Incenso queimado no altar. (Ex 30,1);

Objetos sagrados, onde as pessoas que os tocavam, eram “santificadas”. (Ex 30,29).

 

No Templo construído por Salomão.

Duas imagens de querubins no oráculo. (1 Rs 6,23);

As paredes, internas e externas, eram entalhadas de anjos e palmas. (1 Rs 6,29);

As portas eram entalhadas e cobertas de ouro com querubins, palmas e flores. (1 Rs 6,32);

Doze touros no templo. (1 Rs 7,23);

Almofadas e Juntas havia imagens de leões, bois e querubins. (1 Rs 7,29);

Nas placas do templo, esculpidos, haviam, querubins, leões e palmas. (1 Rs 7,36);

Objetos sagrados. (1 Rs 8,4 e 1 Cr 22,29).

Havia figuras de bois e duas fileiras do mesmo animal, em imagens fundidas. (2 Cr 4,3);

Havia outros 12 bois: três que olhavam para o norte, três que olhavam para o ocidente, três que olhavam para o sul, e três que olhavam para o oriente. (2 Cr 4,4);

Querubins esculpidos nas paredes. (2 Cr 3,7);

Querubins bordados nas cortinas. (2 Cr 3,14).

Acima da porta, no interior do templo e por toda a parede, dentro e fora, estava coberto por figuras. (Ez 41,17);

Haviam dois querubins, sendo que os mesmos estavam esculpidos da seguinte forma: Um lado da face era humano e o outro lado era de um leão. (Ez 41,18-19);

Na parede do templo, do piso até a porta, mais representações de querubins. (Ez 41,20);

Algumas portas do templo também tinham figuras de querubins. (Ez 41,25).

 

Toda essa arte sacramental não se tratava somente de símbolos e sim, de um retrato fiel de um povo que acreditava que o local de culto deveria ser uma cópia fiel do paraíso divino. As imagens e ídolos possuem essa função: transformar um local de culto, ainda que impróprio e pobre por conta da mão do homem, em algo que eleve o espírito humano na intenção de contemplar as realidades celestes. O escritor da epístola aos Hebreus, entendeu isso ao dizer que Moisés, procurou estreitar essas duas realidades:

Quero só  lembrar ao leitor que estamos analisando um texto que foi escrito por um ex-crente, na ótica e na visão dele. Ainda sobre o texto de:

Hb 8,5 – “O culto que estes celebram é, aliás, apenas a imagem, sombra das realidades celestiais, como foi revelado a Moisés quando estava para construir o tabernáculo: Olha, foi-lhe dito, faze todas as coisas conforme o modelo que te foi mostrado no monte. Ex. 25,40”. 

É um argumento pobre e vazio afirmar que a “fabricação de imagens e ídolos” contraria o segundo mandamento.

“Esquece o ex-crente que fica claro que o povo judeu pecou em diversos momentos ao fabricar ídolos colocando-os acima de Deus: isso é idolatria”.

Possuir imagens e ídolos que nos recordam dos mais de dois mil anos de história, nada mais é que garantir a própria tradição hebraica, e também a tradição católica romana, que mantinham seus locais de culto “semelhantes ao céu”. (Hb 8,5). Basta ver que nas catacumbas de Roma, já existia o costume primitivo de pintar as paredes e transformar a igreja em um local de profunda espiritualidade.

Assim como a escritura fala aos ouvidos o amor de Deus, as imagens e esculturas retratam através das cores, o evangelho puro de Jesus Cristo, Rei de todo o universo, afirma o ex-crente.

 

Veneração de imagens.

Sobre a veneração de imagens também informamos, mesmo que o ex-crente queira defender que não é pecado e nem idolatria, é pecado do mesmo jeito como é pecado adorar imagens de escultura, mas o ex-crente vai adiante em sua tentativa de defender o indefensável. Senão vejamos:

 

2 – Venerá-las é mais sério do que muitos pensam e é igualmente idolatria a veneração de qualquer imagens de escultura.

Ainda que alguns segmentos insistam em dizer que venerar não é o mesmo que adorar, insisto que o ex-crente ainda afirma que não é pecado adoração de imagens e nem a veneração das mesmas. As vezes o ex-crente peca mais em afirmar que há sim diferenças claras entre as duas palavras e que a condição de suas ações é que determinará se você está ou não adorando algo.

O ex-crente diz ainda: enganam-se aqueles que pensam que nós veneramos apenas as imagens, ao contrário, veneramos aquilo que é sagrado e consagrado a Deus como: ídolos, imagens de escultura, o altar, os locais sagrados de culto e por fim a escritura sagrada. Aqui o ex-crente se esqueceu de colocar a Tradição da igreja católica como principal e primeiro motivo de adoração.

Tudo aquilo que é oferecido ao Senhor, deve ser venerado diz ele. É um sinal de respeito e amor as coisas santas.

Ao verificar as escrituras, percebemos que a veneração está muito presente na vida dos antigos patriarcas, dos profetas e posteriormente na vida de cada cristão.

Vemos por exemplo que Jeremias compôs uma lamentação fúnebre para Josias, (2 Cr 35,25-26) e que essa “veneração” ao rei já morto, tornou-se um costume em toda a Israel. Paulo diz que “louva” os cristãos de Corinto por lembrar-se dele (1 Cor 11,2), assim como reivindica esse louvor para si (2 Cor 12,11), se esqueceu de lembrar que Josias estava morto e o apóstolo Paulo estava vivo, isso gerou rejeição veemente por parte do apóstolo Paulo.

Em sua desilusão o ex-crente ainda aponta fatos desconexos da realidade bíblica para querer justificar sua sanha de ataques à palavra de Deus.  Diz ele que Jacó prostrou-se perante seu irmão Esaú por sete vezes (Gn 33,3), Josué e os anciãos ajoelharam-se perante a arca da aliança que possuía duas imagens de anjos. (Js 7,6). Débora é exultada como a “mãe de Israel”. (Jz 5,7), o profeta Natã prostra-se perante Davi. (1 Rs 1,23).

Ainda assegura que todas essas atitudes venerativas não são perigosas, uma vez que ninguém, está trocando a glória de Deus e creditando a homens ou objetos e sim, estão honrando aquilo que é sagrado ou que teve um caminho santo. Lêdo engano. Respeito à qualquer autoridade é lícito e bem diferente de veneração. Aliás, qualquer dicionário diz que venerar e igual a adorar.

Mas o ex-crente diz ainda que ao venerar uma imagem, um ídolo ou a própria escultura, manifestamos através desses objetos externos, todo o nosso amor.

Quando beijo a bíblia, não estou beijando as páginas, ou a tinta do papel e sim, estou venerando todo o amor ali escrito e todas as palavras de salvação que encontram-se nesse livro sagrado. Isto serve para toda a arte sacramental da Igreja que nos remete, unicamente ao amor salvador de Jesus Cristo.

As imagens além de uma representação do evangelho em cores, relembra-nos de todos os santos e santas de Deus que morreram pela construção do Reino de Deus.

Mas, digo eu: E por acaso Deus precisou ou precisa de alguém para construir o Reino d’Ele?

Para o ex-crente tudo aponta para o Cristo e a Igreja (católica) sempre entendeu isso, tanto que, como já falado, o uso da arte sacra é primitivo. O catolicismo diz que Deus não condena imagens como as católicas, mas ídolos, no sentido, como vimos, de objetos aos quais o povo atribui vivência. Todavia as encontradas na Igreja Romana são ídolos e imagens de escultura que da mesma forma são idolatradas.  Ainda que não o fossem, a reprovação bíblica atinge todos os ídolos e imagens de escultura.  (Êx 32; 2 Rs 21.11; Sl 115.3-9; 135.15-18; Is 2.18; At 15.20; 21.25; 2 Cor 6.16) e imagens (Êx 20.1-6; Nm 33.52; Dt 27.15; Is 41.29; Ez 8.9-12).

Não é o catolicismo que diz que “Deus não condena imagens” e sim, a própria escritura bíblica católica, assegura com veemência o ex-crente.

Usando as próprias palavras do autor da afirmação, o ex-crente, podemos declarar, sem sombra de dúvidas, que o velho testamento, possui inúmeras provas de imagens e objetos que eram atribuídos como objetos de adoração pelo povo hebreu com total vivência. No item anterior, colocamos mais de 20 (vinte) passagens bíblicas diz ele, que comprovam a utilização de imagens e ídolos por parte do povo judeu, sem que esses objetos, fossem caracterizados como idolátricos.

O ex-crente continua em sua argumentação dizendo há outro exemplo que pode ser citado sobre a ordenança do próprio Senhor, na confecção de imagens. Está no livro dos números:

Nm 21,8-9 – “E Deus respondeu para Moisés”: Faze uma serpente abrasadora e coloca-a em uma haste. Todo aquele que for mordido e a contemplar viverá. Moisés, portanto, fez uma serpente de bronze e colocou em uma haste; se alguém era mordido por uma serpente, contemplava a serpente de bronze e vivia”.

