segunda-feira, 26 de outubro de 2020

A CONDENAÇÃO ETERNA

 A CONDENAÇÃO ETERNA 


Infelizmente a condenação eterna acontecerá, por isso precisamos urgentemente nos preocupar com nossa salvação.

  

Esta postagem está baseada no texto bíblico de Mateus 25.31-46.


O fim do sermão profético. A vida eterna e o castigo eterno.

31. E, quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os santos anjos, com ele, então, se assentará no trono da sua glória;

32. e todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas. 

33. E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. 

34. Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; 

35. porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; 

36. estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. 

37. Então, os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber?

38. E, quando te vimos estrangeiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? 

39. E, quando te vimos enfermo ou na prisão e fomos ver-te?

40. E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.

41. Então, dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;

42. porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; 

43. sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e estando enfermo e na prisão, não me visitastes. 

44. Então, eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão e não te servimos? 

45. Então, lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim. 

46. E irão estes para o tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna.


Aqueles que não derem a devida consideração ao convite da graça, e continuarem rejeitando a Deus Pai, a Jesus Cristo, ao Espírito Santo e ao Evangelho, infelizmente continuarão debaixo da sentença de condenação eterna no inferno, e jamais poderão sair de lá, depois que deixarem este mundo pela morte. É morte e sofrimento eterno.

Na igreja neotestamentária do século XXI, o ensino bíblico do inferno parece ter sido excluída da vivência da fé e dos elementos básicos para os novos convertidos, para os velhos crentes e para os crentes velhos. Hoje só se fala em prosperidade nas igrejas, com raras exceções.  

O escritor da Epístola aos Hebreus se referiu ao “juízo eterno” como um dos princípios elementares da doutrina de Cristo (Hb 6.1-2), em outras palavras, um ensino fundamental apresentado no início da vida cristã. Em nossos dias, esse ensino tem sido negligenciado; e precisamos tomar tempo para esclarecer nosso entendimento sobre o assunto aos crentes hodiernos. 

Podemos resumir os principais aspectos do ensino bíblico sobre o inferno em seis proposições simples.


1.   O que é o inferno?

Um lugar real criado por Deus. Uma ideia contemporânea a respeito do inferno é a de que ele é apenas uma metáfora que se refere à infelicidade que experimentamos nesta vida. 

Nas memoráveis palavras de um filósofo existencialista francês, “não há necessidade de enxofre ou grades de tortura. O inferno é a outra pessoa”. 

Para ele, o inferno era a dor causada pela crueldade dos seres humanos. Porém insistimos que o inferno é real e milhões de seres humanos que estão morrendo sem Cristo estão indo pra lá a passos largos.

As pessoas falam de suas experiências devastadoras chamando-as de “infernal”. “Passei por um inferno”, elas dizem. O inferno é visto como o lado sombrio da vida, a tristeza e o sofrimento pelos quais as pessoas passam. Nada disso é verdade. O inferno é um lugar real. Não é uma metáfora nem um símbolo, nem uma descrição de nossa desolação interior ou de nossos sofrimentos presentes, não importando quão angustiantes eles sejam. O inferno não é um estado mental. É um lugar com dimensões especiais criadas para o tormento eterno. Na parábola do rico e Lázaro, o rico falou: “Este lugar de tormento” (Lc 16.28), usando a palavra grega normal que significava “lugar”, da qual procede a nossa palavra topografia que e a ciência de descrever lugares. A Bíblia nos diz que Judas Iscariotes foi “para o seu próprio lugar” (At 1.25). Não sabemos em que lugar do universo está o inferno; mas ele tem uma localização precisa, em algum lugar. 

A Bíblia sugere o seu grande distanciamento da vida e da luz de Deus, ao descrevê-lo como “fora” (Mt 8.12; Ap 22.15), “trevas”. (Mt 8.12; 22.13; 25.30).

O nome mais característico do inferno, no Novo Testamento, é Gehenna, uma palavra que tem uma história interessante. 

