segunda-feira, 17 de outubro de 2022

OS JUÍZES, OS REIS E OS PROFETAS

OS JUÍZES, OS REIS E OS PROFETAS DE ISRAEL  

 

Os juízes de Israel no decorrer da história em que muitos foram obedientes e outras desobedientes à Deus. Incluímos aqui outras informações importantes dos Juízes, dos Reis e dos Profetas tanto do Velho como do Novo Testamento.  

A história dos Juízes de Israel e de Judá se mesclam entre Juízes, Reis, sacerdotes e profetas. O ministério dos profetas se estenderam até o final do Velho Testamento, sendo que, no Novo Testamento este ministério foi renovado e revigorado e sobrevive até os nossos dias.

Os profetas existiram no Velho Testamento e continuaram seu ministério no Novo Testamento.

O dom de profecia, em seu sentido original no Novo Testamento, é um privilégio especial concedido pelo Espírito Santo a certos membros das igrejas para receber e transmitir mensagens e revelações vindas de Deus, assim como aconteciam no Velho Testamento.

No início da igreja primitiva, quem recebiam esse dom eram chamados “profetas”, a exemplo dos que aparecem no Velho Testamento. Junto com os apóstolos, eles construíram o fundamento para a edificação dos santos, membros da família de Deus, sendo Cristo Jesus a principal pedra da esquina. (Efésios 2:19 e 20).

Os profetas falavam sob a imediata autoridade do Espírito Santo de Deus, e transmitiam comunicações divinas concernentes a verdades doutrinárias, e esclarecimentos de eventos futuros, conforme o caso.

O ministério dos profetas foi preservado para nós no Novo Testamento. Entre eles contamos também com Tiago e Judas, sendo que este começou seu livro dizendo: “enquanto eu empregava toda a diligência para escrever-vos acerca da salvação que nos é comum, senti a necessidade de vos escrever, exortando-vos a pelejar pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos”. (versículo 3).

Uma vez concluído o fundamento pelos apóstolos e profetas, que é “a fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos”, a igreja de Jesus Cristo continuou a ser construída nesse fundamento e apenas firmado no ministério terreno de Jesus Cristo o Filho de Deus. (1 Coríntios 3:10-12, Efésios 2:20, Hebreus 6:1).

A palavra de Deus para os Juízes, Reis e profetas, sempre foi de alerta e fonte de inspiração para o ministério individual de cada um

Isaías 10.1 Ai dos juízes injustos e dos que decretam leis injustas! 

Isaías 10.2  Daqueles que não há justiça para os pobres, para as viúvas e para os órfãos! Sim, porque assim que chegam até à verdade roubam as viúvas e órfãos!

Isaías 10.3 Que, você vai morrer, quando você estiver na terra distante? Para quem hão de voltar-se para pedir ajuda? Onde vão pôr os vossos tesouros de forma a serem em segurança?

Isaias 10.4  Nada eis de fazer, senão andar aos tropeções por entre os prisioneiros e cair por entre os mortos. Mesmo assim, a sua ira não desaparecerá. A sua mão continua sobre eles.

A geração dos Juízes durou um período aproximadamente de 410 anos e além das personalidades de Moisés e Josué, fazem parte da lista de nomes dos juízes que lideraram neste tempo: Otniel, Eúde, Sangar, Débora, Gideão, Tola, Jair, Jefté, Ibsã, Elom, Abdom, Sansão, Eli e Samuel, sendo que estes dois últimos foram sacerdotes também.

Os juízes de Israel foram pessoas escolhidas por Deus e especialmente dotadas para julgar e liderar o povo de Israel. (Jz 2:16-23; 3:9,10; 1Sm 12:9-11; 2Sm 7:11). O período em que essas pessoas lideraram o povo de Deus ficou conhecido como “o período dos juízes“. Nesta postagem, conheceremos quem foram os juízes de Israel e os pontos mais importantes desse período.