O relato do ex-crente sobre a serpente arrasadora. Vamos entender a situação: Segundo ele próprio Deus, aquele que outrora havia condenado a confecção de imagens dá uma ordem a Moisés: “Faça uma imagem de uma serpente”. Na atual situação, os israelitas já haviam sido condenados pela fabricação do bezerro de ouro (Ex 32) e fazer uma imagem, não seria uma solução agradável. Para uma nação que tinha propensões idolátricas, seria fatal fundir uma imagem de um animal.

Será que o Altíssimo não tinha conhecimento de que essa cobra, poderia causar uma tragédia? Sim, entretanto, a cobra foi feita, mostrando mais uma vez que o problema não se está em “ter” uma imagem e sim, no tratamento e na intenção que você dá ao objeto. Enquanto o povo venerava a cobra com piedade para afastar as doenças, não houve quaisquer problemas, entretanto, ao transformá-la em um deus (Neustã) e ao cultuarem como uma divindade, a imagem foi destruída pelo rei Ezequias. (2 Rs 18,4).

O que era Neustã? Neustã, no original hebraico “de cobre”, foi o um nome de desprezo dado à serpente que Moisés fizera no deserto (Números 21:8), e que Ezequias destruiu porque os filhos de Israel começaram a considerá-la como um ídolo e “lhe queimar incenso”.

O passar de dezenas anos haviam conferido à “serpente de bronze” uma misteriosa santidade; e para libertar o povo de seu engano, e impressioná-lo com a noção de sua inutilidade, Ezequias a chamou, em desprezo, “Neustã”, um simples pedaço de bronze. (2Reis 18:4).

É interessante afirmar que esse acontecimento, destruição da cobra, foi aproximadamente no ano 716 a.C, após Moisés ter elevado-a em uma haste. Ainda que a serpente tenha sido destruída posteriormente, a imagem da cobra que o novo testamento diz que simboliza o Cristo na cruz (Jo 3,14), foi venerada e sua simbologia utilizada de maneira correta por quase 4 (quatro) séculos.

Sendo assim, não é difícil entender o porquê do próprio Deus permitir a utilização de imagens por parte do povo: enquanto cada um dos símbolos encontrava-se em seu devido lugar, facilitando a ordem cultual dos hebreus e transformando o templo em um verdadeiro “céu na terra”, as imagens e ídolos de adoração eram permitidos e essa tradição estendeu-se para a Igreja primitiva que continuou a embelezar os locais onde eram celebradas as primeiras missas.

A Igreja não ensina que uma imagem ou deuses devem ser adorado, ao contrário, o ensino correto da fé católica está em manifestar que através de toda a arte sacramental, nós possamos lembrar-nos dos heróis da fé e com eles, adorar o único e verdadeiro Deus. Assim como as escrituras ensinam o evangelho, as imagens refletem um evangelho visual. Como é magnífico rezar na presença das imagens e saber que cada pessoa ali representada no altar, entregou sua vida ao Senhor, seja pelo martírio ou na busca constante pela santidade, afirma o ex-crente.

E o ex-crente continua sua aventura teológica lembrando da galeria dos heróis da fé de Hebreus capítulo 11. “Ó feliz lembrança que ajuda-nos a recordar dos heróis da fé de Hebreus capítulo 11”.

Que sejamos dignos de venerarmos com toda piedade os santos e as imagens da Igreja da igreja católica romana. Ela que caminha nas estradas rumo ao céu, antecipa através de toda a sua arte sacra, mesmo que de forma imperfeita, um pouco da realidade do paraíso celeste.

Vocês perceberam o grau de “adoração” desse ex-crente aos ídolos, imagens, santos e a tradição da igreja católica romana? Se é isso que ele acredita, paciência. O livre arbítrio que Deus concedeu à todos os seres humanos, lhe capacita a fazer as escolhas que bem entender.

 

Mas vamos à defesa pura e simples da nossa fé Cristã, utilizando a Apologética correta, sem as idolatrias e sem veneração à qualquer coisa animada ou inanimada.

Idolatria é a adoração a ídolos que implica em tudo aquilo que se coloca no lugar da adoração a Deus. Quando estudamos o que é idolatria, percebemos que sua pratica é um pecado claramente repreendido e punido por Deus em toda a Bíblia.

 

O que significa idolatria?

A palavra idolatria significa “culto a ídolos”. Essa palavra é uma transliteração do termo grego eidololatria, que é formado por duas palavras: eidolon e latreia.

A primeira palavra, eidolon, significa “imagem” ou “corpo”, no sentido de representação da forma de algo ou alguém, seja imaginário ou real. Essa palavra deriva do grego eido, que significa “ver”, “perceber com os olhos”, “conhecer” ou “saber a respeito”, sobretudo transmitindo a ideia de “olhar para algo” e “saber por ver”.

A segunda palavra é latreia, e significa “serviço sagrado” no sentido de “prestar culto” ou “adorar”. Quando unimos esses conceitos, podemos entender o significado da palavra idolatria.

Assim, a idolatria implica no culto ou adoração a algo ou alguém, tanto material como imaterial, real ou imaginário, que caracteriza a atribuição de honra a falsos deuses, sobretudo pela materialização de tais objetos de adoração em produtos fabricados pelo próprio homem.

 

O que é um ídolo? É apenas uma imagem de escultura?

Apesar da imagem de escultura ser a principal representação das práticas idólatras, a idolatria vai muito além do que simplesmente adorar imagens. ´

Qualquer coisa pode se tornar um ídolo para o homem caído no pecado, como por exemplo, um estilo de vida, um emprego, um carro, uma marca comercial, o dinheiro, filosofias humanas (como o naturalismo, o humanismo e o racionalismo), práticas ocultas e espiritualistas, etc.

Assim, devemos entender que um ídolo é tudo aquilo que obtém a lealdade e a honra que pertencem exclusivamente a Deus. (Is 42:8).

Falando especialmente sobre imagem de escultura, a Bíblia ensina que qualquer imagem é uma simples obra humana, uma mera imitação formada a partir de matéria sem vida, que não pode ouvir, falar, enxergar ou se mover (Sl 115; Am 5:26; Os 13:2; Is 2:8), e, portanto, sua adoração é uma loucura perante Deus.

A adoração a ídolos reflete tamanha ignorância humana que, em Isaías 41:6, lemos que as pessoas ajudam umas às outras na fabricação de ídolos em sua rebelião contra Deus, porém tais ídolos são impotentes diante do Deus Soberano, e não podem livrar tais pessoas do juízo divino.

No Antigo Testamento, o povo de Israel, por exemplo, chegou a levantar imagens e eleger símbolos como alvos de adoração em representação a Deus, mas tal prática não foi aprovada pelo Senhor. (cf. 1Rs 12:26-33; 2Rs 18:4; Am 4:4,5; Os 10:5-8).

O apóstolo Paulo escreveu dizendo que o ídolo “nada é no mundo”, mas que por traz da adoração ao ídolos existe uma adoração demoníaca. (1Co 8:4; 10:19,20).

 

O homem como um ser idólatra.

Depois da Queda do homem, a idolatria passou a ser um pecado constante na humanidade decaída. Desde muito cedo o homem busca por manifestações materiais da presença divina.

Por sua natureza deprava e corrompida, o homem começou procurar substituir a adoração ao verdadeiro Deus pela adoração a um deus falso, fabricado para satisfazer sua própria concupiscência pecaminosa.

Assim, ao longo do tempo a humanidade já adorou uma enorme quantidade e variedade de falsos deuses, como por exemplo:

O culto à elementos naturais: pedras, montanhas, rios, árvores, fontes, etc. Aqui também vale menção à adoração às forças da natureza, como as tempestades, água, fogo, ar e a própria terra.

O culto aos animais: cobras, touros, águias, bezerros, etc. Às vezes também combinava-se figuras de animais com formas humanas, o que é conhecido como teriomorfismo.

O culto à elementos astrais: sol, lua e estrelas.

O culto a homens do passado: antepassados que foram heróis locais para um determinado povo.

O culto à conceitos abstratos: a sabedoria, justiça, etc.

O culto à pessoas poderosas: reis e imperadores eram adorados por seus súditos como um tipo de divindade. No primeiro século, por exemplo, o culto ao imperador romano foi instituído, e tal prática representou grande perseguição para a Igreja. O livro do Apocalipse revela muito desse fundo histórico.

 

A idolatria na Bíblia.

Do Antigo ao Novo Testamento vemos como as pessoas sempre se envolveram com a idolatria. Na história do povo de Israel, vemos que as práticas idólatras foram adotadas pelos israelitas principalmente por influência de nações vizinhas, como os egípcios, cananeus e os povos assírio-babilônicos.

