segunda-feira, 14 de setembro de 2020

0S CINCO PRINCIPAIS PILARES DO CRISTIANISMO

0S CINCO PRINCIPAIS PILARES DO CRISTIANISMO


Os cinco principais pilares do cristianismo ou as cinco Solas defendidas por Martinho Lutero. 


O que são os cinco pilares da fé Cristã?


Os Cinco Solas” que, traduzido literalmente, significa “Os Cinco Somentes”, aqueceram os corações dos reformadores do século XVI e foram os pilares da Reforma Protestante. 


No aniversário de 500 anos da Reforma em 2017 a Comunidade Cristã no Brasil e no mundo inteiro reafirmaram e reafirmam a importância desses pilares do cristianismo:


Sola Scriptura (Somente as Escrituras),


Solus Christus (Somente Cristo),


Sola Gratia (Somente a Graça),


Sola Fide (Somente a Fé),


Soli Deo Gloria (Somente a Deus a Glória).


O ponto de partida da reforma religiosa foi o ataque de Martinho Lutero, em 1517, à prática da Igreja católica de vender indulgências. Martinho Lutero era um monge da ordem católica dos agostinianos, nascido em Eisleben, em 1483, na Alemanha. Após os primeiros estudos, Lutero matriculou-se na Universidade de Erfurt, em 1501, onde se graduou em Artes. Após ter passado alguns anos no mosteiro, estudando o pensamento de Santo Agostinho, foi nomeado professor de teologia da Universidade de Wittenberg.


Lutero admirava os escritos e as ideias de John Huss sobre a liberdade cristã e a necessidade de reconduzir o mundo cristão à simplicidade da vida dos primeiros apóstolos. Através de exaustivo estudo, Lutero encontrou respostas para suas dúvidas e, a partir desse momento, começou a defender A doutrina da salvação pela fé. Ele elaborou 95 teses que criticavam duramente a compra de indulgências. Eis algumas delas:


Tese 21 - Estão errados os que pregam as indulgências e afirmam ao próximo que ele será liberto e salvo de todo castigo dos pecados cometidos mediante indulgência do papa.


Tese 36 - Todo cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados e sente pesar por ter pecado tem total perdão dos pecados e consequentemente de suas dívidas, mesmo sem a carta de indulgência.


Tese 43 - Deve-se ensinar aos cristãos que aquele que dá aos pobres ou empresta a quem necessita age melhor do que se comprasse indulgências.


Esses princípios foram considerados uma afronta à Igreja Católica. Em 1521, o monge agostiniano, já declarado herege, foi definitivamente excomungado pela Igreja Católica, refugiando-se na Saxônia. Lutero não tinha a pretensão de dividir o povo católico cristão, mas a repercussão de suas teses foi amplamente difundida; e suas ideias passadas adiante. Através da tradução da Bíblia para o idioma alemão, o número de adeptos às ideias de Lutero aumentou largamente; e, por outro lado, o poder da Igreja diminuiu consideravelmente.


Seus ideais  reformistas religiosos, porém  conservadores, desencadearam revoltas e assumiram dimensões politicas e socioeconômicas que fugiram do seu controle. A revolta social instalou-se e o descontentamento foi geral. Os príncipes tomaram as terras pertencentes à Igreja Católica e os camponeses revoltaram-se, em 1524, contra a exploração da Igreja e dos príncipes. Lutero, que era protegido pelos príncipes, condenou a revolta dos camponeses e do líder protestante radical, Thomaz Munzer. Munzer foi decapitado e um grande número de camponeses revoltados foi massacrado pelos exércitos organizados pelos príncipes locais apoiados por Lutero, que dizia “não há nada mais daninho que um homem revoltado...”.


A preocupação de Lutero em defender as aspirações feudais fez com que sua doutrina fosse considerada uma religião, a religião dos nobres. Esses nobres assumiram cargos importantes na Igreja, que foi chamada de Igreja Luterana. A reforma religiosa de Lutero chegou a outros países, como a Dinamarca, Suécia, Noruega, os quais foram rompendo os laços com a Igreja Católica, fomentando a reorganização das novas doutrinas religiosas.


Resumo histórico dos cinco pilares do cristianismo principalmente quanto a Martinho Lutero, quanto à reforma protestante, quanto à Igreja e outras informações das transformações religiosas do século XVI. 


Lutero foi um dos reformadores da Igreja Católica no século XVI, porém acabou culminando  o nome de reforma protestante. Mas, seu papel é “sui generis” pelo fato de que ele conseguiu fazer com que sua voz chegasse até Roma causando um estardalhaço político por conta de seu alinhamento com a nobreza do Norte da Alemanha que estava fatigada pelo domínio exagerado da Igreja na região. 


Compreendemos que o movimento reformista liderado por Lutero só aconteceu por conta de alguns elementos de sua biografia, sobretudo caracterizada por sua luta pessoal de pacificação na alma, e também pelo seu entorno histórico. O período denominado de “Renascimento” fez com que ressurgisse valores humanistas suficientes para levar a cabo uma série de inquietações intelectuais que, a partir dos mosteiros começou a chegar na casa das pessoas comuns. 


O impacto da Reforma Protestante precisa ser redimensionado como sendo algo que alcançou a mente europeia da época com uma mensagem libertária e emancipadora.


A Reforma Protestante de 1517 e a comemoração dos 500 anos.


O tema é relevante por ocasião das comemorações dos 500 anos da “Reforma Protestante” no ano de 2017. Embora possamos admitir que o marco da Reforma não foi em si o convite ao debate das famosas “95 teses” que Lutero formulou e teria afixado nas portas da igreja do Castelo em Wittenberg em 1517, mas sim a experiência mística que o reformador tivera em seu claustro ao fazer a leitura do texto bíblico de Romanos 1.16,17 (1515) temos de partir de uma data limite para analisar o contexto histórico que favorece que esse evento tivesse desdobramentos tão incríveis para a história da humanidade.


Partimos nossa pesquisa desse tema proposto para lançar alguma luz na literatura de Lutero em seu contexto histórico justamente para tentar entender que esse movimento reformista não foi obra de apenas um homem, mas sim de toda uma aspiração conjuntural por mudanças no sistema religioso de seu tempo, dando destaque obviamente ao segmento dominante na época, o catolicismo romano.


Quando nos lançamos aos estudos tínhamos em mente que um movimento dessa envergadura não poderia ser obra de um homem apenas, por que ninguém, mesmo que reunindo todas as habilidades de retórica e liderança poderia desenvolver elementos tão contundentes de discurso e prática para simplesmente desmoronar um sistema até então monolítico, onde a fé só se mantinha a partir do viés católico, e nada mais diferente do que isso vicejava. É fato que outros homens tentaram ao longo dos tempos passados desafiar a Igreja em suas práticas e doutrinas estranhas ao espírito do cristianismo, mas o fim de todos eles foi a morte e o desterro de suas memórias. Mas, algo acontece no tempo de Lutero que o faz não apenas sobreviver, mas ter a sua voz ainda mais amplificada e suas queixas ouvidas por quem de direito. Além disso tudo, em sua missão de pregador, Lutero em momento algum deixou de ter pessoas debaixo de seu ensino, e de sua influência pastoral.


Logo, tentaremos responder as seguintes questões nesse artigo: Quais aspectos da biografia de Lutero influenciaram para que sua fala reformista se efetivasse? Como era o entorno histórico do século XVI na Europa que fez com que ecoasse os reclamos por uma mudança na mentalidade católica? Como pode ser vista e observada a participação popular nesse processo?


Temos um interesse pessoal nessas respostas, pois entendemos a necessidade de contribuirmos para que mais pessoas tenham acesso às reais intenções da “Reforma Protestante” isso para não ficarem alheias a um processo de mudanças que ainda em nossos dias encontram desdobramentos.


Nossa análise terá como base resultados de estudos em livros de historiadores diversos ligados à fé protestante e outros não, bem como observações pessoais quando percebermos que tais posicionamentos fazem coro àquilo que preza as fontes primárias.


Aproveitamos para destacar a importância de se ater a temas históricos fundamentais: A destruição do passado ou melhor dos mecanismos que vinculam nossa experiência pessoal à das gerações passadas, é um dos fenômenos mais característicos e lúgubres do final do século XX. Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem. Por isso os historiadores, cujo ofício é lembrar o que os outros esquecem, tornam-se mais importantes que nunca no fim do segundo milênio.


Logo, é de fundamental importância pensar a história como sendo uma libertação da ignorância que nos paralisa a um presente sem perspectivas. Quem não analisa o seu presente com os óculos do passado compromete o seu futuro, pois tenta construir seus valores na areia movediça dos sentimentos desprovidos de reflexão racional.


E a “Reforma Protestante” a partir da análise do homem Lutero em seu contexto histórico irá propor um novo entendimento do que vem a ser a expressão de uma fé seguida por milhões em torno do mundo, mas compreendida apenas pelos que não desprezam o olhar historiográfico proposto nesse ensaio.


Como e porque aconteceu a Reforma Protestante.

 

Para entendermos estes fatos cabe aqui um relato o mais profundo possível da biografia de Lutero respeitando elementos que o farão despontar como um dos grandes nomes desse evento icônico na história do cristianismo mundial.


Comecemos com uma análise da biografia de Martinho Lutero. 


Lutero veio de uma estirpe de trabalhadores. Ele nasceu no pequeno vilarejo de Eisleben, Alemanha, em 10 de novembro de 1483. Seu pai, Hans, era um trabalhador nas minas de cobre que eventualmente ganhou alguma riqueza de participação de lucros das minas, fundidores e outras atividades comerciais. Sua mãe era piedosa, porém religiosamente supersticiosa. Lutero foi criado sob as estritas disciplinas da Igreja Católica e foi preparado por seu industrioso pai para ser um advogado bem-sucedido. Para este fim, buscou educação em Eisenach (1498-1501) e então em filosofia na Universidade de Erfurt. Nesta última, recebeu o grau de bacharelato em artes, em 1502, e o grau de mestre em artes, em 1505.


Mesmo convivendo em um ambiente fortemente acadêmico, Lutero agasalhava em sua alma conflitos espirituais extremados.  Era sempre destacada uma fala de Lutero que realçava essa luta que ele possuía em ter uma vida que de fato agradasse a Jesus, e lhe trouxesse o perdão de seus pecados, bem como a cura de sua angústia de alma. Lutero, que viveu dentro deste contexto, descreve-o dizendo: “Nunca era possível fazer penitências suficientes, nem cumprir as santas obras necessárias e por que, apesar de tudo, continuamos aterrorizados com a cólera de Deus, aconselhamos a virarmos para os santos que estão no céu e que se situam como mediadores entre Cristo e nós, ensinam-nos a rezar à amada mãe de Cristo, lembrando-nos que ela dera de mamar a seu filho e que ela poderia muito bem pedir-lhe para moderar sua cólera contra nós e assegurar sua graça”.


