segunda-feira, 26 de junho de 2023

A TENDÊNCIA DA CARNE É PARA O PECADO

A TENDÊNCIA DA CARNE É PARA O PECADO.

 

Porventura quando o Senhor vier achará fé na terra? Lucas 18.8.

Aquele que perseverar até o fim, este será salvo. Mateus 24.13.

Como estará o mundo quando Jesus voltar?   Mateus 24.9-14.

9. Então, vos hão de entregar para serdes atormentados e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome.

 10. Nesse tempo, muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão.

11. E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos.

12. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará.

13. Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.

14. E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim.

A tendência da carne é para o pecado e o pendor da carne é inimizade contra Deus.

“Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz”. (Rm. 8:5-6).

“Inclinar-se”, aqui, é usado no sentido de agir “de acordo com” (grego kata) alguma coisa. Cogitar significa fixar a mente em alguma coisa. Um grupo de pessoas deixa que sua mente siga os desejos naturais da carne; o outro deixa que a sua mente seja orientada nas coisas do Espírito Santo para seguir as Suas ordens. Porque a mente determina as ações, os dois grupos vivem e agem diferentemente em direções opostas.

“Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus”. (Rm. 8:7-8).

“Ter a mente fixa em cumprir os desejos da carne, na realidade, é colocar-se em inimizade contra Deus. Alguém que tem a mente assim não tem interesse de fazer a vontade de Deus. Pode até estar em rebelião contra Ele, desconsiderando abertamente Sua lei”.

“Paulo deseja enfatizar especialmente isto, que separados de Cristo, é impossível guardar a lei de Deus. Novamente, Paulo volta a este tema, não importa quanto o indivíduo tente, separado de Cristo, ele não pode obedecer à lei”.

“O propósito especial de Paulo era persuadir os judeus de que eles precisavam de algo mais que sua Torah (lei). Por sua conduta, eles mostravam que, apesar de ter a revelação divina, eram culpados dos mesmos pecados dos quais os gentios eram culpados (Rm 2). A lição de tudo isso era que eles precisavam do Messias. Sem Ele, os gentios seriam escravos do pecado, incapazes de escapar de seu domínio”. A carne é escravizada pelo pecado e sua tendência é fazer a vontade  da carne.

Gálatas 5.19-21 nos fala sobre as obras as carne e o fruto do Espírito.

Vejamos quais são as obras da carne.

Inimizades (20), é uma palavra comum para descrever a separação entre inimigos. É a mesma palavra que Paulo usou em outro lugar para falar da separação de Deus (Romanos 8:7), ou a divisão entre os judeus e os gentios que foi removida pelo sacrifício de Cristo (Efésios 2:14-16). Os cristãos têm que amar seus inimigos, e não podem imitar ao ódio do mundo. (Mateus 5:43-48).

Porfias (20), são o comportamento que resulta da atitude de inimizade. Esta palavra descreve debates, disputas e lutas que frequentemente ocorrem quando pessoas estão preocupadas, de modo egoísta, em proteger seus próprios interesses.

Ciúmes (20), é uma palavra que fala do medo de perder alguma coisa, que leva a conflitos com outros e até mesmo a ressentimento e ódio a outras pessoas.

Iras (20), é uma palavra forte que descreve a fúria e o impulso violento contra coisas ou pessoas que nos ofendem. O termo ira é frequentemente visto na tendência de pessoas a reagirem quando se sentem lesadas, ou seja, ficam iradas. Em contraste a isso Paulo disse que não temos que procurar vingança, mas devemos deixar a Deus o exercício da justiça. (Romanos 12:19-21).

Discórdias (20), descrevem as dissensões que resultam de ambições egoístas. É uma palavra política que descreve a campanha partidária pela honra e posição. Tal política não tem lugar entre os servos de Cristo. Paulo disse que a solução para tais conflitos é imitar a atitude altruísta e sacrificial de Cristo. (Filipenses 2:1-8).

Dissensões (20), descrevem as divisões que resultam quando as pessoas satisfazem seus próprios desejos em vez de buscar agradar ao Senhor. Para evitá-las, precisamos basear nossa unidade na palavra de Deus (1 Coríntios 1:10) e no exemplo que Jesus nos deu (João 17:20-23).

Facções (20), são seitas ou partidos. Os primeiros três capítulos de 1 Coríntios mostram que tais seitas não deveriam existir na igreja do Senhor. Não devemos seguir as várias doutrinas humanas que dividem o mundo religioso, mas devemos nos unir a Cristo e com aqueles que o seguem fielmente.