Ela se referia ao vale de Hinom, fora de Jerusalém, no qual os israelitas queimavam seus filhos como sacrifício a Moloque, deus amonita. (2 Cr 28.3; 33.6; 2 Rs 23.10). Era um lugar de atitudes perversas e de tristeza que angustiava o coração. No século I depois de Cristo, o vale de Hinom havia se tornado um depósito de lixo, onde os detritos eram queimados dia e noite. As pessoas dos dias de Jesus associavam-no com fumaça, fedor e vermes, tudo que era detestável e imundo. Esse é o termo horrivelmente vívido que Jesus escolheu como figura apropriada do inferno real. Visto que o inferno é um lugar, ele foi criado por Deus. Por ordem de Deus, o fogo eterno foi “preparado para o diabo e seus anjos”. (Mt 25.41).

Punição justa, terrível e eterna para os perdidos pecadores que, por livre arbítrio, rejeitaram a oportunidade de serem salvos. 

O inferno é um lugar de punição final e sem retorno, existe alguma ideia mais impopular do que essa em nossos dias? 

Nem todo tipo de punição é inaceitável, mas essa de punição eterna, é sim inaceitável pela sociedade que não respeita e nem teme a Deus. 

A punição corretiva é destinada  a  tornar o ofensor uma pessoa melhor, é bastante aceitável. Os movimentos “politicamente corretos” sempre se empenharam por convencer os governos a tirar dos pais o direito de disciplinar os próprios filhos. O propósito da disciplina é ensiná-los a não fazer o que é errado, porém os movimentos esquerdista no Brasil teem lutado para impor leis proibitivas no sentido dos pais não exercerem mais os direitos paternos sobre seus filhos. 

Dizem eles: Nossa esperança é que nossos filhos aprenderão com as experiências desagradáveis e agradáveis livremente e não tenhamos de puni-los sempre e novamente.

O serviço prisional segue essa mesma filosofia, na qual o alvo declarado do encarceramento é a reabilitação do criminoso. E alguns admitem uma função para a punição preventiva, empregando-a como um detentor que impede os outros de cometerem a mesma ofensa e, assim, sofrerem uma penalidade semelhante. Essa atitude serve como uma advertência para a comunidade, e a correção dos poucos culpados visa garantir a obediência contínua dos muitos que aderem à lei.

No entanto, a punição que o mundo de hoje não tolera é a retributiva, a punição infligida apenas como recompensa pelo mal, porque é isso que os malfeitores devem sofrer, a punição que caracteriza o ódio pelo que é errado e o compromisso com o que é certo. 

Esse tipo de punição é considerada bárbara e imoral. Isso acontece não porque as pessoas se tornaram mais humanas ou civilizadas, e sim porque elas são atemorizadas por um espectro sombrio. A sombra do inferno as persegue. 

Sussurros inquietantes de julgamento por vir ecoam em sua consciência. Essas intimações da ira de Deus deixa as pessoas tão apavoradas, que fazem tudo que podem para remover de nossa sociedade qualquer ideia de punição retributiva.


2.  A punição do inferno é retributiva, é corretiva ou é condenatória?

A punição não torna ninguém melhor, mesmo porque quem for condenado já estará no inferno. 

Alguém acha que haverá oportunidade de perdão e salvação depois da morte. Acham que poderão ir para o purgatório, que o catolicismo romano criou em nome da tradição da influência papal, diz que é para a alma pagar seus pecados cometidos em vida e ficarem purificados pelas velas acesas em seus velórios ou em seus túmulos, bem como nas missas e nas rezas em prol de iluminar o caminho para o céu. Isso somente trás a idéia de que os seres humanos serão purificados e melhorados por meio de seu sofrimento após a morte; isso é uma mentira e um engano, um engodo, não existe o tal de purgatório, existe é o inferno para os que rejeitaram e rejeitam a Jesus Cristo como seu salvador. Os sofrimentos no inferno não produzem nenhum benefício naqueles que estão sendo punidos ali, é só tormenta e dor eternamente. O inferno não é uma punição preventiva, exceto no caso de que ouvir sobre ele agora em vida pode levar as pessoas a se converterem de seus pecados e se entregarem totalmente a Cristo. 

Quando Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, abrir os livros de julgamento e proclamar o destino final de todos, a punição anunciada será o que muitas pessoas odeiam e temem acima de tudo: punição retributiva, imposta porque o errado é errado, e Deus se opõe ao que é errado. O livre arbítrio proporciona à todos a livre escolha em vida para onde as pessoas desejam estar depois dessa. Em Gálatas 6.7 está escrito que “De Deus não se zomba. Tudo o que o homem semear isso também ceifará”.

