segunda-feira, 19 de junho de 2023

O MODERNISMO RELIGIOSO DOS EVANGÉLICOS

O MODERNISMO RELIGIOSO DOS EVANGÉLICOS.

 

As sete igrejas da Ásia e as cartas aos seus pastores chamados de “ao anjo da igreja”, estão descritas no livro de Apocalipse capítulos 2 e 3 e nos dão uma demonstração clara daquilo que estamos vendo hoje dentro das igrejas evangélicas.

O modernismo religioso e os falsos evangélicos travestidos de moralistas, operadores de milagres e a enganação até dos escolhidos. Mateus 24.24.

A Igreja tem um papel insubstituível neste mundo, que é o de anunciar o Evangelho e edificar os santos. Mas constantemente modismos e ondas de eventos modernos adentram as portas dos templos, corroborando para a desvirtuação dos ensinamentos eclesiásticos e desviando os cristãos do cristianismo bíblico, daquilo que as Escrituras apresentam como verdade insubstituível.

Um dos exemplo destes modismos, é a famigerada “Teologia da Prosperidade”, que popularizou-se nas mais diversas denominações, manchando a reputação até mesmo de igrejas tradicionais, que em muitos casos se deixaram seduzir pelos falsos ensinamentos de fartura de riquezas terrenas e barganhas ou negócios com Deus.

Mas algo novo surge por aí e vem se popularizando cada vez mais, tomando os púlpitos em um ritmo acelerado e sendo aceito por todo o tipo de liderança. Falo desta onda da “Teologia Coaching”, que visa substituir a pregação do Evangelho, das sãs doutrinas de Cristo, por palestras de orientação profissional, motivacional e de autoajuda. Serve mais para treinamento profissional, psicológico, motivacional do que para o verdadeiro objetivo da palavra de Deus que é a salvação das pessoas.  

Reitero que nada tenho contra coaching ou contra qualquer tipo de orientação ou treinamento profissional ou motivacional, ainda que tenha algum receio com autoajuda que envolve a área psicológica e deve ser tratada exclusivamente por profissionais da área  o que não vem ao caso neste artigo. Minha real preocupação é com o uso dos púlpitos, que deveriam servir unicamente para a pregação, ensino, doutrina da Palavra de Deus, porém estão sendo tomados pela valorização deste tipo de palestras que enaltece somente a competência e as habilidades do ser humano. O púlpito e o templo devem ser usados exclusivamente para ministrações objetivas das ordens de Jesus para a salvação do pecador. E, que a primazia seja o louvor, a honra e a glória totalmente para o Senhor Jesus. Sem a direção do Espírito Santo as coisas só andam para os prazeres materiais onde os ministradores gozam dos deleites e prazeres da sua habilidade em convencer os seus ouvintes, enquanto que com o Espírito Santo na direção total do púlpito a honra e a glória são e vão cem por cento para Deus, independentemente de quem esteja com o microfone na mão. A Bíblia Sagrada não pode ser deixada para segundo plano, ela deve ser manuseada e exposta do início ao fim de tudo o que se ministra no púlpito da igreja.  

Faz-se necessário uma crítica sincera a estes e outros modismos. A Igreja jamais deve aceitar a substituição do ensino doutrinário da Bíblia por qualquer outra coisa. Sei que para muitos isso é ser saudosista, mas para mim trata-se apenas de valorizar a Palavra de Deus e o Santo Evangelho. Como disse Lutero: “Minha consciência é escrava da Palavra de Deus”.

É evidente que, como já disse, a Igreja tem o papel de edificação, e isso pode incluir o desenvolvimento pessoal, profissional e social, no entanto, existem lugares e espaços em outros locais  para o uso de ferramentas de coaching e outras matérias seculares de Faculdades de Ciências Sociais. Utilizá-las nos cultos e nos púlpitos das igrejas, abandonando as mensagens evangelísticas e doutrinárias de seus pastores, no entanto, é o mesmo que substituir a Palavra de Deus por qualquer outro evangelho.

Pregadores que abandonaram os honrosos títulos eclesiásticos, adotando agora o “coach” e “master coach” como forma de competência para utilizar os púlpitos, com o objetivo de falar de temáticas que nada tem a ver com o cristianismo, são no mínimo neófitos. Para nós, evangélicos, isso representa o abandono da fé.

A Igreja não deve se reunir em seus templos para ouvir palestrantes de orientação profissional, autoajuda ou motivacional, mas sim pastores e profetas que ministrem a Palavra revelada por Deus. Muitas vezes pessoas repetindo textos de livros de autoajuda e recitando frases desconexas sem citar o autor tomam os púlpitos com o objetivo de vender a imagem de vencedor para promover o comércio de produtos.

A Palavra de Deus adverte: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema”, (Gálatas 1:8). O que Paulo está afirmando, é que nada pode substituir os ensinamentos da Palavra de Deus.

Se já não bastasse a série de heresias que temos de enfrentar, ainda precisamos explicar sobre a importância de manter nossos púlpitos focados na Palavra de Deus. Todo o nosso esforço pastoral em conduzir aqueles sob nossa responsabilidade através de uma pregação genuína, hoje vem sendo confrontado com técnicas mirabolantes e milagrosas de autoafirmação.

O pastor da igreja, o anjo que guia o rebanho de Cristo, ele é a autoridade máxima e o maior pregador em nossos púlpitos. Tratando das questões espirituais, nenhum conhecimento acadêmico pode preparar alguém para a excelência do santo ministério. Tão pouco quando esse conhecimento tem a pretensão de substituir a Palavra de Deus.

Que a Igreja possa lembrar-se disso, e os líderes venham a se conscientizar de que a “Teologia” do Coching é apenas um modismo que pouca coisa acrescenta para o crescimento espiritual dos santos. Deus possa nos conduzir através de um caminho de santidade e referência a Sua Palavra.

Outra decadência da Igreja é a introdução da cruz nos seus púlpitos.

Já ouviu falar sobre o Dia da Santa Cruz? Com tantos elementos sagrados, cristãos e não cristãos, em diversas culturas, são ensinados a fazer uso e venerar, adorar adereços de idolatria como crucifixos, terços, imagens, ícones, contas, búzios, estrelas e luas, e até existe um dia só para a adoração da cruz dando assim bastante relevância à este símbolo do Catolicismo.

De acordo com o Catolicismo Romano, o Dia da Santa Cruz é “considerado uma celebração cristã, em que o símbolo da cruz é adorado, homenageado e lembrado como um instrumento de salvação, com o objetivo de reforçar o episódio da crucificação de Jesus.

Para os defensores desta tese a cruz é tida como um dos elementos centrais da fé cristã. Dizem: “Neste dia, os fiéis celebram a vitória de Jesus sobre a morte, o pecado e o Diabo, conquistada na cruz”.

Só que se esquecem que quem salva é Jesus, quem morreu por nós foi Jesus e nada deste mundo substitui o sacrifício de Jesus na cruz do calvário para nos livrar da condenação eterna. Quem salva é Jesus e quem deve ser adorado é Jesus e não a cruz.

A data da adoração da cruz é  14 de setembro, foi escolhida porque no ano de 335 a Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém, foi inaugurada. Como já diz o nome, a igreja está localizada no lugar em que acreditam ser onde Jesus foi sepultado. No Brasil a data de sexta-feira da paixão é dedicada às cerimônias de adoração da cruz sem a imagem do senhor morto que é retirado dela para que ela seja adorada pelos fiéis católicos.

