segunda-feira, 3 de julho de 2023

OS VALENTES DE DAVI E A GUERRA QUE ELE PERDEU PARA SI MESMO

OS VALENTES DE DAVI E A GUERRA QUE ELE PERDEU PARA SI MESMO.

 

Os valentes de Davi com a graça de Deus ajudaram o rei Davi a ganhar todas as guerras, porém a única guerra que ele perdeu foi para si mesmo.

Quem foi Davi.

Davi foi um guerreiro, profeta e rei do povo de Israel. Reinou durante quarenta anos, entre 1006 e 966 a. C., e conseguiu lançar as bases para a formação de um verdadeiro Estado hebraico. Na juventude, na guerra contra os filisteus, matou o gigante Golias.

Davi nasceu em Belém, na Judeia, provavelmente em 1040 a. C. Era o oitavo filho de Jessé, o belemita, descendente do povo hebreu que se estabeleceu na região da antiga Palestina, às margens do rio Jordão. As principais informações sobre Davi são provenientes da Bíblia, dos livros 1° e 2° de Samuel, que tratam dos acontecimentos que se situam entre os anos 1040 e 971 a. C.

Depois da morte de Golias, o rei Saul nomeou Davi como chefe dos homens de guerra. Ele era estimado por toda a tropa e também pelos ministros de Saul. A inveja tomou conta de Saul, que por várias vezes tentou matar Davi, embora este tivesse sido prometido à sua filha Mical e fosse amigo de seu filho Jônatas.

Sem ter outra saída, Davi refugiou-se na terra dos filisteus levando duas mulheres: Aquinoam e Abigail. Na batalha de Gilboa, Saul perde a vida juntamente com seu filho Jônatas. (cerca de 1010 a. C.).

O Reinado de Davi.

Com a morte do rei Saul, Davi retornou a Judá para sua tribo de origem quando foi proclamado rei de Israel.

Ao mesmo tempo, as tribos remanescentes elegeram rei o outro filho de Saul, Isbaal. Na guerra que se seguiu, Isbaal foi morto e Davi tornou-se rei de Israel.

Para coroar de louros sua vitória, Davi resolveu conquistar a fortaleza de Jerusalém situada na montanha central do país e há séculos no poder dos jebuseus. No ano 1 000 a. C. Davi apossou-se de Jerusalém e a transformou na capital de seu reino e para lá transferiu a Arca da Aliança.

Davi conquistou também as últimas cidades cananeias e submeteu parte da Síria e os reinos vizinhos de Hebrom, Amom e Hamat. Sua esfera de influência estendia-se da região do Egito até o Eufrates conseguindo lançar as bases para a formação de um verdadeiro Estado hebraico.

Deus tinha posto uma marca em todos os homens de Israel chamada de circuncisão. Davi chamou o gigante de incircunciso.

A circunsição era a patente de Deus sobre os homens Israelitas. Deus tinha uma aliança com Israel. Golias não era circuncidado. Golias era filisteu. Davi tinha um pacto com Deus. Um incircunciso jamais poderia prevalecer sobre alguém que tem pacto com Deus.

Acreditando nas promessas do Deus para com Israel, Davi não desconversou, ele estava ali para lutar, Lutar limpo em nome do Senhor dos exércitos.

A história nos conta que Davi venceu Golias, enquanto esse ainda se aquecia, se adiantando, tacando uma pedra na cabeça do filisteu. E de um modo sobrenatural a pedra foi certeira. Com uma pedrada daquelas o certo seria cair pra trás e não pra frente e foi justamente o que aconteceu, o gigante Golias caiu para frente.

Com uma pedra encravada na testa do herói da nação oponente, lhe restavam ainda mais quatro pedras no alforje.

Então o que se conclui é que o menino de boa aparência, ruivo, simpático, pastor de ovelhas, com uma funda e cinco pedras no surrão ou alforje, não estava ali para matar um gigante, ele estava ali para matar os cinco gigantes se fosse preciso.

 Você que tem Jesus como Senhor e salvador da sua vida e é nascido de novo, tem um pacto com Deus. Os gigantes da maldade e inimigos de Deus podem se levantar a cada dia, mas o invencível Leão da tribo de Judá mora dentro de você, Ele é o Senhor Jesus.

É interessante pensar que quando os gigantes aparecem, é mais fácil pensar que seremos vencidos por causa das suas armaduras blindadas do que pensar que nosso Deus é o Deus forte na guerra em favor do seu povo. Para cada gigante que se levanta contra os servos de Deus, Ele tem vencido a batalha por nós e para a igreja.

Deus tem algo extraordinário para a situação difícil de cada um de nós. Busquemos em oração a pedra que vai matar o gigante. Você não vai precisar passar por ninguém, nem puxar o tapete de ninguém também. Deus é quem faz isso por nós, Ele nos garante a vitória.

Os valentes de Davi e a única guerra que ele perdeu para si mesmo.

Inicialmente parece que os valentes de Davi formavam um grupo de trinta homens, (2 Samuel 23:13). Mas as listas que nomeiam os valentes de Davi fornecem números superiores a trinta nomes, (2 Samuel 23:8-39; 1Crônicas 11:10-47). A lista de 2 Samuel, por exemplo, fala de um total de 37 homens.

O texto de 2Sm 23.8-12 nos fala de Davi como um grande líder.

Davi foi um grande conquistador, para isso, precisou formar um exército de valentes. Grandes homens formavam esse exército, mas, para nos ensinar (Rm 15.4), o Senhor fez questão de registrar nas Escrituras o nome de três deles, destacando os seus feitos. Por que estes eram especiais?

A Bíblia destaca os três maiores valentes de Davi. O que eles fizeram e o que tais realizações podem representar em nossos dias.
1) Josebe-Bassebete. Sua característica principal era a de ser muito habilidoso. 2Sm.23.8.

O primeiro mencionado foi Josebe-Bassebete, este agitou sua lança contra 800 homens e os feriu de uma só vez. Lança tem a ver com ataque. Atacou com habilidade, razão de seu sucesso. Estamos precisando de estratégia e devemos ser homens valentes que agem com habilidade na conquista das almas. O Senhor diz: “O menor virá a ser mil, e o mínimo, uma nação forte; eu, o SENHOR, a seu tempo farei isso prontamente”. (Is 60.22).

2) Eleazar. Sua característica principal era a de ser perseverante. 2Sm23.9.

O segundo foi Eleazar, era muito valente e perseverante, e em uma batalha lutou contra os filisteus até a sua mão ficar grudada a espada. Não soltava de forma alguma a espada da mão. Hoje os valentes de Deus não abrem mão da Bíblia, e a usam sempre (Ef 6.17). Isto fala de intimidade com Deus, moldando-se à Sua Palavra (2Tm 3.16,17). Seja um valente Deus e parta para o ataque. A Bíblia é a única arma com a qual você ataca um morto e ao acertá-lo torna-lhe vivo.

3) Sama ou Samá. Sua principal característica era a de ser fiel ao rei Davi, ou seja, ele era o mais fiel de todos. 2Sm.23.11,12.

O terceiro valente de Davi era Sama ou Samá.  O povo de Deus plantava, cultivava, cuidava do rebanho, e, de repente, vinham os filisteus e os afugentavam. Mas, Sama colocou-se no meio de um campo cheio de lentilhas, enquanto Israel fugia dos filisteus, ele feriu sozinho a todos os inimigos. Por causa dele o Senhor realizou grande vitória naquele dia. (Pv.21.31). Este valente defendeu o que pertencia ao seu Rei. Não abandonou o campo de batalha. Hoje o Senhor precisa de homens fieis, que não se intimidam com a pressão do inimigo. E que se posicionem a favor do que é do Senhor. Maior é o que está em nós do que o que está no mundo. (1Jo 4.4).

Outra lista de trinta e sete valentes que Davi teve. 2Sm 23.8-17.

8 Estes são os nomes dos valentes que Davi teve: Josebe-Bassebete, filho de Taquemoni, o principal dos capitães; este era Adino, o eznita, que se opusera a oitocentos e os feriu de uma vez. 

