A
HISTÓRIA BÍBLICA DE JUDÁ
Muitas
pessoas têm curiosidades sobre a referência bíblica que nos fala do “Leão da
tribo de Judá”. em Apocalipse 5.5.
Ap. 5.5. E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos.
Então
vamos estudar um pouco sobre as origens de Judá.
Judá foi o quarto filho de Jacó, sua mãe era Lia. Ele é a ponte das genealogias passadas, as dos patriarcas e as genealogias depois dele, das gerações até a chegada e o nascimento do Messias prometido, Jesus Cristo o nosso Senhor e Salvador.
Jacó
teve doze filhos e algumas filhas, porém a Bíblia só cita o nome de uma filha
chamada Diná. Os filhos de Jacó são: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Dã, Naftali,
Gade, Aser, Issacar, Zebulom, José e Benjamim. Das filhas de Jacó, a única
citada na Bíblia é Diná.
Os filhos de Jacó nasceram de quatro mulheres diferentes. Duas delas eram esposas oficiais do patriarca: Lia e Raquel. As outras duas eram servas de suas duas esposas. Conforme um costume que havia naquele tempo na Mesopotâmia, uma esposa podia oferecer a seu marido sua serva pessoal com o objetivo de gerar um filho que legalmente seria considerado seu.
Judá
foi o quarto filho de Jacó e Lia, sua primeira esposa. Ele deu origem à tribo
da qual descendeu o Messias. A história de Judá na Bíblia está registrada no
livro de Gênesis. (Gênesis 29-49).
O
nome Judá vem do hebraico Yehudah. É amplamente aceito que o nome Judá
significa “louvado”. Na ocasião de seu nascimento sua mãe disse: “Esta vez
louvarei o Senhor”. O texto bíblico completa informando que por
isso Lia lhe chamou Judá (Gênesis 29:35).
A
história de Judá.
Judá
foi casado com uma mulher Cananéia, filha de Sua, de Adulão. Com ela Judá foi
pai de Er, Onã e Selá. Desde cedo Judá ocupou a posição de líder entre os
filhos de Jacó. É nesse papel que ele aparece envolvido em situações
decisivas da história de sua família.
De
certa forma ele impediu que José fosse morto por seus outros irmãos invejosos.
Ele sugeriu que José fosse vendido como escravo à caravana de
comerciantes midianitas. Foi dessa maneira que José acabou indo parar no
Egito (Gênesis 37:12-28).
Mais
tarde, no tempo de crise, Judá foi juntamente com seus irmãos buscar auxílio no
Egito. Ali ele negociou com o governador do Egito, sem mesmo saber que se
tratava de seu irmão José. Foi Judá quem pediu para ser mantido como
prisioneiro em lugar de Benjamim, seu irmão mais novo. Nessa ocasião José
acabou revelando sua identidade (Gênesis 44:33,34; 45:1). Conheça
a história de José do Egito.
Judá
também foi escolhido por Jacó para liderar a caravana de Israel mostrando o
caminho para Gósen (Gênesis 46:28). O patriarca também escolheu Judá entre seus
três filhos mais velhos para conceder-lhe a proeminência comum ao primogênito;
ainda que José, através de seus filhos, tenha recebido a porção dobrada que
o direito de primogenitura conferia (Gênesis 49:8-12; cf. 1 Crônicas
5:1).
A
descendência de Judá
Conforme
o costume da época, Judá providenciou uma esposa para seu filho Er, cujo nome
era Tamar. Mas Er era um homem perverso e o Senhor o reprovou castigando-o com
a morte.
Como
Er havia morrido sem gerar filhos, seu irmão Onã precisou se casar com Tamar de
acordo com a lei do levirato. Onã tinha a tarefa de gerar descendência ao
seu irmão, mas ele descumpriu sua obrigação e também agiu de forma perversa. O
castigo de Deus veio sobre ele, e Onã também morreu sem gerar filhos.
Então
Judá prometeu a Tamar que quando seu filho mais novo Selá crescesse, ele lhe
seria dado por marido. Mas o texto bíblico informa que isso não aconteceu.
Então Tamar foi astuta e enganou Judá. Ela cobriu seu rosto e fingiu ser uma
prostituta para poder se deitar com Judá. Então dessa trama Judá tornou-se pai
dos gêmeos Perez e Zerá (Gênesis 38:11-30). Foi através de Perez que Judá
tornou-se ancestral do rei Davi e do Senhor Jesus (Rute 4:18-22;
Mateus 1:3,16).