 

O período dos juízes de Israel

O período dos juízes foi o momento histórico que constituiu a transição do governo de Moisés para o reinado dos reis de Israel. Este período é descrito no livro de Juízes, no Antigo Testamento.

O período dos juízes começou com a opressão de Cusã-Risataim após Josué e os anciãos terem morrido, e o povo de Israel ter se entregado a uma profunda apostasia. Por fazer o que era mau aos olhos do Senhor, e adorar deuses estranhos, Deus permitiu que Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia, subjulgasse o povo de Israel durante oito anos. (Jz 2:7-11; 3:7,8).

Após este tempo, o Senhor levantou Otniel, sobrinho ou talvez irmão de Calebe, para libertar o povo dando início ao período dos juízes. O período dos juízes terminou quando Saul foi eleito rei de Israel, aproximadamente  no ano 1050. Logo, a maioria dos estudiosos entende que o período dos juízes durou aproximadamente 320 anos.

 

Quem foram os juízes de Israel?

Como já dissemos, os juízes de Israel foram pessoas levantas por Deus em tempos de crise, e eram capacitados pelo Espírito Santo de Deus para julgar e liderar o povo. No livro de Juízes lemos: “E levantou o Senhor juízes, que os livraram da mão dos que os despojaram”. (Jz 2:16; cf. 3:10; 13:25; 14:19; Sl 106:43-45; At 13:20).

As funções judiciais exercidas por eles estavam diretamente ligadas à liderança espiritual sobre o povo. (1Cr 17:6; 2Sm 7:7). Os juízes permaneciam em suas funções até morrerem. (Jz 2:19; 1Sm 4:18; 7:15), e, diferente dos reis, eles não estabeleceram um governo hereditário em Israel. (Jz 8:22,23).

Esses juízes eram heróis nacionais, e algumas vezes foram designados como “libertadores”. Uma lista com os juízes de Israel geralmente sofre algumas discussões. Alguns consideram apenas a lista dos juízes nos doze ciclos presente no livro de Juízes, com Sansão sendo o último deles.

Outros também incluem Eli (1Sm 4:18) e Samuel (1Sm 7:15) na lista oficial de juízes de Israel. Seja como for, obviamente Eli e Samuel lideraram e julgaram Israel antes da instituição da monarquia, apesar de não serem citados no livro dos Juízes e a atuação destes possuir algumas diferenças pontuais com relação aos líderes citados no livro dos Juízes.

Mesmo dentro da lista fornecida pelo livro dos Juízes, existe uma discussão entre os intérpretes acerca de Débora e Baraque. Alguns consideram apenas a liderança de Débora, outros contam separadamente Débora e Baraque, e, outros, unificam a atuação de ambos.

Também é importante citar que Eli e Samuel muito provavelmente foram contemporâneos durante algum tempo de Sansão, o último juiz mencionado no livro dos Juízes. A lista dos juízes apresentada nos doze ciclos registrados no livro dos Juízes é a seguinte: Otniel (Jz 3:7-11). Eúde (Jz 3:7-11). Sangar (Jz 3:31). Débora (Jz 4:1-5:31). Gideão (Jz 6:1-8:32). Tola (Jz 10:1-2). Jair (Jz 10:3-5). Jefté (Jz 10:6-12:7). Ibsã (Jz 12:8-10). Elom (Jz 12:13-15). Ablom (Jz 12:13-15). Sansão (Jz 13:1-16:31).

Apresentamos aqui a cronologia do período dos juízes de Israel.

É muito difícil conseguir estabelecer uma cronologia para o período dos juízes, pois faltam informações fundamentais para tal, como por exemplo, o período de tempo que decorreu entre o começo da conquista de Canaã com Josué e o início da opressão de Cusã-Risataim.