9 E, depois dele, Eleazar, filho de Dodô, filho de Aoí, entre os três valentes que estavam com Davi, quando provocaram os filisteus que ali se ajuntaram à peleja e quando de Israel os homens subiram, 

10 este se levantou e feriu os filisteus, até lhe cansar a mão e ficar a mão pegada à espada; e, naquele dia, o Senhor operou um grande livramento; e o povo voltou atrás dele somente a tomar o despojo. 

11 E, depois dele, Sama, filho de Agé, o hararita, quando os filisteus se ajuntaram numa multidão, onde havia um pedaço de terra cheio de lentilhas, e o povo fugira de diante dos filisteus. 

12 Este, pois, se pôs no meio daquele pedaço de terra, e o defendeu, e feriu os filisteus; e o Senhor operou um grande livramento.

13 Também três dos trinta cabeças desceram e vieram no tempo da sega a Davi, à caverna de Adulão; e a multidão dos filisteus acampara no vale dos Refains. 

14 Davi estava, então, num lugar forte, e a guarnição dos filisteus estava em Belém. 

15 E teve Davi desejo e disse: Quem me dera beber da água da cisterna de Belém que está junto à porta! 

16 Então, aqueles três valentes romperam pelo arraial dos filisteus, e tiraram água da cisterna de Belém que está junto à porta, e a tomaram, e a trouxeram a Davi; porém ele não a quis beber, mas derramou-a perante o Senhor. 

17 E disse: Guarda-me, ó Senhor, de que tal faça; beberia eu o sangue dos homens que foram a risco da sua vida? De maneira que não a quis beber. Isso fizeram aqueles três valentes.

O Rei Davi tinha em seu exército cerca de quarenta homens especiais, desses quarenta, trinta eram muito especiais, e três desses trinta era muito mais que especiais. Ser especial é bom, ser muito especial, melhor ainda e ser muito mais especial é excelente. Mas quem eram esses especiais? O principal dos três era Josebe-Bassebete, ele agitou sua lança contra 800 homens e os feriu de uma só vez. O segundo era Eleazar, este era valente, e em uma batalha lutou contra os filisteus até sua mão ficar grudada na espada. O terceiro era Sama ou Samá, ele certa vez, se colocou no meio de um terreno cheio de lentilhas quando Israel fugia dos filisteus e feriu sozinho a todos eles. Por causa dele o Senhor realizou grande vitória naquele dia.

Ainda podemos destacar algumas virtudes a mais sobre os trinta muito especiais?

Também entre eles houve três que, perto do tempo da colheita, desceram para ficar com Davi na caverna de Adulão. Essa caverna era a fortaleza de Davi, onde ele se protegia dos inimigos, mas uma tropa de filisteus se acampou no vale do Gigante, bem próximo dali. Um dia, Davi sentiu vontade de beber água do poço que ficava perto do portão de Belém. Esses três valentes partiram pelo acampamento dos filisteus e tiraram água do poço junto à porta da cidade de Belém e levou para Davi, sem ter medo do inimigo.

Observaram como o exército do rei Davi era cheio de homens que se destacavam? Porém, somente três deles conseguiram ser especiais. Sabe por quê? Por quê se esforçaram muito mais. Assim também acontece conosco. Para sermos especiais precisamos colocar toda nossa fé em ação e lutar em favor do crescimento do reino de Deus enquanto é tempo.

Hoje, o Espírito Santo de Deus está procurando homens com a mesma fé dos três valentes especiais de Davi para instalar o Seu Reino no coração dos humildes e sinceros, que se encontram presos nas garras dos filisteus (Satanás). Não basta apenas ir a Igreja, é preciso se esforçar para fazer a vontade de Deus e ser o melhor em tudo, ser especial. “Porque, quanto ao Senhor, Seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-Se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dEle. 2Crônicas 16.9.

Quantas batalhas O rei Davi perdeu?

Davi envolveu-se em 8 grandes  guerras num período de 20 anos para consolidar seu reino. Ele se tornou o Rei com as maiores conquistas de Israel, mas perdeu uma única batalha e esta foi para si mesmo por falta de domínio próprio, não vigiou e caiu no laço do adultério com Bate-Seba. É certo que, do Fruto do Espírito descrito por Paulo em Gálatas 5:22-23, o domínio próprio seja um dos mais necessários, principalmente para os líderes.

O reinado de Davi foi marcado por suas guerras. Depois de mais de 300 anos de anarquia e 40 anos do reinado de Saul, um rei egoísta e fraco, Israel enfrentava ameaças em todas as suas fronteiras. Caiu para Davi a responsabilidade de conduzir os soldados de Israel em uma série de batalhas para estabelecer a segurança da nação.

Encontramos registros das guerras de Davi em vários capítulos de 2 Samuel. O capítulo 8 descreve uma série de batalhas contra nações vizinhas. Os capítulos 10 e 12 apresentam mais detalhes de conflitos com os Amonitas e os Siros, também conhecidos como arameus. Os capítulos 21 e 23 destacam os feitos de alguns dos principais guerreiros do período. Davi foi um homem de guerra, encarregado com a segurança nacional do povo de Israel.

O Salmo 20 pode ser visto como um hino nacional, preparado para a adoração em Jerusalém. O povo entoa esse cântico em apoio ao rei que sai à guerra contra os inimigos de Israel.

Os primeiros cinco versos revelam uma atitude importante por parte desse rei. O povo não apenas deseja o sucesso dele no campo de batalha, mas os sujeitos reconhecem a profunda espiritualidade do rei e desejam que Deus conceda o que ele tem pedido.

“O SENHOR te responda no dia da tribulação; o nome do Deus de Jacó te eleve em segurança. Do seu santuário te envie socorro e desde Sião te sustenha. Lembre-se de todas as tuas ofertas de manjares e aceite os teus holocaustos. Conceda-te segundo o teu coração e realize todos os teus desígnios.

Celebraremos com júbilo a tua vitória e em nome do nosso Deus hastearemos pendões; satisfaça o SENHOR a todos os teus votos”. (versos 1 a 5).

Israel não apenas fez súplicas ao favor do seu rei, como também pediu que Deus atendesse às orações que o próprio rei já havia feito. A dedicação desse rei a Deus é vista nas várias maneiras que ele oferecia serviço ao Senhor. Ele fazia ofertas, holocaustos e votos, demonstrando sua dependência exclusivamente de Deus.

Efetivamente, esses primeiros cinco versos do Salmo servem como uma forte declaração de “Amém” (que assim seja) do povo, ao ouvir as súplicas do seu rei.

Não vivemos hoje em uma teocracia, uma nação governada por leis reveladas diretamente por Deus, como foi o caso de Israel antigo. Todas as nações, porém, ainda estão sujeitas ao domínio de Deus, (Daniel 4:32; Romanos 13:1). Como seria diferente se os poderosos governantes reconhecessem sua subordinação a Deus e dessem exemplos de humilde dependência do Criador do universo.

Homens arrogantes e autossuficientes são derrubados. Os humildes servos do Senhor, são e serão exaltados.

O versículo 6 parece ser a resposta de uma pessoa, diferente dos versos anteriores e posteriores que apresentam os apelos e conclusões do povo usando pronomes e verbos no plural. Esse verso pode ser a reação do próprio rei, vendo como Deus respondeu às suas orações e às da nação. “Agora, sei que o SENHOR salva o seu ungido; ele lhe responderá do seu santo céu com a vitoriosa força de sua destra”. (verso 6).

O povo fala de novo nos últimos versos do Salmo, usando expressões que merecem destaque:

“Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus. Eles se encurvam e caem; nós, porém, nos levantamos e nos mantemos de pé.

Ó SENHOR, dá vitória ao rei; responde-nos, quando clamarmos”. (versos 7 a 9).

Carros, cavalos e cavaleiros bem treinados davam grandes vantagens nas guerras da época, mas o povo de Deus aprendeu a confiar no Senhor, e não na força de homens mortais e suas invenções.