A alma de Lutero ansiava por uma libertação de suas amarras existenciais. Ele não vivia em paz consigo mesmo, e algo lhe aconteceu em uma certa tarde que mudou para radicalmente o rumo de sua vida. Contrariando o desejo de seu pai que o queria advogado, ele vai entrar em 1505 para a “Ordem dos Eremitas Agostinianos”. Certa tarde ele se viu assustado em meio a uma grande tempestade numa estrada perto de Erfurt e nessa ocasião ele promete a Santa Ana (padroeira dos mineiros, a profissão de seu pai) de que se fosse poupado, se tornaria monge. Seu pai durante muitos anos interpretou essa experiência de Lutero como uma “tramoia do diabo”. Mas o fato é que temos de dois anos (1507), estava Lutero celebrando a sua primeira missa.


Lutero era um homem das letras e dos estudos e com dedicação se pôs a estudar os textos bíblicos nos seus originais, nas fontes primárias, e logo já estava percebendo o quanto a igreja (clero católico) havia fugido e distanciado dos primeiros ideais divinos. 


Ainda segundo relatos históricos, Lutero então, passou a ensinar os livros da Bíblia no vernáculo e, para fazê-lo melhor, começou a estudar as línguas originais da Bíblia. Aos poucos desenvolveu pesquisas e estudos de que somente na Bíblia podia encontrar a verdadeira autoridade. De 1513 a 1515, deu aula sobre os Salmos; de 1515 a 1517 sobre os Romanos, e, depois, Gálatas e Hebreus. Entre 1512 e 1516, quando preparava suas aulas, encontrou a paz interior que não conseguia nos ritos, nos atos ascéticos ou na famosa teologia germânica dos místicos, por ele publicada em 1516. A leitura do verso 17 do capítulo 01 de Romanos convenceu-o de que somente pela fé em Cristo era possível a alguém tornar-se justo diante de Deus. A partir daí, a doutrina da justificação pela fé e a sola Scriptura, a ideia segundo a qual as Escrituras são a única autoridade para o pecador procurar a salvação, passaram a ser os pontos principais do seu sistema teológico.


Essa “experiência de torre” marcou o início de seu despertamento espiritual para enxergar de que algo em seu entorno não ia bem. Ele era um “homem da igreja”, mas que começa a questionar o quanto essa igreja estava longe dos seu Senhor. A bem da verdade, a despeito desse despertamento epistemológico não houve ainda por parte de Lutero nenhum movimento de distanciamento da igreja, mas apenas uma descoberta do que mais tarde, ele veio a dizer que lhe abriu as portas do paraíso.


Sua grande descoberta embora tivesse lhe trazido uma nova compreensão do evangelho, não lhe fazia protestar de imediato de modo que a igreja entendesse a sua fé. Pelo contrário, Lutero continuou dedicado aos seus labores como mestre e pastor, embora com vislumbres de uma nova teologia. E o que é mais notável é que ele não tinha percebido que sua grande descoberta se oponha a toda o sistema de penitências e, consequentemente, à teologia e às doutrinas comuns de sua época.


Mas não demorou para que Lutero se visse confrontado com doutrinas e práticas pagãs dentro da Igreja Católica. E o episódio da “venda das indulgências” veio para marcar esse início da ruptura de Lutero com a Igreja. Em 1515, sob os auspícios do papa Leão X foram permitidas a comercialização de indulgências (“perdão divino”) para financiar a construção da nova igreja de São Pedro, em Roma. O príncipe Alberto, também arcebispo contratou agentes para transitarem por toda a Europa oferecendo o livramento das almas do purgatório, e a quantia era estipulada de acordo com os ganhos do pagante.


Um dos mais competentes agentes (e justamente o que foi incumbido de propagandear seu “produto” na região onde Lutero era líder religioso) foi João Tetzel, um frade dominicano, que é saudado pela população alemã ao som de sinos e grande alvoroço. Lutero por sua vez, insiste em suas críticas e achava um absurdo o mote usado por Tetzel: “sempre que uma moeda no cofre soa, uma alma do purgatório voa”. Outros comentavam para deixar isso mais explicado: Tetzel e seus subalternos proclamavam que a indulgência que vendiam deixava o pecador “mais limpo do que saíra do batismo”, ou “mais limpo do que Adão antes de cair”, ainda que “a cruz do vendedor de indulgências tinha tanto poder como a cruz de Cristo”, e que no caso de alguém comprar uma indulgência para um parente já morto, “tão pronto a moeda caísse no cofre, a alma saia do purgatório”.


Incomodado com essa propaganda enganosa, uma vez que se estava oferecendo um “produto” que não estava sob o governo humano, mas que provinha do próprio Deus, Lutero sentou-se para elaborar sua contrapartida teórica e, como era costume em seu tempo chamou os mestres de sua região para um debate sobre a genuinidade dessa prática através de suas “95 teses”. Lutero esperava provocar uma discussão serena entre o corpo docente, não uma revolução popular. Mas uma cópia caiu nas mãos de um tipógrafo, o qual viu que as noventa e cinco teses impressas seriam “espalhadas pelas asas dos anjos” por toda a Alemanha e Europa em poucas semanas. Lutero se tornou um herói de um dia para o outro. Com isso, essencialmente, a Reforma nasceu.


Cabe aqui um testemunho de um dos historiadores mais clássicos no que tange à Lutero que registrou o seguinte comentário: Em 1º. De novembro de 1517, ninguém se apresentou para debater com o irmão Martinho. Em poucos dias, porém, as 95 teses, reimpressas, traduzidas em língua alemã, difundidas em todos os círculos, traziam até o monge, para sua imensa surpresa, o eco de uma voz cujo tom e vigor perturbaram-no profundamente. A voz de uma Alemanha inquieta, surdamente palpitante de paixões mal contidas, que esperava apenas um sinal, um homem, para revelar em público seus secretos anseios.


Lutero combatia com violência a prática da venda das indulgências, mas achava que quando e se as suas teses chegassem ao conhecimento do Papa (Leão X) o teor delas seriam compreendidos e algo seria feito para corrigir essa distorção. Mas, não foi isso que aconteceu e, diferentemente de outros escritos de Lutero essas teses foram suficientes para inflamar a ira da elite da Igreja contra os pressupostos dessa critica tão forte às tradições da Igreja. Lutero se viu duramente atacado e só não sucumbiu porque estava sob a proteção de um grande príncipe de sua região, a Saxônia, conhecido como Frederico, o Sábio. Durante todo esse período, Lutero havia contado com a proteção de Frederico, o Sábio, eleitor da Saxônia e, portanto, senhor de Wittenberg. Frederico, não protegia Lutero por estar convencido de suas doutrinas, mas sim porque lhe pareceu que a justiça exigia um julgamento correto. A principal preocupação de Frederico era ser um governante justo e sábio, como seu próprio nome já insinuava,  o sábio. Com esse propósito fundou a universidade de Wittenberg, muitos de cujos professores lhe diziam que Lutero tinha razão, e que se enganavam aqueles que o acusavam de heresia. Pelo menos, enquanto Lutero não fosse condenado oficialmente, Frederico estava disposto a evitar que se cometesse com ele uma injustiça semelhante a que havia acontecido no caso de João Huss.


Em 1520, o papa emitiu uma bula ordenando que Lutero se retratasse em 60 dias ou seria excomungado e banido. E como ninguém conseguia combate-lo por argumentos, tentaram calá-lo com esse libero acusatório. Mas, em contra-ataque Lutero chama o papa de “anticristo” e queima sua cópia da bula com as seguintes palavras: “Pelo fato de vocês confundirem a verdade de Deus, o Senhor hoje confunde vocês. Que sejam lançados ao fogo!”. Com a bula foram queimadas obras de teologia e livros da lei canônica, destruindo em sentido simbólico todo o sistema eclesiástico da igreja romana. Isto posto, Lutero foi convocado para expor seus pensamentos ainda mais uma vez, agora em Worms, e, não obstante não percebendo que era lhe posto uma “cilada”, ele foi raptado por cavaleiros, a mando de Frederico, e abrigado em seu castelo pelos próximos dez meses. Assim foi narrado o ocorrido: Enquanto viajava em regresso à sua cidade, Lutero foi cercado e levado por soldados do eleitor Frederico para o castelo de Wartburg, na Turíngia. Ali permaneceu guardado, em segurança e disfarçado, durante um ano, enquanto as tempestades de guerra e revoltas rugiam no império. Entretanto, durante este tempo, Lutero não permaneceu ocioso; nesse período, traduziu o Novo Testamento para a língua alemã, obra que por si só o teria imortalizado, pois essa versão é considerada o fundamento do idioma alemão escrito. Isso aconteceu no ano de 1521. O Antigo Testamento só foi completado alguns anos mais tarde.


Lutero já tinha acendido fogo em um pavio que iria custar terminar em seu fulgor. Foi sem dúvida, um incendiário de uma verdade que ele defendia com ardor: a fé cristã tinha de se libertar do fantasma do catolicismo medieval. Seu trabalho de cunho religioso atingiu mais do que ele mesmo poderia imaginar, mudou toda uma cultura, e permeou as lutas que fizeram com que a Europa no século XVI encontrasse respostas para muitas das suas inquietações.


O contexto histórico da Europa no século XVI quanto a reforma protestante de Martinho Lutero e outros reformadores. 


Durante a Idade Média, a Igreja Católica tinha o seu poder consolidado, em uma estrutura de poder bem rígida, e com seu poder de influência em praticamente todos os estados europeus. Era um verdadeiro monopólio da fé, onde ela mesmo arrogava para si o título de “única igreja de Cristo”. 


A sociedade medieval era caracterizada pelo poder do rei e sua nobreza, e da igreja e seus sacerdotes, sendo a população a parte excluída de todas as decisões e processos de emancipação social, que praticamente não existiam. 


Pontuaremos algo interessante para ilustrar ainda mais esse ponto: De fato, a Igreja se tornou poderosíssima nesta época, tanto no âmbito ideológico quanto na ótica política e econômica. Para se ter uma ideia, a própria divisão da sociedade da época era baseada na Santíssima Trindade: Clero, Nobreza e Servos. Com o pretexto da obtenção da salvação, a mentalidade do homem passou a ser totalmente embasada pela religião. A grande quantidade de doações monetárias de fiéis e os tributos cobrados pela Igreja fizeram com que a organização passasse a ter um grande poder econômico, levando-a a possuir cerca de um terço de todas as terras cultiváveis da Europa. Com tanto poder, a instituição passou a exercer certo monopólio intelectual, já que a grande maioria da população era analfabeta e, além disso, não tinha acesso às obras escritas.