A punição será justa porque é imposta pelo Senhor Deus, cujos juízos são totalmente verdadeiros e justos. A Escritura nos diz que todos os ímpios serão punidos. Será que alguns sofrerão mais do que outros? Será que quanto maior a culpa, maior a penalidade? Deus saberá impor os limites as culpabilidade. Deus poderá lidar com os pecados cometidos na ignorância menos severamente do que lidar com atos de desobediência consciente. “Aquele servo, porém, que conheceu a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo a sua vontade será punido com muitos açoites. Aquele, porém, que não soube a vontade do seu senhor e fez coisas dignas de reprovação levará poucos açoites. Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão”. (Lc 12.47-48). 

Privilégios negligenciados aumentarão a penalidade recebida, pois Cristo deu uma advertência solene às cidades da Galiléia em que Ele pregara e realizara milagres: “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! No Dia do Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidon e para com a terra de Sodoma do que para contigo”. (Mt 11.21-24). Isso deve ter sido uma afirmação chocante para aqueles que a ouviram em primeira mão. As respeitáveis cidades pesqueiras da Galiléia, aos olhos de Deus mais culpadas do que Tiro, cidade pagã, ou do que a pervertida Sodoma! Mas essa é a severidade de ouvir e rejeitar o Filho de Deus.

Escribas e Fariseus que desfrutavam de incomparável conhecimento das Escrituras Sagradas, mas se comprovaram hipócritas, avarentos e desonestos, “sofrerão juízo muito mais severo”. (Mc 12.38-40; Mt.23.). 

Isso deve ser uma consideração solene para aqueles que foram criados em lares Cristãos, mas ainda não se renderam ao Salvador. Os mais profundos abismos do inferno estão reservados não para os descaradamente ímpios e pecadores, e sim para aqueles que desde a infância tinham familiaridade com a mensagem de salvação e, apesar disso, nunca a aceitaram para si mesmos. 

A Bíblia não nos mostra como serão os graus do castigo. Talvez Deus infligirá mais dores a alguns e menos em outros.

Talvez haverá uma conscientização mais aguda das oportunidades negligenciadas, um remorso mais profundo. 

A consciência e o que fica registrado na memória do ser humano vai fazê-lo discernir todos os momentos de sua vida como por exemplo o ensino de um pai ou as orações de uma mãe que talvez serão parte da tortura dos condenados no inferno. A Bíblia não nos diz nada sobre isso, estamos apenas conjecturando. 

Mas sabemos que a punição será absolutamente justa. Ninguém jamais poderá queixar-se de que não foi justa ou de que não a mereceu. O inferno é a justiça de Deus contra os que nunca deram crédito à palavra de Deus. Além disso, o inferno é terrível, pois é um lugar de “choro e ranger de dentes”. (Mt 8.12), onde “não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga”. (Mc 9.44).

Aqueles que forem para o inferno beberão “do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira”; e serão atormentados “com fogo e enxofre eternamente. A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite”. (Ap 14.10-11). Isso é terrível.


3.  Não se engane o inferno existe e é eterno. 

Apesar das ilusórias “dificuldades” modernas, o ensino das Escrituras é claríssimo. Elas nos falam sobre a “eterna destruição”. (2 Ts 1.9), “o fogo eterno, o castigo eterno”. (Mt 25.41, 46). Em cada um desses versículos, a palavra usada é a mesma palavra grega aplicada à vida “eterna”. Assim como as alegrias do céu são eternas, assim o são os sofrimentos da condenação eterna no inferno. Judas se referiu ao “fogo eterno”. (v. 7) e à “negridão das trevas, para sempre”. (v. 13).


4.   O Inferno é para o Diabo, seus anjos e os não salvos.

Todas as pessoas interessantes (ou que se acham donas de si mesmas e que ninguém tem nada com isso), estarão no inferno”, escreveu um dramaturgo irlandês em uma peça de blasfêmia insolente. Mas isso não é o que a Bíblia nos diz. O Diabo estará no inferno, “ele será lançado para dentro do lago de fogo e enxofre”. (Ap 20.10). Acompanhando-o, estarão os “seus anjos” (Mt 25.41), que no presente estão guardados, “em algemas eternas, para o juízo do grande Dia”. (Jd 6). Esses demônios, já cientes de seu destino final, quando Jesus esteve na terra, curvaram-se diante do poder do Salvador, clamando: “Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para perder-nos? Rogavam-lhe que não os mandasse sair para o abismo”. (Mc 1.24; Lc 8.31). 