Como o rei Davi prefigurou Jesus, vale a pena voltar e ler esse Salmo novamente pensando em Cristo. Seu povo deseja sua vitória. Ele mostrou sua dedicação ao Pai em orações, súplicas, serviço e sacrifício. E ele foi vitorioso e foi exaltado para reinar sobre todos. Deus responde às orações dos fiéis.

Como era antes da queda o relacionamento de Deus com Davi ou de Davi com Deus?

O fato de haver Deus tomado a Davi em ligação tão íntima com Ele, e de ter para com ele, Davi, manifestado tão grande favor dever-lhe-ia ter sido o mais forte incentivo para conservar irrepreensível o seu caráter.

Mas o que então aconteceu com Davi para pecar?
Mas quando, em sua comodidade e segurança, perdeu seu apego a Deus, Davi rendeu-se a Satanás, e trouxe sobre sua alma a mancha do adultério e do crime, após mandar matar Urias. Ele, o chefe da nação indicado por Deus, escolhido por Deus para executar Sua lei, ele próprio pisou os seus preceitos. Aquele que deveria ter sido um terror aos malfeitores, pelo seu próprio ato lhes fortaleceu as mãos.

Diante dos perigos anteriores desta queda o que Davi fazia?

Entre os perigos da primeira parte de sua vida, Davi, consciente de sua integridade, podia confiar o seu caso a Deus. A mão do Senhor o havia conduzido com segurança através das inúmeras ciladas que tinham sido postas para seus pés.

Diante do seu pecado como Davi reagiu?

Agora culpado e não arrependido, não suplicava mais o auxílio e a direção de Deus, mas procurava desvencilhar-se dos perigos em que o pecado o envolvera.

Em que pecado Davi havia se envolvido e cometido e qual deveria ser o seu castigo?

Bate-Seba, cuja beleza fatal se havia mostrado como uma cilada ao rei, era a esposa de Urias, o heteu, um dos mais corajosos e fiéis oficiais de Davi. Ninguém poderia prever qual seria o resultado se o crime fosse conhecido. A lei de Deus declarava réu de morte o adúltero; e o soldado de espírito orgulhoso, tão vergonhosamente ofendido, poderia vingar-se tirando a vida do rei, ou provocando a nação à revolta.

O que Davi tentou fazer com o seu pecado Todo o esforço que Davi fez para esconder seu crime se mostrou inútil. Ele havia se entregado ao poder de Satanás; o perigo o rodeava; a desonra, mais amarga do que a morte, estava diante dele. Não havia senão um meio para escapar, e, em seu desespero, apressou-se a acrescentar o assassínio ao adultério. Aquele que tinha tramado a destruição de Saul, procurava levar Davi também à ruína.  Embora as tentações fossem diversas, levavam semelhantemente à transgressão da lei de Deus. Davi raciocinou que, se Urias fosse morto pela mão de inimigos na batalha, a culpa de sua morte não poderia ser atribuída ao rei; Bate-Seba estaria livre para ser a esposa de Davi, as suspeitas poderiam ser removidas, e mantida seria a honra real.

O que Davi fez com Urias?

Urias foi feito portador de sua própria ordem de morte. Uma carta enviada pela sua mão a Joabe, da parte do rei Davi, ordenava: "Ponde Urias na frente da maior força da peleja, e retirai-vos de detrás dele, para que seja ferido e morra”. 2Sm.11:15. Joabe, já manchado com o crime de um afrontoso assassínio, não hesitou em obedecer às instruções do rei, e Urias tombou pela espada dos filhos de Amom.  

Entre os valentes de Davi havia também oficiais estrangeiros. Um exemplo disso é o nome de Urias, o heteu. Esse Urias foi o mesmo que era casado com Bate-Seba e que foi vítima do grande pecado de Davi. (2Samuel 11).

Como foi o governo de Davi antes e depois da Queda?

Até ali o registro de Davi como governante fora tal como poucos reis já o tiveram. Está escrito a respeito dele que "julgava e fazia justiça a todo o seu povo".  2Sm. 8:15. Sua integridade conquistara a confiança e lealdade da nação. Mas, afastando-se ele de Deus, e entregando-se ao maligno, tornou-se durante aquele tempo agente de Satanás; contudo, ainda mantinha a posição e autoridade que Deus lhe dera, e por causa disto, exigiu obediência que poria em perigo a alma daquele que a ela se rendesse. E Joabe, cuja fidelidade fora protestada ao rei em vez de a Deus, transgrediu a lei de Deus porque o rei o ordenara.  

Para que Deus havia dado a Davi o poder de exercer a posição de Rei?

O poder de Davi fora a ele dado por Deus, mas para ser exercido apenas de acordo com a lei divina. Ordenando ele o que era contrário à lei de Deus, tornava-se pecado obedecer. "As potestades que foram ordenadas por Deus", (Rom. 13:1), mas não devemos obedecer-lhes contrariamente à lei de Deus. O apóstolo Paulo, escrevendo aos Coríntios, expõe o princípio pelo qual devemos ser governados. Diz ele: "Sede meus imitadores, como também eu de Cristo”. 1Cor.11:1.

Como foi dada a ordem de dar o relatório da guerra ao Rei?

Um relatório sobre a execução de sua ordem foi enviado a Davi, mas tão cuidadosamente enunciado que não comprometia nem Joabe nem ao rei. Joabe "deu ordem ao mensageiro, dizendo: Acabando tu de contar ao rei todo o sucesso desta peleja, e sucedendo que o rei se encolerize então dirás: Também morreu teu servo Urias, o heteu. E foi o mensageiro, e entrou, e fez saber a Davi tudo, para que Joabe o enviara".  


Qual foi a resposta do Rei Davi?
A resposta do rei foi: "Assim dirás a Joabe: Não te pareça isto mal aos teus olhos; pois a espada tanto consome este como aquele; esforça a tua peleja contra a cidade, e a derrota. Esforça-o tu assim”.

Como Bate-Seba reagiu diante da morte de seu marido?

Bate-Seba observou os dias usuais de lamentação por seu marido; e, no seu final, "enviou Davi, e a recolheu em sua casa, e lhe foi por mulher”.  2Sm. 11:19-27.  

Aquele, cuja delicada consciência e elevado senso de honra não lhe permitiram, mesmo em perigo de vida, entender sua mão contra o ungido do Senhor, caíra de tal maneira que pôde afrontar e assassinar um de seus soldados mais fiéis e valentes, e desfrutar, sem ser incomodado, a recompensa de seu pecado.

Quais as vantagens que satanás mostra aos homens?
Desde o princípio Satanás pintou aos homens as vantagens a serem ganhas pela transgressão. Assim ele seduziu os anjos. Assim tentou Adão e Eva a pecar. E assim está ainda a afastar multidões da obediência a Deus. A senda da transgressão faz-se com que pareça desejável; "mas o fim deles são os caminhos da morte". Prov. 14:12. Felizes aqueles que, tendo-se arriscado a ir por este caminho, aprendem quão amargos são os frutos do pecado, e voltam em tempo.

E o que Deus fez com Davi? Deus, em Sua infinita misericórdia, não deixou que Davi fosse atraído à ruína total pela sedutoras recompensas do pecado. Por amor de Israel também, houve necessidade da intervenção de Deus.

E quais foram as consequências em Israel pela transgressão de Davi? Passando-se o tempo, o pecado de Davi para com Bate-Seba se tornou conhecido, e despertou a suspeita de que ele projetara a morte de Urias. O Senhor foi desonrado. Ele tinha favorecido e exaltado a Davi, e o pecado deste representou falsamente o caráter de Deus, lançando ignomínia ao Seu nome. Tendia a abaixar a norma da piedade em Israel, e diminuir em muitos espíritos a aversão pelo pecado; ao mesmo tempo, os que não amavam nem temiam a Deus se tornaram por meio daquele pecado audazes na transgressão.

