segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

A OMISSÃO DO SACERDOTE ELI FOI A CAUSA DA SUA DERROTA

A OMISSÃO DO SACERDOTE ELI FOI A CAUSA DA SUA DERROTA 

Eli foi sacerdote e juiz em Israel depois da morte de Sansão. Eli substituiu a Sansão. A omissão e a permissividade do sacerdote Eli foram as causas de sua derrota e de sua trágica morte logo depois da morte de seus filhos, cumprindo o que Deus mandou um profeta desconhecido lhe profetizar.

Eli também foi o sumo sacerdote no tempo da infância e juventude do profeta Samuel que cresceu no temor do Senhor assim como tinha aprendido com seus familiares, especialmente sua mãe que teve o carinho e o amor necessário para que seu filho não se contaminasse com os erros, imoralidades, desrespeito e idolatria dos filhos do sacerdote Eli. Além do sacerdócio, Eli também serviu como um juiz de Israel por quarenta anos. (1 Samuel 4:18).

A história de Eli na Bíblia ficou marcada não apenas pelo seu contato com o jovem Samuel, mas principalmente pela rebeldia de seus filhos e a sua aquiescência e acobertamento quanto aos terríveis atos que seus filhos praticavam. Seu pai, o sacerdote, fazia vistas grossas sobre o assunto deixando acontecer bem na sua frente, na sua casa e no seu sacerdócio, tudo aquilo que não agradava a Deus   

Eli era descendente de Arão através de Itamar (1 Samuel 22:20; 1 Reis 2:27; 1 Crônicas 24:3). Mas sua descendência não é citada na lista de 1 Crônicas 6 por causa do julgamento de Deus sobre sua família.

O sacerdote Eli e o futuro profeta Samuel. Deus já estava preparando o sucessor de Eli. 

Eli ministrava no Tabernáculo que havia sido levantado em Siló ( Siló Cidade de Efraim. Ficava 16 km a nordeste de Betel. Em Siló, Canaã foi dividida (Js 18.1-10), e ali o Tabernáculo e a Arca da aliança permaneceram durante 300 anos, até o tempo de Samuel (1Sm 1-4; ver também Js 21.2; 22.9; Jz 21; 1Rs 14.2) após o tempo de peregrinação no deserto. (Josué 18:1; Juízes 18:31). Ele aparece na narrativa bíblica no episódio em que Ana, esposa de Elcana, orou a Deus pedindo por um filho.

Inicialmente o sumo sacerdote Eli mostrou certa falta de sensibilidade espiritual ao interpretar de forma equivocada a atitude de Ana. Ele pensou que aquela mulher devotada estava embriagada (1 Samuel 1:14), mas depois que ela lhe explicou suas razões, Eli a despediu com uma bênção. (1 Samuel 1:17).

Deus atendeu ao pedido de Ana e abriu sua madre. Ana deu à luz a Samuel e tão logo cumpriu o voto que havia feito ao Senhor. Ela levou o menino a Siló para ter uma vida dedicada ao serviço da casa de Deus. Isso significa que o pequeno Samuel ficou aos cuidados do sumo sacerdote Eli (1 Samuel 3:1). Mais tarde, foi o próprio Eli quem instruiu Samuel quanto à percepção da voz do Senhor que lhe chamava (1 Samuel 3:9). Naquele tempo Eli já era um homem idoso. (1 Samuel 2:22).

Os pecados de Eli e de seus filhos. 

O grande problema de Eli foi seus filhos. Ele era pai de dois homens incrédulos, Hofni e Finéias. Como Eli já tinha a idade muito avançada, seus filhos passaram a ter cada vez mais responsabilidades no serviço do Tabernáculo.

Mas os dois filhos de Eli não tinham qualquer temor a Deus e nem respeito pelo próprio pai. Eles transgrediam a Lei de Deus de muitas maneiras. Eles violavam a regulamentação acerca das ofertas e sacrifícios ao Senhor, e se apropriavam daquilo que era consagrado a Deus (1 Samuel 2:12). Além disso, eles seduziam as mulheres que se ocupavam de forma voluntária de algum serviço relacionado ao funcionamento do Tabernáculo e cometiam atos abomináveis e libidinosos dentro do templo. 