Tanto poder absoluto fica fácil discernir que houve nesse tempo abusos incontáveis de poder, além de uma violência religiosa ostensiva que ficou conhecida como “Santa Inquisição”, que nada mais era do que uma força policial tutelada pela Igreja em busca (melhor seria, “caça”) aos hereges, isto é, aqueles que pensavam diferente da interpretação oficial da igreja. E com tudo isso, a igreja convivia com um clero corrupto e com uma fama terrível no que tange ao exercício da moral e dos bons costumes. Por isso diziam que “os abusos sempre crescentes, ligados à excessiva centralização romana e às preocupações demasiado temporais do clero, provocaram, por uma espécie de descontentamento, a revolta protestante”.


Fazendo uma análise mais próxima do campo da Filosofia, podemos afirmar que com o desenvolvimento das cidades na Europa meridional e ocidental, bem como com o estabelecimento das estacas do movimento renascentista, onde foi resgatada toda a arte, arquitetura e estrutura de pensamento mais próximos ao classicismo grego, era de se esperar que o pessimismo do sistema Agostiniano fosse substituído por um arcabouço ideológico mais próximo do humanismo secular. O novo sistema de crença cristalizou-se, por fim, durante os séculos XII e XIII, várias obras continham em seu bojo esses detalhes e sua premissa principal era em relação ao chamado “livre arbítrio”, pensamento em que o homem podia escolher entre o bem e o mal, e ele, através do batismo, penitência e a eucaristia poderia assegurar sua paz com Deus, por meio de um perdão de seu pecado original, uma culpa absolvida e a renovação à cada missa dos efeitos redentores do sacrifico de Cristo.


O ataque de Lutero aos abusos clericais também ecoavam uma série de atitudes que já prevaleciam na Europa de fins da Idade Média . Conforme vimos, ele concentrou sua atenção nas deficiências do papado, insistindo na necessidade de se retornar à autoridade das Escrituras e de restabelecer uma Igreja apostólica, mais simples e menos mundana. Essa linha de ataque já era adotada, com veemência pelo menos igual à sua, por um número crescente de pensadores anticlericais da geração imediatamente anterior à Reforma.


Por isso, cabe muito bem terminarmos essa análise de contexto histórico, salientando um trecho de um dos escritos de Lutero sobre a sua opinião do que alguém na posição de papa deveria fazer. Esse trecho faz parte das suas obras selecionadas e coletadas pela Editora Sinodal, que pertence a um dos ramos luteranos no Brasil. Deixemos o próprio Lutero falar acerca dos papas que ao invés de pastorearem o rebanho de Deus e pregarem a Palavra de Deus eram: 


“Nesse ponto, porém, são omissos e converteram-se em senhores seculares; governam com leis que concernem somente ao corpo e aos bens. Inverteram as coisas maravilhosamente para seus interesses particulares e materiais. Deveriam governar exteriormente castelos, cidades, países e pessoas, e torturam as almas com trucidações indizíveis. Existe um vício generalizado e uma falta de virtude considerada até como ação perniciosa, em todo o mundo e em todos os níveis. Em grego chama-se de “polypragmosyne”, estar muito ocupado com coisas que não nos foram ordenadas e deixar de lado as coisas que nos foram insistentemente ordenadas. Os latinos dizem “foris sapere, domi desipere”, sábio lá fora, tolo em casa. Prefiro chamar esse vício de “intromissão indevida”. Ela é um dos frutinhos do pecado original, inato e inerente. Todos se cansam rapidamente das coisas que lhe são ordenadas e passam a se intrometer em coisas alheias, que simplesmente deveriam deixar de lado”.


Fica óbvio que a crise de Lutero era com os excessos de Roma onde ao invés de promover o crescimento das pessoas em acessos ao conhecimento, em todos os níveis, uma vez que a própria imprensa estava sendo dinamizada a partir de 1546, e os principais estados europeus viviam um clima de forte nacionalismo, a Igreja se colocava de costas para o progresso e cerceando a liberdade que as pessoas tinham de se emanciparem como cidadãos do mundo. E esse movimento emancipatório do indivíduo, tendo como consequência o surgimento dos mais diversos nacionalismos europeus foram surgindo na Inglaterra, França e Espanha. 


Isto porque à medida que as cidades cresciam e o comércio se desenvolvia, surgia a classe média. E ela procurava participar na vida política e religiosa.


Logo podemos situar o movimento reformista do século XVI como sendo amparado na tradição humanista que fincou raízes no pensamento de uma classe média crescente na Europa. Sendo assim fecho questão que O “tempo curto” da Reforma protestante deve então ser recolocado no “tempo longo” da Reforma da Igreja, como bem defendeu outros historiadores sobre os tempos das Reformas (1250-1550)” vividos por outros reformadores antes, durante e depois de Martinho Lutero. 


 Esta sustentação das 95 teses de Martinho Lutero representa a ausência de uma Teologia solidificada na segurança do Evangelho conservador e verdadeiramente Cristão e espiritual pregado pelos apóstolos, causando uma ruptura entre as correntes teológicas do clero romano oficial anteriores a 1517 e a reprodução desta aparente perseguição. Foi uma tomada de posição séria que dali por diante e em dias posteriores até nossos dias, repercutiu a necessidade de um renôvo espiritual constante à todos os que passaram a defender e a viver a teologia ensinada por Martinho Lutero.


Concluímos que a Reforma Protestante de Martinho Lutero se espalhou como grãos de areia e chegou até nós no século XXI.


Questões levantadas que merecem uma visão melhor e esclarecimentos. Quanto mais estudamos a vida de Martinho Lutero, mais percebemos que estamos próximos das respostas às questões que vão edificar nossa fé no Senhor Jesus. 


A primeira questão foi: “Quais aspectos da biografia de Lutero influenciaram para que sua fala reformista se efetivasse?”. Salientamos aqui a pessoa de Lutero em seus dados de nascimento, família e chamado sacerdotal. Vemos um homem acostumado às reflexões interiores e com uma forte angústia de alma que o perseguiu durante muitos anos de seu tempo de clausura em Wittenberg. Ele era um homem inquieto, com a alma sedenta pela verdade da palavra de Deus e de um discurso inflamado e em alguns momentos parecendo até deseducado, só porque defendia as verdades bíblicas. Suas falas eram contundentes, polêmicas e que tinham conteúdo para enfurecer a cúria romana que se viu ameaçada por um rival que pleiteava ter do seu lado a própria Palavra de Deus.


Temos registros de a produção de Lutero era vertiginosa: por exemplo, em 1520, ele escreveu 133 obras; em 1522, 130; em 1523, 183 uma a cada dois dias e a mesma quantidade em 1524. O mesmo historiador que confirmou esses números escreve que: “Todos afluíam a ele, cercando sua porta de hora em hora, grupos de cidadãos, doutores, príncipes. Enigmas diplomáticos precisavam ser resolvidos, assuntos teológicos complicados precisavam ser postos em ordem e a ética da vida social necessitava de ser exposta e explicada”.


Uma outra questão foi: “Como era o entorno histórico do século XVI na Europa que fez com que ecoasse os reclamos por uma mudança na mentalidade católica?”. E vimos em nossa pesquisa e arrazoados que o contexto da denominada Baixa Idade Média na Europa era de um catolicismo arcaico e dominador, que acabou ruindo pelo crescimento de uma classe média ruidosa e que queria ocupar um espaço de destaque nas decisões relacionadas ao poder dos homens, e por que não dizer do entendimento do poder que vem de Deus também. Lutero não conseguiria sobreviver politicamente se não fosse o apoio incondicional dessa crescente classe média. E é sabido que o próprio pensamento protestante será considerado como de viés progressista e contribuirá para o soerguimento de uma visão que poderíamos chamar de proto-capitalismo.


Certo autor conjecturou na direção de desenvolver uma ligação entre, “A ética protestante e o espírito do capitalismo”. Em contraste com isso, conduta de vida monástica, o trabalho profissional mundano aparece como expressão exterior do amor ao próximo, o que de resto vem fundamentado de maneira extremamente ingênua e em oposição quase grotesca à algumas teses conhecidas e em particular quando aponta que a divisão de trabalho coage cada indivíduo a trabalhar para os outros. Trata-se, como se vê, de argumento essencialmente escolástico que logo é abandonado, cedendo o passo à referência cada vez mais enfática ao cumprimento dos deveres intramundanos como a única via de agradar a Deus em todas as situações, que esta e somente esta é a vontade de Deus, e por isso toda provisão lícita simplesmente vale muito e vale igual perante Deus”.


Em outras palavras, o mundo muda: e para servir a Deus não é mais preciso se enclausurar. O homem foi emancipado. Ai entra a resposta a última e derradeira questão apontada no início desse artigo: “Como pode ser vista e observada a participação popular nesse processo?”. Podemos encerrar alardeando que o povo se viu representado pelo pensamento de Lutero como alguém que procurou a partir de suas contradições desafiar o espírito totalitário de Roma.


O escopo de nosso trabalho não poderia abarcar todas as questões envolvendo a vida do homem Lutero. Apenas me ativa ao seu pensamento introspectivo e reflexivo na melhor acepção da palavra, para provocar um novo tempo de reflexões e pensamentos que culminaram numa emancipação do homem e por conseguinte de todo um povo que ansiava por mudanças reais neste tempo conturbado da história, a mudança de paradigmas filosóficos e sociais no século XVI.


Queremos terminar com a primeira das 95 teses que foram um chamado para um amplo debate que culminou na Reforma que até os nossos dias ainda precipitam discussões e busca por um significado relevante para o entendimento de valores que nos são tão caros e raros como a liberdade, a autonomia e o direito de nos achegarmos a Deus por nós mesmos, e não através de valores puramente monetários. 


“Quando nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo disse ‘Arrependei-vos’, ele estava dizendo que a vida inteira dos crentes fosse de arrependimento. Na verdade Deus nos libertou das trevas e nos transportou para Reino do Filho do Seu amor e da sua maravilhosa luz. Jesus nos libertou completamente da escravidão do pecado e da luxúria e loucura da religião. Religião,  boas obras e riquezas materiais não salvam ninguém, Jesus Cristo é o nosso redentor e Salvador que vive e reina para sempre e eternamente. Em breve, muito breve, Jesus virá para buscar os fiéis no dia do arrebatamento da igreja “. By. Waldirpsouza. 


A Deus seja a Glória para todo sempre e eternamente.


Deus abençoe você e sua família.



Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

O QUE É A FÉ ?

 O QUE É A FÉ ? 


O que a bíblia quer dizer com o termo fé?


Fé significa reconhecer mais do que apenas crer que a bíblia é verdadeira, é ter certeza pela fé que ela é a verdade de Deus para a humanidade. É ter a certeza e crer, pela fé, que a Bíblia é o manual de Deus com todos os ensinamentos necessários para sermos bem protegidos e bem sucedidos aqui na terra.  


Se você realmente crê na bíblia, então esta vai te levar a ter ações. Fé não é um sentimento negativista e nem positivista  mas é a certeza e a convicção daquilo que há de ser mesmo não existindo ainda. 