5.  O inferno é também para os notoriamente ímpios. 

“Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre”. (Ap 21.8). Que galeria de embusteiros repulsiva! Essas são as pessoas interessantes e dominadoras deste mundo moderno que escravizam seus semelhantes na senda do pecado sodomita e da imoralidade geral.

Entretanto, não são apenas os ousadamente maus que estarão no inferno. O apóstolo Paulo identifica para nós aqueles contra os quais Deus tomará vingança “em chama de fogo”. Quem são eles? Quem são esses monstros de depravação? 

Os Hittlers? Os Stalins? Sim e todos os que se assemelham à eles. Mas, também, todos “os que não conhecem a Deus e os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus”. (2 Ts 1.8). Muitos deles são pessoas decentes, exteriormente corretas, porém não obedecem a Deus. 

São bons cidadãos, pais cuidadosos, empregados confiáveis, vizinhos amáveis, porém nunca creram em Cristo como seu Salvador. Recusaram obedecer “ao evangelho”. Você está nessa condição? Talvez pense em si mesmo como uma pessoa razoavelmente boa. Talvez pense que não é culpado de nenhum grande pecado e nunca fez alguma coisa de que se envergonha. Mas o evangelho diz: “Crê no Senhor Jesus”; e você não tem obedecido a esse mandamento. 

Ainda que você não tenha cometido outro pecado, Deus tomará vingança de você, em chama de fogo, se não obedecer ao evangelho. Somente aqueles que creram em Cristo escaparão do inferno. “Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (Jo 3.36). E “quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida”. (Jo 5.24).


6. O irrevogável destino dos incrédulos e dos desviados. 

No Dia do Juízo Final, depois do Reino Milenial de Cristo os corpos dos incrédulos ressuscitarão dos sepulcros, serão unidos novamente à sua alma e lançados no inferno (e por fim no lago de fogo que é  a segunda morte de Ap  21.8). Contudo, precisamos lembrar que a alma do incrédulo já está no inferno. Não existe nenhuma “terra de ninguém” no universo, nenhuma sala de espera, como a chamam de purgatório, entre o céu e o inferno, nenhum sono da alma ou período de inconsciência até à segunda vinda de Cristo e nem reencarnação para pagar os erros e pecados de vidas passadas . As almas que não habitam seus corpos estão no céu ou no inferno.

Quando os crentes morrem, as suas almas seguem imediatamente para estar com Cristo. Paulo queria “partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor”. (Fp 1.23). O próprio Salvador disse ao ladrão que estava para morrer: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso”. (Lc 23.43). Isso é exatamente o que acontece com todo crente quando morre. Por contrário, quando um incrédulo morre, ele parte para estar com Satanás, o que é infinitamente terrível  mas é a verdade. E, quando passa deste mundo, o Diabo lhe sussurra, com triunfo: “Hoje você estará comigo no inferno”. Não existem outras possibilidades. Ou nossa alma estará com Cristo na glória ou estará com Satanás no inferno. 

As palavras sheol, no Antigo Testamento, e Hades, no Novo Testamento, têm sido entendidas por alguns como que se referindo a um estado neutro. Mas isso se deve a um entendimento errado, pois essas palavras são usadas nas Escrituras em, pelo menos, dois sentidos. Às vezes, referem-se ao sepulcro, aonde todos vamos, e, às vezes, ao lugar de punição, ao qual o crente não vai. Algumas versões da Bíblia traduzem corretamente sheol, de acordo com o contexto, variando-a entre “sepulcro”, “abismo” e “inferno”. Ainda que as Escrituras nos falem mais sobre o destino dos crentes do que sobre o dos perdidos, seu ensino é bem claro no que diz respeito àqueles que morrem sem Cristo. A história de nosso Senhor Jesus Cristo sobre o rico e Lázaro refere-se evidentemente ao período de tempo anterior à ressurreição geral. O rico havia morrido e sido sepultado, e seus cinco irmãos ainda viviam na terra. O fim do mundo ainda não chegara. Contudo, embora morto, ele estava consciente, porque “no inferno, estando em tormentos, levantou os olhos”. Seu corpo estava em decomposição no sepulcro, mas sua alma experimentava agonia no inferno. “Estou atormentado nesta chama”, ele clamou. (Lc 16.23-24).