De forma geral, essas nações eram politeístas e adoravam os mais diversos deuses, enquanto o povo hebreu deveria ser inegociavelmente monoteísta. Vemos esse princípio logo na convocação de Abraão, quando Deus lhe ordenou que saísse do meio da idolatria tipicamente politeísta que havia em Ur dos Caldeus.

Mais tarde, enquanto o povo hebreu esteve no Egito, houve um grande interesse pelos ídolos egípcios (Js 24:14; Ez 20:7,8). As próprias pragas enviadas pelo Senhor também representavam juízos contra os deuses egípcios. (Nm 33:4).

 

A idolatria após Israel sair do Egito.

Os dois primeiros mandamentos proíbem expressamente a prática da idolatria (Êx 20:1-5; Dt 5:7,8; Lv 19:4), onde inclusive a confecção de qualquer tipo de imagem de escultura é explicitamente reprovada pelo Senhor.

Existem vários exemplos de práticas idólatras entre o povo hebreu que desagradou ao Senhor, como por exemplo, o bezerro de ouro, um ídolo criado por Arão a pedido do povo como um tipo de representação de Jeová enquanto Moisés estava na montanha do Sinai. (Êx 32).

Obviamente a figura do bezerro estava fundamentada na ideia de divindade que eles tinham adquirido durante os anos no Egito, onde touros sagrados eram comumente honrados.

Na verdade, essa passagem expressa muito bem o real propósito e significado da idolatria, que consiste em desviar a honra e adoração do verdadeiro Deus a um ídolo qualquer, atribuindo até mesmo as obras de Deus a esse ídolo.

Perceba que o povo pediu para que Arão fizesse “um deus que nos conduza”. (Êx 32:1), e depois do ídolo já estar pronto, os israelitas começaram prestar-lhe culto alegando ter sido ele que os tirou da terra do Egito. (Êx 32:4,8).

A adoração prestada a esse bezerro de ouro possuía os elementos de um culto pagão. O povo se despiu e começou a dançar e cantar diante daquela imagem (Êx 32:6,18,19,25). O termo saheq, empregado em Êxodo 32:6 e traduzido como “folgar”, transmite a ideia de atos e gestos sexuais. (1Co 10:7,8).

Em Deuteronômio 17 lemos que a idolatria era uma ofensa tão abominável que deveria ser punida com a morte do transgressor. É interessante que o texto inclui não apenas a adoração de imagens de ídolos, mas também a adoração ao sol, à lua ou “a todo o exército do céu”. (Dt 17:3).

 

A idolatria no tempo dos juízes.

Após a morte de Josué e da geração que com ele entrou na Terra Prometida, surgiu uma nova geração que não conhecia o Senhor, e começou a prestar culto a outros deuses. (Jz 2:10-13).

Por conta disso, o Senhor permitiu que invasores castigassem aquele povo, e sempre que os israelitas partiam para uma batalha, a mão do Senhor era contra eles. (Jz 2:14,15).

Foi nesse cenário que Deus levantou os juízes de Israel para libertar o povo das mãos das nações inimigas e chamá-lo ao arrependimento. No entanto, mesmo assim o povo não ouviu os juízes, e continuaram a se prostituir com outros deuses. (Jz 2:16,17).

A Bíblia diz que sempre que o Senhor levantava um juiz, Ele estava com aquele juiz e o povo de Israel era liberto das mãos dos opressores, mas quando o juiz morria novamente o povo voltava à idolatria de uma forma ainda mais perversa. (Jz 2:18,19).

Por esse motivo Deus permitiu que as nações vizinhas não fossem expulsas daquela terra, fazendo delas um instrumento de juízo contra Israel. (Jz 2:20-23).

 

A idolatria no tempo dos reis e profetas.

No tempo dos reis de Israel houve grande idolatria. Após a morte de Davi e Salomão, o reino de se dividiu em duas partes, o Reino do Norte (Israel) e o Reino do Sul (Judá).

Ainda nos dias do rei Salomão, a prática da idolatria pôde ser notada em Israel. As fortes práticas de comércio internacional fizeram com que, pelo contato com outros povos, a idolatria entrasse no meio do povo.

 

Até mesmo o próprio rei Salomão, o homem que recebeu a incumbência de construir o Templo do Senhor, em sua velhice começou a praticar a adoração mista, seguindo outros deuses para satisfazer suas esposas estrangeiras. (1Rs 11:4).

Já com o reino dividido, as práticas idólatras foram frequentes entre o povo. Talvez o melhor exemplo que podemos usar aqui é a idolatria introduzida por Jezabel durante o reinado de seu marido, Acabe.

O rei Acabe reinou sobre o Reino do Norte, mas as praticas idólatras de sua família contaminaram também o Reino do Sul, quando sua filha casou-se com o filho do rei Josafá de Judá, e esse casamento trouxe graves consequências que quase extinguiram a casa de Davi.

No tempo do rei Acabe e Jezabel, a adoração a outros deuses levou a um massacre dos profetas do Senhor, e até mesmo os altares a Jeová foram destruídos. Tais práticas foram duramente confrontadas pelo profeta Elias.

No entanto, a idolatria em Israel foi tão grande que até mesmo as gerações posteriores foram influenciadas por ela.

Podemos notar claramente a repreensão do Senhor a tais práticas pelo ministério dos profetas, que chamavam o povo ao arrependimento e anunciavam o juízo iminente, como fez, por exemplo, os profetas Oseias, Miqueias, Amós, Habacuque, Isaías, Jeremias e outros.

Finalmente, por conta de toda desobediência aos mandamentos do Senhor e da idolatria praticada, o povo de Israel foi entregue nas mãos de outras nações. O Reino do Norte caiu perante a Assíria, e o Reino do Sul caiu perante o Império Babilônico do rei Nabucodonosor.

Assim, a Bíblia claramente aponta para o fato de que o cativeiro assírio e o cativeiro babilônico foram consequências da idolatria dos israelitas e de sua prostituição no paganismo.

Tanto o povo babilônico quanto o povo assírio cultuavam uma grande variedade de deuses, tendo para praticamente tudo uma divindade representante, isso porque para eles também não havia nenhum problema em absorver as divindades das nações que eles próprios subjugavam, e adicioná-las à suas próprias práticas religiosas.

Durante todo esse período, desde a época dos juízes até os tempos de exílio, alguns dos deuses cultuados pelo povo foram: os muitos baalins dos cananeus, Ishtar dos babilônios e assírios, Astarote e Baal dos sidônios, a deusa cananita Aserá, Quemos dos moabitas, Moloque dos amonitas, dentre outros.

 

A idolatria no Novo Testamento.

Se no Antigo Testamento a idolatria é fortemente censurada e reprovada, o mesmo acontece no Novo Testamento. Com o avanço da pregação do Evangelho entre as nações gentílicas, os cristãos precisaram discutir questões relacionadas à idolatria. (At 15:20; 1Co 8; 10; 1Pe 4:3; Ap 2:14,20).

No capítulo 1 da Carta aos Romanos, Paulo escreveu sobre as vãs filosofias humanas que muda “a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de repteis”. (Rm 1:23).

No Novo Testamento, qualquer um que adora deuses pagãos ou que coloca qualquer outra coisa numa posição mais elevada do que Senhor, depositando uma confiança que só deve ser demonstrada a Ele, é chamado de idólatra.

Existem várias exortações para que os cristãos não se associem com as práticas idólatras e fujam terminante da idolatria. (1Co 10:7,14; 1Jo 5:21).

O Senhor Jesus alertou também para o perigo da adoração às riquezas, que personifica o dinheiro como um senhor, Mamom, e torna o homem infiel. Jesus foi claro ao dizer que não se pode servir a Deus e as riquezas (Mt 6:24; Lc 16:13), e o mesmo também foi ensinado pelo apóstolo Paulo que colocou a avareza e a idolatria em conexão. (Cl 3:5; Ef 5:5).

A idolatria é apontada por Paulo como sendo uma obra da carne, associada também a outras concupiscências e práticas malignas, como a bruxaria e a imoralidade sexual de todo tipo. (Gl 5:19,20; cf. Rm 16:18; Fp 3:19).

 

Qual o perigo da idolatria?

Se no Antigo Testamento podemos ler sobre as duras punições que o povo de Israel sofreu devido a sua idolatria, no Novo Testamento lemos exortações claras sobre o grande perigo da idolatria.

De forma bem direta, a Palavra de Deus nos diz que quem pratica a idolatria não herdará o reino de Deus, (1Co 6:10; Ap 22:15), bem como que a punição para os idólatras será a condenação no lago de fogo por toda a eternidade. (Ap 21:8).

 

Existe idolatria nas igrejas evangélicas?

Infelizmente sim. Um falso evangelho tem sido pregado e seu principal fundamento é a idolatria. As pessoas estão procurando amuletos na tentativa de materializar o poder de Deus, e com isso introduzem misticismos e superstições entre os cristãos. É o caso muito frequente da introdução da cruz nos púlpitos das igrejas evangélicas e em sua estrutura física bem visível aos olhos de todos.