Como Deus interveio nesta situação? Ao profeta Natã foi ordenado levar uma mensagem de reprovação a Davi. Era uma mensagem terrível pela sua severidade. A poucos soberanos tal censura poderia ser feita, a não ser com o preço de morte certa a quem a fizesse. Natã transmitiu resolutamente a sentença divina, e, contudo, com tal sabedoria do alto, que captou a simpatia do rei, despertou-lhe a consciência e arrancou-lhe dos lábios a sentença de morte sobre si. Apelando para Davi como o guarda divinamente designado dos direitos de seu povo, o profeta referiu a história da falta e opressão que exigiam desagravo.

Como foi que Natã convenceu o rei de que ele havia cometido pecado? Disse Natã ao rei Davi: "Havia numa cidade dois homens", disse ele, "um rico e outro pobre. O rico tinha muitíssimas ovelhas e vacas; mas o pobre não tinha coisa nenhuma, senão uma pequena cordeira que comprara e criara; e ela tinha crescido com ele e com seus filhos igualmente; do seu bocado comia, e do seu copo bebia, e dormia em seu regaço, e a tinha como filha. E, vindo ao homem rico um viajante, deixou este de tomar das suas ovelhas e das suas vacas para guisar para o viajante que viera a ele, e tomou a cordeira do homem pobre, e a preparou para o homem que viera a ele”.

Qual foi a reação do rei Davi diante da história de Natã?

Despertou-se a ira do rei, e ele exclamou: "Vive o Senhor que digno de morte é o homem que fez isso. E pela cordeira tornará a dar o quadruplicado, porque fez tal coisa, e porque não se compadeceu”. 2Sm. 12:5 e 6.

Natã revela quem era o homem da história? E qual foi a maldição que Davi recebeu?
Natã fixou os olhos no rei; então, levantando sua destra para o céu, declarou solenemente. "Tu és esse homem." "Por que, pois", continuou ele, "desprezaste a palavra do Senhor, fazendo o mal diante de Seus olhos?" Os criminosos podem, como fizera Davi, tentar esconder dos homens o seu crime; podem procurar sepultar a má ação, para sempre, longe das vistas ou do conhecimento humano; mas "todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquEle com quem temos de tratar". Hb. 4:13. "Nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se”. Mt. 10:26.

Natã declarou: "Assim diz o Senhor Deus de Israel: Eu te ungi sobre Israel, e Eu te livrei das mãos de Saul. Por que, pois, desprezaste a palavra do Senhor, fazendo o mal diante de Seus olhos? A Urias, o heteu, feriste à espada, e a sua mulher tomaste por tua mulher; e a ele mataste com a espada dos filhos de Amom. Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa. Eis que suscitarei da tua mesma casa o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres perante os teus olhos, e as darei a teu próximo. Porque tu o fizeste em oculto, mas Eu farei este negócio perante todo o Israel e perante o Sol”. Sm.12:7-12.

Davi se arrependeu do seu pecado? A censura do profeta tocou o coração de Davi; despertou-lhe a consciência; seu crime apareceu em toda a sua enormidade. Sua alma curvou-se arrependida diante de Deus. Com lábios trêmulos ele disse: "Pequei contra o Senhor." Todo o mal, feito a outrem, reflete do ofendido para Deus.

Qual foi o castigo de Davi? Davi cometera um grave pecado, tanto para com Urias como para com Bate-Seba, e intensamente o sentia o mal que fez contra aquele casal. Mas muito maior era o seu pecado contra Deus.

Posto que não se encontrasse ninguém em Israel para executar a sentença de morte sobre o ungido do Senhor, Davi estremecia com o receio de que, estando em falta e não perdoado, fosse ele suprimido pelo rápido juízo de Deus. Mas foi-lhe enviada a mensagem pelo profeta: "Também o Senhor traspassou o teu pecado; não morrerás." Todavia a justiça deveria ser mantida. A sentença de morte foi transferida de Davi à criança de seu pecado. Assim ao rei foi dada oportunidade para o arrependimento, conquanto para ele o sofrimento e morte da criança, como parte de seu castigo, foram muito mais amargos do que poderia ter sido sua própria morte. Disse o profeta: "Porquanto com este feito deste lugar sobremaneira a que os inimigos do Senhor blasfemem, também o filho que te nasceu certamente morrerá”. 2Sm. 12:13 e 14, Deus executará justiça em sua própria casa. Seu mau exemplo exerceu influência sobre seus filhos, e Deus não interviria para impedir o resultado. Ele permitiria que as coisas tomassem seu curso natural, e assim Davi foi severamente castigado.

Durante um ano inteiro após sua queda, Davi viveu em aparente segurança; não havia prova externa do desagrado de Deus. Mas a sentença divina pairava sobre ele.

Rapidamente e certamente aproximava-se um dia de juízo e condenação, o qual nenhum arrependimento poderia desviar da angústia e vergonha que entenebreceriam toda a sua vida terrestre.

O pecado de Davi serve como desculpa para pecar? Aqueles que, apontando para o exemplo de Davi, procuram diminuir a culpa de seus próprios pecados, deveriam aprender do registro bíblico que duro é o caminho da transgressão.

Embora, semelhantes a Davi, se desviem de sua má conduta, achar-se-á que os resultados do pecado, mesmo nesta vida, são amargos e duros para se suportarem.

Qual era o propósito de Deus com a história de Davi? Era intuito de Deus que a história da queda de Davi servisse como advertência de que mesmo os que Ele abençoou e favoreceu grandemente não se devem sentir livres de perigo, e negligenciar a vigilância e a oração. Deus não dá para ninguém a licença para pecar. E isso tem feito esta história àqueles que humildemente têm procurado aprender a lição que Deus tencionava dar. De geração em geração, milhares têm sido levados a compenetrar-se do perigo que correm em virtude do poder do tentador. A queda de Davi, que foi tão grandemente honrado pelo Senhor, despertou neles desconfiança do próprio eu sentiram que apenas Deus os poderia guardar pelo Seu poder, mediante a fé, sabendo que nEle estavam sua força e segurança, recearam dar o primeiro passo no terreno de Satanás.

O que Davi sentia após o pecado? Mesmo antes que a sentença divina fosse pronunciada contra Davi, começara ele a colher o fruto da transgressão. Sua consciência estava inquieta, a aflição de espírito que então suportava é apresentada no Salmo trinta e dois. Diz ele:

"Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada e cujo pecado é coberto.

Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa maldade e em cujo espírito não há engano.

Enquanto eu me calei, envelheceram os meus ossos, pelo meu bramido em todo o dia.
Porque de dia e de noite a Tua mão pesava sobre mim; O meu humor se tornou em sequidão de estio”. Sl. 32:1-4.

Como Davi expressou o seu arrependimento? O Salmo cinquenta e um é uma expressão do arrependimento de Davi, quando lhe veio de Deus a mensagem de reprovação: "Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a Tua benignidade; Apaga as minhas transgressões segundo a multidão das Tuas misericórdias. Lava-me completamente da minha iniquidade, purifica-me do meu pecado.
Porque eu conheço as minhas transgressões,
E o meu pecado está sempre diante de mim.

Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; Lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve. Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que gozem os ossos que Tu quebraste.

Esconde a Tua face dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniquidades. Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto. Não me lances fora da Tua presença e não retires de mim o Teu Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da Tua salvação e sustém-me com um espírito voluntário.

Então ensinarei aos transgressores os Teus caminhos e os pecadores a Ti se converterão. Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua louvará altamente a Tua Justiça”. Sl.51:1-14.

Davi escondeu o seu pecado?

Vejamos o que aconteceu, em um cântico sagrado que havia de ser entoado nas assembleias públicas de seu povo, na presença da corte, sacerdotes e juízes, príncipes e homens de guerra e que conservaria até a última geração o conhecimento de sua queda, relatou o rei de Israel o seu pecado, o seu arrependimento e sua esperança de perdão pela misericórdia de Deus. Em vez de se esforçar por ocultar seu crime, desejou que outros pudessem instruir-se pela triste história de sua queda.

Como foi o arrependimento de Davi? O arrependimento de Davi foi sincero e profundo. Não houve esforço para atenuar seu delito. Nenhum desejo de escapar dos juízos de Deus que eram fortes mas inspirou sua oração de arrependimento. Viu, porém, a enormidade de sua transgressão contra Deus; viu a contaminação de sua alma; repugnou-lhe seu pecado. Não era unicamente pelo perdão que ele orava, mas pela pureza de coração.