Também existe uma grande dificuldade de interpretação em relação à somatória dos números fornecidos pelo livro dos Juízes, isto é, totalizando os períodos de opressão e de governo dos juízes, chega-se a um resultado que excede significativamente o período de tempo total aceitável para este momento histórico. Logo, devemos entender que alguns períodos de opressão e de trégua sob a liderança dos juízes se sobrepuseram, de forma que não é possível determinar por quanto tempo houve sobreposição em cada caso específico.

Com base nas dificuldades apontadas, podemos arriscar uma estimativa de como se deu a cronologia do tempo dos juízes de Israel. Entre aproximadamente 1405 e 1364 a.C. houve o governo de Josué e dos anciãos (Jz 2:7), e em 1356 a.C. a libertação, com Otniel, da opressão de Cusã-Risataim (Jz 3:8). Depois houve uma trégua de quarenta anos, entre aproximadamente 1356 e 1316 a.C. (Jz 3:11).

Em cerca de 1298 a.C., Eúde libertou o povo dos dezoito anos de opressão moabita (Jz 3:14-15). Em aproximadamente 1258 a.C., houve a libertação do povo dos 20 anos de opressão do rei Jabim, com Débora e Baraque (Jz 4:3), e seguiu-se quarenta anos de paz no norte até 1218 a.C.

Após o período de trégua, registrou-se uma opressão Midianita de sete anos, chegando ao fim com a libertação liderada por Gideão em cerca de 1211 a.C. (Jz 6:1ss). A liderança de Gideão durou quarenta anos (Jz 8:28), até aproximadamente 1171 a.C. Depois deste período, houve o reinado perverso de Abimeleque, filho de Gideão, sobre Siquém, entre 1171 e 1168 a.C. (Jz 9:22).

Entre aproximadamente 1168 e 1123 a.C. houve a liderança de Tola e Jair (Jz 10:1-3). Depois os povo Amonitas oprimiu os israelitas por dezoito anos, até que surgiu Jefté em aproximadamente 1105 a.C. (Jz 10:8-11,33). Depois de Jefté, temos o registro da liderança de Ibsã, Elom e Abdom (Jz 12:7-9,11,13,14).

O capítulo 13 do livro dos Juízes relata um período de quarenta anos sob opressão dos filisteus, seguindo um relato sobre as proezas de Sansão entre aproximadamente 1101 e 1081 a.C., sendo este o último dos líderes registrado no livro dos Juízes. (Jz 14:1-15:20; 16:31).

Se estendermos nossa cronologia até os relatos do livro de Samuel, temos o registro da captura da Arca da Aliança e a morte de Eli em aproximadamente 1099 a.C. (1Sm 4:18), depois a batalha de Ebenézer (1Sm 7:2-12) e Samuel julgando o povo entre 1079 e 1050 a.C. (1Sm 7:15-17).

Eli e Samuel os dois últimos juízes de Israel.

Análise de fatores importantes da história de Eli. Os capítulos 1 a 4 do primeiro livro do profeta Samuel trás um relato de como foi o trabalho do sacerdote Eli e sua família. Diga-se de passagem que foi muito prejudicial ao povo de Israel e desagradou sobremaneira ao Senhor Deus.

Ao longo da época dos juízes, a degradação moral se tornou cada vez pior e faltava uma liderança firme. (Juízes 21:25). O sacerdote Eli liderou o povo por 40 anos mas ele deixou seus filhos cometerem muitos pecados, que desagradaram a Deus. Por isso, a família de Eli ficou debaixo de maldição e seus filhos morreram em batalha. Quando ouviu a notícia da morte de seus filhos, Eli caiu de sua cadeira e morreu também.

Eli tinha criado um menino consagrado a Deus, chamado Samuel, no templo. Quando cresceu, Samuel se tornou o novo juiz de Israel e liderou o povo em grandes vitórias contra os filisteus. Quando envelheceu, ele tentou passar a liderança para seus filhos mas eles eram ruins e o povo não os aceitou.