É fácil encontrar pessoas que se apegam a rosas, líquidos supostamente consagrados como água e azeite, lugares que alegam ser sagrados, e uma infinidade de outros produtos desenvolvidos para abastecer o poderoso mercado gospel, que sustenta verdadeiros artistas e animadores de palco.

As pessoas idolatram também seus próprios líderes, que reivindicam sobre si uma espécie de unção especial de Deus para guiar tais pessoas a uma vida de milagres.

Claro que a Palavra de Deus esclarece que tais líderes são “doutores” levantados pelos homens conforme suas próprias concupiscências, pois não suportam a sã doutrina. Tais pessoas estão com os ouvidos desviados da verdade, e o evangelho que seguem não passa de fábulas. (2Tm 4:3,4).

É comum também encontrar alguém que, muitas vezes por falta de ensinamento, idolatra coisas legítimas que não deveriam ser idolatradas, como por exemplo, os próprios elementos da Ceia do Senhor.

 

É possível fugir da idolatria?

Vivemos em uma sociedade completamente contaminada por práticas pagãs e infelizmente até as igrejas evangélicas de diversos segmentos estão adotando práticas de idolatria, inclusive o culto à “santa cruz” que, conforme o calendário católico, é realizado no dia da chamada sexta-feira da paixão. O modernismo teológico tem levado as pessoas e as igrejas e ministérios evangélicos a esfriar na fé. As pessoas elegem como deuses qualquer coisa que lhes satisfaça. Diante disso, muita gente se pergunta se é possível se abster completamente das práticas idólatras, num tempo em que até mesmo o próprio estilo de vida é cultuado.

A resposta bíblica para esse pergunta é muito clara. E possível sim não se envolver em práticas idólatras.

Na Palavra de Deus temos vários exemplos de homens que não sucumbiram à idolatria. Mesmo em tempos onde a idolatria predominou sobre o povo, Deus sempre teve um remanescente fiel que não dobrou os joelhos perante os falsos deuses. (1Rs 19:18).

Assim como Abraão ouviu o chamado do Senhor e entendeu que só há um Deus sobre os céus e a terra, o criador de tudo, e que somente Ele é o único digno de ser adorado, o profeta Daniel, em plena Babilônia no centro do paganismo, nos mostrou que é possível adorar o verdadeiro Deus sem se corromper. (Dn 1; 6).

O mesmo também fez seus amigos Misael, Hananias e Azarias que preferiram a fornalha de fogo a se dobrar perante a estátua levantada por Nabucodonosor. (Dn 1; 3).

Com isso, aprendemos que muitas vezes se opor e denunciar a idolatria pode nos custar uma fornalha, uma cova de leões ou um período de isolamento (cf. 1Rs 17), mas o mais importante é sempre podermos viver a verdade presente nas palavras do salmista: “Eu te louvarei, de todo o meu coração; na presença dos deuses a Ti cantarei louvores”. (Sl 138:1).

 

Advertências apocalípticas.

 

Apocalipse 21.8

8. Mas, quanto aos tímidos (ou covardes), e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte.

 

Apocalipse 22.6,14,15

6. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos.

14. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte.

15. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.

 

Lute com todas as suas forças para alcançar a salvação. Só Jesus Cristo salva, cura, batiza com o Espírito Santo e em breve voltará para arrebatar a sua igreja.

 

Deus abençoe você e sua família

 

Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 18 de abril de 2022

A IDOLATRIA DA CRUZ PELOS EVANGÉLICOS

A IDOLATRIA DA CRUZ PELOS EVANGÉLICOS

 

A adoração da “Santa Cruz” por vários segmentos evangélicos já é uma realidade, por isso o nosso tema de hoje.  

É estranho o tema, porém está acontecendo aos montes.

Está acontecendo os desvios doutrinários pelos cristãos e a adoração da “santa cruz” pelos evangélicos é uma realidade hodierna. Pasmem os senhores, porque são pentecostais, neopentecostais e até conservadores, já que os tradicionais já eram acostumados a isso. Será que são evangélicos mesmo ou não?

Os desvios doutrinários do catolicismo romano de adoração da “santa cruz” e da imagem pregada na cruz que a algum tempo era visto somente nas igrejas católicas, agora está presente nas diversas igrejas evangélicas, inclusive e mais recentemente nas igrejas evangélicas conservadoras e pentecostais.

 

Será que isto está certo? Evangélicos podem adorar e ou venerar a “santa cruz”? Igrejas evangélicas conservadoras e pentecostais podem ter a cruz nos seus púlpitos e nos seus templos?

Sugiro que você mesmo faça uma pesquisa sobre “a adoração da santa cruz” para você perceber a gravidade do assunto proposto por mim nesta postagem. Pesquise nos sites das igrejas católicas romanas no Brasil inteiro sobre estas celebrações e você não terá mais nenhuma dúvida de que é gravíssima a situação de determinadas igrejas e “ministérios evangélicos” (?), que chegaram a este ponto de declínio espiritual.  

Você sabia que na sexta-feira chamada santa tem um momento exclusivo em que cada pessoa presente em cada missa é convidada (o), a fazer a sua confissão de adoração da “santa cruz” e confessa sua fé e adoração diante da cruz nas igrejas católicas? Na chamada sexta-feira da paixão o objeto de culto é a cruz, já que o senhor, segundo a tradição católica, está morto, é a  de adoração à “santa cruz". Algumas ou quase todas as igrejas católicas colocam um caixão com a imagem do senhor morto e fazem a adoração da “santa cruz”. A cerimônia é rápida e todos são convidados a beijar uma cruz presente na reunião e declarar sua adoração e sua fé na “santa cruz".

Você seria capaz de adorar o objeto que foi utilizado para matar seu filho, seu parente ou seus amigos? Você já percebeu quantas pessoas inocentes foram executadas na cadeira elétrica ou numa forca e nunca ninguém fez daqueles objetos motivos de adoração?

Seja qualquer objeto ou imagem de escultura, seja de ouro, de prata, de cobre, de pedras preciosas ou de madeira, a adoração e ou veneração da “santa cruz” é uma idolatria abominável diante de Deus. É uma coisa que afronta a santidade de Deus. Deus nunca aprovaria que o instrumento que foi usado para matar seu Filho amado Jesus Cristo, fosse usado como objeto de adoração, mesmo porque devemos adorar somente a Deus em espírito e em verdade.

Porém temos visto frequentemente o uso de crucifixos e imagens da cruz  no meio cristão evangélico. Algo que dantes era rejeitado, atualmente tem se fortalecido sem motivos no meio evangélico, embora continue ser pecado.

Mas me responda você mesmo: um cristão, chamado, convertido e que congrega em uma igreja evangélica e que adora somente o Senhor Jesus, poderia caminhar com alguma imagem ou com um colar ou com um pingente de alguma arma ou algum objeto relacionado à tortura de seu filho até à morte? Vou explicar melhor: poderia um filho de Deus andar com uma réplica de um revolver ou de uma faca ou de outros objetos usados para matar ou executar qualquer pessoa inclusive os inocentes, andar pelas ruas ou onde quer que vá e tenha uma réplica daqueles objetos do mal e os tenha como objetos de adoração?

Não estaria esse cristão refletindo equivocadamente o que Deus significa para ele? Poderia Deus associar-se com alguma forma de idolatria? Claro que não. Então, por que os cristãos evangélicos utilizam-se de crucifixos, imagens e fotos de cruz em suas roupas, camisas e até colocam banners, colocam uma cruz nos altares e em locais bem visíveis das igrejas? Além disso utilizam réplicas desses objetos em tamanho menor para carregá-los junto de si.

Sabe-se bem que a cruz é uma forma de tortura e é maldita, é amaldiçoada e era para amaldiçoar alguém que nela fosse crucificado.  (Gl 3:13,14). Ela, a morte de cruz, era apenas utilizada pelos povos antigos e a época de Cristo era feita pelo povo romano a todos os considerados maus e dignos de morte, segundo eles. Aquelas pessoas que eram o pior da sociedade, que eram rejeitadas por toda a sociedade, eram crucificados fora da cidade e tinham, depois de espancados, carregar a sua própria cruz para ser crucificado fora da cidade no monte caveira. Por isso num domingo antes de matarem a Jesus diziam “bendito o que vem em nome do Senhor” e naquela mesma semana instigados pelos líderes das religiões, diziam “crucifica-o, crucifica-o”.

 

Sobre a cruz e a adoração de um elemento de maldição.

A cruz em si mesma não tem efeito nenhum e sua definição física é apenas duas vigas de madeira perpendicular uma à outra. Logo, por que carregá-la? Se você não concorda em carregar imagens de armas por ser uma ‘apologia’ à violência, minimamente falando, por que carregaria algo que gera morte no peito, prego nos pés, pregos nas mãos?  Reflita que a pena de morte que vigora em alguns regimes ditatoriais nos dias de hoje, pode até ter sido alterada, mas o sentido é o mesmo.