Crer é mais do que um reconhecimento intelectual de que a bíblia é verdade. Crer significa mais do que também ter a certeza de que a bíblia é inspirada por Deus. Crer em verdade, significa ter a certeza que Deus vive hoje e que tem um interesse vivo para comigo e com você individualmente e coletivamente

.

Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe. Hebr.11,6. Aqui está escrito que Deus existe e não que existiu. Leia todo o capítulo de Hebreus 11, e assim você passa a ter uma impressão de como os heróis da fé no Velho Testamento, conseguiram vencer através da fé, enormes obstáculos e problemas difíceis. Eles serviam a um Deus vivo que os ajudou de uma maneira surpreendente.


A fé não é uma questão passiva, mas sim ativa.


A fé opera da seguinte maneira:


A gente tem que ter fé para que algo aconteça mesmo que isso seja impossível aos olhos do ser humano.  

As coisas não têm que acontecer para a gente ter fé.

A gente tem que ter fé para o impossível acontecer. 

A fé em Deus nos leva a ações, como está escrito na última parte de Hebreus 11, 6: …e que é galardoador dos que o buscam.  Os heróis da fé buscavam a Deus com muita diligência e nisso eram muito ativos em sua fé: Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu e, para salvação da sua família, preparou a arca… Hebr.11,7. Também hoje temos que procurar a Deus com seriedade, quando lemos a bíblia, crer e simplesmente obedecer a palavra dele e ter a fé que ele vai recompensar nosso empenho.

Também hoje temos que procurar a Deus com seriedade, quando lemos a bíblia, crer e simplesmente obedecer a palavra dele e ter a fé que ele vai recompensar nosso empenho.

Como Deus recompensa quem procura e ele com diligência? Na bíblia existem muitos exemplos disto. Está escrito em 2 Pedro 1,4, por exemplo, e você vai ver que  …Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, e que através dessas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo.


Pela fé cremos nas promessas preciosas do Senhor Jesus. 

Receber parte na natureza divina, isto é uma recompensa fenomenal, e não um assunto místico qualquer. Natureza divina é o fruto do Espírito: Amor, alegria, paz, paciência, bondade, fidelidade, ternura e castidade, como podemos ler em Gálatas 22-23. Uma outra maneira de descrever natureza divina está escrita em 2 Coríntios 4,11: …para que a vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos.

Empenho e obediência são necessários quando queremos ter parte nesses frutos do Espírito. Nós temos que crer como está escrito em 2 Pedro 1,4: havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo. Nós temos que ter sempre a morte de Jesus no nosso corpo. 2 Coríntios 4,10. 

O processo pelo qual escapamos da corrupção e do pecado que mora dentro de nós, e passamos a ser preenchidos pelos frutos do Espírito, é a essência do novo pacto, dessa nova aliança. 

Através de sua fé viva, os heróis da fé do antigo pacto experimentaram o colossal poder de Deus. Através desta eles venceram seus inimigos e opositores. Mas no novo pacto ou nova aliança, Deus realizou algo mais glorioso: Ele acabou com o pecado que mora na natureza humana através da carne de Jesus. Romanos 8,3. Deus não obrigou a Jesus, não, Jesus mesmo creu e obedeceu a Deus em todas as circunstâncias de sua vida, de livre arbítrio e por livre escolha. 

Jesus venceu e com isso tornou possível para você e para mim a vencer da mesma maneira. Apocalipse 3,11. Ele pode nos salvar até nos mínimos detalhes e nas dificuldades intransponíveis aos olhos humanos. 

E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê. Marcos 9,23.


Em João 11.40 Jesus disse ....Não te hei dito que se creres verás a glória de Deus? 

Ou seja, se cremos pela fé, os milagres acontecerão em nossas vidas para a glória de Deus.


A prova de fé e o que é a vivência da fé  ou exercício da fé no dia a dia. 

Vamos ver aqui muitos exemplos de vivência da fé literalmente. 

Vamos abordar a “prova” de fé não no sentido de “provação“ mas de aprovação pela persistência em crer na realização do impossível pela fé. 

Fé é a firme opinião, com convicção, de que algo é verdade sem qualquer tipo de comprovação e ou de objeção; A fé não é passível de verificação daquilo que se crê que exista ou que vá existir. Pois a fé nos faz sentir pelo poder de Deus que Cristo Jesus vai fazer que as coisas existam e aconteçam sem que elas ainda tenham existido e acontecido naquela vida que tem fé. Como disse o escritor aos Hebreus 11.1: A  fé é  o firme fundamento das coisas que se esperam e a convicção daquilo que se não vêem. 

“Fé é acreditar no inacreditável, imaginar o inimaginável, ver o invisível, penetrar no impenetrável, mensurar o imensurável e sentir o insentível”. 

By Waldirpsouza. 


Quem tem fé se abstêm por completo da dúvida; a dúvida não combina com fé, a dúvida acaba com o prazer da fé, a dúvida acaba com a certeza da fé, não há possibilidades de se ter fé com dúvidas. A fé gera confiança, a fé gera no Cristão um comportamento totalmente confiável em Cristo Jesus como Salvador e Senhor de sua vida. 

A fé gera confiança inabalável nas promessas bíblicas de que os milagres possam acontecer na nossa vida em qualquer instante, porque milagre é milagre e quem tem fé para alcançar seus objetivos e ver seus sonhos serem realizados, certamente alcançarão o milagre e verão a vitória da sua fé. 

O apóstolo Paulo diz em Hebreus 10.33 que a fé nos leva a ser espetáculo para o mundo; por isso a nossa fé em Deus tem que ser inabalável, tem que crer de verdade nas realidades espirituais dos milagres de Jesus Cristo e na operosidade do Espírito Santo de Deus em nossas vidas que são alcançados somente pela fé. 

Em Hebreus 10.38 diz o seguinte: ‘Mas, o justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer n’Ele’. Outras referências correlatas poderão serem verificadas, tais como: Romanos 1.17; Habacuque 2.4; Gálatas 3.11.

No capítulo 11 do livro aos Hebreus encontramos a natureza da fé  que é  aceita por Deus e o exemplo de grandes personagens da Bíblia que realizaram grandes feitos pela fé, são os chamados heróis da fé. Leia na sua Bíblia este capítulo e veja a galeria dos heróis da fé e que você seja também uma pessoa de fé para agradar a Deus, porque também diz a Bíblia em Hebreus 11.6: ‘De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus, creia que Ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam’.

Tenha sempre em sua mente que a nossa salvação é pela fé e que a Bíblia Sagrada que e a palavra de Deus é a nossa regra de fé. 

A Bíblia está repleta de pessoas que tiveram um relacionamento desejável com Deus, que nos incentiva a buscar mais e mais esse Deus gracioso.

A verdade é que precisamos nos cercar de pessoas que podem ter impacto na nossa vida, nos ajudando contra as distrações do dia a dia e em um apoio mútuo em busca do Reino de Deus. Pessoas que abrem mão dos seus próprios planos e projeto pelo reino estão cada vez mais raras.


Noé. A prova de fé de Noé. 

A História de Noé e sua arca é tão impressionante que até hoje sua veracidade é questionada pelos céticos, isso por sí só mostra o tamanho da fé desse homem o qual a Bíblia diz: Assim fez Noé; conforme a tudo o que Deus lhe mandou, assim o fez. Gênesis 6:22.


Jó. A prova de fé de Jó. 

Se existe alguém que sabe o que é sofrer, esse homem é Jó, muito se diz sobre ele ter “ganho tudo em dobro” no fim, mas filhos não podem ser substituídos, todos os aspectos da situação que ele viveu mostra um homem de uma fé irretocável. Fruto de um coração extremamente grato por Deus. Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma. Jó 1:22.


Abraão. A prova de fé de Abraão. 

Se perder filhos para desastres naturais já é uma dor incalculável, imagina tirar a vida do seu filho único. Abraão já havia duvidado de Deus uma fez, é provável que esse fato o consumia, era necessário colocar a sua fé a prova novamente. Estar disposto a fazer o impensável é uma das características de um homem de fé. E aconteceu depois destas coisas, que provou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. Gênesis 22:1.


José. A prova de fé de José. 

Se a traição dos próprios irmãos não é suficiente para provar uma fé, que tal ser preso e tentado pela mulher do homem mais poderoso. Quando sabemos exatamente contra quem estamos pecando, e quem de fato é o Senhor de nossas vidas podemos expressar como ele: Ninguém há maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu és sua mulher; como pois faria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus? Gênesis 39:9.


Raabe. A prova de fé de Raabe.

Imagina uma cidade inteira prestes a ser destruída, quem se salvaria, os poderosos? os ricos? os religiosos? não, uma prostituta, ela de ouvir falar das histórias de um Deus que ela desconhecia, acreditou, sua fé era tamanha que arriscou a própria vida pelo intento dos Hebreus. O escritor de Hebreus dentro de tantos exemplos do Velho Testamento colocou Raabe no roll da fama: Pela fé Raabe, a meretriz, não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os espias. Hebreus 11:31.


Rute. A prova de fé de Rute.

Uma mulher Moabita, que deixou tudo o que tinha para algo maior do que qualquer coisa que ela já tinha imaginado. Disse, porém, Rute: Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus; Onde quer que morreres morrerei eu, e ali serei sepultada. Faça-me assim o Senhor, e outro tanto, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti. Vendo Noemi, que de todo estava resolvida a ir com ela, deixou de lhe falar. Rute 1:16-18.


Ester. A prova de fé de Ester.

A história de Ester é fascinante, cheia de reviravoltas, o general do Rei Assuero estava determinado a destruir os judeus, que na época estava sob domínio dos persas. Mas a vida dessa grande mulher mudaria todos os planos. E disse: Se bem parecer ao rei, e se eu achei graça perante ele, e se este negócio é reto diante do rei, e se eu lhe agrado aos seus olhos, escreva-se que se revoguem as cartas concebidas por Hamã filho de Hamedata, o Agagita, as quais ele escreveu para aniquilar os judeus, que estão em todas as províncias do rei. Ester 8:5.


Daniel. A prova de fé de Daniel. 

Um homem cuja integridade e vida de oração o ajudou a ver milagres inacreditáveis e diversos mistérios proféticos. 

Mesmo estando no cativeiro babilônico conquistou a simpatia do Rei. Daniel, pois, quando soube que o edito estava assinado, entrou em sua casa (ora havia no seu quarto janelas abertas do lado de Jerusalém), e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças diante do seu Deus, como também antes costumava fazer. Daniel 6:10.


Elias. A prova de fé de Elias. 

Ressuscitou os mortos, fez chover fogo dos céus, e foi levado por um redemoinho (acompanhado por uma carruagem e cavalos), e ainda colocou a sua vida em risco quando enfrentava o Rei Acabe, contra o culto idólatra de Baal. Eis que fogo desceu do céu, e consumiu aqueles dois primeiros capitães de cinquenta, com os seus cinquenta; porém, agora seja preciosa aos teus olhos a minha vida. Então o anjo do Senhor disse a Elias: Desce com este, não temas. E levantou-se, e desceu com ele ao rei. 2 Reis 1:14,15.


