AS
DIFERENÇAS ENTRE JUDAS ISCARIOTES E MATIAS
As histórias
antagônicas de Judas Iscariotes e Matias.
Judas
Iscariotes teve toda a oportunidade da vida para ser verdadeiramente um
apóstolo de Jesus, mas preferiu ser o traidor, aquele que o vendeu por 30
moedas de prata; ele teve toda honra de seus colegas apóstolos como também de
Jesus, mas preferiu, por ganância, ser o traidor de Jesus.
Matias
que não era conhecido, porém era um servo de Deus e temente ao Senhor, foi
escolhido por Pedro e os outros apóstolos para ser considerado o décimo segundo
apóstolo em lugar de Judas Iscariotes.
Todos
os Evangelhos colocam Judas Iscariotes no fim da lista dos discípulos
de Jesus. Sem dúvida alguma isso reflete a má fama de Judas como traidor de
Jesus.
A
Palavra aramaica Iscariotes literalmente significa "homem de
Queriote". Queriote ou Quiriote era uma cidade próxima a Hebrom, (Js
15.25). O apóstolo João diz-nos que Judas era filho de Simão. (Jo 6.71).
Várias
pessoas são citadas na Bíblia com o nome Simão. Vamos identificar cada um para
sabermos quem era o Simão pai de Judas Iscariotes.
Simão era um nome comum nos tempos do Novo
Testamento. Por esse motivo muitos homens na Bíblia são chamados de Simão. É
amplamente aceito que esse nome é uma variante de Simeão, um nome que aparece
no Antigo Testamento e que transmite um significado relacionado a “ouvir” no
hebraico.
Quem são os homens chamados de Simão na
Bíblia?
Pelo menos nove personagens bíblicos são mencionados
no Novo Testamento pelo nome de Simão. A seguir, vamos conhecer uma breve
apresentação de cada um deles:
1. Simão, chamado Pedro: o apóstolo
Pedro certamente é o personagem bíblico mais conhecido com esse nome. Comparado
aos outros Simão, é dele que se têm mais informações na Bíblia. Seu nome
era Simão, e Jesus o chamou de Pedro (Mateus 16:18; Marcos 3:16). Seu pai se
chamava Jonas e seu irmão, André, que também era um dos doze apóstolos de Jesus.
(Mateus 16:17; João 21:15).
2. Simão Zelote: esse era outro apóstolo
do Senhor Jesus. Ele também aparece sendo chamado de “o nacionalista” ou “o
cananeu” (Mateus 10:4; Marcos 3:18). Todas essas designações se referem ao fato
de que ele pertencia ao grupo separatista chamado Zelotes.
3. Simão, pai de Judas Iscariotes: o
texto bíblico nos informa que o pai de Judas Iscariotes, o discípulo que traiu
o Senhor Jesus, também tinha esse nome. (João 6:71; 13:2,26).
4. Simão, irmão de Jesus: um homem
chamado Simão também é citado ao lado de Tiago, Judas e José, como sendo um dos
irmãos do Senhor Jesus, (Mateus 13:55; Marcos 6:3). A Bíblia diz que Jesus
teve irmãos. Os irmãos de Jesus são mencionados em vários versículos da Bíblia.
Mateus 12:46, Lucas 8:19 e Marcos 3:31 dizem que a mãe de Jesus e seus irmãos
vieram vê-lO. A Bíblia nos diz que Jesus tinha quatro irmãos: Tiago, José,
Simão e Judas, (Mateus 13:55). A Bíblia também nos diz que Jesus tinha irmãs,
mas não sabemos seus nomes ou a quantidade, (Mateus 13:56). Em João 7:1-10 seus
irmãos vão para um festival, mas Jesus não vai com eles. Atos 1:14 descreve seus
irmãos e mãe orando com os discípulos. Depois, Gálatas 1:19 menciona que Tiago
era irmão de Jesus. E o próprio Tiago confirma em sua carta Tiago 1.1 “Tiago
irmão do Senhor”. A conclusão mais natural dessas passagens é interpretar que
Jesus tinha irmãos e irmãs sanguíneos.
5. Simão, o fariseu: o Evangelho de Lucas
registra o episódio em que Jesus foi convidado por um fariseu chamado Simão
para comer em sua casa. Naquela ocasião uma mulher pecadora levou um vaso
de alabastro com unguento e ungiu o Senhor Jesus. O fariseu ficou
incomodado com a atitude de Jesus com relação àquela mulher pecadora. Por isso
ele foi repreendido pelo Senhor.