Constantino (272-337), ex-imperador romano, buscava encontrar relíquias de Cristo, incluindo a “Vera Cruz de Cristo”, ou seja, a verdadeira cruz em que Jesus foi crucificado. No meio de buscas e escavações, acreditou-se ter encontrado a tal cruz e o local do sepultamento e ressurreição de Cristo. Dessa maneira, construíram nesse território a basílica do Santo Sepulcro.

A cruz é um símbolo de maldição e de morte. Principalmente usada por romanos, era uma ferramenta de assassinato, exposição e vergonha. Se olharmos a história da simbologia do cristianismo, no início era usado o símbolo do peixe para distinguir os cristãos na época das perseguições do império. Não, não é porque os discípulos eram pescadores ou porque Jesus multiplicou peixes, junto com pães, quando alimentou a multidão. O símbolo foi escolhido pois, em grego, a palavra “peixe” (ICHTHUS ou ICHTHYS) pode ser também um acróstico para “Jesus Cristo Deus Filho Salvador”, (Iesus CHristus THeos Yios Soter).

Mais tarde, o cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano e a cruz foi sacralizada e aceita como símbolo cristão de adoração. Com o passar do tempo, a cruz com o Cristo crucificado, o crucifixo, fica marcada como imagem católico-romana, e alguns protestantes, a fim de se distinguir da religião católica, começaram a usar a cruz vazia. Entretanto, no Brasil, tem-se uma aversão maior. Na colonização do nosso país, os protestantes negaram qualquer ponto de referência com a Igreja Católica Romana, de modo a realmente estabelecer uma distinção e um distanciamento. Vemos que as igrejas católicas são todas pintadas e cheias de símbolos e imagens de santos, enquanto as evangélicas não têm tais adereços. Já em outros países, mesmo em igrejas protestantes, vemos pinturas e vitrais decorativos.

Temos a convicção da importância do sacrifício substitutivo de Jesus na cruz e em nossas vidas. A Bíblia nos instiga a olhar para Cristo, autor e consumador da nossa fé (Hebreus 12.2), e pregar o Cristo crucificado (1 Coríntios 1.23). Idolatrar objetos desfaz completamente o significado do Evangelho de Jesus. O modernismo religioso trouxe muitas outras inovações para o meio evangélico, inclusive trouxe a cruz para cima dos púlpitos.

Igrejas de preto, o quê é e porquê? O preto lembra o pecado, a tristeza, o velório e a dor.

Em contrapartida observo que alguns centros de umbanda estão usando o branco em seus salões envidraçados com muita luminosidade para que os transeuntes enxerguem do lado de fora o que passa no lado de dentro; no réveillon todos são incentivados a vestirem-se de branco, na maioria das celebrações espiritistas de qualquer linha branca ou de outras cores, as vestimentas e indumentárias são brancas. Enquanto isso nós, os evangélicos, nos escondemos na escuridão para que os de fora não enxerguem o que se passa no lado de dentro de nossas reuniões de cultos e louvores a Deus.

Será que os Cristãos estão com vergonha de serem identificados como cristãos ou estão com vergonha do seu comportamento diante da sociedade e não podem ser identificados como membros de uma igreja evangélica?

Fica aqui minha observação. Respeito a opinião de cada pastor, de cada líder religioso e proponho que sigam na direção que Deus lhes deu neste mundo de novas ideias sem que se dilua a mensagem do evangelho.

Não substitua a mensagem da verdade por outras mensagens que, por mais bonitas e mais bem preparadas que sejam, não vão levar as pessoas ao arrependimento e à conversão a Cristo Jesus.

Ficaria contente se nestes templos pretos e sem luminosidade, os pastores pregassem contra o pecado, falassem da necessidade de arrependimento, da necessidade da purificação pelo sangue de Jesus. Se os pastores levassem as pessoas a mudarem de vida para que sejam libertas dos demônios e batizadas no Espírito Santo, se houvesse manifestações demoníacas nos cultos o que é raridade hoje e se parassem de pregar sobre autoajuda e conclamassem seus ouvintes a uma mudança radical de vida, repito, se tudo isso ocorrer dentro de um ambiente preto e lúgubre, voltarei atrás no que escrevi, mas, de maneira geral e na maioria das vezes  muda-se a cor do templo e muda-se também a “cor” do evangelho, tudo para a glória do homem e não para a glória de Deus.

Um conhecido pregador e avivalista disse algo muito importante ao lembrar que o que transforma o homem não são as inovações teológicas e mudanças doutrinárias mais convenientes a si mesmo e aos seus ouvintes mas a verdadeira transformação vem de um coração quebrantado e arrependido diante de Deus.

O fato é que muitos gostariam de unir igreja e palco, baralho e oração, danças e ordenanças, políticos e púlpitos, corrupção e  santificação, usos, costumes e vaidade, céu e inferno, riquezas e luxúria  etc, tudo em nome da modernidade e da modernização da Igreja e do evangelho. Porém o evangelho de Jesus nunca mudou e nunca mudará, quem tem que mudar é o homem e se converter de verdade ao Senhor Jesus.

Se nos encontramos incapazes de frear essa enxurrada de desrespeito à Deus, podemos, ao menos, prevenir os homens quanto à sua existência e suplicar que fujam dela, pratiquem a palavra de Deus, preguem a palavra de Deus. Quando a antiga fé desaparece e o entusiasmo pelo evangelho é extinto, não é surpresa que as pessoas busquem outras coisas que lhes tragam prazer e satisfação, tudo em nome da felicidade. Na falta de pão, se alimentam com cinzas, rejeitando o caminho do Senhor e seguem avidamente pelo caminho da tolice.

O que é mentoria e o que você precisa saber antes de contratar uma sessão

O que é mentoria? É uma inovação de iniciativa avançada e comercial que adentra nas igrejas transformando-as em empresas lucrativas de cunho religioso para que aumente suas rendas e seus lucros como em qualquer empresa de qualquer ramo comercial, industrial, etc; teem que dar lucros, se não der lucros, troca-se os administradores.

Poderíamos resumir a mentoria da seguinte forma: alguém com mais experiência profissional em determinada área transmite conhecimento para alguém com menos experiência. A Mentoria é muito usada para aplicação em todos os ramos da área comercial, bancária, bolsa de valores e mais recentemente adentrou nas igrejas assim como o coaching, sendo concorrentes um do outro e às vezes funcionando dentro do mesmo conceito dentro das igrejas e ministérios.

Nesse processo, todo o aprendizado se dá por meio da relação mentor-mentorado. Geralmente a mentorial é realizada através de contratação por um tempo combinado entre as partes.

Quem ocupa a posição de mentor é sempre uma pessoa especialista em determinada área, com vasta experiência de mercado e resultados acumulados em sua carreira profissional. Ao assumir essa posição, se mostra disposto a repassar seus conhecimentos obtidos ao longo de sua trajetória de amplas experiências

Já o mentorado é um indivíduo que deseja aprender com a experiência do seu mentor para se fortalecer pessoal e profissionalmente e, enfim, alcançar maiores e maiores resultados.