Paulo. A prova de fé de Paulo.

Um homem tão apaixonado pelos perdidos, que ele literalmente teria pisado vidro quebrado apenas para alcançar a próxima pessoa. Mas Paulo respondeu: Que fazeis vós, chorando e magoando-me o coração? Porque eu estou pronto não só a ser ligado, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus. Atos 21:13.


Os doze Apóstolos.  

A prova de fé dos doze Apóstolos segundo as tradições seculares, já que não constam na Bíblia. 


“Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.”(Mateus 16:24) “Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome.”(Mateus 24:9).


Veja neste tópico abaixo como foi a morte de cada discípulo que serviu a Jesus Cristo. 

Cada um foi provado na fé até o último segundo de suas vidas, mas não perderam a fé, a esperança e a salvação em Jesus Cristo. 

Sofreram aqui na terra e foram promovidos para a vida eterna nas mansões celestiais.


André.

Foi discípulo de João Batista, de quem ouviu a seguinte afirmação sobre Jesus: “Eis aqui o Cordeiro de Deus”. André comunicou as boas notícias ao seu irmão Simão Pedro: “Achamos “o Messias”, o Mestre.” (João 1.35-42; Mateus 10.2). O lugar do seu martírio foi em Acaia (província romana que, com a Macedônia, formava a Grécia). Diz a tradição que ele foi amarrado a uma cruz em forma de xis (não foi pregado) para que seu sofrimento se prolongasse.


Bartolomeu.

Tem sido identificado com Natanael. Natural de Caná de Galiléia. Recebeu de Jesus uma palavra edificante: “Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo” (Mateus 10.3; João 1.45-47) Exerceu seu ministério na Anatólia, Etiópia, Armênia, Índia e Mesopotâmia, pregando e ensinando. Foi esfolado vivo e crucificado de cabeça para baixo. Outros dizem que teria sido golpeado até a morte.


Filipe. 

Natural de Betsaida, cidade de André e Pedro. Um dos primeiros a ser chamado por Jesus, a quem trouxe seu amigo Natanael (João 1.43-46). Diz-se que pregou na Frigia e morreu como mártir em Hierápolis.


João (o apóstolo do amor).

O apóstolo que recebeu de Jesus a missão de cuidar de Maria. “O foi o discípulo que Jesus amava”. (João 13.23). Pescador, filho de Zebedeu (Mateus 4.21) o único que permaneceu perto da cruz (João 19.26-27). O primeiro a crer na ressurreição de Cristo (João 20.1-10). A tradição relata que João residiu na região de Éfeso, onde fundou várias igrejas. Na ilha de Patmos, no mar Egeu, para onde foi desterrado, teve as visões referidas no Apocalipse (Apocalipse 1.9). Após sua libertação teria retornado a Éfeso. Teve morte natural com idade de 100 anos.


Judas Tadeu.

Foi quem, na última ceia, perguntou a Jesus: “Senhor, por que te manifestarás a nós e não ao mundo?” (João 14:22-23). Nada se sabe da vida de Judas Tadeu depois da ascensão de Jesus. Diz a tradição que pregou o Evangelho na Mesopotâmia, Edessa, Arábia, Síria e também na Pérsia, onde foi martirizado juntamente com Simão, o Zelote.


Judas Iscariotes. (o traidor).

Filho de Simão, traiu a Jesus por trinta peças de prata, enforcando-se em seguida.(Mateus 26:14-16; 27:3-5). 


Mateus. ( ex cobrador de impostos).

Filho de Alfeu, e também chamado de Levi. Cobrador de impostos nos domínios de Herodes Antipas, em Cafarnaum (Marcos 2.14; Mateus 9.9-13; 10.3; Atos 1.13). Percorreu a Judéia, Etiópia e Pérsia, pregando e ensinando. Há várias versões sobre a sua morte. Teria morrido como mártir na Etiópia.


Matias (substituto de Judas).

Escolhido para substituir Judas Iscariotes (Atos 1.15-26). Diz-se que exerceu seu ministério na Judéia e Macedônia. Teria sido martirizado na Etiópia.


Paulo. (O maior missionário da igreja primitiva e de todos os tempos).

Israelita da tribo de Benjamim (Filipenses 3.5). Natural de Tarso, na Cilícia (hoje Turquia). Nome romano de Saulo, o Apóstolo dos Gentios. De perseguidor de cristãos, passou a pregador do evangelho e perseguido. Realizou três grandes viagens missionárias e fundou várias igrejas. Segundo a tradição, decapitado em Roma, nos tempos de Nero, no ano 67 ou 70 (Atos 8.3; 13.9; 23.6; 13-20).


Pedro. (estava sempre um passo a frente dos demais).

Pescador, natural de Betsaida. Confessou que Jesus era “o Cristo, o Filho do Deus vivo”(Mateus 16.16). Foi testemunha da Transfiguração (Mateus 17.1-4). 

Seu primeiro sermão foi no dia de Pentecostes. Segunda a tradição, sua crucificação verificou-se entre os anos 64 e 67, em Roma, por ordem de Nero. 

Pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, por achar-se indigno de morrer na mesma posição de Cristo.


Simão. (o Zelote)

Dos seus atos como apóstolo nada se sabe. Está incluído na lista dos doze, em Mateus 10.4, Marcos 3.18, Lucas 6.15 e Atos 1.13. Julga-se que morreu crucificado como outros apóstolos. 


Tiago. (o maior).

Filho de Zebedeu, irmão do também apóstolo João. Natural de Betsaida da Galiléia, o pescador (Mateus 4.21; 10.2). Por ordem de Herodes Agripa, foi preso e morto a espada em Jerusalém, entre os anos 42 e 44.


Tiago. ( O menor).

Filho de Alfeu (Mateus 10.3). Missionário na Palestina e no Egito. Segundo a tradição, martirizado provavelmente no ano 62.


Tomé. (Que só acreditava no que via).

Só acreditou na ressurreição de Jesus depois que viu as marcas da crucificação (João 20.25). Segundo a tradição, sua obra de evangelização se estendeu à Pérsia (Pártia) e Índia. Consta que seu martírio se deu por ordem do rei de Milapura, na cidade indiana de Madras, no ano 53 da era cristã.


Observação: 

O único apóstolo cuja morte está registrada na Bíblia é Tiago (Atos 12:2). O rei Herodes “fez Tiago passar ao fio de espada”, aparentemente uma referência à decapitação. 

As circunstâncias das mortes dos outros apóstolos só podem ser conhecidas baseadas em tradições da igreja medieval, livros de estudos teológicos, livros apócrifos e outras literaturas seculares. 


A nossa constante prova de fé. 

E quanto à nossa prova de fé no dia a dia de nossas vidas? Vamos travar a luta espiritual com as armas espirituais à nossa disposição e quem nos ajuda a vencer é o Espírito Santo de Deus. Os mártires da prova de fé da igreja destes tempos do fim também são destemidos sem nomes na história,  seus nomes estão escritos no livro da vida.


Sem fé é impossível agradar a Deus.


A prova de fé desses e outros heróis estão registrados na Bíblia Sagrada, nos anais da historia da igreja e na história secular,  como quem venceram pela fé.


Seus exemplos nos impulsionam e nos incentivam a viver pela fé. Deus vos abençoe ricamente e pelos olhos da fé vocês possam ver as grandes e firmes revelações de vitórias e de sucesso que Deus tem reservado para vocês em sua trajetória de vida assim como os heróis da fé venceram todos os obstáculos ao passarem pela prova de fé. Maranata.


Deus abençoe você e a sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor








segunda-feira, 31 de agosto de 2020

DEUS É O NOSSO REFÚGIO E FORTALECE O CANSADO

DEUS É O NOSSO REFÚGIO E FORTALECE O CANSADO

Salmos, 46.1-11

1.  Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem-presente na angústia.

2. Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares.

3. Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. (Selá).

4. Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo.

5. Deus está no meio dela; não será abalada; Deus a ajudará ao romper da manhã.

6. As nações se embraveceram; os reinos se moveram; ele levantou a sua voz e a terra se derreteu.

7. O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Selá).

8. Vinde, contemplai as obras do Senhor; que desolações tem feito na terra!

9. Ele faz cessar as guerras até ao fim da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo.

10. Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre as nações; serei exaltado sobre a terra.

11. O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Selá).


Deus Fortalece ao cansado. Isaías 40.29-31.


Isaías 40:29. (Deus) Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor.


O profeta Isaías dedica um capítulo inteiro do seu livro à descrição do consolo que o Senhor Jeová providencia para o Seu povo. Dentre outras promessas, escreve: “Ele fortalece o cansado e dá grande vigor ao que está sem forças”. (Isaías 40:29).


Muitos dizem que tentar viver como cristão é muito cansativo. Tudo, neste mundo, favorece a injustiça, as tentações, a iniquidade. As armadilhas que nos cercam nos machucam, quando caímos. E há ocasiões quando olhamos para fora, olhamos para dentro e sentimos as forças nos abandonar. Sentimos tristeza. E sentimos cansaço. Vontade, às vezes, de acordar com boas notícias, mas temos que esperar o agir de Deus e no tempo de Deus.


Quando chegamos ao ponto da exaustão, palavras doutrinárias já não nos ajudam muito, somente as misericórdias de Deus para nos acalentar.

Sabemos muito bem o ensino bíblico sobre as provações. Até entendemos que somente o fogo forte purifica o outro, fazendo com que as impurezas se separem dele. O raciocínio lógico, entretanto, não fala a linguagem dos nossos sentimentos. Na realidade, os conselhos e as críticas bem intencionadas chegam a nos irritar. Por isso, quando Isaías fala das restaurações que o Senhor promete aos cansados, ele não se baseia em argumentos, mas em fatos e na certeza de que para Deus não há nada impossível.

Ele simplesmente declara o que Senhor lhe revelou. E vai direto ao assunto: Deus fortalece o cansado. Ou aceitamos isto pela fé, ou nossa vida cristã perde o significado.

Aceitar pela fé é a postura do desesperado, que se agarra à mão estendida do Senhor. Para nós, os cansados, a saída é o salto absurdo da fé. Fé no fortalecimento divino, apesar de tudo e apesar de todos. Fé, quando não vemos mais a luz no fim do túnel. Fé, quando somos tentados a achar que o Senhor se esqueceu de nós. Fé que não para de repetir, teimosamente: Deus fortalece o cansado.


Deus fortalece aos cansados e sobrecarregados. Deus levanta os abatidos. Deus levanta do pó o desvalido e do monturo tira o caído.

Salmo 113.5-9.