Todos os que morrem ou morreram na incredulidade estão sofrendo neste momento. “O Senhor sabe livrar da provação os piedosos e reservar, sob castigo, os injustos para o Dia de Juízo”. (2 Pe 2.9). Não há uma segunda chance, nenhuma esperança futura, nenhuma utilidade em orar pelos mortos. Não adianta orar pelos mortos. 

Estão além do alcance de nossas orações, que não mais os ajuda. Nem mesmo o Deus todo-poderoso os ajudará. Essa é a razão por que o evangelho é tão urgente. É o motivo por que Jesus nos chama a crer agora, porque, depois de mortos, será tarde demais. Naquele momento, a alma está irrevogavelmente perdida e na condenação eterna. Estará aguardando somente a última e mais terrível condenação no dia do juízo final.

O Significado Bíblico de Inferno. Uns dizem que o inferno é aqui mesmo na terra que aqui se faz e aqui se paga, outros dizem que não existe inferno. 

Qual o significado bíblico de “inferno”? Na Bíblia, Inferno  é o local do castigo retributivo final de Deus para os desobedientes.  As Escrituras desenvolvem progressivamente a maneira de como será esse destino dos ímpios: o Antigo Testamento descreve o quadro, enquanto o Novo Testamento elabora sobre ele. Jesus Cristo, porém, é mais responsável por definir o que o inferno é.


1. No Antigo Testamento.

No Antigo Testamento, Sheol denota a morada dos mortos; as almas conscientes enfrentam uma existência sombria nesta “terra do esquecimento” (Jó 10:21, Salmos 88:12; Eclesiastes 9:10; Is. 14:10). Uma vez que a morte não é uma ocorrência natural, mas relacionada às questões da Queda do homem no Jardim do Édem.                                                        

No Antigo Testamento se esperava confiantemente pela demonstração de Deus de seu senhorio sobre a sepultura, levantando os justos para a vida. (Gn 2-3; Salmo 16:10; 49:15; Isa 25: 8; Oséias 13:14). 

Enquanto a realeza de Deus também tem implicações para os ímpios, aqui o Antigo Testamento é mais reservado. 

O Antigo Testamento nao sugere uma ressurreição corporal para os ímpios, (Dan 12:2), nem um julgamento final e retribuição aos que praticaram más obras. (Salmo 21:10; 140:10; Mal 4:1-2). 

No entanto, o destino desprezível e horrível dos ímpios, irremediavelmente isolado do justo, é claro e acontecerá eminentemente. (Salmo 09:17; 34:15-16).


2. O período intertestamentário.

A literatura  secular construiu cenários divergentes para os ímpios mortos, incluindo a aniquilação.

O Sheol frequentemente se tornou, segundo alguns teólogos, um local provisório para os mortos, distinto do lugar de punição final. Essa punição final foi geralmente localizado em um vale ao sul de Jerusalém, conhecido em hebraico como Gen Hinom ou o Vale de Hinom, e em grego como Gehenna. Este vale tem uma longa história como um lugar de infâmia. Notorious pelos sacrifícios de crianças oferecidos a Moloque durante os reinados de Acaz e   Manassés  (2 Reis 16:3, 2 Crônicas 28:3; 33:6, Jr 7:31-34; 19:6), este vale foi ainda mais profanados quando Josias usou como lixão de Jerusalém (2 Reis 23:10) e foi profetizado como o lugar do juízo futuro de Deus (Is 30:33; 66:24, Jr 7:31-32). 

Enquanto alguns escritos veterotestamentários  igualam o inferno com o “lago de fogo” neste “vale maldito” de Hinom, outros usam para designar um lugar no submundo.

Alguns livros apócrifos se referem ao inferno da seguinte maneira. Dizem que além dos casos bíblicos, os cenários respectivos para os ímpios, se aniquilação ou serão o tormento eterno, eles moldavam as imagens e as realidades do julgamento de Deus. Por exemplo, às vezes diziam que o fogo consome os ímpios (1 Enoque 99:12); em outros textos diziam que fogo e vermes atormentavam a vítima e as levavam a viverem uma existência inútil. (Judite 16:17).