Diferente de um curso ou treinamento, a mentoria é personalizada. Isso porque o papel do mentor, durante uma mentoria, não é discutir assuntos genéricos e abrangentes. Este deve se posicionar como um guia para questões específicas do mentorado, instruindo-o na resolução de um problema ou promovendo a aquisição de um aprendizado necessário.

Por ser alguém mais experiente, o mentor consegue entender a fundo a situação particular do mentorado. Partindo disso, compartilha vivências que se relacionem com essa situação e traz orientações relevantes e aplicáveis.

Como a mentoria funciona na prática?

O processo é conduzido por meio de questionamentos por parte do mentor, que também oferece sugestões, propõe provocações e compartilha experiências que possam contribuir com o andamento da mentoria.

Lembre-se: o mentor é um profissional que pode agregar muito valor com a sua própria experiência profissional, que envolve tanto os seus grandes acertos, quanto seus maiores erros.

O conhecimento que o mentor transmite, no intuito de impulsionar e acelerar a carreira do mentorado, foi resultado de anos em campo, errando, aprendendo e melhorando. Ele é aquele que um dia andou para que outros pudessem correr.

Em todo caso, a mentoria é uma conversa. Portanto, mesmo que o mentor seja a figura com mais experiência, o mentorado tem pleno espaço para tirar quaisquer dúvidas e os tópicos discutidos sempre serão referentes ao momento profissional específico desse mentorado.

Inclusive, vale ressaltar que uma mentoria pode acontecer em apenas uma conversa ou se estender para uma série de encontros. Tudo depende da demanda do mentorado.

Qual o papel da mentoria no sucesso de startups e grandes corporações?

Por que será que algumas empresas parecem ter profissionais mais qualificados que outras e, consequentemente, alcançam mais rápido as suas metas de crescimento? Será que é apenas uma questão de mau recrutamento?

Na verdade, não é bem assim.

Segundo pesquisas da Harvard Business Review, 75% dos colaboradores de empresas estão insatisfeitos com o programa de capacitação de onde trabalham, e apenas 12% conseguem realmente aplicar no dia a dia coisas que aprenderam em cursos ou treinamentos que a empresa disponibilizou.

Muitos empreendimentos bem-sucedidos já notaram a insuficiência dos programas de treinamento convencionais e, por isso, fogem da regra de aprimorar as habilidades dos times por meio de cursos e treinamento com pouca aplicabilidade no dia-a-dia.

A maioria esmagadora desses empreendimentos, desde startups até grandes corporações, passou a utilizar a mentoria como processo inovador de desenvolvimento de pessoas, visando preparar seus colaboradores no enfrentamento dos desafios do cotidiano empresarial.

Inclusive, uma pesquisa da Forbes apurou que mais de 71% das empresas da Fortune 500 possuem programas de mentoria para desenvolvimento organizacional.

Nesse mesmo sentido, um estudo da Endeavor mostra que 92% dos empreendedores acham que a presença de um mentor impactaria diretamente no crescimento das suas empresas.

Essa mudança é resultado da constatação de que a troca de experiências que a mentoria permite é uma das alternativas mais eficazes para instruir profissionais na resolução de problemas de forma estratégica, eficiente e humana.

Afinal, qual o grande diferencial das mentorias? 

Os cursos e treinamentos convencionais são feitos de maneira excessivamente técnica e com conteúdo extremamente abrangente, trazendo conceitos teóricos que nem sempre serão ou terão aplicabilidade prática imediata para o profissional.

Já a mentoria é um processo personalizado, que responde a dúvidas específicas do próprio mentorado e se preocupa em analisar a real situação profissional que este enfrenta, indo direto no seu ponto de dificuldade.

Além disso, as soluções trazidas na mentoria não vieram apenas do âmbito teórico, mas sim das experiências prévias do mentor, seus acertos e seus erros, o que enriquece muito o aprendizado.

Imagine, por exemplo, um curso de capacitação para gerente. Provavelmente, a carga horária das aulas será preenchida com discussões sobre recrutamento de pessoas, comunicação interna, e mais outros assuntos abrangentes da área.

A questão é: será que isso é suficiente e realmente eficaz para uma pessoa que domina os conceitos gerais de gestão, mas tem uma dificuldade específica em desenvolver liderança, por exemplo?

Se imagine na posição deste futuro gerente. Não seria melhor ter a liberdade de tirar dúvidas sobre o cargo baseado em suas próprias dificuldades e pedir conselhos para alguém que viveu algo semelhante e pode, de fato, ajudar?

Não nos entenda mal. É claro que os conceitos gerais devem ser seguidos e são de grande ajuda. Mas você concorda que de nada adianta se não puderem ser colocados em prática?

Algumas coisas vão além do papel e exigem conhecimentos mais palpáveis, com respostas melhor direcionadas. Por isso, a oportunidade de aprender com quem já sabe, que já errou e já acertou, deve ser levada em consideração.

Existem, inclusive, outras ferramentas de desenvolvimento pessoal e profissional no mercado, com algumas similaridades à Mentoria. É o caso do processo de coaching, consultoria e tutoria. Para sanar quaisquer dúvidas e permitir que você escolha a que melhor se encaixa ao seu momento, vamos explicar rapidamente a diferença entre elas.

Mentoria x Coaching

No processo de coaching, o foco está muito no emocional e no comportamento. A função do profissional desta área é trabalhar o psicológico da pessoa para que ela possa estar mentalmente preparada para dificuldades pessoais e profissionais. Por meio de metodologias, técnicas e ferramentas da própria modalidade coaching, busca-se apoiar a pessoa a ter reflexões de autoconhecimento e novos insights sobre sua vida e carreira.

Mentoria x Consultoria

Além do coaching, existe o consultor, que possui uma função relativamente parecida, mas com uma diferença: enquanto o coach trabalha o psicológico e o emocional para inspirar as pessoas a executar, o consultor busca executar junto.

Mentoria x Tutoria

O tutor é um profissional muito próximo a um professor. Ele sabe como executar e estudou para ter uma didática. Explica para as pessoas como fazer, mas sem se comprometer com o resultado final.

Então, por que escolher a mentoria?

A mentoria é uma ferramenta extremamente completa por unir todas essas três outras ferramentas de desenvolvimento: coaching, consultoria e tutoria.

O mentor é um especialista que estudou, executou e sabe ensinar. Sua didática envolve transformar todo esse conhecimento em informações práticas de aprendizagem para o seu mentorado.

Ao mesmo tempo, a figura do mentor inspira no mentorado um sentimento de liderança empática, estimulando-o a tomar melhores decisões em sua vida profissional.

O método que transforma o mentor em um verdadeiro guia.

Ninguém começa algo sem saber qual seu objetivo final. E isso não seria diferente com a mentoria.

Antes de entrar em contato com um potencial mentor, você precisa esclarecer ao máximo em sua mente qual o seu objetivo com essa mentoria, pois isso permitirá que as perguntas e respostas sejam mais direcionadas e que um plano de ação com metas específicas e assertivas seja criado.

Chamamos esse objetivo de GOAL e você pode defini-lo segundo um método chamado SMART. Isso significa que o seu objetivo precisa ser específico (Specific), mensurável (Measurable), preciso (Accurate), realista (Realistic) e com prazos claros (Timely).

Parece complicado, né? Mas, na verdade, é bem simples e tem tudo a ver com o que já explicamos sobre a mentoria ser um aprendizado individualizado.