5. Quem é como o Senhor, nosso Deus, que habita nas alturas;

6. que se curva para ver o que está nos céus e na terra;

7. que do pó levanta o pequeno e, do monturo, ergue o necessitado,

8. para o fazer assentar com os príncipes, sim, com os príncipes do seu povo;

9. que faz com que a mulher estéril habite em família e seja alegre mãe de filhos? Louvai ao Senhor!


A nossa sobrecarga e a nossa sobrevivência, nos faz totalmente dependentes de Deus. Ele cuida de nós no dia a dia. 

Porque Deus não sobrecarrega o homem mais do que é justo, para o fazer ir a juízo diante dele. Jó 34:23.

Porque, se alguém me contristou, não me contristou a mim senão em parte, para vos não sobrecarregar a vós todos. 2 Coríntios 2:5.

Se algum crente ou alguma crente tem viúvas, socorra-as, e não se sobrecarregue a igreja, para que se possam sustentar as que deveras são viúvas. 1 Timóteo 5:16.

Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os moços certamente cairão; Isaías 40:30.

Ali os maus cessam de perturbar; e ali repousam os cansados. Jó 3:17.

E vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem. 2 Tessalonicenses 3:13.

Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas, e os joelhos desconjuntados, Hebreus 12:12.

Porque satisfiz a alma cansada, e toda a alma entristecida saciei. Jeremias 31:25.

Não deste ao cansado água a beber, e ao faminto retiveste o pão. Jó 22:7.

E o rei e todo o povo que ia com ele chegaram cansados, e refrescaram-se ali. 2 Samuel 16:14.

O preguiçoso esconde a sua mão ao seio; e cansa-se até de torná-la à sua boca. Provérbios 26:15.

Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Isaías 40:29.

E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste. Apocalipse 2:3.

E Jacó cozera um guisado; e veio Esaú do campo, e estava ele cansado; Gênesis 25:29.

Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Mateus 11:28.

E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. Gálatas 6:9.

Os nossos perseguidores estão sobre os nossos pescoços; estamos cansados, e não temos descanso. Lamentações 5:5.

Estou cansado de clamar; a minha garganta se secou; os meus olhos desfalecem esperando o meu Deus. Salmos 69:3.

Tu, ó Deus, mandaste a chuva em abundância, confortaste a tua herança, quando estava cansada. Salmos 68:9.

Como água fresca para a alma cansada, tais são as boas novas vindas da terra distante. Provérbios 25:25.

Ela com mentiras se cansou; e não saiu dela a sua muita escuma; ao fogo irá a sua escuma. Ezequiel 24:12.

Porventura não vem do Senhor dos Exércitos que os povos trabalhem pelo fogo e os homens se cansem em vão? Habacuque 2:13.

Ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; porém não quiseram ouvir. Isaías 28:12.

Contudo tu não me invocaste a mim, ó Jacó, mas te cansaste de mim, ó Israel. Isaías 43:22.

E, como Gideão veio ao Jordão, passou com os trezentos homens que com ele estavam, já cansados, mas ainda perseguindo. Juízes 8:4.

E será que, quando virem Moabe cansado nos altos, então entrará no seu santuário a orar, porém não prevalecerá. Isaías 16:12.

E feriram de cegueira os homens que estavam à porta da casa, desde o menor até ao maior, de maneira que se cansaram para achar a porta. Gênesis 19:11.

E, vendo as multidões, teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor. Mateus 9:36.

Semearam trigo, e segaram espinhos; cansaram-se, mas de nada se aproveitaram; envergonhados sereis das vossas colheitas, e por causa do ardor da ira do Senhor. Jeremias 12:13.

As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer. Isaías 1:14.

Já estou cansado do meu gemido, toda a noite faço nadar a minha cama; molho o meu leito com as minhas lágrimas, Salmos 6:6.

Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão. Isaías 40:31.

E estava ali a fonte de Jacó. Jesus, pois, cansado do caminho, assentou-se assim junto da fonte. Era isto quase à hora sexta. João 4:6.

E zombará cada um do seu próximo, e não falam a verdade; ensinam a sua língua a falar a mentira, andam-se cansando em proceder perversamente. Jeremias 9:5.

E disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso se chamou Edom. Gênesis 25:30.

Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu entendimento. Isaías 40:28.

E perseguiu-os Davi, ele e os quatrocentos homens, pois que duzentos homens ficaram, por não poderem, de cansados que estavam, passar o ribeiro de Besor. 1 Samuel 30:10.

Portanto digo: Desviai de mim a vista, e chorarei amargamente; não vos canseis mais em consolar-me pela destruição da filha do meu povo. Isaías 22:4.

E irei sobre ele, pois está cansado e frouxo de mãos; e o espantarei, e fugirá todo o povo que está com ele; e então ferirei somente o rei. 2 Samuel 17:2.

Na tua comprida viagem te cansaste; porém não disseste: Não há esperança; achaste novo vigor na tua mão; por isso não adoeceste. Isaías 57:10.

Tiveram mais os filisteus uma peleja contra Israel; e desceu Davi, e com ele os seus servos; e tanto pelejaram contra os filisteus, que Davi se cansou. 2 Samuel 21:15.

Disseste: Ai de mim agora, porque me acrescentou o Senhor tristeza sobre minha dor! Estou cansado do meu gemido, e não acho descanso. Jeremias 45:3.

E dirás: Assim será afundada babilônia, e não se levantará, por causa do mal que eu hei de trazer sobre ela; e eles se cansarão. Até aqui são as palavras de Jeremias. Jeremias 51:64.

Tu me deixaste, diz o Senhor, e tornaste-te para trás; por isso estenderei a minha mão contra ti, e te destruirei; já estou cansado de me arrepender. Jeremias 15:6.

Bel está abatido, Nebo se encurvou, os seus ídolos são postos sobre os animais e sobre as feras; as cargas dos vossos fardos são canseiras para as feras já cansadas. Isaías 46:1.

E mel, e manteiga, e ovelhas, e queijos de vacas, e os trouxeram a Davi e ao povo que com ele estava, para comerem, porque disseram: Este povo no deserto está faminto, cansado e sedento. 2 Samuel 17:29.

Como te saiu ao encontro no caminho, e feriu na tua retaguarda todos os fracos que iam atrás de ti, estando tu cansado e afadigado; e não temeu a Deus. Deuteronômio 25:18.

Não me compraste por dinheiro cana aromática, nem com a gordura dos teus sacrifícios me satisfizeste, mas me deste trabalho com os teus pecados, e me cansaste com as tuas iniquidades. Isaías 43:24

E disse o rei a Ziba: Que pretendes com isto? E disse Ziba: Os jumentos são para a casa do rei, para se montarem neles; e o pão e as frutas de verão para comerem os moços; e o vinho para beberem os cansados no deserto. 2 Samuel  16.2.

Jumenta montês, acostumada ao deserto, que, conforme o desejo da sua alma, sorve o vento, quem a deteria no seu cio? Todos os que a buscarem não se cansarão; no mês dela a acharão. Jeremias 2:24.

Sejamos gratos a Deus por tudo o que Ele faz por nós no dia a dia.

Deus abençoe você e sua família.

Pr. Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.



segunda-feira, 24 de agosto de 2020

AS PRIORIDADES DA NOSSA VIDA NO DIA A DIA

AS PRIORIDADES DA NOSSA VIDA NO DIA A DIA 


O que é prioridade?

Uma prioridade é algo que consideramos importante em nossa vida. No início, esta palavra era usada no singular, designando aquilo que tem o primeiro lugar. Há algumas décadas o termo também é usado no plural, para decidir uma lista em ordem decrescente daquilo que é essencial em nosso viver. Isso significa definir qual a importância que cada área tem em relação às outras. 

Que áreas competem por nossa atenção? Espiritualidade, casamento, filhos, familiares, amigos, igreja, trabalho, saúde, descanso, formação educacional, cultura e lazer. Talvez você lembre de outras.


Nem sempre conseguimos manter estas áreas em equilíbrio. Ninguém consegue dividir seu tempo de modo a atender todas estas áreas satisfatoriamente. Ao listarmos nossas prioridades, portanto, definimos a relevância que damos a cada área de nossa vida. Por que precisamos fazer isso? Porque constantemente surgem momentos em que devemos escolher entre pessoas, valores e situações. São essas escolhas que revelam nossas prioridades, ainda que inconscientes; são nossas prioridades que determinam essas escolhas.

Um casamento não se desarranja da noite para o dia. Geralmente isso acontece ao longo de anos, muitas vezes porque o casal não deu a devida atenção às prioridades bíblicas e priorizou outros sonhos vendidos pela sociedade atual. As prioridades erradas consomem o casamento e destroem a família. Por isso, dedique sua atenção ao que a Bíblia ensina.


O que a Bíblia diz sobre prioridades?

Não há um texto bíblico único que faça uma lista das prioridades que Deus projetou para o ser humano. Contudo, podemos deduzir as corretas prioridades a partir de vários textos.

Certamente Deus está em primeiro lugar na lista, pois devemos amá-lo acima de todas as coisas. Êx 20.3. Jesus ensina que “o grande e primeiro mandamento” de acordo com Mt 22.37-38 é: “amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força (ou entendimento)”. Dt 6.5. A própria essência da vida está em nosso relacionamento com o Senhor. Jesus definiu a vida eterna assim: “que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. Jo 17.3. Jesus veio “para que tenham vida e a tenham em abundância”. Jo 10.10 e só ele tem “as palavras da vida eterna”. Jo 6.68.

Obviamente, este compromisso fundamental afeta tudo o mais na vida. Mas é preciso fazer uma ressalva. Jesus exorta a buscarmos o reino de Deus, Mt 6.33. Algumas pessoas se confundem, achando que isso significa atender todos os trabalhos da igreja. Esse não é o ponto aqui; priorizar o reino de Deus implica colocar o Senhor como Rei em nossa vida e aplicar suas regras a todas as esferas da existência. É fazer tudo em todo tempo para glorificar a Deus (1Co 10.31).

As demais prioridades se resumem no segundo grande mandamento: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Mt 22.39. Observe como o mundo bíblico sempre se divide em duas esferas: Deus e o restante. O relacionamento com Deus não é apenas uma categoria “espiritualidade” dentre tantas outras atividades. O Senhor é a base da nossa existência; tudo o mais se encaixa na segunda categoria.

Mas quem é esse próximo? Às vezes o idealizamos identificando-o com os estranhos no caminho, como o bom samaritano de Lc 10.30-37. A verdade é bem mais simples: próximo é aquele que está ao nosso lado, com quem convivemos. 

Quanto mais convívio, mais próximo, por isso deve receber mais amor. Não se trata aqui de paixão ou de emoções, mas de expressão concreta de serviço ao outro, colocando-o acima de nossos interesses, devoção que investe tempo, dinheiro e esforços.

Contudo, desempenhamos muitos papéis na sociedade. Convivemos com muitos próximos: cônjuge, filhos, familiares, amigos, colegas de trabalho, vizinhos, e várias outros que passam por nós a cada dia. Como definir quem tem prioridade? Como escolher a quem dar atenção em nosso escasso tempo?