Qual era a esperança de Davi? Davi não abandonou a luta em desespero. Nas promessas de Deus aos pecadores arrependidos, via a prova de seu perdão e aceitação. "Porque Te não comprazes em sacrifícios, senão eu os daria; Tu não Te deleitas em holocaustos. Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; A um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus”. Sl. 51:16,17.

Qual foi o refrigério de Davi? Embora Davi tivesse caído, ele se humilhou diante de Deus e o Senhor o levantou. Estava agora em mais completa harmonia com Deus e simpatia para com seus semelhantes, do que antes de cair. No júbilo de seu livramento, cantou: "Confessei-Te o meu pecado, e a minha maldade não encobri; Dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; Tu perdoaste a maldade do meu pecado. Tu és o lugar em que me escondo; Tu me preservas da angústia; Tu me cinges de alegres cantos de livramento”. Sl. 32:5-7.

Qual foi a grande diferença entre Davi e Saul. Muitos têm murmurado a respeito daquilo que chamam injustiça de Deus ao poupar Davi, cujo crime foi tão grande, após haver Ele rejeitado a Saul pelo que lhes parece ser pecados muito menos flagrantes. Mas Davi humilhou-se e confessou seu pecado, ao passo que Saul desprezou a reprovação, e endureceu o coração na impenitência.

Quais as lições que podemos tirar da história de Davi? Quando uma pessoa está numa posição de autoridade como: pais, patrões, governadores, chefes de empresa ou de estado, seja qual for a posição, não deve abusar desta posição para fazer o errado e achar que está correto, achando que tem o direito devido ao cargo elevado.

Davi tinha perdido "a moral" diante de seus filhos, esposas e familiares. Como agora Davi repreenderia seus filhos se seu pecado ficava patente aos olhos daquela gente? E o pior ainda, perdeu a comunhão e a intimidade com Deus.

Thiago em sua epístola universal nos alerta: “Pais, encarecidamente, vos rogo: "Assim falai, e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade”. Tiago 2:12. Tenha uma vida racional diante de Deus e da família. Pense nas consequências dos seus erros antes de agir. “Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus que é é o culto racional. Romanos 12:1.

Que seus atos não sejam por impulsos ou pela emoção do coração, mas pela razão, com uma finalidade boa, construtiva e não destrutiva, tanto para sua vida, como para sua família, como pela igreja, pela sociedade, pela verdade e por Deus que deve ser o maior motivo racional de nossas ações.

Pensando no real motivo de suas ações, evitarás os erros tanto pequenos como grande, suas terríveis consequências e os transtornos indesejáveis como Davi e muitos que passam amargas lutas hoje em dia. Se os povos pensassem nas consequências de suas ações o mundo não estaria tão ruim e degradado como está hoje.

 Portanto, pensar nas consequências de suas próprias ações e evitar os erros, a destruição e tudo que seja ruim, este sim é um culto racional para Deus. Afastem-se de toda forma de mal. 1Tessalonicenses 5:22. Odeiem o mal, amem o bem; Am 5:15.

Qual outra lição que podemos tirar desta história de Davi? Vemos que quando se comete um pecado ele não vem sozinho, ele vem numa sequência de erros.

Quando um homem trai uma mulher e tem este costume, vejam que ele chega tarde em casa e diz que era reunião de negócios ou serviço na empresa, sempre anda muito ocupado, sem dar muita atenção à sua esposa e desculpando o tempo todo suas saídas, mas não conta a verdade para ela.

Davi olhou Bate-Seba, já teve pensamentos degradantes, mandou buscá-la e desrespeitou uma mulher casada e seu marido, deitou-se com ela e engravidou-a.

Davi quis enganar Urias, maquinou o mal contra Urias e ainda mandou matar Urias.

Veja que cada erro cometido é seguido de um outro erro, porque quando se deseja esconder o pecado, por trás dele vem os enganos, as mentiras, as desculpas, a irritabilidade, as brigas e as separações.

Portanto, cortar o mal pela raiz é a melhor solução. O reconhecimento, a confissão e o abandono do pecado, nos trará menos consequências desastrosas porque desativaremos a corrente de efeito dominó desencadeadas pelas sequencias de ações erradas, assim o pecador impede de sofrer outras consequências.

Caso contrário se não houver confissão e abandono, o pecador sente que a vida não tem alegria e ele sente que a vida fica realmente imprestável de ser vivida e também já está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não dá bom fruto, corta-se e lança-se no fogo. Lc. 3:9.

Portanto, genuinamente, Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar todos os pecados e nos purificar de qualquer injustiça. 1João.1:9.

Qual é a outra grande lição que podemos aprender da história de Davi? Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis. Lm.3:22.

Este período da história de Davi está repleto de significação para o pecador arrependido. É uma das ilustrações mais flagrantes que nos são dadas das lutas e tentações da humanidade, do arrependimento genuíno para com Deus e da fé em nosso Senhor Jesus Cristo. Durante todos os séculos, tem-se mostrado uma fonte de animação às almas que, tendo caído em pecado, achavam-se a lutar sob o fardo de sua culpa. Milhares de filhos de Deus, quando traídos pelo pecado e prontos a entregar-se ao desespero, têm-se lembrado como o arrependimento e confissão sincera de Davi foram aceitos por Deus, não obstante sofrer ele pela sua transgressão; e estes também se revestiram de coragem para arrepender-se, e procurar novamente andar no caminho dos mandamentos de Deus.

Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona encontra misericórdia. Pv.28:13.

Quem quer que, sob a reprovação de Deus, humilhe a alma com confissão e arrependimento como fez Davi, pode estar certo de que há esperança para ele. Quem quer que com fé aceite as promessas de Deus, encontrará perdão. O Senhor nunca lançará fora uma alma verdadeiramente arrependida. Ele fez esta promessa: "Apodere-se da Minha força, e faça paz comigo; sim, que faça paz comigo”. Is. 27:5.

"Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que Se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar”. Is.55:7.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

segunda-feira, 26 de junho de 2023

A TENDÊNCIA DA CARNE É PARA O PECADO

A TENDÊNCIA DA CARNE É PARA O PECADO.

 

Porventura quando o Senhor vier achará fé na terra? Lucas 18.8.

Aquele que perseverar até o fim, este será salvo. Mateus 24.13.

Como estará o mundo quando Jesus voltar?   Mateus 24.9-14.

9. Então, vos hão de entregar para serdes atormentados e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome.

 10. Nesse tempo, muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão.

11. E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos.

12. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará.

13. Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.

14. E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim.

A tendência da carne é para o pecado e o pendor da carne é inimizade contra Deus.

“Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz”. (Rm. 8:5-6).

“Inclinar-se”, aqui, é usado no sentido de agir “de acordo com” (grego kata) alguma coisa. Cogitar significa fixar a mente em alguma coisa. Um grupo de pessoas deixa que sua mente siga os desejos naturais da carne; o outro deixa que a sua mente seja orientada nas coisas do Espírito Santo para seguir as Suas ordens. Porque a mente determina as ações, os dois grupos vivem e agem diferentemente em direções opostas.

“Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus”. (Rm. 8:7-8).

“Ter a mente fixa em cumprir os desejos da carne, na realidade, é colocar-se em inimizade contra Deus. Alguém que tem a mente assim não tem interesse de fazer a vontade de Deus. Pode até estar em rebelião contra Ele, desconsiderando abertamente Sua lei”.

“Paulo deseja enfatizar especialmente isto, que separados de Cristo, é impossível guardar a lei de Deus. Novamente, Paulo volta a este tema, não importa quanto o indivíduo tente, separado de Cristo, ele não pode obedecer à lei”.