A prática pecaminosa e imoral dos filhos de Eli era conhecida por todo o Israel e influenciava negativamente o povo (1 Samuel 2:22-24). A Bíblia mostra a tentativa patética de Eli de repreender seus filhos. Mas eles já estavam com suas mentes cauterizadas pelo pecado e tinham atingido um nível tão profundo que o juízo de Deus sobre eles era inevitável. (1 Samuel 2:25).

O juízo de Deus sobre casa de Eli.

Eli é sempre lembrado como uma figura trágica que não tinha controle sobre sua própria casa. Embora ele não apareça na Bíblia participando diretamente dos pecados de seus filhos, ele acabou participando deles por omissão. O erro fatal que Eli cometeu foi o de honrar mais os seus filhos do que ao Senhor. Além disso, ficou demonstrado  que ele acabava se beneficiando indiretamente do comportamento ganancioso e pecaminoso de seus filhos. (1 Samuel 2:29).

Por tudo isso Deus derramou seu juízo sobre à casa de Eli. Antes, Ele enviou um profeta, sobre quem nada sabemos, mas que anunciou o julgamento do Senhor à casa de Eli. O homem de Deus denunciou a forma com que Eli e seus filhos negligenciaram o serviço a Deus e desprezaram a grande dádiva do ofício sacerdotal que lhes fora confiado.

Em seguida, o profeta avisou que a linhagem sacerdotal em Israel não seria mais contada através de sua casa. Na prática, isso significou que a linhagem sacerdotal passou a ser considerada através da descendência de Eleazar, o outro filho de Arão. Essa mesma mensagem foi novamente confirmada através do jovem profeta Samuel (1 Samuel 3:1-21).

Deus também avisou a Eli que seus filhos morreriam no mesmo dia, e que ele seria o último homem idoso de sua casa. Todos os outros haveriam de morrer no auge da idade (1 Samuel 2:32,33).

Mais tarde, muitos descendentes de Eli foram dizimados durante o massacre promovido por Saul em Nobe. (1 Samuel 22:17-19). Nos dias de Davi, os descendentes dos sacerdotes através de Eleazar eram duas vezes mais numerosos do que aqueles que descendiam de Itamar, isto é, da casa de Eli (1 Crônicas 24:4). Por fim, durante o governo do rei Salomão, Abiatar, que descendia de Eli, foi retirado do sacerdócio e a casa de Eleazar prevaleceu definitivamente (1 Reis 2:26-27).

A trágica morte do sacerdote Eli.

A morte de Eli se deu num contexto de verdadeira tragédia. Os israelitas estavam em guerra contra os filisteus e os filhos de Eli levaram a Arca do Senhor à batalha como um tipo de talismã. Mas o exército israelita foi duramente derrotado. Os dois filhos de Eli que seguravam a Arca da Aliança foram mortos e a Arca foi capturada pelo exército inimigo.

Eli estava assentado numa cadeira ao pé do caminho com o coração apertado, especialmente por conta da Arca do Senhor que estava na batalha. Provavelmente ele sabia que o fato de seus filhos perversos estarem responsáveis pela Arca, não poderia resultar em boa coisa.

Naquela ocasião ele já tinha perdido a visão. Então um mensageiro da tribo de Benjamim foi até ele e lhe deu as más notícias. O mensageiro avisou que seus filhos estavam mortos e que a Arca tinha sido tomada.

Curiosamente o que realmente provocou a reação que matou Eli foi a informação da perda da Arca, e não a morte de seus filhos e a derrota do exército israelita. O homem que tinha vivido parte de sua vida dando mais importância aos filhos do que tendo zelo pelas coisas do Senhor, ironicamente acabou morrendo ao demonstrar maior preocupação pela Arca de Deus.