Invejas (21), são similares aos ciúmes. Os ciúmes resultam do temor de perder algo que alguém já tem; as invejas são o ódio e o ressentimento que uma pessoa sente quando outros prosperam.

Pecados que demonstram a grande falta de domínio ou mais precisamente autodomínio.

Bebedices (21), ou embriaguez, é um problema que tem afligido as sociedades desde os tempos antigos. O abuso do álcool, com todos os seus feios resultados de mortes desnecessárias, lares desfeitos, esposas e filhos maltratados, etc., continua a ser uma das mais comuns obras da carne. Ela não tem lugar na vida de uma pessoa que está verdadeiramente sob o comando de Deus.

Glutonarias (21), é uma palavra que nos recorda que o excesso, mesmo em coisas que não são inerentemente más, pode ser errado. Não é errado comer, mas comer sem se conter é errado. A pessoa que não pode recusar comida não está mostrando o autodomínio que Deus exige de nós.

E, por fim, coisas semelhantes a estas. Esta não é uma lista completa de todos os pecados possíveis que uma pessoa pode cometer. Paulo está simplesmente dando exemplos para ilustrar a diferença entre a pessoa que é governada pelo Espírito Santo e aquela que é uma escrava das paixões carnais e do mundanismo, escrava do pecado. Ele está nos desafiando a retirar estas coisas de nossas vidas para que possamos viver e andar no Espírito.

O apóstolo Paulo nos explica sobre as consequência de vivermos servindo intensamente a vontade da carne.

Paulo não deixa dúvida em seu comentário final, no versículo 21, "a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais cousas praticam". Há uma ligação inegável entre nossa conduta e nossa salvação eterna. A pessoa que não permite ao Espírito Santo mudar totalmente sua vida e remover tal carnalidade não receberá o prêmio de um lar eterno com Deus. Devemos ser transformados de dentro para fora para melhor servirmos à Deus. (Romanos 12:1-2).

Somos salvos é pela graça de Deus e não por nossos próprios méritos. A graça de Jesus é o único meio de salvação. Efésios 2.1-11.

A salvação inclui a libertação da morte, da escravidão do pecado e da ira vindoura, bem como nos dá o privilégio de desfrutar de todas as bênçãos gratuitamente concedidas por Jesus porque Ele “nos amou”, (2.4c), “nos deu vida”, (2.5b), “nos ressuscitou”, (2.6a) e “nos fez assentar nos lugares celestiais”, (2.6b). A salvação, portanto, é o livramento do poder da maldição do pecado e da morte, bem como a restituição do homem à comunhão com Deus, (Hb 2.15). A salvação é estudada de modo sistemático sob três estágios fundamentais, a saber: a justificação, a santificação e a glorificação. A justificação é a libertação da punição, ou do castigo merecido pelo pecado.

A doutrina da justificação ensina, em termos gerais, que o pecador é justificado, absolvido da punição e da condenação do pecado, unicamente pela fé na graça divina, (Ef 2.8,9). Lutero afirmava que “a doutrina da justificação não é apenas mais uma doutrina; é o artigo fundamental da fé, pelo qual a igreja se firmará ou cairá e do qual depende toda a doutrina cristã”.

A doutrina da santificação é uma “obra progressiva da parte de Deus e do homem que nos torna cada vez mais livres do pecado e semelhantes a Cristo em nossa vida presente”. Esse processo de santificação dura até nossa glorificação final no dia de Cristo.

A doutrina da glorificação é a derradeira etapa de nossa salvação em Cristo Jesus, (Rm 8.30). Trata-se de uma promessa da futura transformação de nosso corpo mortal (Fp 3.21) e ocorrerá quando Cristo voltar. Em síntese, a salvação é-nos oferecida pela graça mediante a fé no sacrifício vicário de Jesus Cristo na cruz do Calvário. No ato da aceitação, o pecador é imediata e simultaneamente salvo e justificado; a partir daí, ele entra no processo de santificação até a sua glorificação. A salvação, portanto, começa com um ato jurídico (justificação), prossegue em processo vitalício de afastar-se do pecado (santificação) e culmina com nosso corpo transformado num corpo incorruptível e imortal e de glória. (glorificação). 

