segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

A HISTÓRIA BÍBLICA DE JUDÁ

A HISTÓRIA BÍBLICA DE JUDÁ

 

Muitas pessoas têm curiosidades sobre a referência bíblica que nos fala do “Leão da tribo de Judá”. em Apocalipse 5.5.

 

Ap. 5.5. E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos.

Então vamos estudar um pouco sobre as origens de Judá.

Judá foi o quarto filho de Jacó, sua mãe era Lia. Ele é a ponte das genealogias passadas, as dos patriarcas e as genealogias depois dele, das gerações até a chegada e o nascimento do Messias prometido, Jesus Cristo o nosso Senhor e Salvador.

Jacó teve doze filhos e algumas filhas, porém a Bíblia só cita o nome de uma filha chamada Diná. Os filhos de Jacó são: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Dã, Naftali, Gade, Aser, Issacar, Zebulom, José e Benjamim. Das filhas de Jacó, a única citada na Bíblia é Diná.

Os filhos de Jacó nasceram de quatro mulheres diferentes. Duas delas eram esposas oficiais do patriarca: Lia e Raquel. As outras duas eram servas de suas duas esposas. Conforme um costume que havia naquele tempo na Mesopotâmia, uma esposa podia oferecer a seu marido sua serva pessoal com o objetivo de gerar um filho que legalmente seria considerado seu.

Judá foi o quarto filho de Jacó e Lia, sua primeira esposa. Ele deu origem à tribo da qual descendeu o Messias. A história de Judá na Bíblia está registrada no livro de Gênesis. (Gênesis 29-49).

O nome Judá vem do hebraico Yehudah. É amplamente aceito que o nome Judá significa “louvado”. Na ocasião de seu nascimento sua mãe disse: “Esta vez louvarei o Senhor”. O texto bíblico completa informando que por isso Lia lhe chamou Judá (Gênesis 29:35).

 

A história de Judá.

Judá foi casado com uma mulher Cananéia, filha de Sua, de Adulão. Com ela Judá foi pai de Er, Onã e Selá. Desde cedo Judá ocupou a posição de líder entre os filhos de Jacó. É nesse papel que ele aparece envolvido em situações decisivas da história de sua família.

De certa forma ele impediu que José fosse morto por seus outros irmãos invejosos. Ele sugeriu que José fosse vendido como escravo à caravana de comerciantes midianitas. Foi dessa maneira que José acabou indo parar no Egito (Gênesis 37:12-28).

Mais tarde, no tempo de crise, Judá foi juntamente com seus irmãos buscar auxílio no Egito. Ali ele negociou com o governador do Egito, sem mesmo saber que se tratava de seu irmão José. Foi Judá quem pediu para ser mantido como prisioneiro em lugar de Benjamim, seu irmão mais novo. Nessa ocasião José acabou revelando sua identidade (Gênesis 44:33,34; 45:1). Conheça a história de José do Egito.

Judá também foi escolhido por Jacó para liderar a caravana de Israel mostrando o caminho para Gósen (Gênesis 46:28). O patriarca também escolheu Judá entre seus três filhos mais velhos para conceder-lhe a proeminência comum ao primogênito; ainda que José, através de seus filhos, tenha recebido a porção dobrada que o direito de primogenitura conferia (Gênesis 49:8-12; cf. 1 Crônicas 5:1).

 

A descendência de Judá

Conforme o costume da época, Judá providenciou uma esposa para seu filho Er, cujo nome era Tamar. Mas Er era um homem perverso e o Senhor o reprovou castigando-o com a morte.

Como Er havia morrido sem gerar filhos, seu irmão Onã precisou se casar com Tamar de acordo com a lei do levirato. Onã tinha a tarefa de gerar descendência ao seu irmão, mas ele descumpriu sua obrigação e também agiu de forma perversa. O castigo de Deus veio sobre ele, e Onã também morreu sem gerar filhos.