O nome Judá tornou-se muito popular entre os israelitas, principalmente após o cativeiro babilônico. Por isso algumas pessoas com este mesmo nome são mencionadas no Antigo Testamento (cf. Esdras 2:40; 3:9; 10:23; Neemias 11:9; 12:8-16). O nome Judas que aparece no Novo Testamento é a forma helenizada grega do nome Judá.
Judá
foi abençoado por Jacó seu pai e comparado a um leão. Por isso o nome Leão da
tribo de Judá.
O
próximo filho a ser citado por Jacó, em sua bênção patriarcal, foi Judá. (Gênesis
49:8). A tribo de Judá se tornou a tribo mais proeminente na sequência da
história bíblica. Judá foi comparado por Jacó à figura do leão. Essa
analogia significava força, coragem, ousadia e também realeza. A linhagem
do rei Davi pertencia à tribo de Judá. Logo, o Messias, Jesus Cristo,
também veio da tribo de Judá. Por isso Ele é chamado de “Leão da tribo de
Judá”.
Inclusive,
ao abençoar Judá o patriarca Jacó disse: “O cetro não se arredará de Judá,
nem o bastão de entre seus pés, até que venha Siló; e a ele obedecerão os
povos”. (Gênesis 49:10). A primeira parte dessa profecia obviamente se
refere ao fato de que Judá seria uma tribo real. Já a segunda parte da profecia
que diz: “até que venha Siló; e a ele obedecerão os povos” embora
seja de difícil interpretação, muitos intérpretes têm entendido que seja uma
referência à vinda do Messias como o governante supremo que reina sobre todos
os povos. (1 Coríntios 15:24-28; Apocalipse 5:5).
Em Mateus,
capítulo 1 encontramos Judá na Genealogia de Jesus.
1 Registro
da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão: 2 Abraão
gerou Isaque; Isaque gerou Jacó; Jacó gerou Judá e seus irmãos; 3 Judá
gerou Perez e Zerá, cuja mãe foi Tamar; Perez (filho de Judá) gerou Esrom; Esrom
gerou Arão; 4 Arão gerou Aminadabe; Aminadabe gerou Naassom; Naassom gerou
Salmom; 5 Salmom gerou Boaz, cuja mãe foi Raabe; Boaz gerou Obede, cuja
mãe foi Rute; Obede gerou Jessé; 6 e Jessé gerou o rei Davi. Davi gerou
Salomão, cuja mãe (Bateseba) tinha sido mulher de Urias; 7 Salomão gerou
Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; 8 Asa gerou Josafá; Josafá
gerou Jorão; Jorão gerou Uzias; 9 Uzias gerou Jotão; Jotão gerou Acaz; Acaz
gerou Ezequias; 10 Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amom; Amom
gerou Josias; 11 e Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no tempo do exílio
na Babilônia. 12 Depois do exílio na Babilônia: Jeconias gerou Salatiel; Salatiel
gerou Zorobabel; 13 Zorobabel gerou Abiúde; Abiúde gerou Eliaquim; Eliaquim
gerou Azor; 14 Azor gerou Sadoque; Sadoque gerou Aquim; Aquim gerou
Eliúde; 15 Eliúde gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacó; 16 e
Jacó gerou José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo. 17 Assim,
ao todo houve catorze gerações de Abraão a Davi, catorze de Davi até o exílio
na Babilônia, e catorze do exílio até o Cristo
Porque
Jesus é Chamado na Bíblia de o Leão da tribo de Judá.
Jesus
é chamado na Bíblia de “Leão da tribo de Judá”. O significado dessa expressão
está relacionado à sua linhagem terrena, a tribo de Judá. Então a designação
“Leão da tribo de Judá” refere-se ao fato de que em Cristo se cumprem as
promessas de um reino feito a essa tribo. Apesar de muito popular, a forma
contraída “Leão de Judá” não aparece especificamente na Bíblia.
O
Leão da tribo de Judá na Bíblia.
A
frase “Leão da tribo de Judá” aparece uma única vez nas Escrituras. No capítulo
5 do livro do Apocalipse, lemos sobre o livro selado com sete selos. O texto
bíblico diz que ninguém, no céu, na terra e nem debaixo da terra, podia abrir o
livro ou mesmo olhar para ele. Então João, que recebeu da parte de Deus as
revelações registradas no livro do Apocalipse, ficou desesperado.