A Bíblia diz que quando Eli recebeu a notícia sobre a perda da Arca, ele caiu da cadeira para trás e quebrou o pescoço. Quando sua nora grávida, a esposa de Finéias, ouviu as más notícias, entrou em trabalho de parto. 

Ela deu à luz a um menino, e antes de morrer lhe chamou de Icabô, dizendo: “Foi-se a glória de Israel”. (1 Samuel 4:21). Ela disso isso porque sabia que seu marido e seu sogro foram responsáveis pela calamidade em Israel com a perda da Arca do Senhor. O sumo sacerdote Eli morreu aos noventa e oito anos.

Qual o legado que o sacerdote Eli deixou para a sua posteridade. 

A Bíblia diz que Eli julgou Israel durante quarenta anos. É possível que esse período de liderança de Eli não tenha coincidido, pelo menos em parte, com as ações de Sansão e com as atividades de outros juízes daquele mesmo período. (Vejam Juízes capítulos 12-16). Durante todo esse tempo de quarenta anos ele esteve em Siló.

Certamente Eli ficou marcado na Bíblia de forma negativa. Sua conduta nos ensina, principalmente, acerca do perigo de não zelar pela obra do Senhor. Em outras palavras, sua vida é um testemunho de que devemos sempre priorizar tudo aquilo que honra a Deus e não aquilo que trás glória para a satisfação pessoal, isso é ser omisso.  

Eli corretamente exortou Ana à santidade e a abençoou por sua fé. Além disso, certamente ele teve grande participação no crescimento de Samuel. Na verdade, obviamente ele fez melhor com Samuel do que com seus próprios filhos.

Eli, o sacerdote que fracassou como pai.

Nenhum ser humano chega ao ponto de não mais necessitar de disciplina. A disciplina treina-nos a agir de acordo com o que é correto, do modo mais benéfico. Ao encararmos a vida, defrontamo-nos com situações variadas, algumas delas novas para nós, e não poucas delas o são para nos provar quanto à nossa sinceridade, nossa honra e nossa honestidade para com Deus o nosso Pai Eterno. Somos desafiados constantemente para provarmos nossa fidelidade a Deus.


Uma vez que isso se dá mesmo quando já somos adultos, uma criança necessita muito mais de disciplina. Toda experiência é nova para ela. Além disso, devido à herança proveniente de pais imperfeitos, a recomendação sábia de Salomão é que  “a tolice está ligada ao coração do rapaz (homem); a vara da disciplina é a que a removerá para longe dele”. Prov. 22:15.

Por esta razão, Deus declara aos pais a grande importância de se ensinar os filhos a serem cumpridores da lei, cumpridores dos seus deveres e a se manterem moralmente limpos e a terem amor a Deus mais do que todas as coisas ou bens no decorrer da vida. Se não aprenderem estes princípios pelo ensino verbal dos pais, mas forem desobedientes e indisciplinados, terá de se aplicar alguma forma de disciplina. Falta de firmeza, ou falhar em fazer isso, resultará em crianças que, mais tarde, não darão nenhuma atenção aos pais, e isto pode resultar em grande calamidade tanto para as crianças como para os pais.

Criar os filhos sem a devida correção e disciplina acarretará no futuro em pessoas desordenadas e desobedientes aos pais. Esse tipo de pessoas sempre trarão muito desgosto aos seus pais. Vivemos hoje numa época em que é grande o número de pais abandonados pelos filhos. O afrouxamento e ou a falta da aplicação da disciplina, trará com certeza muito desgosto aos pais no futuro. 


Eli era pai no antigo Israel e isso implicava em aplicar uma educação mais severa para seus filhos segundo as leis de Deus no Pentateuco. Era também sacerdote, Eli era o sumo sacerdote da nação. Como tal, era bem versado na lei de Deus. Pessoalmente, deveria ter cumprido fielmente suas obrigações sacerdotais. Deveria ter até mesmo instruído cabalmente seus filhos na lei de Deus. Mas, evidentemente, ele foi fraco, negligente, tolerante demais com seus filhos, e não prosseguiu em administrar a necessária disciplina, resultando em incorrer no desagrado de Deus, e trazer desgosto a si mesmo. Mas, Eli fracassou completamente também num aspecto ainda maior, ele não se demonstrou zeloso pela verdade, pela adoração pura à Deus, quando seus dois filhos se envolveram em violar as leis de Deus. Eli deixou que seus filhos fizessem aquilo que era abominável a Deus, que era rejeitado por Deus, tudo o que desagradava a Deus eles faziam questão de praticar, numa afronta a Deus jamais vista em Israel. 