Quem deve ter prioridade?

Para apresentar a lista de prioridades bíblicas, consideremos que sua situação é a de um adulto, casado, com filhos, familiares e amigos, com emprego e participante da igreja. Certamente serão necessários ajustes para outras situações; todavia, precisamos aprender essas prioridades para as viver e ensinar a outros.

Os primeiros capítulos da Bíblia revelam o propósito divino de nos colocar em relacionamento conjugal. A primeira ordem dada ao ser humano é a da união matrimonial e da geração da família: “Sede fecundos, multiplicai-vos”. Gn 1.28. O Senhor projetou o casal para ser “uma só carne”. Gn 2.24; o que pode ser mais próximo do que isso? Dessa forma, a pessoa mais próxima de nós e que deve ser mais amada é o nosso cônjuge. A partir desse princípio, Paulo ordena aos maridos que amem “sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama”. Ef 5.28-33. Ele confirma a ideia ao declarar com naturalidade que a pessoa casada cuida “de como agradar à esposa” e “ao marido”. 1 Co 7.33-34; cf. v. 3. Esse princípio é tão importante e antigo que o recém-casado não ia à guerra no primeiro ano do matrimônio, pois “promoverá felicidade à mulher que tomou”. Dt 24.5.

Portanto, seu cônjuge é a pessoa mais valiosa para você na terra; somente Deus é mais importante. Deus é a prioridade nº 1; seu cônjuge, a nº 2.


Depois do cônjuge, o relacionamento mais importante é com os filhos e, depois, com a família estendida. Contra o atual “filhocentrismo”, enfatizamos que o relacionamento do casal é sempre mais importante do que a dedicação aos filhos. O matrimônio é uma relação vitalícia e íntima; já os filhos não ficarão em casa para sempre, pois devem amadurecer e desenvolver seus próprios relacionamentos. O melhor presente que os pais podem dar aos filhos é desenvolver um relacionamento conjugal sadio, forte e transbordante de amor. Isso começa na escolha diária de priorizar o cônjuge acima dos filhos. Em resumo, os filhos, até casarem, devem ter prioridade sobre outras áreas da vida, como amigos, trabalho e lazer. Somente Deus e o cônjuge são mais importantes que os filhos.

Do mesmo modo, a Bíblia recomenda a dedicação dos filhos adultos aos pais que não mais sobrevivem independentemente 1Tm 5.4,16. Nossa obrigação não termina na família imediata, cônjuge e filhos solteiros, mas se estende à família ampliada, filhos casados, pais, tios, primos, avós. “Se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente”. 1Tm 5.8. Jesus repreende os fariseus pela desculpa religiosa para não sustentarem seus pais, Mc 7.11-13. Quanto devemos priorizar a família ampliada? Essa é uma questão difícil e deve ser decidida caso a caso.

A família certamente é um projeto de Deus e ela deve ter prioridade. O mundo tenta inverter isso constantemente, afirmando que é mais importante que sejamos bem-sucedidos em nossa carreira profissional e que para ter sucesso tem que abandonar tudo e seguir seus objetivos. 

 Então, qual é o lugar do trabalho em nossa vida? Trabalhar é a segunda ordem de Deus: “enchei a terra e sujeitai-a, dominai…”. Gn 1.28. Não devemos aceitar a condição de sermos escravos do trabalho não importando o tipo dele. Deus colocou o homem sobre a terra como administrador, para desenvolver as potencialidades da criação e levá-la a glorificar o Criador. O trabalho é o exercício, não necessariamente remunerado, da vocação dada por Deus a cada um individualmente; e para o que Deus nos capacitou. Somos livres para escolher em que área trabalharemos, pois toda vocação é digna! Assim, por um lado, todos precisam trabalhar para cumprir sua parte nessa missão. “Se alguém não quer trabalhar, também não coma”, é a recomendação do apóstolo Paulo aos Tessalonicenses 2Ts 3.10. Por outro lado, a sociedade atual coloca demasiada pressão no sucesso profissional, relegando a família e Deus ao escanteio. O trabalho é importante para honrarmos a Deus, mas não pode ter mais prioridade do que o Senhor Deus e ou a família.

E as outras áreas da vida?

Paulo confirma essa ordem de prioridades em Efésios 5.15–6.10. Ao discorrer sobre aproveitarmos melhor o tempo, Paulo segue as prioridades bíblicas:
1ª) Obedecer à vontade do Senhor e encher-se do Espírito. Ef. 5.17-21;
2ª) Desenvolver amor e submissão no relacionamento conjugal. Ef. 5.22-33.
3ª) Desenvolver honra e disciplina nos filhos, sem irritá-los. Ef. 6.1-4;
4ª) Desenvolver obediência e boa vontade no trabalho. Ef. 6.5-9.
5ª) As demais áreas da vida, incluindo a igreja, são resumidas em “Quanto ao mais, irmãos...”. Ef. 6.10.

Assim, é errado priorizar as atividades da igreja em detrimento do trabalho, o exercício da vocação que Deus lhe deu, ou família. A família e o trabalho são as primeiras e principais esferas de nossa adoração e serviço a Deus. De fato, se a pessoa não cuida bem da família, não é qualificada para o trabalho na igreja. 1Tm 3.4-5,12. 

Contudo, dentro desse pacote que inclui os demais relacionamentos do cotidiano, Paulo ordena que priorizemos a família da fé. Ef. 6.10. Em resumo, o reino de Deus deve ser prioridade em nossa vida. Mt 6.33, mas sua principal expressão está em nossa vida individual com Deus, em nosso casamento e vida familiar e no exercício de nossa vocação profissional. Somente depois devemos nos ocupar da expansão do reino por meio das atividades da igreja.

Nesse sentido, entra aqui a prioridade do relacionamento com a sociedade, fora do escopo da família e do trabalho. Precisamos nos relacionar com amigos e pessoas fora da igreja para anunciarmos continuamente o amor de Deus. Afinal, Jesus ordenou: “assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”.Mt 5.16. Além disso, nossa ética e compromisso com a justiça social de Deus não se limita à família da fé: “façamos o bem a todos, mas principalmente os domésticos da fé” Gl 6.10.

Alguns estudiosos cristãos listam por último a realização e o bem-estar pessoal. 

Certamente, o Senhor deseja que alcancemos a verdadeira felicidade, e a obteremos se o obedecermos. Por isso, de fato, essa prioridade permeia todas as demais. Especificamente, a Bíblia nos exorta ao lazer e à alegria com amigos e familiares, como fruto merecido do trabalho. Ec 2.24-25, e à moderação no trabalho e ao desapego às riquezas. O descanso é essencial para o correto viver na presença de Deus, pois ele mesmo determinou que trabalhemos apenas seis dias, dando a entender que temos que ter um dia de descanso, Êx 20.9, para descansarmos no sétimo. A igreja primitiva seguiu o que Jesus ordenou, passando a ter o dia de domingo como dia de adoração a Deus e o dia especial de cultuar ao Senhor. Nesse dia se descansa do trabalho material e se presta culto ao Senhor Jesus.  

Uma vez determinadas as prioridades, é hora de verificarmos se elas estão se concretizando em nossa vida. A maneira mais prática é examinar como investimos nosso tempo e dinheiro. Essas são duas áreas que revelam facilmente quais são as nossas prioridades, especialmente após você eliminar os compromissos fixos, tempo no emprego e contas fixas. Se seguirmos as prioridades bíblicas, nossa vida entrará em harmonia e conseguiremos dizer “não” às atividades extras que surgem para nos desviar do prioritário, mesmo quando parecem obras piedosas, urgentes ou necessárias, que às vezes precisam ser deixadas para outros realizarem. Nosso envolvimento em cada atividade da vida precisa seguir as prioridades do Senhor a quem servimos.

Finalmente, devemos recordar que essa relação de prioridades não visa gerar culpa em você e nem julgamentos sobre os outros; antes, ela indica princípios divinos para que alcancemos a verdadeira felicidade.


Avaliando o padrão de nossas prioridades.

Infelizmente, durante milênios, o homem ou o ser humano tem trocado o relacionamento de intimidade com Deus por pessoas, ídolos e por outras coisas. Essas pessoas não sabem o mal que estão fazendo à si mesmas e não sabem ao certo quais são as suas prioridades. 

Eles têm centrado suas vidas no dinheiro, bens materiais, oportunidades, fama, riquezas, sucesso e tantas outras coisas passageiras.

Em Lucas 12.15, o Senhor Jesus afirmou:

“Prestem atenção, a verdadeira vida de uma pessoa não depende das coisas que ela tem, mesmo que sejam muitas”. Segundo Jesus, a vida não pode ter como prioridade as coisas que se pode possuir.

Salomão, ao chegar ao fim de sua vida e fazer uma análise sobre ela, tendo conseguido tudo o que achava importante, fez a seguinte afirmação em Eclesiastes 2.22,23: “Nós trabalhamos e nos preocupamos a vida toda e o que é que ganhamos com isso? Tudo o que fazemos na vida não nos traz nada, a não ser preocupações e desgostos. Não podemos descansar, nem de noite. É tudo ilusão”, (vaidade).

Sendo assim, é preciso que você analise com cuidado suas prioridades e pergunte a si mesmo: 

Pelo quê e porquê corro tanto? 

Tudo o que faço tem melhorado o meu relacionamento e a minha comunhão com Deus,  com meu cônjuge, filhos, pais, parentes e amigos?

Se eu perdesse tudo o que possuo, como eu reagiria? 

Estou dominando as coisas ou elas estão me dominando? Quais são as prioridades da minha vida?

Se coisas ou alguém estão lhe tirando do relacionamento com Deus, esteja certo de que elas também devem estar lhe afastando das pessoas e já tornaram-se ídolos em sua vida. 

Os ídolos sempre competem com Deus, são pecados e jamais podem lhe trazer felicidade, porque a felicidade segundo Deus está em obedecê-Lo, amá-Lo e em amar e servir às pessoas.

As quatro maiores prioridades de  nossas vidas devem estar nessa ordem de valores. 

A escala de valores de muitos cristãos está desordenada. Alguns estão vivendo de modo desordenado porque não fazem a menor ideia do que as Escrituras ensinam a respeito do assunto; outros porque mesmo tendo os valores e prioridades devidamente ordenados no conceito mental, não conseguem tê-los na prática. Acabam deixando que aquilo que é urgente tome o lugar daquilo que é importante.

A primeira coisa a ser feita ao ordenarmos nossos passos, é conhecer a escala de valores do ponto de vista de Deus, aquilo que a Bíblia ensina. Depois, é lutar por fazê-la funcionar.

Deus em primeiro lugar. Deus é a nossa prioridade singular e em primeiríssimo lugar devemos amar a Deus sobre todas as coisas. Mt.6.33. 