Por que carregar na consciência uma forma tão cruenta de tortura como essa? Se a própria cruz é maldita e até Deus não olhou para Cristo quando estava naquela situação por estar carregando os pecados da humanidade, nós deveríamos levar essa tortura conosco? Isaías 53 nos dá uma visão antecipada do que aconteceria com Jesus.

Algo que tem sido confundido por muitos no meio cristão é o que a crucificação representa e outra o que é uma cruz. Para o pecador ser perdoado de seus pecados deve levar seu pesado fardo de pecados aos pés de Jesus e não aos pés da cruz.

Considere isto: Jesus não nos fala para levarmos um símbolo da cruz conosco, mas sim Seu ato de crucificação e mais ainda da ressurreição Sua ressurreição e o que isso representa e significa em nossas vidas.

Através da ressurreição o Pai de Jesus transformou-Se em Nosso Pai. (Jo 20:17), e somos considerados como filhos adotivos pelo Pai de Jesus Cristo que é o próprio Deus.

Recorde-se de que Cristo não está mais pendurado no madeiro da cruz e nada mais tem com ela, porque Ele ressuscitou. Carregar uma cruz, adorar uma cruz, cultuar uma cruz, seja como for, é idolatria e transfigurar a imagem do Deus incorruptível e invisível em objetos de madeira para adoração idólatra.  

Os cristãos obedientes à Palavra de Deus conhecem que devem ser iconoclastas, ou seja, não admitem nenhum tipo de adoração à imagens de escultura, quanto mais para motivos religiosos.

Compartilho a seguir algumas passagens bíblicas para reflexão e discernimento espiritual referente ao assunto: Salmo 115, Isaías 44 e Romanos 1:20-32.

É lamentável que alguns cristãos e teólogos liberais entendam que os dogmas, símbolos e imagens de escultura do catolicismo romano possam ser teologicamente aceitáveis no meio evangélico. Em 783 dC, foi instituído o culto e adoração das imagens e relíquias da Igreja católica de acordo com suas Tradições, já que a “Tradição da igreja” tem para eles mais força do que a Bíblia que é a palavra de Deus.  

Dentro do chamado cristianismo, a Igreja Católica Romana é um dos três ramos existentes. Os dois outros são o Protestantes e a Igreja Ortodoxa. Desses três ramos, o catolicismo romano tem o maior grupo, o qual influenciou fortemente o mundo ocidental fazendo do Brasil, segundo as lideranças católicas, a nação com o maior número de católicos do mundo.  Mas e infelizmente, desde os seus primeiros séculos, se desviou muito do cristianismo bíblico e do verdadeiro evangelho de Jesus Cristo, o evangelho que liberta, que salva o mais perdido pecador.


É curto o espaço para discutir e argumentar sobre as doutrinas adotadas pela Igreja Católica Romana, mas destacaremos as principais distorções feitas através dos séculos.

1) Fontes de autoridade da Igreja Romana. De acordo com a sua doutrina, a tradição e a Bíblia são as fontes de autoridade doutrinária da Igreja Romana. A Tradição, segundo a Igreja católica Romana, é a palavra de Deus não escrita na Bíblia, mas transmitida oralmente de boca em boca, originada no Vaticano pela maior autoridade da igreja que é o Papa, através dos séculos e tem um valor maior, para o clero Romano e para os Católicos, do que a Bíblia. Tomam os escritos de Agostinho, Tertuliano, Cipriano, Ambrósio, Jerônimo, João Magno, Tomaz de Aquino e outros mais, além dos decretos papais, conhecidas como “bula papal”, como se fossem a Palavra de Deus.

A Tradição se torna paralela às Escrituras Sagradas, a Bíblia, e em pé de igualdade e importância para eles. É exatamente isso que tem promovido os grandes desvios doutrinários no romanismo, os quais são adições e subtrações à Palavra de Deus. (Mt 15.6; 1Co 11.2; 1Pe 1.18; Mc 7.7-9; Ap 22.18,19).

O valor da Tradição é inferior à Bíblia, porque só a Biblia é a verdadeira revelação da Soberania de Deus ao homem. (2Tm 3.16,17). O valor da Tradição é temporal e sujeita à mudanças, mas a Palavra de Deus é imutável, é eterna.


2) O culto católico: Foi a Tradição da Igreja Romana que criou e estabeleceu a missa, um culto que envolve um aparato ritual exagerado com características pagãs. Na verdade, a missa é uma tentativa de copiar o aparato ritual do culto judaico, do AT, que tem o valor simbólico e histórico, mas o culto cristão está livre desse aparato. A missa é, na verdade, a celebração do sacrifício eucarístico, onde se cultua o sacrifício de Cristo como um ato de transubstanciação, ou seja, os elementos do pão e do vinho contidos na hóstia são milagrosamente e literalmente transformados e através da consubstanciação passam a conter  o corpo e o sangue de Jesus naquele elemento chamado de hóstia são e oferecidos aos seus fiéis segundo a crença católica. Essas hóstias têm um ritual para sua confecção e para sua guarda em objetos de ouro na Sacristia.

Daí acreditarem e ensinarem a salvação através do “santíssimo sacramento” e não no sacrifício vicário de Jesus na cruz do calvário.

A doutrina da missa ou eucaristia é um desvio da doutrina bíblica da Santa Ceia, que é tratada nas Escrituras como um memorial para edificação espiritual dos crentes e é ministrada conforte o próprio Senhor Jesus ensinou e ministrou para os apóstolos.

Quando fazem a missa, os líderes da Igreja Romana entendem que podem repetir o sacrifício singular de Cristo no calvário, lêdo engano.

3) Adição dos Livros Apócrifos ao Cânon das Escrituras”: Quando formou-se o Cânon das Escrituras, especialmente pelos pais da Igreja, a Bíblia Hebraica não continha esses livros, os quais só apareceram, posteriormente, na Septuaginta.

A palavra apócrifos significa escondido, espúrio, impuro. Em 1546, o Concilio de Trento, resolveu oficializar a inclusão na Bíblia de sete livros e quatro acréscimos aos livros canônicos, tais como Tobias, Judite, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Baruque, e 1 e 2 Macabeus.

Foram feitos vários acréscimos ao livro de Ester, ao livro de Daniel, dentre outros.

Portanto, o que os Pais da Igreja, incialmente, rejeitaram dos escritos apócrifos, a Igreja Romana se achou no direito de acrescentar à Bíblia e ainda considerar esses escritos, não inspirados, como Palavra de Deus.


4) Mais acréscimos de idolatria. Não tem limites o que fizeram. Os desvios doutrinários chegaram ao cúmulo de discutirem e implantarem a “infalibilidade papal" nos dogmas da igreja católica romana, como se um ser humano fosse infalível, impecável em toda sua trajetória de vida desde o nascimento até sua morte e todos os papas são sepultados em “ricos e bonitos” mausoléus no Vaticano na basílica de São Pedro. Bem diferente dos verdadeiros Cristãos que deram suas vidas mas não negaram a Cristo e a eficácia da palavra de Deus.  


5) Sobre o Papado: A idéia partiu de uma interpretação equivocada do papel do apóstolo Pedro na Igreja Primitiva.

Instituíram que Pedro foi o primeiro Papa da igreja, a autoridade espiritual máxima da igreja romana, o que nunca aconteceu. Os sucessores de Pedro são chamados de Sumo Pontífice ou Papa, porque entendem que o sucessor de Pedro na terra é o vigário de Jesus Cristo na terra e o chefe visível da Igreja. Na verdade, o Papa toma o lugar do Espírito Santo na vida da Igreja. Do ponto de vista da Bíblia, o supremo pastor da igreja é Jesus Cristo. (1Pe 5.4). Ele é a ponte ou o caminho entre Deus e os homens. (Jo 14.6; 1Tm 2.5).

O representante de Jesus Cristo na terra é o Espírito Santo e não o Papa. (Jo 14.16-18).

O chefe  Supremo da Igreja é unicamente Jesus Cristo, e não o Papa. (Mt 24.23,24; Ef 1.20-23). A infalibilidade do Papa é outro absurdo da doutrina da igreja romana, pois todo homem é falível. (Rm 3.3,4; Mt 23.9-11).


6) Sobre a idolatria a Maria e outros “santos”: Maria, a mãe do Cristo que se fez carne e habitou entre nós, foi mulher bem-aventurada, porque deixou-se ser instrumento de Deus para manifestar o braço de Deus ao mundo. Entretanto, Maria, a despeito do valor da sua vida, nunca esperou qualquer culto para si, mas sempre cultuou ao Filho, que entendeu ser o Filho de Deus.