Os pecados dos filhos de Eli não eram observados pelo pai, não eram vistos por Eli o sacerdote e nem por Eli como pai. Eli fazia vistas grossas para com os pecados de seus filhos. 

Quando os filhos de Eli se tornaram adultos e se casaram, e Eli já era bem idoso, o relato da conduta chocante de seus filhos continuava chegando a ele. O registro declara: “Ora, os filhos de Eli eram homens imprestáveis; não reconheciam a Deus como o Deus único e verdadeiro, como o Deus de Israel, como o Deus dos seus antepassados, como o Deus de Abraão, de Isaque, de Jacó, enfim eles não queriam nem saber da existência de Deus. 

Quanto à prerrogativa legítima dos sacerdotes da parte do povo, sempre que um homem oferecia um sacrifício, vinha um ajudante do sacerdote com o garfo de três pontas na sua mão, justamente quando se cozinhava a carne, e metia-o na bacia, ou na caldeira de duas asas, ou no caldeirão, ou na caçarola. Tudo o que o garfo tirava, o sacerdote tomava para si. Era assim que faziam em Siló a todos os israelitas que vinham para lá”. 1 Sam. 2:12-14.


A lei provia o sustento para o sacerdócio da seguinte maneira: 

No sacrifício de participação em comum, quando o adorador apresentava seu sacrifício da manada ou do rebanho, os sacerdotes estavam autorizados a tirar o peito do animal como sua porção. O sacerdote que oficiava recebia como sua porção a perna direita. Mas Hofni e Finéias, filhos de Eli, faziam que seus ajudantes tirassem do caldeirão o que quer que seus garfos grandes apanhassem, desrespeitando assim a Deus por violar seus arranjos, e maltratando o israelita que trazia o sacrifício. 

Pior do que isso, eles roubavam a Deus por retirar sua porção do sacrifício antes de as partes gordas serem oferecidas no altar, uma violação da lei. 1 Sam. 2:15-17; Lev. 7:32-34; 3:3-5.

Em adição aos seus pecados, estes homens iníquos cometiam atos imorais com as mulheres que serviam no tabernáculo, de modo que todo o Israel veio a saber disso. E o relato da terrível profanação do santuário de Deus chegou aos ouvidos de Eli. 1 Sam. 2:22.

Nisto residia a maior falha de Eli. Como pai de Hofni e Finéias, e, mais seriamente, como sumo sacerdote de Israel ungido por Deus, Eli deveria ter tomado imediatamente medidas disciplinares para remover aqueles dois homens (seus filhos) de seus cargos sacerdotais, demitindo-os do serviço no santuário. Além disso, eles deviam ser punidos pelos seus crimes de acordo com a lei. Em vez disso, Eli simplesmente lhes disse:
“Por que continuais a fazer tais coisas? Pois são más as coisas que ouço acerca de vós de todo o povo. Não, meus filhos, porque não é boa a notícia que ouço, que o povo de Deus está fazendo circular sobre vós em Israel. Se um homem pecar contra um homem, Deus arbitrará por ele; mas se o homem pecar contra Deus, quem é que vai orar por ele”?1 Sam. 2:23-25.


Eli, o sacerdote que fracassou como líder religioso e juiz de Israel. 

O julgamento de Deus contra a casa do sacerdote Eli era necessário que acontecesse para servir de lição para a posteridade da linhagem sacerdotal em Israel. A cobrança de Deus foi para fazer justiça e não por maldade. Deus é bom em todo tempo e em todas as suas ações.