Então Judá prometeu a Tamar que quando seu filho mais novo Selá crescesse, ele lhe seria dado por marido. Mas o texto bíblico informa que isso não aconteceu. Então Tamar foi astuta e enganou Judá. Ela cobriu seu rosto e fingiu ser uma prostituta para poder se deitar com Judá. Então dessa trama Judá tornou-se pai dos gêmeos Perez e Zerá (Gênesis 38:11-30). Foi através de Perez que Judá tornou-se ancestral do rei Davi e do Senhor Jesus (Rute 4:18-22; Mateus 1:3,16).

O nome Judá tornou-se muito popular entre os israelitas, principalmente após o cativeiro babilônico. Por isso algumas pessoas com este mesmo nome são mencionadas no Antigo Testamento (cf. Esdras 2:40; 3:9; 10:23; Neemias 11:9; 12:8-16). O nome Judas que aparece no Novo Testamento é a forma helenizada grega do nome Judá.

Judá foi abençoado por Jacó seu pai e comparado a um leão. Por isso o nome Leão da tribo de Judá.

O próximo filho a ser citado por Jacó, em sua bênção patriarcal, foi Judá. (Gênesis 49:8). A tribo de Judá se tornou a tribo mais proeminente na sequência da história bíblica. Judá foi comparado por Jacó à figura do leão. Essa analogia significava força, coragem, ousadia e também realeza. A linhagem do rei Davi pertencia à tribo de Judá. Logo, o Messias, Jesus Cristo, também veio da tribo de Judá. Por isso Ele é chamado de “Leão da tribo de Judá”.

Inclusive, ao abençoar Judá o patriarca Jacó disse: “O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha Siló; e a ele obedecerão os povos”. (Gênesis 49:10). A primeira parte dessa profecia obviamente se refere ao fato de que Judá seria uma tribo real. Já a segunda parte da profecia que diz: “até que venha Siló; e a ele obedecerão os povos” embora seja de difícil interpretação, muitos intérpretes têm entendido que seja uma referência à vinda do Messias como o governante supremo que reina sobre todos os povos. (1 Coríntios 15:24-28; Apocalipse 5:5).

 

Em Mateus, capítulo 1 encontramos Judá na Genealogia de Jesus.

1 Registro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão: 2 Abraão gerou Isaque; Isaque gerou Jacó; Jacó gerou Judá e seus irmãos; 3 Judá gerou Perez e Zerá, cuja mãe foi Tamar; Perez (filho de Judá) gerou Esrom; Esrom gerou Arão; 4 Arão gerou Aminadabe; Aminadabe gerou Naassom; Naassom gerou Salmom; 5 Salmom gerou Boaz, cuja mãe foi Raabe; Boaz gerou Obede, cuja mãe foi Rute; Obede gerou Jessé; 6 e Jessé gerou o rei Davi. Davi gerou Salomão, cuja mãe (Bateseba) tinha sido mulher de Urias; 7 Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; 8 Asa gerou Josafá; Josafá gerou Jorão; Jorão gerou Uzias; 9 Uzias gerou Jotão; Jotão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias; 10 Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amom; Amom gerou Josias; 11 e Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia. 12 Depois do exílio na Babilônia: Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel; 13 Zorobabel gerou Abiúde; Abiúde gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azor; 14 Azor gerou Sadoque; Sadoque gerou Aquim; Aquim gerou Eliúde; 15 Eliúde gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacó; 16 e Jacó gerou José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo. 17 Assim, ao todo houve catorze gerações de Abraão a Davi, catorze de Davi até o exílio na Babilônia, e catorze do exílio até o Cristo

 

Porque Jesus é Chamado na Bíblia de o Leão da tribo de Judá.

Jesus é chamado na Bíblia de “Leão da tribo de Judá”. O significado dessa expressão está relacionado à sua linhagem terrena, a tribo de Judá. Então a designação “Leão da tribo de Judá” refere-se ao fato de que em Cristo se cumprem as promessas de um reino feito a essa tribo. Apesar de muito popular, a forma contraída “Leão de Judá” não aparece especificamente na Bíblia.

 

O Leão da tribo de Judá na Bíblia.

A frase “Leão da tribo de Judá” aparece uma única vez nas Escrituras. No capítulo 5 do livro do Apocalipse, lemos sobre o livro selado com sete selos. O texto bíblico diz que ninguém, no céu, na terra e nem debaixo da terra, podia abrir o livro ou mesmo olhar para ele. Então João, que recebeu da parte de Deus as revelações registradas no livro do Apocalipse, ficou desesperado.