3. No Novo Testamento.

No Novo Testamento o inferno é o lugar onde o réprobo existe após a ressurreição do Hades e o julgamento final. Neste lago de fogo Deus castiga os ímpios, junto com Satanás e seus sequazes (Mt 25:41), pondo fim a formas livres do mal.

Gehenna “gevenna” é o termo padrão para o inferno no Novo Testamento. Frases relacionadas incluem “castigo do fogo eterno” (Judas 7), “lago de fogo” (Ap 19:29; 20:14-15). “Juízo”, e versões em Inglês, ocasionalmente, traduzir hades (Lucas 16:23) e tartaroo (2 Pe 2:4) como o inferno. No entanto, estes termos aparecem para designar o estado intermediário, e não o destino final dos ímpios.


Jesus disse mais sobre o inferno do que qualquer outra figura bíblica. 

Suas advertências do julgamento escatológico são generosamente coloridas com as imagens do inferno. (Mt 5:22; 7:19; 8:12;. Lucas 13:28-30. Matt 10:15, 28; 11:22, 24; 18:8-9; Marcos 9:43-49; Lucas 17.26-29, João 15:6). Ele retrata esse julgamento futuro através de fotos da destruição de Sodoma. (Lucas 17:29-30): fogo, fogo e enxofre, e uma fornalha ardente (Gn 19:24-25). Estas imagens do julgamento de Deus estavam bem estabelecidos no Antigo Testamento e literatura contemporâneas. Representações importantes do inferno também estão presentes nas parábolas de Jesus, incluindo o joio (Mt 13:40-42), o pranto e ranger de dentes (Mateus 13:50), a grande ceia (Mt 22:13), o servo bom e do servo mau (Mt 24:51;. Lucas 12:46-47, os talentos (Mateus 25:30), e do juízo final (Mt 25:46). Aqui “choro e ranger de dentes” (Mt 13:50; 24:51; 25:30) e “trevas” (Mt 22:13; 25:30) são a chave de frases descritivas.

A concepção do Novo Testamento sobre o Inferno não passa além das palavras de Jesus. As seguintes características mostram os traços essenciais. 

1. Os pecadores ocuparão o inferno. Enquanto Deus nos criou para uma relação amorosa com Ele, na queda a humanidade se rebelou. O juízo de Deus cai sobre todos os pecadores, a menos que tenham fé em Jesus. Depois do estado provisório de Hades e o julgamento final, a ira de Deus culmina no inferno. 

De acordo com o Novo Testamento, os objetos da ira de Deus está sobre os hipócritas (Mateus 23:33) e aqueles que falham em ajudar os pobres (Mt 25:31-46, Lucas 16:19-31) e aos vis e assassinos.

Alguns argumentam que apenas um repúdio explícito de Jesus atrai a ira eterna de Deus, fazendo referência Lucas 12:8-9. No entanto, Jesus diz: “o Filho do Homem veio buscar e salvar o que estava perdido” (Lucas 19:10). Em outras palavras, ele veio oferecer a graça de um mundo que foi “condenado já” (João 3:17-18). Uma vez que o inferno não é um dispositivo elétrico natural da criação, mas resulta da queda e é o destino dos maus; o Novo Testamento, ocasionalmente, personifica o inferno como as forças demoníacas por trás do pecado. A língua é em si pecaminosa e é “incendiada pelo inferno”. (Tiago 3:6). Da mesma forma, Jesus rotula os fariseus de “filhos do inferno”, identificando a raiz da sua hipocrisia. (Mt 23:15).

2. O inferno existe para a recompensa e retribuição de más ações. O inferno é o lugar do julgamento final de Deus para os perdidos. Aqui, Deus, nosso Rei e Juiz Supremo, finalmente corrige injustiças através de sua ira retributiva. Aqui os condenados serão pagos por sua maldade e são lançados de volta para o mal que fizeram.  (Mt 16:27, Lucas 12:47-48; 2 Pedro 2:13, Judas 15 Apocalipse 14:9-11). 