A palavra graça é tradução do termo grego “charis”, que, em sua mais completa definição, significa o “favor imerecido de Deus aos dar-nos o seu Filho”. ( Rm 3.24). O texto enfatiza que “Paulo é incisivo ao afirmar que absolutamente nada é de nossa autoria, nem a salvação, nem a graça, nem mesmo a fé exercida para receber a salvação. Pelo contrário, tudo é um presente de Deus”. É por meio da graça, por exemplo, que Deus ativa o livre-arbítrio e capacita o pecador para que responda com fé ao chamado do Evangelho. (Rm 11.6).

Esse também é o posicionamento bíblico e teológico da Declaração de Fé das Assembleias de Deus, que professa o seguinte: “Não há nada que o homem natural possua ou pratique que lhe faça merecida a graça de Deus; Deus derrama sua graça, sem a qual o homem não pode entender as coisas espirituais, ou seja, foi Deus quem tomou a iniciativa na salvação”. Esse entendimento opõe-se fortemente à afirmação de teólogos hereges de que “é possível que uma pessoa faça alguma coisa em direção à sua salvação sem a ajuda da graça de Deus”. Refutando a esses hereges  e a sua soteriologia, a Bíblia nos l ensina que o livre-arbítrio do homem é incapaz de iniciar qualquer bem verdadeiro e espiritual sem o auxílio da graça divina.

Ele ainda ratificou que “é esta graça que opera na mente, nos sentimentos e na vontade daqueles que amam a Deus; que infunde na mente do ser humano bons pensamentos e faz com que a vontade coloque em ação bons pensamentos. Esta graça inicia a salvação, promovendo-a, aperfeiçoando-a e consumando-a”. Dessa concepção bíblica exposta por Armínio, temos o conceito de “graça preveniente”, também chamada de “graça preventiva”, “graça precedente” e, ainda, “graça preparatória”.

O uso desses termos atrelados ao vocábulo “graça” é apenas para esclarecer que a “graça” é uma ação divina que antecede a conversão. Um comentarista comentando na sua obra sobre o Arminianismo disse que “A mecânica da salvação, faz uma exposição elucidativa: Graça preveniente nada mais é, portanto, do que o amor de Deus em ação; é Deus tomando a iniciativa em relação ao homem caído, e não apenas no sentido de propiciar a sua salvação, mas também no sentido de habilitá-lo a recebê-la e atraí-lo a Ele”. É ela que concede ao ser humano a possibilidade de corresponder livremente com arrependimento e fé quando Deus o atrai a si. É a graça preveniente que possibilita ao homem responder positivamente ao chamado divino.

A graça, todavia, não é “irresistível”. Sim, a graça é uma dádiva muito especial, mas não é uma força irresistível. Nesse sentido afirmam que “todas as pessoas não regeneradas têm liberdade de escolha, e uma capacidade de resistir ao Espírito Santo, de rejeitar a graça oferecida por Deus, ou de desprezar o conselho de Deus contra elas mesmas, de se recusar a aceitar o Evangelho da graça”. Ao sintetizar essa doutrina teólogos afirmam que “nem mesmo um ser onipotente é capaz de fazer aquilo que lhe é contraditório porque Deus não pode exercer a sua graça contra a vontade das pessoas, isso porque Ele decidiu soberanamente que o convite ao evangelho pode ser negado”. A escolha do pecador é livre. Ou ele escolhe ser salvo ou ele rejeita o plano de Deus para sua salvação.

Assim, ao ser auxiliado pela graça, o pecador pode consentir ou rejeitar o chamado divino. A graça, portanto, pode ser resistida e não elimina o livre-arbítrio do ser humano, (Jo 7.17). A fé deve ser considerada como a aceitação da obra realizada por Cristo em nosso favor. Essa fé é a “operação de Deus em nós”, ou seja, é o agir de Deus fazendo-nos voltar para Ele, atraindo-nos para aquilo que nos é oferecido por Ele e, assim, capacitando-nos para receber a Cristo, (Jo 1.12-13). Desse modo, a fé para a salvação é um dom de Deus (At 18.27; Fp 1.29). Essa fé é condicionante para a salvação e conduz o salvo à obediência. Nesse entendimento, a fé antecede a regeneração, e não o contrário, pois não é possível ocorrer regeneração sem fé, embora uma não ocorra sem a outra, (Mc 16.16; Rm 10.9).