As honrarias e títulos dados a Maria tiram o seu privilegio de ser, tão somente, a mãe do Salvador nada mais. Quando a intitulam como "mãe de Deus", contrariam a doutrina acerca da divindade. Dão a ela atributos de divindade que só pertencem à Trindade do Pai, Filho e Espírito Santo.

Dão a Maria poderes de salvar, perdoar, expiar a culpa  de pecados. Dão a ela papel de mediadora, quando há um só Mediador entre Deus e os homens, que é Jesus Cristo o Senhor. (1Tm 2.5).

Atribuem a ela virgindade mesmo depois de ter gerados filhos. (Mt 1.25; Mr 6.3-4; 4.31-35). Ao longo da história, a idolatria a Maria e aos nomes de outros personagens históricos do cristianismo tornou-se parte do desvio das orações feitas a esses chamados pela igreja católica de santos.

Equivocam-se os católicos quando entendem que os santos são todos aqueles que praticaram boas obras e já estão mortos. A Bíblia identifica como santos todos aqueles que professam o Senhor Jesus Cristo e vivem de acordo com a sua Palavra. Os vivos em Cristo, isto é, os regenerados pelo Espírito Santo, são os santos que vivem posicionalmente como santos e, progressivamente, se aperfeiçoam na santidade através de uma busca constante de santificação diante de Deus. (Jo 1.12; 1Co 1.1,2; Jo 3.3).

 

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

 


segunda-feira, 11 de abril de 2022

A CRUZ ADENTROU NOS TEMPLOS EVANGÉLICOS

A CRUZ ADENTROU NOS TEMPLOS EVANGÉLICOS.

 

“Hoje as pessoas, inclusive muitos crentes e líderes evangélicos, estão se dobrando aos pés da cruz literalmente, ao invés de estarem de joelhos dobrados aos pés de Jesus”. By. Pr. Waldirpsouza.

E agora, o pior aconteceu? A cruz, o mais terrível objeto de vergonha e de condenação, instrumento de atrocidades, de crueldade inimaginável tornou-se objeto de adoração e veneração pagã do Romanismo,  adentrou e se estabeleceu nos púlpitos, por dentro e por fora dos templos evangélicos; os crucifixos, o sinal da cruz, as correntes de ouro no pescoço ou nos braços e mãos dos crentes foram e são mais ‘iluminados e protegidos’ como todos os amuletos da idolatria dos tempos antigos e atuais do paganismo romano.

Mas, o Espírito Santo de Deus se retirou de lá desses locais até chamados de “sagrados", por um simples motivo: Deus não reparte a Sua glória com ninguém e muito menos com objetos usados para condenar seu filho Jesus, como é o caso da cruz.

 

Será que o Espírito Santo foi deixado de lado? Será que a cruz entrou nos templos evangélicos, inclusive nos púlpitos? Será que o Espírito Santo se retirou?

 

Nesta postagem vamos discorrer sobre estes assuntos.

 

Visão protestante sobre o uso da cruz e do crucifixo.

Grande parte das comunidades protestantes são contra o uso do crucifixo ou da cruz como objeto de adoração ou de veneração, em vez disso, quase que todos os protestantes são a favor do uso da cruz vazia, buscando dar ênfase a Ressurreição de Jesus. O Crucifixo é também considerado um dos tantos motivos de discórdia entre protestantes e católicos. Embora o uso de crucifixo entre protestantes mais tradicionais não seja tão raro, como no caso do próprio Lutero que recomendava a imagem do crucifixo como forma de nos lembrarmos de nossa culpa, já que Cristo foi crucificado por nossos pecados. Seria a cruz maior do que aquele que foi pregado nela?

 

Assim como não guardamos o sábado, também não veneramos e nem adoramos a cruz. A cruz foi o “caixão” de sepultamento de Jesus. Foi a “cadeira elétrica” de execução de Jesus.

Adoramos somente o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Deus exige de nós que o adoremos em espírito e em verdade.

Não precisamos de nenhum amuleto dentro ou fora dos nossos templos e nem nos nossos corações. 

 

A cruz é amada e respeitada por milhões de pessoas. Amada e respeitada não significa ser idolatrada como atualmente se faz. Hoje dá-se mais valor na cruz do que em quem morreu pregado nela para salvar os pecadores.

A Enciclopédia Britânica chama a cruz de “principal símbolo da religião cristã”. Mas os cristãos verdadeiros não usam a cruz na adoração. Por que não? É  certo ou errado?

Uma razão importante é a de que Jesus Cristo poderia não ter morrido ou crucificado numa cruz como as que se apresentam hoje. A palavra grega em geral traduzida “cruz” é stau·rós. Significa basicamente “poste ou estaca”.

A The Companion Bible (Bíblia Companheira, ou transliterando as palavras: A Bíblia é minha companheira ou minha companhia), diz: “Stau·rós” jamais significa duas peças de madeira transversais em qualquer ângulo. Não há nada no grego do Novo Testamento que sequer sugira duas peças de madeira”.

Em vários textos os escritores bíblicos usam outra palavra para referir-se ao instrumento usado para executar Jesus. A palavra do original grego é:  “xý·lon”.

(Atos 13:29;3:13;5:30;10:39;1Pedro 2:24).

Essa palavra significa simplesmente “madeiro”, ou “pedaço de pau, porrete ou árvore”.

Explicando por que uma simples estaca era usada para execuções, o livro A Cruz e a Crucificação diz: “Nem sempre havia árvores disponíveis nos locais escolhidos para execução pública. De modo que um simples poste era fincado no chão. Nele os criminosos eram amarrados ou pregados com as mãos para cima, muitas vezes também com os pés amarrados ou pregados”.

A prova mais convincente, porém, vem da Palavra de Deus. O apóstolo Paulo diz: “Cristo nos comprou, livrando-nos da maldição da Lei por se tornar maldição em nosso lugar, pois está escrito: ‘Maldito é todo aquele pendurado num madeiro “numa árvore”, Versão Rei Thiago, a King James, em inglês. (Gálatas 3:13).

Aqui Paulo cita Deuteronômio 21:22, 23, que fala claramente de uma estaca, não de uma cruz. Visto que esses meios de execução faziam da pessoa uma ‘maldição’, não seria apropriado os cristãos terem em sua casa imagens de Cristo numa cruz.

Não há evidência de que aqueles que se diziam cristãos usassem a cruz na adoração nos primeiros 300 anos após a morte de Cristo. No quarto século, porém, o imperador pagão Constantino converteu-se ao cristianismo apóstata e promoveu a cruz como símbolo deste. Qualquer que tenha sido a motivação de Constantino, a cruz nada tinha a ver com Jesus Cristo. De fato, a cruz é de origem pagã. A New Catholic Enciclopédia admite: “A cruz está presente tanto na cultura pré-cristã como na cultura não cristã”.

Várias outras autoridades no assunto têm ligado a cruz à adoração da natureza e aos rituais do sexo praticados pelos pagãos.

Por que, então, foi adotado esse símbolo pagão? Pelo visto, para tornar mais fácil os pagãos aceitarem o “cristianismo”. No entanto, a Bíblia condena claramente qualquer devoção a um símbolo pagão. (2 Coríntios 6:14-18). As Escrituras proíbem também toda e qualquer forma de idolatria. (Êx. 20:4, 5; 1 Coríntios 10:14).

Com muito boa razão, portanto, os cristãos verdadeiros não usam a cruz na adoração a Deus bem como nenhum outro objeto de culto. Deus é Deus, Deus é um ser vivo, existente nas três pessoas da Trindade de Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Deus não aceita ser trocado por qualquer outro objeto de culto.   

Seria a cruz, um símbolo pagão introduzido no meio cristão? Certamente sim, para confundir a mente das pessoas. Será que o nosso Senhor Jesus Cristo foi estuprado em público por um deus punidor?

Essa obra vem esclarecer através de evidências arqueológicas e históricas, de que a cruz da cristandade hoje em dia, nada mais é do que a cruz do culto “maligno” imperial romano, chamada na antiguidade de “troféu de vitória”, depois de série de execuções de pessoas consideradas por eles que não deveriam mais existir na sociedade. Quanto ao desenho da cruz na antiguidade, ela representava um deus de braços abertos, passando a ideia de proteção. Obviamente, uma pessoa protegida, lhe seria garantida, bênçãos, vitória sobre o mal, e boa sorte. E é justamente o que milhões de cristãos fazem; o “sinal da cruz” em sua fronte, em busca de proteção e bênçãos. Apesar de muitos outros cristãos alegarem que não veneram a cruz, e que a intenção é representar o instrumento que supostamente Cristo morreu, o simples uso deste símbolo é inadmissível. Por quê?