A ira não é a consequência natural das más escolhas em um universo moral ou má compreensão do pecador com relação ao grande e infinito amor de Deus. Em vez disso, como o uso de Paulo mostra, a ira é uma emoção ou sentimento na Divindade, e, portanto, a ação pessoal de Deus (Rm 1:18-32). Extrinsecamente por impor condições penais sobre o pecador, Deus corrige erros e restabelece seu governo justo. (Mt 25,31-46; 1 Cr 15:24-25; 2 Cl 5:10).

3. O inferno é um lugar final da escravidão e do isolamento dos injustos. Após a ressurreição e o julgamento final, o Hades e até mesmo os maus serão lançados no inferno. O Novo Testamento descreve o inferno como um lugar: um forno (Mt 13:42,50), um lago de fogo (Ap 19:20, 20:14-15; 21:8), e uma prisão (Ap 20:7) .  

Enquanto a parábola de Lázaro e o homem rico ocorre no Hades, o estado intermediário, e não Gehenna, ele faz prenunciar o último. Jesus diz que um abismo intransponível espaçoso separa esses dois lugares  para que ninguém possa “cruzar de um lado para o outro”. (Lucas 16:26). A visão de João em Apocalipse 21 da nova cidade em uma montanha alta confirma essa separação entre os abençoados e os condenados após o dia do juízo. 

Consequentemente, a Escritura não fornece nenhuma garantia para essas imagens do júbilo dos justos na tortura dos condenados. A profecia de Isaías 66:24, que tem sido tão usada, não se refere a este acontecimento escatológico, pois a ressurreição do corpo não ocorreu.

4. Os pecadores sofrem penalidades no inferno. Jesus acentua repetidamente o horror do inferno: “se o teu olho te faz tropeçar, arranca-o... É melhor entrar na vida com um só olho do que ser jogado no fogo do inferno” (Mt 18:9). Enquanto a Escritura permanece reticente sobre o específico tormento para o impenitente, certas dimensões são claras.

No juízo final, Deus vai declarar: “Eu não te conheço ... Afasta de mim, vós que sois malditos, para o fogo eterno” (Mt 25:12,41). Os ímpios no inferno são excluídos da presença amorosa de Deus e a “vida” para que os seres humanos como foi originalmente criado (João 5:29). Os condenados são “jogados fora, nas trevas” (Mt 8:12; 22:13). Consequentemente, esta “segunda morte” (Ap 21:8) é uma existência inútil e arruinada (Matt 25:30, Lucas 9:25, João 3:16-18, 2 Tessalonicenses 1:9; 2 Pedro 2:12; Judas 12. O pecado tem completamente apagado todas as virtudes. Os réprobos tornaram-se obstinados em sua rebelião contra Deus, como “animais irracionais” (Judas 1.10,13; 2 Pedro 2:12-22). Consequentemente, as portas do inferno pode ser trancada por dentro.

No inferno, os condenados recebem sua devida retribuição para “fazer as coisas, enquanto no corpo” (2 Col 5:10, 2 Pedro 2:13, Judas 15 Apocalipse 14:9-11). O “verme imorredouro” tem sido muitas vezes interpretado como tormento interior da alma, cobiça e luto do que foi perdido (Marcos 9:48). Esse arrependimento é agravado desde a demonstração de que o réprobo não está arrependido, mas fechado em sua rebelião. Mas vermes da sepultura e escuridão também são imagens comuns de um destino desprezível. Escritura sugere que existem graus de punição no inferno. Aquele “que não sabe e faz coisas que merecem a punição, será açoitado com poucos golpes”. Mais grave é a punição devida para os rebeldes que estavam “com muita desconfiança” (Marcos 12:40, Lucas 12:48).

Aniquilacionismo e a Extensão do Inferno. A extensão do inferno tem ocasionado muita discussão em estudos recentes. Há três pontos principais de discórdia. Alguns aniquilacionistas têm argumentado que a imagem bíblica de um fogo consumidor, destruição implica a cessação da vida (Stott). No entanto, imagens de Jesus sobre o inferno não são descrições literais, mas metáforas. Elas são mutuamente exclusivas, se tomado literalmente, o fogo do inferno luta com a sua “completa escuridão”. 

Na literatura a imagem metafórica de um incêndio poderia sugerir aniquilação ou o castigo eterno, mostrando a inconclusão desse argumento.