6. Simão, o leproso: na casa desse homem
foi oferecido um jantar a Jesus, e Maria, irmã de Lázaro, também ungiu o
Senhor. Provavelmente esse Simão havia sido curado por Jesus. (Marcos 14:3-9;
João 12:1-8).
7. Simão Cireneu: um homem que ficou
conhecido por ter sido convocado a carregar a cruz de Jesus em um determinado
momento. Ele provavelmente foi o pai de duas pessoas conhecidas dos crentes de
Roma. (Marcos 15:21; cf. Romanos 16:13).
8. Simão, o mago: esse homem era um
mágico na cidade de Samaria quando o evangelista Filipe pregou o Evangelho ali,
(Atos 8:9,13). Quando os apóstolos Pedro e João chegaram naquela cidade, ele
tentou comprar o poder do Espírito Santo, e por isso foi repreendido duramente
por Pedro (Atos 8:18-23). Escritos do período dos pais da Igreja relatam que
Simão se tornou um gnóstico, e, inclusive, tentou se identificar como sendo o
próprio Deus.
9. Simão de Jope: um homem em cuja casa
o apóstolo Pedro estava hospedado quando foi convocado a ir ter com o centurião
Cornélio de Cesaréia para lhe falar acerca das boas-novas da salvação em Cristo.
(Atos 9:43; 10:6,17,32).
Se
Judas Iscariotes era, de fato, natural da Judéia dentre os discípulos, ele era
o único procedente da Judéia. Todos os outros eram procedentes da Galiléia. Os
habitantes da Judéia desprezavam o povo da Galiléia como rudes colonizadores de
fronteira. Essa atitude pode ter alienado Judas Iscariotes dos demais
discípulos. Judas Iscariotes, portanto, era o único discípulo de Jesus que não
era da Galiléia. Sua procedência era da Judéia.
Os
Evangelhos não nos dizem exatamente quando Jesus chamou Judas pra juntar-se ao
grupo de seus seguidores. Talvez tenha sido nos primeiros dias, quando Jesus
chamou tantos outros, (Mt 4.18-22). Judas funcionava como tesoureiro dos
discípulos, e pelo menos em uma ocasião ele manifestou com uma atitude sovina
para com o trabalho. Foi quando uma mulher por nome Maria derramou unguento
precioso sobre os pés de Jesus. Judas reclamou: "Por que não se vendeu
este perfume por trezentos denários, e não se deu aos pobres?" (Jo 12.5).
No versículo seguinte João comenta que Judas disse isto "não porque
tivesse cuidado dos pobres; mas porque era ladrão”.
Enquanto
os discípulos participavam de sua última refeição com Jesus, o Senhor revelou
saber que estava prestes a ser traído e indicou Judas como o criminoso, como o
traidor. Disse ele a Judas: "O que pretendes fazer, faze-o depressa",
(Jo 13.27). Todavia, os demais discípulos não suspeitavam do que Judas estava
prestes a fazer. João relata que "como Judas era quem trazia a bolsa,
pensaram alguns que Jesus lhe dissera: Compra o que precisamos para a festa da
Páscoa...", (Jo13.28-29).
Judas
Iscariotes traiu o Senhor Jesus, influenciado ou inspirado pelo maligno, ( Lc
22.3; Jo 13.27). Depois de vender Jesus e depois tocado pelo remorso, Judas
procurou devolver o dinheiro aos captores de Jesus e enforcou-se. (Mt 27.5).
Judas
Iscariotes traiu Jesus.
O apóstolo
Mateus, escritor do primeiro Evangelho, foi quem mais forneceu detalhes acerca
do acordo entre Judas Iscariotes e os principais sacerdotes a fim de trair
Jesus, (Mateus 26:14-16).
Judas
Iscariotes recebeu como pagamento para trair seu Mestre a soma de trinta moedas
de prata. É interessante saber que esse valor recebido por Judas com as tinta
moedas de prata talvez tenha sido dez vezes menor do que o valor de avaliação
que ele próprio fez do unguento que Maria de Betânia utilizou para ungir Jesus.