Depois dos Juízes vieram os reis. Os 3 Reis que atuaram antes da divisão das tribos de Israel foram:

1-  Saul (por volta de 1.060 aC) 1Sm 10.1.
2-  Davi (+/- 1.020 aC) 2Sm 2.1.
3-  Salomão (980 aC)  1Rs 1.39.

Os reis de Israel foram 19. Reis de Israel que atuaram depois da divisão das tribos de Israel. Capital em Samaria.

1- Jeroboão I (937 aC)  1Rs 11.28
2- Nadabe (915 aC)  1Rs 14.20
3- Baasa ( 914 aC) 1Rs 15.16
4- Elá (891 aC) 1Rs 16.8
5- Zinri (890 aC) 1Rs 16.15
6- Onri (890 aC) 1Rs 16.16
7- Acabe (876 aC) 1Rs 16.29
8- Acazias (856 aC) 1Rs 22.40
9- Jeorão ou Jorão (854 aC) 2Rs 1.17
10-  Jeú (842 aC)  1Rs 19.16
11-  Joacaz (814 aC) 2Rs 10.35
12-  Jeoás (797 aC) 2Rs 13.10
13-  Jeroboão II (781 aC) 2Rs 14.23
14-  Zacarias (741 aC) 2Rs 14.29
15-  Salum (741 aC) 2Rs 15.10
16-  Manaém (740 aC) 2Rs 15.14
17-  Pecalias (737 aC) 2Rs 15.23
18-  Peca (736 aC) 2Rs 15.25
19-  Oséias (730 aC) 2Rs 15.30

A reis de Judá que atuaram depois da divisão das tribos foram 20. Reis de Judá. Capital em Jerusalém.

1- Reoboão (937 aC) 1Rs 11.43
2- Abias (920 aC) 1Rs 14.31
3- Asa (917 aC) 1Rs 15.8
4- Josafá (878 aC) 1Rs 15.24
5- Jeorão (851 aC) 2Cr 21.1
6- Acazias (843 aC) 2Rs 8.25
7- Atalias (rainha) (842 aC) 2Rs 8.26
8- Joás (836 aC) 2Rs 11.2
9- Amazias (796 aC) 2Rs 14.1
10-  Uzias ou Azarias (777 aC) 2Rs 14.21
11-  Jotão (750 aC) 2Rs 15.5
12-  Acaz (734 aC) 2Rs 15.38
13-  Ezequias (727 aC) 2Rs 16.20
14-  Manasses (697 aC) 2Rs 21.1
15-  Amon (642 aC) 2Rs 21.19
16-  Josias (640 aC) 1Rs 13.2
17-  Joacaz ou Salum (608 aC) 2Rs 23.30
18-  Joaquim (608 aC) 2Rs 23.34
19-  Jeoaquim ou Jeconias (598 aC) 2Rs 24.6
20-  Zedequias ou Matanias ( 598 aC) 2 Rs 24.17.

Análise de mais fatos importantes sobre a história de Samuel, o último dos juízes de Israel e que acumulou o cargo de profeta.

Diante da instabilidade política e social, os israelitas exigiram um rei. Eles estavam rejeitando a Deus como seu verdadeiro rei e agora queriam ser como os outros povos. Deus permitiu que tivessem um rei mas avisou que isso não seria a solução para o país. (1 Samuel 8:7-9). Guiado por Deus, o profeta Samuel ungiu Saul como o primeiro rei de Israel.

Samuel continuou como líder influente até sua morte, mas a liderança política passou para os reis. Depois que Saul foi rejeitado como rei, por desobedecer a Deus, Samuel ungiu o próximo rei de Israel, Davi, que teria uma longa dinastia. Cada um teve a oportunidade, a seu tempo, de dar e fazer o melhor de si para obedecer e agradar a Deus. Assim terminou a época dos Juízes, dos Reis e dos Profetas veterotestamentários que atuaram até Malaquias, vindo a seguir a época dos apóstolos, profetas pastores e líderes até chegar ao nosso tempo.   


Deus abençoe você e sua família.

Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

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