O objetivo definido estabelece em qual lugar você quer chegar. O próximo passo é entender quais obstáculos estão no seu caminho. Portanto, algumas perguntas devem ser respondidas antes de iniciar seu processo de aprendizagem:

Quais são as minhas metas?

O que eu quero desenvolver? O que eu preciso desenvolver?

Onde eu quero focar neste momento?

Onde quero chegar com a mentoria?

Quais obstáculos me impedem de dar um passo na minha carreira?

O que eu busco de diferente?

Tenha em mente que, ao encontrar essas respostas é importante contextualizá-las para que o mentor consiga saber exatamente como te ajudar.

Durante a mentoria, um bom mentor te ajudará a chegar nesse objetivo e junto com você definirá o quão longe você pode ir baseado na experiência dele e na sua realidade.

Em alguns casos, essa relação pode ser feita de forma constante, com o mentor acompanhando o mentorado em mais de um só encontro, até que o mentorado se sinta seguro o suficiente para seguir com esse aprendizado por conta própria.

Vimos acima vários tópicos sobre coching, mentoria, tutorial, etc, nada disso substitui o evangelho pleno do Senhor Jesus que, através do Espírito Santo nos ensina, nos instrui e nos incentiva a realizar a obra de Deus. Ensinos doutrinários e capacitação para a obra de Deus são bem conhecidos dos obreiros nas escolas bíblicas para obreiros, reuniões ministeriais onde são ensinadas matérias de incentivo aos obreiros ávidos por ganhar almas para o Senhor Jesus como no início da Igreja dos apóstolos em Atos dos apóstolos.  

O evangelho do entretenimento só alegra a carne.

“Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação”. (1 Coríntios 14:26).

Nunca o mundo esteve tão religioso, e as igrejas tão mundanas. Não se faz mais distinção entre shows e cultos de “adoração” a Deus. Em algumas reuniões, os jovens utilizam gritos característicos das torcidas de futebol, como “Ê-ô, ê-ô, Jesus Cristo é o Senhô ô ô ô ô ô ô ô rrr” ou “Eu já falei, vou repetir, é Jesus Cristo que comanda isso aqui!”, além de dançarem ao som de ritmos pra lá de “vibrantes” e extremamente extravagantes.

Há igrejas cujo púlpito é uma prancha de surf e outras que o púlpito é um ringue de luta livre e artes marciais, frequentadas por jovens que, nos “cultos”, vestem bermudas, calçam chinelos esotéricos além de exibirem tatuagens e piercing. Para arrecadar fundos extras, algumas denominações realizam festas similares às juninas, permitindo que seus membros dancem as tais quadrilha no “arraiá evangélico e no arraiá do jesusão ”. E há até igrejas que promovem uma espécie de “Halloween Evangélico”, dia das bruxas dos evangélicos, alterando o nome para “dia do Elohin”, fazem e participam do carnaval evangélico como se Jesus aceitasse estas orgias mundanas de profanação.

O que é o evangelho do entretenimento?

O evangelho do entretenimento tem transformado os cultos que deveriam ser dedicados única e exclusivamente a Deus em meros ajuntamentos para pular, gritar, dançar, assobiar, fazer “trenzinho”, cantar, cantar e cantar e cantarolar aos ritmos e aos gritos frenéticos. Trata-se de um evangelho “sem limites”, que pode ser comparado ao “fermento” dos Fariseus (Marcos 8:15), assim como os herodianos que eram liberalistas, modernistas, secularistas, irreverentes e fiéis às piores fases da tradição do Catolicismo Romano.

Nos “cultos-shows” não há espaço para a exposição da Palavra de Deus e muito menos para Deus, quem tem que ser honrado e adorado é o ministrador do show e o seu grupo ou banda de louvor. Em muitas dessas reuniões de “adoração extravagante”, expressão muito em voga na atualidade , a pregação, quando ocorre, é uma rápida palestra motivacional nos moldes já mencionados acima, voltada para o bem-estar dos espectadores, e não uma exposição da sã doutrina. Tudo é feito a fim de agradar e entreter a “galera” que masca chiclete o culto todo. Usam roupas, quer dizer, quanto menos roupas melhor ainda, e muitos nem percebem que estão com roupas indecentes, transparentes, rasgadas, apertadas ao extremo no corpo, para ficar bem sexy à vista do sexo oposto.

Imaginemos como o apóstolo Paulo reagiria em seu tempo se os crentes fossem aos cultos em busca de entretenimento e de prazer e felicidade unicamente material e pessoal.

O apóstolo Paulo, que sempre combateu a desordem, deu as seguintes instruções sobre a Ceia do Senhor: “…se algum tiver fome, coma em casa, para que não vos ajunteis para condenação”, (1 Coríntios 11:34). E, quanto aos dons espirituais, enfatizou: “…faça-se tudo decentemente e com ordem”. (1 Coríntios 14:40), ou seja com decência e com ordem é que a Igreja deve se apresentar ao Senhor no templo.

Jesus expulsou os mercadores, mercenários, que estavam comercializando dentro do templo.

Mateus 21:12-17 NVI

Jesus entrou no templo e expulsou todos os que ali estavam comprando e vendendo. Derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas, e lhes disse: “Está escrito: ‘A minha casa será chamada casa de oração’; mas vocês estão fazendo dela um ‘covil de ladrões’”. Os cegos e os mancos aproximaram-se dele no templo, e ele os curou. Mas, quando os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei viram as coisas maravilhosas que Jesus fazia e as crianças gritando no templo: “Hosana ao Filho de Davi”, ficaram indignados, e lhe perguntaram: “Não estás ouvindo o que estas crianças estão dizendo?” Respondeu Jesus: “Sim, vocês nunca leram: “‘Dos lábios das crianças e dos recém-nascidos suscitaste louvor’”? E, deixando-os, saiu da cidade para Betânia, onde passou a noite.

Os vendilhões do templo continuam comprando e vendendo suas mercadorias, agora com outros nomes e idéias.

Uma das cenas bíblicas que quase nunca ganha destaque na fala dos religiosos é a dos "vendilhões do templo", (João 2,13-25). Trata-se da passagem em que Jesus Cristo expulsa os vendedores que ocupavam o templo, que é a Casa do Senhor. Na verdade, Ele fez isso duas vezes.

Na primeira vez, alguns meses depois de ser batizado, Jesus foi para Jerusalém, onde havia uma multidão para comemorar a Páscoa, quando o hábito era oferecer sacrifícios de animais, atraindo várias pessoas que aproveitavam a oportunidade para vender animais aos fiéis que chegavam a Jerusalém.

Então, quando Jesus chegou ao templo, logo observou vendedores de ovelhas, bois e pombas, pessoas que estavam lá apenas com o propósito de ganhar dinheiro. O Filho de Deus não deu conversa com ninguém, pegou umas cordas e fez um chicote, com o que colocou as ovelhas e os bois para fora do templo. Depois derrubou as mesas dos  vendedores e jogou as moedas deles no chão.

Visivelmente irritado, Jesus disse para os homens que vendiam pombas: "Tirem tudo isso daqui! A casa do meu Pai não é lugar pra ficar comprando e vendendo coisas!", deixando todos surpresos com o que estavam vendo. Três anos depois, a cena se repetiu. Jesus foi ao templo e expulsou os vendedores de novo, pedindo que todos respeitassem a Casa de seu Pai.