A
narrativa bíblica também nos informa que Judas Iscariotes esperou o momento
mais oportuno para poder trair o Senhor Jesus, (Lucas 22:6). Isto acabou
acontecendo na noite em que Jesus celebrou a Páscoa com seus
discípulos no cenáculo, quando também instituiu o sacramento da Santa Ceia
do Senhor. Aqui nos recordamos das conhecidas palavras do apóstolo Paulo: “Na
noite em que ( Jesus) foi traído”. (1 Coríntios 11:23).
Judas
estava na mesa juntamente com Jesus e os outros discípulos. Depois de Jesus ter
dado a ele o bocado molhado, a Bíblia diz que “entrou nele Satanás”, e
Jesus lhe disse: “O que fazes, faze-o depressa”. (João 13:27).
Saindo
dali, Judas Iscariotes pôs em prática o plano da traição. Já no jardim do
Getsêmani, enquanto o Senhor Jesus orava, Judas Iscariotes consumou seu ato
beijando Jesus, e assim os soldados o prenderam, (Marcos 14:43-46). Profecias
do Antigo Testamento apontavam justamente para esse momento, (Salmos 41:9;
55:12-14; Zacarias 11:12).
A
morte de Judas Iscariotes.
A
morte de Judas Iscariotes é registrada apenas em Mateus 27:3-5 e Atos 1:18.
Antes de morrer, Judas ainda esboçou um tipo de arrependimento e remorso
patético, mas nada adiantou, ele tinha
cometido o pior dos pecados e estava prestes e determinado a cometer o último e
mais trágico pecado de toda a sua história que era o de tirar a sua própria
vida. Ele procurou os principais dos sacerdotes e os anciãos a fim de devolver
as trinta moedas de prata, mas os sacerdotes e anciãos do templo não receberam
o dinheiro de volta e Judas Iscariotes jogou as 30 moedas de prata no chão do
templo, próximo dos que lhe haviam contratado para entregar Jesus.
Judas
Iscariotes escutou dos sacerdotes que ele era o responsável pelo que havia feito.
Diante disto, ele acabou atirando as moedas no Templo antes de retirar-se para
ir se enforcar, (Mateus 27:4,5). Os sacerdotes não colocaram as moedas no cofre
das ofertas, visto que eram pelo preço de sangue. Porém, eles acabaram
comprando o campo de um oleiro, para servir de sepultura dos estrangeiros. Esse
campo foi chamado “Campo de Sangue”, assim como havia sido profetizado
pelo profeta Jeremias. Na verdade, indiretamente, foi o próprio Judas quem
comprou aquele campo ao devolver as moedas aos sacerdotes e anciãos.
Mateus
apenas relata que Judas saiu para se enforcar. Já o evangelista Lucas, no
livro de Atos, fornece alguns detalhes sobre esse momento de acordo com
a descrição dada pelo apóstolo Pedro. Ele diz que Judas
Iscariotes, “precipitando-se, rebentou-se pelo meio, e todas suas
entranhas se derramaram”, (Atos 1:18). Matias foi escolhido para ocupar o
lugar deixado por Judas Iscariotes.
Pior
do que a sua trágica e assombrosa morte, é a sentença que lemos sobre o seu
fim: “Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar”, (Atos
1:25). Esse “lugar” é claramente indicado nas palavras de Jesus orando ao
Pai: “Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles pereceu,
exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura”. (João
17:12).
O
caráter de Judas Iscariotes ou a falta de caráter dele.
Considerando
todas as referências bíblicas em que Judas Iscariotes é mencionado, podemos
perceber que ele reunia em si a hipocrisia, o egoísmo, a soberba, a avareza, a
inveja e a cobiça. Seu caráter duvidoso pode ser muito bem resumido na
designação clara e objetiva dada a ele pelo apóstolo João: “Ora, ele
disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e
tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava”, (João 12:6). Alguém pode
perguntar o porquê de Jesus ter escolhido Judas Iscariotes para ser um de seus
apóstolos, mas vendo as referências bíblicas e o contexto vemos que a
oportunidade foi dada a todos para serem verdadeiramente seus apóstolos, a
decisão de trair Jesus foi pessoal de Judas Iscariotes.
João
o identificou, em poucas palavras, como sendo uma pessoa mentirosa, enganadora,
gananciosa e capaz de roubar. Além disso, Judas Iscariotes era uma pessoa
dissimulada. Diante do anúncio de Jesus de que havia entre eles um traidor,
Judas Iscariotes foi tão frio a ponto de dizer: “Porventura sou eu, Rabi?”
(Mateus 26:25).