“O propósito especial de Paulo era persuadir os judeus de que eles precisavam de algo mais que sua Torah (lei). Por sua conduta, eles mostravam que, apesar de ter a revelação divina, eram culpados dos mesmos pecados dos quais os gentios eram culpados (Rm 2). A lição de tudo isso era que eles precisavam do Messias. Sem Ele, os gentios seriam escravos do pecado, incapazes de escapar de seu domínio”. A carne é escravizada pelo pecado e sua tendência é fazer a vontade  da carne.

Gálatas 5.19-21 nos fala sobre as obras as carne e o fruto do Espírito.

Vejamos quais são as obras da carne.

Inimizades (20), é uma palavra comum para descrever a separação entre inimigos. É a mesma palavra que Paulo usou em outro lugar para falar da separação de Deus (Romanos 8:7), ou a divisão entre os judeus e os gentios que foi removida pelo sacrifício de Cristo (Efésios 2:14-16). Os cristãos têm que amar seus inimigos, e não podem imitar ao ódio do mundo. (Mateus 5:43-48).

Porfias (20), são o comportamento que resulta da atitude de inimizade. Esta palavra descreve debates, disputas e lutas que frequentemente ocorrem quando pessoas estão preocupadas, de modo egoísta, em proteger seus próprios interesses.

Ciúmes (20), é uma palavra que fala do medo de perder alguma coisa, que leva a conflitos com outros e até mesmo a ressentimento e ódio a outras pessoas.

Iras (20), é uma palavra forte que descreve a fúria e o impulso violento contra coisas ou pessoas que nos ofendem. O termo ira é frequentemente visto na tendência de pessoas a reagirem quando se sentem lesadas, ou seja, ficam iradas. Em contraste a isso Paulo disse que não temos que procurar vingança, mas devemos deixar a Deus o exercício da justiça. (Romanos 12:19-21).

Discórdias (20), descrevem as dissensões que resultam de ambições egoístas. É uma palavra política que descreve a campanha partidária pela honra e posição. Tal política não tem lugar entre os servos de Cristo. Paulo disse que a solução para tais conflitos é imitar a atitude altruísta e sacrificial de Cristo. (Filipenses 2:1-8).

Dissensões (20), descrevem as divisões que resultam quando as pessoas satisfazem seus próprios desejos em vez de buscar agradar ao Senhor. Para evitá-las, precisamos basear nossa unidade na palavra de Deus (1 Coríntios 1:10) e no exemplo que Jesus nos deu (João 17:20-23).

Facções (20), são seitas ou partidos. Os primeiros três capítulos de 1 Coríntios mostram que tais seitas não deveriam existir na igreja do Senhor. Não devemos seguir as várias doutrinas humanas que dividem o mundo religioso, mas devemos nos unir a Cristo e com aqueles que o seguem fielmente.

Invejas (21), são similares aos ciúmes. Os ciúmes resultam do temor de perder algo que alguém já tem; as invejas são o ódio e o ressentimento que uma pessoa sente quando outros prosperam.

Pecados que demonstram a grande falta de domínio ou mais precisamente autodomínio.

Bebedices (21), ou embriaguez, é um problema que tem afligido as sociedades desde os tempos antigos. O abuso do álcool, com todos os seus feios resultados de mortes desnecessárias, lares desfeitos, esposas e filhos maltratados, etc., continua a ser uma das mais comuns obras da carne. Ela não tem lugar na vida de uma pessoa que está verdadeiramente sob o comando de Deus.

Glutonarias (21), é uma palavra que nos recorda que o excesso, mesmo em coisas que não são inerentemente más, pode ser errado. Não é errado comer, mas comer sem se conter é errado. A pessoa que não pode recusar comida não está mostrando o autodomínio que Deus exige de nós.

E, por fim, coisas semelhantes a estas. Esta não é uma lista completa de todos os pecados possíveis que uma pessoa pode cometer. Paulo está simplesmente dando exemplos para ilustrar a diferença entre a pessoa que é governada pelo Espírito Santo e aquela que é uma escrava das paixões carnais e do mundanismo, escrava do pecado. Ele está nos desafiando a retirar estas coisas de nossas vidas para que possamos viver e andar no Espírito.

O apóstolo Paulo nos explica sobre as consequência de vivermos servindo intensamente a vontade da carne.

Paulo não deixa dúvida em seu comentário final, no versículo 21, "a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais cousas praticam". Há uma ligação inegável entre nossa conduta e nossa salvação eterna. A pessoa que não permite ao Espírito Santo mudar totalmente sua vida e remover tal carnalidade não receberá o prêmio de um lar eterno com Deus. Devemos ser transformados de dentro para fora para melhor servirmos à Deus. (Romanos 12:1-2).

Somos salvos é pela graça de Deus e não por nossos próprios méritos. A graça de Jesus é o único meio de salvação. Efésios 2.1-11.

A salvação inclui a libertação da morte, da escravidão do pecado e da ira vindoura, bem como nos dá o privilégio de desfrutar de todas as bênçãos gratuitamente concedidas por Jesus porque Ele “nos amou”, (2.4c), “nos deu vida”, (2.5b), “nos ressuscitou”, (2.6a) e “nos fez assentar nos lugares celestiais”, (2.6b). A salvação, portanto, é o livramento do poder da maldição do pecado e da morte, bem como a restituição do homem à comunhão com Deus, (Hb 2.15). A salvação é estudada de modo sistemático sob três estágios fundamentais, a saber: a justificação, a santificação e a glorificação. A justificação é a libertação da punição, ou do castigo merecido pelo pecado.

A doutrina da justificação ensina, em termos gerais, que o pecador é justificado, absolvido da punição e da condenação do pecado, unicamente pela fé na graça divina, (Ef 2.8,9). Lutero afirmava que “a doutrina da justificação não é apenas mais uma doutrina; é o artigo fundamental da fé, pelo qual a igreja se firmará ou cairá e do qual depende toda a doutrina cristã”.

A doutrina da santificação é uma “obra progressiva da parte de Deus e do homem que nos torna cada vez mais livres do pecado e semelhantes a Cristo em nossa vida presente”. Esse processo de santificação dura até nossa glorificação final no dia de Cristo.

A doutrina da glorificação é a derradeira etapa de nossa salvação em Cristo Jesus, (Rm 8.30). Trata-se de uma promessa da futura transformação de nosso corpo mortal (Fp 3.21) e ocorrerá quando Cristo voltar. Em síntese, a salvação é-nos oferecida pela graça mediante a fé no sacrifício vicário de Jesus Cristo na cruz do Calvário. No ato da aceitação, o pecador é imediata e simultaneamente salvo e justificado; a partir daí, ele entra no processo de santificação até a sua glorificação. A salvação, portanto, começa com um ato jurídico (justificação), prossegue em processo vitalício de afastar-se do pecado (santificação) e culmina com nosso corpo transformado num corpo incorruptível e imortal e de glória. (glorificação). 

A palavra graça é tradução do termo grego “charis”, que, em sua mais completa definição, significa o “favor imerecido de Deus aos dar-nos o seu Filho”. ( Rm 3.24). O texto enfatiza que “Paulo é incisivo ao afirmar que absolutamente nada é de nossa autoria, nem a salvação, nem a graça, nem mesmo a fé exercida para receber a salvação. Pelo contrário, tudo é um presente de Deus”. É por meio da graça, por exemplo, que Deus ativa o livre-arbítrio e capacita o pecador para que responda com fé ao chamado do Evangelho. (Rm 11.6).

Esse também é o posicionamento bíblico e teológico da Declaração de Fé das Assembleias de Deus, que professa o seguinte: “Não há nada que o homem natural possua ou pratique que lhe faça merecida a graça de Deus; Deus derrama sua graça, sem a qual o homem não pode entender as coisas espirituais, ou seja, foi Deus quem tomou a iniciativa na salvação”. Esse entendimento opõe-se fortemente à afirmação de teólogos hereges de que “é possível que uma pessoa faça alguma coisa em direção à sua salvação sem a ajuda da graça de Deus”. Refutando a esses hereges  e a sua soteriologia, a Bíblia nos l ensina que o livre-arbítrio do homem é incapaz de iniciar qualquer bem verdadeiro e espiritual sem o auxílio da graça divina.