Alguns aniquilacionistas têm argumentado que quando o adjetivo grego para eterna, “aionios”, é usado com substantivos de ação, refere-se a uma ocorrência com resultados eternos, e não um processo eterno., “Punição eterna”, argumenta-se, denota um castigo que ocorre uma vez com resultados eternos. No entanto, contrafactuais disputa este argumento. O pecado eterno (Marcos 3:29), por exemplo, não é apenas um pecado, mas uma ação que debilita irremediavelmente para uma só pecados. Da mesma forma, a salvação eterna (aionios soteria) não se refere exclusivamente à obra de Cristo há muito tempo, e, assim, impede a sua manutenção e preservação de presença. A Escritura descreve os crentes, mesmo na era por vir, como existentes “em Cristo” (Rm 8:1; Ef 1:13; Col 2:6-7; 2 Tm 2:10). Então aionios soteria referem-se a eterna salvação de Cristo, a salvação dos bem-aventurados, uma ação que é eterna, assim como no Juizo Final.

Em Mateus 25:46 Jesus diferencia os dois futuros da vida eterna e castigo eterno, usando o mesmo adjetivo para cada um, aionios. Na mente de Jesus, ao que parece, a extensão de cada futuro é idêntica. Se a existência de o justo é interminável, assim também é a existência dos ímpios. Outras declarações sugerem a mesma conclusão. Jesus ensina que “quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele” (João 3:36). Contanto que a ira de Deus permaneça sobre eles, os condenados devem existir. A imagem de Jesus sobre o inferno é como um lugar onde “o seu verme não morre e o fogo não se apaga” (Marcos 9:48) indica que esta manifestação da ira de Deus é infinita. Outras passagens do Novo Testamento reiteram um alerta terrível de Jesus, descrevendo o inferno como “tormento eterno.” Mesmo os aniquilacionistas admitem a dificuldade de tais textos para a sua posição

Objeções para o inferno. O inferno é uma realidade terrível. Assim como Cristo chorou sobre Jerusalém, os crentes são similarmente perturbados e angustiados por este destino dos perdidos. Alguns levantaram sérios desafios para a realidade do inferno.

Uma dificuldade perene diz respeito à relação entre o amor e a santidade de Deus: Como poderia um Deus amoroso rejeitar para sempre a criatura que ele ama? Esta questão assume que a criatura é o maior bem intrínseco, mesmo para Deus. Mas o bem maior para o Deus da Escritura não é a humanidade. A humanidade foi criada por Deus, e não pode ser definida em termos em si mesmo; nós existimos para glorificar a Deus (Salmo 73:24-26, Rm 11:36, 1 Coríntios 10:31; Col 1:16). Certamente Deus ama a criatura; a própria criação reflete o amor gratuito de Deus. Mas desde que o amor de Deus é completo em si mesmo, mesmo antes da criação, a criatura não pode ser presumida como seu primeiro e único fim. Nem pode o caráter do amor de Deus ser decidido a priori, mas somente pela revelação. Consequentemente, a advertência de Jesus da ira vindoura (Mt 25:31,41,46) deve ser aceita como uma possibilidade inerente do amor de Deus.

Alguns reconhecem a retribuição, mas pergunta por que os maus são eternamente mantidos em existência a sofrer. Visto que o orgulho é a dívida verdadeira do pecador para com Deus, o juiz, mais uma vez esta questão deve ser respondida examinando o trabalho sacerdotal de Cristo da propiciação. Na cruz, Deus em Cristo se tornou nosso substituto para suportar o castigo pelos nossos pecados, assim como “para ser justo e aquele que justifica o homem que tem fé em Jesus” (Rm 3:26;. Colossenses 2 5:21; 1 Pedro 2:24). O Deus-homem,  Jesus Cristo,  propiciou os nossos pecados. Este fato, que Deus, o Juiz, o “Senhor da glória” ele mesmo (1 Cor 2:8), aceitou a punição devida a nós, sugere que a pena para o pecado contra Ele é infinito. 

As questões permanecerão, mas os cristãos conhecem pessoalmente o amor de Deus em Jesus Cristo e essa certeza é mais importante do que saber exatamente a verdade sobre a punição dos ímpios, pois queremos a recompensa dos justos. Queremos alcançar a coroa da vitória. 

Deus abençoe você e sua família. 


Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 





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