A
história de Judas Iscariotes é um retrato vívido de como o homem, em sua
própria natureza, é completamente depravado e perverso, apto a ser instrumento
nas mãos do diabo, (João 6:70,71). É impossível separar a pergunta sobre quem
foi Judas Iscariotes das conhecidas palavras de Jesus sobre ele: “Mas ai
daquele por intermédio de quem o Filho do Homem está sendo traído”. (Mateus
26:24).
Quem
substituiu Judas Iscariotes como apóstolo?
Depois
da ressurreição e ascensão de Jesus, os apóstolos se reuniram para escolher
outra pessoa para tomar o lugar de Judas Iscariotes. Eles decidiram que deveria
ser alguém que tinha acompanhado todo o ministério de Jesus e que tinha sido
testemunha de sua ressurreição, (Atos dos Apóstolos 1:21-22). Usando esses
critérios, os apóstolos escolheram duas pessoas: José Barsabás e Matias. Eles
oraram e lançaram sortes e Matias foi o escolhido, (Atos dos
Apóstolos 1:23-26).
Mais
tarde, Paulo se tornou um apóstolo, pregando o evangelho em muitos lugares e
ajudando a estabelecer a doutrina da Igreja. Mas ele não foi um dos 12 apóstolos
originais, que aprenderam diretamente com Jesus. Paulo foi considerado o
Apóstolo dos gentios.
A
escolha de Matias como Apóstolo.
O
Apóstolo Pedro, diante de um grupo de quase cento e vinte pessoas, fez uma
exposição acerca do que havia acontecido com Judas Iscariotes, como cumprimento
da Escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, (At 1:16). Pedro
também mostrou a necessidade de que fosse escolhido alguém para compor,
juntamente com os onze restantes, o grupo de doze testemunhas da ressurreição
de Cristo, (At 1:22).
Para
ser escolhido, o candidato deveria cumprir a principal exigência de
ter acompanhado os discípulos durante todo o ministério de Jesus, ou seja,
desde o batismo realizado por João Batista, até sua ascensão ao céu. Logo, o
novo Apóstolo obrigatoriamente deveria ser capaz de testemunhar a ressurreição
de Jesus, ou seja, ter visto o Cristo ressurreto.
O
antigo historiador Eusébio, defendeu também que Matias provavelmente tenha
sido um dos setenta discípulos escolhidos por Jesus para a missão descrita
no Evangelho de Lucas capítulo 10. Muitos estudiosos também defendem essa
opinião, porém, fora o relato no livro de Atos, Matias não é mencionado em
nenhuma outra passagem do Novo Testamento. O que podemos afirmar com certeza é
que ele, de fato, acompanhou o ministério de Jesus.
No
momento da escolha foi pré-selecionado dois homens: José, chamado Barsabás, que
tinha por sobrenome o Justo, e Matias (At 1:23). Então oraram ao Senhor, e
pediram que Deus mostrasse qual dos dois seria o escolhido. Após a oração,
lançando-lhes sortes, o escolhido foi Matias, que, por voto comum, compôs
o grupo dos doze.
A
polêmica em relação à escolha de Matias.
Alguns
estudiosos questionam a escolha de Matias, inferindo até que
o apóstolo Pedro tenha agido precipitadamente ao tomar a iniciativa
de substituir Judas. Para esses estudiosos, Pedro, e os demais discípulos,
deveriam ter esperado por Paulo, que, segundo eles, foi a verdadeira escolha do
Senhor Jesus que lhe apareceu.
Particularmente,
penso que esse questionamento é infundado e não deve ser considerado. O texto
de Atos claramente nos mostra que os discípulos oraram ao Senhor, e
entenderam que Deus iria dirigir aquela escolha. O fato de terem lançado
sortes, não causa problema algum ao texto, já que esse era um método aprovado e
comum no Antigo Testamento, (Lv 16:8; Pv 16:33), e não existe nenhuma
reprovação a essa atitude em todo Novo Testamento.
Geralmente
as criticas em relação à escolha de Matias, se apoiam no fato de não existir qualquer
referência bíblica ao ministério dele após essa escolha. Porém, se essa lógica
for utilizada, outros discípulos dentre os doze também deveriam ter seus
ministérios questionados.
Após
a ressurreição, sabemos tanto de Matias quanto sabemos de Bartolomeu, por
exemplo, e ninguém sugere que Bartolomeu não seja considerado como um dos
doze.