A crucificação também era a representação de um deus pagão punindo um condenado. Significava a vitória total sobre o inimigo concedida pelo deus, de um modo humilhante. As diferentes formas do uso da cruz se fundem numa implícita religiosidade “vitoriosa” porém muito duvidosa. Obviamente que o simples uso deste símbolo, seria inapropriado para um cristão de acordo com a bíblia, pois o mesmo representa um ídolo e todo tipo de idolatria é abominável diante de Deus. Com certeza, essa postagem despertará a curiosidade, tanto do público acadêmico, como também do público religioso, de uma forma um tanto polêmica, pelo simples fato de cresceu assustadoramente o número de igrejas e ministérios cristãos evangélicos que estão adotando a introdução da cruz nos seus púlpitos e nos seus templos e em suas indumentárias.

Qual era a finalidade da cruz? Disse o Apóstolo Paulo: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim…”. (Gl 2.19b-20).

 

A ilusão do “símbolo” do cristianismo que de cristianismo não tem nada, é apenas para confundir aos verdadeiros adoradores do Deus Único e verdadeiro. Qual ou quais foram as motivações para introdução desse símbolo maligno dentro ou no culto ao verdadeiro Deus?

Os elementos anticristãos do mundo secular dariam tudo para conseguir eliminar manifestações públicas da cruz, e com muita razão porque a cruz representa a morte e é o símbolo que mais Satanás usou para matar os cristãos na era cristã. Ainda assim, ela é vista no topo das torres de dezenas de milhares de igrejas, nas procissões, nos templos luxuosos no mundo inteiro, inclusive em templos evangélicos, tidos como conservadores, sendo frequentemente feita de madeiras especiais, de ouro e até ornada com pedras preciosas.

A cruz, entretanto, é também exibida como uma peça de bijuteria ao redor do pescoço ou pendurada numa orelha do que qualquer outra coisa. É preciso perguntarmos através de que tipo estranho de alquimia a rude cruz, manchada do sangue de Cristo, sobre a qual Ele sofreu e morreu pelos nossos pecados se tornou tão limpa, tão glamourizada.

Não importa como ela for exibida, seja até mesmo como joalheria ou como pichação, a cruz é universalmente reconhecida como símbolo do cristianismo e é aí que reside o grave problema.

A própria cruz, em lugar do que nela aconteceu há 20 séculos atrás, se tornou o centro da atenção, resultando em vários erros graves. O próprio formato, embora concebido por pagãos cruéis para punir criminosos, tem se tornado sacro e misteriosamente imbuído de propriedades mágicas, alimentando a ilusão de que a própria exibição da cruz, de alguma forma, garante proteção divina, as vezes até para exorcizar pessoas possuídas pelo maligno.

Milhões de pessoas, por superstição, levam uma cruz pendurada ao pescoço ou a tem em suas casas, ou fazem “o sinal da cruz” para repelir o mal e afugentar demônios. Os demônios temem a Cristo, não uma cruz; e qualquer um que não foi crucificado juntamente com Ele, exibe a cruz em vão.

 

A “palavra da cruz”: poder de Deus.

Paulo afirmou que a “palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus”. (1 Co 1.18). Assim sendo, o poder da cruz não reside na sua exibição, mas sim na sua pregação; e essa mensagem nada tem a ver com o formato peculiar da cruz, e sim com a morte de Cristo sobre ela, como declara o evangelho. O evangelho é “o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê”. (Rm 1.16), e não para aqueles que usam ou exibem, ou até fazem o sinal da cruz.

O que é esse evangelho que salva? Paulo afirma explicitamente: “venho lembrar-vos o evangelho que vos anuncie, por ele também sois salvos, que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”. (1 Co 15.1-4).

Para muitos, choca o fato do evangelho não incluir a menção de uma cruz. Por quê? Porque a cruz não era essencial à nossa salvação. Cristo tinha que ser crucificado para cumprir a profecia relacionada à forma de morte do Messias. (Sl 22), não porque a cruz em si tinha alguma ligação com nossa redenção.

O imprescindível era o derramamento do sangue de Cristo em Sua morte como prenunciado nos sacrifícios do Antigo Testamento, pois “sem derramamento de sangue não há remissão de pecados”. (Hb 9.22); “é o sangue que fará expiação em virtude da vida” e não um ou dois pedaços de madeira. (Lv 17.11).

Não dizemos isso para afirmar que a cruz em si é insignificante. O fato de Cristo ter sido pregado numa cruz revela a horripilante intensidade da maldade inata ao coração de cada ser humano. Ser pregado despido numa cruz e ser exibido publicamente, morrer lentamente entre zombarias e escárnios, era a morte mais torturantemente dolorosa, cruel e humilhante que poderia ser imaginada. E foi exatamente isso que o insignificante ser humano fez ao seu Criador.

Nós precisamos cair com o rosto em terra, tomados de horror, em profundo arrependimento, dominados pela vergonha, pois não foram somente a turba sedenta de sangue e os soldados zombeteiros que O pregaram à cruz, mas sim nossos pecados.

 

A cruz revela a malignidade do homem e o amor de Deus.

Assim sendo, a cruz revela, pela eternidade adentro, a terrível verdade de que, abaixo da bonita fachada de cultura e educação, o coração humano é “enganoso, mais do que todas as cousas, e desesperadamente corrupto”, (Jr 17.9), capaz de executar o mal muito além de nossa compreensão, até mesmo contra o Deus que o criou e amou, e que pacientemente o supre. Será que alguém duvida da corrupção, da maldade de seu próprio coração? Que tal pessoa olhe para a cruz e recue dando uma reviravolta, a partir de seu ser mais interior. Talvez não recue. Mas se olhar para Jesus Cristo que foi crucificado na dura cruz, aí sim haverá arrependimento e perdão.

Ao mesmo tempo que a cruz revela a malignidade do coração do ser humano,  entretanto, ela revela a bondade, a misericórdia e o amor de Deus de uma maneira que nenhuma outra coisa seria capaz.

Em contraste com esse mal indescritível, com esse ódio diabólico a Ele dirigido, o Senhor da glória, que poderia destruir a terra e tudo o que nela há com uma simples palavra, permitiu-se ser zombado, injuriado, açoitado e pregado àquela cruz! Cristo “a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz”. (Fp 2.8). 

Enquanto o homem fazia o pior, Deus respondia com amor, não apenas Se entregando a Seus carrascos, mas carregando nossos pecados e recebendo o castigo que nós justamente merecíamos.

 

A cruz prova que existe perdão para o pior dos pecadores.

Existe, ainda, um outro sério problema com o símbolo, e especialmente o crucifixo católico que exibe um Cristo perpetuamente pendurado na cruz, assim como o faz a missa. A ênfase está sobre o sofrimento físico de Cristo como se isso tivesse pago os nossos pecados. Pelo contrário, isso foi o que o homem fez a Ele e só podia nos condenar a todos. Nossa redenção aconteceu através do fato de que Ele foi ferido por permissão de Deus o pai, e “sua alma, foi dada, como oferta pelo pecado” de todos nós. (Is 53.10); Deus fez “cair sobre ele a iniquidade de nós todos”, (Is 53.6); e “carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados”, nos libertou do inferno e da morte. (1 Pe 2.24).

A morte de Cristo é uma evidência irrefutável de que Deus precisa, em Sua justiça, punir o pecado, que a penalidade precisa ser paga, caso contrário não pode haver perdão. O fato de que o Filho de Deus teve que suportar a cruz, mesmo depois de ter clamado a Seu Pai ao contemplar em agonia o carregar de nossos pecados, “Se possível, passe de mim este cálice!” disse Jesus, (Mt 26.39), é prova de que não havia outra forma de o ser humano ser redimido. Quando Cristo, o perfeito homem, sem pecado e amado de Seu Pai, tomou nosso lugar, o juízo de Deus caiu sobre Ele em toda sua fúria. Qual deve ser, então, o juízo sobre os que rejeitam a Cristo e se recusam a receber o perdão oferecido por Ele? Precisamos preveni-los? Não. Jesus fez uma obra completa para nos salvar.

Ao mesmo tempo e no mesmo fôlego que fazemos soar o alarme quanto ao julgamento que está por vir, precisamos também proclamar as boas notícias de que a redenção já foi providenciada e que o perdão de Deus é oferecido ao mais vil dos pecadores. Nada mais perverso poderia ser concebido do que crucificar o próprio Deus, na pessoa de seu Filho Jesus. E ainda assim, foi estando na cruz que Cristo, em seu infinito amor e misericórdia, orou: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”  (Lc 23.34). Assim sendo, o sacrifício de Jesus na cruz também prova que existe perdão para o pior dos pecados, e para o pior dos pecadores.

 

Os cuidados para não anular o sacrifício de Jesus na cruz do calvário.

A grande maioria da humanidade, entretanto, tragicamente rejeita a Cristo. E é aqui que enfrentamos outro perigo: é que em nosso sincero desejo de vermos almas salvas, acabamos adaptando a mensagem da cruz para evitar ofender o mundo. Paulo nos alertou para tomarmos cuidado no sentido de não pregar a cruz “com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo”. (1 Co 1.17).