Dois mil anos depois, os vendilhões do templo não apenas seguem, bem como sofisticaram os modos e as “mercadorias”, agora vendem milagres, idéias para ficar rico, dentre outras coisas. Eles não vendem mais animais para sacrifícios, nem bugigangas e nem comidas. Nem cartela de bingos, em quermesses no fundo das igrejas  Agora os próprios pastores vendem a fé para pessoas desesperadas ou que foram doutrinadas, vendem danças e coisas nas barraquinhas de festas juninas dentre outras coisas, sem o menor temor de Deus .

Esses religiosos vendilhões adoram explorar  a fé do povo. Antes a Igreja Católica vendia indulgências, em que pessoas de posse compravam a remissão absoluta dos seus pecados e, por conseguinte, as penas temporais, tanto em vida quanto na morte, garantindo assim seu "pedaço de terra" na eternidade.

Agora a bandalheira está mais sofisticada. Jesus teria dificuldade para repetir a cena do chicoteamento, chutando o balde e derrubando as mesas. Ele teria que chicotear os próprios pastores vendilhões que enganam suas ovelhas temerosas por arderem no fogo eterno do inferno. E não se trata apenas de desviar os dízimos ou de tomar os bens dos mais miseráveis enganados pela promessa de uma prosperidade que só enchem os bolsos dos vendilhões.

Acabou o temor a Deus.

Muitos músicos, em nossos dias, orientados pelos propagadores desse falso evangelho, essencialmente comercial e também voltado para as preferências humanas, imitam os intérpretes mundanos, secularizando cada vez mais a liturgia do culto. Mas Deus não mudou, a Sua Palavra é a verdade. E nela está escrito: “Guarda o teu pé, quando entrares na Casa de Deus…”. (Eclesiastes 5:1).

Usam uma música incompreensível que é cantada repetidamente nestas reuniões.

É impossível imaginar o mundo sem a música. Ela está presente em todos os lugares, no rádio, televisão, cinema, discotecas, atividades políticas e cívicas, eventos sociais ou desportivos, comemorações, funerais, etc. A música, além de ser a linguagem universal da humanidade, é uma ciência e uma arte. Daí o salmista ter dito: “…tocai bem, técnica, e com júbilo, arte”, (Salmos 33:3).

O vocábulo latino “musica” vem da terminologia grega mousiké, que significa, “a arte das musas”. Na mitologia grega, há nove musas que patrocinam as ciências e as artes: 

Calíope (poesia épica), Clio (história), 

Euterpe (música), Melpômene (tragédia), 

Tália (comédia), Urânia (astronomia), 

Érato (poesia amorosa), Terpsícore (dança) e Polímnia (hinos).

Segundo o dicionário da língua portuguesa, a música é a arte e a técnica de combinar sons de maneira agradável ao ouvido. Agradável, não em relação ao gosto musical, mas no que diz respeito aos bons efeitos que ela deve causar ao ouvido humano. Para isso, a música precisa ser composta de emissões vibratórias com frequências bem definidas, que podem ser capturadas pelas limitações fisiológicas do ouvido. A limitação dos ouvidos humanos para não serem prejudicados é de até 80 (oitenta) decibéis.

Para o seguidor de Cristo, a música é muito mais que uma ciência, uma arte ou forma de expressão. É um meio pelo qual se adora ao Senhor, seja através dos cânticos, seja mediante a execução de instrumentos musicais, (Salmos 100, 150). Como servos de Deus, devemos cantar ao Senhor um cântico novo e adorá-Lo na beleza de Sua santidade. (Salmos 96:1,9).

Música profana na Casa de Deus? Pode isso?

Conquanto a música, uma das primeiras artes da civilização, seja atribuída a Jubal, filho de Lameque (Gênesis 4:21), ela teve origem no Criador, (Jó 38:7).

Os seres angelicais ocupam-se da verdadeira adoração a Deus por meio da música. (Lucas 2:13,14; Apocalipse 5:7-14).

Na terra, o cântico com música sacra é uma das tarefas mais sublimes dos servos do Senhor. (Salmos 149:1). E o louvor continuará sendo executado por toda a eternidade: “… o seu louvor permanece para sempre”. (Salmos 111:10). O louvor a Deus é considerado música sacra. Entretanto, nesses últimos dias, até a música secular está corrompida. Estilos românticos, sentimentais, artistas e folclóricos dão lugar a agressivos, frenéticos, lascivos e erotizantes ritmos, como o funk dos morros cariocas até o axé baiano, dentre outros. Essa deturpação diabólica, infelizmente, atinge as igrejas e os ministros de louvor devem pesquisas melhor para louvar a Deus em espírito e em verdade. Um amigo um dia passando em frente a uma “igreja evangélica” ouviu e viu os batuques  pulos e iluminação à base de velas, daí me perguntou de lá tinha mudado para terreiro de macumba; no entanto, lamentavelmente fui constatar que a igreja evangélica tinha se modernizado e adotado aquele padrão para seus fiéis.

Infelizmente a música sacra vem sendo submetida a uma dessacralização maciça e isso é uma forma de apostasia da fé. (1 Timóteo 4:1).

Dessacralização é o ato ou o efeito de subtrair, diminuir o caráter sagrado. É sinônimo de profanação, (2 Timóteo 3:2; Hebreus 12:6). No caso da música sacra, é desprovê-la dos elementos relacionados com o louvor a Deus, tornando-a vulgar, secular, mundana, como qualquer outra, chamando a atenção para os músicos e cantores, e não para Jesus, o único digno de louvor,  (Salmos 48:1). Lembre-se de que o Senhor habita entre os louvores, e não entre os cantores e músicos, muito embora Ele esteja presente onde há um verdadeiro louvor a Deus e um verdadeiro adorador que o adore em espírito e em verdade. (Salmos 22:3).

Embora Deus seja o autor da musica, isso não significa que todos os estilos musicais sejam dEle. A música é como o alfabeto. Por meio dele escrevem-se com as mesmas letras mensagens boas ou ruins; cristãs ou satânicas. Da mesma forma, compõe-se, com as mesmas notas, músicas próprias para o louvor ou impróprias; sacras ou profanas.

Hoje temos cultos afro nas igrejas evangélicas e carnaval de Jesus. A liberdade religiosa deve ser protegida sempre. Mas como podemos interpretar uma ação coletiva, que descaracteriza uma festa nacional, que tem raízes tradicionais afro-brasileiras sem perder o foco da adoração a Deus? Não tem jeito de Deus operar em lugares que o culto é deturpado.

Esta postura ataca o modo de ser e existir da parte da sociedade mais aviltada em seus costumes e em seu jeito de comemorar. O povo negro brasileiro assim como todos os outros de outras cores e etnias são todos bem vindos nas igrejas evangélicas. Cujo povo tem se mostrado tão fiel ao Senhor Jesus sempre realizando um louvor e adoração inigualável diante de Deus, não importando na cor das pessoas.

É sabido que o samba, o candomblé e outras manifestações populares negras têm a presença de pessoas brancas, indígenas e orientais, mesmo sendo de origem negra, e é salutar; o Brasil tem gente de quase todas as raças e cores do mundo inteiro, por isso é um povo abençoado por Deus, todos se respeitam mutuamente.