Quais
foram os critérios para a escolha de Matias no lugar de Judas Iscariotes?
Havia um conjunto particular de critérios que
qualificava Matias para ser o próximo apóstolo.
Nos Atos dos Apóstolos, Pedro discute quem
deveria substituir Judas. Ele então começa a repassar um conjunto de critérios
e a orar a Deus por orientação. Tudo apontava para Matias.
Havia
requisitos muito específicos para a substituição de Judas Iscariotes.
Havia um conjunto particular de critérios que
qualificava Matias para ser o próximo apóstolo.
O primeiro requisito era: Tinha que ser
alguém que “Viveu entre nós”.
Então Pedro continua, devemos escolher entre
aqueles homens que viveram entre nós. Observe como ele insiste que ele deveria
ser testemunha ocular, assim como eles. Mesmo que o Espírito Santo viesse para
ratificar a escolha, Pedro considera essa qualificação anterior como a mais
importante, já que o próprio Espírito Santo lhes agraciou com este entendimento,
ou seja, seria um “daqueles que conviveram conosco” e continua ele, tinha que
ser alguém que conviveu com eles durante todo o tempo em que o Senhor Jesus
veio e passou entre eles.
Ele se refere àqueles que conviveram com
Jesus, não apenas aqueles que foram seus discípulos. É claro que, desde o
início, muitos o seguiram.
Era importante para Pedro que o substituto
fosse alguém que estava lá com eles e que, assim, tivesse convivido de perto
com Jesus e aprendido diretamente com Ele.
O segundo requisito era que: Tinha que ser
alguém que foi “Testemunha da ressurreição de Jesus”.
E tinha que ter convivido com ele até o dia,
acrescenta Pedro, “em que Jesus foi arrebatado de nós”, tendo assim sido
testemunha ocular conosco de sua ressurreição.
Ele não disse “uma testemunha do restante de
suas ações”, mas “testemunha da ressurreição”. Seria mais confiável aquela
pessoa que pudesse testemunhar de fato que Jesus foi crucificado e ressuscitou
dos mortos. Precisava ser uma testemunha não dos tempos anteriores ou
posteriores daquele evento, e não apenas dos sinais e milagres, mas da própria
ressurreição. Pois o restante aconteceu por testemunho geral, abertamente; mas
a ressurreição ocorreu secretamente e era conhecida apenas por esses homens.
Ser uma testemunha da ressurreição de Jesus
era uma qualificação importante e do mesmo peso do primeiro requisito,
especialmente para uma jovem Igreja que precisava convencer os outros de que
Jesus ressuscitou dos mortos.
Eles precisavam de líderes fortes, aqueles
que tivessem uma fé firme em Jesus e pudessem atestar pessoalmente sua
ressurreição por experiência própria.
O terceiro requisito era que tinha que ser
aprovado e confirmado por Deus e seria considerado por todos como providência
de Deus. No final, eles deixaram a escolha de Matias para a providência de
Deus, não contando com seu próprio poder, e assim ele foi escolhido por Deus
para substituir Judas Iscariotes.
O apóstolo Paulo, apóstolo dos gentios veio a
aparecer na história dos apóstolos mais tarde, também pela providência de Deus.
Por
fim, o próprio apóstolo Paulo falando de sua situação, se coloca como
um apóstolo fora do tempo, ou seja, ele também viu o Cristo ressurreto, seu
apostolado foi legítimo e confirmado, porém essa revelação e, consequentemente
seu chamado, ocorreram posteriormente, num momento preparado por Deus.
Disse
o Apóstolo Paulo: “E por derradeiro de todos (Jesus) me apareceu também a mim,
como a um abortivo”. (1 Coríntios 15:8).
Em
nenhuma de suas Epístolas, o Apóstolo Paulo reivindica sobre si uma posição
entre os doze, ao contrário, ele claramente considera Matias no grupo dos
doze que viram Jesus após a ressurreição, (1 Co 15:5).
Quanto
a Matias, duas tradições se propõem a dar uma explicação sobre seu paradeiro
após ter sido escolhido um dos doze. Uma delas sugere que Matias pregou na Judéia,
e acabou sendo apedrejado pelos judeus. A outra defende que Matias foi um
grande evangelizador na Etiópia.
Deus
abençoe você e sua família.
Pr.
Waldir Pedro de Souza.
Bacharel
em Teologia, Pastor e Escritor.