Ele
chorava muito porque havia percebido que ninguém era digno de abrir o livro e
desatar os seus selos. Então um dos anciãos disse a João: “Não chores; eis
aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e
desatar os seus sete selos”. (Apocalipse 5:5).
Esse
versículo que designa Cristo como o Leão da tribo de Judá é uma clara
referência a Gênesis 49:9,10. As palavras do ancião ecoam as palavras do patriarca
Jacó. Antes de morrer, Jacó abençoou seus doze filhos. Esses filhos deram
origem às doze tribos de Israel, que formavam o povo do Senhor.
Em
sua bênção, Jacó disse: “Você é um leãozinho, ó Judá. Você vem subindo,
filho meu, depois de matar a presa. Encurva-se e deita-se como um leão, e como
um leão velho; quem o despertará? O cetro não se apartará de Judá, nem o bastão
de comando de entre seus pés, até que venha aquele a quem ele pertence; e a
obediência das nações é sua”. (Gênesis 49:9,10).
O
significado do Leão da tribo de Judá
A
figura do leão significa força, valentia, coragem e ousadia (Juízes 14:18;
Provérbios 28:1). Nos tempos bíblicos os leões eram comuns nas regiões da
Palestina. Dessa forma, os leões fizeram parte do simbolismo político e
religioso da época.
Para
os judeus o leão era a mais poderosa das feras. Por isso ilustrava a pessoa de
um rei e representava a imponência de um governo. (Números 24:9; 1 Reis
10:19,20; Provérbios 30:29-31).
Considerando
esse pano de fundo, fica fácil compreender o uso da figura do leão na bênção de
Jacó. Ao dar sua benção sobre seus descendentes, Jacó distinguiu Judá,
indicando que a tribo proveniente dele, seria aquela que governaria, isto é, o
reino seria colocado em Judá. Por esse motivo, o patriarca designa Judá como
filhote de leão.
A
profecia de Jacó foi confirmada posteriormente pela aliança davídica, visto que
o rei Davi pertencia à tribo de Judá. (2 Samuel 7:16). Mas as
palavras de Jacó encontram seu cumprido pleno somente em Cristo, o legitimo Leão
da tribo de Judá.
Assim,
a figura do leão era um símbolo adequado para representar a linhagem real
davídica da tribo de Judá. Essa linhagem, finalmente, culminou no
Messias, Jesus Cristo. Ele é o verdadeiro rei que haveria de vir através
dessa tribo, o representante final da casa de Davi. Por isto Ele é
adequadamente designado no Apocalipse como o Leão da tribo de Judá.
Portanto,
a frase “Leão da tribo de Judá” pode ser entendida como significando um título
messiânico. Ao dizer que Jesus é o Leão da tribo de Judá, o texto está
indicando a realeza de Cristo e atestando sua condição régia.
O Leão
e O Cordeiro
A
sequência do texto de Apocalipse revela algo realmente maravilhoso. Cristo é
apresentado como sendo o Leão da tribo de Judá. Mas simultaneamente Ele também
é identificado como sendo o Cordeiro. Isso significa que como um cordeiro, Ele
foi levado para o sacrifício. Seu sangue foi derramado pela transgressão de seu
povo.
Por
isto a Bíblia diz que Jesus é o Cordeiro de Deus, sem mácula e sem
defeito, cujo precioso sangue redimiu aqueles que são seus. (João 1:29,36; 1
Pedro 1:19). Na cruz, em sua obra redentora, Cristo se mostrou ser o verdadeiro
Cordeiro, bem como o verdadeiro Leão de Judá.
Ele
levou sobre si todo o pecado de seu povo, suportou toda a ira de Deus até as
últimas consequências, e venceu a morte impondo uma derrota esmagadora a
Satanás. Com isso, Ele provou ser verdadeiramente o Leão da tribo de Judá. Ele
conquistou o direito de ser o único que é digno de abrir o livro e desatar seus
selos.
Ele
é o Cordeiro que possui o livro da História em suas mãos. Ele governa o
universo segundo o decreto eterno de Deus. Ele é o Leão da tribo de Judá, cujo
governo jamais terá fim. (Apocalipse 5:7-14).
Deus
abençoe você e sua família.
Pr.
Waldir Pedro de Souza
Bacharel
em Teologia, Pastor e Escritor.
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