Contudo, Deus não estava desatento ou desinteressado pelo assunto, mas já havia julgado aqueles homens corrutos. “Deus se agradava agora de entregá-los à morte”, diz a Bíblia, e em harmonia com o seu julgamento, enviou “um homem de Deus” a Eli, com uma mensagem profética fulminante. (1 Sam. 2:25) O profeta lhe disse: (Vejam que o nome do profeta aqui não é mencionado, Deus usa os desconhecidos para realizar a Sua obra quando é necessário).

“Assim disse o Senhor: ‘Não me revelei deveras à casa de teu antepassado (Arão), enquanto vieram a estar no Egito como escravos da casa de Faraó? E fez-se escolha dele para mim dentre todas as tribos de Israel, a fim de que atuasse como sacerdote e subisse ao meu altar para fazer subir a fumaça sacrificial, para usar um éfode diante de mim, a fim de que Eu cesse à casa de teus antepassados todas as ofertas feitas por fogo dos filhos de Israel. Por que dais pontapés no meu sacrifício e na minha oferta que ordenei na minha habitação, e tu persistes em honrar mais a teus filhos do que a mim, cevando a vós mesmos com o melhor de toda oferta de Israel, meu povo?

“Por isso é assim a pronunciação de Deus, o Senhor, o Deus de Israel: “De fato, eu disse: Quanto à tua casa e à casa de teu antepassado (Arão e seus filhos), andarão diante do mim por tempo indefinido.” Mas agora a pronunciação do Senhor contra vós é: “É inconcebível, da minha parte, porque honrarei os que me honrarem, e os que me desprezarem serão tidos por desprezíveis“. 

A cobrança de Deus sobre a casa de Eli e sobre sua posteridade. 

Eis que vêm dias em que hei de cortar teu braço e o braço da casa de teu antepassado, de modo que não chegará a haver homem idoso na tua casa. E estarás realmente olhando para um adversário na minha habitação, no meio de todo o bem que se faz a Israel e nunca chegará a haver um homem idoso na tua casa. Contudo, há um homem teu que o separei de estar junto ao meu altar para fazer os teus olhos falhar e para fazer a tua alma consumir-se; mas o maior número da tua casa morrerão todos pela espada dos homens. E este é para ti o sinal que sobrevirá aos teus dois filhos, Hofni e Finéias: Ambos morrerão num só dia. E certamente suscitarei para mim um sacerdote fiel. Ele procederá em harmonia com o que está no meu coração e na minha alma; e hei de edificar-lhe uma casa duradoura, e ele há de andar perante o meu ungido para sempre. E tem de suceder que aquele que sobrar na teu casa virá e se curvará diante dele para obter pagamento de dinheiro e um pão redondo, e há de dizer: “Por favor, agrega-me a um dos cargos sacerdotais, para comer um pedaço de pão.”1 Sam. 2:27-36.
Esta profecia teve seu cumprimento parcial, pouco tempo depois, quando os dois filhos de Eli foram mortos em batalha contra os filisteus, e a arca, que haviam levado para a batalha, foi capturada. Eli ao ouvir o relato, caiu de costas de sua cadeira, ao lado do portão, e fraturou pescoço. 1 Sam. 4:10, 11, 18.


A posteridade de Eli foi amaldiçoada por Deus e não foi bem sucedida por várias gerações. 

A posteridade de Eli ocupou o cargo de sumo sacerdócio por anos depois disso, mas seus olhos viram muitas calamidades, tais como a matança dos sacerdotes por ordem de Saul. (1 Sam. 22:11, 16-18) Uma parte adicional do julgamento ocorreu anos depois, quando o Rei Salomão “expulsou a Abiatar, o sumo sacerdote, descendente de Eli, do serviço de sacerdote de Jeová, para cumprir a palavra de Jeová, que ele havia falado contra a casa de Eli, em Silo”. Salomão substituiu Abiatar, no cargo, por Zadoque. 1 Reis 2:27,35, Zadoque era descendente da linhagem de Eleazar, filho de Arão, ao passo que Eli era da linhagem de Itamar, outro filho de Arão. 1 Crônicas.6:50-53; 24.1; 1 Samuel. 14:3; 22.9.