A fé, portanto, é um dom gratuito de Deus, Hb.11.1. Ela é a condição para o nascer de novo e assim ser salvo, sendo a nossa resposta à graça de Deus, uma resposta que só é possível pela própria graça. 

As obras como evidência de salvação são compatíveis?

A segunda negação paulina ratifica que a salvação “não vem das obras”, o que indica não se tratar de recompensa de algum ato humano. Nenhuma medida de esforço próprio ou de devoção religiosa pode operar nossa salvação. Nesse sentido devemos considerar que, “As exortações bíblicas para as boas obras foram dadas para que nós pudéssemos ser produtivos, não para que pelas boas obras pudéssemos ter a certeza da nossa salvação”. Essas afirmações excluem qualquer possibilidade de alguém ser salvo por esforço pessoal. Como a salvação é uma realização divina, agora “somos feitura Sua, criados em Cristo para as boas obras” (Ef 2.10). Uma transformação ocorreu em nós e em Cristo somos uma nova criatura, e as coisas velhas já passaram e eis que tudo se fez novo, (2 Co 5.17). Por isso, o apóstolo torna a usar a metáfora do andar com Cristo ou não, e afirma “ noutro tempo, andastes, segundo o curso deste mundo” (Ef 2.2-3), porém, doravante, devemos “andar fazendo boas obras” não como meio para ser salvo, mas como evidência de salvação pessoal. (2.10c).

Busquemos o que é do alto, pois o que é do mundo é passageiro.

Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.

1 João 2:16,17

Quando você diz não ao desejo da carne e diz sim para caminhar em santidade com Jesus Cristo ao seu lado, é liberto da escravidão, das amarras do pecado, dos medos e das angústias. Quando não pensamos em nossos atos, sejam eles pequenos ou grandes, alguém sofrerá as consequências deles.

O jugo da carne leva ao pecado e o pecado leva à morte.  

Carnalidade não é sinônimo de vida abundante. Os que se atiram de corpo e alma aos desejos da carne não irão experimentar a vida plena que Cristo prometeu, quando disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”. (João 10:10).

A carne escraviza, e em lugar nenhum na Bíblia a escravidão é vista como algo bom e doce. O profeta Jeremias, ao escrever o livro de lamentos, retrata o jugo de escravidão que o pecado trouxe ao povo de Israel:

“O jugo das minhas transgressões está atado pela sua mão; elas estão entretecidas, subiram sobre o meu pescoço, e ele abateu a minha força”. Lamentações 1:14.

O jugo que a carne impõe sobre nós é terrível. Ela consome a nossa força e nos torna totalmente miseráveis. Os efeitos são devastadores e sufocantes, tal como uma morte por asfixia, quando falta o ar essencial para a manutenção da vida. Escravos não se sentem à vontade, porque são escravos. Da mesma forma, quando a carne toma as rédeas da nossa vida, nos tornamos seus escravos e então passamos a experimentar toda a miséria que esta escravidão acarreta. A satisfação imediata dos desejos da carne traz um alívio repentino, mas carnalidade debilita nossa alma e nos joga na sarjeta. Ficamos totalmente dependentes dos desejos da carne, propensos a fazer o possível para preencher o vazio dentro de nós. E a vida passa a ter um sabor amargo, a paixão de servir ao Senhor já não nos motiva mais, a mente se torna um depósito de lixo e perversão moral: um triste quadro do cativeiro da carne.

Além disso, a carnalidade em nossa vida tem um enorme poder de nos tornar indiferentes às coisas espirituais. Sutilmente, a carne direciona nosso pensamento para a satisfação de desejos que estão em conflito com a vontade de Deus, e assim, passo a passo, estabelece um padrão de conduta que não prioriza o reino de Deus e a Sua justiça. Quando a indiferença em relação ao reino de Deus se instala em nosso coração, é sinal de que a carne tomou as rédeas e está controlando nosso modo de pensar e agir. Esta apatia espiritual traz grandes prejuízos, que somados à escravidão já estabelecida pela carne, resultam em mal-testemunho e falta de ânimo para trabalhar na obra do Senhor.