Mas indigno é desrespeitar os princípios destas manifestações cultural de origem e culto afro, aviltando e tentando apagar, de modo pervertido, usando dogma cristão evangélico que conflita com a liturgia do festejo. O louvor a Deus é incomparável em sua essência e não se mistura com nada deste mundo, Deus faz a diferença e se agrada do perfeito louvor de um coração puro diante do Senhor Jesus.

Pontos que afastaram as igrejas evangélicas do verdadeiro culto à Deus.

Tento não me concentrar tanto ou por muito tempo nas coisas desanimadoras que vejo, simplesmente porque penso que devo ser cuidadoso para não me tornar ressentido  quanto à estas tendências dentro das igrejas.

Nossas preferências musicais e nossa tendência nativa regional já é suficiente para sermos vigilantes quanto ao assunto. Mas, é verdade que há muitas coisas para causar preocupação. O apóstolo Paulo escreveu em 2 Coríntios 4:1-6 um texto bíblico que nos ensina muito e tem servido como um guia para quem quer agradar a Deus. Paulo diz que ele renunciou não somente os caminhos vergonhosos ou dissimulados, mas que ele também não “faz” algo simplesmente porque “funciona”. Em vez disso, ele expõe a verdade, e o faz de tal forma que a verdade do Evangelho e sua própria integridade estejam claras. Por outro lado, nós nos tornamos uma igreja muito pragmática; temos uma sede pelo tamanho, quando o maior é visto como o melhor.

Nós também temos semeado um culto à personalidade humana e ao presente século e não ao Senhor Jesus que nos redimiu. Temos visto materiais de indicação à vida ministerial declarando sem rodeios que eles, a congregação ou o ministério, precisam de um “comunicador extraordinário” para ser seu ministro, para “reinar", “para presidir”   sobre o rebanho. Esquecem-se que quem chama alguém para o episcopado é o Senhor Jesus que busca o melhor dentre os que desejam o episcopado. O apóstolo Paulo escreveu que “quem deseja o episcopado, excelente obra deseja”. Muita da nossa filosofia tem de fato se tornado muito mundana e as pessoas, com raras exceções escolhem sempre com os seus olhos e segundo seus interesses e não com o coração diante de Deus.

Uma evidência recente disto está na tranquilidade com que alguns cristãos hoje falam sobre “a qualidade do nosso culto”, ou seja querem impor limites ao Espírito Santo nos cultos. Mas ao contrário de seus antepassados que cultuavam a Deus diuturnamente, eles cultuam somente uma vez no domingo. Muitos pastores sabem que um culto noturno não teria muita presença por todos os tipos de razões que eu acho que não serviriam diante do Deus do universo que é digno de ser louvado e adorado, por toda eternidade. Você já se perguntou sobre o que Ele, Deus, pensa da qualidade dos nossos cultos?

Também é preocupante que estamos vivendo na era em que somos ministrados pelo líder de louvor, do líder dos jovens, da líder das irmãs, do líder dos varões ao invés de todos sermos ministrados pelo Pastor Presidente da Igreja onde congregamos e não pelo pregador convidado para algum evento.

Será que o quê fazemos e sobre o quê falamos, infelizmente e geralmente sobre nós mesmos, têm prioridade sobre Deus falar conosco? Aqui temos que aprender um princípio de autoridade, o cantor canta, os líderes de departamentos, lideram seus departamentos, os pregadores convidados, pregam, mas quem ministra a doutrina é o pastor da igreja ou do ministério.

Novamente vemos a falta da oração e da igreja que ora, como tem feito falta na obra de Deus a igreja que ora. Isto é o mais preocupante na realidade da vida da igreja, por esta razão temos construído templos luxuosos, igrejas aparentemente fortes em sua estrutura física, grandes, bem sucedidas e ativas, porém fracas espiritualmente, com grande relaxamento dos compromissos com Deus e com a doutrina sadia contida nas páginas da Bíblia Sagrada e no exemplo da Igreja dos tempos dos apóstolos. Hoje muitas das igrejas nunca se congregam para orar. Ressalto, nunca. Sempre as reuniões e cultos teem outros objetivos e não o de orar.  

Isso indica que se observarmos com cuidado sobre a vida da igreja, estamos em falta com Deus e com uma comunidade de crentes que às vezes gostariam de orar mais para ter mais comunhão com Deus.

Por outro lado, a marca do verdadeiro espírito apostólico na igreja é que nos entreguemos juntos à oração e à Palavra (Atos 6:4). Não me espanta que “crescia a palavra de Deus, e se multiplicava o número dos discípulos”, (Atos 6:7). Sendo assim, não deveria nos surpreender que enquanto muitas igrejas veem o crescimento, geralmente este crescimento é uma reposição de números, não de conversões. Desejo fortemente que nossas igrejas aprendam a manter as coisas principais no centro, que aprendamos a sermos verdadeiras igrejas, calorosos companheiros de oração, de ensino e ministração do Evangelho, e de amor mútuo genuíno. No final do dia, tal Igreja só precisa ser casa de oração para que visitantes sintam que essa é uma completa e sempre nova realidade para que o perdido pecador seja sempre bem vindo na casa do Senhor.

Tudo isso com muita gratidão e muita oração.

“muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder; nenhuma oração, nenhum poder”.

A igreja do Senhor Jesus precisa orar mais para voltar ao primeiro amor e dar glórias a Deus para ser cheia do poder e da unção do Espírito Santo de Deus.

 Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

segunda-feira, 12 de junho de 2023

A HISTÓRIA BÍBLICA DE ELIMELEQUE

A HISTÓRIA BÍBLICA DE ELIMELEQUE

 

Quem era Elimeleque na história bíblica?

Elimeleque pertencia à família hezronita, que habitava em Efrata de Belém no tempo dos juízes. Não só Elimeleque, mas também seus filhos Malom e Quiliom morreram em Moabe, voltando por isso Noemi e sua nora Rute para Belém, onde esta última casou-se com Boaz, seu parente mais próximo, 'da família de Elimeleque'. (Rute 1.2,3 - 2.1,3 - 4.3,9).

Rute 1.1-5.

1. E sucedeu que, nos dias em que os juízes julgavam, houve uma fome na terra; por isso um homem de Belém de Judá saiu a peregrinar nos campos de Moabe, ele e sua mulher, e seus dois filhos;2. E era o nome deste homem Elimeleque, e o de sua mulher Noemi, e os de seus dois filhos Malom e Quiliom, efrateus, de Belém de Judá; e chegaram aos campos de Moabe, e ficaram ali.3. E morreu Elimeleque, marido de Noemi; e ficou ela com os seus dois filhos.4. Os quais tomaram para si mulheres moabitas; e era o nome de uma Orfa, e o da outra Rute; e ficaram ali quase dez anos.5. E morreram também ambos, Malom e Quiliom, ficando assim a mulher desamparada dos seus dois filhos e de seu marido.

1. O que Elimeleque tentou fazer com a iniciativa de sair com sua família de um lugar difícil para um lugar aparentemente melhor?

2. O que deu errado?

3. Qual é a responsabilidade de um “pai de família”?

4. Até que ponto tenho direito de arriscar a vida da família para alcançar meus objetivos?

5. Quais cuidados percebemos que Elimeleque não tomou?

6. Quais cuidados você tomaria ao levar sua família para uma aventura de trabalho?

Podemos identificar algumas características que se relacionam a Moabe:

1. Moabe era uma fonte ilusória. Em momentos de crise alguns lugares parece “saltar aos nossos olhos” como melhor alternativa. Mas, na sede qualquer água suja parece ser melhor que a falta d’água. A terra de Moabe trouxe águas de morte.