Ele ainda ratificou que “é esta graça que opera na mente, nos sentimentos e na vontade daqueles que amam a Deus; que infunde na mente do ser humano bons pensamentos e faz com que a vontade coloque em ação bons pensamentos. Esta graça inicia a salvação, promovendo-a, aperfeiçoando-a e consumando-a”. Dessa concepção bíblica exposta por Armínio, temos o conceito de “graça preveniente”, também chamada de “graça preventiva”, “graça precedente” e, ainda, “graça preparatória”.

O uso desses termos atrelados ao vocábulo “graça” é apenas para esclarecer que a “graça” é uma ação divina que antecede a conversão. Um comentarista comentando na sua obra sobre o Arminianismo disse que “A mecânica da salvação, faz uma exposição elucidativa: Graça preveniente nada mais é, portanto, do que o amor de Deus em ação; é Deus tomando a iniciativa em relação ao homem caído, e não apenas no sentido de propiciar a sua salvação, mas também no sentido de habilitá-lo a recebê-la e atraí-lo a Ele”. É ela que concede ao ser humano a possibilidade de corresponder livremente com arrependimento e fé quando Deus o atrai a si. É a graça preveniente que possibilita ao homem responder positivamente ao chamado divino.

A graça, todavia, não é “irresistível”. Sim, a graça é uma dádiva muito especial, mas não é uma força irresistível. Nesse sentido afirmam que “todas as pessoas não regeneradas têm liberdade de escolha, e uma capacidade de resistir ao Espírito Santo, de rejeitar a graça oferecida por Deus, ou de desprezar o conselho de Deus contra elas mesmas, de se recusar a aceitar o Evangelho da graça”. Ao sintetizar essa doutrina teólogos afirmam que “nem mesmo um ser onipotente é capaz de fazer aquilo que lhe é contraditório porque Deus não pode exercer a sua graça contra a vontade das pessoas, isso porque Ele decidiu soberanamente que o convite ao evangelho pode ser negado”. A escolha do pecador é livre. Ou ele escolhe ser salvo ou ele rejeita o plano de Deus para sua salvação.

Assim, ao ser auxiliado pela graça, o pecador pode consentir ou rejeitar o chamado divino. A graça, portanto, pode ser resistida e não elimina o livre-arbítrio do ser humano, (Jo 7.17). A fé deve ser considerada como a aceitação da obra realizada por Cristo em nosso favor. Essa fé é a “operação de Deus em nós”, ou seja, é o agir de Deus fazendo-nos voltar para Ele, atraindo-nos para aquilo que nos é oferecido por Ele e, assim, capacitando-nos para receber a Cristo, (Jo 1.12-13). Desse modo, a fé para a salvação é um dom de Deus (At 18.27; Fp 1.29). Essa fé é condicionante para a salvação e conduz o salvo à obediência. Nesse entendimento, a fé antecede a regeneração, e não o contrário, pois não é possível ocorrer regeneração sem fé, embora uma não ocorra sem a outra, (Mc 16.16; Rm 10.9).

A fé, portanto, é um dom gratuito de Deus, Hb.11.1. Ela é a condição para o nascer de novo e assim ser salvo, sendo a nossa resposta à graça de Deus, uma resposta que só é possível pela própria graça. 

As obras como evidência de salvação são compatíveis?

A segunda negação paulina ratifica que a salvação “não vem das obras”, o que indica não se tratar de recompensa de algum ato humano. Nenhuma medida de esforço próprio ou de devoção religiosa pode operar nossa salvação. Nesse sentido devemos considerar que, “As exortações bíblicas para as boas obras foram dadas para que nós pudéssemos ser produtivos, não para que pelas boas obras pudéssemos ter a certeza da nossa salvação”. Essas afirmações excluem qualquer possibilidade de alguém ser salvo por esforço pessoal. Como a salvação é uma realização divina, agora “somos feitura Sua, criados em Cristo para as boas obras” (Ef 2.10). Uma transformação ocorreu em nós e em Cristo somos uma nova criatura, e as coisas velhas já passaram e eis que tudo se fez novo, (2 Co 5.17). Por isso, o apóstolo torna a usar a metáfora do andar com Cristo ou não, e afirma “ noutro tempo, andastes, segundo o curso deste mundo” (Ef 2.2-3), porém, doravante, devemos “andar fazendo boas obras” não como meio para ser salvo, mas como evidência de salvação pessoal. (2.10c).

Busquemos o que é do alto, pois o que é do mundo é passageiro.

Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.

1 João 2:16,17

Quando você diz não ao desejo da carne e diz sim para caminhar em santidade com Jesus Cristo ao seu lado, é liberto da escravidão, das amarras do pecado, dos medos e das angústias. Quando não pensamos em nossos atos, sejam eles pequenos ou grandes, alguém sofrerá as consequências deles.

O jugo da carne leva ao pecado e o pecado leva à morte.  

Carnalidade não é sinônimo de vida abundante. Os que se atiram de corpo e alma aos desejos da carne não irão experimentar a vida plena que Cristo prometeu, quando disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”. (João 10:10).

A carne escraviza, e em lugar nenhum na Bíblia a escravidão é vista como algo bom e doce. O profeta Jeremias, ao escrever o livro de lamentos, retrata o jugo de escravidão que o pecado trouxe ao povo de Israel:

“O jugo das minhas transgressões está atado pela sua mão; elas estão entretecidas, subiram sobre o meu pescoço, e ele abateu a minha força”. Lamentações 1:14.

O jugo que a carne impõe sobre nós é terrível. Ela consome a nossa força e nos torna totalmente miseráveis. Os efeitos são devastadores e sufocantes, tal como uma morte por asfixia, quando falta o ar essencial para a manutenção da vida. Escravos não se sentem à vontade, porque são escravos. Da mesma forma, quando a carne toma as rédeas da nossa vida, nos tornamos seus escravos e então passamos a experimentar toda a miséria que esta escravidão acarreta. A satisfação imediata dos desejos da carne traz um alívio repentino, mas carnalidade debilita nossa alma e nos joga na sarjeta. Ficamos totalmente dependentes dos desejos da carne, propensos a fazer o possível para preencher o vazio dentro de nós. E a vida passa a ter um sabor amargo, a paixão de servir ao Senhor já não nos motiva mais, a mente se torna um depósito de lixo e perversão moral: um triste quadro do cativeiro da carne.

Além disso, a carnalidade em nossa vida tem um enorme poder de nos tornar indiferentes às coisas espirituais. Sutilmente, a carne direciona nosso pensamento para a satisfação de desejos que estão em conflito com a vontade de Deus, e assim, passo a passo, estabelece um padrão de conduta que não prioriza o reino de Deus e a Sua justiça. Quando a indiferença em relação ao reino de Deus se instala em nosso coração, é sinal de que a carne tomou as rédeas e está controlando nosso modo de pensar e agir. Esta apatia espiritual traz grandes prejuízos, que somados à escravidão já estabelecida pela carne, resultam em mal-testemunho e falta de ânimo para trabalhar na obra do Senhor.

Quando a carne toma as rédeas da nossa vida, podemos ter uma certeza absoluta: nunca iremos experimentar a vida que Cristo prometeu, de gozo, paz e plena comunhão com Ele. Carnalidade não se harmoniza com espiritualidade. Uma exclui a outra. Portanto, precisamos decidir quem vai ter as rédeas da nossa vida. Se as entregamos à carne, as consequências serão horríveis. Se as entregamos ao nosso Salvador, Cristo Jesus, teremos vida plena, abundante e feliz, conforme a Sua Palavra nos assegura. Então, sem mais demora, entreguemos hoje e sempre as rédeas do nosso viver nas mãos d’Aquele que sabe como nos conduzir para honra e louvor do Seu Maravilhoso Nome.

O apóstolo Paulo nos ensina como vencer a carnalidade. 1Coríntios 3:1-23.

Paulo tinha  repreendido aos coríntios por seguirem os homens e exaltarem a sabedoria mundana. O capítulo três declara a causa radical desses pecados: a carnalidade.