Mesmo assim, Deus permitiu que alguns dos descendentes de Eli servissem como subsacerdotes. Mas eles sentiram o declínio da adoração no templo durante o reinado dos reis, quando o sacerdócio não recebia apoio adequado da parte do povo. 2 Crônicas. 29:3, 6.33:7. 

A narrativa sobre Eli enfatiza fortemente estes fatos, que não podemos desconsiderar: Nós, como servos de Deus, devemos seguir o conselho bíblico de ensinar a Palavra de Deus aos nossos filhos cada dia e, ao passo que lhes demonstramos amor e consideração, devemos “criá-los na disciplina e no amor de Deus  o Senhor”. Ef. 6:4; Deuteronômio 6:4-9) Se os pais tolerarem a má conduta de seus filhos, hão de perder o respeito deles. Tais pais, notarão mais tarde, que destruíram a linha de comunicação, e verão, para sua tristeza, seus filhos afastarem-se deles para os caminhos do mundo. Por isso temos hoje tantos idosos órfãos de filhos vivos.

Ainda mais importante, o exemplo dos filhos de Eli incute em nós o fato de que qualquer uso de nossa posição, como servos de Deus, para proveito egoísta, trará sobre nós julgamento adverso da parte de Deus. “Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá”. 1 Cor. 3:17.

A profecia, que vamos relembrar aqui  foi feita ao sacerdote Eli.  “Veio um homem de Deus a Eli, e lhe disse: Assim diz o Senhor: Não me manifestei, na verdade, à casa de teu pai, estando eles ainda no Egito, na casa da servidão? O que sobrevirá a teus dois filhos, a Hofni e a Finéias te será por sinal: ambos morrerão no mesmo dia”. (I Samuel 2:27,34).

O relato completo dessa profecia está em 1 Samuel 2:27-36. O profeta, enviado por Deus, faz duras criticas a forma como Eli dirigia a família dele, permitindo a imoralidade, a zombaria e a idolatria dos seus filhos abertamente, sem corrigi-los. As consequências foram trágicas ao atingir diretamente aqueles seus filhos que viviam de forma desordenada, desrespeitando o local sagrado de adoração a Deus. 

Vamos conhecer mais um pouco sobre Eli, a família dele e o trabalho que exercia. Eli era sumo sacerdote em Siló, Jerusalém) como já vimos, enquanto isso o jovem profeta Samuel crescia no temor do Senhor. Samuel era separado para servir a Deus desde seu nascimento e nos dias da sua juventude, Deus chama Samuel para o serviço profético. (I Samuel 4:18). Outro ponto sobre a vida desse homem, que podemos deduzir, segundo 1 Crônicas 24:3,6, é que Eli, foi o primeiro sumo sacerdote da linhagem de Itamar, o filho mais novo de Arão. Após a morte de Sansão, Eli atuou como juiz civil e religioso em Israel, por 40 anos.

Eli tinha 58 anos quando começou a exercer o ministério de sumo sacerdote e juiz. Como chegamos a esta conclusão? 1 Samuel 4:15 diz que “era da idade de noventa e oito anos e cujos olhos estavam tão escurecidos que não podia ver”. Se ele morreu com 98 anos e reinou 40, então começou o trabalho com 58 anos. Era pai de dois filhos, Hofni e Finéias, e sobre estes dois filhos Eli perdeu completamente a autoridade.

Eli foi colocado por Deus na função mais importante sobre o povo de Israel mas não deu o devido valor descuidando da sua casa e de sua família. Ele era tido como exemplo, como um referencial e a família dele também, porém exemplo nenhum procedia deles. Só que ao governar Israel, esqueceu de governar a própria casa. Foi um pai transigente, amava a paz e a comodidade e não exercia a autoridade para educar e corrigir os filhos. Não tratou da educação dos filhos como coisa importante.