2. Moabe era um atalho para conquistar e aquele momento pareceu a Elimeleque uma grande oportunidade de driblar a escassez e a fome onde ele morava com sua família. Há atalhos que nos fazem cortar caminhos, porém os problemas eram muitos maiores do que os vividos ali.

3. Moabe era fuga para as incertezas, era lugar de grande desafios. Há momentos que, sem perceber, o que buscamos é fugir de desafios, mas não podemos deixar a certeza do que temos de segurança para a família, por outros lugares com tantas incertezas e total insegurança para a família. Uma ilusão de que “fora do nosso campo de atuação” estaremos mais seguros permeia nossos pensamentos e nos sentimos mais seguros fugindo, mas, como no caso de Elimeleque, foi tantas surpresas desagradáveis que o levou à morte bem como dos seus dois filhos que já eram casados. À viúva Noemi sobrou só lamento e tristeza para ela e para suas duas noras.

4. Moabe era cemitério de sonhos. Observe que o lugar que buscava realizar sonhos foi o responsável pela morte deles. “Há caminho ao homem que parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte”. Pv.14.12.

5. Moabe é a terra que chama a atenção dos olhos por sua aparência, mas a realidade era outra. É interessante ver que, Elimeleque se guiou pelo “instinto”. Se guiou pelo que viu. Já vimos isso antes. O servo de Deus deve se guiar pela fé e sob as orientações de Deus  e não pela vista.

Ainda que a proposta seja muito tentadora; Ainda que você esteja sendo pressionado; Ainda que a responsabilidade seja dura; Ainda que o desafio seja grande. Nunca decida sozinho. Ore e peça a Deus a Sua direção através do Espírito Santo para guiar seus passos e suas decisões.

O retorno de Noemi de Moabe para Belém foi muito difícil, porque ela foi para Moabe com seu esposo Elimeleque e com seus dois filhos, agora retorna para Belém viúva e com uma nora que não a abandonou. Ela voltou para o seio de sua família onde poderia ter segurança para sobreviver.

Porque Elimeleque mudou de Belém para Moabe?

 O texto de Rt 1:1 mostra que a história do livro se passa no período históricos do Juízes. Esse período iniciou com a conquista da terra prometida ( cerca de 1400 a.C.) e terminou com o início do período Monárquico (1040 a.C.). O texto de Rt 4:17 mostra que Noemi foi Bisavó de Davi (1040 a 970 a.C.). Analisando as datas, percebemos que a História do livro de Rute se passa próximo do fim do Período dos Juízes, mais especificamente, entre o período que Sansão foi Juiz (1177 a 1157 a.C.; Jz 15:20) e o período que Eli foi Juiz (1157 a 1117 a.C.; 1 Sm 4:18). As tradições judaicas situam a história no início do período de Sansão como Juiz em Israel.

Embora o texto não faça menção a nenhum Juiz especificamente, Rt 4:17 deixa claro que a distância da história de Davi para a história de Noemi é de apenas duas gerações (Obede e Jessé). Se usarmos um pouco de lógica, um pouco de matemática básica e as informações que o livro dos juízes nos fornecem, sobre o tempo de ministério dos Juízes de Israel, chegamos à conclusão de que, de fato, a história de Rute se passou entre os ministérios de Sansão e Eli no intervalo de 1177 a 1117 a.C., aproximadamente.

Todas as datas citadas são baseadas nas datas chaves expostas por Samuel Schultz nos capítulos 6 e 7 de sua Obra “A história de Israel no Antigo Testamento”.  

Nesse período (1177 a 1117 a.C.), a ameaça dos filisteus foi terrível (Jz 13:1; 1 Sm 4). Devemos entender que o reino dos filisteus fazia divisa com o oeste de Judá. Já Moabe, lugar para onde Elimeleque migrou com sua família, fazia fronteira com o leste de Judá; ou seja, Elimeleque se afasta do Oeste, onde havia forte ameaça de invasão filistéia, e vai para o lado oposto, a leste, para as terras de Moabe, se afastando do perigo.      

A fome apontada no livro de Rute (Rt 1:1), com certeza, ocorreu devido a opressão dos filisteus que forçou os filhos de Judá a se afastarem das regiões fronteiriças a oeste. A morte precoce de Sansão (1157 a.C.) deve ter acelerado a invasão dos Filisteus a tribo de Judá conforme vemos em 1 Sm 4. Então, a decisão de Elimeleque em migrar para Moabe não foi uma decisão tão precipitada; com certeza, foi uma escolha que também visava proteger sua família da ameaça dos filisteus que vinha do Oeste, ao mesmo tempo que buscava fugir da escassez de alimentos (Rt 1.1) causada pela tomada dos filisteus da planície entre as tribos de Dã, Benjamim e Judá, que deveria ter sido protegida por Sansão (Jz 14.25), e havia ficado desprotegida.

Logo, afirmar que Elimeleque fez uma escolha precipitada, ou que lhe faltou fé para esperar no Senhor, ou mesmo que ele tomou a decisão mais fácil e racional, ao invés de esperar em Deus, é uma conclusão simplista diante de uma análise Bíblica mais acurada. Pior que uma decisão mal tomada é uma indecisão. Quando os filisteus invadiram a região central de Israel (conforme 1 Sm 4), um pouco acima da cidade de Belém, encontraram uma resistência liderada pelos Juízes Samuel e Eli (1 Sm 4:1). Essa resistência fracassou miseravelmente (1 Sm 4:10), pois o Senhor queria despertar seu povo (1 Sm 7:3-6), ao mesmo tempo que estava trazendo juízo sobre a casa de Eli (1 Sm 2:27-36) e confirmando o ministério de Samuel como Juíz. (1 Sm 7:7-15).

A morte de Sansão e a derrota estrondosa de Israel sob o comando do sacerdote Juiz Eli, que culminou com o sequestro da arca do Senhor (1 Sm 4:11), assustaria qualquer morador de Belém de Judá, cidade bem próxima aos eventos. Não deve ter sido diferente com Elimeleque. É provável que a grande vitória que Deus concedeu a Israel, através do Ministério de Samuel, como narrado em 1 Sm 7:7-15, que culminou com a expulsão dos filisteus do território de Israel, pode ter ensejado a volta de Noemi e sua nora Rute para Belém de Judá, pois Rt 1:6 afirma que havia chegado até Moabe notícias que o Senhor havia visitado seu povo. Isso deve ter ocorrido por volta de 1107 a.C.

O socorro de Deus para uma mulher viúva que além de perder seu marido perdeu também seus dois filhos. Noemi foi terrivelmente amargurada mas as bênçãos de Deus alcançaram a sua posteridade. A Graça de Deus foi estendida a uma viúva Amargurada.

O apóstolo Paulo escreveu em Romanos 8.28: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. O restante do livro de Rute se concentra no modo como Deus visitou a Noemi, tratando-a com doçura e bondade, a despeito da sua amargura dirigida contra ele.