A carnalidade escraviza o ser humano.

1Corintios (3:1-4, 18-20): Paulo repreendeu os sintomas da espiritualidade infantil dos coríntios: 1. Sua alimentação. Eles não podiam tolerar carne forte (isto é, verdades espirituais profundas), somente leite (isto é, os fundamentos). 2. O ciúme e a discórdia. Os irmãos competem entre si tentando mostrar-se superiores uns dos outros. 3. Sua exaltação de pregadores. Os coríntios tentaram aliar-se com um pregador ou outro, criando partidos rivais. 4. Seu orgulho. Eles pensavam que eram sábios (3:18), cheios de conhecimento (8:2) e espiritualidade (14:37). Egoísmo e presunção cegavam-nos para suas verdadeiras necessidades espirituais.

Ensinamentos corretivos para vencer a carnalidade. 1Corintios  (3:5-9, 21-23). 

Paulo enfatiza a posição inferior dos pregadores. Eles eram meros servidores de Deus, mas é ele quem dá o crescimento e que recompensa os pregadores de acordo com seu trabalho (não de acordo com sua eloqüência ou inteligência). Além do mais, ciúme, rivalidade e jactância sinalizam sentimentos de inferioridade. Mas nenhum cristão precisa provar ou "reivindicar" nada porque Deus nos deu todas as coisas em Cristo.

O crente faz parte do edifício de Deus que é a igreja. 1Coríntios, (3:10-17): A igreja é o edifício de Deus, composto de Cristo como fundação e aqueles que são trazidos a Cristo como materiais de construção (veja Efésios 2:19-22; 1 Pedro 2:5) . Paulo instrui pessoas que fazem três tipos de coisas para o edifício de Deus: lançar a fundação, construir sobre a fundação e destruir o edifício. Àqueles que estão lançando a fundação , ele insiste que Cristo seja o material exclusivo. Desde que a filosofia e a sabedoria mundana são vazias, aqueles que pregam o evangelho precisam pregar aquelas coisas reveladas pelo Senhor. Àqueles que estão construindo sobre a fundação ele encoraja o cuidado. Os construtores trazem vários tipos de pessoas a Cristo. alguns são duráveis ​​como ouro, prata e pedras preciosas; outros são altamente inflamáveis ​​como madeira, feno e palha. No fogo (isto é, no tempo da tribulação e da tentação) a qualidade destes discípulos se manifesta. Alguns construtores encontram suas "obras" (isto é, convertidos) destruídas pelo fogo da aflição. Ainda que grandemente desapontados, esses mesmos construtores serão salvos desde que provavelmente resistiram ao fogo. 

Quatro motivos para pedirmos perdão. A confissão gera perdão. (Sl 32.3-6).

O apóstolo João diz que “se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós” (1Jo 1.8). Isto significa que apesar de estarmos perdoados e do pecado já não mais fazer parte do cotidiano da nossa vida, de momento somos traídos pela velha natureza e somos arrastados à prática de um pecado que gostaríamos ter evitado. Ler Rm 7.15; 1Jo 1.9.

1. A Confissão gera Saúde material e espiritual. Sl 32.3. O peso de uma consciência acusadora por causa de pecados encobertos, não confessados, constitui-se numa das principais causas de doenças psicossomáticas. Davi confessa o envelhecimento precoce de seus ossos, resultante do acobertamento de seus pecados. Noutras pessoas, o complexo de culpa gerado por pecados encobertos, causa problemas renais, hepáticos, psiquiátricos, de medo, insônia, enjôos, etc. Com este ponto de vista corrobora o testemunho de um psiquiatra cristão que disse que se pudesse comunicar perdão aos seus clientes, teria 70% deles curados em menos de 24 horas. Não estamos dizendo que todos os casos de enfermidades têm como sintoma pecado encoberto e por confessar. Concordamos, sim, que o nosso povo poderia gozar de saúde caso descobrisse o poder sanador da confissão. Tg 5.16.

2. A Confissão gera a Alegria de Cristo em nós. (Sl 32.4). Face os seus pecados não confessados, Davi se sentia dia e noite sob a mira do juízo de Deus. Em decorrência disso ele diz: “o meu humor se tornou em sequidão de estio” (Sl 32.4). A pessoa que usufrui do perdão divino é alguém que goza de paz com Deus e consigo mesmo; é uma pessoa bem-humorada. Seu rosto retrata o Novo Testamento. É uma pessoa que tem estima por si mesma e pelos outros. É alguém que pode cantar: “Já se foi, já se foi, já se foi; todo o peso da minha alma já se foi”.

3. A Confissão gera a paz incondicional. (Sl 32.5). Pecado confessado é pecado perdoado, e onde existe perdão, existe paz. Tão logo confessou o seu pecado ao Senhor, Davi pode dizer: “…tu perdoaste a maldade do meu pecado” (Sl 32.5). A tumultuada vida de então, dá lugar a bonança gerada pela certeza do perdão divino. “O que encobre as suas transgressões, nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia” (Pv 28.13).  Perdoados e justificados pela fé temos paz com Deus, (Rm 5.1).

4. A Confissão Requer Diligencia. (Sl 32.6). Apesar da possibilidade do crente vir a cometer pecado (1Jo 2.10, somos instados pelas Escrituras no sentido de não nos acostumarmos no estado de pecado, porque, segundo escreve o salmista, poderá chegar um momento em que Deus, por causa da nossa familiaridade com o pecado não estará disponível a nos perdoar (Sl 32.6; Is 55.6).

Cinco bênçãos decorrentes do perdão. (Sl 32.7-11). Muitas são as bênçãos alcançadas pelo crente, decorrentes do perdão divino. Dentre essas se destacam as seguintes:

1) Abrigo. (Sl 32.7). Perdoado dos seus pecados confessados, disse Davi acerca de Deus, o seu perdoador: “Tu és o lugar em que me escondo; tu me preservas da angústia; tu me cinges de alegres canto de livramento”. Deus promete abrigo seguro, junto ao seu coração, àquele que anda em retidão na sua presença (Sl 24.3,4). Cf  Pv 18.10 com 2Sm 22.3,51).

2) Instrução. (Sl 32.8). Só o homem perdoado pode gozar do privilégio de ser entregue aos cuidados e instruções do Senhor para sua recuperação. Nascido do Espírito, ontem, hoje e sempre o crente perdoado sabe que pode confiar na direção de Deus para com a sua vida. (Jo 3.8).

3. Inteligência. (Sl 32.9). O cavalo e a mula precisam de cabresto para ser puxados; o crente, porém, é conduzido pela voz interior da mente de Cristo que nele habita (1Co 2.13). Ler 1 Jo 2.27.

4. Confiança. (Sl 32.10). É extremamente confortador saber que, numa época quando as instituições seculares estão a fracassar e as promessas humanas a falhar mais e mais, podemos exercer confiança no Deus eterno, pronto a cumprir a sua palavra fielmente. (Jr 1.12; compare com Pv 23.18).

5. Regozijo. (Sl 32.11). A alegria no Senhor, como um estado de alma, chama-se “regozijo” ou “gozo”. É um privilégio exclusivo do homem e da mulher perdoados. É um estado de alma só experimentado por “aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto…” (Sl 32.1). O crente deveria jamais esquecer do imerecido perdão divino. O perdão alcançado em Deus fecha as portas que ficam detrás de nós, enquanto abre de par em par as portas do porvir. (Sl 116.12-14).

Felizmente temos um Deus bondoso, um Pai bondoso e capaz de nos perdoar e nos limpar de nossos pecados quando verdadeiramente arrependidos. Por isso, devemos levar nossos pensamentos a Cristo e não sermos escravos da carne. Deixe-a sobre os pés de Jesus.

Lembre-se que o prazer carnal momentâneo leva à morte, quando não leva à morte física, leva à morte espiritual, emocional, social ou familiar. Então, escolha o domínio próprio, deseje ter uma vida em santidade, volte sua mente ao Espírito Santo e não se deixe dominar pelo pecado que tão de perto nos rodeia.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.