Muitos pensam: É claro que o evangelho pode ser apresentado de uma forma nova, ou seja, mais atraente do que o fizeram os pregadores de antigamente. Quem sabe, as técnicas modernas de embalagem e vendas poderiam ser usadas para vestir a cruz numa música ou num ritmo, ou numa apresentação atraente assim como o mundo comumente faz, de forma a dar ao evangelho uma nova relevância ou, pelo menos, um sentido de familiaridade. Quem sabe poder-se-ia lançar mão da psicologia, também, para que a abordagem fosse mais positiva. Não confrontemos pecadores com seu pecado e com o lado sombrio da condenação do juízo vindouro, mas expliquemos a eles que o comportamento deles não é, na verdade, culpa deles tanto quanto é resultante dos abusos dos quais eles têm sido vitimados.

Não somos todos nós vítimas? E Cristo não teria vindo para nos resgatar desse ato de sermos vitimados e de nossa baixa perspectiva de nós mesmos e para restaurar nossa auto-estima e autoconfiança? Mescle a cruz com psicologia e o mundo abrirá um caminho para nossas igrejas, enchendo-as de membros. Assim é o neoliberalismo teológico de nossos dias.

Ao confrontar tal perversão, alguém escreveu: “Se enxergo corretamente, a cruz do evangelho sociopata popular não é a mesma cruz que a do Novo Testamento do evangelho do Senhor Jesus.

É, sim, um ornamento novo e chamativo a ser pendurado no colo de um cristianismo seguro de si mesmo e tão carnal,  aparentando que a velha cruz matou todos os homens de uma vez só; a nova cruz os entretêm. A velha cruz condenou; a nova cruz diverte. A velha cruz destruiu a confiança na carne; a nova cruz promove a confiança na carne. A carne, sorridente e confiante, prega e canta a respeito da cruz; perante a cruz ela se curva e para a cruz ela aponta através de um melodrama cuidadosamente encenado, mas sobre a cruz ela não haverá de morrer, e teimosamente se recusa a carregar a reprovação da cruz.

 

A cruz é o lugar onde nós morremos em Cristo ou é o lugar que entregamos nosso pesado fardo de pecados aos pés de Jesus?

Eis o “x” da questão. O evangelho foi concebido para fazer como aquilo que a cruz fazia com aqueles que nela eram postos: matar completamente. Essa é a boa notícia na qual Paulo exultava: “Estou crucificado com Cristo”. A cruz não é uma saída de incêndio pela qual escapamos do inferno para o céu, mas é um lugar onde nós morremos em Cristo. É só então que podemos experimentar “o poder da sua ressurreição”, (Fp 3.10), pois apenas mortos podem ser ressuscitados. Que alegria isso traz para aqueles que há tempo anelam escapar do mal de seus próprios corações e vidas; e que fanatismo isso aparenta ser para aqueles que desejam se apegar ao egocentrismo e que, portanto, pregam o evangelho que os teólogos modernistas o chamam de “nova cruz”. Ou seja, a cruz moderna ou “nova cruz” não é tão pesada como dantes e fazem do evangelho, da mensagem da cruz um fanal de benesses para quem os carregue no corpo e fora dele.

Paulo declarou que, em Cristo, o crente está crucificado para o mundo e o mundo para ele (Gl 6.14). É linguagem bem forte, porém continua sendo a verdadeira mensagem do evangelho que salva, que cura, que liberta.

Este mundo odiou e crucificou o Senhor a quem nós amamos e, através desse ato, crucificou a nós também. Nós assumimos uma posição com Cristo. Que o mundo faça conosco o que fez com Ele, se assim quiser, mas fato é que jamais nos associaremos ao mundo em suas concupiscências e ambições egoístas, em seus padrões perversos, em sua determinação orgulhosa de construir uma utopia sem Deus e em seu desprezo pela eternidade.

Crer em Cristo pressupõe admitir que a morte que Ele suportou em nosso lugar era exatamente o que merecíamos. Quando Cristo morreu, portanto, nós morremos nEle: “, julgando nós isto: um morreu por todos, logo todos morreram. E Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou”. (2 Co 5.14-15).

“Mas eu não estou morto”, é a reação veemente. “O eu ainda está bem vivo.” Paulo também reconheceu isso: “, não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço”, (Rm 7.19). Então, o que significa o termo: “estou crucificado com Cristo”? O que isto significa  realmente na vida diária?

Significa que estamos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus”, (Rm 6.11) e que ainda possuímos uma vontade, ainda temos escolhas a fazer, mas decidimos fazer a vontade de Deus em Cristo Jesus.

 

O poder sobre o pecado.

Então, qual é o poder que o cristão convertido a Cristo tem sobre o pecado que os outros que não confessaram que Jesus Cristo é o Senhor e Salvador de suas vidas,  não possuem?

Primeiramente, temos paz com Deus “pelo Seu sangue vertido na cruz”. (Cl 1.20). A penalidade que era nossa foi paga por completo por Jesus; assim sendo, nós não tentamos mais viver uma vida reta por causa do medo de, sermos condenados, mas sim por amor Àquele que nos salvou. “Nós O amamos porque Ele nos amou primeiro”. (1 Jo 4.19); e o amor leva quem ama a agradar o Amado, não importa o preço. “Se alguém me ama, guardará a minha palavra”, (Jo 14.23), disse o nosso Senhor. Quanto mais contemplamos a cruz e meditamos acerca do preço que nosso Senhor pagou por nossa redenção, mais haveremos de amá-lO; e quanto mais O amarmos, mais desejaremos agradá-lO.

Em segundo lugar, ao invés de “dar duro” para vencer o pecado, aceitamos pela fé que morremos em Cristo. Homens mortos não podem ser tentados. Nossa fé não está colocada em nossa capacidade de agirmos como pessoas crucificadas mas sim no fato de que Cristo foi crucificado de uma vez por todas, em pagamento completo por nossos pecados.

Em terceiro lugar, depois de declarar que estava “crucificado com Cristo”, Paulo acrescentou: “logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2.20). 

O justo “viverá por fé” (Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38) em Cristo; mas o não-crente só pode colocar sua fé em si mesmo ou em algum programa de auto-ajuda, ou ainda num guru desses bem esquisitos que carregam todos os tipos de cruz para agradar (enganar) a todos.

 

O que acontece na celebração pagã: negação da suficiência da obra de Cristo na cruz. A cruz e o paganismo

Tristemente, a fé católica romana não está posta na redenção realizada por Cristo de uma vez para sempre na cruz, mas na missa, que, alegadamente, é o mesmo sacrifício como o que foi feito na cruz, e confere perdão e nova vida cada vez que é repetida.

Reivindica-se que o sacerdote transforma a hóstia e o vinho no corpo literal e no sangue literal de Cristo através da consubstanciação e da transubstanciação, fazendo com que o sacrifício de Cristo esteja perpetuamente presente na eucaristia. Mas não há como trazer um evento passado ao presente. Além do mais, se o evento passado cumpriu seu propósito, não há motivo para querer perpetuá-lo no presente, mesmo que pudesse ser feito. Se um benfeitor, por exemplo, paga ao credor uma dívida que alguém tem, a dívida sumiu para sempre. Seria sem sentido falar-se em reapresentá-la ou reordená-la ou perpetuar seu pagamento no presente.

Poder-se-ia lembrar com gratidão que o pagamento já foi feito, mas a reapresentação da dívida não teria valor ou sentido uma vez que já não existe dívida a ser paga.

Quando Cristo morreu, Ele exclamou em triunfo: “Está consumado”, (Jo 19.30), usando uma expressão que, no grego, significa que a dívida havia sido quitada totalmente. Entretanto, o novo Catecismo da Igreja Católica diz: “Como sacrifício, a Eucaristia é oferecida como reparação pelos pecados dos vivos e dos mortos, e para obter benefícios espirituais e temporais de Deus” (parágrafo 1414, p. 356).

Isso equivale a continuar a pagar prestações de uma dívida que já foi plenamente quitada. A missa é uma negação da suficiência do pagamento que Cristo fez pelo pecado sobre a cruz. O católico vive na incerteza de quantas missas ainda serão necessárias para fazê-lo chegar ao céu.

 

Segurança para o presente e para toda a eternidade.

Muitos protestantes vivem em incerteza semelhante, com medo de que tudo será perdido se eles falharem em viver uma vida suficientemente boa, ou se perderem sua fé, ou se voltarem as costas a Cristo. Existe uma finalidade abençoada no sacrifício vicário de Jesus na cruz do calvário que nos livra dessa insegurança. Cristo jamais precisará ser novamente crucificado; nem os que “foram crucificados com Cristo” ser “descrucificados” e aí “recrucificados”, para alcançarem a salvação em Cristo Jesus. Paulo declarou: “porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus” (Cl 3.3). Temos plena segurança em Cristo para o presente e para toda a eternidade, graças a Deus.

 

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.