Ele chorava muito porque havia percebido que ninguém era digno de abrir o livro e desatar os seus selos. Então um dos anciãos disse a João: “Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos”. (Apocalipse 5:5).

Esse versículo que designa Cristo como o Leão da tribo de Judá é uma clara referência a Gênesis 49:9,10. As palavras do ancião ecoam as palavras do patriarca Jacó. Antes de morrer, Jacó abençoou seus doze filhos. Esses filhos deram origem às doze tribos de Israel, que formavam o povo do Senhor.

Em sua bênção, Jacó disse: “Você é um leãozinho, ó Judá. Você vem subindo, filho meu, depois de matar a presa. Encurva-se e deita-se como um leão, e como um leão velho; quem o despertará? O cetro não se apartará de Judá, nem o bastão de comando de entre seus pés, até que venha aquele a quem ele pertence; e a obediência das nações é sua”. (Gênesis 49:9,10).

 

O significado do Leão da tribo de Judá

A figura do leão significa força, valentia, coragem e ousadia (Juízes 14:18; Provérbios 28:1). Nos tempos bíblicos os leões eram comuns nas regiões da Palestina. Dessa forma, os leões fizeram parte do simbolismo político e religioso da época.

Para os judeus o leão era a mais poderosa das feras. Por isso ilustrava a pessoa de um rei e representava a imponência de um governo. (Números 24:9; 1 Reis 10:19,20; Provérbios 30:29-31).

Considerando esse pano de fundo, fica fácil compreender o uso da figura do leão na bênção de Jacó. Ao dar sua benção sobre seus descendentes, Jacó distinguiu Judá, indicando que a tribo proveniente dele, seria aquela que governaria, isto é, o reino seria colocado em Judá. Por esse motivo, o patriarca designa Judá como filhote de leão.

A profecia de Jacó foi confirmada posteriormente pela aliança davídica, visto que o rei Davi pertencia à tribo de Judá. (2 Samuel 7:16). Mas as palavras de Jacó encontram seu cumprido pleno somente em Cristo, o legitimo Leão da tribo de Judá.

Assim, a figura do leão era um símbolo adequado para representar a linhagem real davídica da tribo de Judá. Essa linhagem, finalmente, culminou no Messias, Jesus Cristo. Ele é o verdadeiro rei que haveria de vir através dessa tribo, o representante final da casa de Davi. Por isto Ele é adequadamente designado no Apocalipse como o Leão da tribo de Judá.

Portanto, a frase “Leão da tribo de Judá” pode ser entendida como significando um título messiânico. Ao dizer que Jesus é o Leão da tribo de Judá, o texto está indicando a realeza de Cristo e atestando sua condição régia.

 

O Leão e O Cordeiro

A sequência do texto de Apocalipse revela algo realmente maravilhoso. Cristo é apresentado como sendo o Leão da tribo de Judá. Mas simultaneamente Ele também é identificado como sendo o Cordeiro. Isso significa que como um cordeiro, Ele foi levado para o sacrifício. Seu sangue foi derramado pela transgressão de seu povo.

Por isto a Bíblia diz que Jesus é o Cordeiro de Deus, sem mácula e sem defeito, cujo precioso sangue redimiu aqueles que são seus. (João 1:29,36; 1 Pedro 1:19). Na cruz, em sua obra redentora, Cristo se mostrou ser o verdadeiro Cordeiro, bem como o verdadeiro Leão de Judá.

Ele levou sobre si todo o pecado de seu povo, suportou toda a ira de Deus até as últimas consequências, e venceu a morte impondo uma derrota esmagadora a Satanás. Com isso, Ele provou ser verdadeiramente o Leão da tribo de Judá. Ele conquistou o direito de ser o único que é digno de abrir o livro e desatar seus selos.

Ele é o Cordeiro que possui o livro da História em suas mãos. Ele governa o universo segundo o decreto eterno de Deus. Ele é o Leão da tribo de Judá, cujo governo jamais terá fim. (Apocalipse 5:7-14).

 

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

 

 

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