Não há nada, absolutamente nada que possa ocupar o primeiro lugar de nossas vidas, a não ser Deus. O mandamento dado a Moisés foi lembrado e enfatizado pelo próprio Senhor Jesus.

“Aproximou-se dele um dos escribas que os ouvira discutir e, percebendo que lhes havia respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos?

Respondeu Jesus: O primeiro é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças. 

E o segundo é este: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que esses”. Marcos 12.28-31.


Amar ao Senhor de todo o nosso coração, alma, entendimento e forças, é colocá-lo em primeiro lugar nas nossas vidas. Jesus deixou bem claro a qualquer que quisesse segui-lo como discípulo, que deveria reconhecê-Lo em primeiro lugar em suas vidas, na frente das pessoas que normalmente nos são as mais amadas e queridas.

“Se alguém vier a mim, e não aborrecer a pai e mãe, a mulher e filhos, a irmãos e irmãs, e ainda também à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não leva a sua cruz e não me segue, não pode ser meu discípulo. Assim, pois, todo aquele dentre vós que não renuncia a tudo quanto possui, não pode ser meu discípulo”. Lucas 14.26,27 e 33.

O Senhor deve estar na frente dos pais, cônjuges, filhos e qualquer outro familiar. Deve ser o primeiro valor em nossa lista ou escala de prioridades. Deve vir antes de nossa própria vida. Deve vir antes de nossos bens ou quaisquer outras coisas. Quando falamos sobre “Deus vir antes de tudo", não é porque as coisas que nos dispomos a renunciar não tem mais lugar em nossas vidas e sim que elas vêm e devem vir depois de Deus em nossas vidas. 

Por exemplo, se o meu cônjuge, incomodado com minha fé me dá um ultimato e me manda escolher entre ele ou Deus, me disponho a sacrificá-lo e ficar com Deus, pois Deus é o maior valor de minha vida. Mas, se mesmo não sendo cristão, meu cônjuge não se importa que eu busque ao Senhor, então ele, o meu cônjuge  passa a ser meu segundo maior valor e ou prioridade, 1 Co 7.12,13.

O primeiro lugar de nossas vidas, indiscutivelmente é e sempre será  Deus:

“Mas buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Mateus 6.33.

Isto não quer dizer que as outras coisas não cabem em nossas vidas, mas que elas vêm depois de Deus.

A família vem em segundo lugar. 

Muita gente tem errado ao pensar que a igreja ou o ministério vem depois de Deus, é como um caso que ouvimos.

Uma senhora do interior disse que Deus a chamou para uma missão, para fazer a obra de Deus e desapareceu de casa por mais de um mês. 

Quando os irmãos da congregação perceberam o que estava acontecendo, tiveram que cuidar dos filhos desta mulher que não tinham o que comer e nem vestir.

O marido estava furioso porque roupas chegaram a apodrecer no tanque enquanto a família aguardava ansiosa o término da tal “missão”. Uma mulher desta nunca leu a Bíblia ou se leu entendeu errado quanto às suas responsabilidades e suas prioridades diante de Deus, da família e da igreja, bem como faltou a devida orientação pastoral.  

Até no caso de diminuir a intensidade do contato físico para se dedicar à oração, o casal deve estar em acordo. 1 Co 7.5.

Mas aquela mulher não consultou seu marido, ela apenas disse: “Deus me chamou e eu estou indo”. E ainda por cima dizia que o marido era “carnal” a ponto de não discernir a voz de Deus.

Veja o que as Sagradas Escrituras ensinam acerca do lugar da família na nossa escala de valores.

“Mas, se alguém não cuida dos seus, e especialmente dos da sua família, tem negado a fé, e é pior que um incrédulo”. 1 Timóteo 5.8.

Não há dúvida que a família é nossa segunda prioridade depois de Deus. Se alguém negligenciar sua família por causa da igreja, do ministério, ou de qualquer outra coisa, por mais “espiritual” que pareça, está contra a Palavra de Deus. Paulo disse que tal pessoa está negando a fé e é pior do que um incrédulo. Agora veja, Paulo estava falando com os crentes que iam à igreja mas estavam negligenciando o que deveriam fazer em favor de suas famílias e do lar.

Logo, concluímos que a família vem antes da igreja na nossa escala de valores. Há um outro texto que mostra claramente a família como uma prioridade antes da igreja e do ministério. É o conselho pastoral que Paulo queria estender a todos os ministros debaixo da supervisão de Timóteo.

É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com todo o respeito, pois, se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de Deus? 1 Timóteo 3.2,4 e 5.

Observemos que o homem de Deus deve ser exemplar quanto à sua família. Fiel à sua esposa, e governando bem sua casa e seus filhos, caso contrário não poderá cuidar da igreja e do seu ministério.

A Palavra de Deus não deixa a menor sombra de dúvida quanto ao lugar que nossa família deve ter na nossa escala de valores. Mas muitos cristãos tem negligenciado a sua família. Muitos pais que não dão tempo e atenção aos seus filhos se queixam de vê-los desviados, mas não se apercebem que estão andando em desordem.

Há esposas perdendo seus maridos e vice-versa, porque não os colocaram no lugar certo na escala de valores. É hora de ordenarmos nossos passos e darmos a atenção, honra e dedicação devida à família.


O trabalho vem em terceiro lugar. 

É impressionante a facilidade com que nos levamos aos extremos. De um lado, temos na igreja, pessoas que são viciadas em trabalho e cujas vidas não estão em ordem, pois desrespeitaram a escala bíblica de prioridades e valores, pondo o trabalho em primeiro lugar. De outro, temos aqueles que relegaram ao trabalho o último lugar na sua escala de valores, ou que nem mesmo colocam o trabalho em suas prioridades.

Quando a Bíblia fala daquele que não cuida da sua família sendo pior do que o descrente, 1 Tm.5.8, está falando, no contexto, sobre sustento material, sobre provisão das necessidades físicas. Um cristão que não leva a sério o trabalho, à ponto de deixar sua família passar necessidade, está violando dois valores importantíssimos que vem logo depois de Deus.

O trabalho é uma ordem bíblica. É o meio do homem sustentar sua casa e viver dignamente. Além disto, por meio do seu ganho ele também poderá servir ao reino de Deus e ao necessitado com suas dádivas, dízimos e ofertas para a obra de Deus. 

“Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado”. Efésios 4.28.

A Palavra de Deus também diz que aquele que não trabalha está andando desordenadamente, fora do plano de Deus.

“Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: Se alguém não quer trabalhar, também não coma. Pois, de fato, estamos informados de que entre vós há pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes se intrometem na vida alheia. A elas, porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando tranquilamente, comam o seu próprio pão”. 2 Tessalonicenses 3.10-12.

O mandamento de Deus é claro: quem não trabalha, não deve ser sustentado pelos outros, a menos que seja doente e portador de necessidades especiais. Cada homem ou mulher tem a obrigação e responsabilidade de se envolver com o trabalho; isto não apenas o proverá quanto às suas necessidades, mas ocupará corretamente o seu tempo, livrando-o de outros problemas que possam surgir para atrapalhar sua comunhão com Deus. Há um ditado popular que diz: “Mente vazia é oficina do diabo".

Paulo se orgulhava de nunca ter sido um peso para ninguém, e de suas próprias mãos, seu trabalho material,  terem lhe provido o sustento. At 20.34. 

Mesmo quando Deus chama alguém para o ministério de tempo integral, o que também é trabalho, deve-se ter a sensibilidade de reconhecer que em determinados momentos, devido à falta de recursos, nada há de errado em se trabalhar secularmente até que a condição de sustento mude; foi isto que aconteceu com Paulo em Corinto. At 18.1-5.

Na vida dos que se dedicam de tempo integral, o ministério se enquadra na prioridade “trabalho”. Jesus ao enviar seus discípulos para pregar e ministrar ao povo, aplicou a eles o termo “trabalhadores” e mencionou seu direito de salário, que é a recompensa legítima do trabalhador. Mt 10.7-10.

Alguns estudantes crentes não sabem onde devem colocar seus estudos nestas escalas. 

Considerando que o estudo é um meio de profissionalização e preparo para melhores trabalhos, deve ser colocado no mesmo lugar que o trabalho.

Algumas famílias conseguem manter seus filhos somente estudando sem que trabalhem, mas a maioria não. 

Portanto devemos aconselhar e encorajar nossos jovens que enfrentem a correria de exercer as duas atividades, pois independentemente da necessidade financeira o trabalho engrandece e amadurece a pessoa.


A igreja vem em quarto lugar. 

Para muitos parece falta de espiritualidade deixar a igreja depois da família e do trabalho, mas esta é a forma correta de encarar nossas prioridades. Mas note que estamos falando de valores e sua ordem, e não sobre a escolha de quais destes fatores terão lugar ou não em nossas vidas. Todos eles devem ter lugar em nossas vidas.

O fato da família vir antes que a igreja, não me dá o direito de não ir à igreja. Isto significa apenas que eu não devo negligenciar minha casa por causa da igreja, mas não me dá o direito de abandonar a igreja, pois lá é o lugar de mostrar publicamente nossa fé em Deus e dando o devido lugar de nossas vidas ao Criador. 

Muitas pessoas não vão aos cultos porque teem que passear com a família e escolhem justamente só os horários dos trabalhos, cultos e reuniões da igreja para fazer isso; é muito errado proceder dessa maneira. Se você quiser fazer um passeio ou lazer ou praticar outras atividades físicas e sociais, faça, mas sem o prejuízo das suas atividades e seus compromissos normais com a igreja.


Devemos passear com nossos familiares, mas isto deve ser programado a fim de não coincidir com outros valores essenciais em nossas vidas, como o horário do culto na igreja. Não podemos deixar de nos envolver com a igreja.

“Não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia”. Hebreus 10.25.

É necessário que o crente em Jesus seja fiel em frequentar sua igreja. Não apenas porque ali ele é edificado e fortalecido, mas principalmente porque esta é a forma de andarmos debaixo de cobertura espiritual.

Precisamos uns dos outros; precisamos do relacionamento com os irmãos. A Bíblia diz que o que vive isolado insurge-se contra a verdadeira sabedoria. Pv.18.1.

Embora vindo depois da família e do trabalho, a igreja é um valor precioso que deve vir antes de qualquer outra coisa ligada à vida social.

Quanto à igreja nós devemos lembrar que somos servos do Senhor Jesus para serví-lo em espírito e em verdade e não como escravos da religiosidade numa denominação, seja ela qual for. A denominação religiosa nunca deve criar escravos da religiosidade, mas servos dedicados ao Senhor Jesus Cristo nosso Eterno Salvador. 


Se dermos o valor devido a cada uma destas atividades, mantendo-as em ordem na escala de valores e respeitando o que a Bíblia nos ensina sobre nossas prioridades, então em nosso dia-a-dia deixaremos de ter muitos dos problemas que já tem nos incomodado tanto.

Deus abençoe você e sua família. 

Pr. Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.