Quando a carne toma as rédeas da nossa vida, podemos ter uma certeza absoluta: nunca iremos experimentar a vida que Cristo prometeu, de gozo, paz e plena comunhão com Ele. Carnalidade não se harmoniza com espiritualidade. Uma exclui a outra. Portanto, precisamos decidir quem vai ter as rédeas da nossa vida. Se as entregamos à carne, as consequências serão horríveis. Se as entregamos ao nosso Salvador, Cristo Jesus, teremos vida plena, abundante e feliz, conforme a Sua Palavra nos assegura. Então, sem mais demora, entreguemos hoje e sempre as rédeas do nosso viver nas mãos d’Aquele que sabe como nos conduzir para honra e louvor do Seu Maravilhoso Nome.

O apóstolo Paulo nos ensina como vencer a carnalidade. 1Coríntios 3:1-23.

Paulo tinha  repreendido aos coríntios por seguirem os homens e exaltarem a sabedoria mundana. O capítulo três declara a causa radical desses pecados: a carnalidade.

A carnalidade escraviza o ser humano.

1Corintios (3:1-4, 18-20): Paulo repreendeu os sintomas da espiritualidade infantil dos coríntios: 1. Sua alimentação. Eles não podiam tolerar carne forte (isto é, verdades espirituais profundas), somente leite (isto é, os fundamentos). 2. O ciúme e a discórdia. Os irmãos competem entre si tentando mostrar-se superiores uns dos outros. 3. Sua exaltação de pregadores. Os coríntios tentaram aliar-se com um pregador ou outro, criando partidos rivais. 4. Seu orgulho. Eles pensavam que eram sábios (3:18), cheios de conhecimento (8:2) e espiritualidade (14:37). Egoísmo e presunção cegavam-nos para suas verdadeiras necessidades espirituais.

Ensinamentos corretivos para vencer a carnalidade. 1Corintios  (3:5-9, 21-23). 

Paulo enfatiza a posição inferior dos pregadores. Eles eram meros servidores de Deus, mas é ele quem dá o crescimento e que recompensa os pregadores de acordo com seu trabalho (não de acordo com sua eloqüência ou inteligência). Além do mais, ciúme, rivalidade e jactância sinalizam sentimentos de inferioridade. Mas nenhum cristão precisa provar ou "reivindicar" nada porque Deus nos deu todas as coisas em Cristo.

O crente faz parte do edifício de Deus que é a igreja. 1Coríntios, (3:10-17): A igreja é o edifício de Deus, composto de Cristo como fundação e aqueles que são trazidos a Cristo como materiais de construção (veja Efésios 2:19-22; 1 Pedro 2:5) . Paulo instrui pessoas que fazem três tipos de coisas para o edifício de Deus: lançar a fundação, construir sobre a fundação e destruir o edifício. Àqueles que estão lançando a fundação , ele insiste que Cristo seja o material exclusivo. Desde que a filosofia e a sabedoria mundana são vazias, aqueles que pregam o evangelho precisam pregar aquelas coisas reveladas pelo Senhor. Àqueles que estão construindo sobre a fundação ele encoraja o cuidado. Os construtores trazem vários tipos de pessoas a Cristo. alguns são duráveis ​​como ouro, prata e pedras preciosas; outros são altamente inflamáveis ​​como madeira, feno e palha. No fogo (isto é, no tempo da tribulação e da tentação) a qualidade destes discípulos se manifesta. Alguns construtores encontram suas "obras" (isto é, convertidos) destruídas pelo fogo da aflição. Ainda que grandemente desapontados, esses mesmos construtores serão salvos desde que provavelmente resistiram ao fogo. 

Quatro motivos para pedirmos perdão. A confissão gera perdão. (Sl 32.3-6).

O apóstolo João diz que “se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós” (1Jo 1.8). Isto significa que apesar de estarmos perdoados e do pecado já não mais fazer parte do cotidiano da nossa vida, de momento somos traídos pela velha natureza e somos arrastados à prática de um pecado que gostaríamos ter evitado. Ler Rm 7.15; 1Jo 1.9.

1. A Confissão gera Saúde material e espiritual. Sl 32.3. O peso de uma consciência acusadora por causa de pecados encobertos, não confessados, constitui-se numa das principais causas de doenças psicossomáticas. Davi confessa o envelhecimento precoce de seus ossos, resultante do acobertamento de seus pecados. Noutras pessoas, o complexo de culpa gerado por pecados encobertos, causa problemas renais, hepáticos, psiquiátricos, de medo, insônia, enjôos, etc. Com este ponto de vista corrobora o testemunho de um psiquiatra cristão que disse que se pudesse comunicar perdão aos seus clientes, teria 70% deles curados em menos de 24 horas. Não estamos dizendo que todos os casos de enfermidades têm como sintoma pecado encoberto e por confessar. Concordamos, sim, que o nosso povo poderia gozar de saúde caso descobrisse o poder sanador da confissão. Tg 5.16.