Imaginamos que Eli recusou esse dever porque implicava em contrariar a vontade dos filhos. Eli não pensou nas consequências dessa conduta displicente. Esqueceu de educar os seus filhos no temor do Senhor, para Deus e para os deveres da vida.

Nós não podemos repetir o erro de Eli. A educação dos filhos foi confiada aos pais e não à igreja ou à escola. Muitos pais não têm coragem de dizer não aos filhos e esses crescem entendendo que tudo e todos devem estar à sua disposição. São discípulos de educadores, ditos modernos, que insistem com a idéia de que contrariar os filhos causa traumas e prejuízos e por isso não impõem limites na educação dos filhos. Os pais modernos não teem mais tempo para os filhos nessa sociedade moderna deixando essa idéia de educação de seus filhos o mundo. Isso contraria o que Deus diz sobre o assunto. Os pais devem criar seus filhos com amor, educa-los no temor do Senhor que é o princípio da sabedoria. 


Pais, os filhos precisam conhecer de forma bem clara quais são seus os limites. Quando acordar, quando comer, quando brincar, quando estudar, quando trabalhar, quando ficar em silêncio e quando falar. O pai que não estabelece limite para o filho não esta cumprindo a sua missão de educador. A tarefa de educar é da família; a igreja e a escola são apenas entidades que complementam essa educação trazendo o ensino secular profissionalizante e religioso da Igreja segundo a fé que professarem.  

Mas, vamos voltar a história de Eli e os filhos dele. Um profeta foi até Eli, lá pelo ano de 1.165 AC, e disse que Deus iria intervir na sua casa, pois ele não atuava como um pai responsável e muito menos como líder religioso e juiz para os israelitas.

Os filhos de Eli tratavam as ofertas no santuário de forma leviana e banal, não tinham nenhuma reverência e nem respeito para com os atos e sacrifícios determinados pela lei de Deus através de Moisés l. Aquilo que Deus havia orientado para ser solene e inspirador, estava sendo tratado como coisa comum, banal e sem valor. Agiam de forma vulgar e até com violência, quando alguém oferecia sacrifícios. Não respeitavam os símbolos que ali estavam. Além disso, cometiam adultério com as mulheres que serviam à porta da tenda da congregação. Às vezes com violência forcavam as mulheres a praticarem tais atos. O povo de Israel estava escandalizado com o comportamento profano e rebelde dos filhos do sumo sacerdote para com as coisas santas de Deus.

O sacerdote Eli sabia de tudo e como sumo sacerdote e juiz tinha o dever de impedir que seus filhos agissem desse jeito,  dessa maneira, sem o devido respeito para com as coisas de Deus. O Senhor, porém,  não pode tolerar por muito tempo a vulgaridade e o tratamento leviano para com as coisas sagradas. Se Eli se omitiu, Deus agiu. Deus é santo e todos os que cometeram e cometem até hoje tais atos de desrespeito para com o altar, para com o púlpito que representa o altar do sacrifício, certamente terão a cobrança de Deus sobre si conforme está em Galatas 6.7. “De Deus não se zomba. Tudo o que o homem semear isso também ceifará”. 

E a profecia se cumpriu. No ano de 1.141 AC houve guerra entre os filisteus e Israel, e nessa batalha foram mortos quatro mil soldados israelitas. A arca, símbolo da presença de Deus, foi tomada pelos filisteus como troféu de guerra. Nesta batalha, os filhos de Eli foram mortos. (1 Samuel 4:13).

Deus nunca teve ou tem pressa para agir. Deus é longânimo; Deus, as vezes,  retarda a sua ira; Deus sempre dá mais um tempo nesse tempo da graça para que haja arrependimento. Porém chegou o tempo da cobrança de Deus sobre a casa de Eli;  demorou de 23 a 24 anos para se cumprir a palavra profética e assim como foi dito pelo homem de Deus a Eli, tudo aconteceu como Deus havia lhe dito que aconteceria.

Hoje é tempo de arrependimento e concerto diante de Deus. 


Deus abençoe você e sua família. 

Pr. Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 




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