Rute 1.6 introduz o conceito de que o Senhor “se lembra” do seu povo: “Então, se dispôs ela com as suas noras e voltou da terra de Moabe, porquanto, nesta, ouviu que o SENHOR se lembrara do seu povo, dando-lhe pão”. Literalmente, o texto fala de uma visitação do Senhor em benefício do povo de Israel. É interessante que a graça do Senhor se manifesta em meio a uma época turbulenta e a um povo obstinado e rebelde. Esta nota introduz a expectativa de que, apesar de a situação de Noemi ser de extrema dificuldade, Deus estava agindo, intervindo em seu beneficio e de seu povo, dando seguimento ao seu plano de redenção.

A amargurada Noemi, após seu retorno para Belém, começa a provar das doces manifestações da graça do Senhor. Primeiro, através do suprimento das suas necessidades. O capítulo 2 tem início com a narrativa da ida de Rute aos campos de Boaz: “Ela se foi, chegou ao campo e apanhava após os segadores; por casualidade entrou na parte que pertencia a Boaz, o qual era da família de Elimeleque” (v. 3). Nada acontece por casualidade num mundo governado por Deus. A forma como as palavras aparecem no hebraico sugerem a existência de “algum plano subjacente ao acidental”. A intenção do autor é criar exatamente a impressão oposta. Ele deseja que o leitor perceba a mão invisível de Deus agindo providencialmente, guiando todos os passos de Rute. Deus guiou, conduziu cada passo de Rute ao campo de Boaz. Alguém disse que, “a mão de Deus está nos bastidores, guiando as vidas de Rute e Noemi, porque Ele gosta de cuidar daqueles que fazem dEle o seu refúgio”.

Isso mostra como a graça de Deus foi estendida também a Noemi, por ter ela sido participante de tudo o que Rute colheu ali: “Esteve ela apanhando naquele campo até à tarde; debulhou o que apanhara, e foi quase um efa de cevada. Tomou-o e veio à cidade; e viu sua sogra o que havia apanhado; também o que lhe sobejara depois de fartar-se tirou e deu a sua sogra” (2.17-18). Noemi começa, então, a reconhecer a boa mão de Deus naquele acontecimento: “Então, Noemi disse a sua nora: Bendito seja ele do SENHOR, que ainda não tem deixado a sua benevolência nem para com os vivos nem para com os mortos” (v. 20).

Segundo, no resgate da propriedade do seu falecido marido. Na continuação do versículo 20 do capítulo 2 aparece a figura do parente-resgatador: “…Disse-lhe mais Noemi: Esse homem é nosso parente chegado e um dentre nossos resgatadores”. Um go’el ou um resgatador era um parente próximo que possuía certas obrigações para com os membros do seu clã. No caso, Boaz era parente de Elimeleque (2.3). A lei do resgate aparece em Levítico 25.47-49: “Quando o estrangeiro ou peregrino que está contigo se tornar rico, e teu irmão junto dele empobrecer e vender-se ao estrangeiro, ou peregrino que está contigo, ou a alguém da família do estrangeiro, depois de haver-se vendido, haverá ainda resgate para ele; um de seus irmãos poderá resgatá-lo: seu tio ou primo o resgatará; ou um dos seus, parente da sua família, o resgatará; ou, se lograr meios, se resgatará a si mesmo”. O resgatador tinha o papel de comprar de volta a propriedade de algum parente, que a vendeu por falta de recursos. Ao comprar a terra de volta, o resgatador a restituía ao seu dono original: “Ao restaurar a terra a seu dono original, o go’el mantinha a herança do clã intacta”. Foi exatamente isso que Boaz fez. Ele comprou de volta, ou seja, resgatou a terra que pertencera a Elimeleque antes da sua ida para a terra de Moabe (4.1-9).

De que maneira a graça estendida sobre Noemi pode ser percebida? De acordo com Levítico 25.23, a terra e as propriedades nela, em última análise, pertenciam ao Senhor, não às famílias de Israel: “Aqueles que pertencem a Deus são, de fato, seus inquilinos, em vez de proprietários absolutos de suas propriedades e bens”. As famílias de Israel receberam a sua porção de terra quando entraram na terra de Canaã. Deus concedeu a cada tribo uma parte da terra. Ele deu. De graça. Pela graça. Isto posto, Deus se mostra gracioso para com Noemi, ao agir de forma providencial levantando Boaz para resgatar a terra com que ele, o Senhor, em sua graça, outrora abençoou Elimeleque e toda a sua família. A terra uma vez recebida pela graça, retorna também pela graça. Assim, a mulher que até pouco tempo não possuía nenhuma perspectiva de sustento é graciosamente sustentada pelo Senhor do Pacto.

Terceiro e último, a graça também se manifesta na suscitação de descendência. O resgatador também tinha a obrigação de casar com a viúva de um parente falecido, a fim de cuidar dela e de suscitar a sua descendência: “Se irmãos morarem juntos, e um deles morrer sem filhos, então, a mulher do que morreu não se casará com outro estranho, fora da família; seu cunhado a tomará, e a receberá por mulher, e exercerá para com ela a obrigação de cunhado. O primogênito que ela lhe der será sucessor do nome do seu irmão falecido, para que o nome deste não se apague em Israel” (Deuteronômio 25.5-6; Gênesis 38). Rute fora casada com Malom (4.10). Quiliom, seu cunhado também era morto. O resgatador mais próximo que Boaz não pôde casar com Rute e, assim, resgatá-la (4.6). Assim, Boaz cumpriu a lei do levirato, casando-se com Rute e suscitando a descendência de Malom, filho de Noemi: “Assim, tomou Boaz a Rute, e ela passou a ser sua mulher; coabitou com ela, e o SENHOR lhe concedeu que concebesse, e teve um filho”. (4.13).

A criança concebida por Rute foi considerada pelas vizinhas de Noemi como seu filho (4.17). Foram as vizinhas que ouviram a amarga resposta dela, em 1.20-21. Agora, com o nascimento daquela criança, elas oferecem uma alegre e feliz réplica ao lamento de Noemi. Diz Ulrich: “As mulheres de Belém, que anteriormente haviam encontrado uma Noemi derrotada e desanimada em retorno de Moabe, não puderam conter o louvor dela pelo nascimento do primeiro filho de Rute.

Imagine uma mulher viúva, sem filhos, completamente desamparada, sem perspectiva de sustento e, ainda por cima, com profundas raízes de amargura em seu coração. Imagine também que sua amargura não é dirigida a qualquer pessoa. Antes, é dirigida a Deus. Providencialmente, essa mulher tem a sua sorte transformada. Tem a propriedade do seu falecido marido resgatada, obtém o sustento das suas necessidades e, além disso, recupera a sua descendência através do nascimento de um neto. Isto é graça! Os nomes do seu esposo e de seu filho não seriam apagados de Israel

A graça se mostra mais fulgurante quando, na conclusão do livro, é dito que aquela criança não era uma criança qualquer. Tratava-se daquele que seria o avô do grande rei Davi (4.17). Os dias anárquicos e sombrios dos juízes não seriam a realidade última. Deus estava agindo. Ele estava trabalhando, através de todos os acontecimentos, na vida do seu povo. Começava a despontar no horizonte a época áurea quando Israel seria governada por alguém segundo o coração de Deus. Mais ainda, o nascimento de Obede apontava para o nascimento futuro do grande descendente de Davi. Uma mulher viúva e já sem os seus filhos seria a avó de alguém que pertenceria à linhagem do Messias.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.