2. A Confissão gera a Alegria de Cristo em nós. (Sl 32.4). Face os seus pecados não confessados, Davi se sentia dia e noite sob a mira do juízo de Deus. Em decorrência disso ele diz: “o meu humor se tornou em sequidão de estio” (Sl 32.4). A pessoa que usufrui do perdão divino é alguém que goza de paz com Deus e consigo mesmo; é uma pessoa bem-humorada. Seu rosto retrata o Novo Testamento. É uma pessoa que tem estima por si mesma e pelos outros. É alguém que pode cantar: “Já se foi, já se foi, já se foi; todo o peso da minha alma já se foi”.

3. A Confissão gera a paz incondicional. (Sl 32.5). Pecado confessado é pecado perdoado, e onde existe perdão, existe paz. Tão logo confessou o seu pecado ao Senhor, Davi pode dizer: “…tu perdoaste a maldade do meu pecado” (Sl 32.5). A tumultuada vida de então, dá lugar a bonança gerada pela certeza do perdão divino. “O que encobre as suas transgressões, nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia” (Pv 28.13).  Perdoados e justificados pela fé temos paz com Deus, (Rm 5.1).

4. A Confissão Requer Diligencia. (Sl 32.6). Apesar da possibilidade do crente vir a cometer pecado (1Jo 2.10, somos instados pelas Escrituras no sentido de não nos acostumarmos no estado de pecado, porque, segundo escreve o salmista, poderá chegar um momento em que Deus, por causa da nossa familiaridade com o pecado não estará disponível a nos perdoar (Sl 32.6; Is 55.6).

Cinco bênçãos decorrentes do perdão. (Sl 32.7-11). Muitas são as bênçãos alcançadas pelo crente, decorrentes do perdão divino. Dentre essas se destacam as seguintes:

1) Abrigo. (Sl 32.7). Perdoado dos seus pecados confessados, disse Davi acerca de Deus, o seu perdoador: “Tu és o lugar em que me escondo; tu me preservas da angústia; tu me cinges de alegres canto de livramento”. Deus promete abrigo seguro, junto ao seu coração, àquele que anda em retidão na sua presença (Sl 24.3,4). Cf  Pv 18.10 com 2Sm 22.3,51).

2) Instrução. (Sl 32.8). Só o homem perdoado pode gozar do privilégio de ser entregue aos cuidados e instruções do Senhor para sua recuperação. Nascido do Espírito, ontem, hoje e sempre o crente perdoado sabe que pode confiar na direção de Deus para com a sua vida. (Jo 3.8).

3. Inteligência. (Sl 32.9). O cavalo e a mula precisam de cabresto para ser puxados; o crente, porém, é conduzido pela voz interior da mente de Cristo que nele habita (1Co 2.13). Ler 1 Jo 2.27.

4. Confiança. (Sl 32.10). É extremamente confortador saber que, numa época quando as instituições seculares estão a fracassar e as promessas humanas a falhar mais e mais, podemos exercer confiança no Deus eterno, pronto a cumprir a sua palavra fielmente. (Jr 1.12; compare com Pv 23.18).

5. Regozijo. (Sl 32.11). A alegria no Senhor, como um estado de alma, chama-se “regozijo” ou “gozo”. É um privilégio exclusivo do homem e da mulher perdoados. É um estado de alma só experimentado por “aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto…” (Sl 32.1). O crente deveria jamais esquecer do imerecido perdão divino. O perdão alcançado em Deus fecha as portas que ficam detrás de nós, enquanto abre de par em par as portas do porvir. (Sl 116.12-14).

Felizmente temos um Deus bondoso, um Pai bondoso e capaz de nos perdoar e nos limpar de nossos pecados quando verdadeiramente arrependidos. Por isso, devemos levar nossos pensamentos a Cristo e não sermos escravos da carne. Deixe-a sobre os pés de Jesus.

Lembre-se que o prazer carnal momentâneo leva à morte, quando não leva à morte física, leva à morte espiritual, emocional, social ou familiar. Então, escolha o domínio próprio, deseje ter uma vida em santidade, volte sua mente ao Espírito Santo e não se deixe dominar pelo pecado que tão de perto nos rodeia.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

 

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